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História do Egipto

Época arcaica – É a época das 2 primeiras dinastias, de 30, sendo designada


tambémTinita, pois os monarcas eram de Tinis. A I dinastia começa com a unificação
do alto e baixo Egito. Narmer levou a cabo a unificação, colocando Mênfis como a
capital e situando a sua residência em Abusir. Considera-se que as mastabas dos
soberanos possam estar em Sakara ou Abido. Nekhen, capital do alto Egipto,
continuou a ser um local religioso. O sucessor de Narmer foi Djer, sepultado em Abido.
Djer obteve uma vitória sobre a núbia, mostrando o seu interesse nessa região.

O rei Den, da mesma dinastia, foi o 1o a utilizar o título de rei do Alto e baixo Egipto.
No seu túmulo em Abido, está representada pela 1a vez a coroa que junta as dos dois
lados do país. Entre os acontecimentos importantes, estão a divisão do país em
províncias, e as duas primeiras viagens ao Líbano para conseguir madeira. Esta dinastia
acaba em instabilidade.

No princípio da II dinastia, o centro político e cultural estava mais centrado no baixo


Egipto, irradiando de Sakara. Foi um tempo de instabilidade política, existindo uma
antagonia entre as duas divisões do país. Até que sobe ao poder o Horus-Set
Khasekhemui, que une o alto e baixo Egipto, tenho sido Hórus considerada a divindade
do Baixo e Set do Alto Egipto. O rei instala assim um poder baseado na administração
por funcionários do monarca que sabiam ler e escrever, consolidando também o poder
real. A estabilidade da monarquia é observável no incremento das construções, com o
uso de tijolo e madeira e com o fabrico de estátuas, estelas e vasos de pedra,
guardados em túmulos de tijolo. A criação de um reino unificado deve muito à visão do
monarca como sendo um deus e à tradição religiosa partilhada em todo o território.

O império Antigo: o tempo das pirâmides: (III e IV dinastias). É a fase das grandes
pirâmides em que o culto solar atinge uma nova fase de crescimento com a criação de
templos solares em Abu Gorab e Abusir.

Os reis constroem as suas pirâmides em Sakara. O país está em paz por 1000 anos,
tendo apenas relações comerciais, vive também segundo o conceito de maet. Aspetos
marcantes: criação do complexo do Horus Djoser em Sakara, III dinastia; na IV há
referir Seneferu, considerado o rei mais poderoso do império antigo por ter sido um
grande construtor. No final da dinastia parece ter havido lutas pelo trono. No caso da V
dinastia, esta caracteriza-se pelo culto a Ré. Os altos cargos passam de familiares para
funcionários do rei cuja lealdade era compensada com terras. Mantém-se a atividade
comercial.

Em relação à III dinastia, c. 2660 a.C. o Horus Djoser sobe ao poder, já depois do Egipto
estar unificado, com este rei começa o império antigo que dura cerca de 500 anos indo
até c. 2180 a.c. é um período de paz, no qual o Egipto se sente defendido pelas suas
defesas naturais. Em termos comerciais, existe a necessidade de madeira. Esta podia
ser de Ébano (Núbia) ou cedro (Líbano). Existe também o interesse na zona a sul de
Elefantina e Assuão, onde se situa a Núbia, habitada por tribos menos desenvolvidas e
por isso facilmente o Egipto consegue ouro, penas de avestruz, peles, marfim e mão de
obra desta zona a troca de nada, quando o caso é de incursões militares, ou a troco de
linho e papiro, sendo a troca sempre bastante mais positiva para o Egipto. Em termos
de perigo, o Sul nunca o seria, ainda assim, tal podia advir do Nordeste.

Estando a fronteira vigiada e a zona do mediterrâneo era pantanosa, não sendo


possível construir cidades ou ter guarnições militares permanentes, pelo que se
tornava um local de possível incursão. Ainda assim, os pântanos eram intransponíveis
para os povos da altura. Os desertos que ladeiam o Egipto juntamente com esta zona
pantanosa formam as defesas naturais do Egipto.

O rei Djoser acaba por morrer, pelo que seria necessário sepultá-lo num túmulo digno
de um rei. A ideia de vida eterna era também uma das bases religiosas do Egipto.
Criam assim a ideia de paraíso. Outra ideia baseia-se na ressurreição nesse mesmo
paraíso, sendo que apenas seria possível ascender em primeiro lugar ao mesmo, tendo
cumprido os preceitos da “maet”. Quando alguém ascendesse ao paraíso tornar-se-ia
também, um deus. A ideia de maet começava no rei e representava tudo o que era
bom, equilibrado. Os túmulos deveriam assim ser invioláveis, pois apenas através da
preservação do corpo poderia a ressurreição no paraíso acontecer. Depois de Djoser
morrer, o seu arquiteto Imhotep constrói a sua mastaba e em seguida uma pirâmide
de grandes dimensões para representar a subida do rei ao céu. Tal mostrava um
preceito religioso, no céu reinava Ré. No subsolo, onde o rei estava enterrado, seria o
mundo dos mortos, onde reinaria Osíris. O rei receberia também este nome depois de
morrer. Este rei fez também da capital Mênfis. Tal era uma cidade estratégica pois
estava no centro do Nilo, entre o Alto e Baixo Egipto, mostrando a sua unificação e o
poder central e centralizado do Rei. Tal mostra também a organização patente na
maet. Assim, pontos da III dinastia:

- Mais organização

- Administração através de funcionários do rei

- Pagamento de impostos por parte dos camponeses (recebidos pelo palácio; templos

e poder local).

