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Trabalho

De
Teologia
Hermenêutica
do
Capitulo cinco
de
Neemias
“Cristiane e Miguel”
Neemias

Autor:

Possivelmente Neemias

Data:

Cerca de 445 - 425 a.c

Tema:

Liderança piedosa, cooperação, oposição ao êxito

Palavras chave:

Sofrimento, oração, Trabalho, choro, alegria, culto

Assunto:

Os pobres murmuram contra os ricos

Neemias repreende estes últimos

Versículo chave:
Neemias 5:15

“Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo e


tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta ciclos de prata; ainda também os seus
moços dominavam sobre o povo; porem eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.”

Mensagem espiritual:

Essas são atitudes de verdadeiros lideres, pessoas que lideram sem o temor e a
presença de Deus na vida, faz tudo aquilo que Deus não se agrada, entristecem o
coração de Deus, mas, aquele que está debaixo da vontade de Deus, esse sim, está no
temor do senhor, deixando Deus guiar e agindo segundo a vontade de Deus,
admoestando quando preciso, procurando sempre o bem estar da sua igreja, sendo
primeiramente um exemplo diante do povo e assim sendo um verdadeiro líder,
ensinando a ser justo e a obedecer à palavra de Deus.

Aspecto Histórico:

A murmuração dos pobres sobre a injustiça dos ricos

A repreensão de Neemias sobre esses injustos

Um exemplo de líder

Aspecto Geográfico:

Jerusalém, Judá.

Biografia de Neemias

Neemias = Jeová consola

Neemias era Judeu por descendência, era filho de Hacalias e


provavelmente pertencia á tribo de Judá, nascido enquanto o seu povo
era cativo nas terras babilônicas, mas, não morava em Jerusalém.

Neemias viveu durante um período em que Judá era uma província do


império persa.

Neemias era um escravo hebreu, servia o rei Artaxerxes I da pérsia como


copeiro real no palácio de Shushan (Susã/ Irão) antiga cidade do próximo
oriente (compreende a região da Ásia próximo ao mar mediterrâneo a
oeste do rio Eufrates) capital do Elão (Irã).

Existem evidências de que Neemias teria sido eunuco, pois ele servia tanto
na presença do rei como da rainha.

Ficou treze anos como governador de Judá, retornou por pouco tempo à
corte de Artaxerxes e de lá voltou à Judá.
Neemias era um homem de visão, sabedoria, convicção, coragem,
integridade, fé, compaixão pelos oprimidos e possuidor de ricos dons de
liderança e organização.

Como governador, Neemias era justo, isento de cobiça, abnegado e que


não se corrompeu pela sua posição ou poder, também foi um líder que
orava, tinha uma intensa vida espiritual.

As condições de Jerusalém
Neemias ficou sabendo através do seu irmão Hanani sobre a situação de

Jerusalém; era lamentável, os muros derrubados e suas portas


queimadas, o povo que ali viviam eram vulneráveis e sofriam desprezo
dos povos vizinhos, sofria todo tipo de escárnio.

O povo tinha se misturado com nações gentias e praticando as suas


abominações, até os ídolos foram facilmente estabelecidos em Jerusalém
pelos povos pagãos.

Tudo isso porque não havia muros, qualquer pessoa entrava e saia sem
nenhum impedimento.

Neemias se entristeceu muito, orou e jejuou por vários dias, então um dia
o rei percebeu sua tristeza, e perguntou a Neemias, que logo o explicou;
então o rei lhe deu permissão de ir á Jerusalém e atuar lá como
governador.

O rei lhe concedeu cartas para chegar até Jerusalém, pois naquela época
não se podia ir de uma cidade a outra sem a devida autorização.

Chegando a Jerusalém Neemias estudou secretamente a cidade á noite,


formando assim o seu plano de reconstrução.

Neemias teve vários impedimentos por governadores que supostamente


almejavam o reinado da Judéia como:

Sambalate o horonita:

Significado: deus da lua, sim deu vida, nome babilônico, o horonita


significa que ele provavelmente viesse ao norte de Jerusalém na cidade de
Bete-horom. Foi governador da Samaria pelo menos até 408 a.c

Sambalate era da cidade de Horonaim, em moabe, era descendente, pois


de moabe, gerado por Ló a partir de uma relação incestuosa com sua filha
mais velha.

Tobias:

Era um amonita, aparentemente era o colega mais novo de Sambalate,


ele era descendente de Bem-ami, também gerado por Ló a partir também

do incesto com sua filha mais nova.

