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O rei Den, da mesma dinastia, foi o 1o a utilizar o título de rei do Alto e baixo Egipto.
No seu túmulo em Abido, está representada pela 1a vez a coroa que junta as dos dois
lados do país. Entre os acontecimentos importantes, estão a divisão do país em
províncias, e as duas primeiras viagens ao Líbano para conseguir madeira. Esta dinastia
acaba em instabilidade.
O império Antigo: o tempo das pirâmides: (III e IV dinastias). É a fase das grandes
pirâmides em que o culto solar atinge uma nova fase de crescimento com a criação de
templos solares em Abu Gorab e Abusir.
Os reis constroem as suas pirâmides em Sakara. O país está em paz por 1000 anos,
tendo apenas relações comerciais, vive também segundo o conceito de maet. Aspetos
marcantes: criação do complexo do Horus Djoser em Sakara, III dinastia; na IV há
referir Seneferu, considerado o rei mais poderoso do império antigo por ter sido um
grande construtor. No final da dinastia parece ter havido lutas pelo trono. No caso da V
dinastia, esta caracteriza-se pelo culto a Ré. Os altos cargos passam de familiares para
funcionários do rei cuja lealdade era compensada com terras. Mantém-se a atividade
comercial.
Em relação à III dinastia, c. 2660 a.C. o Horus Djoser sobe ao poder, já depois do Egipto
estar unificado, com este rei começa o império antigo que dura cerca de 500 anos indo
até c. 2180 a.c. é um período de paz, no qual o Egipto se sente defendido pelas suas
defesas naturais. Em termos comerciais, existe a necessidade de madeira. Esta podia
ser de Ébano (Núbia) ou cedro (Líbano). Existe também o interesse na zona a sul de
Elefantina e Assuão, onde se situa a Núbia, habitada por tribos menos desenvolvidas e
por isso facilmente o Egipto consegue ouro, penas de avestruz, peles, marfim e mão de
obra desta zona a troca de nada, quando o caso é de incursões militares, ou a troco de
linho e papiro, sendo a troca sempre bastante mais positiva para o Egipto. Em termos
de perigo, o Sul nunca o seria, ainda assim, tal podia advir do Nordeste.
O rei Djoser acaba por morrer, pelo que seria necessário sepultá-lo num túmulo digno
de um rei. A ideia de vida eterna era também uma das bases religiosas do Egipto.
Criam assim a ideia de paraíso. Outra ideia baseia-se na ressurreição nesse mesmo
paraíso, sendo que apenas seria possível ascender em primeiro lugar ao mesmo, tendo
cumprido os preceitos da “maet”. Quando alguém ascendesse ao paraíso tornar-se-ia
também, um deus. A ideia de maet começava no rei e representava tudo o que era
bom, equilibrado. Os túmulos deveriam assim ser invioláveis, pois apenas através da
preservação do corpo poderia a ressurreição no paraíso acontecer. Depois de Djoser
morrer, o seu arquiteto Imhotep constrói a sua mastaba e em seguida uma pirâmide
de grandes dimensões para representar a subida do rei ao céu. Tal mostrava um
preceito religioso, no céu reinava Ré. No subsolo, onde o rei estava enterrado, seria o
mundo dos mortos, onde reinaria Osíris. O rei receberia também este nome depois de
morrer. Este rei fez também da capital Mênfis. Tal era uma cidade estratégica pois
estava no centro do Nilo, entre o Alto e Baixo Egipto, mostrando a sua unificação e o
poder central e centralizado do Rei. Tal mostra também a organização patente na
maet. Assim, pontos da III dinastia:
- Mais organização
- Pagamento de impostos por parte dos camponeses (recebidos pelo palácio; templos
e poder local).
