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História de Jerusalém

Vista de Jerusalém do Monte das Oliveiras

Jerusalém existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim


ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas
atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina.
Inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era
aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito.
O nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10.1.
Os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14.18 - *veja também Sl
76. 2).
Os atuais habitantes judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos
romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds,
o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões.
Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do
Mediterrâneo 51 km,
Do rio Jordão 30 km,
De Hebrom 32 km, e
58 km de Samaria.
Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e
está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por
estradas dificultosas.
Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo
norte, e por isso constitui uma defesa natural.
Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá.
Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom.
Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida
desde a parte superior do platô.
A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos
desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 122.3 - 125.1,2).
Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T. com o aparecimento de Melquisedeque, rei
de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14.18 a 20 - *veja Hb 7.1).
No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o
povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores.
Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém - mas,
embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela
ocasião a cidade de Jerusalém.
Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15.21,63) - e é
notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar os jebuseus, habitantes
daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido.
A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1.8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram
reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade.
Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (II Sm 5), os habitantes
menosprezaram ele (II Sm 5.6).
A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de
Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo
ela a ser ‘a cidade de Davi’.
Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (II Sm 6.12).
Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (II Sm
24.16) - e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (II Sm
24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1-4) - mas isso só foi
levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1-38).
Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capital das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs
14.21).
No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14.25) –
E no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (II Cr 21.16,17) –
E por Joás, rei de Israel, quando o seu rei era Amazias (II Cr 25.23,24).
No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de Israel, mas sem
resultado (II Rs 16.5).
Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (II Rs 18.19 - II Cr
32 - 36 e 37).
Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram à causa da prisão do rei e da sua
deportação para Babilônia (II Cr 33.9 a 11).
Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (II Cr 34.3-5).
Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas
forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à
exceção dos mais pobres dos seus súditos (II Rs 24.12-16).
Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez às tropas de Nabucodonosor, e
então Jerusalém suportou um prolongado cerco - mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o
templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (II Rs 25).
No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo
reedificado, e restaurada a Lei.
As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3).
Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é
mencionado em Ne 12.11,22.
Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados
rivais, o Egito e a Síria. Como efeitos dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz
duradoura.
Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de
Simão, o Justo, no ano 300 a.C.
Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) - mas em 199 foi retomada por Scopas, o general
alexandrino.
Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em
19S.
Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar
do altar do Senhor (Dn 11.31) - mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu.
Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40.
Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. foi ele quem restaurou o templo, levantando o
edifício que foi visitado por Jesus Cristo.
No curso da história, Jerusalém foi destruída duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes, e
capturada e recapturada 44 vezes.

As duas vezes que Jerusalém foi destruída:

A primeira destruição teria ocorrido no Século VII a.C., por volta do ano de 587 a.C. ou 586
a.C., pelos exércitos da Babilônia, comandados pelo rei Nabucodonosor.
Tanto as muralhas da cidade quanto o Templo de IHVH (cuja construção era atribuída ao rei
Salomão) foram destruídos. (II Rs 25.1-9)
O resto da cidade ficou em ruínas durante pouco mais de um século.
Zedequias reinava em Judá. Governando como vassalo da Babilônia, o Rei Zedequias manteve-se no
poder por 11 anos, quando então se rebelou contra Nabucodonosor, provavelmente ao recusar-se
pagar tributo.
Foi o suficiente para que invadisse Jerusalém, matasse seus habitantes, despojasse o Templo de
todos os seus bens de valor e ateasse fogo a ele. O Reino de Judá deixou assim de existir.
(JUDÁ: Sua capital era Jerusalém, onde se encontrava o Templo do Deus de Israel mandado construir pelo
Rei Salomão para abrigar a Arca da Aliança.), na época da primeira destruição de Jerusalém.
O profeta era Jeremias.

