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SIBYLA RUDANA

Como Cuidar de Seus Ciganos


Ancestrais
EGRÉGORA CIGANA

ARCANOS
Academia de Artes Místicas
Programa

1- Quem são os ciganos espirituais?


2- Por Que o Céu Espiritual do Brasil?
3- Espíritos Ciganos: Mestres e Renegados
4- Os Ciganos e a Religiosidade
5- Campos Energéticos – Como abrir e fechar
6- Reuniões com Espíritos Ciganos
7- Altar da Ancestralidade Cigana
8- Multiplicidade de Espíritos Ciganos em um Médium
9- Os Ciganos e a Bruxaria
10- Ciganos Espirituais mais Populares

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Quem são os Ciganos Espirituais?

Pouco ou quase nada se sabe verdadeiramente sobre os ciganos de carne e osso. Menos ainda sobre os
ciganos espirituais.
Que o Brasil é um país místico, não há quem duvide. Aqui a fé das pessoas é tanta que chega a
chamar a atenção de estudiosos de diversos segmentos. Crer em espíritos e santos não é difícil. O ser
humano que acredita na presença dos desencarnados que auxiliam já não se sente tão só e infeliz, pois
sabe que pode contar com consolo e instruções de guias espirituais.
A metodologia pode ser diferente, mas segue o que acontece na Umbanda, seita religiosa nascida
no estado do Rio de Janeiro. É que a Umbanda abriga espíritos dos escravos, índios e negros, de mulheres,
homens e crianças desencarnadas que, de alguma forma, teriam que praticar ações nobres para garantir
sua evolução espiritual, bem como a dos médiuns escolhidos para esta mesma tarefa, por afinidade ou
missão.
Ao longo dos anos, muitos grupos espiritualistas se formaram com objetivos similares. Porém, de
um tempo para cá, o interesse pelos ciganos espirituais ficou ainda maior. Independente de ser verdadeira
a aproximação desses espíritos, a única imagem que se tem dos ciganos espirituais é a da alegria da dança,
do colorido das roupas, da vida nômade, do amor romântico e proibido e do poder da magia e sedução.
Uma densa nuvem de fantasia e desinformação, difícil de ser dissipada, deixa a população
espiritualista meio confusa. Afinal, é só isso?
Segundo os ancestrais ciganos, eles se manifestam através de médiuns brasileiros com os quais têm
um vínculo desde antigas encarnações. E até mesmo a maneira de tratá-los é diferente. O caráter
independente dos ciganos não tem afinidade com a missão de serem servidores e/ou “escravos” de outros
guias ou espíritos. Portanto os ciganos espirituais não necessariamente obedecem à lei da Umbanda de
caboclos. A missão principal no trabalho espiritual dos mentores ciganos é a própria evolução, através de
benefícios que cada ancestral cigano consegue para seus médiuns e amigos.
Perguntados se existe um prazo para esta evolução, e com surpresa ouvimos a resposta:
-“Fomos escravizados, perseguidos e vítimas de preconceitos absurdos. Na condição espiritual em que nos
encontramos, podemos ajudar muito, mas também podemos prejudicar, sim. Se prejudicamos ou negamos
ajuda, seja por capricho nosso ou por vingança, apenas atrasamos o nosso processo de evolução. Mas
somos livres para agir, sem sermos manipulados. Não somos anárquicos. Ao contrário: respeitamos muito
a hierarquia e a sabedoria dos mais velhos. Para nós, o conhecimento é o que torna alguém respeitável.
Nossa principal relação é a de troca. Somos espíritos de ciganos que viveram, como nômades, em
acampamentos, etc. Podemos trocar nosso conhecimento por atenção, oferendas, carinho, mas não para
satisfazer a vaidade de quem quer que seja. E sempre que há exploração do outro em nome de nosso
povo, tratamos de castigar o infame ou negamos-lhe o nosso conhecimento, nos afastamos, atrapalhamos
a sua intuição e fazemos com que muitas coisas deem errado na vida dele.”

Curiosos na investigação perguntamos sobre as cantigas:


-“As cantigas são diferentes. Na verdade, gostamos de sons que nos remetem aos antigos acampamentos.
No passado, se usou atabaques e instrumentos utilizados nas religiões afro brasileiras para atrair ciganos
espirituais de nossa egrégora. O verdadeiro som da vibração dos ciganos é o das nossas músicas com os
nossos instrumentos tradicionais. Muitos grupos utilizam músicas de compositores clássicos ou ciganos em
uma sessão espiritual exclusivamente cigana. Nessas reuniões, geralmente chegam os espíritos ciganos
mais velhos, mas não existe uma ordem rígida para isso. O transe geralmente é tranquilo e a maioria dos
médiuns, que incorporam espíritos ciganos, é consciente, mas não devem interferir no conteúdo de nossas
mensagens. Esses médiuns devem ser acompanhados por um assistente de confiança”.

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Os espíritos ciganos costumam contar fatos de sua última passagem pela Terra assim que começam
seus trabalhos espirituais com o médium. Dizem de onde vêm, como viveram, falam de suas famílias, dos
problemas que vivenciaram, como gostam de ser tratados, dos aromas, das cores, das oferendas que mais
apreciam e de tudo o que diz respeito a eles. Você pode estar pensando: Mas para que tanta coisa, se já
estão em evolução espiritual?

Eles disseram que tais coisas constituem um vínculo espiritual muito forte com o ser humano, que
está sempre em busca de uma representação física, de algo palpável para se sentir prestigiado e protegido.

Então, como seriam as oferendas? Normalmente o cigano espiritual diz o que deseja. Mas é sabido
que uma simples oferta de pão, sal, moedas, vinho e uma fruta é o suficiente para aproximá-los de quem
invoca sua presença. Há quem lhes ofereça uma cesta de frutas, vinho com canela, um pão redondo,
adornos, perfumes, incensos, velas de cores diferentes, lenços, fitas coloridas e flores, geralmente sem
espinhos. O tamanho da oferenda não é o mais importante. O que interessa ao homenageado é ser
reconhecido como companheiro de caminhada de seus amigos e médiuns, alguém que além de gostar de
dançar, beber e contar casos, também precisa transmitir conhecimento que suavize o sofrimento humano
que ele mesmo experimentou um dia. Alguém do mundo espiritual que vem para que haja luz, paz e amor
na terra.

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Por Que o Céu Espiritual do Brasil?

Que missão é missão ninguém há de duvidar. Mas é tão difícil entender o porquê de certas coisas
que o que mais se ouve a respeito do desconhecido são hipotéticas e fantasiosas declarações.

O fenômeno “ciganos espirituais” é mais recente do que se pensa. A primeira vez que o assunto
criou polêmica e chamou a atenção de todos foi em 1974, numa tenda espírita umbandista, na cidade de
São Paulo. Sendo uma casa de tradição umbandista, num dos dias de reunião, inesperadamente, o chefe
da tenda recebe um espírito diferente. Era o cigano Pablo, que veio anunciar a chagada de sua caravana e
solicitou que fossem recebidos com músicas de seu povo, alegria e muita fartura. Houve certa resistência
dos órgãos oficiais de São Paulo, mas a direção espiritual da casam ordenou que fosse atendida a
solicitação do guia espiritual.

De lá para cá, parece que uma caravana de ciganos espirituais resolveu escolher os brasileiros como
seus canais prediletos. Isso porque o Brasil é um país jovem, que não guardou o ranço preconceituoso dos
demais países por onde passaram os ciganos. Não só isso: os ciganos espirituais que escolheram o céu
espiritual do Brasil sabiam que seriam reconhecidos, admirados, respeitados e principalmente atendidos. O
brasileiro acolheu muito bem a religião africana (o Candomblé) e mais tarde acolheria a Umbanda, religião
espiritualista nascida no Brasil e que foi fundada pelo espírito de um índio que se identificou como Caboclo
Sete Encruzilhadas, manifestado inesperadamente no médium Zélio de Moraes.

Antes de nascer a Umbanda, o Espiritismo Kardecista, religião codificada por Allan Kardec teria já
plantado suas raízes no Brasil. Seu maior ícone brasileiro foi o médium Francisco Cândido Xavier,
conhecido como Chico Xavier, falecido em 2002. Ele foi o principal divulgador do Espiritismo Kardecista no
Brasil, tendo psicografado centenas de livros.

Para os ciganos espirituais, a canalização ou “incorporação” que acontece é semelhante ao que se


dá na Umbanda. Assim como os espíritos de caboclos e pretos velhos, o Ancestral Cigano pode usar um
veículo físico para realizar o transe da “incorporação” e finalmente cumprir sua missão espiritual. O
mecanismo da mediunidade mais utilizado por esses espíritos ainda é a incorporação, seguido da
clarividência e a clariaudiência também ocorrem com bastante frequência, assim como os sonhos
premonitórios.

Com um terreno tão fértil como o Brasil, onde sua gente é mística, dócil, sem preconceito religioso
por natureza e convive com diversas correntes religiosas espiritualistas, procurar médiuns e plantar aqui as
bases de um trabalho espiritual, foi muito fácil para os ciganos. Mesmo porque provavam o que diziam.
Mais ainda: os ciganos espirituais que conheci contavam fatos que marcaram a trajetória terrena e que até
os fizeram errar.