Em relação à IV dinastia, o rei Khufu levou a cabo algumas expedições no Líbano para
consegui madeira de Cedro e no Sul (Núbia) para conseguir Ébano em troca oferece
Linho, papiro e sobretudo ouro (que consegue das suas incursões na Núbia, uma
região pouco desenvolvida socialmente, mas bastante rica). É famoso, pois a maior
pirâmide do Egipto é a sua, chegando a 147m de altura. As pedras de granito utilizadas
na sua construção foram transportadas de barco por 600 km, depois de terem sido
mineradas e aplanadas até se conseguir a forma de um paralelepípedo.
1º período intermediário – período entre o império antigo e médio. Dura cerca de 500
anos. Durante o império médio e este período, a capital era Heracliópolis. Mênfis deixa
de ser capital porque o Egipto entre em colapso. A maior parte das cidades egípcias
têm nomes gregos. Durante o período intermediário as sepulturas param de ser feitas
perto das pirâmides, os funcionários começam a fazer as suas sepulturas nas suas
próprias cidades. A literatura deste período começa a ser mais polémica. O período
intermediário engloba a VII e VIII dinastias. O faraó Ibi teve como objetivo construir
uma pirâmide, que teve a altura de 18m, bastante mais pequena do que as pirâmides
do império antigo. Todo este período vai desembocar numa guerra civil. O governador
local da zona de Tebas decide afirmar-se como rei do alto e Baixo Egipto. O facto de
existirem reis no Norte com a capital em Heracliópolis e reis no Sul com capital em
Tebas, leva a uma guerra civil. O rei do Sul: Mentuhotep II vence a guerra e torna-se o
rei do Alto e Baixo Egipto.
Durante este período dá-se também a Egipcianização da Núbia. O avanço egípcio para
sul, passando a 1a catarata do Nilo, leva à criação de várias guarnições militares que
são manifestações de poder e uma forma de dominar a zona a sul do Egipto. Estas
populações começam a estar subordinadas ao Egipto política, religiosa e
culturalmente.
A Núbia começa a estar Egipcianizada (pela força das armas e também da civilização).
As trocas comerciais com a Núbia eram baseadas na troca de ouro por linho; trigo e
alfaias agrícolas.
Amenemhat era vizir (Tjati, em egípcio), sendo este o cargo abaixo do de faraó. Seria
assim o segundo órgão do poder central, controlando toda a administração abaixo de
si: todos os escribas; sacerdotes; chefes militares; governadores. Durante o império
médio o Egipto tinha c. 3M de pessoas, cerca de 20k eram funcionários do faraó.
A capital é transferida para uma cidade mais central, para manter a norma de
equilíbrio que caracteriza a administração egípcia. Esta cidade é Iti-taui. Ainda não foi
descoberta a sua localização correta. Com a modificação da capital, importa defender
o país a sul e a Nordeste, onde se encontravam as tribos estrangeiras que podiam
ataca o Egipto e que os egípcios apelidavam de “Asiáticas”.
Estavam reunidas as condições para que as pirâmides desta dinastia fossem tão
imponentes quanto as da IV, ainda assim, as pirâmides são construídas com material
de baixa qualidade, sendo cobertas em calcário de boa qualidade que começa a lascar
passado algum tempo.
Com o rei Amenemhat III a XII dinastia teve o seu maior período de prestígio. Com um
reinado de 40 anos, Amenemhat III lucra principalmente com o trabalho realizado
pelos reis anteriores, nomeadamente Amenemhat I e Semuseret III. Esta XII dinastia
tem assim importância pelas obras que leva a cabo no Faium e também graças às suas
incursões no Sinai e as suas trocas comerciais com o Líbano, do qual importam
madeira trocando linho e ouro por ela. A madeira era depois entregue em Biblos.
Torna-se necessário proteger estas rotas comerciais. Assim, os reis da XII dinastia
põem em prática a maet.
Dois dos títulos dos faraós eram “Sá Ré” = “Filho de Ré” e “Bom Pastor”. Os Homens
eram assim o gado de deus. O rei preocupa-se com o bem-estar dos seus súbditos.
