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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha.

Gerência de Comunicação.

Edição Janeiro/2008.

Copidesque: Jussara Fonseca.

Transcrição: Adriana Santos e Carla Cristina.

Revisão: Adriana Santos e Vanessa Freitas.

Capa e Diagramação: Mateus Neves.

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Palavra do autor

P ai vivifica estas palavras, para que a tua gloriosa Palavra traga ao cora-
ção de cada leitor o tesouro contido nesta mensagem de restauração
das portas. Pelo teu poderoso e doce Espírito derrame graça sobre cada vida,
transmitindo alento, respostas e desafios a cada coração. Peço-te também que
cada um seja levado até ao Calvário para que, fitando o verdadeiro Cristo, reco-
nheça e tome posse do sacrifício que Jesus realizou na cruz, morrendo por nos-
sos pecados, para que pudéssemos ter a sua vida. Em Nome de Jesus. Amém!

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Apresentação

O
Espírito do Senhor conduziu-me ao livro de Neemias para que eu
pudesse meditar sobre a reconstrução das Portas de Jerusalém, que
representam as portas que precisam ser restauradas em nossas vidas.
Esse livro descreve uma situação singular na vida do povo de Israel.
Quando, em razão da desobediência, o povo foi levado ao cativeiro; a cidade
de Jerusalém foi destruída, seus muros derribados e suas portas queimadas:
“Disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham
lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém
estão derribados, e as suas portas, queimadas. Tendo eu ouvido estas palavras,
assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando
perante o Deus dos céus. E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e
temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com aqueles que te amam

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e guardam os teus mandamentos! Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os
teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua
presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos
pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa
de meu pai temos pecado. Temos procedido de todo corruptamente contra ti,
não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que
ordenaste a Moisés, teu servo. Lembra-te da palavra que ordenaste a Moisés,
teu servo, dizendo: Se transgredires, eu vos espalharei por entre os povos; mas
se vos converterdes a mim, e guardares os meus mandamentos, e os cumprir-
des, então, ainda que os vossos rejeitados estejam pelas extremidades do céu,
de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer ha-
bitar o meu nome. Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com
teu grande poder e com tua mão poderosa. Ah! Senhor, estejam, pois, atentos
os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de
temer o teu nome; concede que seja bem sucedido hoje o teu servo e dá-lhe
mercê perante este homem. Nesse tempo eu era copeiro do rei.” (Ne 1. 3-11.)
Neemias ouviu o relato do estado em que se encontrava a cidade dos seus
sonhos, Jerusalém. A cidade possuía doze portas e essas estavam em ruínas.
A reconstrução dos muros de Jerusalém era essencial não só para a proteção
do povo, como também em cumprimento a uma profecia. O muro precisava
ser reconstruído profeticamente, porque o Messias deveria ser crucificado fora
dos muros.
Sabemos que a porta não foi criada para servir de adorno; ela serve como

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proteção e é um meio para se entrar na cidade. Talvez as portas da sua vida
estejam em ruínas e você esteja desprotegido. Pode ser que com o passar do
tempo você permitiu que elas continuassem assim e não acredita na possi-
bilidade de restaurá-las. Mas o Senhor me falou de uma forma muito clara
sobre a necessidade de reconstruirmos as portas das nossas vidas, para que
nossas almas sejam restauradas por completo. O capítulo 2 de Neemias relata
o momento em que ele foi a Jerusalém, tendo como sonho e alvo específico,
reconstruir os muros e as portas. Ao chegar sozinho em Jerusalém, Neemias
andou quase uma noite inteira contemplando as ruínas da cidade, as portas
que haviam sido queimadas, e seu coração ficou desolado, como declaram as
Escrituras: “De noite, saí pela Porta do Vale, para o lado da Fonte do Dragão e
para a porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam
assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo. Passei à Porta da
Fonte e ao açude do rei; mas não havia lugar por onde passasse o animal que
eu montava. Subi à noite pelo ribeiro e contemplei ainda os muros; voltei, en-
trei pela Porta do Vale e tornei para casa. [...] Então, lhes disse: Estais vendo
a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas;
vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio.
E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as pa-
lavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E
fortaleceram as mãos para a boa obra.” (Ne 2.13-18.)
Quando Neemias e os que estavam com ele decidiram reedificar os mu-
ros da cidade, os inimigos e a oposição se levantaram. Entretanto, eles não

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temiam as oposições externas como declara Neemias: “Então, lhes respondi:
o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos, nos disporemos
e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito, nem memorial
em Jerusalém.” (Ne 2.20.)
Eram doze as portas da cidade e todas elas trazem uma mensagem para
nós, como traziam para o povo de Israel. Veremos, no decorrer dessa mensa-
gem, cada uma das doze portas a serem restauradas em nossas vidas.

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A Porta das Ovelhas

“E
ntão, se dispôs, Eliasibe, o sumo sacerdote, com os sacerdotes, seus
irmãos, e reedificaram a Porta das Ovelhas; consagraram-na, assen-
taram-lhe as De continuaram a reconstrução até à Torre dos Cem e à Torre de
Hananel.” (Ne 3.1.)
A primeira porta a ser reconstruída foi a Porta das Ovelhas. A reconstru-
ção dessa porta é de suma importância para a nossa vida. Somos as ovelhas. A
igreja é o rebanho. A ovelha é totalmente dependente; a sua defesa depende
do pastor. A ovelha não tem os dentes afiados como os do lobo e nem chifres
como os do bode; ela é dócil e mansa. Quem sabe a característica de ovelha
tenha sido perdida ao longo da sua vida? Quem sabe, na igreja, você era uma
ovelhinha, mas em casa agia diferente, com teimosia, nervosismo, impa-
ciência e sem amor. A Porta das Ovelhas foi restaurada por Neemias e Deus

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também quer restaurar essa porta em sua vida. No capitulo 10 do Evangelho
de João, Jesus, de forma carinhosa, diz: “Em verdade, em verdade vos digo: o
que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse
é ladrão e salteador. Aquele, porem, que entra pela porta, esse é o pastor das
ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo
nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas
as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem
a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque
não conhecem a voz dos estranhos. Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles
não compreenderam o sentindo daquilo que lhes falava. Jesus, pois, lhes afirmou
de novo: Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das ovelhas. Todos
quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes
deram ouvido. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e
sairá, e achará pastagem. O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir;
eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor.
O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem
não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o
lobo as arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário e não tem
cuidado com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas
me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai;
e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho outras ovelhas, não deste apris-
co; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um
rebanho e um pastor. Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para

