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The Ophidic Essence

Seeking the Return to Origin


refácio

sta obra se baseia em buscar através dos ensinamentos e práticas das


obscuras tradições algumas chaves para orientar-se no caminho de
regresso à origem. Este é o ponto principal da obra, negar e rejeitar a
existência, aniquilar as vontades por coisas ilusórias, superficiais
e passageiras, sabendo separá-las do que é real e eterno, e por isso todas as tradições
citadas possuem um mesmo objetivo final, que é retornar à origem e escapar desta
grande prisão. Podemos notar que as pessoas que possuem falta de conhecimento
consideram a vida mais agradável porque a limitação e a ignorância as tornam felizes e
adequadas a esta existência ilusória. A ignorância torna a pessoa presa a este mundo e
a faz contente com esta falsa realidade porque elas não têm consciência da realidade.
Em contraste, quanto mais amplo o conhecimento de um ser, mais este ser se sente
atormentado e oposto a este mundo, por isso este retorno a origem só pode ser iniciado
através do conhecimento/ sabedoria, que mantém o homem em contato com suas
origens, não dissociando de sua própria essência. Mas não através de uma sabedoria
qualquer e sim através da gnose primordial que é oferecida apenas por aqueles que vêm
das sombras.
Muitas pessoas procuram a magia negra apenas para adquirir bens materiais ou
coisas mundanas totalmente superficiais, mas nós entendemos que a glória está no
espírito e não em coisas externas. Todo espírito pobre em sabedoria busca obter
desesperadamente riquezas externas em uma tentativa de compensar sua pobreza
interior, mas o Satanista é sempre disposto a colocar a sua própria essência obscura
primeiro e acima de seu Ego, pois a sabedoria para nós é como a água do mar, quanto
mais bebemos a água do “oceano primevo” mais sede temos.
As práticas de Magia Negra citadas neste livro possuem o objetivo de gerar mudanças
internas no indivíduo, transformando-o em um novo ser, mais forte e com uma visão
muito mais ampla sobre a realidade que o cerca, fazendo com que ele se torne apto a
praticar a Magicka Externa (Feitiçaria) com objetivos e metas mais concretas.
Todos os mitos e práticas de Magia Negra citadas neste livro são uma síntese
filosofo religiosa provindas de forças e filosofias contrárias ao universo, a pura Herética
Magia, uma negação total da existência. Isso explica o porquê de estarmos conectados
a forças destrutivas e conectadas a morte. Nós vemos os mitos como verdadeiras
ferramentas usadas para manifestar nossa essência. Essência esta que existe tanto
dentro de nós como fora de nós, nos revelando o Diabo tanto no nosso oculto ser como
no exterior. Através dos mitos podemos materializar parábolas e criar símbolos para
buscar o centro, o Self, e o Self da origem. Os mitos são formas que o homem usa a fim
de trabalhar com a consciência para atingir o lado inconsciente da mente, e através das
preces podemos despertar os instintos e abrir portas para se conectar a energias que se
encontram fora do tempo e do espaço, mas que também penetram neste mundo criado
nos revelando a real face de nossos desejos.
Existem muitas lendas e mitos que descrevem a batalha entre Deuses e
Demônios através de eras, de acordo com nossa cosmovisão muitas destas lendas e
mitos foram extremamente manipulados para poder se afirmar a idéia de um Deus Uno,
um monoteísmo, onde Deus tem o poder sobre todas as coisas e é considerado perfeito
e onipotente, ou apenas para tentar colocar o Deus criador como supremo e acima de
todos os outros, ou para poder adorar a criação.
Por isto nós não temos as mesmas interpretações a cerca dos mitos e lendas em
relação a maioria dos religiosos e da maioria dos livros que formaram o conceito das
religiões. Ao aprofundarmos nos conhecimentos proibidos que nos é passado através
daqueles que vem das sombras, é possível recuperar as peças necessárias para
reconstruir a verdadeira história descrita nos mitos e nos aproximar ainda mais da
verdade através da verdadeira gnose.
O criador do mundo é descrito por diferentes nomes em diferentes religiões.
Diferentes nomes são citados em variadas culturas para descrever aquele que criou o
mundo físico e mantém a ordem cósmica. Este mundo físico é cheio de falhas, é algo
totalmente imperfeito, o que nos mostra com clareza que o criador também é imperfeito.
Nós adentramos em várias tradições para citar também os diferentes nomes que
descrevem as diversas antíteses do criador e da criação, desacorrentando, libertando e
acendendo as chamas do adversário. Obviamente muito do que é dito nesta obra não
deve ser entendido de forma literal, pois há uma mistura de metáforas, história, ciência,
fantasia e verdade. Portanto, tudo deve ser entendido de acordo com conceitos
filosóficos e psicossomáticos descritos em nossa tradição.
Aqueles que lerem esta obra livres de barreiras dogmáticas, de parâmetros pré-
estabelecidos e de preconceitos poderão ter consigo as chaves para se livrar desta
prisão, principalmente se souberem usar de forma adequada o conhecimento de caráter
intuitivo e transcendental, aquele conhecimento que permite o encontro do ser com sua
essência eterna.
utros rupos nósticos
ntes de adentrarmos no Gnosticismo que esta obra sugere ao leitor,
precisamos esclarecer alguns fatos a cerca de outros grupos que também
são considerados Gnósticos. O Gnosticismo sendo uma síntese de várias
teorias filosofo religiosas acaba tendo diversas formas de entendimento,
as escrituras Gnósticas são múltiplas e algumas chegam até mesmo a ser
incompatíveis, porém em todas as vertentes ocorre uma Cosmovisão dualista.
Essa Cosmovisão dualista se baseia na ideia de que as centelhas divinas,
pertencentes ao verdadeiro reino divino, estão presas neste mundo físico e precisam ser
resgatadas, levando assim a um conflito entre Luz e Trevas.
No Gnosticismo há a afirmação de que no universo existem espíritos divinos
aprisionados em um mundo material criado por um Deus imperfeito chamado de
Demiurgo. Este Deus muitas vezes é associado ao Deus de Abraão. Segundo os
gnósticos, o mundo material deve ser aniquilado pelo verdadeiro Deus para que o
espírito possa se tornar livre das garras do Demiurgo. O Gnosticismo então rejeita o
mundo material.
A Gnose apareceu ao longo da história algumas vezes por trás de alguns cultos,
mas adaptando-se as características culturais e históricas do lugar e da época. Isso
explica as múltiplas escrituras e os surgimentos das incompatibilidades entre elas,
porém, mesmo após as adaptações, ainda sim os grupos foram tachados de heréticos e
sempre foram perseguidos.
Segundo o Catarismo (um movimento cristão que se manifestou na França e na
Itália durante o final do século XI até meados do século XIV e que foi considerado
herético pela igreja católica), todos os seres e o mundo criado estão em uma constante
guerra entre dois princípios irreconciliáveis: o Espírito e a Matéria.
Ainda segundo eles, no mundo material há apenas sofrimento, dor e angústias.
Eles creem que há partículas divinas adormecidas no ser humano, perdidas neste
mundo, e que precisam ser despertadas e resgatadas.
Para eles o mal seria por natureza todo o material, e para destruir este mal deve-
se rejeitar o mundo material e o Deus criador, buscando fazer o espírito retornar a sua
origem.
Os Cátaros organizaram a igreja de Cristo com o objetivo de resgatar as
centelhas divinas aprisionadas no mundo e nos homens. Eles precisavam afastar-se o
máximo possível deste mundo, das paixões e de tudo que os aprisionassem neste
universo.
Os Cátaros possuíam um rito chamado Consolamentum (que representa
simbolicamente a morte com relação ao universo corrompido) cujo o indivíduo seria
desligado do mundo, se libertando e se tornando livre para retornar ao reino divino. Este
rito era feito através da imposição de mãos, transmitindo o Espírito Santo aos que
precisavam de ajuda.
Para eles, o Espírito Santo auxiliava o espírito prisioneiro na matéria, os
ajudando. A salvação para o Catarismo era a libertação do espírito que está preso em
seu invólucro material, consequentemente negavam a teologia da criação.
Outra seita gnóstica também considerada herética foi o Cainismo. Os Cainitas
consideravam Caim como o filho de um espírito superior ao que teria gerado seu irmão
Abel.
Eles acreditavam que Caim foi a primeira vítima do Demiurgo e o Deus do Antigo
Testamento não era o mesmo Deus anunciado por Jesus, visto que um seria amoroso,
benevolente, enquanto o outro era cruel e vingativo.
Os Naasenos (do Hebraico "Serpente"), também Gnósticos, surgiram por volta de
100 d.C. Eles consideravam a Serpente do Éden como um ser supremo que procurava
libertar os homens da prisão criada pelo Demiurgo. Essa libertação seria dada através
da revelação do conhecimento do bem e do mal, por isso a serpente para eles
representava a Gnose.
Os termos Gnósticos para descrever o Dragão/Serpente ungido seria Ophis-
Christos, que teria o mesmo significado que Nachash-Messiah (em grego “Ophis” e em
hebraico “Nachash”, significa “Serpente”, enquanto em grego “Christos” e em hebraico
“Messiah”, significa ungido).
Existe a afirmativa de que o Cristo citado por todos estes grupos Gnósticos, além
de outros (Naassenos, Ofitas, Cátaros, Valentinianos, Sethianos Bogomilos) nunca foi
igual ao culto cristão atual.
Algumas explicações a respeito deste assunto se baseiam na ideia de que eles
interpretavam Cristo como um símbolo e não como um personagem histórico. Uma
alegoria para o espírito (O Cristo) que existe no próprio homem.
Jesus Gnóstico representa o Espírito e que não pertence à Criação, enquanto o
Jesus no culto cristão atual seria "Jesus-homem feito de matéria" que literalmente
nasceu, morreu e ressuscitou, e que era o próprio Deus criador encarnado no mundo.
Se o leitor irá acreditar ou concordar com estas interpretações anteriores, é uma
questão que ficará em aberto de acordo com a própria interpretação pessoal, mas
devemos observar que todos os mitos devem ser analisados separadamente para que
se tenha uma melhor compreensão, e que muitas vezes diferentes nomes podem ter o
mesmo significado em diferentes culturas.
Para nós o “Cristo – Homem/ Cristo-Cósmico” são manifestações provindas da
mesma fonte, do Demiurgo (o criador do mundo), e por isso nós negamos e rejeitamos
Jesus Cristo.
O Gnosticismo que apresentamos é manifestado através das Obscuras
Tradições, pois consideramos todas as outras concepções que não estejam ligadas à
Obscuridade e às Trevas Amorfa como formas ilusórias de auto-conhecimento.
iabo
Serpente para nós simboliza a Gnose (a Obscura Sabedoria), a Imortalidade
e também o Diabo. A essência do Diabo é manifestada de forma irada, mas
também através da sabedoria. O Diabo é homicida desde o princípio, pois o
Diabo desde o princípio tem por meta sacrificar este mundo criado:

“Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”

Como gnósticos, nossa crença se baseia em um dualismo radical, onde a Luz e


as Trevas estão em conflito, e as Hostes Infernais são forças que vieram da Escuridão
Amorfa onde não abriga qualquer forma, para trazer o fim da existência. Satanás/Lúcifer
é o inimigo, aquele que semeia, e a ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os
Demônios.
Portanto, o Diabo veio para matar e destruir este mundo criado, mas não para
roubar, e sim para levar de volta as centelhas divinas, inundando a Terra e todo o
universo criado em Obscuridade, levando a libertação absoluta do espírito,
encaminhando-o para fora deste universo material e limitado. Porém a criação material é
responsável por estabelecer um processo lento da retirada destes elementos divinos,
mas ao final o Reino das Trevas prevalecerá sobre a luz.
Nós que somos Satanistas agimos como semeadores e ceifeiros, pois abrimos os
olhos e constatamos as abominações deste mundo criado e do criador, conhecendo as
tuas obras; Eis que diante dele colocamos uma porta aberta, e ninguém a pode fechar.
O dito “livre-arbítrio” não é nada mais que uma ilusão de liberdade neste mundo
criado, sendo o maior escravo aquele que é o falso liberto, e por isso buscamos toda a
dissolução para retornarmos a nossa própria natureza, escura e amorfa, inefável e
inconcebível.
A partir do momento em que acreditamos que este mundo é obra de um criador,
então toda nossa oposição a criação volta-se contra ele em uma mistura de sabedoria e
agressividade.
Para nós os Deuses Negros são aqueles que clamam muito além das estrelas a
essência da verdadeira Gnose, e nos levam a ser a oposição do mundo criado e do
criador, e por isso eles são descritos em diversos mitos como aqueles que através de
uma forma irada estão em busca de destruir o mundo material e Deus, porque a partir do
momento em que compreendemos cada vez mais a realidade sobre este mundo, mais
esta sabedoria nós da o ar de assassinos.
Nós não compreendemos como os humanos se alegram e aplaudem quem criou
este mundo que é totalmente desprezível, e ainda chamam o criador de perfeito e
bondoso.
O criador nada mais é que um Deus finito e mortal, assim como toda a sua
criação. E a morte da criação irá nos livrar dela. Por isso nós que desprezamos este
mundo temos a mesma essência do Diabo.
s iferentes ipos de eres
uitas pessoas acreditam que apenas porque alguém faz parte de alguma
ordem, templo, seita ou coven, esta pessoa precisa necessariamente ser
igual às demais que pertencem ao grupo, pensar igual, se vestir igual e
agir igual a todos os outros membros.

