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Cerco de Jerusalém (63 a.C.

)
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Coordenadas:  31° 47' N 35° 13' E

Cerco de Jerusalém

Terceira Guerra Mitridática

Diagrama da cidade na época do cerco. Em azul, a muralha


atual.

Data 63 a.C.

Local Jerusalém, Reino Asmoneu

Casus belli Intervenção romana na guerra civil


pelo trono asmoneu

Desfecho Vitória romana

Mudanças Anexação da Judeia pela República


territoriais Romana

Beligerantes

 República Romana   Reino Asmoneu


Comandantes

 Pompeu   Aristóbulo II

 Fausto Cornélio Sula

Baixas

Poucas ~12 000

Jerusalém

Localização de Jerusalém no que é hoje Israel

[Esconder]
Terceira Guerra Mitridática (75 a.C.–63 a.C.)

Calcedônia (74 a.C.)

Cízico (74 a.C.–73 a.C.)

Ríndaco (74 a.C.)
Tênedos (73 a.C.)

Cabira (72 a.C.)

Amiso (72 a.C.–70 a.C.)

Tigranocerta (69 a.C.)

Artaxata (68 a.C.)

Nísibis (68 a.C.)

Comana Pôntica (68 a.C.)

Zela (67 a.C.)

Lico (66 a.C.)

Campanhas de Pompeu

Geórgia (66 a.C.–65 a.C.)

Síria (65 a.C.–64 a.C.)

Judeia (63 a.C.)

Cerco de Jerusalém foi um cerco ocorrido em 63 a.C. na cidade


de Jerusalém durante a campanha de Pompeu na Judeia e no contexto
da Terceira Guerra Mitridática. O general romano Pompeu recebeu um pedido
para intervir na guerra civil entre Hircano II e Aristóbulo II pelo trono do Reino
Asmoneu. Depois de conquistar Jerusalém, Pompeu encerrou a independência
dos judeus e incorporou a Judeia à República Romana como um reino cliente.

Índice

 1Contexto
 2Cerco
 3Eventos posteriores
 4Referências
 5Bibliografia

Contexto
A morte da rainha asmoneia Alexandra Salomé levou o Reino da Judeia a
uma guerra civil entre os dois filhos dela, Hircano e Aristóbulo. Depois que este
expulsou seu irmão mais velho do trono e do sumo-sacerdócio em
Jerusalém, Antípatro, o Idumeu, aconselhou Hircano a pedir ajuda ao rei Aretas
III do Reino Nabateu. Em troca de uma promessa de concessões territoriais,
Aretas forneceu a Hircano 50 000 soldados; as forças combinadas dos dois
então cercaram Aristóbulo em Jerusalém.[1][2]
Pompeu já havia dado sequência à sua vitória na Terceira Guerra
Mitridática com a criação da província da Síria e passara 64 e 63 a.C.
pacificando a região.[3] Os eventos na Judeia fizeram com que Marco Emílio
Escauro, o legado de Pompeu em Damasco, viajasse até Jerusalém, onde ele
foi contatado pelas duas partes da guerra. No fim, seu favorecimento foi
conquistado através de um considerável suborno por Aristóbulo[4] e Escauro
ordenou que Aretas levantasse o cerco e deixasse a Judeia. O exército
nabateu se retirou na direção de Filadélfia, mas ainda assim Aristóbulo deixou
a cidade, perseguiu-os e os derrotou em Papyron.[1]
Quando Pompeu chegou em Damasco, em 63 a.C., tanto Hircano quanto
Aristóbulo foram ter com ele. Pompeu se recusou a tratar do conflito e informou
as duas partes que só resolveria a questão depois de visitar ele próprio a
Judeia. Aristóbulo não esperou pela decisão de Pompeu e se encastelou na
fortaleza de Alexândrio, um movimento que enfureceu Pompeu. Os romanos
invadiram a Judeia e Aristóbulo imediatamente se rendeu. Quando Aulo
Gabínio liderou uma força para tomar Jerusalém, porém, os aliados dele
fecharam os portões da cidade. Pompeu mandou prender Aristóbulo e se
preparou para cercar a cidade.[5]