Em relação à IV dinastia, o rei Khufu levou a cabo algumas expedições no Líbano para
consegui madeira de Cedro e no Sul (Núbia) para conseguir Ébano em troca oferece
Linho, papiro e sobretudo ouro (que consegue das suas incursões na Núbia, uma
região pouco desenvolvida socialmente, mas bastante rica). É famoso, pois a maior
pirâmide do Egipto é a sua, chegando a 147m de altura. As pedras de granito utilizadas
na sua construção foram transportadas de barco por 600 km, depois de terem sido
mineradas e aplanadas até se conseguir a forma de um paralelepípedo.

Para chegar ao planalto depois de descarregadas, as pedras tinham de ser puxadas em


cima de toros, que rolavam por baixo das mesmas. As pedras eram puxadas sempre
por grupos de 10 trabalhadores, o que demonstra a organização característica do
conceito de maet.

Na VI dinastia começam a existir problemas económicos que foram alivados pela


duplicação da contagem do gado. Havia um comércio intenso com o Leste e também
com países a Sul, a concessão de terras continua e esta começa a tornar-se
hereditárias, ao invés de serem apenas para quem são inicialmente dadas. Os cargos
caem também na mesma situação.

Durante o fim da VI dinastia, a máquina administrativa torna-se inoperante e começa a


abusar do seu poder. Os detentores dos cargos administrativos começam a criar os
seus próprios túmulos munidos de clero e campos de cultivo próprios. O poder
faraónico diminuí e com ele a desordem social e decadência começa.

1º período intermediário – período entre o império antigo e médio. Dura cerca de 500
anos. Durante o império médio e este período, a capital era Heracliópolis. Mênfis deixa
de ser capital porque o Egipto entre em colapso. A maior parte das cidades egípcias
têm nomes gregos. Durante o período intermediário as sepulturas param de ser feitas
perto das pirâmides, os funcionários começam a fazer as suas sepulturas nas suas
próprias cidades. A literatura deste período começa a ser mais polémica. O período
intermediário engloba a VII e VIII dinastias. O faraó Ibi teve como objetivo construir
uma pirâmide, que teve a altura de 18m, bastante mais pequena do que as pirâmides
do império antigo. Todo este período vai desembocar numa guerra civil. O governador
local da zona de Tebas decide afirmar-se como rei do alto e Baixo Egipto. O facto de
existirem reis no Norte com a capital em Heracliópolis e reis no Sul com capital em
Tebas, leva a uma guerra civil. O rei do Sul: Mentuhotep II vence a guerra e torna-se o
rei do Alto e Baixo Egipto.

Império Médio (c.2180-2040) – Começa com a vitória de Mentuhotep II e é a segunda


vez que o Egipto se unifica, e principalmente a 2a vez que se unifica a partir do Sul. A XI
dinastia unifica o Egipto e a XII dinastia foi uma das mais notáveis. Esta XII dinastia tem
como nome proeminente Amenemhat I, o seu fundador. O nome de Amen advém de
Amon, que era venerado no Sul, na zona de Tebas. Sendo que era adorado em Tebas
etal era a capital, Amon torna-se uma divindade proeminente.

O nome Amenemhat significa “Amon está no comando” e demonstra como o Sul


impõe o seu poder através da sua superioridade em termos de recursos, grande parte
dos mesmos que advêm da Núbia e também da agricultura abundante do Nilo. O
conceito de Estado é recriado, as fronteiras voltam a ser patrulhadas e as incursões na
Núbia continuam, de modo a evitar que estes povos invadam o Egipto. O Egipto cria
fortalezas a Sul de Assuão de modo a poder controlar a Núbia e também a garantir que
esta não consegue atacar o Egipto. As fortalezas tornam-se polos comerciais e
religiosos, tornando-se a Núbia numa espécie de colónia para o Egipto. A
administração volta a florescer e o império Médio desenvolve-se na prosperidade.

A Arte da época é de boa qualidade. As pirâmides voltam a ser construídas, embora


não tenham tanta qualidade de construção quanto as antigas. Os reis são
imortalizados em estátuas de grande porte. A literatura e joalharia são também de boa
qualidade. C.2040-1750 a.C. – anos de prosperidade, de paz e de riqueza. É um país
com uma máquina administrativa forte, encabeçada pelo faraó, que é também um
deus.

Durante este período dá-se também a Egipcianização da Núbia. O avanço egípcio para
sul, passando a 1a catarata do Nilo, leva à criação de várias guarnições militares que
são manifestações de poder e uma forma de dominar a zona a sul do Egipto. Estas
populações começam a estar subordinadas ao Egipto política, religiosa e
culturalmente.