Isto de certa forma seria uma maneira de destruir as qualidades individuais de


cada ser e transformar o grupo em um rebanho.
Cada ser é naturalmente diferente do outro, possuindo diferentes características
individuais, modos de vida diferentes, gostos diferentes, a maneira como se vestem e
agem diferentes e opiniões diferentes.
Obviamente os Satanistas por terem a mesma essência possuem muitos
pensamentos e objetivos iguais e algumas qualidades semelhantes, visto que são
mensageiros das próprias emoções e estas emoções são provindas da mesma fonte.
Os Satanistas são seres que foram capazes de despertar a memória primogênita
da própria divindade perdida e são aptos a conduzir novos indivíduos (apenas os com
pré-disposição Gnóstica) para esta libertação.
Os Satanistas agem plantando a Semente o Diabo no subconsciente da mente
dos seres que possuem pré-disposição gnóstica, mas que ainda não foram capazes de
despertar, para que eles possam encontrar as chaves ocultas para se libertar desta
prisão e se juntar a nós, para que possamos criar ainda mais estratégias para atingir
nosso objetivo. Os Satanistas são aqueles que agem como o próprio Diabo, se tornando
um, semeando e sendo os ceifeiros, para que a ceifa seja o fim do mundo.
Cada indivíduo desperto se torna mais um semeador e ceifeiro, um soldado
preparado para o Armagedom, que abrirá portais para as Dimensões Escuras gerando
mudanças internas e externas para destruir este mundo ilusório.
Os Satanistas são aqueles que estão sempre nas sombras, observando e
criando táticas para despertar todos aqueles que tenham predisposição Gnóstica, ou
seja, que tenham predisposição a lutar e possuem um solo favorável para germinar a
semente do Diabo.
A predisposição a lutar leva o indivíduo a lutar contra sua própria ignorância,
lembrando-se da verdade sobre a Origem fora deste mundo criado.
A maioria dos seres não são despertos e nem possuem predisposição Gnóstica,
portanto são completamente inúteis, a não ser aqueles que possam ser usados de
alguma forma para atingirmos nosso objetivo, mas que posteriormente serão
descartados, pois eles são atolados mentalmente, vivem de acordo com parâmetros pré-
estabelecidos, são estáticos, possuem um círculo de visão restrito e uma pobreza
interior. Só conseguem ver o superficial e não conseguem ver por trás dos véus. Vivem
hipnotizados neste mundo criado.
Eles são os humanos que se alegram e aplaudem quem criou este mundo
totalmente desprezível, e ainda insistem em chamar o criador de perfeito e bondoso.
Muitos deles também são ateus, materialistas, e todos aqueles que não
conseguem enxergar nada que esteja além do superficial. Por consequência, nós
apoiamos a eliminação dos inúteis.
Por isso dizemos que os ensinamentos dentro desta obra são direcionados
para apenas um “pequeno” número de indivíduos, pois o “rebanho humano” não tem
força o suficiente para sofrer uma extrema mudança alquímica necessária para agir
como a própria energia Acausal.
radição indu
e a issolução do niverso
tradição Hindu, assim como os grupos Gnósticos, tem como objetivo a
libertação deste mundo criado, e nela é descrita com perfeição a forma
como esta obra busca pela iluminação espiritual afim de interromper o ciclo
da vida, buscando a dissolução do senso do ser individual, a total
dissolução do ego e a destruição de todos os nomes, formas e da consciência do tempo,
espaço e causa, ou seja, de tudo o que é criado, nos unindo aos Deuses que irão
dissolver todo o universo.
Dentro dessa tradição é possível conhecer grande parte da cosmovisão que esta
obra sugere, nos mostrando também que o mundo não passa de algo ilusório e
passageiro, e que precisamos de uma iluminação espiritual para obter o eterno,
sacrificando o ciclo de renascimentos junto com todas as ilusões, buscando a perfeição
que existe no absoluto não-ser, no vazio e nas trevas, onde nada é manifestado.
A meta das disciplinas espirituais do Tantra é atingir Moksha. Moksha, que
significa liberação/ soltura, é a iluminação espiritual que nos leva a libertação deste
mundo. Essa libertação destrói a roda do Karma (ação-causa), que é a lei de causa e
efeito, terminando assim com o processo contínuo de renascimento, nos levando ao
Akarma (que significa inatividade), a total dissolução do ego e a destruição de todos os
nomes, formas e da consciência do tempo, espaço e causa.
Na tradição Hindu, Mahapralaya é a palavra usada para descrever o período de
inatividade do cosmo, a não-existência do universo criado, onde nada se manifesta.
Durante o Mahapralaya ocorre o Paranirvana. O Paranirvana é a união do não-eu, o
vazio e as trevas e é a grande perfeição da não-existência, o absoluto não-ser que
ocorre após o período de atividade do cosmo.
Este é o objetivo principal desta obra, atingir Moksha, destruindo a roda do
Karma nos levando até o Mahapralaya que é considerado por nós a grande perfeição e
liberdade, para que possamos atingir o Paranirvana.
Bhairava é a manifestação irada do Senhor Shiva (O destruidor). Esta é a mais
temível manifestação de Shiva, e é associada à dissolução final deste mundo criado.
Bhairava muitas vezes é descrito carregando uma cabeça amputada de Brahma
(uma das cinco cabeças do Deus criador), ou levando o crânio de Brahma em uma
tigela.
Bhairava após ter cortado a cabeça do criador e matar o guardião da casa do
sustentador da criação, aniquilou todos os grilhões.
Bhairava vaga em torno dos cemitérios carregando um tridente, acompanhado de
maus espíritos, seu fogo sagrado é alimentado com cérebro, pulmão, carne e o sangue
fresco que jorra das gargantas dos seres humanos.
Algumas fontes nos mostram as oito manifestações de Bhairava, sendo elas:
Kala (Negro), Asitanga (com extremidades Negras), Sanhara (Destruição), Ruru (Cão),
Krodha (Ira), Kapala (Crânio), Rudra (Tempestade) e Unmatta (Fúria).

Bhairava

Muitas vezes Bhairava aparece segurando uma cabeça humana junto de um cão
(geralmente negro). O cão sempre está à espera, a fim de lamber o sangue da cabeça.
No Rig Veda (o documento mais antigo da literatura Hindu), Rudra é associado
à Shiva, e nos Puranas (em sânscrito, Purāṇa, "dos tempos antigos", um outro antigo
texto Hindu), são descritos os 11 Rudras como formas de Shiva. São 11 aspectos de
Shiva que podem ser relacionados aos Maruts do período Védico.
Shiva é também conhecido como “O senhor da dança”. Aquele que “dança sob as
ruínas do cosmos reduzido ao caos". Rudra Tandava é a dança que retrata a natureza
violenta de Shiva, também chamada de “A dança da destruição”. Shiva dança em uma
auréola de Fogo, criando tempestades com grande fúria em todo o universo. O Fogo
representa a transformação, por exemplo, ao jogarmos um corpo ao fogo, ele se
transforma em cinzas.
O Tandava tradicional é uma dança onde o devoto de Shiva, em uma noite de lua
nova permanece segurando um crânio em sua mão simbolizando o universo vazio e um
punhal na outra mão simbolizando a sensibilidade mental para abrir a consciência.
Essa dança é extremamente rápida e dura 40 minutos sem trégua, levando o
devoto à uma extrema exaustão, onde seu coração a esta hora está extremamente
rápido.
Ao som do tambor o devoto encerra sua dança e se deita no solo imediatamente.
Nesta brusca parada é onde se abre a consciência do devoto ou o leva a morte. Logo
após ocorre outro toque da Mridanga e o devoto se senta e começa a meditar.
Dentro da tradição Hindu existem diversos tipos de cânticos devocionais. Os
Mantras são os cânticos mais conhecidos no ocidente, e são entoados como orações
repetidas. Estes Mantras são entoados para atingir diferentes objetivos como facilitar a
concentração, a meditação, vibrar canais energéticos para desobstruí-los, para
despertar etc.
Mas além dos mantras ainda existem diferentes formas devocionais, como os
Bhajans, que são cânticos devocionais acompanhados de instrumentos musicais.
Existem também os Stotras, que também são hinos endereçados a divindade,
geralmente Tântricos ou Purânicos que eventualmente são acompanhados por
instrumentos.
Os Kirtanas também são cânticos devocionais que transcorrem ao som de
música e são realizados através de “comando-resposta”, onde uma pessoa canta um
verso e os outros adeptos respondem. E também os Hinos Védicos, que possuem um
ritmo de acordo com o que é recitado, porém não transcorrem ao som de música,
igualmente ao Kavacam. E o Path, que é uma recitação ritual de longos textos de forma
métrica.
ali

Kali é a esposa de Shiva. Aquela que antes do início do mundo criado existia na
forma de escuridão que estava além da fala e da mente, não é associada à ideia de
renovação de um ciclo, mas sim com o término de tudo.
No Maha Nirvana Tantra (O Tantra da Grande Libertação) existem alguns versos
sobre a natureza de Kali que se encaixam perfeitamente com esta afirmação. Estes são
alguns dos versos:

- “Tu és sutil assim como densa, manifesta e oculta. Apesar de, em Si


Mesma, serdes amorfa, Tu possuis forma. Quem pode compreendê-
La?”

- “Mahakala o destruidor do universo, é Tua forma. Durante a


dissolução das coisas, é Käla (o tempo) que devorará a todos, e por
isto Ele é chamado Mahakala, e como Tu devoras o próprio
Mahakala, Tu és a Suprema e Primordial Kalika”.
- “Pois que Tu devoras Kala, Tu és Kali; pois que Tu és a origem e a
devoradora de todas as coisas Tu és chamada Adya Kali”.

- “Reassumindo após a dissolução tua própria natureza, escura e


amorfa, inefável e inconcebível, somente tu permaneces, sendo a
única”.

Na nossa própria interpretação gnóstica a cerca dos mitos, nós não concordamos
com a visão tradicional onde o objetivo levará todos os seres a fundir-se com Brahma.
Também não concordamos com a narrativa em Vishnu Purana que afirma que Shiva
nasceu da ira do Deus criador Brahma.
Isto porque para nós Brahma é apenas mais um dos nomes usados para
descrever o Demiurgo enquanto Shiva é o destruidor da ilusão (Maya). Shiva segurando
a cabeça decapitada de Brahma em suas mãos é uma das verdadeiras manifestações
do adversário, juntamente com sua esposa Kali.
úcifer no aganismo e no ristianismo
Dentro de várias religiões/tradições/cultos, observamos que Lúcifer é descrito
de variadas formas. Os Romanos, em seu culto pré-cristão, cultuavam o
antigo Deus do Esplendor, conhecido como “Dianus Lucifero” (também
chamado de Lúcifer).
Eles associavam Lúcifer ao planeta Vênus, ou seja, com a Estrela da Manhã
(Estrela d'Alva) e também Vésper (a estrela da tarde). Dentro do mito romano, Dianus
Luciferu recebe o fogo do dia que está terminando e atravessa a noite escura
transportando o fogo durante a longa noite, até que como “Estrela da Manhã” ele
transporta esse fogo que vai acender a luz do Sol de um novo dia. Por isto, neste
sentido, dentro do mito Romano, Lúcifer era considerado o Príncipe das Trevas.
No cristianismo, Lúcifer é visto como um anjo caído, aquele que foi expulso do
céu por ter se rebelado contra Deus. É interessante deixar bem claro que o nome
“Lúcifer” nunca foi citado na bíblia. Então como surgiu este mito?

Na bíblia observamos a passagem de Isaias:

"Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como


foste lançado por terra tu que prostravas as nações!" Is. 14:12

Por conta de um erro do tradutor da septuaginta, “Estrela da Manhã” foi traduzida


para “Eosforos”. Eosforos é uma divindade grega relacionada com a Estrela da Manhã.
A passagem bíblica de Isaias citada acima está nitidamente se referindo ao rei da
Babilônia, ao Rei Nabucodonosor. Jerônimo ao traduzir a vulgata o fez adotando não o
original hebraico e sim o texto da septuaginta, e ao encontrar “Eosforos” o traduziu
como “Lúcifer”.

"Quomodo cecidisti de caelo, Lucifer, fili aurorae? Deiectus es


in terram, qui deiciebas gentes," Liber Isaiae 14:12

Temos então um erro primário de tradução que não teria a menor consequência
(como tantos outros erros) se não fosse o fato de que a Igreja Católica tinha a
necessidade de combater o Paganismo (religião praticada pelos camponeses). Na
época esses Pagãos (Pagus = Campo) tinham como uma das suas principais divindades
Lúcifer. Interessante observar que o próprio Jesus Cristo considerava-se “a Estrela da
Manhã” em uma passagem do Apocalipse:

"Eu sou a raiz e o descendente de Davi, a resplandecente


Estrela da Manhã" Apocalipse 22:16

Portanto todos os textos devem ser bem interpretados, pois da mesma forma que
afirmamos anteriormente que diferentes nomes podem ter o mesmo significado em
diferentes culturas, também afirmamos que alguns nomes podem ser os mesmos, porém
com significados totalmente diferentes. Lúcifer dentro da tradição Satânica possui outro
significado, não sendo um anjo caído e nem o Deus Pagão.

úcifer e o raal egro na radição atânica


Dentro da tradição satânica descrita neste livro, Lúcifer é a Serpente que vem
para mostrar ao homem que através da sabedoria ele pode ver o profundo nível da sua
própria essência, reconhecendo a manifestação do espírito pré-cósmico, distinguindo o
verdadeiro e eterno do passageiro e mutável e consequentemente aniquilando o desejo
de adoração à existência e despertando nosso instinto assassino.
Lúcifer é o Diabo, o Adversário (Satanás) que anda em derredor, bramando
como um leão para tragar este mundo criado. Lúcifer é aquele que mostra que a
existência não é nada mais do que dor, sofrimento e tédio, e que o ser humano é um
miserável afundado em um mundo de ilusões.
Lúcifer trouxe o Graal Negro à Terra, o cálice do vinho da indignação da sua ira.
O Graal Negro de Lúcifer é o Cálice sagrado acausal que veio do mundo incriado,
emitindo energias acausais, despertando o homem para a libertação do espírito preso a
matéria, impedindo que ele esqueça sobre sua origem.

“E disse-lhe o Diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória;


porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Lucas 4:6”

“E foi o primeiro, e derramou a sua taça sobre a Terra, e fez-se uma


chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que
adoravam a sua imagem.”

A luz de Lúcifer leva a uma dicotomia porque afirmamos duas situações


diferentes. A primeira é que quanto mais amplo o conhecimento de um ser, mais este
ser se sente atormentado e oposto a este mundo. Isto acontece porque quanto mais
conhecimento/ sabedoria, mais o indivíduo vê a realidade sobre este mundo, se
desapegando dele, negando e rejeitando a existência, levando a misantropia e a
aversão a toda esta ilusão. Em contraste, as pessoas que possuem falta de
conhecimento consideram a vida agradável, pois a ignorância faz com que estas
pessoas consigam adorar a criação e ao Deus criador. Somente uma pessoa ignorante é
capaz de adorar este mundo e ainda agradecer a Deus por tê-lo criado.