Para satisfazer a minha curiosidade, procurava fazer um verdadeiro interrogatório:

1- nome: isso é fundamental. Por mais que se admire, é bom saber que tem muito cigano espiritual
brasileiro mesmo. E para espanto de muita gente, tem alguns que não podem falar de seus próprios
nomes. Mas devem dizer, eles mesmos, como querem ser chamados, mesmo que não sejam seus
nomes originais.

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2- Lembranças da vida anterior: idade e causa do desencarne, se era casado, se tinha filhos, tipo de
perseguição que sofreu e quem eram seus inimigos.
3- Procurava também saber que tipo de afinidade o espírito tinha com o médium. E finalmente o
porquê do transe; afinal que tipo de missão espiritual impunha a necessidade de incorporar-se num
médium para resgatar dívidas anteriores?
4- Depois deste primeiro inquérito, era vital saber daquilo que mais gostavam; das afinidades com
este mundo: cores, objetos, símbolos, magias etc.

O céu espiritual do Brasil, expressão que gosto muito de usar para tratar desse tema, é o espaço
que pode abranger a consciência e a espiritualidade de cada um dos brasileiros que tem afinidade com
ciganos. E são muitos, sem dúvidas!

Neste país, as pessoas que gostam de ciganos encarnados ou é por que tiveram contato com
ciganos espirituais ou tem uma imagem romantizada da vida cigana. Há de se observar que as pessoas que
admiram o modo de viver cigano e por ele nutrem qualquer tipo de paixão, mal sabem sobre os reais
costumes ciganos. A mídia tratou de pintar de cor de rosa a realidade da gente cigana. E embora muitas
dessas pessoas desejem de verdade viver uma vida cigana, poucas suportariam a vigência de tantos
códigos de ética, o preconceito e até mesmo a perseguição dos não ciganos e de grupos religiosos
fanatizados.
Alimentados por tanta fantasia e entusiasmo, os médiuns aceitam os ciganos espirituais. Aceitam
tão bem que, mal informados, se deixam iludir até mesmo pelos ciganos renegados. Começam por atender
os seus pedidos sem sequer questioná-los. O resultado de tanta imprudência é que tempos depois, estão
com sua própria vida pessoal totalmente desnorteada. Alerto você para este fato cada vez mais comum.

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Os Espíritos Ciganos: Mestres e Renegados

Como tudo no mundo, o que é bom tem seu lado oposto. Com os ciganos espirituais não é
diferente. Uma legião de renegados também está à procura de médiuns, principalmente de incorporação.
Sua ação é devastadora e causam muitos danos aos médiuns e a seus familiares. Portanto, fique atento,
pois neste caso não basta ter fé, mas também muito conhecimento para não se tornar um escravo,
anulando suas ações e afastando-os de sua vida.

O cigano espiritual renegado guarda sentimentos muito adversos. Foi alguém que numa vida
anterior traiu os costumes de seu povo, roubou sua gente, matou um dos seus ou qualquer outra pessoa
por ganância, vaidade ou ódio, abandonou sua tradição, ou cometeu algum ato escuso que resultou em
seu banimento do grupo. Com o coração turvado pelo ódio, quando desencarna foram direcionados a
algum local específico para que recebessem dos mestres astrais, instrução e uma missão espiritual para
que eles mesmos possam, por decisão própria, seguirem um caminho mais iluminado. As tarefas
aparentemente são aceitas, porém, mais uma vez, usando de seu livre arbítrio, muitos teimam em
continuar em seus erros e permanecer na mesma posição involutiva, aliando-se ao lado sombrio,
permanecendo assim escravos do ódio.
Reconhecê-los não é difícil, basta atenção e um pouco de malícia. Assim, quando um espírito
identificar-se como sendo cigano, respeitosamente ,faça-lhe as seguintes perguntas:
1- O nome é muito importante. Mesmo que não seja o mesmo que ele usava numa encarnação
anterior. Ele pode escolher um nome que lhe seja adequado.
2- Mostre-se interessado em sua história da última encarnação e em seus objetivos espirituais. Se a
lembrança de uma vida terrena pregressa não for nítida, procure ser paciente, mas diga-lhe que é muito
importante saber disso para tratá-lo melhor.
3- Questione seus pedidos. Procure saber para que e por que querem determinadas oferendas.
Qual o resultado energético das mesmas.
4- Muito cuidado com os símbolos. Símbolo cigano é muito diferente de desenhos utilizados para
ferramentas de orixás. Alguns desenhos feitos em joias ou moedas podem trazer energia maléfica para sua
casa e para você. Lembre-se: estrelas invertidas, lua minguante e sóis negros não são símbolos ciganos.
5- Não aceite conselhos errados. Não faça nada aos outros que não gostaria que lhe fizessem
principalmente se for por orientação de um cigano espiritual.
6- Se um cigano espiritual bebeu muito e ficou bêbedo, cuidado! Isso não é normal.
7- Não escreva seu nome ou desejo para jogar no fogo. Para os ciganos renegados, essa é uma
atitude que o escravizará a eles.
8- Se você se sentir ameaçado, chame por outro cigano de luz, em quem confia cuja índole já foi
comprovada.
9- Os mestres ciganos espirituais, em evolução, gostam da presença de crianças e as protegem.
Desconfie daqueles que as renegam.
10- Não basta ter uma mentora ou guia cigana ou um cigano espiritual, seja você médium
consciente, semiconsciente ou inconsciente. É preciso compreender e estudar muito sobre a história dos
ciganos encarnados, suas tradições, seus costumes e estar mental e moralmente afinado com seus
propósitos espirituais mais nobres.
11- Deus é bom, mas também é justo. Não erre achando que os guias ciganos espirituais poderão
aliviar sua responsabilidade e as penas advindas de seus maus atos.
12- Os ciganos mentores ou guias ciganos precisam do médium tanto quanto os médiuns podem
precisar deles. É no mínimo infantil achar que eles são infinitamente superiores a qualquer divindade. O

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que torna nosso carma mais leve são as atitudes. Médium e espírito precisam estar afinados. Portanto,
acautelem-se contra a vaidade, a arrogância e a prepotência.
Os ciganos espirituais renegados utilizam a vaidade e a ignorância dos médiuns. Alardear-se de ser
ou ter algo que não lhe pertence, totalmente, é tolice. Médium de espírito cigano é uma coisa, médium
que pensa que virou cigano é outra e isso não existe!

Resgatando um Espírito Cigano Renegado

Um renegado é um espírito que está perdido dentro de seus propósitos. Não sabe o que fazer com
sua própria habilidade espiritual. A princípio o espírito em desvio de conduta deverá ser submetido a uma
espécie de reaprendizado. Mas é necessário que ele aceite essa condição, para que não seja banido mais
uma vez, para uma condição espiritual ainda pior. Nesses trabalhos de resgate, trabalham além de
médiuns, vários outros espíritos mais elevados.

Durante o período de reaprendizado este espírito fica “impedido”, proibido de se comunicar com as
pessoas, independente da capacidade psíquica dos médiuns. Ele está se recuperando de um longo período
de escuridão, quando fez suas opções erroneamente. Nessa condição nova, recebe dos mestres ciganos
mais evoluídos muita vibração de carinho, amor e companheirismo. Em momento algum este espírito em
recuperação é deixado sozinho. Porque a solidão é uma das piores conselheiras de quem ainda não tem
fortalecida a sua vontade e a sua estima.

De sua memória são apagadas todas as lembranças que podem despertar um sentimento de rancor
e ódio. O que fica é a serenidade após a dura vitória sobre Beng – o inimigo. Este aprendizado sofrido
resgata todo o valor moral do espírito que andou pelas sombras, fazendo com que ele seja mais um aliado
no lento processo de auxílio aos seres humanos.

Mas não é só isso. Para quem sai da condição de renegado, é primordial que sejam reparados todos
os males que foram feitos às outras pessoas, mesmo que elas tenham sido coniventes com o que
aconteceu. Essa condição, muitas vezes, gera vínculos com a pessoa que no passado foi atacada, fazendo
com que o espírito cigano, de alguma forma se comprometa a crescer com esta pessoa, que a partir
daquele momento passa a ser seu canal ou médium.

O resgate de um renegado implica também no perdão de todos aqueles que, em vida, foram
prejudicados por ele. Essa difícil missão é assistida de perto por todos os espíritos e médiuns envolvidos
com o espírito em recuperação.

Os Mestres e os Regenerados

O que chamamos de verdadeiros mestres ciganos espirituais são aqueles que além de aceitarem a
missão que lhes foi oferecida, de buscar a evolução espiritual e caminhar em direção à luz divina, ajudam
ao médium e a si próprios nos resgates de seus carmas e dívidas.

Ao contrário do que acontece com os demais espíritos, os mentores ciganos têm muito mais
liberdade. Trabalham no plano astral para ajudar àqueles que neles acreditam e que se afinam com a sua
natureza espiritual. As missões são muito diversificadas, abrangendo desde proteção contra infortúnios a
curas e orientações para resolução de problemas diversos.

Os mentores ciganos tem elevado nível espiritual, não são interesseiros, nem estão à “venda”, para
satisfazer as vontades, nem sempre nobres, de quem os procura. Ao contrário, atendem a pedidos apenas

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quando lhes é permitido fazer, segundo o merecimento de cada um. Seus rituais em trabalhos espirituais
podem se valer de alguns recursos especiais como banhos, velas, imantação de talismãs, oferendas e
cerimônias ou festas. E isso é muito bem explicado por eles: o vínculo com a matéria é essencial para a
mente humana. Isso reforça a atitude mental que cada um deve ter para que tal assunto seja resolvido, tal
desejo seja atraído.