Esta visão e a reunião de justiça, solidariedade e rectidão é a expressão da maet. Os
reis, em termos das suas representações, são representados como deuses, mas
também como homens, apresentando muitas vezes feições envelhecidas nas suas
estátuas. O último rei: Amenemhat IV não tem herdeiros e a XII dinastia acaba em
colapso.
Segundo período intermediário: O poder real desce e o poder dos escribas sobe. Com
a crise de sucessão, as províncias separam-se e o Egipto começa a não ter um poder
centralizado. Com a crise, começa a ser invadido pelos povos circundantes, que
começam a emigrar para o Egipto. O pior dá-se quando o Egipto é invadido
militarmente pelos Hicsos. Tais que possuíam técnicas de guerras desconhecidas dos
egípcios, como a biga de cavalos puxando um carro de guerra. Os Hicsos acabam por
ocupar o Egipto e por o conseguir controlar. Com o tempo, estas tecnologias bélicas
Quando crescem, estas crianças, que era filhas dos reis locais, herdam o trono das
cidades, continuando o poder egípcio no território. No final da XVIII dinastia, o Egipto
prepara-se para o seu apogeu, tal que se dá com o reinado de Amen-Hotep III, que
constrói vários túmulos para os seus funcionários. O Egipto é assim uma terra de
prosperidade, tal que apenas se poderia dever ao Deus Amon, para o qual é construído
um templo de grandes dimensões. O templo de Karak demora 2000 anos a ser
construído, mas fica inacabado. O templo é também um local administrativo,
possuindo campos em volta e acumulando as riquezas das batalhas. De referir que a
existência de escravos era um facto, embora fosse bastante reduzida. Eram cerca de
80 000 no meio de 4000 000 camponeses. O filho de Amen-Hotep III é Amen-Hotep IV.
Amon era o deus principal à época, sendo altamente recompensado pelas vitórias
egípcias. Com o aumento do poder do clero, o equilíbrio do poder quebra-se mais uma
vez. Assim Amen-Hotep IV vai perseguir o clero de Amon, destruindo os templos e
matando os sacerdotes. A religião tem sempre um poder político de grande porte,
sendo as vitórias e a prosperidade dadas como vindo dos deuses e principalmente do
deus mais importante à época, neste caso, Amon.
O clero deste deus precisa assim de ser controlado. Para mostrar o seu
descontentamento com as acções do clero de Amon, Amen-Hotep IV muda o seu
nome para Akhenaton, tentando mudar assim o deus venerado, que passaria a ser
Aton, o disco solar, onde vive Ré.
Depois de Akhenaton herda o tron Tuthanaton, que muda o seu nome para
Tuthankhamon, voltando Amon ao poder. Este rei morre novo sem deixar herdeiros.
Deste modo, cerca de 1300 a.C, a nãom existência de um herdeiro leva ao
enfraquecimento do poder e por isso à revolta nas colónias. Surgem como inimigos
poderosos os Hititas e Mitânias, que atacam as colónias egípcias.
Com a falta de herdeiro, o chefe do exército egípcio sobe ao poder: Horemheb. Foi
escriba do exército, sendo este um dos cargos mais elevados, subindo mais tarde a
chefe do exército. A força mais coesa dentro de todo o Egipto em ebulição foi assim: o
exército. Horemheb sobe a poder e tenta reorganizar o Egipto, é o fim da XVIII
dinastia.
A XIX dinastia é uma dinastia de contenção, por oposto à XVIII, de expansão. Dá-se
então a guerra entre os egípcios e os Hititas. Tal dá-se no reinado de Ramsés II, que
reina 62 anos. Ramsés luta na batalha de Kadesh em 1275 a.C., nas margens do
Orontes, quando os Hititas veem a descer e os egípcios a subir o corredor Siro-
Palestiniano. Ainda hoje é difícil saber quem a venceu, sendo ela a batalha descrita
mais antiga da história.