Na segunda situação afirmamos que quanto mais conhecimento/ sabedoria o ser


possui mais ele começa a se tornar imune a muitas dores e aflições do mundo. Isso se
explica porque a Luz de Lúcifer transforma o coração do homem em pedra. O coração
do adepto se torna gelado, pois ele sabe que nada neste mundo é digno de tanta
preocupação, pois existe a diferença entre o real e eterno do ilusório e passageiro.
Todos aqueles que sentem aversão a este mundo possuem a essência do Diabo.
Satan /Lúcifer é homicida desde o princípio, pois a morte da criação irá nos livrar
dela, e ele nos trás a dura verdade a qual muitos não querem enxergar.
A Luz de Lúcifer, assim como o Graal Negro, é responsável pela abertura do
terceiro olho (o olho que tudo vê, o olho sagrado da destruição, também chamado de “O
Olho de Shiva/ Rudra” na tradição Hindu, dentro da nossa tradição, o que chamamos
de Lúcifer/ Satan pode ser comparado a Shiva/ Rudra).
A Luz de Lúcifer e a energia acausal provinda do Santo Graal Negro faz com
que o adepto abra o terceiro olho, vendo a sua própria essência (Self), e se lembrando
da origem.
A abertura do terceiro olho também é fundamental para as práticas de
Necromancia. Ele é responsável pelo contato com os mortos, porque os ritos de
Necromancia são baseados na função do indivíduo de senso-percepção, ou seja, captar
as informações provindas dos mortos. A abertura do terceiro olho nos faz adquirir uma
maior percepção sutil.
lho agrado do
onhecimento e da estruição
O Olho de Lúcifer (ou de Shiva/ Rudra) é o olho sagrado da destruição e
está ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil, é o olho que olha para
dentro, e quanto mais desenvolvido, mais revelações o indivíduo terá,
tomando consciência de seu próprio estado mental, levando a percepções
elevada dos níveis de consciência auto-iluminada, abrindo portais para as dimensões
mais sutis da consciência e do inconsciente, gerando assim conhecimento através da
introspecção (autoconhecimento).
Quando o olho se abre para dentro, isto é, para mente inconsciente, todas as
formas, nomes e a “luz da mente” se extinguem, permanecendo apenas a consciência
do “não-ego”, isto significa que ele abre para o Self, vendo além do mundo das
aparências.
Quando este olho está fechado, o indivíduo se torna incapaz de ver o profundo
nível da própria essência e da realidade que o cerca, não sabendo ir além das
aparências para distinguir o verdadeiro e eterno do passageiro e mutável.
Este “olho do conhecimento e da destruição” é o responsável pela sabedoria de
caráter intuitivo e transcendental, que permite o encontro do ser com sua essência
eterna. Ele é representado como um olho situado entre as sobrancelhas.
A glândula pineal muitas vezes relacionada com o “terceiro olho” se encontra no
centro do cérebro e na altura dos olhos, e está relacionada a capacidades indutivas e
percepção sutil. A glândula pineal e o globo ocular possuem uma grande semelhança
estrutural, o que fizeram cientistas chegar à conclusão de que a origem biológica da
pineal e dos olhos sejam a mesma.
Existe a afirmação de que a glândula age como uma antena, ela possui cristais de
apatita em seu interior que recebem ondas eletromagnéticas e as convertem em
estímulos neuroquímicos. Ela age capturando, por exemplo, a radiação da lua e do sol,
regendo o ciclo do sono e vigília, o ciclo menstrual, etc., realizando diversas
decodificações de informações, tendo interação com córtex cerebral e muitas outras
coisas. Em animais, como os pássaros migratórios ela pode funcionar como bússolas.
Essa poderia ser a explicação científica que ligaria o terceiro olho à capacidade
intuitiva e à percepção sutil.
Em uma de suas palestras, o psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade
de São Paulo, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, explanou que a pineal, que coordena o
ritmo, é o único órgão do corpo que lida com o tempo, sendo a única estrutura que
transpõe essa dimensão. Ele explica que nós vivemos em três dimensões e nos
relacionamos com a quarta através do tempo, pois a glândula que dá a noção de tempo
está em contato com a quarta dimensão e por isso é capaz de captar informações que
estão além dessa nossa dimensão.
Sabemos que o cosmos é tridimensional, limitado em altura, largura e
comprimento (ou profundidade) e a quarta dimensão (dimensão temporal), estando
limitado ao passado, presente e futuro.
Nós acreditamos então que as coisas vão muito além do que pode ser
experimentado pelos cinco sentidos, e que de certa forma esta glândula agindo como
uma antena pode captar várias informações no campo eletromagnético, assim também
podendo nos conectar a energias acausais (Deuses acausais) e também aos mortos.
utro ado da rvore
da ida e a uz ão- riada
Cabala é um sistema usado dentro do judaísmo, mas que acreditamos que
possuem ensinamentos absorvidos de outras tradições e que
posteriormente foram manipulados de acordo com a tradição judaica. A
Cabala nos dá a noção de como foi a criação do mundo, além de explicar

as complexidades do universo material e imaterial, da natureza física e metafísica.


Essa noção de criação de mundo pode ser aplicada a todas as outras tradições
citadas nesta obra, principalmente em relação ao surgimento dos Deuses e/ou
Demônios, e a explicação sobre a batalha entre a criação e aqueles que buscam
retornar à origem.
Os judeus dentro deste sistema explicam a criação do universo baseado em um
Deus único, criador da luz e das trevas, e é exatamente neste ponto onde consideramos
que os judeus manipularam os ensinamentos, visto que acreditamos que eles
absorveram os ensinamentos usados na Cabala de outros povos como os Sumérios, e
de acordo com os mitos Sumérios, é descrito a batalha entre a ordem (luz) e o Caos
(Trevas) como dois poderes diferentes e não como duas forças que se originaram do
criador do universo.
Dentro do ponto de vista gnóstico, nós não vemos que a luz e as trevas existem
para manterem o equilíbrio no universo como a maioria das pessoas dentro de várias
tradições acreditam, e este é exatamente um dos pontos fundamentais para se
compreender os ensinamentos desta obra. Em várias religiões, como por exemplo é
descrito em alguns textos Hindu, vemos muitas pessoas prestando culto ao criador do
mundo e aqueles que desejam manter a ordem no universo, quanto aqueles que
desejam a destruição do mundo. Isto acontece porque muitos deles acreditam que eles
existem para manter o equilíbrio do universo.
Dentro da tradição judaica, ao contrário do hinduísmo, há apenas um Deus, e eles
acreditam que YHWH é o criador da luz e das trevas e que tanto a luz quanto as trevas
são necessárias para se manter este equilíbrio do universo.
Nós, em verdade, não vemos que os Deuses das trevas são necessários para
manter o equilíbrio do universo, e sim justamente o contrário, já que as trevas é a
antítese da criação, visto que o significado que usamos para trevas é nos referindo a
escuridão Amorfa/ Incriada.
Dentro dos estudos na Cabala iremos encontrar a Árvore da Vida e a Árvore da
Morte contendo explicações tanto da criação do universo como para os mistérios que
existem no espírito, no mundo material e no mundo imaterial.
Nós que negamos e rejeitamos a existência nos consideramos os lenhadores da
árvore da vida e dia após dia buscamos saborear os frutos da Árvore da Morte. Saborear
os frutos da Árvore da Morte significa deixar ver quem realmente somos, enquanto isto
para os judeus ou demais adoradores do Deus criador significa “cair em tentação”.
A Árvore da Morte, portanto, é o único caminho na Cabala para aniquilar o apego
aos sentidos banais desta existência, ao material e a ignorância, transgredindo o mundo
físico para se chegar ao estado de libertação.
Nos estudos da Cabala, dentro de um contexto filosófico e psicossomático, Ain
Soph (Sem Limites) é um princípio não manifestado, incompreensível à inteligência do
homem, um estágio de não-existência.
Antes do princípio não existia nada criado, havia apenas o inefável. O criador
surgiu de Ain Soph, onde neste princípio não manifestado se iniciou o TzimTzum
(contração ou constrição) para criação de um espaço conceitual, para que pudesse
haver a existência de um mundo finito e independente em relação ao infinito. Em Ain
Soph foi onde nasceu o princípio organizador do universo, aquele que aprisionou
na matéria as partículas divinas provenientes do reino primordial através da criação
desse espaço no qual o mundo existe. YHWH é o nome pessoal do Deus de Israel, e foi
ele o responsável por emitir sua ”totalidade divina” (Pleroma) fazendo surgir a Árvore da
Vida e as 10 Sephiroth.
Em contrapartida em “Ain Soph” surgiu uma força que desejava permanecer no
sagrado repouso da não-existência do universo criado para se manter a união do não-
eu, o vazio e as trevas. Era a luz não-criada, a luz sinistra que se manifestou com uma
grande ira em torno do pleroma emanando energias contra a criação, originando as
forças adversas que surgiram durante o processo expansivo de cada Sephiroth fazendo
originar a Árvore da Morte e o grande demônio HWHY que é o nome de YHWH invertido,
pois como é dito no axioma cabalístico "Daemon Est Deus Inversus” (O demônio é Deus
invertido).
Nós, ao olharmos para este mundo, compreendemos que seria melhor que ele
não tivesse existido, por isso nossa essência e nossa vontade em verdade é a mesma
da luz-não criada. Essa luz sinistra inspira-nos desejos obscuros, iniciando a negra
manifestação dentro de nós, porque o nosso espírito incriado é um ponto onde as
energias acausais / luz não-criada se manifestam em nosso mundo causal.
A essência destrutiva que há dentro de nós também há fora de nós, ”no outro
lado”.
“O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o
que está fora.” – Tábua das Esmeraldas, cerca de 3.000 a.C.
Por isto estamos sempre buscando meios de nos conectar aos Deuses Obscuros,
pois a mesma essência que há neles, também há dentro de nós.
Neste mundo criado existem muitas coisas que vão além do que pode ser captado
pelos cinco sentidos e por isso é de extrema importância o adepto trabalhar com a
abertura do Olho de Lúcifer para que ele possa ter uma maior percepção sutil, abrir o
olho do Self vendo além das aparências e também para que ele possa captar muitas
outras energias. Captar as energias, compreende-las e fazer crítica do que está
acontecendo é um dos objetivos dentro da magia.
A luz não-criada é trazida de Sitra Ahra ( o “Outro Lado”, “O Lado Noturno” ou o
“Lado Sinistro”, o mundo primordial) pelas hostes infernais. Ela age penetrando no
universo criado, maculando-o, decompondo-o e buscando a essência divina (que são as
fagulhas da luz não-criada, energias acausais) presa na matéria guiando-as de volta
para Sitra Ahra.
Bem-aventurados aqueles que guardam os ensinamentos do Diabo, para que
tenham direito à Árvore da Morte, e possam caminhar para “o outro lado”.
A luz não-criada vem “do outro lado” (fora deste mundo criado/ Sitra Ahra), das
Trevas do Vazio Imenso, ela é a essência da malévola ira contra o divino. O mundo
material então será aniquilado através das hostes infernais e todos os que possuem a
mesma essência da Serpente, trazendo a vingança dos Deuses obscuros e a glória para
os espíritos os tornando livres.
eturpação dos abalistas raditionais
Muitos cabalistas que se baseiam na visão manipuladora judaica
consideram que “luz e trevas” sejam um aspecto original de Deus (O
Demiurgo). Para eles Sitra Ahra seria a energia malígna que emana de
Deus, necessária para manter o equilíbrio do universo e o livre arbítrio do

homem. Esta visão se deve ao fato de que eles, como monoteístas, acreditam que Deus
criou a luz e as trevas, como é citado em Isaías 45:7. Deus (O Demiurgo) diz:

"Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o
Senhor, faço todas estas coisas.” Isaías 45:7

Essa afirmação provém de mais uma tentativa manipuladora dos judeus para
poder afirmar a ideia de um Deus uno supremo, criador de tudo e que tem poder sobre
todas as coisas.
Nos textos bíblicos é descrito que o Deus criador precisava expelir o caos para
que pudesse manter a criação ordenada, separando a luz das trevas, assim como
descrito nos textos sumerianos, dos quais os semitas beberam da fonte e fizeram
alterações posteriormente. Acreditamos que o Caos e a obscuridade inefável são
totalmente opostos a YHWH e sua criação, e por isso nós que temos esta obscuridade
inefável dentro de nós, ou seja, a essência da Serpente/ Diabo, nos sentimos tão
atormentados e inquietos neste mundo criado. Se entendermos que este mundo criado é
limitador e estagnador, entenderemos que a liberdade só será atingida quando
conseguirmos atravessar estas barreiras e nos libertar desta prisão.
Ao estudarmos sobre a história dos judeus e sobre o judaísmo iremos descobrir
uma forte influência das tradições mesopotâmica e podemos notar nas escrituras como
os judeus modificaram esta visão mesopotâmica criando a cosmogonia semita como
conhecemos hoje.
É interessante notar como os judeus mesmo dizendo que luz e trevas são criações
de Deus, eles sentem um grande temor ao falar sobre as forças caóticas e obscuras
dentro da Cabala. Muitos deles se recusam a falar sobre os ensinamentos da Árvore da
Morte, enquanto outros ao tentar expor alguns ensinamentos sobre as Qliphoth repetem
a todo momento como devemos temer estas energias e nos afastarmos delas.
A partir do texto abaixo iremos explicar o conceito de caos nas antigas
civilizações e falaremos um pouco sobre os sumérios e a influência que eles tiveram na
tradição judaica, assim poderemos compreender ainda mais a noção de que o caos e a
criação são duas coisas opostas e que em verdade, nunca foram para manter o
equilíbrio do universo.

" Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo "
George Santayana
emonologia esopotâmica,
o onceito de aos nas ntigas ivilizações
e a nfluencia sobre os emitas
s Assiriólogos afirmam que os Sumérios foram o primeiro povo a habitar a
região da Mesopotâmia, apesar da origem dos sumerianos ainda ser incerta
e sua história ainda ser pouco conhecida, sabemos que eles ocuparam e
urbanizaram as margens dos rios Tigre e Eufrates a cerca de 5 000 a.C.