Gesém o Árabe:

Era talvez governador da província persa da Arábia um pouco ao sul de


Judá, também pode ter sido um poderoso chefe tribal, vivendo como
nômade em áreas próximas as cidades, exatamente como ainda fazem os
beduínos hoje em dia no oriente médio.

Mas Neemias não se intimidou e continuou o projeto de Deus!

A reconstrução dos muros foi um tremendo desafio. Aproximadamente


quarenta grupos trabalharam ao mesmo tempo. Nos lados leste e sudeste
foi necessário construir um muro totalmente novo; e nos lados noroeste, o
antigo muro precisava ser reparado.

As portas de Jerusalém
Neemias juntamente com o povo restaurou doze portas, cada uma servia
pra alguma coisa, nelas temos os seus significados reais e espirituais,

As portas são:

A Porta do Gado:

“E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes e


edificaram a porta do gado, a qual a consagraram...”.

A porta do gado simbolizava consagração, mais tarde recebeu o nome de porta das
ovelhas. Ficava nas proximidades do Templo; e do tanque de Betesda.
Por essa porta passavam ou nela permaneciam os animais que deveriam ser oferecidos
como sacrifício pelos pecados do povo, de acordo com as exigências da Lei de Moisés.
Sob o ponto de vista espiritual era a porta mais importante, pois de nenhuma outra a
Bíblia diz que foi consagrada, somente esta!
A Porta dos Peixes:

“E a porta do peixe edificaram os filhos de Senaa, a qual emadeiraram, e levantaram as suas


portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos”.

É a porta dos pescadores, porta da dedicação profética; fala-nos de crescimento, reprodução.


Lembra-nos dos pescadores do mar da Galiléia chamados por Deus para serem seus discípulos,
tornando-se então, pescadores de homens.

A Porta Velha:

“E a porta velha, repararam-na, Jeoiada, filho de Paséia; e Mesulão, filho de Besodéias; estes a
emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos”.

A porta velha simbolizava a tradição e a história falada dos hebreus, o tesouro antigo, acerca das
gerações de sua origem.
No sentido espiritual, de modo figurado, indica-nos hoje, a necessidade do desapego e libertação
do passado.

A Porta do Vale e a Porta do Monturo :

“A porta do vale reparou-a Hanum e os moradores de Zanda; estes a edificaram, e lhes


levantaram as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos. E a porta do monturo, reparou-
a Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém...”.

A porta do vale era por onde passavam os esgotos, as águas que se projetavam no vale do
Cedrom.
A porta do monturo era por onde se processava a remoção do lixo. Essas portas representavam a
limpeza que deveria haver na cidade de Deus. Por elas saíam todas as impurezas, como que a
indicar que a cidade santa deveria estar sempre limpa, assim como o nosso coração deve estar.

A Porta da Fonte:

“E a porta da fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hozé, maioral do distrito de Mizpa...”.

A porta da fonte simbolizava a bênção divina constante a brotar na nascente. Essa porta ficava
ao sul de Jerusalém perto da fonte de Siloé, onde o cego de nascença foi curado por Jesus!
Espiritualmente simbolizava a realidade dos milagres dos evangelhos profetizados por Isaías e
realizados por Jesus; poder este delegado para a igreja para a dispensação da graça.
A Porta do Pátio do Cárcere:

“Palal, filho de Uzai, reparou defronte da esquina e a torre que sai da casa real superior, que está
junto ao pátio da prisão”.

Neste pátio o profeta Jeremias esteve preso. Espiritualmente simboliza “as cadeias” ou “prisões”
que imobiliza o pecador, ou até mesmo o crente que se descuida da vigilância.

A Porta das Águas:


“Ora os netinins habitavam em Ofel, até defronte da porta das águas, para o oriente, e até a torre
alta”.

Esta porta proporcionava suprimento de água para a cidade.


A água no oriente está entre os elementos mais necessários e mais desejáveis; uma fonte, um
poço, um rio, um lago, e até mesmo as águas das chuvas, eram considerados e estimados como
bênção de Deus nas terras áridas.
A porta das águas, portanto, tinha significação elevada naqueles dias. Espiritualmente, esta
porta simboliza as águas da Palavra de Deus e do Espírito Santo que devem regar
continuamente o arraial dos santos, a igreja do Senhor.

A Porta dos Cavalos:


“Desde a porta dos cavalos repararam os sacerdotes, cada um defronte da sua casa”.

A palavra “cavalo” indicava, naqueles dias, atividades e lutas.