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a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou.
Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi
de meu Pai.” (Jo 10.1-18.)
Como é importante passar pela Porta das Ovelhas. Como é importante
ter as características de ovelha: doçura, mansidão, obediência. Outra caracte-
rística da ovelha é o seu aspecto. Assim como o porco gosta de se lambuzar na
lama, a ovelha é um animal limpo; ela tem prazer na limpeza. Quando João
Batista apresentou Jesus, ele disse: “[...] Eis o Cordeiro de Deus, que tira o peca-
do do mundo!” (João 1.29.) Cordeiro é uma ovelhinha pequena.
Cada ovelha é importante no rebanho e a beleza do rebanho está em que
cada uma tenha a sua própria identidade. Como ovelhas do rebanho do Senhor
temos nossa identidade, nossas características como cristãos. São elas que nos
distinguem no mundo. Todas as vezes que perdemos a nossa identidade como
ovelhas, sofremos. A perda da identidade traz consigo a perda da nossa auto-
ridade. Nossa autoridade vem da nossa identidade como ovelhas. Por isso se a
Porta das Ovelhas estiver em ruínas ela precisa ser restaurada sem demoras.
A Porta das Ovelhas em Jerusalém estava em ruínas e ela foi a primeira a
ser reedificada. Ao ser reerguida, eles a fixaram, colocaram o ferrolho, as tra-
melas e a consagraram para que o inimigo não a queimasse novamente.
Que você, ovelha querida, tenha sempre em mente que és amada pelo
Senhor! Ele se preocupa em restaurar sua vida, em devolver-lhe a identidade.
Achegue-se ao seu Bom Pastor! Assuma sua identidade de ovelha para que
possa declarar: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” (Sl 23.1.)

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A Porta do Peixe

“O
s filhos de Hassenaá edificaram a Porta do Peixe; colocaram-lhe as
vigas e lhe assentaram as portas com seus ferrolhos e trancas.” (Ne
3.3.)
Quando lemos a Bíblia sobre peixe, lembramos muito de quando Jesus
disse para Pedro: “[...] Não temas; doravante serás pescador de homens.” (Lc
5.10.) Temos orado para que todos os cristãos se transformem em pescadores
de homens. A Porta do Peixe tem como forte característica trazer almas para
o Senhor. Eu não sei se em sua vida você está tendo o privilégio, e muito mais
que isso, o desafio de pescar vidas para o Senhor. O nosso testemunho funcio-
na como uma rede, pois ganhamos as pessoas para Jesus quando nossa vida
reflete a luz de Cristo. Vale ressaltar que muitas vezes as pessoas não aceitam a
Jesus justamente porque nos conhecem, ou seja, se damos mau testemunho.

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Isso é um antagonismo terrível! O nosso testemunho pode funcionar tanto
para atrair, como para afastar as pessoas de Jesus. O seu testemunho é a Porta
do Peixe! Sua vida deve estar abundante em Deus para que você possa exalar
o “bom perfume” todo o tempo, atraindo outros para Jesus. Se eu passasse
o dia todo trabalhando com peixe e fosse lhe cumprimentar, você perceberia
que o odor do peixe ficaria impregnado em você. Assim deve ser a presença de
Jesus em nossa vida. Deve estar impregnada em nós para que as pessoas se
sintam impactadas. Quando você reconstrói a Porta do Peixe em sua vida, você
recupera a paixão por levar outros a Cristo.
Sempre me emociono nos batismos. Quando os realizo percebo a emoção
que o batizando sente. Ele traz lágrimas nos olhos que expressam de forma
física o que o coração está sentindo. São lágrimas de alegria e de gozo na pre-
sença daquele a quem passa a pertencer. Em outros momentos há famílias
inteiras que se rendem aos pés de Jesus, entregando suas vidas a Ele, como
Senhor e Salvador. Muitos vêm ao Senhor porque alguém reconstruiu a Porta
dos Peixes e os evangelizou. Reconstrua essa porta em sua vida, para que você
também seja um pescador de homens, como é desejo do Senhor: “E disse-lhes:
Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” (Mt 4.19.)

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A Porta Velha

“j
oiada, filho de Paséia, e Mesulão, filho de Besodias, repararam a Porta
Velha; colocaram-lhe as vigas e lhe assentaram as portas com seus fer-
rolhos e trancas.” (Ne 3.6.)
Porta Velha é exatamente a “velha mensagem” do Evangelho. Muita gen-
te hoje em dia corre atrás de novidades, coisas absurdas, explorações das mais
terríveis, um sincretismo religioso, tentando agregar tudo isso ao evangelho
do Senhor. Mas há uma Porta Velha que precisa se restaurada.
Essa porta fala da fé genuína no Senhor Jesus, e de que por meio de seu
sacrifício é que obtemos o acesso ao Pai. Quantas pessoas hoje têm a alma
sofrida! Pessoas que me procuram para aconselhamento e a quem eu vejo
totalmente perdidas! Encontram-se confusas por causa de tanta novidade,
muitas coisas tão esquisitas que nem passam perto do verdadeiro evangelho!

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Um exemplo disso é a história de um homem que não podia se despir nem
mesmo para tomar banho. Isto porque lhe fora ensinado que, se Jesus voltasse
e o encontrasse nu, ele não subiria no arrebatamento. Essas “invencionices”
não têm nada a ver com a Palavra, com o evangelho.
A Porta Velha deve ser restaurada, a simplicidade do evangelho tem que
ser resgatada. O evangelho de Jesus Cristo não é um “show”, não é “oba-oba”.
A mensagem do verdadeiro evangelho é a notícia tremenda do amor Deus,
informando que, por meio de Jesus, o homem pode ser restaurado, ter sua vida
mudada e pode se reconciliar com Deus. Não há novidade na fé. Há um Deus
que faz novas todas as coisas, mas a mensagem do evangelho não é moda, é
realidade imutável e eterna. O evangelho não só dispensa como rejeita toda
inserção que o homem queira e tenta fazer. Por isso toda pregação tem que ser
feita com a Bíblia aberta e com corações e mentes também abertos. Você deve
conferir todas as ministrações, todo o ensino que lhe for transmitido no púlpito
com a Bíblia. Se a palavra recebida estiver coerente com a Palavra de Deus, en-
tão a aceite, medite e pratique. Caso contrário, rejeite-a, assim como o Senhor
recusa toda e qualquer novidade que o homem acrescenta à sua Palavra: “Sei
que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e
nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele.” (Ec 3.14.)
O próprio Senhor Jesus alerta seus discípulos a estarem com os olhos e ouvidos
bem abertos para recusarem “novidades”: “Então, se alguém vos disser: Eis aqui
o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos pro-
fetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios

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eleitos. Vede que vo-lo tenho predito.” (Mt 24.23-25.)
A nossa proteção e segurança estão neste Livro antigo que nunca fica
velho, a Bíblia. Ela é a Porta Velha que muitos, por a considerarem antiga de-
mais, a desprezam: – “Ela é muito velha, vamos colocar fogo nela.” Contudo,
essa Porta Velha, mensagem plena da Palavra de Deus permanece eternamen-
te rompendo as barreiras do tempo, da distância e qualquer outra que surgir.
Os anos passam, assim como os homens, mas o evangelho permanece. Como
disse Jesus: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.”
(Mc 13.31.)
Não fique correndo atrás de novidades, ficando à mercê de aventureiros.
Lance suas raízes nos átrios o Senhor, fixe a sua casa sobre a Rocha, pois “O
justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na
Casa o Senhor, florescerão nos átrios o nosso Deus.” (Sl 92.12-13.) Jesus disse
que: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será com-
parado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.” (Mt 7.24.)
Jesus é a sua força e segurança. Você precisa criar raízes em solo fértil para
receber os nutrientes e então se desenvolver. Se pegarmos uma plantinha e,
depois de termos plantado-a em um determinado local, constantemente a
transplantarmos, ela não crescerá, não dará frutos e correrá o sério risco de
morrer. Fique onde Deus o colocou, floresça onde o Senhor o plantou. Mude de
lugar apenas se o alimento que você vem recebendo não for o genuíno, não for
a Palavra de Deus. Reconstrua a Porta Velha em sua vida.

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A Porta do Vale

“A
Porta do vale, reparou-a Hanum e os moradores de Zanoa; edifica-
ram-na e lhe assentaram as portas com seus ferrolhos e trancas [...]”
(Ne 3-13.)
Temos a tendência de não gostarmos muito da Porta do Vale, porque
geralmente achamos que Deus é apenas o Deus das montanhas. E como é
bom passar pelas montanhas! Mas muitas vezes em nossa vida Ele nos leva
também a descer os vales. Nestes dias, por quantos vales você passou? Eu já
experimentei muitos vales e um vale muito profundo pelo qual passei foi no
ano de 97. Naquele ano, o Senhor levou a pessoa que mais orava e intercedia
por mim quando eu passava pelo vale da sombra da morte, a minha mãe.
Podemos passar por muitos deles. Eles existem. Quando passarmos por eles,
conforme uma música diz, “podemos ter paz”! O salmo 23 afirma essa verdade:

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“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum,
porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” (Sl 23.4.) A
grande diferença está na reconstrução da Porta o Vale. Muitos são enganados
com a falsa promessa de que, a partir do momento que se tornarem crentes,
jamais passarão por vales em sua vida. Não é nada disso que encontramos na
Palavra de Deus. Percorrendo os evangelhos, conhecemos Jesus e vemos que
Ele foi reconhecido como um “homem de dores”. Nós sofremos sim, mas com
uma grande diferença, o aguilhão foi destruído pela ressurreição de Jesus. A
esperança que nos domina, a certeza que temos é a de que o vale pode existir.
Não queira maquiar a Porta ou escondê-la, porque ela é real. Entretanto, há
uma promessa para nós sobre o passar pelos vales. Veja o que está escrito no
Evangelho de Lucas 3.4: “Conforme está escrito no livro das palavras do profeta
Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai
as suas veredas. Todo vale será aterrado, e nivelados todos os montes e ou-
teiros; os caminhos tortuosos serão retificados, e os escabrosos, aplanados; e
toda carne verá a salvação de Deus.” Deus prometeu aterrar todo vale! Essa
é uma promessa do Pai. Contudo, enquanto caminharmos por aqui, os vales
existirão. Jesus mesmo afirmou que no mundo passaríamos por aflições, mas
que nele teríamos paz: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em
mim. “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mun-
do.” (Jo 16-33.) No mundo espiritual os vales desaparecem, por isso mesmo,
muitas vezes em meio a dores e lágrimas, você pode ter a certeza da presença
gloriosa do Senhor.

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A Porta do Monturo

“A
Porta do Monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, maioral do
distrito de Bete-Haquerém; ele a edificou e lhe assentou as portas com
seus ferrolhos e trancas.” (Ne 3-14.)
Também não apreciamos muito essa Porta. A Porta do Monturo é a do lixo.
Muitas pessoas, pelo fato de não terem restaurado a Porta do Monturo, entram
de um dia para o outro, de um ano para o outro carregando lixo. Que lixo é
esse? Sabemos que está escrito na primeira carta de João 1.9: “Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça”. O pecado é o lixo que carregamos. Fazemos isso inutilmente,
pois o Senhor é fiel para nos perdoar. Não inicie algo, nem mesmo o dia, sem
reparar a Porta do Monturo. Aproveite hoje, agora mesmo, e numa atitude de
fé, de ousadia e de escolha, arranque todo o lixo do seu coração. Talvez você

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tenha sido ofendido por alguém e guarda mágoa, ressentimento e às vezes até
mesmo ódio. É uma situação difícil de ser trabalhada no coração, mas é lixo, é
malcheiroso. A Porta do Monturo existe exatamente para você jogar o lixo fora.
Mas é preciso que essa porta seja reconstruída. Talvez você tenha escorregado
algumas ou muitas vezes. Lembre-se de que o pecado é lixo e exala mau cheiro
diante de Deus. Se você não reconstruir essa Porta, seu louvor e suas orações
não subirão ao altar de Deus como incenso suave, mas terão o mau cheiro do
pecado. Qual o tipo de lixo que você tem acumulado em sua vida? Revistas
pornográficas, filmes imorais, conversas indecorosas, vocabulário e atitudes
contrários ao comportamento cristão. Tudo isso é lixo fétido que atrai moscas.
Tudo isso são atos pecaminosos que precisam ser extirpados de forma clara e
contundente. Reconstrua a Porta do Monturo, a porta da confissão, para que
todo o lixo seja jogado fora para que você se apresente agradável a Deus.