Os espíritos de renegados se dizem capazes de atender a qualquer tipo de solicitação, e por isso
atraem muita gente cujo pensamento esteja afinado com os propósitos deles. Nunca indicam àqueles que
os procuram um caminho a ser seguido ou atitudes que possam ser tomadas para que situações adversas
sejam resolvidas. Ao contrário, criam vínculos de dependência que são desastrosos; fazem pedidos que
acabam endividando as pessoas; afastam-nas de seus amigos; instigam a vingança, o ódio e a maledicência.
Geralmente seus seguidores se fanatizam e atribuem tudo de bom a eles, criando ainda mais vínculo com
os mesmos.

Livrar alguém da influência de um espírito cigano renegado é tarefa árdua que deve ser orientada
por um espírito cigano de nível elevado. É necessário às vezes lançar mão de magias antigas que só eles
conhecem. Mas o começo de tudo é conscientizar o ser humano de que o maior combustível para ataque
tão maléfico é sua própria vaidade e capacidade de fantasiar. Esta é a tarefa mais árdua.

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Os Ciganos e a Religiosidade

Muitas pessoas pensam que os ciganos, por ser um povo exótico e misterioso, têm uma religião
própria. Ou ainda que suas tradições e costumes mais antigos sejam na verdade uma religião, apenas
deles. Mas isso não é verdadeiro. Os ciganos não têm uma religião própria. Adotam, por livre escolha, para
si os credos dos povos com os quais conviveram e ainda convivem. Essa capacidade de adotar uma religião
que exprima o próprio sentimento em relação ao divino sob diversas linguagens diferentes, difundidas por
outros povos, resulta numa colcha de retalhos formada por diversas religiões diferentes, adotadas por
pessoas de sangue cigano. Existem ciganos católicos, espíritas, evangélicos, muçulmanos, protestantes e
no Brasil, candomblecistas e umbandistas. No Brasil, o mais comum é se dizerem católicos, de pia
batismal. Possuem imagens de santos, batizam seus filhos, casam-se e até rezam missas de sétimo dia, mas
sem qualquer vínculo maior com a religião católica. Os que se dizem espíritas, umbandistas ou
candomblecistas praticam a religião escolhida discretamente. Pois no meio cigano, estar vinculado a
algumas dessas religiões causa certa reserva e até mesmo preconceito, devido as formas de realizações
dos cultos e devido ao contato com espíritos. E alguns que adotaram religiões, como o Islamismo,
modificaram seu modo tradicional de vida, deixando de lado os costumes mais simples, como a leitura de
cartas e mãos.
No meio da Romá (da sociedade de ciganos)de certos paises, existe a tradição da slava que nos
grandes centros já está ficando esquecida. Antes de tudo, a slava é uma festa, onde a comida, a dança e a
música são os pontos altos. A festa que começa com uma cerimônia familiar por volta das seis horas da
manhã, é encerrada após às dezoito horas, quando o círio que foi colocado no centro da mesa é apagado e
a imagem do santo católico homenageado, é recolhida.
Os ciganos realizam slavas para homenagear um santo protetor, para pedir ou agradecer por uma
graça alcançada, para comemorar uma data importante para o grupo. Este compromisso, uma vez
assumido, será sempre honrado. Em caso de morte do ofertante, seu herdeiro imediato deve assumir o
compromisso, o que confere o caráter de hereditariedade à slava, fazendo com que a mesma se
mantenha, segundo as tradições.
No Brasil, as slavas dos santos estão ficando cada vez mais raras. Principalmente nas grandes
cidades. Notamos que algumas mudanças estão sendo feitas: em lugar do pão sagrado das slavas - o
kolaco- estão servindo até mesmo tortas de confeitaria. Em lugar da música cigana, ouve-se samba,
pagode e forró. Tais transgressões e mudanças ferem profundamente a tradição cigana, em datas
significativas como as de uma slava.
Uma grande mesa de banquete é arrumada para a Slava, que comporte todos os comensais.
Sentam-se primeiramente os homens e em seguida as mulheres e crianças. O ofertante ou o mais velho da
família informa a todos o motivo da slava. Durante a slava deve ser servida apenas comida típica cigana,
regada a vinho, cerveja, refrigerante, água e licores. Em algumas ocasiões, como na slava de São Nicolau,
padroeiro do clã ciganos matchuanko, originários da Sérvia, não é permitido qualquer alimento à base de
carne de boi, porco, frango, leite e derivados. Mesmo sem saber ao certo o porquê da proibição, a ordem é
mantida até os nossos dias por seus descendentes.

Slavas de Gadjé

Devido aos ciganos espirituais, os gadjé (não ciganos) fazem muitas festas as quais denominam
“slavas”, em honra de seus mentores ciganos. Esmeram-se ao máximo na decoração e fazem algumas
comidas típicas, mas priorizam os assados tipo churrasco e comidas árabes pela praticidade, mesmo
porque, a maioria dessas festas são à noite e estas comidas podem ser preparadas na hora.

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Durante a festividade, os ciganos espirituais costumam vir cumprimentar seus convidados e
incorporados em seus médiuns dançam com eles, ouvem pedidos e dão rápidas consultas.
Nessas ocasiões, alguns ciganos espirituais realizam batizados e até mesmo casamentos, o que para
seus amigos e protegidos tem significado muito especial. As pessoas acreditam que desta maneira, o
espírito vincula-se à criança para protegê-la e ampará-la por toda a sua vida, e pode ser em situações
difíceis aquele que ajuda o casal a superá-las.

Magias

Para os ciganos a magia é uma prática natural. É como se ela estivesse ligada ao seu sangue e a sua
própria vida. Os gadjé identificam os ciganos como um povo misterioso, capaz de decifrar sinais na própria
natureza como quem decifrasse enigmas inteligíveis.
A chamada Magia Cigana é hereditária e muitos de seus sortilégios seriam confundidos com as
simpatias conhecidas pelos brasileiros. Antigos ensinamentos passados de mãe para filha se mantém
inalterados. Suas rezas e benzeduras são muito solicitadas pelos não ciganos, seja para a proteção, seja
para confecção de um amuleto de amor, para proteção, prosperidade ou para se livrar de um inimigo.
Algumas delas, feitas durante as slavas, batizados, casamentos e pomanas se perderam no tempo.
Na verdade os ciganos têm a religião que escolhem, mas não consideram a coisa mais importante
do mundo estar vinculado a culto ou credo. São tão livres que podem fazê-lo ou não. O sentimento do
divino e a noção que têm de Deus em nada se assemelham ao terror que as igrejas pregam para os seus
seguidores. Ao contrário: Deus é o Grande Pai, aquele que sempre perdoa se houver arrependimento
sincero; os santos são como pessoas da família e o diálogo com eles é respeitoso, simples e direto. Para
louvá-los fazemos uma slava, que mais se parece uma festa de aniversário. Talvez seja por isso que os
ciganos, sentem-se tão perto de Deus, sem a necessidade de um intermediário que dite regras de qualquer
natureza, para falar com Deus.

Ritos Fúnebres

Diz a antiga tradição cigana europeia que quando morria um cigano, sua família acreditava que ele
iria para um lugar especial, onde viveria uma vida cheia de desafios. Imaginavam que a alma do morto
tinha que enfrentar monstros, tempestades e atravessar desertos de gelo ou de fogo. Por isso, acendiam
fogueiras e lançavam alimentos ao fogo para aquecer a alma e prover-lhe de comida e proteção contra o
frio.

A Pomana, festa ritual fúnebre, é a cerimônia que se repete pelo menos três vezes após a morte do
morto. Objetiva dar-lhe serenidade numa outra vida e proteger o grupo familiar da influência dos maus
espíritos. Para tanto, algumas providências são tomadas: seus pertences são vendidos ou doados a um não
cigano, alguns objetos pessoais são queimados e seus bens passam imediatamente a ser posse de seus
herdeiros. Essas atitudes mostram que os ciganos se preservam de qualquer contato com o morto,
receando se contagiarem pela energia de espíritos maléficos, provocados pelo morto. Estes espíritos, e não
o morto, são chamados de mulé, outras vezes de vampiros. Acredita-se que os mulé constituem a parte
negativa do espírito do morto que se escapa dele numa situação post-mortem.
O conceito de muló é comumente confundido em alguns clãs. Segundo a tradição romani, muló é a
parte do espírito do morto que volta como “morto-vivo”. Este espírito implacável e mau pode transmigrar-
se, segundo a crença de alguns clãs, para um animal, assombrando a todos, principalmente os desafetos do
falecido.
Em sua nova morada, os mortos se alternam entre duas realidades: ou estão em paz ou estão
sofrendo. O sofrimento acaba quando cessam as causas que o provocou. Cientes disso, os parentes vivos
procuram cumprir com o que foi prometido ao falecido, observando o período do luto com todas as suas

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exigências: não beber, não fumar, não vestir cores berrantes, não fazer a barba, não participar de festas.
Porém, se o morto não perdoou uma desavença com um parente, este declara que esquece o acontecido,
pede perdão e enfatiza que tem certeza que o receberá de seu parente morto, já que os “mortos não se
vingam nunca”.
Esse não é o único meio de confortar o morto. Além disso, os ciganos procuram tratá-los com
respeito e evitam criticá-lo, ressaltando-lhe apenas as boas qualidades. Em sufrágio de suas almas,
costumam acender-lhes velas, aspergem água no ambiente onde tiveram o aviso ou a visão, pronunciando
palavras de exorcismo.
Pode parecer contraditório aos gadjé esse temor dos ciganos pelas coisas relacionadas a muló. Mas
não é difícil de entender. Assim que perdem um parente, evitam colocar as mãos no corpo do falecido,
evitam pronunciar-lhe o nome, para que o vínculo com o plano material se desfaça mais facilmente. Fazem
as Pomanas porque acreditam que os mortos viajem para uma morada especial e que é preciso mantê-los
satisfeitos com seus alimentos prediletos. Além disso, os bendizeres da pomana em relação ao morto,
trazem boas vibrações para ele. Livram-se de seus pertences mais íntimos porque eram seus objetos de
estimação, se aqueles não foram doados em vida a outro parente, é mais recomendado que se queime ou
se venda o objeto. No entanto, temem a nova condição do parente falecido, já que morto não possui as
limitações da matéria e, portanto, pode liberar espíritos bons ou maus para entrar em contato com os
vivos. É isso que temem. Por isso existem várias providências que são tomadas para que sejam
neutralizadas as vibrações dos mortos. Que, segundo os ciganos mais tradicionais, quando aparecem é
sempre para anunciar algo terrível.