A Núbia começa a estar Egipcianizada (pela força das armas e também da civilização).
As trocas comerciais com a Núbia eram baseadas na troca de ouro por linho; trigo e
alfaias agrícolas.

Amenemhat I, antes de ser rei, era um dos escribas da administração egípcia. O


império médio vai desenvolver também as escolas de escribas. A administração vive do
recenseamento dos produtos em termos económicos. Este recenseamento é também
relativo à fertilidade dos terrenos. Toda a administração tem como objetivo evitar a
fome.

Amenemhat era vizir (Tjati, em egípcio), sendo este o cargo abaixo do de faraó. Seria
assim o segundo órgão do poder central, controlando toda a administração abaixo de
si: todos os escribas; sacerdotes; chefes militares; governadores. Durante o império
médio o Egipto tinha c. 3M de pessoas, cerca de 20k eram funcionários do faraó.

A capital é transferida para uma cidade mais central, para manter a norma de
equilíbrio que caracteriza a administração egípcia. Esta cidade é Iti-taui. Ainda não foi
descoberta a sua localização correta. Com a modificação da capital, importa defender
o país a sul e a Nordeste, onde se encontravam as tribos estrangeiras que podiam
ataca o Egipto e que os egípcios apelidavam de “Asiáticas”.

A capital é mudada para Iti-taui porque a administração tinha como objetivo


desenvolver o lago Faium. Este desenvolvimento é conseguido através de obras de
engenharia hidráulica. Com elas, o lago aumenta de tamanho e com ele a irrigação,
aumentado também as áreas agrícolas férteis. Esta é uma luta contra o avanço do
deserto. A mão-de-obra para estas construções vinha dos camponeses nacionais. A
administração de boa qualidade é a parte mais importante de toda a construção. O
sucesso da construção é provado com o aumento de túmulos e habitações nas zonas
que circundam o lago. O Egipto, um país rico, fica ainda mais rico. Todas as pirâmides
desta dinastia estão perto do Faium. O grande facto de prestígio da XII dinastia é a
manutenção do lago Faium.

Estavam reunidas as condições para que as pirâmides desta dinastia fossem tão
imponentes quanto as da IV, ainda assim, as pirâmides são construídas com material
de baixa qualidade, sendo cobertas em calcário de boa qualidade que começa a lascar
passado algum tempo.

Com o rei Amenemhat III a XII dinastia teve o seu maior período de prestígio. Com um
reinado de 40 anos, Amenemhat III lucra principalmente com o trabalho realizado
pelos reis anteriores, nomeadamente Amenemhat I e Semuseret III. Esta XII dinastia
tem assim importância pelas obras que leva a cabo no Faium e também graças às suas
incursões no Sinai e as suas trocas comerciais com o Líbano, do qual importam
madeira trocando linho e ouro por ela. A madeira era depois entregue em Biblos.
Torna-se necessário proteger estas rotas comerciais. Assim, os reis da XII dinastia
põem em prática a maet.

Dois dos títulos dos faraós eram “Sá Ré” = “Filho de Ré” e “Bom Pastor”. Os Homens
eram assim o gado de deus. O rei preocupa-se com o bem-estar dos seus súbditos.
Esta visão e a reunião de justiça, solidariedade e rectidão é a expressão da maet. Os
reis, em termos das suas representações, são representados como deuses, mas
também como homens, apresentando muitas vezes feições envelhecidas nas suas
estátuas. O último rei: Amenemhat IV não tem herdeiros e a XII dinastia acaba em
colapso.

Segundo período intermediário: O poder real desce e o poder dos escribas sobe. Com
a crise de sucessão, as províncias separam-se e o Egipto começa a não ter um poder
centralizado. Com a crise, começa a ser invadido pelos povos circundantes, que
começam a emigrar para o Egipto. O pior dá-se quando o Egipto é invadido
militarmente pelos Hicsos. Tais que possuíam técnicas de guerras desconhecidas dos
egípcios, como a biga de cavalos puxando um carro de guerra. Os Hicsos acabam por
ocupar o Egipto e por o conseguir controlar. Com o tempo, estas tecnologias bélicas

são adotadas pelos egípcios. Os próprios Hicsos começam também a ser


egipcianizados.

Império Novo – Este período da história do Egipto estende-se da XVII à XX dinastia. A


XVIII é considerada o apogeu do Egipto, sendo o culminar da sua subida desde o
império Antigo. No caso da XIX, durante o reinado de Ramsés II é observável um
grande colonialismo.
Os Hicsos invadem o Egipto e controlam o Norte, unificando o país. Conseguem, ainda
assim, controlar o país sem destruir o seu sistema administrativo nem económico. Os
Hicsos trazem também o cavalo e carro de guerra, tais que os egípcios desconheciam,
mas começam a utilizar. Trazem também as armaduras de bronze e novas espécies
agrícolas vindas da Ásia. Chegam mesmo a egipcianizar-se, escrevendo os seus nomes
e dos seus reis em egípcio. Criam então a base da sua monarquia em Auaris, no Delta
do Nilo. Ainda assim, nunca conseguem controlar o Sul. Os governadores de Tebas
declaram-se reis do alto e baixo Egipto, dando-se assim a guerra entre estas duas
divisões. A XVII dinastia consegue vencer os Hicsos inicialmente, ajudando à sua
expulsão, que só se dá efetivamente com a XVIII dinastia. Esta usava já as tecnologias
dos hicsos com a utilização do carro de guerra de 2 homens: 1 que dirigia o carro e
outro que disparava/atirava setas ou lanças. Em zonas de estepe, a cavalaria foi de
grande importância. Nesta dinastia melhoram também as armas de bronze, tendo
ainda assim o Egipto de importar o estanho para criar esta liga. Importando-o do
corredor siro-palestiniano – c. 1550 a.C.