Muito dos documentos sumérios que os pesquisadores tem acesso são tabuletas
feitas de argila com escrita cuneiforme e cozidas no forno. Estas tábuas foram
preservadas ao longo dos tempos e hoje são estudadas, porém infelizmente ainda são
poucas em relação aos documentos que precisam serem traduzidos e descobertos para
que se tenha um conhecimento mais amplo sobre os sumerianos.
As tábuas de argila feita pelos sumerianos com escritas cuneiformes são os
registros mais antigos de um sistema de escrita já encontrado. Estas Tábuas foram
usadas para registrar as leis da cidade, suas tradições, seus poemas e muitas outras
coisas.
Ao longo da história os sumérios e semitas sempre apareceram lado a lado. A
origem dos semitas também é incerta, alguns estudiosos afirmam que eles vieram da
Arábia, mas devido a esta proximidade entre eles, os semitas absorveram e assimilaram
diversos elementos sumérios, sofrendo modificações na religião, na arte, no comércio e
até na língua.
É interessante notar que a língua dos sumérios é não semítica enquanto a assírio-
babilônica é semítica. Os semitas tomaram emprestado o vocabulário dos sumérios
diversos termos que lhe eram carentes e em seguida fizeram adaptações em tais
termos.
A língua semítica dos Assírio-Babilônicos sofreu influência dos elementos das
mais antigas populações da Ásia, fazendo com que dentro do vocabulário assírio tenha
termos que não sejam de origem semítica.
Isso explica uma série de semelhanças entre os poemas épicos babilônicos,
sumérios e acadianos com os judeus, e obviamente os cristãos.
Escrito em 7 tábuas de argila, o Enuma Elish é um poema épico da criação da
antiga Babilônia e é uma das principais fontes para o entendimento a cerca da
cosmovisão daquela civilização. O Enuma Elish nos descreve a rivalidade existente
entre os deuses da ordem contra os Deuses do Caos.
Quando falamos em caos observamos que desde os primórdios esta é a área em
que poetas e cientistas sempre caminham juntos. Os primeiros e antigos teóricos sobre
o caos iniciaram falando de Deuses, e descreveram os mitos a luta entra o Caos e à
ordem.
O Caos (σάορ) é descrito nestas primeiras manifestações literárias, entre
aproximadamente 2500 e 4000 anos, e foi narrado através de vários outros mitos e em
diferentes teorias filosófico religiosas.
Analisando o conceito de caos nas antigas civilizações, se iniciando pelo texto
sumério da criação, o Caos é entendido como o estado primordial, o acaso, o ilimitado e
sem forma. Já a palavra cosmo, cuja origem encontra alicerces na
palavra grega “κόσμος”, no aspecto essencialmente científico, é o universo ordenado,
uma estrutura causal e limitada e se contrapõe ao conceito de Caos.

A cosmogonia sumeriana cita que no principio havia um “oceano primordial”, o


caos, representado por Tiamat.
Os textos sumérios e bíblicos são descritos como se o Deus criador eliminasse o
caos e fizesse a criação ordenada separando a luz das trevas.
Enuma Elish:

"Quando no alto não se nomeava o céu,


e em baixo a terra não tinha nome,
do oceano primordial (Apsu), seu pai;
e da tumultuosa Tiamat, a mãe de todos,
suas águas se fundiam numa,
e nenhum campo estava formado, nem pântanos eram vistos;
quando nenhum dos deuses tinha sido chamado a existência...”

Bíblia:

Observando o livro do Gênesis podemos observar a frase:

“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face


do abismo; e o Espírito de Deus pairava sobre a face das
águas.” Gênesis 1:2

Analisando as escrituras hebraicas, o significado da frase, “sem forma e vazia”


esta relacionada a um estado acausal, primordial. antes da existência de um universo
ordenado.
Tohu em hebraico representa o “sem forma e sem estrutura”, a palavra Bohu
significa vazio e também sombrio.
E a palavra “Tehom” (em hebraico) significa profundeza, oceano primevo, seria a
“grande profundeza das águas primordiais” (do caos). Essas três palavras estão
diretamente relacionadas às descrições caóticas obscuras primordiais.
A Deusa Tiamat é comparável ao Oceano primevo citado na passagem do
Gênesis, sendo que a palavra hebraica para se referir ao “Grande Abismo das águas
primordiais”, “a profundeza” e “o abismo”, possui a mesma raiz etimológica que Tiamat.
Este é apenas um exemplo do que os hebreus absorveram dos sumérios. Havia
uma época em que os hebreus não eram monoteístas, porém se baseavam a acreditar
na supremacia de um único Deus. Isto era considerado monolatria, apenas mais tarde o
culto hebraico se tornou monoteísta, e passaram a considerar os outros Deuses falsos
ou inexistentes.
Isto pode ser observado na bíblia, onde ela admite diversas vezes a existência de
outros Deuses, como exemplo nestas duas passagens:
“O senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu
glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando
maravilhas?” Êxodo 15:11

“Agora sei que o senhor é maior que todos os deuses; porque


na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou.” Êxodo
18:11

Ainda na bíblia, no Evangelho segundo João, que foi escrito mais tarde e é
seguido pelos cristãos, também podemos observar claramente o entendimento da
oposição entre Logos (verbo), o princípio cósmico da Ordem e o Caos, que seria as
trevas, sem limites, parte do estado primordial cujo Deus criador tem o propósito de
separar a luz das trevas para ordenar e limitar o mundo.

“No princípio era o Logos,


e o Logos estava com Deus,
e o Logos era Deus
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por intermédio dele,
e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida,
e a vida era a luz dos homens;
a luz resplandece nas trevas,
e as trevas não prevaleceram contra ela.”

A demonologia mesopotâmica é baseada na grande rivalidade entre os Deuses


do caos e os Deuses da ordem. A história se inicia quando Tiamat, em uma reação
contrária a criação, cria um exército de 11 criaturas, monstros, cujo objetivo é matar
Marduk (o Demiurgo) e exterminar todos os deuses que nasceram de Apsu e Tiamat.
Além das 11 forças criadas por Tiamat na luta contra Marduk, os mitos
mesopotâmicos ainda descrevem diversas forças conectadas ao Dragão do Caos.

ebitti
Os Sete (Sebitti), também conhecidos como “as armas proibidas”, em origem,
são as personificações do caos primordial, indefinido e sem forma e são citados durante
a batalha entre Erra/Nergal e Marduk.
Nergal, o Deus da morte e da guerra e também das doenças é marido de
Ereshkigal, a Rainha dos Mortos e do Mundo subterrâneo. Nergal é capaz de abrir os
umbrais do submundo para permitir a passagem de uma alma. Erra/Nergal, o senhor do
submundo pretende através dos Sete aniquilar o Cosmo e Marduk.
Os mesopotâmios identificavam Os Sete como detentores da morte, do caos, das
maldições, das doenças e das pragas. Os Sebitti eram mais ativos nas guerras
enquanto Erra matava por doença. Tudo indica que os Sete são descendentes
longínquos de Tiamat (possuindo a mesma essência caótica).
Segundo o mito, Os Sete produzem “um vento mau”, chamado também de “o
vento que derrota a Terra”. Os Sete são portadores da “nuvem da morte” capaz de fazer
todos os Deuses cósmicos serem obrigados a fugir de seus domínios e são poderosas
armas que poderão aniquilar Marduk.

Sigilo dos sete

Pasittu: (do vocábulo da Mesopotâmia "Aquela que tudo elimina"), a Rainha da


Lua Vermelha, está diretamente conectada aos Sete (Sebitti). Pasittu está ligada a
Suruppu (uma doença causada pelas águas das enchentes), ela é a verdadeira
personificação de Mimma Lemnu (algo terrível) e realiza os Bennu (ataques) com uma
extrema facilidade.
Lamashtu é a senhora dos Muttabriqu (Relâmpagos) e do Idiptu (Vento).
Pasittu e Lamasthu estão diretamente ligados aos guardiões dos portais do
chamado Sub-Mundo, sendo eles: Engidudu, Endushuba, Endukuga, Endashurimma,
Ennugigi, Enuralla/ Nerulla, Nerubea.
Lamasthu é a assassina de crianças, ela tem conexão com o aborto e a morte no
berço, além de causar danos às mães gestantes. Ela também destrói a natureza,
infestando rios e lagos e disseminando doenças e mortes. Simbolicamente isto
representa a antítese da procriação, porém ela leva as crianças mortas a seu próprio
reino.
Lamasthu pode fazer com que os seres que não estão em harmonia com suas
energias inconscientemente absorvam uma alta carga negativa, os levando a auto-
destruição, enquanto os seres que estão em harmonia com sua energia acausal possam
absorver esta energia conscientemente e usá-la para a busca pelo regresso à origem.

Lamasthu em caracteres cuneiformes:

Lamasthu
s eiticeiros
s feiticeiros eram temidos pelos Babilônicos, eles exerciam suas tarefas
durante a noite e realizavam trabalhos direcionados aos Deuses do Caos. Os
feiticeiros que possuíam esta conexão com os Deuses obscuros eram
designados por diversos nomes que fazem referência a seus poderes.

O feiticeiro é “aquele que age”, mas também aquele “que envenena”, ele é "aquele que
cerca”, e também aquele que “maneja a saliva”, considerada o veneno das Serpentes/
Dragões.
Os sacrifícios e oferendas tinham um papel preponderante nas cerimônias do
culto, carneiros e cereais eram servidos em baixelas de ouro e prata.
Os encantamentos eram frequentes na sociedade mesopotâmica, os bruxos e
feiticeiros fabricavam estatuetas (por exemplo, de pasta ou cera) e se dava a forma da
pessoa a quem queria atingir, geralmente colocavam na estatueta algo do corpo da
vítima, como cabelos ou unhas, além de em algumas ocasiões vestir a estatueta com
algum tecido em que a vítima teria usado.
O mago negro durante a cerimônia exerceria sevícias sobre a estatueta, seguido
de fraturas ou profundas perfurações.
Havia também trabalhos de Necromancia, onde evocavam os mortos para que
posteriormente fossem oferecidos oráculos aos feiticeiros. Os ritos poderiam ser feitos a
Nergal, que é capaz de abrir umbrais do submundo permitindo a passagem do morto.
De acordo com a crença mesopotâmica os mortos apareciam em sonhos ou como
sombras. As evocações Mesopotâmicas ocorriam através de libação e sangue de
carneiro, em que as almas dos mortos se atraiam com o odor do sangue.
Ereshkigal na suméria era chamada de Rainha dos Mortos e do Mundo
subterrâneo. As sombras dos mortos pertencem a Ereshkigal. Portanto o feiticeiro ou
mago antes de realizar um ritual de Necromancia deve dar um sacrifício de sangue para
a deusa da morte.
hriman e as ostes nfernais no
oroastrismo
oroastro também descreveu a guerra entre o caos e a ordem em um
dualismo cosmológico. Mesmo com algumas incertezas sobre sua existência
histórica, Zoroastro é considerado uma grande figura religiosa do Irã pré –
Islamita.

Ele foi responsável por transmitir seus ensinamentos religiosos através da tradição
oral. Zoroastro modificou o antigo panteão Iraniano, mas não o omitiu, por trás desse
monoteísmo se esconde muitos aspectos do panteão indo-europeu original. Pode-se
dizer que Zoroastro foi um reformador e não um revolucionário.
Baseado em um monoteísmo Zoroastro reconhece a singularidade dos Deuses
em um único Deus, Ahura Mazda (O Demiurgo), onde segundo seus fieis é chamado de
“soberano” e “supremo”, o deus supremo e único, "o grande criador".
Sete entidades abstratas refletem emanações ou aspectos de Ahura Mazda (O
demiurgo) na mitologia, são os Amesha Spentas.
Os Amesha Spentas são: Spenta Mainyu ("Espírito Santo"), Vohu Manah ("Bom
Pensamento"), Asha Vahishta ("Retidão Suprema", “Ordem"), Spenta Ameraiti
("Piedade Sagrada"), Khashathra Vairya ("Governo Ideal"), Hauravatat ("Perfeição"),
Ameretat ("Imortalidade").
De acordo com o mito, Ahura Mazda (O Demiurgo) tem um inimigo
chamado Angra Mainyu (ou Ahriman), também conhecido como “o espírito do mal”.
Zoroastro, diferente dos judeus, compreendia que o caos e a escuridão amorfa
era a antítese da ordem e da criação.
Na teologia da criação no Zoroastrismo, o primeiro dos arcanjos, Spenta Mainyu,
tem um irmão gêmeo chamado Angra Mainyu (o destruidor). Ambos surgiram na origem
do ciclo cósmico e separaram-se por sua livre escolha.
Isto pode ser identificado com a teologia da criação na cabala citado no texto
anteriormente, quando YHWH emitiu sua ”totalidade divina” (Pleroma) fazendo surgir a
árvore da vida e as 10 Sephiroth, e em contrapartida, ao mesmo tempo em “Ain Soph”
surgiu forças adversas que desejavam permanecer no sagrado repouso da não
existência do universo criado para se manter a união do não-eu, o vazio e as trevas.
Ahura Mazda no zoroastrismo é identificado como aquele que repele as trevas
frias e mortas onde se compraz o “espírito mal”.
Isto também pode ser identificado com as passagens nos textos sumérios e
bíblicos, onde são descritos como se o Deus criador eliminasse o caos e fizesse a
criação ordenada separando a luz das trevas
Ahriman é a grande serpente, hostil e destruidora, é o Caos que clama além das
estrelas ,a antítese do universo criado que reside nas Trevas do Vazio Imenso e busca
destruí-lo juntamente com toda a criação de Ahura Mazda. Todos aqueles que
compreendem claramente a vontade de Ahriman poderão passar além das portas da
criação e penetrar nos abismos.
Ahriman é a fonte de escuridão, é a porta e o caminho para a escuridão amorfa e
a libertação do espírito. Ele age quebrando todos os liames e emitindo suas energias
acausais.
Junto a Ahriman existe um numeroso exército demoníaco na batalha contra
Ahura Mazda.
Aeshma é o mensageiro de Ahriman, é o demônio da ira, é a antítese de Asha
Vahishta , o Amesha Spenta . Aeshma destrói o pensamento da criação e esta ligado
a violência na guerra.
Aka Manah é a “mente maligna”. Ele é a antítese de Vohu Manah e também
está ligado a intuição sutil, levando o indivíduo a ver a verdade sobre este mundo e
consequentemente a ter "maus pensamentos" e “propósitos malignos”. Ele recria o
indivíduo para a manifestação de Ahriman. Ele está ligado a doenças, mortalidade e a
decomposição.
Apaosha é o grande cavalo negro e foi criado por Ahriman. É o demônio da
seca, o inimigo de Tishtrya (anjo da chuva), que é representado por um cavalo branco.
Astovidad é o poderoso demônio da morte e da doença cujo Ahriman deu
grandes poderes.
Jeh, a predadora, consorte de Ahriman. O demônio feminino das sombras
amorfa que luta pela destruição da existência e consequentemente deste mundo criado.
Druj Nasu, o demônio feminino que tem forma de mosca. No zoroastrismo é
condenado o sacrifício de sangue, e também é recomendado que se afaste o corpo do
morto, além de considerarem os restos mortais como fonte de impurezas. Druj Nasu
assume a forma de mosca para adentrar na carne e na matéria morta, se alimentando
da carne dos mortos e despertando o espírito não-criado.
Há também os Yatus, que são um grupo de magos/ feiticeiros. Demônios que
estão ao lado de Ahriman.
Dahark, o demônio imortal. Azi Dahak é aquele que trás tempestades, pragas e
doenças, é prole de Ahriman. O Dragão de três cabeças que segundo o mito foi
acorrentado pelos falsos deuses na montanha Damavand, pois ninguém poderia matá-
lo porque ele é imortal. Mesmo preso, AZi Dahak continua sem cessar a emitir sua
força acausal. Azi Dahak, que segundo o mito se libertará e irá contaminar a água e a
vegetação, irá matar grande parte dos seres humanos e se unir a Aeshma-Diva (O
Deus da Ira) e ao grandioso exército de Ahriman para transformar o mundo em cinzas.
Tanto no zoroastrismo como na antiga escatologia Iraniana, é anunciado o fim do
ciclo cósmico, o crepúsculo dos Deuses.
Zoroastro e os demais adoradores do Demiurgo (inclusive da religião primitiva)
anunciam o fim do ciclo cósmico e logo depois o nascimento de uma nova idade de
ouro. De acordo com os adoradores de Ahura Mazda, se o ”bem” triunfa, esta
transformação tem por meta que o mundo seja imortal por toda a eternidade.
Mas sabemos que este mundo é finito e Ahura Mazda é mortal, por isso a nova
idade de ouro anunciado por Zoroastro e os adoradores do Demiurgo nunca existirá.
truscos e a ombra da orte
m dos primeiros passos do adepto ao começar adquirir uma sabedoria
suprema é a glorificação da morte, pois a morte é a musa da filosofia
gnóstica. A glorificação da morte é de certa forma um dos pontos mais
importantes dentro da nossa tradição, porque somente através dela podemos

nos libertar totalmente deste mundo.