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5 - Campos Energéticos: Como abrir e fechar

Somos muito mais do que podemos enxergar ao nos olharmos no espelho. Além do corpo, cada ser
humano possui um campo energético que o contorna, vibrando e emanando energia para o universo. E a
frequência dessa vibração tem um grande impacto sobre a vida de cada indivíduo, porque ela é a
responsável por atrair energias positivas ou negativas, o que pode influenciar na saúde, no bem-estar, no
desenvolvimento, enfim, na vida de uma forma geral.

Estamos muito além do que podemos ver no espelho. Com exceção do corpo, todos possuem um campo
de energia ao seu redor, que vibra e irradia energia para o universo. Além disso, a frequência dessa
vibração tem um grande impacto na vida de todos, pois é responsável por atrair energias positivas ou
negativas, que podem afetar a saúde, o bem-estar, o desenvolvimento e, enfim, afetar a vida de diferentes
maneiras.

O que é um campo de energia? O campo de energia, também chamado de halo ou campo


eletromagnético, é quase um tipo de bolha de energia que envolve todas as coisas vivas. Pode-se dizer que
as plantas, os animais e até a terra possuem um campo de energia. No entanto, o campo de energia
humano é específico de nossa espécie e afeta a forma como percebemos a vida, o que afeta
principalmente nosso comportamento, expressão de pensamento e expressão emocional. A troca de
energia entre uma pessoa e o universo está ocorrendo constantemente, e a frequência de uma influência é
a frequência de outra influência. Nesse sentido, uma pessoa que está fornecendo energia ruim para sua
vida irradiará e atrairá as mesmas vibrações baixas, o que pode afetar negativamente seus sentimentos,
pensamentos, decisões e até mesmo a saúde. Por outro lado, apenas preservar energia fará com que as
pessoas atraiam cada vez mais coisas positivas e contribuirá para sua felicidade e desenvolvimento
espiritual.

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6 - Reuniões Com Ciganos Espirituais

As reuniões de médiuns com a finalidade de contatar a linhagem dos ciganos espirituais pode ocorrer em
qualquer lugar coberto ou ao ar livre. Não há exigência de templo ou um espaço destinado para tal.
Geralmente, os médiuns formam uma roda e o dirigente começa com uma invocação à divindade, em
reconhecimento à Sua autoridade, bondade e justiça. Em seguida louvam-se os santos e protetores que do
“céu” guardam e protegem todos os clãs. A lista é grande, por isso destacamos os mais populares em
nosso país: Nossa Senhora da Conceição Aparecida do Brasil, Virgem Sara, Virgem de Macarena, Virgem de
Guadalupe, São Dimas, São Nicolau, São Jorge. Em seguida, os ancestrais recebem nossa gratidão e
diversos pedidos de proteção são feitos em nome das famílias presentes.
Velas e incensos são acesos desde o início e uma cesta de pães, frutas, flores e doces é consagrada aos
nossos ancestrais e uma parte dela é dividida com todos os presentes. A outra parte é deixada livre na
natureza, aos pés de uma frondosa árvore, num jardim ou em algum outro lugar, longe do lixo, em honra
dos espíritos ciganos.
Essas reuniões são dirigidas por alguém que esteja preparado material e espiritualmente; alguém que
tenha conhecimento de como agem os ancestrais ciganos e como deve lidar com os médiuns que veem em
busca de harmonia e prosperidade. Uma pessoa consagrada pela egrégora é o mais indicado. É bom
lembrar que o divino equipa os escolhidos para que executem bem todas as árduas missões do serviço
espiritual, mas não dispensa ninguém de estudos e consagrações.
Os mestres ciganos sabem o que os aguarda, mas estão dispostos a incutir em seus médiuns a necessidade
de estudo e práticas do bem e da melhoria do caráter. Asseveram os mestres que a vaidade e a arrogância
diminuem a força espiritual do grupo, gerando ainda o afastamento e o rompimento com eles próprios de
todo o trabalho.
É importante dizer que tais reuniões não são necessariamente conduzidas por descendentes de ciganos ou
ciganos de sangue. Este é um sacerdócio de doação espontânea, onde o amor deve ser a meta de todos.
Existem grupos que se reúnem de uma a quatro vezes por mês. A frequência desses encontros é decidida
anteriormente. Mas, aconselho que cada um desses encontros tenha um propósito de interesse comum
(saúde, harmonia familiar, prosperidade, rompimentos cármicos, emprego etc.), para que uma corrente
forte seja estabelecida. Deixem que as fases da Lua inspirem a todos.
As músicas tocadas mecanicamente na maioria dos encontros convidam todos a dançar. A alegria é um dos
principais ingredientes das reuniões ciganas. Mas, não percamos de vista que nossos ancestrais tem
geralmente uma mensagem para nós.

5.1- Preparando o ambiente

O local coberto ou ao ar livre, deve estar limpo fisicamente para que possa receber a limpeza energética
que é feita com incensamentos, defumações, borrifos de águas preparadas com ervas e velas. Isto deve ser
feito antes que todos cheguem, principalmente os convidados.
O dirigente da reunião deve estar preparado, e pelo menos por 24 horas deve evitar a ingestão de álcool,
carnes vermelhas, fumo e outras comidas pesadas. Drogas, ayuasca e outros alucinógenos também são
evitados. Recomendamos um banho de limpeza energética seguido de um outro que propicie à aura uma
facilidade de percepção e comunicação com os espíritos.

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Oração para abertura do campo magnético

Façam uma oração de abertura do ritual cigano:

Oração

"Grande Mãe de Todos os mares e rios


Grande Pai de todas as florestas e bosques
Permitam que seus filhos caminhem em segurança
Pelas trilhas da magia da Lua e do Sol Grande Mãe,
nos cubra de bênçãos!
Esteja na sinceridade de nosso coração.
Que se abram os portais para a grande egrégora mística!
Que se abram os portais pela tua divina vontade,
Que nos ilumine agora tua luz e suprema graça,
Para cumprir sagradamente nossa missão na terra.
Que se cumpra o plano divino em luz e graça,
Assim seja, assim se faça. "

Logo após a oração, é natural que todos os presentes sintam que há algo diferente no ar, pois irão sentir
que a presença dos ciganos, é normal sentir que tem mais gente presente no espaço. Não sintam medo,
pois o medo fecha os portais e afasta os espíritos ciganos. Eles são amigos e não fazem qualquer mal, você
está sob a proteção divina e nada de mal pode acontecer.

Ritual para Consagração do Ambiente

O ritual cigano para obter a limpeza de um ambiente carregado de vibrações ruins é simples e pode ser
realizado sempre que a0lgo aparentar estar caminhando devagar, dando errado ou que, simplesmente,
algum desconforto ou intuição lhe apontar maus fluídos. Com fé e a certeza de fazer e obter apenas o bem,
veja quais são os ingredientes e o procedimento para realiza-lo:

Em um balde limpo, adicione 5 litros de água, macerando os seguintes ingredientes em seu conteúdo: 7
ramos de eucalipto, 3 ramos de alfazema e 1 pedra de cânfora. A seguir, deixe a mistura descansando
durante 2 horas.
Passado o período solicitado, coe o conteúdo e adicione 7 colheres de sopa de perfume de alfazema e
comece a borrifar levemente a mistura com as mãos por toda a extensão da casa (principalmente nos
cantos). Enquanto joga as gotículas de água, peça ao Povo Cigano e a Santa Sara Kali que cortem quaisquer
demandas dirigidas a si ou seu lar e que eliminem as perturbações físicas ou espirituais. Peça, com toda a
convicção, que seus inimigos desta e de outras vidas sejam afastados definitivamente do seu lar e da sua
vida.
Separe um pouco do líquido obtido na mistura e despeje também nos ralos e vasos sanitários. O restante
pode ser utilizado na calçada em frente à sua casa ou comércio.