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A Porta da Fonte

“A
Porta da Fonte, reparou-a Salum, filho de Col-Hozé, maioral o distrito
de Mispa; ele a edificou, e a cobriu, e lhe assentou as portas com seus
ferrolhos e trancas, [...]” (Ne 3.15.)
O que é a Porta da Fonte? O Evangelho de João 7.37-39 registra estas
palavras de Jesus: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e
exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como
diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito
ao Espírito que haviam de receber os que nele crescem; pois o Espírito até aquele
momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.” A Por-
ta da Fonte é a Porta do Espírito. Ela é a porta que proclama que você pode
ter uma vida cheia do Espírito Santo, que do seu interior podem fluir rios de
águas vivas! Quem sabe você tem vivido uma vida pobre, deixando de usu-

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fruir das unções graciosas do Espírito? Você se tornou um saudosista dessas
unções, daqueles momentos quando você permitia o mover do Espírito Santo
em sua vida. Você lembra com saudade do tempo em que abria o seu coração
ao Pai, orava em línguas, profetizava, tinha visões, vivia momentos gloriosos
no Espírito do Senhor. Ora, tudo isso hoje pode estar sendo apenas saudades
e lembranças. Isso acontece porque a Porta da Fonte precisa ser restaurada.
Qual foi a última vez que você fez uma vigília de oração? Quando foi o seu
último jejum? Ninguém pode ser cheio do Espírito Santo se a Porta da Fon-
te não estiver restaurada. Somos a Igreja de Jesus, uma Igreja de renovação
espiritual. “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também
andemos nós em novidade de vida. [...]” (Rm 6.4.) Está escrito na Bíblia que
Jesus nos libertou para que o servíssemos em novidade de espírito: “Agora, po-
rém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos,
de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.”
(Rm 7.6.) Precisamos estar livres para que o Espírito de Deus flua por meio da
nossa vida, e, então, se cumprirá a Palavra de Jesus que diz: “Em verdade, em
verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e
outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. [...] o Consolador, o Espírito
Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14. 12 e 26.)
Eu oro a Deus para que a Igreja do Senhor, cada membro, restaure a Porta
da Fonte em sua vida, para que o Espírito Santo se mova com liberdade em

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seu interior e que nele fluam rios de águas vivas. Não serão córregos ou la-
goas, mas rios de águas vivas a jorrar, como cachoeiras brotando da nascente
celestial! Restaure a Porta da Fonte para que você possa experimentar essa
maravilhosa realidade.
O profeta, trazendo o sentimento do coração de Deus, disse: “Porque dois
males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e
cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.” (Jr 2-13.) Nossa fé
não é uma religião, e sim um relacionamento com Jesus. Nesse relacionamento
está o Espírito Santo, vivificando a Palavra, trazendo graça e vida. Entretanto,
se a Porta da Fonte não estiver restaurada, essa unção será apenas lembranças
ou um fato do passado.

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A Porta das Águas


[...] e os servos do templo que habitavam em Ofel, até defronte da Porta das
Águas, para o oriente, e até à torre alta.” (Ne 3.26.)
Há uma porta chamada Porta das Águas. A água serve para matar a nossa
sede e tem uma infinidade de serventias. Mas no sentido espiritual ela serve
para purificar. No Evangelho e João 15.3 vemos as palavras de Jesus afirman-
do: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.” A Porta das Águas
é a porta da purificação. Há um cântico que entoamos que diz: “Pois não há nada
que façamos que não possa perdoar”. Se a Porta das Águas, a porta da Palavra
não estiver restaurada em sua vida, você ficará enfraquecido, assim como sua
fé. Você perderá o viço, e o brilho da luz de Jesus estará como que empoeirado,
como uma penumbra em sua vida. Jesus é a água da Vida. A Palavra de Deus
é água que nos santifica. Ela é ação purificadora que nos limpa, tira todas as

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nossas impurezas e nos deixa cristalinos, como dizem as palavras de Jesus:
“Vos já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.”
Você precisa ler a Bíblia. Será que você já fez a sua leitura completa? Em
que você tem investido o seu tempo? Tempo é uma questão de prioridade.
Você tem priorizado a leitura da Palavra de Deus? Seguindo as orientações do
nosso Semanário Atos Hoje, ao final de um ano você terá lido toda a Bíblia.
Para lermos a Palavra inteira gastamos apenas 72 horas. Você só saberá dis-
tinguir entre o certo e o errado se conhecer a Palavra de Deus. Muitas vezes
as pessoas correm de um lado para o outro buscando a solução de todos os
seus problemas, tentando suprir todas as suas necessidades e se esquecem de
buscar a solução na fonte. A fonte é a Palavra. Não adie para amanhã o início
dessa leitura. É uma questão de primazia; dê preferência à Palavra o Senhor.
Não podemos nos esquecer das palavras de Jesus: “buscai, pois, em primeiro lu-
gar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt
6.33.) Restaure a Porta das Águas por meio da Palavra. Se deixe envolver pela
mensagem purificadora dessa Palavra e você será depurado, desembaraçado
de toda a sujeira e tropeços do mundo. Uma pessoa que não conhece a Bíblia e
nem o Deus da Bíblia, não tem o temor de Deus, porque “o temor do Senhor é o
princípio da sabedoria; [...]” (Sl 111.10.) A Palavra de Deus é viva, como está o
nosso Deus! Essa não é uma Palavra que caducou, que se tornou obsoleta com
o passar dos séculos. Ela é viva e eficaz. Ela transcende o tempo porque o nosso
Deus é onipresente, ilimitado, sem começo e fim. Deus é eterno, e eterna tam-
bém é a sua Palavra. “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante

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do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma
e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos
do coração.” (Hb 4.12.)
Falando sobre a purificação, o Espírito de Deus nos faz um desafio por
meio de sua Palavra no livro de Provérbios: “O que encobre as suas transgres-
sões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.”
(Pv 28.13.) Aquele que oculta a sua desobediência jamais será próspero, mas
todo o que declara a sua infração, o seu pecado e o abandona, logrará miseri-
córdia. Muitos fazem planos para a passagem de ano. Projetos de restauração,
de recomeço, de santificação, de nova postura diante de Deus são elaborados.
Não espere um ano inteiro para restaurar a Porta das Águas, cada minuto ou
segundo que passa, determina uma passagem; restaure agora mesmo essa
Porta que fala de purificação.
Não importa quão sujo você esteja; você pode vir assim como o filho
pródigo. Houve um momento quando ele não quis mais encobrir as suas
transgressões e correu para a casa do pai. Ele não se sentia digno de viver na
presença do pai, porque sua vida estava toda atrapalhada. Ele estava sujo e
malcheiroso; mais se assemelhava a um animal do que propriamente a um ho-
mem. Ele havia até mesmo se alimentado da comida dos porcos que cuidava.
Quando ele reparou as Portas das Águas em sua vida ele foi recebido pelo pai
com festa, ganhou roupas novas, sandálias e um anel. Depois de purificado,
voltou à sua condição de filho. Ele se contentaria em ser apenas um serviçal,
porém o pai o amava e o queria não apenas como servo, e, sim, como filho

31
muito amado. Meu querido leitor, Deus o ama tanto que enviou Jesus para
morrer em seu lugar, para que você se tornasse seu filho. Você precisa conhecer
a Bíblia. À medida que você vai lendo e meditando nela, o Espírito Santo vai
vivificando-a no seu coração. Restaure a Porta das Águas, purifique-se pela
Palavra e seja um manancial de águas vivas!

