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Os 12 Passos Comentados...

“Admitimos que éramos impotentes perante o adicto – que nossas vidas tinham
se tornado incontroláveis. ”
(Primeiro Passo)

Nesse Primeiro Passo percebi que eu era impotente perante a doença do meu
esposo. Por um lado, doeu muito ver essa minha impotência, ou seja, saber
que eu nada poderia fazer para livrá-lo das drogas. Mas, por outro lado, me
senti leve, ao constatar que eu não era a culpada pela doença dele, e nem
mesmo responsável por sua recuperação. Entender que eu não tinha nada a
ver com as recaídas dele, e me livrar do peso de tentar ser alguém que eu não
era, em prol de outra pessoa, foi maravilhoso! E, assim, pouco a pouco, dia a
dia, a minha vida, que estava totalmente desgovernada e descontrolada, foi
voltando para os trilhos. É incrível, ainda hoje, todas as vezes que tento
controlar os outros, perco o controle sobre mim. Ainda bem que agora já
aprendi esse segredo!

“Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia nos


devolver a sanidade. ”
(Segundo Passo)

Fui criada em um lar cristão, e sempre tive muita fé. Então, desde o primeiro
contato com os Doze Passos, eu sabia que Deus poderia me devolver a
sanidade. Sim, digo a sanidade, porque, por vezes, eu agia mais loucamente
do que o meu esposo. Eu não precisava de drogas para gritar, me descabelar,
jogar objetos, passar noites em claro, esquecer de mim, não cumprir com
minhas responsabilidades, insultar, me jogar na frente de um carro, ir a
delegacias e IMLs, dormir de roupas e sapatos, ligar 100 vezes para ouvir uma
mensagem de celular desligado... Ou seja, eu não precisava de drogas para
agir insanamente, porque meu esposo era a minha droga, e isso tudo era
doloroso demais. Mas, eu sabia (e sei) que Deus pode mudar a minha forma de
vida, e conceder a mim uma vida de equilíbrio e sanidade. E ele tem me
concedido!

“Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de


Deus, como nós O concebíamos”.
(Terceiro Passo)
Para mim, o Terceiro Passo foi uma consequência do primeiro e do segundo.
No primeiro, percebi que eu não posso. No segundo, percebi que Deus pode. E
no terceiro, tomei a decisão de entregar a minha vontade e minha vida, bem
como o meu esposo e sua doença, aos cuidados de Deus, o Único que pode!

“Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos”.


(Quarto Passo)

Esse foi o Passo mais difícil para mim. Na verdade, meus livros e o blog,
possuem algumas postagens/capítulos que são a realização desse passo.
Você já parou para descrever sua vida, os fatos mais marcantes, seus
sentimentos diante desses fatos? Já parou para refletir em suas ações?
Quando fiz isso, doeu muito. Algumas coisas que fiz, estão feitas, e não posso
voltar atrás (quem leu o meu primeiro livro, sabe do que estou falando). Mas,
foi nesse Passo que identifiquei os meus ressentimentos e os meus
sentimentos diante de cada acontecimento. Pude encarar, muitas vezes, a
culpa, a vergonha e o medo em minhas ações, bem como meus traumas. Mas,
também vi muitas qualidades em mim, muitos acertos e crescimento!

“Admitimos para Deus, para nós mesmos e para um outro ser humano, a
natureza exata de nossos defeitos”.
(Quinto Passo)

Nesse Passo, descobri: “sim, eu tenho defeitos!”. Sou um ser humano, e como
tal, tenho falhas. E não há nada de anormal nisso. E mais, tentei ver em
minhas falhas, a sua natureza exata. Agora o que eu havia relatado no Quarto
Passo, deveria ser confessado a Deus, a mim mesma, e para outra pessoa.
Isso me trouxe alívio... Muito alívio!