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O Altar da Ancestralidade Cigana

O altar cigano é um lugar especial onde o médium pode reverenciar ESPECIALMENTE a divindade, os
trabalhadores do espaço e a memória de nossos ancestrais. Constitui um ponto de energia preparado para
nos remeter à memória a importância da presença de nossos mentores espirituais em nossa vida.
Nele representamos os quatro elementos da natureza: a água, numa taça; um castiçal com vela; um
incensário com incenso que pode ser aceso pelo menos uma vez por semana, e cristais de nossa
preferência.
Este altar pode ser de pedra, madeira, vidro ou alvenaria. E eu sugiro que antes de usar a mesa ou console
para montagem do altar, limpe a peça com uma solução se água, sal grosso e algumas gotas de amônia.
Caso deseje usar uma toalha ou lenço, evite o preto ou marrom; cores usadas geralmente em
procedimentos mágicos muito específicos.
Os cristais podem ser vários, rolados ou lapidados, mas escolha pelo menos uma pedra em seu estado
natural. As pedras podem ficar num pote de vidro transparente sem tampa com água, pois a mesma
potencializa sua capacidade energética.
Um tacho de cobre, com um imã para colocar moedas e sementes, também favorece a presença de
energia auspiciosas. É bom renová-las sempre que estiverem começando a perder o viço ou a cor.
É importante, entender, que cada um desses elementos está relacionado a um de nossos aspetos
terrestres, humanos e divinos. Dessa forma, entendemos que:
Corpo: Elemento Terra,
Coração: Emoções, Elemento Água,
Mente: A respiração o Sopro Divino que recebemos ao chegar aqui na Mãe Terra, Ligado ao Elemento Ar.
Espírito: A nossa Alma, ligada, diretamente ao Elemento Fogo.

Além desses elementos, que são básicos, qualquer outra coisa que seja sentida por intuição, ou pedida
pela entidade pode ser colocada: baralho, leques, adornos, lenços, baú, etc.
As únicas exceções são: O punhal que só deve ser colocado quando já previamente trabalhado e
purificado.
Para o fortalecimento dos Ciganos (as), é muito bom colocar uma fruta no altar, pelo menos uma vez por
semana, na 2ª noite da Lua Cheia ou Crescente, evitando as ácidas, porque as entidades ciganas não
gostam de coisas ácidas. Ainda, aqui, você poderá utilizar as frutas cristalizadas, amêndoas, tâmaras,
pêssegos e podem ofertá-los as pessoas que lhe são queridas, após o segundo dia, desejando assim a
multiplicação de sua prosperidade. A outra forma é deixá-las lá até o seu amadurecimento e despacha-las
em um lugar limpo como jardins, parques, praias.

Vocês podem, também, ofertar uma taça com vinho, além da que tem água, pois o vinho é uma bebida
sagrada para os ciganos. Após uma semana, ou quando a lua mudar de fase, despeje o vinho em água
corrente.
As flores, também, são bem vindas ao Altar, sendo que se for um altar para Cigano, as flores devem ser
cravo branco ou vermelho, girassol, lírio branco ou rosas brancas e sempre em números ímpares. Essa
regra vale apenas para o caso de não se conhecer as preferências de cada Cigano. As flores murchas e
secas devem ser colocadas em um jardim, onde não haja espinhos.
Evitem limpar seus altares na fase da Lua Minguante, pois isto atrapalharia suas boas vibrações, como
saúde, prosperidade, amor, crescimento material. Ah, dica importante: Nunca deixe faltar perfumes em
seu Altar, isso potencializa a sua comunicação com as Energias Ciganas.
Bom, após ter criado seu altar, todos os dias, aproxime-se dele, com o corpo limpo e o coração alegre, com
uma música suave e até mesmo cigana, faça uma oração, mentalizando a força, os seus desejos e toda a
Luz que necessita para a sua vida.
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Lembre-se : Cuide bem de seu Altar, ele será a joia de sua casa, o seu lugar de repouso, de reconforto
espiritual. Trazendo, sempre, mesmo nos momentos difíceis, toda a luz, força, energia que nossos amigos
espirituais podem nos guarnecer de forma sutil, mas muito vibrante. Por isso, nunca, mas nunca mesmo,
permita que pessoas cuja energia você não conhece, toque no seu altar, principalmente nas pedras e no
baralho, pois esse só deve ser manipulado por você.
Mas é permitido e acima de tudo, um ato de caridade, permitir que uma pessoa aflita ajoelhe-se em frente
à Santa Sara e faça seus pedidos e orações, pois a Santa é Mãe de todos, Ciganos e não Ciganos, Médium
ou não Médium, Espírita ou não Espírita e uma forma de pedir qualquer coisa, é já agradecendo, no
momento presente e ofertar lenços coloridos.

As frutas a serem ofertadas ao Altar dependem de suas intenções, segue, abaixo as mais utilizadas:
Uva rubi: Prosperidade
Uva verde: Saúde
Uva passa ou Ameixa: Progresso
Morango: Amor
Damasco: Sensualidade
Pêssego: Equilíbrio pessoal e sedução
Laranja lima: Para afastar energias negativas.
Romã: Espiritualidade
Pera: Simboliza a imortalidade, boa saúde e prosperidade
Abacate: Saúde
Maçã: Amor e transmutação de energia de ambientes
Manga: Sexualidade e amor incondicional
Figo: Prosperidade
Melancia: Prosperidade e Fartura
Melão: Simboliza o sol, energia vital e prosperidade.
Sempre quando oferecemos a maçã, devemos oferecer a pera, pois a maçã simboliza a Cigana e a pera
simboliza o Cigano.

Prece para Consagrar o Altar Cigano (sugestão):


Em nome de Virgem Sara Kali, eu consagro este lugar sagrado, altar de homenagem e gratidão aos meus
antepassados ciganos e amigos espirituais. (Dizer o nome da Cigana e soprar este nome sobre a imagem
escolhida para representar o seu primeiro(a) cigano(a), estarás sempre perto de mim.
Logo em seguida coloque as imagens no seu altar junto com Santa Sara Kali e os outros itens que estão no
seu altar e faça a Oração Cigana:
Virgem Sara nos abençoe!

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Multiplicidade de Espíritos Ciganos em um Médium

A mediunidade por nos surpreender. É muito comum você ouvir que tem em sua egrégora pessoal uma
cigana ou um cigano espiritual. Também não causa estranheza se este cigano ou cigana “trouxer” consigo a
memória ou a energia de seu companheiro ou companheira, que por respeito também reverenciamos.

Mas o que me causou mesmo certa estranheza foi o fato de um médium que trabalhava muito bem com
seu cigano espiritual ser chamado a “adotar” mais dois ciganos espirituais que apareceram para o dirigente
da casa em que ele trabalhava espiritualmente. O dirigente da casa pediu que ele cuidasse desses ciganos
como se fossem deles.
Fiquei perplexa. Como assim?

Os Ciganos e a Bruxaria

O que se chama comumente de Bruxaria ou Wicca é realizado de outra forma na antiga tradição
cigana. Não fosse por um simples detalhe, a confusão ainda se perpetuaria em dias atuais. Os rituais
mágicos dos ciganos são muito simples e também vinculados aos Astros e aos Elementais, como acontece
na Wicca, utilizando metais diversos como cobre, ouro, estanho e chumbo, e não apenas a prata. Desfeita
a confusão, não é bom confundir ciganos com bruxos wiccanos, apesar de algumas semelhanças nos
rituais.
Os ciganos têem shuvanis e shuvanos que são seus sábios, pessoas que desenvolveram a habilidade
de movimentar a energia da magia milenar cigana, desfazer o mal, afastar a doença, realizar curas com
chás, ervas e encantamentos, mas que em seus trabalhos mágicos, evocam a presença a divindade.

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10- CIGANAS ESPIRITUAIS MAIS POPULARES

CARMENCITA

Carmencita nasceu em Andaluzia, na Espanha, no dia 31 de outubro de 1858. Era filha de ciganos estabelecidos ali.
Sua mãe era conhecida como a Senhora del Pani, seu pai era ferreiro e muito estimado na vizinhança. Carmencita
chamava-se na verdade, Maria Del Carmen. Casou-se muito jovem, com um cigano chamado Antonio, a quem não
conseguiu dar filhos. Carmencita foi o amor do cigano espiritual Ramón mas casou-se contra a sua vontade com
quem estava prometida, o irmão de Ramón. Sendo estéril, sofreu muito com o preconceito das outras mulheres de
seu clã. Infeliz no amor traiu seu marido e foi por ele assassinada a facadas. Era uma legítima shuvani (feiticeira) que
conhecia como poucos os segredos do seu povo. Usava roupas multicoloridas e gostava de tocar castanholas ao som
das guitarras, o que, segundo ela, espantava a tristeza. Seu canto dramático e forte traduzia toda a dor de uma
mulher estéril. Carmencita tinha o dom de ler a sorte no próprio leque e nos copos com água, mas também utilizava
cartas.
Recorra a Carmencita para se livrar da indecisão e dos ciúmes e para que seus amigos e parentes sejam sempre
fortes unidos e felizes. Carmencita protege as crianças.

Cor: todas, exceto violeta, marrom, cinza e bege.


Flor: todas as flores do campo
Vela: rosa, branca e prateada
Cristais: quartzo rosa, rodocrosita, quarto branco, quartzo verde
Presentes: saias, pentes espanhóis, mantilhas, leques, xales, brincos, colares, perfumes, velas, flores
Bebida: vinho tinto, vinhos espumantes
Oferendas: moedas, doces em calda, pães, frutas frescas ou secas.