32
A Porta dos Cavalos

“P
ara cima da Porta dos Cavalos, repararam os sacerdotes, cada um de-
fronte da sua casa.” (Ne 3.28.)
A oitava Porta é a dos Cavalos. Essa Porta simboliza força e poder. Mas essa
força e esse poder não são nossos, eles vêm de Deus. Quantas vezes confiamos em
nossas próprias forças! A palavra diz que “Uns confiam em carros, outros, em ca-
valos; nós, porém, nos gloriaremos em nome do Senhor, nosso Deus.” (Sl 20.7.)
Inicie cada dia em sua vida com a Porta dos Cavalos reconstruída. Sua for-
ça, poder e autoridade devem vir do Senhor. A Bíblia declara que a verdadeira
força e todo o poder pertencem ao nosso Deus: “Riquezas e glória vêm de ti, tu
dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer
e a tudo dar força.” (1Cr 29.12.) É dele que recebemos tanto a força quanto o
poder como declara o salmista: “Ó Deus, tu és tremendo nos teus santuários; o

33
Deus de Israel, ele dá força e poder ao povo. Bendito seja Deus!” (Sl 68.35.) E é so-
mente em Cristo que temos a verdadeira autoridade: “Vendo isto, as multidões,
possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.”
(Mt 9.8).

34
A Porta Oriental

“D
epois deles reparou Zadoque, filho de Imer, defronte de sua casa; e,
depois dele, Semaías, filho de Secanias, guarda da Porta Oriental.”
(Ne 3.29.)
Encontramos registrado no livro de Daniel o momento em que, estan-
do na Babilônia, ele orava em direção à Jerusalém para a Porta Oriental. A
Porta Oriental é a nona Porta. Ela nos fala de oração, da importância de nos
prostrarmos em oração diante de Deus. Essa Porta também precisa ser restau-
rada. Quanto tempo você gasta por dia na porta da oração? Se a Porta Oriental
estiver em ruínas, como ficará a sua vida espiritual? Qual será o seu grau de
intimidade com Deus? Não se trata apenas da oração de petição. A oração não
envolve apenas o pedir, como alguém que vai ao supermercado com uma lista
na mão, retira os produtos da prateleira e em frente às seções pede, pede e

35
pede. A oração começa como um dever, mas, com o perseverar, ela se transfor-
ma num deleite. Ao restaurar essa porta, você sentirá prazer na oração. Você
experimentará aquilo que a Palavra diz: “Tu me farás ver os caminhos da vida;
na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.”
(Sl 16.11.) Eu não o conheço intimamente, mas sei que o Senhor o conhece no
mais profundo do seu ser. Ele sonda sua mente e seu coração e conhece cada
uma das suas palavras antes mesmo que você as pronuncie. Quanto tempo
dos seus dias você tem passado em oração com o Senhor? Será que você tem
investido apenas na oração da noite, antes de se deitar? Ou apenas na hora de
se alimentar, ou fazendo aquela “oração” evangélica que aprendeu? A Porta
Oriental deve estar sempre aberta. Muitas pessoas reconstroem a Porta Orien-
tal, porém, após sua reconstrução, deixam-na constantemente fechada. Use
essa Porta continuamente. Deus permitiu que ela existisse. Por isso querido
leitor, não despreze esse ponto de entrada para a comunhão com Ele. Quando
você restaura a Porta Oriental, a porta da oração, seu coração fica livre da an-
siedade e do medo.
Como é importante restaurarmos a comunhão com Deus por meio da
oração. É por meio dela que somos animados e confortados, como afirma Pe-
dro em sua primeira carta, capítulo 5, verso 7: “[...] lançando sobre ele toda
a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” É fundamental que cum-
pramos em nossa vida a advertência que Paulo fez aos tessalonicenses: “Orai
sem cessar.” (Ts 5.17.) Advertência que ele reafirma em Efésios 6.18: “[...] com
toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com

36
toda perseverança e súplica por todos os santos.” Você precisa reconstruir esse
espaço em sua vida.
Daniel estava na Babilônia, longe de todos. Se quisesse, poderia ter to-
mado uma posição de indiferença e dito: – “Ninguém esta me vendo aqui. Estou
longe do meu povo, não tenho nada a ver com os seus problemas. Quero mesmo
é levar a minha vida tranquilamente.” Mas ele não fez isso. A Bíblia relata que
três vezes durante o dia ele se punha de joelhos diante de Deus. Meu coração
se entristece ao perceber que certas pessoas, quando entram em férias, tiram
férias da fé também. Longe da Igreja, fica até difícil distinguir se são crentes ou
não. Mas crente é crente; ovelha é ovelha em todo o lugar se a Porta da Ovelha
tiver sido restaurada! Deixe a Porta Oriental, a porta da oração, escancarada.
Entre por ela todos os dias da sua vida. Ela é preciosa! Que bênção é saber que
temos acesso a essa Porta! Nada há de mais glorioso do que percebermos e
vivermos a Palavra que diz: “Segundo o eterno propósito que estabeleceu em
Cristo Jesus, nosso Senhor, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, me-
diante a fé nele.” (Ef 3.11-12.)
A oração do justo não é apenas um falatório inútil que Deus não ouve e
nem atende. Não é simplesmente um desabafo sem retorno. Veja o que está
escrito no livro de Salmos 66.20: “Bendito seja Deus, que não me rejeita a ora-
ção, nem aparta de mim a sua graça.”
Deus se alegra quando você se achega a Ele em oração. Tenha certeza
disso, porque está escrito: “O sacrifício dos perversos é abominável ao Senhor,
mas a oração dos retos é o seu contentamento.” (Pv 15.8.) Ao estudarmos os

