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Macabeus
Josefo cita, ele próprio, as maldades praticadas por este governante: “A maior parte do
povo obedeceu-lhe, fê-lo voluntariamente ou por medo; mas estas ameaças não puderam
impedir aos que tinham virtude e generosidade de observar as leis dos pais.
O cruel príncipe fazia a estes morrer por vários tormentos. Depois de os ter feito retalhar
a golpes de chicote, sua horrível desumanidade não se contentava de fazê-los sacrificar,
mas, enquanto respiravam, ainda fazia enforcar e estrangular perto deles suas mulheres
e os filhos que tinham sido circundados.
Embora se diga que Josefo parafraseou o livro apócrifo de I Macabeus, suas narrativas
são bem mais completas e diferem em algumas datas e pontos, por exemplo, no que diz
respeito ao intento de Antíoco conquistar o Egito: Conforme I Macabeus, ele logrou
fazê-lo, enquanto Josefo diz que Antíoco foi dissuadido por ameaças dos romanos a
abandonar o Egito.
É mais correto ver os “macabeus” Judas, Jônatas e Simão, filhos de Matatias, como
chefes da resistência judaica, e não propriamente como “reis” de um suposto estado
Macabeu. Os três, cada qual a seu tempo, acumularam as funções de chefes militares e
de sumo-sacerdotes do Templo de Jerusalém.
Neste tempo, muitas das cidades de Israel se encontravam tomadas pelos selêucidas e
seus aliados judeus, entre as quais se pode citar Jericó, Emas, Betoron, Betel, Tocon e
Gazara entre outras.
Após este período, podemos sim entender a existência de um estado Asmoneu, que
experimentará uma completa independência durante um período de 70 anos entre 134 e
63 AC, o que não deixa de nos sugerir uma antítese com os 70 anos de cativeiro na
Babilônia.
Juntou-se pouco tempo depois a este pequeno grupo familiar, alguns judeus assideus,
que igualmente fiéis à sua religião, decidiram combater Antíoco; muitos outros grupos
foram se juntando a este núcleo, de tal forma que se constituiu um pequeno e valente
exército disposto a combater os pagãos.
Conta Josefo que uma guarnição do rei buscou um dos grupos revoltosos para fazê-los
desistir da sedição, vindo a encontrá-los num dia de sábado. Pela reverência que tinham
ao dia do descanso, o grupo se recusou a pegar em armas para se defender vindo assim a
ser impiedosamente sufocado dentro da caverna em que se encontravam.
Judas Macabeu provou na liderança de seu povo ser um general competente, havendo
derrotado sucessivas vezes exércitos imensamente mais numerosos e mais preparados
no sentido militar. Era, segundo se constata, dono de quatro predicados importantes:
forte senso de determinação, coragem pessoal, visão militar e fé incondicional no Deus
de seus pais.
Depois de sucessivas vitórias sobre o exército de Antíoco Epifânio, Judas logrou
reconquistar Jerusalém. Ocupou-se então de restaurar e purificar o Templo, vindo a
consagrá-lo novamente ao serviço religioso judaico, exatamente três anos após Antíoco
o haver violado.
A celebração deste evento marca a origem da Festa das Luzes celebrada pelos judeus até
os dias de hoje no mês de Kislêv (Dezembro).
Josefo nos faz compreender que ao tempo de Judas Macabeu Roma já se avultava como
potência européia (Vol 4, Cap. XIII, § 492), havendo já dominado por aquele tempo a
Galácia, Espanha, Cartagena e Grécia.
Desta forma pareceu bem a Judas Macabeu fazer com os romanos um pacto de
coperação em que Roma se comprometia a advertir àqueles que estavam sobre sua
obediência a não atacar ou colaborar com aqueles que se indispusessem contra os judeus
e da mesma forma estes fariam o mesmo por Roma.
No seu tempo veio a falecer Antíoco Epifânio, segundo Josefo, de desgosto, por ver as
sucessivas vitórias dos Macabeus na palestina, bem como as vitórias de outros inimigos
frente ao seu exército.
Antíoco Eupator, seu filho, reinou em seu lugar, vindo no início de seu reinado a propor
paz a Judas Macabeu, proposta esta que não tardou a descumprir, ordenando que se
destruíssem os muros ao redor do Templo e que se matasse Onias, o sumo-sacerdote.
Este templo foi erguido por Onias, filho homônimo de Onias, sumo-sacerdote de Israel
no tempo de Pitolomeu Filometor, rei do Egito. Vejamos o texto de Isaías:
“Naquele tempo o Senhor terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se
erigirá ao Senhor, junto da sua fronteira. E servirá de sinal e de testemunho ao Senhor
dos Exércitos na terra do Egito, porque ao Senhor clamarão por causa dos opressores, e
ele lhes enviará um salvador e um protetor, que os livrará.” (Is 19:18-20)
Tal fortaleza estava construída num lugar alto ao lado do Monte Moriá, e Simão fez
com que depois de destruída a fortaleza, fosse o monte rebaixado. Diz Josefo que esta
tarefa demorou três anos para ser concluída, de maneira que o monte foi aplainado e
nada mais de evelvado sobou senão o Templo.