“Ficamos inteiramente prontos para que Deus removesse todos esses defeitos
de caráter”.
(Sexto Passo)

Quando nos consideramos perfeitos, fica difícil Deus agir. Mas, após fazer o
Quarto e o Quinto Passo, meus defeitos ficaram expostos, e agora eu estava
pronta para pedir que Deus me fizesse uma pessoa melhor, e removesse
esses meus defeitos. E o interessante foi que, nesse Passo, passei a me
aceitar e a gostar de mim, como sou.
“Humildemente, pedimos a Ele para remover nossas imperfeições”.
(Sétimo Passo)

Para mim, a grande diferença entre o Sexto e o Sétimo Passo está na


HUMILDADE. Era preciso cada um dos Passos anteriores para trabalhar em
mim a humildade, e somente com ela, posso realmente sentir o quanto Deus
transformou (e transforma) a minha vida, quando permito e peço. Isso não
acontece de uma hora para a outra. Leva tempo. Tenho muitas imperfeições, e
as aceito, mas hoje aprendi a pedir que Deus as remova de mim.

“Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos


dispusemos a fazer reparações a todas elas”.
(Oitavo Passo)

Difícil, né? Parar e refletir em quais pessoas prejudicamos... E sem desculpas


do tipo: “fiz isso, porque ela me fez aquilo”. Não. Nesse Passo, interessa
apenas o que EU fiz. Relacionei todos a quem prejudiquei durante a minha
vida, mesmo que involuntariamente.

“Fizemos reparações diretas a essas pessoas, sempre que possível, exceto


quando fazê-lo viesse prejudicá-las ou a outras pessoas”.
(Nono Passo)

Esse Passo é a continuidade do anterior. Ainda não o concluí. Fiz a listinha de


nomes, mas algumas pessoas ainda não tive como contatar. E outras não
convinha contatar, para não prejudicar a outros. Entretanto, aquelas com quem
já fiz as reparações, a experiência foi maravilhosa! Me senti tão bem! Tão leve!
Sensação muito boa! Ainda estou guardando a reparação mais difícil de ser
feita: com a minha mãe. Mas, tudo tem sua hora...

“Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós


o admitíamos prontamente”.
(Décimo Passo)

No início, o Blog representava bem o meu Décimo Passo. Ao final de cada dia,
eu relatava os acontecimentos, e identificava meus erros, e os admitia. Como o
blog cresceu muito, hoje prefiro fazer isso de forma mais individual. É muito
interessante como, por vezes, passamos a viver no “piloto automático”. Parar e
refletir sobre nossas ações é fundamental para o nosso crescimento. Esse
Passo serve também como um medidor para identificar se estamos andando
no caminho que nos propusemos a andar, sem desvios.

“Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato


consciente com Deus, como nós O concebíamos, rogando apenas o
conhecimento de Sua vontade em relação a nós e a força para realizar essa
vontade”.
(Décimo Primeiro Passo)

Faço minhas orações diariamente. Na verdade, as faço muitas vezes durante o


dia. Não tenho um método formal de oração, mas converso com Deus,
sentindo-O como um Pai, Alguém Próximo, que me ama, e em quem posso
confiar sempre. É essa a origem da minha força, e dos meus bons sentimentos.
Não apenas falo, mas também tento escutá-Lo para conhecer a Sua vontade
para a minha vida.

“Tendo tido um despertar espiritual, por meio destes Passos, procuramos levar
esta mensagem a outras pessoas e praticar estes princípios em todas as
nossas atividades”.
(Décimo Segundo Passo)

Nesse Passo está a motivação que me levou a criar e a manter o blog, o livro e
a página no Facebook: levar essa mensagem a outras pessoas. Se pararem
para observar, tudo o que falo em meu blog, está de certa forma relacionado a
esses Passos. O que um dia aprendi, tento passar adiante. Afinal, se mudou a
minha vida, pode mudar a de outros também. Mais do que passar adiante,
tento praticar o que aprendi, afinal, mais vale um exemplo do que mil
palavras...

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