A segunda destruição teria ocorrido em 70 d.C, a derrota da Grande Revolta Judaica contra o
domínio romano, Jerusalém foi tomada pelas forças do comandante romano, Tito.
Outra vez, as muralhas e o templo de IHVH (que o rei Herodes ampliara e embelezara, tornando-o
portentoso) foram destruídos, e o resto da cidade voltou a ficar em ruínas.
Geografia e localização de Jerusalem
Jerusalém está situada no sul de um planalto no Judeia, que inclui o Monte das Oliveiras (Leste) e o
Monte Scopus (Nordeste).
A elevação da Cidade Velha é de aproximadamente 760 metros.
A grande Jerusalém é cercada por vales e leitos de rio secos.
Os vales do Cédron, Hinom, e Tyropoeon se unem em uma área ao sul da cidade antiga de
Jerusalém. O Vale do Cédron segue para o leste da Cidade Velha e divide o Monte das Oliveiras a
partir da cidade propriamente dita.
Ao longo do lado sul da antiga Jerusalém está o Vale de Hinom, uma ravina íngreme associada com a
escatologia bíblica com o conceito de inferno ou Geena.
O Vale de Tyropoeon começa na região noroeste próximo ao Portão de Damasco, dirige-se ao
sudoeste através do centro da Cidade Velha para baixo do Reservatório de Siloé, e a parte inferior
é dividida em duas colinas, o Monte do Templo no leste, e o resto da cidade no oeste (as partes alta
e baixa da cidade descrita por Josefo).
Hoje, este vale está escondido por destroços que se acumularam ao longo dos séculos.
Nos tempos bíblicos, Jerusalém foi cercada por florestas de amêndoa, azeitona e pinheiros.
Ao longo de séculos de guerras e de negligência, estas florestas foram destruídas.
Os agricultores da região de Jerusalém, então, construíram terraços de pedra ao longo das
encostas para reter o solo, um recurso ainda muito em evidência na paisagem de Jerusalém.
O abastecimento de água sempre foi um grande problema em Jerusalém, atestada pela intrincada
rede de antigos aquedutos, túneis, reservatórios e cisternas encontrados na cidade.
Jerusalém encontra-se na região central do país, a 60 km ao leste de Tel Aviv e do Mar
Mediterrâneo.
No lado oposto da cidade, cerca de 35 km de distância, está o Mar Morto, o corpo de água mais
baixo da Terra.
Cidades e vilas vizinhas incluem Belém e Beit Jala para o sul, Abu Dis e Maale Adumim para o leste,
Mevasseret Tzion para o oeste, e Ramallah e Givat Zeev para o norte.
Atualmente Jerusalém é um município em Israel e também a sua capital e a sede do governo,
embora não seja reconhecida como tal pela ONU e pela UE.
A cidade é governada por um conselho municipal composto por 31 membros eleitos cada quatro
anos. Desde 1975, o presidente da câmara (prefeito) é eleito por sufrágio direto cumprindo um
mandato de 5 anos e apontando 6 deputados. O prefeito atual de Jerusalém, Uri Lupolianski, foi
eleito em 2003.
Jerusalem HOJE

"Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a
língua ao paladar, se não me lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior
alegria." (Salmos 137:5-6)

Jerusalém capital de Israel e sede de seu governo, é a maior cidade do país. Seus 634.000
habitantes (dos quais 14.000 são cristãos) constituem um mosaico de diversas comunidades
nacionais, religiosas e étnicas.

Jerusalém é uma cidade com sítios históricos cuidadosamente preservados e restaurados e


modernos edifícios, bairros em constante expansão, zonas comerciais, centros comerciais, parques
industriais de alta technologia e áreas verdes bem cuidadas.
É uma cidade antiga e moderna ao mesmo tempo, com tesouros do passado e planos para o futuro.
A santidade de Jerusalém é reconhecida pela três grandes religiões monoteístas –
o judaísmo,
o cristianismo e o islã
mas a natureza desta santidade difere nas três crenças.

Para o povo judeu:

A própria cidade é santa. Escolhida por Deus em sua aliança com David, Jerusalém é a essência e o
centro da existência e continuidade espiritual e nacional judaicas.
Durante 3.000 anos, desde o tempo do Rei David e da construção do Primeiro Templo por seu
filho, o Rei Salomão, Jerusalém tem sido o foco da prece e da devoção judaicas.
Há quase 2.000 anos os judeus se viram na direção de Jerusalém e do Monte do Templo quando
oram, onde quer que estejam.

Para os cristãos:

Jerusalém é uma cidade de Lugares Santos associados a eventos da vida e ministério de Jesus e
ao início da igreja apostólica.
Estes são locais de peregrinação, oração e devoção.
As tradições que identificam alguns destes sítios datam dos primeiros séculos do cristianismo.

Na tradição muçulmana:

O Monte do Templo é identificado como "o mais remoto santuário" (em árabe: masjid al-aksa), de
onde o profeta Maomé, acompanhado pelo Anjo Gabriel, fez a Jornada Noturna ao Trono de Deus
(Alcorão, Surata 17:1, Al-Isra).
A Lei de Proteção dos Lugares Santos (5727-1967) garante a liberdade de acesso aos locais
sagrados para os membros das diferentes religiões.
A soberania judaica sobre a cidade terminou no ano 135, com a repressão da Segunda Revolta
Judaica contra Roma; e só foi restaurada em 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido.
Durante todos aqueles séculos, Jerusalém esteve sob o domínio de poderes estrangeiros.
Contudo, através dos tempos, sempre houve judeus vivendo em Jerusalém, e desde 1870 eles
constituem a maioria da população da cidade.
Em conseqüência dos combates durante a Guerra da Independência, em 1948, e a subseqüente
divisão de Jerusalém, as sinagogas e academias religiosas históricas no Quarteirão Judaico da
Cidade Velha foram destruídas ou seriamente danificadas.
Com a reunificação da cidade após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, elas foram restauradas e o
Quarteirão Judaico reconstruído.

Hoje em dia, Jerusalém é uma cidade movimentada e vibrante.


É um centro cultural de renome internacional, que oferece festivais de cinema e artes dramáticas,
concertos, museus singulares, grandes bibliotecas e convenções profissionais.

No correr dos séculos, Jerusalém foi conhecida por muitos nomes que expressam admiração e
reverência. O mais adequado é "Cidade da Paz".

Matéria: Noções de geografia Bíblica e História Bíblica


Trabalho
De
Teologia
Sobre
Jerusalem

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