37
evangelhos percebemos como Jesus possuía uma vida de oração. Muitas ve-
zes Ele deixava o povo, subia ao monte, atravessava a Porta Oriental e tinha
comunhão com o Pai.
Existem pessoas que pedem oração constantemente ao seu próximo. Isto
pode significar que elas dedicam pouco tempo à oração. Sem a restauração
da Porta Oriental, não é possível desfrutar o privilégio da comunhão com
Deus. Quando você começa a orar e perseverar na oração, os seus problemas
começam a desaparecer. Jó passou por um momento difícil, e por estar com a
sua Porta Oriental destruída, lamentou, questionou e, até mesmo, brigou com
Deus, achando-se um infeliz, um esquecido pelo seu Senhor e por todos. Ele
disse em seu desabafo: “Aquilo que a minha alma recusava tocar, isso é agora
a minha comida repugnante. Quem dera que se cumprisse o meu pedido, e que
Deus me concedesse o que anelo! Que fosse do agrado de Deus esmagar-me, que
soltasse a sua mão e acabasse comigo! Isto ainda seria a minha consolação, e
saltaria de contente na minha dor, que ele não poupa; porque não tenho negado
as palavras o Santo. Por que esperar, se já não tenho forças? Por que prolongar a
vida, se o meu fim é certo? Acaso, a minha força é a força da pedra? Ou é de bron-
ze a minha carne? Não! Jamais haverá socorro para mim; foram afastados e mim
os meus recursos.” (Jó 6.7-13.) Era um desenrolar de lamúrias. Mas, no final do
livro de Jó, quando ele reconstruiu a porta Oriental e começou a orar por seus
amigos, Deus transformou o seu cativeiro em bênçãos. Reconstrua a porta da
oração em sua família. Tenha no seio familiar um momento de oração em que
todos, juntos, Marido, esposa e filhos, estejam unidos na manutenção da Por-

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ta Oriental. É preciso que os cônjuges ministrem mutuamente, e ambos, aos
filhos. O lar precisa dessa cobertura espiritual, pois a família é um constante
alvo de Satanás. Se essa Porta não estiver reconstruída, a fé cristã pode morrer.
Sem o fluir do Espírito Santo, seremos apenas religiosos. Sem vida espiritual
ativa, sem unção, poder ou autoridade, sem a reedificação dessa Porta, jamais
veremos as maravilhas do Senhor se materializarem em nossa vida.

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40
A Porta da Guarda

“D
epois dele, reparou Malquias, filho de um ourives, até à casa dos
servos do templo e os mercadores, defronte da Porta da Guarda, até
ao eirado da esquina.” (Ne 3.31.)
A Porta da Guarda é a décima Porta. Ela se refere à vigilância. Está escrito:
“Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, como
leão que ruge procurando alguém para devorar; [...]” (1Pe 5.8.) Se a Porta da
Guarda estiver destruída, as setas do inimigo certamente o alcançaram. Mui-
tas pessoas são machucadas e suas vidas se transformam numa ferida aberta
porque elas dão brechas para o inimigo agir. E essas brechas vêm exatamente
porque a Porta da Guarda esta quebrada. Restaure a porta da vigilância! Há
muitos que oram, mas não vigiam. Muitos restauram a Porta Oriental, mas
não reparam a Porta da Guarda; então, perdem tudo. A restauração da porta

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da vigilância é indispensável. Jesus não deixa dúvidas sobre a importância de
estarmos alerta quanto aos ataques do inimigo: “E, voltando para os discípulos,
achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar co-
migo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.40-41.) Você talvez esteja se perguntando:
– “Mas como farei isso?” Tome a posição para restaurar a Porta da Guarda em
sua vida. Tenha seus olhos bem abertos, coloque o seu coração sob vigilância
e busque em Deus a força para continuar alerta. Está escrito na primeira carta
de Paulo aos Coríntios: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.”
(1Co 10.12.) Você chegou ao final do dia de pé? Esteve um mês ou um ano de
pé? Não se impressione com o seu desempenho, cuide-se para não cair. Tome
cuidado! Não bata no peito dizendo-se perfeito ou mais espiritual do que os
outros. A Palavra relata: “Aquele que pensa estar em pé”, e não, “Aquele que está
em pé”. Cuide-se, ore e vigie para que não venha a cair. “Sede vigilantes, per-
manecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. Todos os vossos
atos sejam feitos com amor.” (1Co 16.13-14.)
Seja vigilante. A Porta da Guarda precisa estar restaurada; não é tempo
para brincadeiras. O grande Dia se aproxima e todos nós precisamos vigiar.
Quando menos se esperar a “hora vem”, como diz a Palavra do Senhor: “Mas
a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o
Filho, senão o Pai.” (Mt 24.36.) Quando o Noivo vier buscar a Noiva, ou seja,
quando Jesus surgir para buscar a sua Igreja, os salvos, não haverá tempo
para arrependimentos de última hora. A porta se fechará conforme o texto

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do Evangelho de Mateus: “E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que
estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.” (Mt
25.10.) De nada valerá nessa hora a sua insistência em entrar pela porta, porque
o Senhor a terá fechado: “Quando o dono da casa se tiver levantado e fechado a
porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater; dizendo: Senhor, abre-nos a
porta, ele vos responderá: Não sei donde sois.” (Lc 13.25.)
Restaure a Porta da Guarda. Não faça como as virgens néscias que não
vigiaram e ficaram de fora. Deus tem maravilhas insondáveis para você. É tre-
menda a promessa do Senhor descrita na primeira carta do apóstolo Paulo aos
Coríntios: “[...] Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou
em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1Co
2.9.) Você nasceu para ser, em Cristo, um gigante espiritual, um vencedor!
Deus tem coisas maravilhosas para nós, porque estamos em aliança com Ele,
fizemos um pacto. Ao celebrarmos a Ceia, comemos dos símbolos do corpo e
do sangue de Jesus. Essa aliança é exatamente a afirmação proclamada pelo
próprio Deus de que aquilo que é do Senhor passa a ser nosso pela sua graça.
Essa aliança é a vida de Deus em nossa vida.
Meu irmão permaneça firme na fé, vigie, não vá atrás de qualquer doutri-
na, nem caminhe guiado por seus próprios sentimentos. No livro de Colossen-
ses está escrito: “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças.” (Cl 4.2.)
A Porta da Guarda também nos aponta para o agradecimento, para “vigiarmos
com ações de graças”. Isso pode parecer estranho, mas é uma realidade na res-
tauração dessa Porta. Você dá graças por tudo? Você vigia o modo como fala?