As pessoas muito apegadas a vida são aquelas que não compreendem a
realidade e por isso elas sentem um grande temor ao pensar sobre a morte. A morte de
certa forma é a passagem mais marcante para se atingir a liberdade e obter o eterno.
Dentro de diversas civilizações há a glorificação da morte, e um dos exemplos
seria a civilização etrusca. A Civilização Etrusca ainda possui muitos mistérios, tanto em
relação a sua origem quanto em relação a sua espiritualidade.
A religião etrusca é diferente tanto da grega como da romana. Em todas suas
grandes e desenvolvidas cidades-estados reinava um senso comum em especial: Era a
espiritualidade intimamente ligada à morte.
Em todos os setores funerários, todos os ritos de sangue, ou até mesmo em
guerras, sempre havia representadas em pinturas, temidas e cultuadas entidades que
representavam a morte no mundo Etrusco.
Algumas pinturas mostram sacrifícios humanos realizados a Charun/ Caron/
Caronte: o Demônio da Morte que é representado geralmente com um martelo em suas
mãos e que frequentemente é relacionado ao barqueiro do inferno grego.
Os Etruscos ficaram conhecidos por construírem verdadeiras cidades para seus
mortos. São as chamadas “Necrópoles”, com uma organização sistemática,
demonstrando toda a centralização no pós-morte. Em muitas tumbas a figura de Vanth
era presente na porta. Vanth é uma espécie de demônio vigilante. Como citado nos
pergaminhos, ela é "Aquela que corteja impiedosamente o trajeto dos mortos com
tochas". Simbolizava os âmbitos invioláveis da morte. Tudo que era morto estava sob
sua vigilância e seu cortejo.
Tal relação da íntima preservação dos ambientes mórbidos Etruscos era a
autoridade que os mortos mantinham sobre os vivos. Os Ancestrais eram adorados não
somente como entes queridos após a morte, mas como os próprios Deuses. Os espíritos
libertos viriam a se tornar um Deus espiritual, ultrapassando os limites deste mundo
criado, libertando-se infinitamente. Por tal motivo a morte dificilmente era lamentada. As
necrópoles mostravam grandes festejos em suas passagens, senhores ricos construíam
seus sarcófagos decorados anos antes de sua morte, já se preparando para tal
processo.
anth

Vanth, o demônio feminino alado, era tradicionalmente parte dos cultos etruscos.
Ela sempre estava representada na arte funerária, caracterizando a capacidade de
viagem entre diferentes dimensões, mantendo uma íntima ligação com o demônio
Charun. Ambos simbolizando sempre a morte e seu processo de transição para a
eternidade etrusca, o "tornar-se um deus espiritual". A arte etrusca contida nos aspectos
funerários e suas celebrações sempre deixou bastante evidente a face violenta do
demônio Vanth, tal qual estava presente em figuras relacionadas aos abates,
extermínios, sacrifícios, etc. Urnas funerárias de guerreiros eram frequentemente
adornadas com a figura do demônio da tocha.
A relação de Vanth com a morte nos cultos etruscos vai desde o início até o
ponto final do processo espiritual de passagem, ela é retratada em várias imagens em
diferentes momentos da morte, estando presente em todos os mais diversos momentos
quando se está prestes a morrer. Os etruscos acreditavam que a presença de Vanth era
dominante em todos os âmbitos de morte, desde o leito de um doente a um guerreiro
recém abatido em combate; tudo conduzia ao cortejo ao submundo.
Vanth é claramente o demônio da transição, a companheira e guardiã mórbida.
Aquela que junto ao espírito caminha para a eternidade, além deste mundo criado.
Algumas fontes errôneas colocam Vanth como uma entidade “benevolente”, mas
tal afirmação cai por terra por suas associações a outros demônios e sua natureza
essencialmente obscura, mantendo sempre uma posição extremamente violenta perante
a vida.
Seus simbolismos são metodicamente aplicáveis a todo o processo de morte. Sua
tocha, sempre em suas mãos, simboliza a iluminação do caminho rumo à eternidade
para fora deste mundo criado, adquirida através da morte, caminho este que era
buscado incessantemente pelos etruscos.
Por vezes Vanth era encontrada acompanhada, não se sabe ao certo se eram
espíritos livres ou outros demônios.
harun

Certamente o demônio com mais simbolismos e diferenças interpretativas.


Charun é semelhante ao Caronte grego. Uma dificuldade na interpretação desse
demônio é a concepção de submundo aplicável no Caronte grego e nas diferentes
características dos etruscos sobre tal visão. Diferente de seus vizinhos gregos, sua
forma de atividade possuía algumas funções próprias.
Charun é retratado sempre com um martelo, uma ferramenta mística na
civilização etrusca, muitas vezes acompanhado pela deusa Vanth. Sua aparência
muitas vezes é representada com um aspecto aterrorizante e macabro, tendo orelhas
pontudas, barba e vestindo uma túnica curta, sendo muitas vezes usado para espantar
outros espíritos, porém apesar de sua representação, os etruscos mantinham uma
ligação tão intensa com a morte que tais demônios não eram considerados algozes, mas
sim, verdadeiras sentinelas da morte, guias espirituais de suma importância (talvez até
mais que os próprios deuses da religiosidade dominante e mais popular).
Apesar de teoricamente Vanth possuir a finalidade de "santificação" da morte e
de suas necrópoles e túmulos, Charun tinha a função de selar o mórbido.
A mitologia etrusca tinha como característica sepultar seus mortos com objetos
pessoais, vestes funerárias próprias e utensílios místicos importante no processo de
transição.
Estes demônios, essencialmente guardiões de tudo que é morto, influenciavam
também a vida. A crença nas maldições dos demônios em relação aos seus domínios
(necrópoles, túmulos, mortos) era extremamente influente, e tais demônios eram temidos
até por altos sacerdotes, classe considerada mais “importante” da civilização, devido aos
seus místicos poderes premonitórios, que é uma incógnita ate os dias atuais.
O foco além da vida sempre é guiado por esses guias espirituais obscuros, ora
confundidos como benevolentes devido à visão etrusca que via a positividade na
transição e a negatividade no apego a limitação vital.
uchulcha

É o demônio mais complexo nos estudos devido a suas mesclagens e


interpretações diversas. Muitas vezes ela é tratada como Charun, outras como um
demônio único devido a características femininas ou até mesmo como o demônio maior.
Ela é representada em pinturas de mortes, igualmente aos outros. Violenta,
presente em sacrifícios de sangue, possui dentre os demônios a aparência mais
grotesca e mais ameaçadora. Ela se apresenta com cabelos de cobras (simbolizando o
despejar do veneno) que era a propagação de pragas e desgraças ao mundo dos vivos.
Com necrópoles luxuosamente decoradas e avançadas em sua engenharia, com
pinturas detalhadas da vida do morto, levantam a enigmática essência de exaltar a
morte. Esse é o grande marco dessa civilização extremamente mística, conduzindo
todos os seus caminhos a uma elevação suprema e eterna, seja em sua arte, seja em
sua postura para com a vida. Mesmo não havendo uma centralização sistemática nos
cultos de cidade para cidade, o senso comum da busca pela eternidade, focando a vida
no pensamento e filosofia pós-vida, era sempre presente.
Os etruscos em todas as suas fases até o final da civilização sempre estiveram
acompanhados ao culto da sombra da morte.
ecromancia
xistem diferentes cultos ligados a Necromancia espalhados pelo mundo, os
processos para se evocar e praticar variam de cultura para cultura. Através
da Necromancia juntamente com a prática de Magia Negra é que nós
poderemos trabalhar com os espíritos dos mortos ligados a Sitra Ahra.

A comunicação entre os vivos e os mortos ocorre através da emissão, ou seja,


através da captação de vibrações do espectro.
Necromancia é a arte de evocar os mortos. É através dela que podemos obter
conhecimento (Gnosis) provindo dos mortos. A palavra Necromancia etimologicamente
vem do Grego e quer dizer morte (necro) e adivinhação (mancia). É a evocação dos
mortos para que posteriormente sejam oferecidos oráculos.

uimbanda, o ulto ecromantico

Como foi dito anteriormente, há diversos cultos Necromanticos espalhados pelo


mundo. Um dos cultos mais expressivos ligados ao caminho da “mão esquerda”, à
Magia Negra e a evocação dos mortos é a Quimbanda.
A partir de agora, este livro será dividido em duas partes. Primeiro será feito um
breve resumo apresentando esta tradição brasileira, contando sobre sua história, sua
origem, descrevendo sobre quem são os exus e suas divisões.
Na segunda parte serão explorados alguns aspectos esotéricos da Quimbanda e
suas conexões com Sitra Ahra de acordo com nossa própria prática esotérica.
arte I
Capitulo 1
s rigens do ulto
A Quimbanda é um culto Necromantico e de feitiçaria, ela é uma síntese entre
cultos africanos, bruxaria europeia e elementos indígenas, e reúne elementos
extremamente obscuros, poderosos e destrutivos.
É muito difícil definir com precisão a origem do culto, diferentes histórias e
conceitos são descritos de diferentes formas em várias literaturas. O que sabemos é que
suas raízes africanas vêm dos Bantos, dos povos de Angola-Congo que praticavam o
culto aos Mkisi/ Nkisis.

Algumas literaturas retratam que durante o processo de colonização da África, os


portugueses tiveram contato com os Reinos Bantos, e que mais tarde, o rei do Congo
(Manikongo), descendente do primeiro ancestral Congo divinizado ”Tatá Akongo” se
converteu ao catolicismo junto com seus súditos.
Manikongo,que se chamava Nzinga Nkuwu, converteu-se ao cristianismo em
1485, e passou a adotar o nome João I. Nzinga Nkuwu governou o Congo até o fim de
sua vida, que foi aproximadamente até o ano de 1506. Este foi um período conturbado,
havendo o choque entre as culturas que influenciou até mesmo dentro da política local.
Durante o processo de colonização na África, os sacerdotes cristitas já haviam
demonizado o Exu (Orixá) por carregar o símbolo fálico, receber oferendas sangrentas,
dentre outros motivos, além, claro, da igreja católica sempre ter tido a necessidade de
combater os outros cultos.
Após a morte de Nzinga Nkuwu, seu filho, que se chamava Nzinga Mvemba, e
que adotou o nome de Afonso I, se tornou o governante do Congo. Afonso I
estabeleceu o cristianismo como a religião oficial do reino.
Uma parte banta não aceitou a catequização, e como forma de oposição resolveu
reunir obscuros elementos em seus cultos e a fazer sincretismos com as forças
contrárias ao cristianismo.
O processo escravocrata trouxe ao Brasil milhares de Africanos, várias nações
foram espalhadas por todo território, consequentemente, os bantos dos dois grupos
(evangelizados e os que não aceitaram a evangelização) começaram a manter contato
com os índios tupis-guaranis. O índio brasileiro também foi um povo massacrado e
agredido no processo europeu de colonização. É interessante notar que os sacerdotes
africanos e os xamãs indígenas exerciam as mesmas funções em suas tribos.
Dentre os índios também começaram a existir dois grupos: Aqueles que
aceitaram a catequização e aqueles que não aceitaram, se identificando com os
opositores do Deus cristão. Com todos esses acontecimentos simultâneos o Brasil se
tornou um local perfeito para o surgimento de um culto totalmente agressivo e obscuro.
Surge então a Quimbanda.
A Quimbanda possui relações com os Ambundus e seus cultos Mortuórios, com
os Akwá Mbondu, (e a prática que este povo tinha de curandeirismo e uso de ervas
com métodos de adivinhação e possessão), dentre outras tribos africanas, além do
sincretismo com o culto Nagô e também com os cultos dos pajés.
Pode-se dizer então que a Quimbanda surgiu de um forte sistema de culto tribal
de feitiçaria africana juntamente com os mitos de terror do folclore pagão (europeu e
ameríndio), além, claro, da forte negação ao cristianismo.
Capítulo II
iferença ntre xus
É muito importante deixar bem claro que a Quimbanda não é e nunca foi uma
ramificação da Umbanda. Muitas pessoas sem conhecimento afirmam que a Quimbanda
é uma mera "vertente de esquerda" da Umbanda, o que de fato não passa de uma
mentira. Os fundamentos da Umbanda são totalmente diferentes e possuem uma forte
influência cristã.
Outra coisa que deve ser deixada bem clara é que na Quimbanda não há culto
aos Orixás, ou seja, neste culto os Exus não respondem aos Orixás. Também não
menos importante é saber que existem diferentes tipos de Exus em cada culto.
Dentro do Candomblé, da Umbanda e da Quimbanda, apesar de existirem “Exus”,
eles são essencialmente diferentes e cada culto possui seus próprios fundamentos que
são muito diferentes.
Exu é identificado como aquele que “abre os caminhos”. Ele detém as chaves
para todos os caminhos que estão fechados. Exu pode trazer grandes bênçãos como
também morte e maldição.
Algumas diferenças são:

EXU ORIXÁ – Este Exu não possui nenhuma ligação com a Quimbanda. Dentro
do Candomblé ele tem a mesma posição e importância que os demais Orixás, assim
como Oxossi, Ogum, Iemanjá, Iansã, Logun Ede, Oxum Maré e etc. Deve ser cultuado
como Orixá, tem rito de raspagem (iniciação onde o adepto raspa os cabelos e
sobrancelhas, passa alguns dias confinado em um quarto e é interligado com seu Orixá).