Seguido a ela é assinado o tratado de paz entre egípcios e Hititas, também o mais
antigo da história. Sabe-se que o rei egípcio recebe a filha do rei Hitita depois deste
mesmo tratado, ainda assim, nãos e sabe se tal é um gesto de amizade ou de
subserviência por parte do povo hitita. De facto, 2 coisas mantêm a paz: Ouro e
mulheres. Os casamentos e o aumento dos haréns reais das várias civilizações
mostram a paz que reinava entre as mesmas.
Terceiro período intermediário – A queda do império novo baseia-se nos seus mais
anos agrícolas; corrupção na administração e poder abusivo do clero de Amon. Assim,
a XXI dinastia cria a sua capital em Tânis e pela primeira vez o Egipto tem uma capital
no Delta do Nilo. Perde-se, em termos coloniais, a Síria-Palestina e a Núbia. O poder
estava dividido em dois centros: A cidade de Tânis, onde estava o Faraó e o Sul, onde
estava o Clero de Amon, que controlava a cidade de Karnak (Tebas). Ainda assim, a paz
existe, pois, os sacerdotes casam as suas filhas com os faraós. Sob o poder de
Psusennes II, Chechonk I, um governador de origem Líbia, torna-se co- regente e toma
o poder, formando a XXII dinastia.
Nesta dinastia, os reis não são egípcios, são líbios. Os líbios estavam no Egipto a
prestar serviço militar ao país.
O Egipto mantém também contactos com Israel, no reinado de Salomão, como provam
alguns textos bíblicos, que incluem a luta de Moisés para conseguir a partida dos
Hebreus do Egipto.
As relações com Israel são de paz, mostrando ainda assim, uma certa subserviência do
Egipto a este país, sendo que Salomão tinha no seu harém uma princesa egípcia.
A XXV dinastia será fundada por um rei Núbio, Pié. A Núbia havia estado durante o
império Médio e Novo sob o poder egípcio. Quando libertada cria o seu próprio reino,
o reino de Kuch e aproveitando a fraqueza do Egipto neste período, invade-o e toma o
poder, pondo um fim à “anarquia Líbia” e restaurando a ordem. Os Núbios tornam-se
excelentes metalurgistas. São recebidos em festa no Sul do Egipto, em Luxor, onde se
encontrava também o clero de Amon.
O rei da Núbia (Kuch) declara-se rei do alto e baixo Egipto e pretende renovar
osconceitos da maet, o que demonstra a egipcianização que a Núbia sofreu ao longo
do tempo, levando agora a cabo um governo baseado nos princípios arcaicos de ordem
egípcia. O país tem assim uma fase em que os reis são reis do Egipto e da Núbia
simultaneamente. Foi um período de prosperidade, com a grandes trabalhos, provados
pela arte, a serem levados a cabo e com a reocupação das fronteiras. Para controlar o
clero de Amon, o rei utiliza a sua filha que coloca como “adoradora divina”, cargo
feminino equivalente a “sumo-sacerdote”. O desenvolvimento agrícola também se dá
e assim o Egipto vive em prosperidade. Recomeçam então as invasões ao estrangeiro
(720-680 a.C.), nomeadamente à Palestina. Durante este mesmo período cresce
também a Assíria, ocupando a Mesopotâmia e o Norte da Anatólia. Os Assírios
dirigem-se também ao corredor siro-palestiniano com objetivos de o conquistar,
vencendo os egípcios em expedição, graças ao seu armamento superior; maior
organização e utilização de cavalos, recurso que os egípcios não possuíam. Israel é
conquistada pelos Assírios e à mesma se segue o Egipto, que é invadido em 671 a.C.,
Mênfis é conquistada e seguidamente é saqueada Tebas (Karnak) e os templos de
Amon aí presentes.