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Quantas pessoas ministram derrotas em suas vidas por meio das próprias pa-
lavras! Quantas, em vez de abençoarem as pessoas, terminam por amaldiçoá-
las. Isso nada tem a ver com a “força do pensamento positivo”, mas tem tudo a
ver com a força da bênção. A Palavra nos exorta a vigiarmos nossas palavras,
nossos pensamentos, nossas atitudes e fazermos tudo isso com ações de graça.
Dê graças a Deus pela sua vida, entoe louvores a seu nome, porque Ele o ama e
tem o melhor para sua vida. Sempre que você participar da Ceia lembre-se da
proclamação gloriosa de que Deus tem o melhor para você. Restaure a Porta
da Guarda e não permita que nada e ninguém roubem aquilo que o Senhor
tem para você.
“Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encon-
tre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há cingir-se, dar-lhes lugar à mesa
e, aproximando-se, os servirá.” (Lc 12.37.)

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A Porta da Prisão


[...] e desde a Porta de Efraim, passaram por cima da Porta Velha e da Porta
do Peixe, pela Torre de Hananeel, pela Torre dos Cem, até à Porta do Gado; e
pararam à porta da Guarda.” (Ne 12.39.)
Em algumas Bíblias, a porta da Guarda é chamada de Porta da Prisão. A
Porta da Guarda tanto tem o sentido de vigilância como o de prisão. Tudo o que
nos prende ao passado, às condenações, às amarras que nos impede de alçar
vôo em nossa vida espiritual com o Senhor Jesus, está relacionado com essa
Porta. Ninguém é condenado pelo que vai fazer, mas sim, pelo que fez. O Diabo
é acusador e quer que você se sinta preso, condenado e aprisionado. Essa é a
décima primeira Porta que você deve restaurar em sua vida. Você deve restau-
rá-la para que ela permaneça sempre aberta. É importante se conscientizar de
que você é livre! Você não mais precisa estar preso ao passado, à condenação.

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Está escrito na Palavra de Deus, que, quando Jesus morreu na cruz do Calvário,
todas as acusações que o inimigo trazia sobre nossa vida foram pregadas com
Cristo. “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, pelas suas pisaduras
fomos saradas.” (Is 53.5.) Fomos totalmente libertos pelo Senhor Jesus. Em
Cristo encontramos a verdadeira liberdade! Assim sendo, não permita que Sa-
tanás o acuse e o aprisione com sentimentos que causam depressão e culpa.
Deus enviou seu Filho para nos trazer liberdade plena. Está escrito: “Se, pois, o
Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8.36.) Quando Jesus disse:
– “Está consumado!”, Ele estava declarando: “Está pago!” A palavra grega que
corresponde a “consumado” é “tetelestai”, que quer dizer precisamente isso:
“Está pago, está quitado o preço da nossa redenção!” Restaure a Porta da Prisão
não para continuar preso, mas, pelo contrário, para sair dela. Não existe nada
mais admirável do que estarmos totalmente livres diante do Senhor.
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois firmes e não
vos submeteis, de novo, a jugo de escravidão.” (Gl 5.1.)

46
“Eu sou a Porta...”

“J
esus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu
sou a porta das ovelhas. [...] Se alguém entrar por mim, será salvo; en-
trará, e sairá, e achará pastagem.” (Jo 10.7-9.)
A décima segunda Porta não está nomeada de forma explícita no livro
de Neemias. Como eu você poderá lê-lo muitas vezes, mas não encontrará um
nome para essa Porta. Jesus disse: “Eu sou a porta”. Ele é a décima segunda
Porta. É a Porta do Rei! Você precisa restaurar essa Porta, como relata a Palavra:
“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará
pastagem.” (Jo 10.9.) Somente com a restauração da porta do Rei, você encon-
trará o alimento que precisa para uma vida abundante. Só em Cristo somos
livres para irmos e virmos sem culpas, preconceitos ou condenações. Só em
Cristo a nossa vida adquire um sentido, uma razão. Somente o sacrifício de

47
Jesus é suficiente para nos livrar da culpa do pecado e do peso das acusações.
Ele é o único capaz de tomar nosso fardo e aliviar as nossas dores. A Palavra
de Deus afirma que “Aquele que pratica o pecado procede do Diabo, porque o
Diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus:
para destruir as obras do Diabo.” (1Jo 3.8.)
Amado leitor, deixe Jesus reinar absoluto. Ele é quem nos conduz à vitó-
ria: “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos
senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se
acham com ele.” (Ap 17.14.) Jesus Cristo é o nosso bem mais precioso. Observe
que sábia a resposta dada por Jesus a um jovem lhe perguntou sobre como
herdar a vida eterna: “E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta:
Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então,
vem e segue-me.” (Mc 10.21.) Jesus não estava interessado nas posses daquele
jovem e, sim, no seu coração. Na sua onisciência, o Senhor sabia que o tesouro
daquele coração estava nas riquezas. Jesus veio para ser o Senhor absoluto, a
maior riqueza da nossa vida, “Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará tam-
bém o vosso coração.” (Lc 12.34.) Tenha Jesus como seu tesouro, como aquilo
de mais precioso que você possui. Entregue-se totalmente nas mãos dele, pois
Ele mesmo afirma: “[...] o que vem a mim, e modo nenhum o lançarei fora.” (Jo
6.37.) O Senhor cuidará de você, suprindo as suas necessidades. Essas não são
palavras utópicas, mas Palavras do próprio Senhor. “Observai as aves do céu:
não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste
as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós,

48
por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por
que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do
campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salo-
mão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste
assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto
mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquietais, dizendo:
que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gen-
tios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais
de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.26-33.)
Muitas pessoas se preocupam apenas com a abundância de bens, de po-
der, de status e tantas outras coisas que jamais levarão para a eternidade. O
Senhor Jesus nos convida a guardarmos tesouros reais, estes que ninguém po-
derá nos roubar: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a
traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para
vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não
escavam, nem roubam.” (Mt 6.19-20.) Somente os que restauram a Porta do
Rei, somente aqueles que declaram que Jesus é o Senhor de suas vidas, podem
entrar pela porta do Reino de Deus e desfrutar da vida abundante e eterna
com o Senhor Jesus. As pessoas são estimuladas a buscar o seu prazer como
meta principal. Nenhuma emoção, nenhum sentimento pode ser reprimido.
Tudo deve girar em favor da satisfação pessoal. Por isso o mundo tem buscado
portas largas, caminhos espaçosos que não exigem nenhum tipo de repressão