CARMEN

Cigana espanhola que gosta de vestir-se de amarelo e vermelho. Suas joias têm pedras multicoloridas. Bela morena
de caráter sedutor, tem um facho de luz nos olhar misterioso. Sua missão ajudar aqueles que buscam o amor
verdadeiro e a harmonia conjugal. Protege os enamorados e os amantes, mas também tem o dom de trazer a cura
de diversos males aos enfermos do corpo e da alma. Querendo agradá-la imante um pingente de ágata, pedra que
fortalece a vontade e atrai vitórias. Carmen casou-se, mas não teve filhos. Porém não sofreu a represália que
Carmencita sofreu. Morreu tragicamente, mas ao contrário do que conta o romance de Prosper Merrimé, Carmen
teria morrido numa emboscada que a polícia realizou para prender um grupo de ciganos em Sevilha, por volta de
1859.

Cor: vermelho encarnado, amarelo, preto, branco


Flor: papoula, flores do campo, crisântemos
Vela: vermelha, branca, amarela ou laranja
Cristais: ágata de fogo, jaspe sanguíneo, rubi, granada
Presentes: pentes espanhóis, mantilhas, leques, xales, brincos, colares
Bebida: vinho tinto, vinhos espumantes
Oferendas: Frutas diversas, fitas coloridas, pães, frutas frescas ou secas.

ELENA/ELLEN

Ellen também é conhecida pelo nome de Elena. É a oitava das nove filhas de Myriam e Joseph. Quando fez sua
transição para o plano espiritual, tinha cerca de 13 anos de idade. Ellen viveu no norte da África e no Marrocos, mas

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como fazia parte de uma família de mercadores, vivia viajando e cruzando desertos e mares. Numa dessas travessias
pelo deserto, perdeu-se de sua família, durante uma tempestade.
A família de Myriam e Joseph guardava um grande segredo. Em sua carroça, duas crianças paralíticas estavam
protegidas dos olhares de curiosos e da “lei dos nômades” que obrigava “fazer dormir eternamente aqueles que não
tivessem condições de enfrentar um inimigo e, que por isso, deixasse o restante do grupo em perigo”. Ellen
admirava a coragem da mãe, pois Myriam enfrentava Joseph para que a lei nunca fosse cumprida, afinal todos eram
seus filhos.
Ellen, perdida no deserto, tinha apenas a companhia de uma pequena serpente que ganhou de presente de um de
seus tios. Era essa serpente que ela alimentava, e que agora, fazia-lhe companhia de dia para que durante a noite
pudesse caçar e garantir o sustento de Ellen na manhã seguinte.
O sol inclemente do deserto, as alucinações e a tristeza da solidão guiaram os passos de Ellen para o mar. Ávida de
sede, Ellen atirou-se no oceano, morrendo de fome e sede.
No plano espiritual, Ellen busca um reencontro com sua mãe Myriam e sua tia Safira do Deserto. É uma cigana
menina.

Cor: rosa, amarela, azul e branca


Flor: girassol, margaridas, calêndulas, acácias
Vela: branca, amarela, azul e rosa
Cristais: quartzo verde, quartzo rosa, ametista, quartzo branco
Presentes: saias, pulseiras, bonecas, bichinhos de pelúcia, pandeiros
Bebida: suco de frutas, refrigerantes
Oferendas: tâmaras e damascos secos, cestinha com frutas diversas, moedas, doces em calda ou em tabletes, pães.

KATJUSHA

Pouco se sabe de sua história terrena. Cigana eslava, do final do século XIX, viveu grande parte de sua vida na
Espanha e Hungria. Suas roupas são de inverno, em tons escuros que vão do verde musgo ,cor de vinho, ao negro.
Sua farta saia de tecido rústico e pesado tem um babado largo, totalmente bordado com flores coloridas. A blusa
ampla de mangas duplas, é de um algodão amarelo terra. e é coberta por um colete de veludo negro, igualmente
bordado de flores coloridas. O lenço cigano é da mesma cor da saia, que tem a parte da frente coberta por um
avental amarelo terra, com dois bolsos enormes. Duas bolsas de couro, presas num cinto, pendem de cada um dos
lados da cintura. O cabelo é preso em uma trança enfeitada de fitas ,usada do lado esquerdo. Calça botas escuras,
usa uma adaga na panturrilha direita, sobre a calça de montaria, e um avental (jodakai) com bolsos amplos
bordados. É uma shuvani, uma feiticeira cigana. O temperamento é forte e não tolera injustiças e arrogância.Quando
está aborrecida, faz com que se ouça o barulho de suas botas, que bate impacientemente no chão. Para agradá-la
faça-lhe um cesto de flores e frutas. Dê-lhe vinho quente e perfume de verbena. No astral, Katjuska se faz
acompanhar de sua bori (nora) que morreu antes de ser dada em casamento ao seu filho Yuri. Katjiuska não gosta de
bonecas de pano e porcelana, pois elas lembram muló (mortos-vivos) e são veículos muito apropriados para feitiços.
Katjuska fez a transição para o plano espiritual com pelo menos 87 anos de morte natural.

Cor: vinho, mostarda, amarelo ouro


Flor: flores do campo e orquídeas
Vela: amarela, púrpura ou branca
Cristais: pirita, rubi, citrino ou topázio imperial
Presentes: anéis, pulseiras, brincos, lenços, leques, pandeiros, adagas
Bebida: vinhos tintos, licor de pêssego
Oferendas: cestos de frutas e flores, moedas, incensos de flores ou madeiras orientais, doce de pêssego em calda,
licor de pêssego, pão ázimo, frutas secas (damascos, tâmaras, ameixas, pêssegos e pêras).

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LYS

Cigana de origem indiana, nascida no sopé do Himalaia. Viveu grande parte de sua história na Península Ibérica. Teve
marido e filhos saudáveis e desencarnou com avançada idade. Delicada, mas de forte temperamento, Lys gosta de
cores vibrantes e alegres, roupas indianas e anéis nos dedos dos pés e das mãos. Usa muitas pulseiras de metais
diversos. Sua magia é bem abrangente e para efetivá-la usa velas coloridas ungidas com óleos perfumados, perfumes
preparados por ela mesma e uma pedra encantada na qual incrustou um grande ímã. Lys é alegre, mas não suporta
o não cumprimento da palavra dada, e geralmente castiga a pessoa com o abandono.

Cor: todas as cores do arco-íris


Flor: rosas coloridas sem espinhos, tulipa, violeta, rosas de cacho, flores-do-campo
Vela: todas as cores do arco-íris
Cristais: todos
Presentes: moedas de ouro, tachos de cobre, cestas de palha de milho, caixinhas de arroz(como as da Indonésia),
perfumes, adornos femininos estilo indiano, sedas, tapetes, almofadas.
Bebida: licores e vinhos suaves e espumantes
Oferendas: perfumes, fitas coloridas, pães, frutas frescas ou secas

MADALENA

Madalena era uma camponesa. Seus cabelos cor de mel pareciam, jogados ao vento, refletir a luz do sol, e
conseguiam um contraste inusitado com a pela dourada. Lembro de Madalena com um buquê de girassóis, cantando
pelos caminhos da campina. Os pássaros pararam para ouvi-la, tão melodiosa e suave era sua voz. Seu perfume
lembrava as especiarias e madeiras orientais. Um dia, ferida fatalmente por um caçador, Madalena iria cantar no
céu. Enrolaram seu corpo num xale de seda dourada e ornaram-na com jóias de grande valor. Madalena se foi
cantando e até hoje é uma estrela-guia para os ciganos que continuam nessa estrada. Recorremos a Madalena
sempre que precisamos obter êxito em nossos projetos; quando o pessimismo de outras pessoas pode nos
influenciar; quando a melancolia e a saudade machucam nosso coração.

Cor: amarelo ouro


Flor: girassóis, calêndulas, camomilas e todas as flores do campo
Vela: amarela, laranja, dourada e branca
Cristais: rubi, pedra-do-sol, topázio amarelo, citrino
Presentes: pandeiros, leques, xales, brincos, colares, perfumes, pulseiras
Bebida: vinho tinto, vinhos espumantes, licores
Oferendas: cestas de girassóis e quindins, moedas, doces árabes, pães, frutas frescas ou secas.

DANDARA

Cigana Dandara, era filha da cigana Sulamita e do cigano Nicolas. Ela fez a passagem no dia 02 de março de 1706
com 20 anos de idade, com a mesma idade que sua mãe, a cigana Sulamita para o mundo espiritual. Era Perfeita,
linda, poderosa. Pertencente ao grupo gawazze egípcio de ciganos. Fazia como ninguém, leitura de tarot e mãos. Sua
dança encantava e seduzia a todos os olhares.
Dandara, à medida que crescia, tornava-se mais bela! Tudo nela chamava à atenção das pessoas: corpo, olhos, nariz,
pele, pescoço, pernas. Quando passava, distribuía charme e elegância. Seu sorriso contagiava o ambiente. Mas,
também, era uma menina guerreira e bondosa. Na aldeia em que Dandara vivia, as crianças não arredavam do seu
pé. Ela atraia todos para si.
Os garotos já a cobiçavam como mulher. Nas festas ciganas, dançava parecendo um cisne. Os contornos do seu
corpo faziam-na uma mulher adulta. De longe, achegavam jovens e homens para as festas somente para ver a divina
mulher dançar para o Dandara, sempre usava uma sandália dourada e alta. Ao passar, todos a fitavam! E ela sempre
distribuía charme e elegância!