Naqueles dias, os cavalos eram peças essenciais nas guerras, sem os quais os carros não
poderiam andar. Os cavalos simbolizavam as guerras, as batalhas, as lutas, enfim, as conquistas
dos povos!
Por outro aspecto, cavalo lembra um meio de transporte que leva as cargas os pesos.
Espiritualmente, traz-nos à lembrança o imensurável amor de Deus que deu o seu unigênito
Filho para levar sobre si as nossas cargas de pecado, de doenças, de possessões.

A Porta Oriental:

“... E depois dele reparou Semaías, filho de Secanias, guarda da porta oriental”.

Acredita-se que esta é a porta pela qual Jesus entrou em Jerusalém, e que hoje se encontra
lacrada! Espera-se que o Messias entre por ela em sua segunda vinda.
Ez. 44:2 – “E disse-me o Senhor: Esta porta estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por
ela, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela; por isso estará fechada”.
Na simbologia espiritual esta porta representa a volta de Jesus; o eminente arrebatamento dos
salvos! Esta porta deve estar aberta na vida da igreja, cuja oração deve ser: Ap.22:20 – “Aquele
que testifica estas coisas diz: certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus.

A Porta de Mifcade:
“Depois dele reparou Malquias, filho dum ourives, até a casa dos netinins e mercadores,
defronte da porta de Mifcade, e até a câmara do canto”.

A porta da atribuição, no aspecto espiritual, nos fala da “comissão divina” da definição de


atribuições ao seu povo!

a) Israel deveria ser um reino sacerdotal,


b) A igreja deveria ser um sacerdócio real
A grande comissão do Senhor Jesus para seus discípulos nós encontramos nos Evangelhos (MT.
28:18-20; Mc.16:15).

A Porta de Efraim
“Saiu, pois, o povo, e de tudo trouxeram, e fizeram para si cabanas, cada um no seu terraço, e
nos seus pátios, e nos átrios da casa de Deus, e na praça da porta das águas, e na praça da porta
de Efraim”.

Efraim era o segundo filho de José, mas recebeu a bênção de Jacó como se fora o primogênito.
Efraim significa “fruto dobrado”.
Porção dobrada da herança era um direito de primogenitura .

Hermenêutica capitulo cinco

Crise da época de Neemias:


Neemias 5:1-5 narra um conflito social na Judéia. Há três grupos de queixosos:
. Alguns empenharam seus filhos (escravidão por dívida) para receber alimentos
. Outros hipotecaram suas terras na época da fome
. Outros ainda, por não ter pagado os impostos, tiveram que vender seus filhos como
escravos.

Há determinada seqüência na formação da dependência: primeiro penhoram-se os


filhos (escravidão), depois a terra.

A penhora dos filhos: o devedor insolvente tem que trabalhar para seu credor até saldar
sua dívida. Mas se não for possível esta retribuição direta, ele e sua família podem ser
vendidos a um terceiro como escravos por dívida e o credor recebe o seu preço.

O caso daqueles que têm campos, vinhas, casas e oliveiras (v. 11) e que tiveram que
empenhá-los durante uma escassez; trata-se de penhora cujo usufruto foi transferido
ao credor. Ou seja: o credor tem direito aos produtos excedentes.
A crise do tempo de Neemias, que aparece em Neemias cinco, pode ter tido vários
motivos, como:
. Piora da qualidade da terra
. Mau tempo que prejudicou a colheita
. Crescimento do número de familiares
. Divisão e diminuição das terras por causa da herança
. Exigências estatais de pagamentos de impostos sobre o terreno, de acordo com seu
tamanho
. E pior: este imposto tinha que ser pago em moedas

Daí: quem já tivesse hipotecado seus campos e sua produção precisava vender filhos e
filhas como escravos.

Nobres e os magistrados:
. Estes são os credores, dos quais muitos judeus dependiam: são da classe alta, pessoas
de posses. Por que a repreensão de Neemias? É que o endividamento tinha como
objetivo levar à venda (ao estrangeiro) o judeu empobrecido. É que estava florescendo o
comércio de escravos no Mediterrâneo.

Revolta dos camponeses

A queixa dos camponeses era contra três tipos de dependência:


. Serviço para pagar as dívidas
. Obrigação de pagar juros e tributos
. Escravidão

A queixa era baseada no conceito de fraternidade/solidariedade judaica, fundamentado


na relação de parentesco. Desapropriação e escravidão não são compatíveis com esta
ordem jurídica. Os conceitos de 'âh = irmão, ‘âmît = compatriota e rê’a = amigo não
são puramente intelectuais, mas designam os membros de uma sociedade solidária.