EXU BARÁ – Também não possui nenhuma ligação com a Quimbanda. Eles são
os Exus que trabalham diretamente fazendo a vontade dos seus respectivos Orixás,
fazem parte do Candomblé, porque alguns com raras exceções se manifestam na
Umbanda.
Exemplo: Exu Lalu é o Exu que trabalha nas vontades de Oxalá, Exu Alaketu, é aquele
que trabalha muito com Oxossi, Exu Lonan - senhor da porta, que trabalha com Ogum,
etc.

Dentro da Quimbanda há apenas dois tipos de Exus

EXUS PRIMORDIAIS - "Nascido primeiro", "primordial". São as divindades que


nasceram em primeiro lugar. Como exemplo: Exu Maioral Lúcifer, Exu Belzebuth, Pomba
Gira Alteza, Pomba Gira Dama do sangue, etc.

EXUS CATIÇOS - São aqueles que já tiveram encarnação nesse mundo e


conseguiram posição de destaque e um "batismo" no mundo espiritual, se tornando
Exus. São espíritos de antigos bruxos, sacerdotes, feiticeiros, assassinos, dentre outros
que se encaixam na vibração energética do culto. Alguns exemplos são: Exu Capa
Preta, Exu Morcego, Tatá Caveira, Pomba Gira Rosa Caveira, etc.
Algumas imagens de Exus:
apitulo III
ferendas

Quando realizadas as cerimônias de invocação dos Exus ou durante a prática


dos rituais, é necessário fazer uma oferenda à entidade que está sendo solicitada. As
Oferendas e Rituais costumam ser realizadas as segundas e sextas-feiras.
Algumas oferendas tradicionais geralmente são: velas preta, vermelha e roxa,
bebidas, marafo, cigarros, cigarrilha, charutos e sacrifícios.
As oferendas que são direcionadas aos rituais devem ser feitas de acordo com o
entidade que será invocada e o propósito do ritual em si. Por exemplo, para Exus são
oferecidos charutos, bebidas destiladas, enquanto que para Pomba Giras são oferecidos
cigarrilhas, vinho, champanhe.
Algumas coisas que costumam ser usadas são: Facas, punhais, tridentes, capas,
alguidar, pólvora, pregos de caixão, terra de cemitério, sangue, ossos, etc.
Os rituais e oferendas geralmente são realizados em cemitérios, catacumbas,
encruzilhadas, cruzeiros, matas, praias e rios. Quando o ritual é realizado em local
fechado é necessário após seu término que as oferendas sejam "despachadas" em
alguns desses locais citados acima.

Todos os tipos de oferendas aos Exus devem ser entregues em numero ímpar.
Exemplo: 7 velas , 3 charutos, 1 garrafa de bebida, 7 pregos etc.

Em verdade, nenhuma entidade faz uso das oferendas físicas. As oferendas são
veículos de energia, e, por isso, nós somos quem necessitamos oferecer para que possa
surgir uma ligação entre quem está ofertando e quem está recebendo. Ela é uma
ferramenta que facilita a conexão entre o adepto e a entidade.
eitiços e ferendas
Na Quimbanda existe a tradição de se entregar regularmente oferendas
tradicionais como forma de demonstrar devoção aos Exus e Pomba Giras, aumentando
assim a ligação energética entre o adepto e a entidade.
Essas oferendas são entregues geralmente em cima de um altar, ou no chão ao
redor de estátuas que representam as entidades. Elas devem ser entregues sempre nas
sextas ou segundas-feiras, e consistem de velas, charutos, cigarrilhas e bebidas
(aguardente e bebidas doces).
Para os Exus são servidos aguardente, conhaque, whisky, sempre em um copo
de vidro que nunca tenha sido utilizado para outro fim. Para as Pombas Giras são
servidas bebidas doces, como champagne ou vinho em uma taça, de preferência
vermelha.
O adepto deve acender o charuto e dar sete tragadas, em seguida ele deve
colocar sobre a borda do copo que contém a bebida para os Exus. Depois deve ser
aceso uma cigarrilha, e novamente dar sete tragadas, colocando a cigarrilha sobre a
borda da taça que contém a bebida para Pomba- Giras.
O adepto pode também oferecer sete charutos e sete cigarrilhas, acendendo-os
da mesma maneira descrita acima e colocando-os deitados sobre 7 caixas de fósforos.
Cada caixa de fósforo deve ter 7 palitos para fora. Por último ele deve acender as
velas, que podem ser pretas, vermelhas ou vermelhas e pretas.
É importante ressaltar que as oferendas sempre devem ser servidas em número
ímpar. As oferendas são deixadas durante sete dias, após esse período, o adepto deve
recolher as cinzas e restos de velas e despachar em uma encruzilhada ou cemitério. As
bebidas que restarem devem ser jogadas no chão em formato de "x".

Oferenda para Exu 7 Catacumbas

Itens necessários:
- 7 velas pretas
- 1 garrafa de conhaque
-1 copo virgem de vidro
- 7 charutos
- 7 caixas de fósforos
- 1 pano vermelho
- Uma bacia de barro virgem
- Um coração ou fígado de boi
- Farofa, pimenta vermelha, azeite de oliva ou azeite de dendê.
Acenda 7 velas pretas em cima de 7 catacumbas seguidas, cada vela deve ser
colocada em cima de cada catacumba. Após acender as velas abra uma garrafa de
conhaque e derrame em cima de cada uma das 7 catacumbas fazendo o formato de um
círculo ao redor de cada uma das 7 velas.
Derrame o restante da bebida dentro do copo virgem e coloque ao lado a garrafa
em cima da última catacumba. Acenda 7 charutos e dê 7 baforadas em cada um.
Coloque cada charuto em cima de cada uma das 7 catacumbas. Os charutos
devem ser acompanhados por 7 caixas de fósforos, sendo que cada caixa de fósforo
deve ficar com 7 palitos para o lado de fora. Cubra a última catacumba com um pano
vermelho e colocar em cima do pano um prato ou bacia de barro (Virgem) acompanhado
com um coração ou fígado de boi. O coração ou fígado pode ser coberto com farofa,
pimenta vermelha, azeite de oliva ou azeite de dendê.
Após o término da oferenda, faça uma saudação ao Exu das 7 Catacumbas, dê 7
passos para trás olhando para a oferenda. Após contar os 7 passos virar de costas e ir
embora sem olhar para atrás.

Oferenda para exu Pinga Fogo

Itens necessários:
- Pólvora
- 7 velas vermelhas
- Um maço de cigarro
- 1 garrafa de pinga

Esta oferenda deve ser realizada em uma rua sem saída. Abra um tubo de
pólvora e derrame 7 punhados no chão com distancia de 30 centímetros um do outro.
Coloque 7 velas vermelhas em cima de cada um dos 7 punhados de pólvora.
Certifique-se que as velas estão colocadas de forma que antes de chegar a seu término,
ela queime a pólvora que esta ao seu redor.
Após acender as velas abra um maço de cigarros, coloque um cigarro aceso ao
lado de cada uma das 7 velas. O que restou do maço deve ser colocado ao lado da
última vela acompanha por uma garrafa de pinga que após aberta deve ter sua metade
derramada no chão em formato de X .
O que sobrar da bebida deverá permanecer dentro da garrafa, a garrafa deve ser
colocada ao lado da última vela, próximo ao maço de cigarros. Ao término da oferenda
feche os olhos e só abra novamente quando se virar de costas para a oferenda. Após
abrir os olhos vá embora sem olhar para atrás.
Oferenda para Exu Veludo

Itens necessários:
- 7 velas pretas
- 3 pedaços de carne fresca
- 1 prato de barro virgem
- Azeite
- Farofa
- 1 garrafa de whisky
- 1 copo de vidro virgem
- 1 caixa de fósforos
- 1 charuto

Acenda 7 velas pretas em uma encruzilhada e coloque os 3 pedaços de carne


fresca em um prato de barro virgem. Derrame por cima da carne um pouco de azeite e
farofa e abra uma garrafa de bebida fina, de preferência whisky.
Derrame no chão ou ao redor da oferenda até fechar um círculo. O que sobrar da
bebida coloque dentro do copo de vidro e abra uma caixa de fósforos (virgem) e coloque
7 palitos enfileirados com as cabeças para fora da caixa. Certifique -se que a caixa ficará
fechada com as cabeças dos fósforos prensados para fora. Acenda um charuto e dê 7
baforadas para cima. Logo após coloque o charuto em cima da caixa de fósforos ou em
cima do copo onde encontra-se a bebida. Vire-se de costas e vá embora sem olhar para
trás.
O trabalho a seguir tem como propósito canalizar os poderes destrutivos com o
auxílio dos poderes das entidades da linha do cemitério para prejudicar o inimigo.

Itens necessários:
- Um caixão preto pequeno de madeira
- 1 boneco de pano
- 7 velas pretas
- 1 Charuto
- 1 caixa de fósforo
- 1 garrafa de aguardente
- 1 copo de vidro
- 1 pequeno punhal
- Terra de cemitério
- Linha preta
- Pertences do alvo (foto, objeto pessoal, cabelo, unhas ou pedaço de roupa).

Em uma sexta-feira a noite, próximo da meia-noite, vá até um cemitério. Ao


chegar ao portão faça uma saudação as entidades da linha do cemitério antes de entrar.
Em seguida procure por um túmulo que seja todo preto e retire um punhado de
terra que esteja aos pés deste túmulo. Pegue o boneco de pano que irá representar o
alvo e escreva o nome da vítima. Finque o pequeno punhal no boneco e o coloque
dentro do pequeno caixão de madeira preto.
Em seguida coloque os pertences do alvo dentro do caixão juntamente com a
terra que foi coletada. Enrole o caixão com a linha preta até que fique bem lacrado. Em
seguida enterre o caixão aos pés do túmulo preto e conte sete túmulos para o lado
esquerdo a partir do túmulo preto.
Coloque uma vela preta em cada um deles e acenda cada vela de forma que a
última vela a ser acesa seja a do túmulo preto. Enquanto as velas são acesas, mentalize
o sofrimento e destruição do seu inimigo, concentrando-se no poder das entidades da
linha do Cemitério.
Quando a última vela for acesa, coloque em cima do túmulo preto o copo de vidro
e encha com a bebida de aguardente, coloque a garrafa com o restante da bebida do
lado esquerdo do copo. Acenda o charuto e coloque em cima do túmulo a caixa de
fósforo e o charuto em cima dela.
Em voz alta, invoque as entidades do cemitério solicitando que elas levem dor,
sofrimento, destruição e morte ao seu inimigo. Dê sete passos de costas, se afastando
do túmulo preto, em seguida vire-se e vá embora sem olhar para trás.
Pedido ao Exu Tatá Caveira para prejudicar seus inimigos

Coloque dentro de uma tronqueira um coco seco e aberto no colo de uma imagem
consagrada ao Exu Tatá Caveira. Deixe-o repousar por 3 luas cheias e nesse período
coloque todos os dados dos inimigos que você pretende prejudicar. Adicione também
aguardente barata, pimenta e sangue. No clarear da terceira lua cheia, pegue o coco e
enterre-o no cemitério, de preferência em um cruzeiro, cova ou tumulo abandonado.

*******

Dentro da Quimbanda existem infinitos tipos de trabalhos, como por exemplo


trabalhos para proteção, vingança, morte, evolução espiritual, prosperidade, para abrir
caminhos, para mostrar devoções aos Exus etc. Existem muitas outras formas de se
realizar um trabalho e muitas outras oferendas, mas que por serem contra as leis dos
homens nós preferimos não descrever.
Trabalho para Exu da Morte
Capitulo IV
inalidade dos ontos antados e iscados
Pontos cantados são "invocações cerimoniais" e são utilizados para chamarmos a
entidade em questão, para nos “impregnarmos” de novas energias e para diversos
outros motivos.
Os pontos cantados são “cantos sagrados”, são fórmulas místicas usadas para
criar uma concentração necessária para a evocação, servindo também como um
identificador da entidade, e ao mesmo tempo um chamado. Eles são cantados
repetidamente pelos adeptos, auxiliando-os na concentração e ao mesmo tempo criando
e mantendo uma atmosfera através do ritmo e da frequência das músicas que são
cantadas, geralmente com o toque do atabaque, que é o instrumento usado nestas
“orações sagradas”, onde tradicionalmente nos templos de Quimbanda, estes
instrumentos são feitos a partir de madeira, ferragens e couro de bode.
O ponto riscado deve ser firmado às oferendas de determinadas entidades, como
uma demonstração de que aquela oferenda a pertence. Também usado para invocá-la
(conjurá-la) ou facilitar seu modo de trabalho e a sua presença.
Existem pontos riscados para determinados fins, exemplo: Pontos de
Apresentação, Pontos de Chamada, Pontos de Ataque (para vingar), Pontos de
Proteção.
Utilizamos os pontos cantados e os pontos riscados como chaves para abrir as
portas do inconsciente para a essência das obscuras emanações.

Abaixo vemos alguns exemplos de pontos riscados:

Maioral Lucifer Pomba Gira Rainha Exu Veludo Exu Sete Cruzes

Exu Rei Exu Sete Catacumbas Exu Pedra Negra Exu Pinga Fogo
Exu do Fogo Exu do Lodo Exu Morcego Exu do Cemitério

Exu Caveira Exu Capa Preta Exu Calunga Pomba Gira das Almas

Omulu Exu Tranca Ruas Exu Tiriri Exu dos Cemitérios

Exu dos Rios Exu Maioral Exu Tronqueira Exu Rei das Sete Encruzilhadas

Exu Tranca Ruas Exu Tranca Rua das Almas Exu Morcego Exu Veludo

Exu dos Ventos Exu Mirim Exu da Meia Noite Maria Padilha
Maria Quitéria Exu Kaminaloa Exu Pedra Negra Exu Sete Porteiras

Exu Sete Sombras Exu Tata Caveira Exu Sete Catacumbas Exu Sete Covas

Abaixo vemos alguns exemplos de pontos cantados:

Exu do Lodo
Sete facas espetadas
Na boca de uma garrafa
Sete facas espetadas
Na boca de uma garrafa
Eu vou chamar Exu do Lodo
Pra acabar com a sua raça !
Eu vou chamar Exu do Lodo
Pra acabar com a sua raça !

Exu Morcego
Voando em duas asas negras
Voando pelo mundo inteiro !
Voando em duas asas negras
Voando pelo mundo inteiro !
Na lei de Exu,
Exu Morcego,
É o Diabo que eu chamei primeiro !
Na lei de Exu,
Exu Morcego,
É o Diabo que eu chamei primeiro !