Com a expulsão dos Hicsos se dá a 3a reunificação do Egipto e a 3a que se dá também


através do Sul. Ainda assim, mesmo depois dos Hicsos terem sido expulsos, os egípcios
ainda os perseguem até à sua base militar no Sul da Palestina: Charuhen. Esta mesma
base é destruída pelos egípcios que começam a expandir-se bastante nesta zona do
corredor Siro-Palestiniano. De referir que a organização militar egípcia se modifica
nesta altura, com a adição ao exército de camponeses durante a época em que os
campos estavam alagados, e assim incultiváveis. Da mesma forma, o Egipto tem pela
1a vez um exército profissional. De referir a literatura egípcia desta altura, que referia
como o exército do país seria invencível. Uma outra diferença a notar seria o facto do
faraó lutar agora com as tropas, avançando com elas no terreno de batalha.

A expansão egípcia dá-se também para sul, em direção à Núbia. A construção de


fortalezas nesta zona é um facto, de modo que as tropas egípcias guardam estas
mesmas fortalezas para defesa militar e também como forma de controlar o comércio
da zona. Outro tipo de hegemonia sobre o Sul é levado a cabo através da construção
de templos, exercendo um poder cultural. Ainda assim, os egípcios prezam a
tolerância, venerando também eles os deuses Núbios. Dá-se assim a egipcianização da
núbia, que é controlada por um vice-rei.

No caso do corredor siro-palestiniano, este é controlado por governadores. Ainda


assim, os povos desta zona cultivam juntamente com os egípcios a literatura e
constroem cidades amuralhadas, pelo que, o controlo nesta zona não é muito
apertado.

O tempo do império novo é assim o de conhecimento de outros povos, criando com as


mesmas relações comerciais, ou controlando-os através de órgãos de governação e
levando-os a pagar tributos ao Egipto (cavalos; madeira; ouro).
Tutmés III é o grande responsável por esmagar as revoltas que se dão e impor o poder
egípcio. Este rei sucede Hatchepsut, que reinou durante 22 anos e levou a cabo
expedições comerciais, enriquecendo o Egipto. Durante o reinado desta rainha,
Tutmés III é um rei secundário, reinando ao mesmo tempo que ela, mas tendo menos
poder.

Algumas destas expedições comerciais dirigem-se a Punt, na actual Somália. Sucede


Hatchepsut então Tutmés III, este rei vai dominar a Síria-Palestina. Este monarca teve
um reincado de guerra, vencendo uma importante batalha em Meguido. Leva a cabo
17 incursões em território palestiniano. Tutmés traz assim para o Egpito muita riqueza
e vitórias. As crianças das várias cidades que ocupa são trazidas para o Egipto para
serem ensinadas a ser escribas e mesmo para aprenderem os conceitos da maet.

Quando crescem, estas crianças, que era filhas dos reis locais, herdam o trono das
cidades, continuando o poder egípcio no território. No final da XVIII dinastia, o Egipto
prepara-se para o seu apogeu, tal que se dá com o reinado de Amen-Hotep III, que
constrói vários túmulos para os seus funcionários. O Egipto é assim uma terra de
prosperidade, tal que apenas se poderia dever ao Deus Amon, para o qual é construído
um templo de grandes dimensões. O templo de Karak demora 2000 anos a ser
construído, mas fica inacabado. O templo é também um local administrativo,
possuindo campos em volta e acumulando as riquezas das batalhas. De referir que a
existência de escravos era um facto, embora fosse bastante reduzida. Eram cerca de
80 000 no meio de 4000 000 camponeses. O filho de Amen-Hotep III é Amen-Hotep IV.

Amon era o deus principal à época, sendo altamente recompensado pelas vitórias
egípcias. Com o aumento do poder do clero, o equilíbrio do poder quebra-se mais uma
vez. Assim Amen-Hotep IV vai perseguir o clero de Amon, destruindo os templos e
matando os sacerdotes. A religião tem sempre um poder político de grande porte,
sendo as vitórias e a prosperidade dadas como vindo dos deuses e principalmente do
deus mais importante à época, neste caso, Amon.

O clero deste deus precisa assim de ser controlado. Para mostrar o seu
descontentamento com as acções do clero de Amon, Amen-Hotep IV muda o seu
nome para Akhenaton, tentando mudar assim o deus venerado, que passaria a ser
Aton, o disco solar, onde vive Ré.