Lv 25 determina que:
. Se o irmão deve vender seu terreno, então o parente agnático mais próximo deve
comprá-lo
. Se isto não for possível, no 49º ou 50º ano o antigo dono deve receber de volta sua
propriedade vendida
. Se o irmão receber empréstimo em dinheiro ou víveres, não se deve cobrar dele nem
juros, nem quantidade maior de víveres
. Se for vendido à israelita, não deve prestar serviços de escravo, mas deve ser
considerado como um tôshâb (estrangeiro residente) ou um diarista. No ano jubilar
esta condição de empregado termina e ele deve voltar ao seu clã
. Se o irmão for vendido a estrangeiros como escravo, deve ser resgatado pelo parente
mais próximo. Caso contrário, deve ser libertado no ano jubilar.

Todas as cláusulas tentam evitar a formação de classes. Exige-se a solidariedade na


forma de resgate e de ajuda ao vizinho, mas também há duas concepções teológicas
específicas: o ritual do ano jubilar e o direito sagrado à terra (a terra é de Iahweh).

Definição ano jubilar:


O ano do Jubileu correspondia ao primeiro ano depois de sete vezes o
Ano sabático judaico. Este ano sabático compreendia, por sua vez, o total de
sete anos, dentre eles, seis anos se trabalhava a terra e ao completá-los, no
sétimo, deviam fazer descansar; descansando tanto a terra como também os
trabalhadores. O ano do Jubileu, por sua vez, era o primeiro ano depois de sete
anos sabáticos, ou seja: sete vezes sete anos que é igual a quarenta e nove.
No ano seguinte, o qüinquagésimo ano, celebrava-se então, em comemoração
solene, o ano do Jubileu, que tinha inicio no dia 10 do mês Tisri, que
corresponde, no nosso calendário, ao mês de setembro; era um ano tão
importante que o povo comemorava-o com solenidades marcantes, porque no
que se diz, trazia o Jubileu que em muito tem haver com JÚBILO. Júbilo que é
alegria. Jubileu tempo de celebrar, tempo de festa na alegria do Senhor. Era
considerado um ano de resgate. Nele eram observados preceitos tais como:
repouso da terra e descanso dos trabalhadores, liberdade de escravos,
instituição de normas que regularizassem a negociação de propriedades;
resgate de propriedades das famílias; dívidas anuladas e outras mais.

Lv 25,23 liga a idéia de propriedade sagrada da terra à regra da organização do clã


israelita:
. A posse da terra é direito de usufruto e não de propriedade: é uma relação de posse,
não uma relação jurídica, baseada na posse concreta da terra
. Segue-se que a dívida não confere ao credor direito de propriedade, nem da terra nem
do homem, mas apenas uso limitado, como paga pelo empréstimo
. O tempo de uso é de 49 anos
. Unem-se três normas com o postulado do direito de uso:
- a ge'ulla (resgate da terra): o direito preferencial de compra da terra
- o direito de resgate das casas
- o resgate de israelita que cai na escravidão estrangeira.
É provável que esta casuística jamais tenha funcionado. Mas o importante é: segundo
estas formulações, a solidariedade não se baseia mais na relação de parentesco, mas na
relação sagrada da propriedade da terra e do homem. Este é o conceito que preside à
queixa dos camponeses em Neemias cinco: um amplo conceito de "irmão" que
ultrapassa as normas estritas de parentesco.

As medidas adotadas por Neemias para resolver a crise


social: Ne 5.6-13

Neemias após ter ouvido e refletido acerca da gravidade da situação, decidiu convocar
os considerados responsáveis pela situação: Os nobres e magistrados.

A acusação de Neemias não era que os nobres e magistrados haviam emprestado


cereais e dinheiro a juros. Ele havia feito o mesmo (v.10). A acusação é que eles estavam
conduzindo negócios usuários. A extorsão de pessoas e propriedades em virtude do não
pagamento era proibida pela lei, no caso dos pobres (Ex. 22.24,25). Eles estavam se
conduzindo como agiotas, cujo objetivo era apenas explorar. Embora ele tenha
emprestado dinheiro a juros, não havia vendido ninguém como escravo para os gentios;
pelo contrário, havia resgatado os judeus pobres que haviam se vendido. Eles, por outro
lado, faziam questão de vendê-los aos gentios, o que obrigaria a Neemias a resgatá-los
mais uma vez.