Cerco
Quando Pompeu chegou a Jerusalém, sua primeira ação foi inspecionar a
cidade:

“ ”
...pois ele percebeu que as muralhas eram tão firmes que seria difícil superá-las; e que
o vale diante da muralha era terrível; e que o templo, que estava neste vale, estava
também circundado por uma muralha muito forte, tanto que se a cidade fosse tomada,
este templo seria um segundo lugar de refúgio para o onde o inimigo poderia se retirar.
— Flávio Josefo, A Guerra dos Judeus 1:141 .
[6]

Afortunadamente para Pompeu, Hircano II ainda tinha aliados na cidade e eles


abriram um dos portões, provavelmente o situado na porção noroeste da
muralha, para os romanos. Esta traição permitiu que Pompeu tomasse a cidade
alta de Jerusalém, incluindo o palácio real; Aristóbulo continuou no controle da
porção oriental, que compreendia o Monte do Templo e a Cidade de David.
[5]
 Os judeus consolidaram sua posição demolindo a ponte que cruzava o vale
do Tiropeon e ligava a cidade alta ao Monte do Templo.[7] Pompeu ofereceu-
lhes a chance de se renderem e se dedicou com afinco ao cerco depois de ser
refutado. Ele ordenou a construção de uma muralha de circunvalação à volta
do território inimigo e armou seu acampamento no interior da muralha de
Jerusalém, para o norte do Monte do Templo. Ali ficava um passo que dava
acesso ao templo que era protegido por uma cidadela conhecida
como Baris fortificada por um fosso.[8][9] Um segundo acampamento foi
construído a sudeste do templo.[5]
As tropas de Pompeu então começaram a aterrar o fosso que protegia a
porção norte da fortaleza do templo e a construir duas rampas, uma perto de
Baris e a outra para o oeste; enquanto isso, os defensores, em sua posição
mais elevada, tentavam atrapalhar as obras romanas. Quando elas
terminaram, Pompeu construiu torres de cerco e mandou trazer armas de
cerco e aríetes de Tiro. Protegido por fundeiros, que afastavam os defensores
da muralha, os romanos começaram a atacar a muralha à volta do templo.[5][10]
[11]
 Depois de três meses, as tropas de Pompeu finalmente conseguiram
derrubar uma das torres de Baris e conseguiram entrar no recinto do Templo,
tanto pela cidadela quanto pelo oeste. O primeiro a saltar a muralha foi Fausto
Cornélio Sula, filho do antigo ditador e um graduado oficial no exército de
Pompeu. Ele foi seguido por dois centuriões, Fúrio e Fábio, cada um à frente
de uma coorte]; depois disto os romanos rapidamente venceram a resistência
dos judeus. Cerca de 12 000 foram mortos e apenas uns poucos romanos
morreram.[5][12]
O próprio Pompeu entrou no "Santo dos Santos" do Templo, o que só era
permitido ao sumo-sacerdote (e ainda assim, apenas uma vez por ano),
profanando-o. Apesar disto, ele não removeu nada, nem os tesouros e nem os
recursos que ali estavam, e ordenou que o Templo fosse limpo e que seus
rituais fossem retomados.[13][14][15][16] Logo depois Pompeu seguiu para Roma
levando consigo Aristóbulo, que foi exibido em seu triunfo sobre os judeus.[5]

Eventos posteriores
O cerco e a conquista de Jerusalém foram um desastre para o Reino Asmoneu.
Pompeu re-instalou Hircano II como sumo-sacerdote, mas retirou-lhe a coroa;
Roma passou a reconhecê-lo como um etnarca em 47 a.C.[17]
A Judeia permaneceu autônoma, mas passou a ter que pagar tributo para a
administração romana na Síria. O reino foi desmembrado, perdendo sua
planície costeira e seu acesso ao mar. A Idumeia e a Samaria foram também
foram libertadas. Diversas cidades helenísticas receberam permissão para
formar a Decápole, reduzindo ainda mais o estado asmoneu

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