Depois de Akhenaton herda o tron Tuthanaton, que muda o seu nome para
Tuthankhamon, voltando Amon ao poder. Este rei morre novo sem deixar herdeiros.
Deste modo, cerca de 1300 a.C, a nãom existência de um herdeiro leva ao
enfraquecimento do poder e por isso à revolta nas colónias. Surgem como inimigos
poderosos os Hititas e Mitânias, que atacam as colónias egípcias.

Com a falta de herdeiro, o chefe do exército egípcio sobe ao poder: Horemheb. Foi
escriba do exército, sendo este um dos cargos mais elevados, subindo mais tarde a
chefe do exército. A força mais coesa dentro de todo o Egipto em ebulição foi assim: o
exército. Horemheb sobe a poder e tenta reorganizar o Egipto, é o fim da XVIII
dinastia.

A XIX dinastia é uma dinastia de contenção, por oposto à XVIII, de expansão. Dá-se
então a guerra entre os egípcios e os Hititas. Tal dá-se no reinado de Ramsés II, que
reina 62 anos. Ramsés luta na batalha de Kadesh em 1275 a.C., nas margens do
Orontes, quando os Hititas veem a descer e os egípcios a subir o corredor Siro-
Palestiniano. Ainda hoje é difícil saber quem a venceu, sendo ela a batalha descrita
mais antiga da história.

Seguido a ela é assinado o tratado de paz entre egípcios e Hititas, também o mais
antigo da história. Sabe-se que o rei egípcio recebe a filha do rei Hitita depois deste
mesmo tratado, ainda assim, nãos e sabe se tal é um gesto de amizade ou de
subserviência por parte do povo hitita. De facto, 2 coisas mantêm a paz: Ouro e
mulheres. Os casamentos e o aumento dos haréns reais das várias civilizações
mostram a paz que reinava entre as mesmas.

Esta dinastia vai acabar em instabilidade. A XX dinastia começa, ainda assim, de


alguma forma bem, contendo em si o último grande faraó: Ramsés III. Nestes tempos
atacam o Egipto, “os povos do mar”, formados por várias populações e entrando no
Egipto pelo delta do Nilo. O povo mais poderoso de entre todos eles eram os Filisteus
Os povos do mar atacam o Egipto pelo ouro; vinho; trigo e cevada. Ramsés III
consegue, ainda assim, vencê-los.

A diferença entre as guerras no reinado de Ramsés II e III é que no do primeiro as


batalhas dão-se fora do território egípcio o no reinado do segundo, dentro do
território egípcio. Ramsés III escraviza assim os sobreviventes e põem-nos a trabalhar
nas terras dos templos. Da mesma forma, utiliza os soldados Filisteus de forma
estratégica, colocando-os no corredor siro-palestiniano, de forma que formem uma
linha de defesa do Egipto em relação a povos que pudessem atacar do Norte. A XX
dinastia acaba, ainda assim, em miséria e o clero de Amon aumenta em poder e toma
o poder no Egipto.

Terceiro período intermediário – A queda do império novo baseia-se nos seus mais
anos agrícolas; corrupção na administração e poder abusivo do clero de Amon. Assim,
a XXI dinastia cria a sua capital em Tânis e pela primeira vez o Egipto tem uma capital
no Delta do Nilo. Perde-se, em termos coloniais, a Síria-Palestina e a Núbia. O poder
estava dividido em dois centros: A cidade de Tânis, onde estava o Faraó e o Sul, onde
estava o Clero de Amon, que controlava a cidade de Karnak (Tebas). Ainda assim, a paz
existe, pois, os sacerdotes casam as suas filhas com os faraós. Sob o poder de
Psusennes II, Chechonk I, um governador de origem Líbia, torna-se co- regente e toma
o poder, formando a XXII dinastia.
Nesta dinastia, os reis não são egípcios, são líbios. Os líbios estavam no Egipto a
prestar serviço militar ao país.

Chechonk I é também oriundo do exército. Este exército líbio, incluindo o próprio


Chechonk I, estavam já bastante egípcianizados. Durante o período de reinado desta
dinastia, o faraó coloca o seu filho como sumo-sacerdote de Amon, neutralizando
assim o poder deste ramo do clero. As incursões no estrangeiro voltam, com o saquear
de cidades no corredor siro-palestiniano. Ainda assim, ao longo da XXII dinastia, os
vários príncipes líbios que haviam dividido entre si o território do Egipto começam a
ganhar um grande poder sobre as cidades, levando a cabo um controlo sobre as
mesmas. Acontece que um destes príncipes (Padibastet) rebela-se e cria a XXIII
dinastia. Refere-se ao período de Reinado de Padibastet como “anarquia Líbia”, pela
desorganização que se deu nos órgãos de poder durante o seu reinado. Em 750 a.C. é
fundada a XXIV dinastia por outro rei líbio. Durante o seu reinado, o Clero de Amon
está mais controlado. Ainda assim, graças a terem sido perdidos os territórios coloniais
da Núbia e Palestina, o Egipto perde poder, não podendo impor tributos à Núbia e
Líbano. Deste modo, o Egipto começa a necessitar de importar, e assim pagar, pelos
materiais que anteriormente recebia por tributo destes países.

O Egipto mantém também contactos com Israel, no reinado de Salomão, como provam
alguns textos bíblicos, que incluem a luta de Moisés para conseguir a partida dos
Hebreus do Egipto.