Esta argumentação de Neemias queria mostrar que, embora essa camada rica não
estivesse infringindo nenhuma lei (no sentido jurídico-técnico), estava atuando sem
temor a Deus e sem solidariedade, o que ia muito além dos preceitos da lei.

A acusação, portanto, não era só o de assenhoreamento das pessoas por meio do


penhor, mas também a de vendê-las aos povos circunvizinhos, o que fazia com que
Judá fosse ridicularizado. Dizem os historiadores que o comércio de escravos havia
aumentado muito nessa época, e o preço dos mesmos também.

As circunstâncias dadas no texto, os magistrados aceitaram a proposta de Neemias. A


partir do vv. 7-11, percebe-se que as determinações são um ato único e acabado.

Neemias tomou as resoluções, baseado, primeiro, em sua autoridade como governador,


não apelando para nenhuma especificação legal prescrita na lei, e, segundo, na sua
capacidade retórica e no apoio e pressão da assembléia popular.

O fato de Neemias ter chamado os sacerdotes para que se fizesse um juramento pode
indicar que: primeiro; Neemias não confiava muito na palavra dos nobres e
magistrados, pois estava lembrado da aliança estabelecida por Zedequias e quebrada
pelos príncipes (Jr 34.11); segundo; era pratica comum para a seriedade do ato.

Essa seriedade fica ainda mais evidente quando, após o juramento firmado na
assembléia, ele proclama uma imprecação contra todo aquele que não cumprir a sua
palavra: será despojado de todos os seus bens. Esse gesto de Neemias indica, uma vez
mais, que a resolução não deve ter sido aceita tão facilmente como o v. 12 a pretende
descrever.

As determinações do perdão das dividas e das devoluções dos bens penhorados são
únicas e não baseadas na lei, embora ela possa ter estado presente como pano de fundo.

As providências tomadas por Neemias foi uma anistia: renúncia às rendas (pelos
credores) das terras hipotecadas
. Conseqüência: exclusão da escravidão do judeu ao estrangeiro.

Neemias, o governador persa da província, assumiu os ideais dos camponeses


devedores. Em nome do poder central baixou normas que protegiam os camponeses
nativos, bem como o Templo contra um capitalismo comercial do tipo das cidades
gregas. Exigiu que os ricos devolvessem aos pobres as terras roubadas, perdoassem as
dívidas acumuladas (Ne 5,7-13). Ele deu o exemplo. b) Procurou reconstituir as
famílias e os clãs (Ne 7). c) Reconstruiu as muralhas de Jerusalém (Ne 2, 11-3, 38). d)
Criou os anos jubilares, atualizando a visão do Levítico e Deuteronômio: de cada 50
anos deveriam ser desfeitas todas as compras e vendas de terras. O problema do projeto
de Neemias é que ele jogou as leis para os ricos e nós sabemos que os poderosos não
agem por lei, principalmente, quando é para haver transformação a serviço dos pobres.

Então, o seu projeto, com o tempo, ficou só no registro.


A conduta de Neemias como governador: Ne 5.14-19
Somente agora é mencionado que Neemias era governador de Judá. No entanto
somente aqui ele fala de si mesmo como governador e como se conduziu nessa função.

O relato de Neemias sobre sua conduta nessa posição revela um caráter apologético: ele
governava segundo o principio do serviço e não da ganância. Não usufruiu de alguns
dos privilégios que teria como governador persa de uma província. Um primeiro direito
do qual abriu mão foi o de receber o “pão do governador” (v.14), uma cota estipulada
de gêneros alimentícios para manter a chancelaria.

Acredita-se que Neemias, na condição de governador de Judá, deve ter feito uso das
terras pertencentes ao rei durante o período do reinado. Dessa forma, torna-se mais
compreensível como Neemias pôde bancar do seu próprio bolso os custos da
administração da província (Ne 5:14, 17-18).

Neemias menciona que os governadores anteriores não agiram assim. Pelo contrario
exploraram o povo cobrando 40 ciclos de prata diários para a manutenção da
chancelaria (Ne 5.15). Não bastasse isso, inclusive os funcionários da província
exploravam o povo. Neemias disse que assumiu os custos de manutenção da estrutura
administrativa por causa do temor a Deus, mas também porque a servidão sobre o povo
era grande.

Trabalho de Teologia

Matéria – Hermenêutica Bíblica


Assunto: Hermenêutica de Neemias capítulo 5

Método usado: Método analítico, Método biográfico com um


pouco de sintético.

Data de entrega: 14/09/2009


Professor: Pastor Ednei

Alunos: Cristiane e Miguel

Fim

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