Exu Lúcifer
Satanás, Satanás
Lúcifer é Satanás
Satanás, Satanás
É um Exu, É Satanás
Lúcifer é Satanás,
Satanás, Satanás.
*
Deu meia noite.
Deu meia noite já !
Sete facas cruzadas em cima de uma mesa
Quem atirou foi Lúcifer
Para mostrar quem ele é.

Exu Capa Preta


Ao ver Exu na encruzilhada
Com ele não se meta
É ali que ele trabalha
O reino é de Capa Preta !

Maria Quitéria
Existe um Exu mulher,
Que não passeia à toa.
Quando passa pela encruzilhada
Maria Quitéria não vacila
Ela não faz coisa boa.

Rainha Figueira do Inferno


A Pomba Gira debaixo de uma
Figueira
Ela dançava envolta de uma
Fogueira !
A Pomba Gira debaixo de uma
Figueira
Ela dançava envolta de uma
Fogueira !
A Pomba Gira deu uma forte
gargalhada
Ela venceu os inimigos no meio
da encruzilhada !
A Pomba Gira deu uma forte
gargalhada
Ela venceu os inimigos no meio
da encruzilhada !

Maria Padilha
Cemitério é praça linda
Mas ninguém quer passear
Lá tem sete Catacumbas
Maria Padilha mora lá.
Mora lá,mora lá.
Maria Padilha mora lá.

Tatá Caveira
Portão de ferro
cadeado de madeira
Na porta do cemitério eu vou chamar Tatá Caveira.
*
Eu fico no portão do meu cemitério
Presto conta e tomo conta
Na porteira do inferno
*
Um pombo preto voou da mata
Voou e pousou lá na pedreira
Onde os Exus se reúnem
Mas o reino é de Tatá Caveira
*
Tatá Caveira chegou no Reino
Ele chegou para demandar
Eu vim buscar quem não presta
É para calunga que eu vou levar
*
E lá vai seu Tatá Caveira
Na porta do cemitério
Ele vai para bem longe !
Para as catacumbas do inferno

Exu Omolu e Tatá Caveira


Quando eu chego ao cemitério
Peço licença para entrar
Bato o meu pé esquerdo
Pra depois eu sarava
Mais eu saravo Omolu
Omolu !
Tatá caveira também
Assim faço a “obrigação”
Para o povo do além.

Exu João Caveira


Mas ele mora naquela morada
Onde não passa água
Onde não brilha o sol
Mas ele é João Caveira
Exu das almas,da calunga é !
Mas ele é João caveira
Exu das almas,da calunga é !

Exu Pinga Fogo


Exu é de lei, sua palavra não volta atrás
Exu é de lei, sua palavra não volta atrás !
Ele é Pinga Fogo, o melhor do Satanás

Exu Caveira
A porta do cemitério estremeceu
Veio todo mundo para ver quem era
Ouviu-se uma gargalhada na encruzilhada
Era seu Caveira com a mulher de Lúcifer.

Exu Mirim
Passei lá no cemitério
E vi um moleque lá
Pulava de cova em cova
A procurado do seu lugar
Que moleque era aquele
Era o Diabo

Exu Caveirinha (Exu Mirim)


Exu Caveirinha
venha trabalhar
levanta dessa tumba
faz pedra rolar
na mão esquerda a foice
na cinta o Punhal
vê se não sai da linha
pra não se dar mal !
Exu Foguinho do Inferno (Exu Mirim)
Eu era um menino muito lindo e formoso,
Hoje sou um capeta muito feio e tenebroso.
E no fogo a-ê
E no fogo a-á

No fogo eu nasci, no fogo me criei,


No fogo eu vivi e sobre o fogo do inferno onde eu reinarei !

Exu Tiriri
Matei um homem e fiz um buraco no chão
Mas o defunto no buraco não cabia
Eu vou chamar seu Tiriri para me ajudar
Quanto mais ele cavava mais defunto aparecia
Cava aqui, cava lá !

Pomba Gira Maria Mulambo


Quem é essa moça
Que vem estalando osso por osso
É Maria Mulambo
Que mora no fundo do poço !

Exu Omulu
Galinha Preta
7 Facas, 7 Velas
e 7 penas de Urubú!

Galinha Preta
7 Facas, 7 Velas
e 7 penas de Urubú!
É lá na calunga
que vou saudar seu Exu Omulu !

É lá na calunga
que ou saudar seu Exu Omulu !

Exu 7 Cruzes
Exu é Sete Cruzes
Sete Cruzes ele é.

Carrega as Sete Cruzes


Pro compadre Lúcifer.
apitulo V
einos e inhas
Reino: Área extensa aonde trabalham as entidades. Existem sete reinos, e para cada
reino existem nove povos (área determinada de cada reino) de Exu, para cada povo de
Exu temos seu respectivo Chefe.

Os Reinos de Exu são:

Reino das Encruzilhadas


Este reino é chefiado por Exu Rei das Sete Encruzilhadas e Pomba Gira Rainha
das Sete Encruzilhadas. É nas encruzilhadas onde se concentram todos os poderes
vindos das quatro direções, é onde se cruzam o mundo dos vivos e o mundo dos
mortos, é onde vários caminhos se unem. Consequentemente é um dos locais mais
importantes dentro do culto.

Reino dos Cruzeiros


Chefiado por Exu Rei dos Sete Cruzeiros e Pomba Gira Rainha dos Sete
Cruzeiros. Os cruzeiros representam os portais entre os mundos e por isso há
semelhanças com o reino das encruzilhadas.

Reino das Matas


Chefiado por Exu Rei das Matas e Pomba Gira Rainha das Matas. O reino das
matas é onde se encontram espíritos de índios, caçadores, xamãs etc. Tais espíritos
geralmente possuem características tribais e possuem um grande conhecimento sobre
ervas e sistemas de magia negra relacionados ao reino verde.

Reino dos Cemitérios (ou Kalunga Pequena)


Este reino é chefiado por Exu Rei e Pomba Gira Rainha dos Cemitérios, também
chamados de Exu Rei das Sete Calungas e Pomba Gira Rainha das Sete Calungas.
Geralmente no reino dos cemitérios é onde se encontram espíritos ligados a
maldições e doenças. Kalunga em dialeto Kikongo significa “Necrópoles”.
Reino das Almas
Este reino é chefiado por Exu Rei das Almas Omulu e Pomba Gira Rainha das
Almas. Os Exus destes reinos trabalham em hospitais, necrotérios, crematórios e
também em cemitérios.

Reino da Lira
Este reino é chefiado por Exu Rei das Sete Liras e Maria Padilha. São espíritos
que possuem alguma afinidade com arte, música, dança, poesia e boêmia.

Reino da Kalunga Grande (Mar)


Este reino é chefiado por Exu Rei da Praia e Pomba Gira Rainha da Praia. No
reino da Kalunga Grande é onde se encontram espíritos de pessoas que morreram no
mar ou perto das águas.
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Linhas: Organização e modo de trabalho das entidades. As linhas seriam como o


modo de trabalho das entidades sobre os povos e Reinos da Quimbanda, as linhas da
Quimbanda também são em número sete, possuindo cada uma sete Exus e os Chefes
de legiões.

Linha Malei
É a linha de Exu Rei. Esta linha rege e administra o reino de Exu.

Linha das Almas


É a linha de Omulu, encontra-se nesta linha espíritos vulgarmente conhecidos
como Omolus, suas moradas são os cemitérios, onde suas oferendas são feitas.

Linha do Cemitério ou dos Caveiras


É a linha de Exu Caveira. As manifestações dos Exus dentro desta linha muitas
vezes são na forma de caveiras. Estes espíritos também trabalham e recebem suas
oferendas dentro dos cemitérios.

Linha Nagô
É a linha de Exu Gererê. Os espíritos que são os componentes desta linha são
feiticeiros, geralmente com influências Yoruba.
Linha de Mossorubi
É a linha de exu Kaminaloá. Dentro desta linha se apresentam os espíritos que
possuem um grande conhecimento sobre a mente humana. Eles são evocados para o
desenvolvimento mental e também para causar perturbações na mente dos inimigos.

Linha dos Caboclos Quimbandeiros


É a linha do Exu Pantera Negra. As entidades dessa linha possuem os saberes
Indígenas, apresentam-se também como Índios, e por esse motivo essa linha possui
esse nome. As entidades pertencentes a essa linha atuam de modo mais forte no Reino
das Matas, mas também muitos deles possuem a diversidade de saberes, e acabam por
atuarem também no Reino da Kalunga pequena e no Reino das Almas.

Linha Mista
É a linha do Exu dos Rios ou Campinas. Exu dos Rios domina as margens dos
rios, usa vestimentas de penas negras e apresenta também chifres. Os espíritos que
compõem esta linha não são Exus, mas sim espíritos de mortos que trabalham para Exu.
Estão ligados doenças e loucuras. Estes espíritos atacam suas vítimas transmitindo
doenças que eles tiveram quando em vida.
ssentamentos
Os assentamentos são um grupo de fetiches que concentram forças e poderes
magísticos dentro de um espaço limitado onde as forças que estão no plano espiritual e
os poderes que vivem no plano divino enviam suas vibrações auxiliando nos trabalhos
espirituais.
Os assentamentos de Exu e Pomba Gira possuem estes elementos materiais do
qual se atribuem poderes mágicos, e eles são ativados através de uma ritualística e de
acordo com as necessidades do local e do adepto.
Um assentamento pode ser destinado a uma só força ou poder ou a varias forças
e poderes. Mas normalmente se faz um para cada força ou poder que se deseja
assentar. O assentamento serve como uma ligação energética entre o adepto e a
entidade. É aconselhável que os assentamentos se localizem em cômodos isolados da
casa e com acesso restrito, inacessível ao público.
Os elementos utilizados podem se diferenciar de local para local, não possuindo
uma única forma de se fazer.

Abaixo há um exemplo de como é feito um assentamento para o Exu 7 Campas.

Objetos usados:
- Um alguidar (prato de barro) pintado de preto
- Terra de 7 catacumbas, peneirada.
- Uma pedra de basalto (rocha ígnea eruptiva)
- Uma corrente
- 13 moedas
- 7 cadeados
- Um tridente de ferro
- 7 ímãs
- Lascas de caixão
- Sete pregos extraídos de um caixão

. O adepto então coloca seu nome e a data de nascimento em um papel junto com o
ponto do exu no fundo do alguidar;
. A pedra de basalto é colocada em cima do papel;
. A terra é colocada dentro do alguidar e deve ser misturada, sem prensá-la;
. A corrente é colocada nas bordas do alguidar formando um círculo;
. As 13 moedas são passadas pelo corpo do adepto e colocadas no alguidar;
. Os 7 cadeados são deixados abertos e colocados em volta, dentro do alguidar;
. O tridente de ferro é fixado na terra;
. Os sete ímãs são espelhados pelo assentamento, sem que eles se prendam ao tridente
de ferro, as moedas ou ao cadeado;
.As lascas de madeira extraídas de um caixão são colocados na terra dentro do alguidar;
. Os sete pregos extraídos de um caixão são colocados na terra do assentamento
virados com a ponta para cima;
. O adepto então pega um galo negro de esporas e lava o bico e as patas. Então ele diz
o que ele deseja perto do bico do animal, oferece água ardente ao galo e o deseja uma
boa passagem.
. O adepto pega uma faca virgem bem afiada e faz o corte rápido no pescoço do galo.
Ele deve ter todo o cuidado para não fazer o animal sofrer, caso o animal sofra sua
oferenda pode ser recusada.
. O Sangue do animal então escorre no alguidar, e sua cabeça é espetada no tridente e
as asas ficam abertas.
. É colocado uma bebida na frente do assentamento, um charuto e uma vela de 7 dias,
onde são deixados por 3 dias.
. Depois do terceiro dia, o adepto limpa seu assentamento e despacha as coisas em
uma encruzilhada ou no mato.
arte II
uimbanda e itra hra
Nesta segunda parte serão explorados alguns aspectos esotéricos da Quimbanda
e suas conexões com Sitra Ahra.
O fato de a Quimbanda ser um eclético sistema magístico faz com que existam
muitos outros aspectos ocultos além dos já tradicionais citados anteriormente, e é
trabalhando com estes outros aspectos que adentramos no sagrado culto da morte,
Magia Negra e feitiçaria nos conectando ao reino de Sitra Ahra.
Exu é identificado como aquele que “abre os caminhos”. Ele detém as chaves
para todos os caminhos que estão fechados. Dentro de nossa tradição isto pode ser
interpretado como Exu sendo aquele que tem as chaves para abrir os portões do reino
dos mortos e os portões para Sitra Ahra, nos levando ao “outro lado”.
A Quimbanda é um culto perfeito onde existe a união entre os Deuses Obscuros
(Exus Primordiais), o espírito dos vivos (os adeptos) e os espíritos dos mortos (os Exus
Catiços), e também é onde pode ser trabalhado tanto com a Magicka interna,
transformando o indivíduo em um novo ser mais forte e com uma visão muito mais
ampla sobre a realidade que o cerca, quanto com a Magicka externa (feitiçaria),
realizando mudanças de eventos externos de acordo com os desejos do feiticeiro.
Os Exus primordiais são os "nascidos primeiro", "primordiais", e são as divindades
que nasceram no sistema hipotético da formação do universo (cosmogonia).
Um dos exemplos de seres primordiais na Quimbanda é a Pomba Gira Alteza, ela
possui muitas características associadas a Lilith.
Pomba Gira Alteza é tida como a senhora primordial, a mãe da desgraça e da
destruição. O fato de ela agir levando a escuridão e a destruição pode ser entendido
como os mesmos fatores descritos pelos demônios na Árvore da Morte, que quebram as
leis e procuram decompor todo o reino Sephirótico, buscando a essência divina presa na
matéria guiando-as para Sitra Ahra.
Pomba Gira Alteza é a senhora das encruzilhadas, da lua, das serpentes e das
sombras. A Deusa regente dos feiticeiros, iluminando com a luz da sabedoria proibida
provinda do mundo primordial que chamamos de Sitra Ahra.
Seus ritos estão diretamente ligados a destruição do ego, purificando a mente,
recriando um novo ser e conduzindo o adepto ao “outro lado”, elevando a essência do
espírito não-criado.
Outro exemplo feminino primordial ligado a libertação do espírito não-criado é a
Pomba Gira Dama do Sangue. Conhecida como a senhora dos “Makau Ma Manhínga”
(cálices de sangue). Dentro da Quimbanda esta “senhora do derramamento de sangue”
está ligada ao “Reino das almas”, e está conectada a necrotérios, hospitais, cemitérios e
crematórios. Dentro do seus cálices cheios de sangue há também o veneno das
serpentes (as serpentes de Sitra Ahra descritas na árvore da morte) emitindo energias
acausais. Este veneno é responsável por dissolver o ego e matar o ser fraco que habita
no receptáculo material. Durante seus ritos, quando a lua está negra, colocamos um
grande cálice, que é comparado ao Graal Negro. Dentro deste cálice há energias
acausais que orientam o homem para o despertar e a libertação deste mundo criado.