As relações com Israel são de paz, mostrando ainda assim, uma certa subserviência do
Egipto a este país, sendo que Salomão tinha no seu harém uma princesa egípcia.

A XXV dinastia será fundada por um rei Núbio, Pié. A Núbia havia estado durante o
império Médio e Novo sob o poder egípcio. Quando libertada cria o seu próprio reino,
o reino de Kuch e aproveitando a fraqueza do Egipto neste período, invade-o e toma o
poder, pondo um fim à “anarquia Líbia” e restaurando a ordem. Os Núbios tornam-se
excelentes metalurgistas. São recebidos em festa no Sul do Egipto, em Luxor, onde se
encontrava também o clero de Amon.

Este tipo de receção calorosa refere-se ao facto de os Núbios terem sido


egipcianizados durante um longo período de tempo, estando familiarizados com os
conceitos da maet e com a religião egípcia, levando a sua expedição a cabo em nome
de Amon.

O rei da Núbia (Kuch) declara-se rei do alto e baixo Egipto e pretende renovar
osconceitos da maet, o que demonstra a egipcianização que a Núbia sofreu ao longo
do tempo, levando agora a cabo um governo baseado nos princípios arcaicos de ordem
egípcia. O país tem assim uma fase em que os reis são reis do Egipto e da Núbia
simultaneamente. Foi um período de prosperidade, com a grandes trabalhos, provados
pela arte, a serem levados a cabo e com a reocupação das fronteiras. Para controlar o
clero de Amon, o rei utiliza a sua filha que coloca como “adoradora divina”, cargo
feminino equivalente a “sumo-sacerdote”. O desenvolvimento agrícola também se dá
e assim o Egipto vive em prosperidade. Recomeçam então as invasões ao estrangeiro
(720-680 a.C.), nomeadamente à Palestina. Durante este mesmo período cresce
também a Assíria, ocupando a Mesopotâmia e o Norte da Anatólia. Os Assírios
dirigem-se também ao corredor siro-palestiniano com objetivos de o conquistar,
vencendo os egípcios em expedição, graças ao seu armamento superior; maior
organização e utilização de cavalos, recurso que os egípcios não possuíam. Israel é
conquistada pelos Assírios e à mesma se segue o Egipto, que é invadido em 671 a.C.,
Mênfis é conquistada e seguidamente é saqueada Tebas (Karnak) e os templos de
Amon aí presentes.

Egipto – Situa-se em termos geográficos na zona nordeste do continente africano,


sendo rodeado pelos desertos da Arábia e Líbia. O Egipto deve a sua existência ao rio
Nilo, sendo que este permitiu a sobrevivência das populações nassuas margens.

O nilo nasce nos grandes lagos equatoriais e nos planaltos da Etiópia. Ambos estás
duas nascentes se juntam perto da capital do Sudão. Entre no Egipto por elefantina, no
Sul e a partir da mesma se estende por 1000kmo Alto Egipto, constituído pela zona do
vale, que não ultrapassa os 10 km de largura. A norte, entra finalmente no baixo
Egipto, a zona do Delta do Nilo que abre sobre o mediterrâneo. A nascente do nilo está
nos montes da Lua, estendendo-se o rio por cerca de 6500km. A partir da segunda
metade de julho e por 100 dias o nilo invade as margens, proporcionando fertilidade
aos terrenos. Com a tentativa de controlar estas mesmas incursões, constrói-se a
Grande Barragem de Assuão. Existiam também trabalhos de irrigação que tinham
como objetivo que as inundações chegassem o mais longe possível e desta forma
fossem criando as terras férteis do vale. Também no Delta a ação do Homem se fez
sentir.

O Nilo marca também o calendário egípcio, que tem 3 estações de 4 meses. Cada mês
tem 30 dias, perfazendo um total de 360, aos quais são acrescentados 5 (dias
epagómenos). Os egípcios autodenominavam o seu país Kemet (“a negra”). O seu
nome atual é Masr.

Khaset era o nome atribuído a terras estrangeiras em geral. O Egipto encontra-se


assim dividido em 2 realidades diferentes, o alto e baixo Egipto. O Alto estende-se por
900km desde Assuão a Mênfis, formada pelo delta do nilo, simbolizado pelo papiro.

Graças ao facto de estes estar entre 2 desertos, o Egipto desenvolve-se na época pré-
dinástica, afastado do mundo (c.4500 a 3000 a.C.). até finais do império médio (c.1780
a.C.) o que permitiu que levasse a cabo uma evolução própria, sem influências dos
países vizinhos.
A história do Egipto vai desde esta época até à chegada de gregos e romanos ao
território, estendendo-se por 3000 anos. Tendo 3 períodos áureos: império antigo
(c.2660-2180 a.C.); imp. Médio (c.2040 a 1780 a.C.) e imp. Novo (c.1560 a 1070),
separados entre si por períodos intermediários que chegaram a ser de decadência. As
visões em relação ao início da unificação do Egipto são múltiplas.