O seu rosto era sereno e angélico e isso a deixava ainda mais atraente. E assim, noite adentro, a festa seguia, com a
sua mãe orgulhosa e sorridente, sempre fazendo questão de apresentar Dandara aos convidados. Ao cumprimentá-
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la, todos beijavam sua mão. Outros pediam permissão para dançar junto àquele encanto de criatura! Voz delicada,
atenciosamente, falava com todos. Suas roupas são coloridas, mas, o amarelo-ouro tem que predominar. Em suas
magias ela usa o quartzo de citrino, seu cristal preferido. Suas rosas e fitas são sempre amarelas, nunca vermelhas,
porque esta cigana não usa a cor vermelha. Na cabeça, ela leva uma tiara de flores amarela.

Dandara não usa baralho comum nem baralho cigano em seus jogos; suas cartas têm símbolos próprios. Suas
oferendas são colocadas em campo verde ou próximo de cachoeiras, que é seu lugar preferido. Dandara, não aceita
oferendas na praia, porque a água salgada corta suas energias. Ela entende, que a água salgada é sagrada para
todos, mas o mar é pra descarregar.

Quem é descendente de Dandara, joga cartas e manuseia cristais para a cura. As suas oferendas devem ser
colocadas até as 10 horas da manhã, porque este é o período em que o dia está na força da Lua; mas nunca devem
ser feitas em Lua Minguante.

Dandara é destemida e altiva, porém exibe traços doces, suaves e gentis; uma bela mistura de força e de delicadeza,
que magnetizam, naturalmente, qualquer pessoa que direcione o olha ao dela. A impressão que ela dá é de estar
nos convidando a desvendar suas magias e seus mistérios. Quando chega na Terra o espírito de Dandara, não faz
grandes exigências; dança, cantarola e fala alegremente para saudar quem por ela chamou; pede uma oração.
No desempenho de suas funções faz leitura de mãos, cruza os baralhos de seus protegidos e ensina a fazer talismãs
para atrair e manter o amor. Trabalha com velas coloridas, mas aumenta sua energia vibratória quando as velas são
amarelas, de preferência aromatizadas de jasmim. Gosta de lenços, xales, adornos nos cabelos e saia rodada. Os
anéis, colares e pulseira também devem ser usados para agradar seu jeito de cigana faceira.

PALOMA

Sua última encarnação foi em Granada, Espanha. Paloma era uma cigana cartomante que viveu até os 56 anos.
Conhecida de todos como feiticeira do fogo, brilhava nas festas em que ia pelos belos trajes. Tinha um olhar de
águia e a pele muito morena. Os negros cabelos derramavam-se sobre os ombros. Do pescoço pendia uma linda figa
de ouro e esmeralda. Vestia-se de vermelho e amarelo, usava flor e mantilha, pente espanhol nos cabelos e xale de
gaze. Gostava de flores vermelhas e seu perfume predileto de verbena era feito por ela mesma. A força de Paloma
ajuda a abrir os caminhos de seus descendentes, enchendo-os de coragem para resolver questões difíceis.

Cor: vermelha, amarela, laranja, branca e rosa


Flor: verbena e flores do campo
Vela: vermelha, azul, verde e amarela
Cristais: granada vermelha, esmeralda e rubilita
Presentes: broches, pentes, mantilhas, leques, xales, brincos, colares, perfumes
Bebida: vinho tinto, vinhos espumantes, licores
Oferendas: perfume de verbena, frutas diversas, moedas, doces em calda, pães, frutas frescas ou secas.

RÚBIA

Rúbia é uma cigana de origem espanhola, também de Palma de Majorca, irmã de Ametista, Safira, Esmeralda, Pepita
e Íris. Eram as pedras preciosas do velho Pepe um cigano muito rígido e exigente. Rúbia tem um belo sorriso; largo e
cheio de doçura, cabelos negros e muito longos. Usa enormes argolas douradas como brincos, muitas pulseiras e
anéis.
As cores de suas roupas são o carmim e o dourado. Tem dom de restabelecer o bom funcionamento da circulação
sanguínea daqueles que buscam sua ajuda para resolver esse problema. Em seu trabalho de cura, usa pedras como a
granada e o rubi.

Cor: vermelha e dourada


Flor: cravina, papoulas, dálias vermelhas,
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Vela: vermelha, amarela e dourada
Cristais: granada vermelha, rubilita, rubi
Presentes: broches, leques, xales, brincos, colares, perfumes
Bebida: água de flores, sucos de frutas vermelhas
Oferendas: perfume de flores, frutas doces secas ou frescas, moedas, doces finos, pães, farofa de frutas secas e aves
assadas

SAFIRA

Quando vivia no plano físico, Safira e suas outras irmãs, chegaram ao Brasil fugidas da ditadura de Franco, na
Espanha, quando milhares de ciganos morreram. É uma das ciganas do grupo de irmãs espanholas, que receberam
nomes de pedras preciosas. Safira é morena de olhos escuros e cabelos longos ondulados. Faz magia enquanto
dança com um pandeiro enfeitado de fitas. É muito desconfiada e tem uma pontinha de malícia. Dedica-se a ajudar
àqueles que vivem amores impossíveis. Quando aparece para as pessoas, usa um belo lenço nos cabelos longos e
cacheados. Prefere as cores azul noite e prateado, mas tem o ouro como metal preferido. Trabalha energeticamente
com cristais de safira, lápis-lazúli e hematita.

Cor: azul do tom mais escuro ao mais claro


Flor: todas as flores do campo, violetas azuis
Vela: azul, branca e prateada.
Cristais: safira branca ou azul, lápis-lazúli, sodalita, topázio azul
Presentes: pentes espanhóis, mantilhas, leques, xales, brincos, colares, perfumes
Bebida: vinho tinto, vinhos espumantes, licores
Oferendas: Frutas diversas, moedas, doces em calda, pães, frutas frescas ou secas

SULAMITA DE PALMA DE MAJORCA

Também conhecida como Ametista, seu outro nome, é a mais voluntariosa de uma família de seis irmãs que
receberam nomes de pedras preciosas: Íris, Esmeralda, Safira, Pepita, Rúbia. Nasceu em Palma de Majiorca e viveu
na cidade de Palma, na Vila de Santa Maria, conhecida como Vila Mariana. Casou-se contra a vontade como o cigano
turco Anu Randu, um homem cruel e muito grosseiro. O grande amor de sua vida foi o cigano Ramirez, mas nunca
conseguiu concretizá-lo no plano físico.
Usa cartas de baralho comum e agulhas para adivinhar o destino das pessoas. Sulamita é alta, morena, de
cabelos e olhos negros. Usa roupas coloridas, diklô, o lenço cigano que cobre a cabeça das mulheres casadas, xale,
leque, brincos grandes, pulseiras e um delicado adorno de cabeça pendendo na testa. Com seu leque faz
encantamento de amor, harmonizando os casais e formando novos pares. Sulamita de Palma de Majorca, a ametista
tem a missão especial de ajudar as pessoas a desfazer aquilo que não conseguem mais suportar. Consegue orientar
os pares e casais. Ensina encantamentos antigos de sua gente para apaziguar e curar males físicos e emocionais.

Cor: violeta, roxo, púrpura


Flor: violetas, lilases, manacá e lavanda
Vela: lilás ou violeta
Cristais: ametista
Presentes: pentes espanhóis, leques, xales, brincos, colares, saias rodadas com três babados
Bebida: vinho tinto quente com canela em pau
Oferendas: maçãs vermelhas, fitas coloridas, pães, frutas frescas ou secas

ZORAIDA

Zoraida Nasceu na Hungria no ano de 1680. Era filha da indiana Sara e do russo Igor. Seus avós maternos eram
Indiara e Ivan e seus avós paternos Sumaya e Igor. Sara, mãe de Zoraida, era matriarca de uma kumpânia de cerca de
1500 ciganos. O mesmo respeito que Sara conquistou de sua gente, também foi legado à sua filha. As atribuições de
uma mulher com tamanha responsabilidade dentro de um clã eram grandes de mais, e o cigano Igor, marido de Sara,
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já não se conformava com a distância de sua mulher. Por isso, ordenou que sua esposa colocasse sua jovem filha
Zoraida, com apenas dezessete anos para tomar as responsabilidades da mãe. Para assistir, amparar e acompanhar
Zoraida nessa tarefa, seus pais designaram duas ciganas que carregavam consigo a experiência e a sabedoria da
idade. A partir de então, Igor e Sara puderam viajar e estar sempre com outros grupos de ciganos com quem
deveriam também conviver.
A jovem Zoraida migrou com seu grupo da Rússia para a Turquia e posteriormente para a Arábia. Eram tempos
extremamente difíceis, mas nada faltava aos ciganos dessa kumpânia. Na Arábia o coração de Zoraida se enamorou
do gadjó Ali Mohamed, negociante de cavalos de trinta e um anos de idade. Porém, para ser aceito pelo grupo de
Zoraida, o jovem Ali foi submetido a um ritual simbólico que os ciganos lhe propuseram com o objetivo de provar
que ele estava pronto para aceitar as tradições e os costumes do povo cigano. Então, uma enorme fogueira foi acesa
, e, à medida que Ali dançava ao seu redor, ia se despojando de seus trajes e atirava-os ao fogo, deixando aparente
os trajes ciganos que usava sob a vestimenta árabe. O casamento porém, não foi feliz. Ali entregou-se à bebida,
tornando-se um alcoólatra. A doença foi tirando de si as forças físicas e o respeito das outras pessoas. Com isso
Zoraida aprendeu uma grande lição: “Não se tira alguém de seu meio para viver em outro, nem mesmo por amor.”
Ali não conseguiu renunciar às suas tradições e as saudades eram tão grandes quando o sentimento que tinha pela
mulher. Zoraida jogava cartas em sua barraca e fazia atendimento às cortes por onde passava. Conheceu os segredos
do Tarot e a Cafeomancia na Arábia. Seus objetos mágicos eram recolhidos a um baú de madeira adornado de
símbolos mágicos.
Com Ali, Zoraida teve Karinina. O parto foi muito difícil, mas a sabedoria das ciganas shuvanis fez com que mãe e
filha pudessem ser salvas. Durante muitos dias Zoraida esteve em coma. O grupo de tudo fazia para que ela pudesse
se recuperar, o que acabou acontecendo. Zoraida faleceu de problemas cardíacos, aos cinqüenta e cinco anos, em
Andaluzia, na Espanha. Teve quatro netos que lhe foram dados por Karinina e Tagore e hoje, no plano astral é uma
das principais matriarcas de uma colônia cigana composta de cinco mil ciganos. Sua principal missão é a preservar da
tradição e os costumes de seu povo, que estão sendo esquecidos e deturpados.