49
ou abdicação. Mas, como folha ao vento, essas pessoas não sabem que rumo
tomar ou por qual porta adentrar para encontrarem a verdadeira vida, a legíti-
ma felicidade. Ao restaurar a porta do Rei Jesus, você jamais se esquecerá das
suas Palavras: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho
que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita
é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que
acertam com ela.” (Mt 7.13-14.)
Jesus, Jesus. Jesus! Esse nome é Bendito! O nosso Deus é maravilhoso! Ele
nos amou tanto que enviou seu Filho Jesus para nos salvar: “Porque Deus amou
ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16.) Jesus o ama de forma
incondicional, apesar dos seus pecados. Ninguém há, que não tenha pecado,
porque está escrito: “[...] pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Rm
3.23.) Além disso, “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos
nos enganamos, e a verdade não está em nós.” (1Jo 1.8.)
Você não precisa se sentir um eterno pecador, sendo acusado constan-
temente pelo inimigo, pois “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus
não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno
não lhe toca.” (1Jo 5.18.) Você quer saber como ser nascido de Deus? No livro
de Apocalipse estão registradas as palavras de Jesus dizendo: “Eis que estou à
porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa
e cearei com ele, e ele, comigo.” (Ap 3.20.) Não tenha medo de abrir essa Porta,
não tenha medo de abrir seu coração para que Jesus faça morada em sua vida.

50
Quando Jesus controla os rumos de nossa vida, descobrimos que estamos sob
a melhor direção. No livro de Salmos vemos que “Os preceitos do Senhor são
retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos.
O temor do senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são
verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do
que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.”
(Sl 19.8-10.)
Restaure as portas com a unção e a graça de Deus sobre sua você. Inicie
um novo tempo em sua vida. Talvez você pense que o romper do dia é sim-
plesmente mais um amanhecer, contudo, a Palavra relata que; “[...] se alguém
está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram
novas.” (2Co 5.17.) Restaure a sua comunhão com o Senhor, pois só por meio
de Jesus todas as coisas se farão novas em sua vida! Pode ser que você queira
restaurar essa Porta, mas até agora não a tenha aberto e por isso mesmo não
sabe como fazê-lo. Quero lhe dizer que é muito simples, basta confessar Jesus
como Senhor e Salvador, como está escrito: “Se, com a tua boca, confessares
Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo.” (Rm 10.9.)
Ore, então, comigo dizendo: “Senhor Jesus, eu quero que essa Porta esteja
completamente restaurada em minha vida. Para isso, nesta hora, eu o confesso
como Filho de Deus, Senhor e Salvador único e absoluto da minha vida. Eu abro
mão de todo pacto feito antes de te conhecer e peço-te que escrevas o meu nome
no Livro da Vida. Comprometo-me a cuidar dessa Porta para que ela nunca fi-

51
que em ruínas e assim eu possa ter comunhão contigo para sempre. Em nome
de Jesus. Amém!”
Você agora é mais do que uma nova criatura, é filho de Deus! Isso não é
nenhuma presunção, porque estamos alicerçados na Palavra do nosso Pai para
dizê-lo: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.” (Jo 1.12.) Você agora tem
um motivo bem forte para se sentir feliz com cada novo amanhecer. Jesus é a
palavra de vitória que nos foi liberada. Você, vivendo com Ele, por Ele e para
Ele, será sempre mais que vencedor!
Nunca se esqueça de continuamente restaurar as portas citadas ao longo
deste livro. Saiba que elas vieram do coração de Deus para você. Não despreze
o cuidado do Senhor, porque Ele o ama e tem o melhor para você.
Saiba conduzir-se sabiamente em oração e vigilância, para que o inimigo,
em tempo nenhum, lhe roube nem mesmo uma parte da herança que lhe cabe
como filho de Deus.

52
Conclusão

A
o recebermos o Senhor Jesus em nossa vida, passamos a ser herdeiros
de todas as promessas do Pai. Porém, existem portas em nossa vida que
precisam de constantes cuidados e, não raras vezes, de reparo. Elas precisam
estar restauradas para que não sirvam de entrada para o Diabo com seu poder
destrutivo. Somos templos do Espírito Santo, somos moradas de Deus. Assim
como Neemias restaurou todas as portas de Jerusalém, devemos restaurar as
portas da nossa vida.
Como ovelhas, devemos estar totalmente na dependência do Senhor e
na força do seu poder, estaremos aptos a evangelizar o mundo e cumprir a
ordem do nosso Senhor: “[...] Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura.” (Mc16.15.) A nossa fé deve ser genuína e, nunca, oportunista. O ver-
dadeiro Evangelho é o de Jesus Cristo e, não o de falsas promessas que agra-

53
dam o coração humano, mas que não satisfazem o espírito. Alicerçados nessa
fé, suportaremos todos os vales. Com a graça do Senhor sobre nossa vida não
permitiremos que o lixo do inimigo se acumule nela, produzindo mau cheiro e
atraindo moscas. O perfume do Senhor será evidente em nossa vida!
Precisamos permanecer sempre sob a orientação do Senhor, buscando
dele unção e poder, sem jamais nos esquecermos de que Dele, por Ele e para
Ele são todas as coisas. Para mantermos a nossa vida plena em Jesus, precisa-
mos estar com a leitura da Palavra em dia, priorizando o nosso encontro diário
com Deus. Pela meditação nas Escrituras, Ele se dará a conhecer cada vez mais
e obteremos dele a força e o poder, fundamentais para fazermos as obras que
Jesus fez e ainda outras mais. Sabendo que nossa força e poder vêm dele, nós
lhe daremos toda a honra e a força e a glória. Nunca devemos nos esquecer de
que nenhuma autoridade nos é dada se por Ele não for concedida. A oração é
outra porta que deve manter-se aberta. Como todas as outras, ela também
não poderá estar em ruínas. Estando sempre em espírito de oração, jamais nos
esqueceremos de vigiar e render graças ao Senhor por tudo, pois “Sabemos que
todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, aqueles que
são chamados segundo o seu propósito.” (Rm 8.28.)
No pleno conhecimento de todas essas verdades que devem estar restau-
radas em nossa vida, restauraremos a porta da nossa liberdade em Cristo com
consciência e cuidado.
Deus lhe abençoe!

54
55
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha
Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão


CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG
www.lagoinha.com

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