Em termos de culturas agrícolas, já que esta é a base económica do antigo Egipto,


existem: lentilha, pepino, favas, grão-de-bico, cebola, melancia, oliveira, figueira,
romãzeira, tamareira, palmeira, etc. O trigo e cevada eram culturas centrais, tal como
era a uva, da qual se produzia vinho. Igualmente importante era o papiro, linho de
junco. O 1o era parcialmente comestível e o segundo era utilizado na produção de
roupa, o terceiro na de cestaria.

Em termos de pastorícia: bovinos, caprinos e burros. Em termos de aves: pombo,


parto, grou, garça, pelicano, íbis, andorinhas, pardais e outros pássaros. A caça era
ajudada por cães e hienas. Caçava-se o hipopótamo e crocodilo e também bois
selvagens e leões, num ponto mais religioso e coberto de ritual.

A pesca era abundante e as técnicas eram a rede e anzol. Toda esta abundância leva a
que apenas no fim da época pré-dinástica a agricultura se torne importante. A zona
agrícola mostra ter a possibilidade de suportar o aumento demográfico e lava à criação
de uma sociedade cada vez mais complexa. O mesmo não se dá a sul, na Núbia, onde o
regime tribal estava implantado. A produção de comida era baixa e a complexificação
social também. O Egipto facilmente invade este país, conseguindo ouro gado.

A agricultura está de facto na base, sendo as terras do Faraó, dos templos e dos
grandes senhores e funcionários da administração. A burocracia tudo controlava em
termos económicos, depende tudo do Faraó e da sua máquina administrativa.

A referência a um mercado interno não é completamente verdadeira, sendo sim a


necessidade que o Egipto tem de importar madeira, estanho e lápis-lazúli, trocando
por eles peixe, linho, cereais e ouro. O país fornecia ainda argila. A madeira importada
era utilizada para utensílios de mobiliário sendo também utilizada na construção. Entre
os metais, o ouro da Núbia e o cobre. Este era tal como a prata, importado.

Narmer – Primeiro rei a unir as duas terras. É visto por vezes como o mítico fundador
do Egipto, designado Menés, tendo subjugado o baixo Egipto sob o seu poder.
Considera-se ainda assim que o seu sucessor: Hórua Aha, 1o rei da I dinastia, seria
Menés e que Narmer seria o rei proto dinástico que havia pavimentado o caminho
para a unificação do Egipto.
Khufu – Segundo rei da IV dinastia, filho de Seneferu e da rainha Hetep-Heres. Foi o
construtor da grande pirâmide de Giza. Apresentado como um monarca despótico,
embora pouco se conheça do seu reinado. Teve um reinado que durou 20 anos,
embora os vestígios do mesmo sejam reduzidos, contam-se entre outros: uma estela
em Abu Simbel com o seu nome e uma gravura de si no Sinai em Vadi Maghana em
que o rei é representado como o protetor das minas de turquesa.

Mentuhotep II – O mais importante monarca da XI dinastia. Assume o controlo do


país, derrubando a X dinastia. Transfere a capital para Tebas e reestabelece o cargo de
vizir. Conduz campanhas contra o Líbios e beduínos do Sinai. Mandou edificar um
complexo funerário invulgar que é uma combinação entre um túmulo escavado na
rocha e uma mastaba, estando em destaque a coluna primordial.

Tutmés III (c.1504-1450) – 5o faraó da XVIII dinastia. Tutmés III e relegado do trono em
detrimento de Hatchepsut, que justifica o seu poder como sendo filha do deus Amon.
Esta teogamia mostraria a sua ascendência divina. Esta ficção dura até à morte da
rainha-faraó, 22 anos depois de subir ao trono. Tutmés III é adastado do pode todo
esse tempo, começando o seu reinado em c.1483 a.C com a retirada do nome de
Hatchepsut de todos os monumentos reais. Foi um grande conquistador, tornando-se
senhor da Ásia menor e do Sul.

Estende na Núbia o império até à zona da 3a ou 4a cataratas e empreende 17


expedições à Ásia, das quais à relato no santuário da Barta, em Karnak. Estas
expedições terminam com vitórias em Meguido, Palestina, Kadech e no Orontes, que
levariam as fronteiras do Egipto até ao Eufrates, sendo as listas, Tutmés III subjugou
350 cidades inimigas.

Levou a cabo a egipcianização de 36 jovens príncipes, para que quando voltassem aos
seus países fossem vassalos do Egipto. A sua acção bélica está celebrada em Karnak.

Incorre também na Núbia. Esta é uma época de esplendor e opulência, luxo e riqueza.
É considerado o apogeu do Egipto. Com as riquezas, o faraó enriquece o templo de
Karnak, como está escrito nos seus Anais. Para muitos autores, Tutmés III foi o maior
faraó do Egipto. Um grande estratega e grande construtor, continuando o programa de
construção de Tutmés I. Tanto na Núbia como no Egipto. No final do seu reinado, o seu
filho Amen-Hotep fica como regente do reino. Manda erguer o seu túmulo em Deir el-
Bahari tendo também um túmulo no vale dos reis.