Cor: azul rei


Flor: flores do campo
Vela: azul rei
Cristais: sodalita, safira azul, lápis-lázuli
Presentes: pulseiras, leques, xales, brincos, colares, perfumes, pulseiras
Bebida: vinho branco
Oferendas: pães, frutas secas ou assadas, flores, adereços, vinho branco.

CIGANOS ESPIRITUAIS

IAGO

Iago era um cigano forte, carinhoso e sedutor. Viveu por volta de 1870, na Península Ibérica. Não se sabe ao certo
em que país. Prefere roupas rústicas em tons terrosos, misturados a um vermelho bem escuro. Iago traz no peito
uma joia dos chefes ciganos, herdada de seu pai: a estrela do povo cigano adornada com um rubi. Um chapéu de
couro marrom cobre-lhe a cabeça. Alto e vivaz, conseguia chamar a atenção de todos. Seus ensinamentos nos levam
a refletir sobre os dois lados de uma questão, para que não haja desequilíbrio entre a matéria e o espírito. Acautela-
nos sobre os perigos do falso julgamento e as falsas aparências, dizendo que precisamos dar mais atenção aos
verdadeiros valores dos outros. Iago é um juiz implacável e sábio, mas benevolente com aqueles que desejem
reparar os danos causados a seu semelhante.

Cor: amarelo mostarda, vermelho, marrom e verde


Flor: antúrios, dracenas ou calêndulas
Vela: vermelha, verde, laranja, marrom ou branca
Cristais: quartzo branco, quartzo verde, quartzo rosa ou diamante
Presentes: bolsa de couro, caixa de charutos ou cigarros rústicos, cristais de rocha, lenço (diklo), amuletos de
moedas
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Bebida: vinhos tintos, cervejas
Oferendas: melões de casca verde, frutas grandes, pães caseiros, moedas douradas, frutas assadas, vinho tinto,
cerveja, charutos ou cigarros de palha.

PABLO

Pablo era um jovem cigano espanhol, moreno e muito bonito. Pele queimada de sol e cabelos negros e lisos
formavam um conjunto harmonioso. Pablo era ferreiro. Certa vez, sua filhinha Sulamita caiu de um cavalo e ficou
muito doente. Todos pensaram que ela não resistiria. Mas, no dia seguinte, Pablo ao escutar as badaladas do sino da
igreja, ouviu a voz de sua mãe que o vento trazia: “Filho, promete se lembrar dos sinos que dobram pelas nossas
alegrias e pelas nossas tristezas. Hoje estás triste, amanhã hás de conduzir um deles para que todos saibam o quanto
é feliz.” Foi então que Pablo prometeu fundir um outro sino para a igreja se sua filha se curasse. Passou o tempo e
todas as badaladas do sino renovavam suas promessas. Até quem um dia, Sulamita acordou lúcida e serena e seu pai
cumpriu a promessa. Pablo, no astral, tem o dom de sanar a dor dos enfermos. Ajuda aqueles que precisam ter
responsabilidade, livra-nos dos efeitos das calúnias e das críticas mordazes e destrutivas dos outros. Casado com
Sarita. Usa cordão de ouro no pescoço.

Cor: azul e branco


Flor: lisianto e crisântemos
Vela: azul ou branca
Cristais: hematita
Presentes: objetos de ferro, sinos, ponteiras de camisa, adagas, punhais, bolsa de couro
Bebida: vinho tinto, rum ou tequila
Oferendas: pães caseiros com moedas e lentilhas, frutas secas e assadas, vinho tinto, rum, moedas.

RAMIREZ

O cigano Ramirez era um homem encantador. Moreno, alto, de cabelos longos e negros, presos e cobertos por um
pesado chapéu de feltro. Bigode, cavanhaque e um forte olhar, inspirando confiança e força. Usa camisa vermelha
fechada por laços cruzados do próprio tecido, e colete preto ou marinho. Gostava de tirar acordes de seu banjo.
Ramirez era casado. No astral, tem o dom de ajudar a quem procura trabalho e ajuda material.

Cor: vermelho, preto e azul marinho


Flor: cravos e crisântemos
Vela: azul ou vermelha, dependendo da magia.
Cristais:rubi e granada
Presentes: camisas vermelhas, chapéus, cachimbos, adagas
Bebida: vinho tinto seco
Oferendas: frutas assadas ou secas, vinho tinto, pernil assado, farofa de frutas, raízes comestíveis assadas

RAMUR

O cigano Ramur de temperamento forte e severo, moreno tipo árabe. Usa um ponteiro oriental de tamanho médio,
com uma pedra azul intenso ou rubra incrustada no cabo. Usa camisa larga branca com mangas amplas, calça azul-
escuro e uma espécie de turbante, comum aos nômades daquela região. Cordão com hexagrama e pedra azul ao
centro de ouro. Para atrair a proteção e a força justiceira de Ramur, faça uma estrela de seis pontas, contorne-a com
um círculo e sobre ela coloque o ponteiro imantado de Ramur. Clame por sua proteção e você certamente será
atendido.
Cor: azul intenso e vermelho
Flor: cravos vermelhos
Vela: azul rei
Cristais: safira oriental ou topázio azul natural
Presentes: garrafas de rum, ponteiros de metal ou madeira, cachimbos exóticos, incensos de raízes, canecas para
rum, corrente com hexagrama, penas de pavão.
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Bebida: rum flamejante e vinho tinto seco
Oferendas: aves exóticas assadas, canecas de rum aquecida, frutas secas(tâmaras e damasco) e pães rústicos.

WLADIMIR

Talvez nenhum outro cigano espiritual seja tão conhecido e cultuado como é o cigano Vladimir. Um dos maiores
defensores de seu povo. Wladimir é conhecido como um guerreiro, sempre esteve à frente de seu povo durante as
perseguições preconceituosas e as ameaças de escravidão sofridas por sua gente. É um autêntico líder cigano. Suas
lutas eram para que os ciganos fossem reconhecidos pela sua dignidade e respeitados pelo seu modo de vida.
Wladimir gosta muito de crianças e teve muitas paixões (as ciganas Madalena,Yasmin )e despertou paixões. Mas foi
sempre solteiro. Russo, viveu grande parte de sua trajetória na Espanha. Gostava de juntar-se aos ciganos nos
acampamentos para ouvir a melodia do violino, instrumento que admirava, mas nunca tocou. Suas roupas eram
rústicas e de tons escuros. As camisas eram amplas e enlaçadas na frente, até a metade do peito. Quando precisar
dos favores de Vladimir, erga seu punhal ao alto e faça em torno de si um círculo, sob a luz da lua cheia. Receba a
energia e a força de um grande chefe de kumpania romani. Usa uma estrela de seis pontas com um rubi ou granada
ao centro, num cordão de ouro.

Cor: tons rústicos de azul, verde, cinza, vinho


Flor: cravos vermelhos e dracena
Vela: azul ou vermelha, dependendo da ocasião
Cristais: rubi, lápis-lazúli ou granada vermelha
Presentes: camisas de cores diversas, mas nunca berrantes; ponteiros, punhais
Bebida: vinho tinto seco, vodka
Oferendas: melões abertos, vinho, grãos diversos, frutas secas, pernis de cordeiro assados com especiarias (hortelã)

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Sibyla Rudana

Sibyla Rudana é Shuvani em sua Cultura. Autora de diversos livros sobre a cultura cigana e autoajuda.

Responsável pela iniciação de centenas de pessoas nos estudos e processos místicos de sua tradição. É
oraculista e terapeuta floral.

Dirige a ARCANOS - Academia de Artes Místicas e Desenvolvimento Pessoal, onde realiza eventos,
cursos, rituais ciganos e tudo que é referente a cultura do seu povo.

Redes Sociais:

Youtube: sibylarudanaoficial
Página Facebook: @SibylaRudanaCigana
Instagram: @sibylarudanacigana

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