Suas oferendas exigem sangue, ossos humanos, uma caldeira de ferro, cálices e
velas untadas em sangue e são feitas geralmente na terceira noite de lua nova, ou
quando a lua ascende "vermelha" (a popular lua de sangue).
Alguns outros exemplos de forças primordiais que atuam na Quimbanda podem
ser encontrados facilmente nos estudos sobre demonologia.
Dentro da Quimbanda, Lúcifer (ou Exu Maioral Lúcifer) é considerado uma
divindade suprema. Lúcifer dentro de nossa própria prática esotérica é o transmissor da
sabedoria provinda do “outro lado”. É aquele que através de sua luz não-criada acausal
ilumina o caminho para “a escuridão exterior” e ao mesmo tempo é responsável por nos
mostrar a escuridão interior através da abertura do terceiro olho.
Podemos citar também como exemplo o Exu Belzebuth, o “senhor das moscas”, o
devorador de cadáveres. Aquele que instiga guerras e nos faz despertar nosso instinto
assassino. Ele está ligado a elevação mental para abrir portas para o inconsciente
acausal e a aniquilação do reino Sephirótico. E Astaroth (também chamado de Exu Rei
das 7 Encruzilhadas), também sendo o senhor dos assassinatos, ligado a misantropia,
sabedoria, filosofia e também a abertura do olho da destruição. Satanás (Lúcifer),
Belzebuth e Astaroth são citados na Árvore da Morte sendo Deuses supremos que irão
matar a Árvore da Vida.
Os Exus Catiços são aqueles que já tiveram encarnação neste mundo e
conseguiram posição de destaque e um "batismo" no mundo espiritual, se tornando
Exus. São espíritos de antigos bruxos, sacerdotes, assassinos, dentre outros que se
encaixam na vibração energética do culto. Dentro de nossa própria prática esotérica
consideramos os Exus Catiços como seres portadores da essência de Sitra Ahra. São
espíritos que quando em vida praticavam diversas tradições do caminho da mão
esquerda.
Um exemplo de Exu Catiço seria o Exu Capa Preta, que atua nos cemitérios e
encruzilhadas. Ele está relacionado ao desenvolvimento de processos alquímicos
através das práticas de Magia Negra e feitiçaria. Dentro da nossa tradição ele é visto
como um dos responsáveis por através da alquimia fazer com que o adepto descubra a
fórmula de Alkahest, que é o solvente universal que possui o poder de dissolver
qualquer outra substância.
Outro exemplo seria o Exu Morcego, que se encontra nas matas dos cemitérios,
ou seja, nas árvores que se encontram nos cemitérios onde morcegos estão presentes,
ou em cavernas e antigos castelos ou casas e até em encruzilhadas. Ele está
relacionado a mudança alquímica, além do vampirismo, do desenvolvimento mental e
também é capaz de criar perturbações na mente dos inimigos e gerar problemas
psíquicos.
A Pomba Gira da Figueira, que se apresenta com um aspecto extremamente
selvagem e com características tribais, domina a manipulação das ervas e magias
relacionadas a conjuração das plantas (e de toda uma gama de elementos naturais), e
de conhecimentos extremamente válidos sobre totens, e sistemas de magia negra
relacionados ao reino verde.
O Exu Marabô pertence a Linha Malei e mantém diversas características de
acordo com o trabalho a ser efetuado, estando ligado a diversas práticas de bruxaria e
feitiçaria, sendo seus domínios as encruzilhadas e os caminhos de ferro (trilhos de
trem).
Outra manifestação muito interessante são a dos chamados Exus Mirins. Eles são
tidos dentro da Quimbanda como espíritos de crianças. Muitas vezes, segundo o mito,
eles se manifestam pulando de cova em cova nos cemitérios, outras vezes brincando
com seus carrinhos, apitos, bonecos etc, e geralmente são bem agitados. Essas
crianças são responsáveis por criar meios ou situações para o desenvolvimento do
intelecto e o amadurecimento das pessoas.
Exu Kaminaloá, chefe da linha Mossurubi, é também uma poderosíssima
entidade. Ele aparece comandando um grande número de espíritos ornados com penas
na cabeça e na cintura, e com argolas nos lábios, nas orelhas e nos braços e são
especialistas em causar doenças mentais.
Outra entidade bem conhecida dentro do culto é o Exu Tatá Caveira. “Tatás” são
sacerdotes nas linhas da Quimbanda, são seres que possuíram de certo modo uma
“evolução” magística (quando vivos), acima da média.Tatá Caveira é tido como um sumo
sacerdote egípcio de grandes saberes. Este Exu pertence a Linha do Cemitério (ou linha
dos caveiras).
Existem verdadeiras legiões dentro dos cemitérios, como o Exu 7 Campas, que é
uma entidade que está fortemente ligado ao Exu Omolu e aos caveiras. Ele trabalha nos
cemitérios e é responsável por receber os espíritos que acabam de se desligar do corpo.
Há também o Exu 7 Crânios, que habita nos ossários e muitas vezes age escravizando
as sombras das pessoas mortas forçando-os a seguir nas legiões sombrias.
Todos estes são apenas alguns exemplos dentro da Quimbanda conectados a
Sitra Ahra, porém adentrando ainda mais nos aspectos esotéricos deste vasto império
poderíamos ainda citar o Exu Omolu e Exu da Morte, que são considerados os “Anjos da
Morte”. Eles governam os espíritos dos mortos, ambos são conectados aos portais entre
os reinos de Sitra Ahra e este mundo criado, e também o portal para o vale dos mortos.
Este vale dos mortos é considerado um plano espiritual, muitas vezes é descrito como
um lugar extremamente escuro, regiões trevosas abissais, onde diversos espíritos se
encontram presentes.
Não se deve confundir Exu Omolu com o Orixá Omolu. Quando se fala em
Quimbanda há grandes equívocos e muitas pessoas costumam fazer ligações com
cultos que envolvem Orixás. Na Quimbanda não existem cultos aos Orixás, muito pelo
contrário, grande parte dos Orixás (com algumas exceções) possuem energias opostas
a dos Exus. Por exemplo, o Orixá Oxalá é o próprio demiurgo.
Exu Omolu governa a alma dos mortos e pertence ao reino dos cemitérios e a
Linha das Almas atuando no cemitério e em cruzeiros. Ele pode causar mortes violentas
e doenças em seus inimigos. Dia 2 de novembro (Dia dos mortos) seus adeptos
costumam realizar oferendas no cemitério.
Muitas vezes os trabalhos realizados a Exu Omolu são feitos em conjunto
também com Exu Caveira e Exu da Meia-noite.
O Exu da Morte também pertence ao reino do cemitério e a Linha das Almas. Ele
pode causar depressão e ideias de suicídio, além também de causar morte aos inimigos.
Abaixo uma imagem de Exu da Morte com sua foice para decepar, remover ou
eliminar qualquer obstáculo ou inimigo.

Exu da Morte, o ceifador sinistro

s ampiros na uimbanda
Os mitos e lendas sobre vampiros provavelmente existem muito antes da origem
da escrita. Se perdendo assim nas antigas tradições orais eles estão presentes sob
diferentes formas em várias culturas mundiais, geralmente relacionados ao grande temor
aos mortos e a crença nas propriedades mágicas do sangue.
Os Ashanti no Oeste Africano descreviam um vampiro chamado Obayifo, e que
posteriormente foi citado em tribos vizinhas.
Asasabonsan era outro nome encontrado nas lendas dos povos Ashanti de Gana,
na África Ocidental.
Os Dahomeanos o chamavam de Asiman, no Haiti eram chamados de Loogaroo,
o Asema do Suriname, e o Sukuyan de Trinidad.
O Yara-ma-yha-who dos Aborígines Australianos e os Bhutas Indianos são bem
semelhantes aos vampiros de mitos africanos.
É difícil afirmar quando surgiu o mito sobre os vampiros. Na Grécia há várias
lendas sobre Lâmia (uma vampira que muitas vezes é descrita como uma Bruxa
devoradora de crianças). Em uma das lendas seu corpo, abaixo da cintura, tem a forma
de uma cauda de serpente.
É sabido que as lendas sobre vampiros se originaram no oriente e chegaram até
o ocidente. Os eslavos são os que mais influenciaram na cultura mundial sobre o mito
dos vampiros.
Os Romenos em grande parte são cercados pelos povos eslavos, sofrendo
grandes influências em relação aos mitos. Na Transilvânia o vampiro é descrito como o
espírito de uma pessoa morta, que na maioria dos casos foram bruxas, magos,
feiticeiros ou suicidas (da mesma forma que os Exus Catiços).
Dentro da Quimbanda há uma série de Exus e Pombas Giras que agem como
vampiros, transformam a vitalidade em energia caótica treinando a mente do adepto
para pensar como um espírito devorador. Tais Exus absorvem e canalizam as energias
vitais de volta para o “outro lado”. Eles drenam energia de outros seres vivos e da Árvore
da Vida e levam de volta a sua verdadeira origem. Alguns deles são o Exu Vampiro,
Exu Morcego, Exu Lobo, Exu do Sangue E Dama do Sangue.

Obviamente existem muitos outros aspectos em relação a estas entidades, seus


ritos podem estar relacionados a muitas outras coisas, como habilidade curativa, de
desenvolver percepções sutis e também gerar problemas psíquicos em algumas
pessoas.
No aspecto vampírico, além de drenar a energia do universo criado também
podem transformar os seus adeptos em novos seres, sendo verdadeiros predadores do
gado humano.
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pilogO

Muitas pessoas podem estar se perguntando o porquê de trabalharmos com


tantas mitologias diferentes ao mesmo tempo.
Nós procuramos reunir todos aqueles que possuem a essência ofídica e que são
de diferentes classes e origens étnicas. Nós podemos ser chamados de “a ordem dos
povos” (the peoples order) e estamos oferecendo o “veneno” (ofídico) aos adeptos. Nós
queremos preencher as culturas com o espírito gnóstico, preencher as pessoas com o
espírito do adversário/ opositor. Nós queremos destruir todas as mentiras criadas em
favor do criador e dessa existência ao longo dos tempos.
As mitologias são um veículo de interpretação de uma realidade, e ao estudarmos
os vários mitos criados por diferentes povos, chegamos mais próximos de entender esta
realidade.
Podemos notar as mesmas histórias se repetindo com diferentes nomes em
diferentes tempos e em diversas culturas,em diversas partes do mundo.Isto porque “A
verdade é única, embora os sábios a conheçam como muitas.”
O que importa realmente por trás de todos os nomes, formas e mitos é a essência
que está por trás de tudo isto, e é esta essência por trás dos mitos que faz com que os
adeptos sejam capazes de criar mudanças internas e externas, e até mesmo na
consciência de certos grupos de pessoas e indivíduos. Isto porque os Deuses Negros
são descritos através dos mitos, e os mitos são usados por nós para que certos níveis
de consciência possam ser alcançados.
O desenvolvimento destes níveis de consciência são alcançados através das
práticas, fazendo com que o adepto seja capaz de captar as várias informações que
estão impregnadas no campo eletromagnético e que possa desenvolver sua capacidade
de senso-percepção.
Estes Deuses Negros que são derivados do acausal, são manifestações do Caos
primitivo, e possuem as mesmas “energias mágicas” daqueles que possuem a essência
gnóstica dentro de si, porque o Caos primitivo está tanto dentro de nós quanto fora de
nós .
O objetivo dos ritos é a união destas energias mágicas ,onde o indivíduo pode
fazer críticas de tudo aquilo que absorve (senso-percepção), podendo assim manipular
estas energias.
Todos os indivíduos que tenham pré-disposição gnóstica e lutam para buscar
ainda mais a sabedoria através destes ritos, aumentando assim sua capacidade de
absorver informações e saber fazer críticas do que está acontecendo, acabam se
tornando uma nova raça de seres. São seres mais elevados, que consequentemente se
tornam predadores dos outros humanos que são considerados por nós como “impuros” ,
e que profanam o que é verdadeiramente divino.
A gênese das religiões é o fator primordial para entender a essência por trás das
formas, e a partir desta gênese pode ser criado diferentes sistemas ocultos, mitos,
religiões e doutrinas que serão usados como veículo de interpretação de uma realidade.
Portanto a gênese que usamos para interpretar todos os outros mitos se baseia na ideia
de que antes do princípio das coisas não existia nada criado, havia apenas o inefável,
um estado acausal, primordial. A Terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a
face do abismo; até que o Espírito do criador surgiu, se movendo sobre a face das
águas. E o demiurgo disse: Haja luz ; e houve luz. Essa luz foi responsável pela criação
de um espaço conceitual, para que pudesse haver a existência de um mundo finito e
independente em relação ao infinito. Então houve uma expansão no meio das águas, e
houve separação entre águas e águas.
E fez o Demiurgo a expansão, e fez separação entre as águas que estavam
debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. O
Demiurgo limitou todas as coisas. Eis que o criador foi adorado por diversas pessoas
que o agradecem por ter feito este mundo. Ele é adorado por diversas nações, em
diversas línguas, sendo interpretado de diversas maneiras. E ele foi chamado por
diversos nomes por cada povo (Ahura Mazda, Oxalá, Brahma, YHWH etc)
Mas assim como surgiu o Demiurgo limitando todas as coisas também surgiu
uma força que desejava permanecer no sagrado repouso da não-existência do universo
criado, a suprema perfeição amorfa. E eis que também eles tiveram seus nomes (Angra
Mainyu, Exu Maioral, Shiva/ Rudra/ Lúcifer/ Satan etc).
Aqueles que olham para este mundo e compreendem que seria melhor que ele
não tivesse existido possuem a essência gnóstica e por consequência possuem a
mesma essência dos Deuses/ Demônios anti-criação que buscam retornar a origem.
O caminho para retornar origem leva a dissolução do senso do ser individual, a
total dissolução do ego e a destruição de todos os nomes, formas e da consciência do
tempo, espaço e causa, ou seja, de tudo o que é criado, nos unindo aos Deuses que irão
dissolver todo o universo.
Mais cedo ou mais tarde toda a vida será destruída, todo o universo morrerá. A
vitória do Diabo sobre a criação é questão de tempo. O tempo destruirá tudo, fazendo a
morte reinar, e o Diabo devorará o próprio tempo.

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