Akhenaton (c.1364-1347) – Filho de Amen-Hotep III e da rainha Tié. Chegou ao trono


com o nome de Amen-Hotep IV. Akhenaton tentou, em poucos anos, suprimir a
religião antiga e exaltar um deus novo. A razão para este acontecimento tem não só
que ver com o ganho abusivo de poder por parte do clero de Amon, mas também com
as novas circunstâncias políticas em que o Egipto se encontrava.
O país tinha agora de aceitar e viver com a verdade de que já não era um país isolado
entre dois desertos e completamente protegido pelos mesmos. Era parte de um
Horizonte político, que se alargava rapidamente. Para além disso, este horizonte era
múltiplo e o Egipto era uma potência no meio desse novo mundo. Esta tipo de
expansão rápida dos horizontes e passagem do Egipto a um lugar de destaque leva à
ascensão da “teologia solar”. Esta nova teologia baseia-se em ignorar o conjunto de
divindades que cercava Ré.

Tal precede à destruição física dos símbolos ligados a Amon. O conceito de “Aton” que
o faraó coloca no seu nome significa “disco solar brilhante” e representaria o local de
habitação de Ré. Assim, qualquer culto ao sol a partir deste momento teria apenas de
representar o “Amon” porque neste estava Ré. Tal foi uma estratégia político-religiosa
para eliminar o clero de Amon.

A própria estatuária muda, passando a representar não Ré “escondido” atrás do disco


solar, mas o disco solar apenas.

O último ponto desta reforma liga-se à personalidade do próprio rei. Tal que tinha uma
visão renovadora intransigente. O rei muda assim tudo aquilo que o ligue a Amon.

Muda o seu nome e cria a cidade de Akhetaton, que torna capital. Akhenaton cria
então a 1a religião fundada, de pendor monoteísta, mas principalmente ortodoxa,
sendo que visualizava Deus como uma providência cósmica, mais do que um ser capaz
de agir na história e prezado pelos seus atos nela. Deus ganha uma nova dimensão.
Passa a ter vontade livre e a possibilidade de intervir no destino dos Homens e do
mundo, respondendo mesmo às preces de cada um. Esta religião falhava, ainda assim,
por não referir o culto dos mortos. Tutankhamon vai dala como heresia e voltar à
religião antiga.

Mênfis – Capital do Egipto durante parte do império Antigo. A fundação de Mênfis liga-
se aos inicos da união dinástica, mantendo depois a sua importância religiosa, política
e estratégica ao longo do tempo. Perto da cidade de Mênfis se situa Sakara, a
necrópole dos reis da II; III e IV dinastias.

O interesse estratégico desta cidade era grande. Sendo que esta representava o ponto
de união de 2 antigos países separados, encontrando-se no centro dos dois. Torna-se
assim o ponto de encontro entre Norte e Sul, uma expressão física do conceito de
maet. O equilíbrio entre as duas forças, baseado no local que simbolizava a sua união.

No império Médio deixa de ser capital, mas continua a ser vista como a cidade que une
as duas terras. No império novo era o local de onde partiam as tropas, sendo também
destas cidades controladas as incursões na Síria-Palestina. Alguns faraós deste período
chegaram a ter nela palácios e haréns. Obras foram também feitas na mesma,
aumentando o templo de Ptah.
Durante o 3o período intermediário vêm-se algumas construções de faraós na cidade,
principalmente da XXI e XXII dinastia.

Na época baixa assiste às rivalidades entre as dinastias líbias e vê a guerra aproximar-


se com os reis Núbios da XXV dinastia. Acaba conquistada pelos Assírios. Tornando-se
mais tarde uma Satrápia (cidade de controlo) do império persa.

Povos do mar – Povos que tentaram invadir o Egipto e teriam levado às perturbações
associadas com o fim da idade do Bronze. Discute-se a sua origem, mas pensa-se que
vêem do Sul da Anatólia, seguindo de este para Oeste. São referidos em papiros do
reinado de Menrenptah e de Ramsés III e também na Bíblia. Estes povos invadem o
Egipto por 3 vezes, uma no reinado de Menrenptah e uma no reinado de Ramsés III.
Nos túmulos dos faraós estão as representações das batalhas contra estes povos.
Pensa-se que as razões para a movimentação destes povos sejam: Cataclismos; Clima;
Que do império Hitita; Destruição de Troia pelos Micénicos; Migração de outros povos.
Estes povos chegaram a fornecer mercenários a Ramsés II. São expulsos do Egipto
definitivamente por Ramsés III, como mostra o templo de Medinet Habu.

Tânis – Cidade do Nordeste do delta, que foi capital do Egipto durante o 3º período
intermediário. O mais importante edifício é o templo de Amon, mandado construir por
Psusennes I. Alguns faraós da XXI e XXII dinastias são sepultados nesse templo em
câmaras subterrâneas. O templo engloba um lago sagrado e a zona da necrópole real,
com 6 túmulos. Na parte de fora do recinto encontra-se o templo de
Khonusuneferhotep e os templos de Osorkon III, de Hórus e de Ptolomeu II, existe
também um templo de Amat. De entre a estatuária denote-se os colossos de Ramsés
II. Tânis foi possivelmente a residência real durante o império novo e foi capital
durante a XXI dinastia (1070-945 a.C.).

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