O nilo nasce nos grandes lagos equatoriais e nos planaltos da Etiópia. Ambos estás
duas nascentes se juntam perto da capital do Sudão. Entre no Egipto por elefantina, no
Sul e a partir da mesma se estende por 1000kmo Alto Egipto, constituído pela zona do
vale, que não ultrapassa os 10 km de largura. A norte, entra finalmente no baixo
Egipto, a zona do Delta do Nilo que abre sobre o mediterrâneo. A nascente do nilo está
nos montes da Lua, estendendo-se o rio por cerca de 6500km. A partir da segunda
metade de julho e por 100 dias o nilo invade as margens, proporcionando fertilidade
aos terrenos. Com a tentativa de controlar estas mesmas incursões, constrói-se a
Grande Barragem de Assuão. Existiam também trabalhos de irrigação que tinham
como objetivo que as inundações chegassem o mais longe possível e desta forma
fossem criando as terras férteis do vale. Também no Delta a ação do Homem se fez
sentir.
O Nilo marca também o calendário egípcio, que tem 3 estações de 4 meses. Cada mês
tem 30 dias, perfazendo um total de 360, aos quais são acrescentados 5 (dias
epagómenos). Os egípcios autodenominavam o seu país Kemet (“a negra”). O seu
nome atual é Masr.
Graças ao facto de estes estar entre 2 desertos, o Egipto desenvolve-se na época pré-
dinástica, afastado do mundo (c.4500 a 3000 a.C.). até finais do império médio (c.1780
a.C.) o que permitiu que levasse a cabo uma evolução própria, sem influências dos
países vizinhos.
A história do Egipto vai desde esta época até à chegada de gregos e romanos ao
território, estendendo-se por 3000 anos. Tendo 3 períodos áureos: império antigo
(c.2660-2180 a.C.); imp. Médio (c.2040 a 1780 a.C.) e imp. Novo (c.1560 a 1070),
separados entre si por períodos intermediários que chegaram a ser de decadência. As
visões em relação ao início da unificação do Egipto são múltiplas.
A pesca era abundante e as técnicas eram a rede e anzol. Toda esta abundância leva a
que apenas no fim da época pré-dinástica a agricultura se torne importante. A zona
agrícola mostra ter a possibilidade de suportar o aumento demográfico e lava à criação
de uma sociedade cada vez mais complexa. O mesmo não se dá a sul, na Núbia, onde o
regime tribal estava implantado. A produção de comida era baixa e a complexificação
social também. O Egipto facilmente invade este país, conseguindo ouro gado.
A agricultura está de facto na base, sendo as terras do Faraó, dos templos e dos
grandes senhores e funcionários da administração. A burocracia tudo controlava em
termos económicos, depende tudo do Faraó e da sua máquina administrativa.
Narmer – Primeiro rei a unir as duas terras. É visto por vezes como o mítico fundador
do Egipto, designado Menés, tendo subjugado o baixo Egipto sob o seu poder.
Considera-se ainda assim que o seu sucessor: Hórua Aha, 1o rei da I dinastia, seria
Menés e que Narmer seria o rei proto dinástico que havia pavimentado o caminho
para a unificação do Egipto.
Khufu – Segundo rei da IV dinastia, filho de Seneferu e da rainha Hetep-Heres. Foi o
construtor da grande pirâmide de Giza. Apresentado como um monarca despótico,
embora pouco se conheça do seu reinado. Teve um reinado que durou 20 anos,
embora os vestígios do mesmo sejam reduzidos, contam-se entre outros: uma estela
em Abu Simbel com o seu nome e uma gravura de si no Sinai em Vadi Maghana em
que o rei é representado como o protetor das minas de turquesa.
Tutmés III (c.1504-1450) – 5o faraó da XVIII dinastia. Tutmés III e relegado do trono em
detrimento de Hatchepsut, que justifica o seu poder como sendo filha do deus Amon.
Esta teogamia mostraria a sua ascendência divina. Esta ficção dura até à morte da
rainha-faraó, 22 anos depois de subir ao trono. Tutmés III é adastado do pode todo
esse tempo, começando o seu reinado em c.1483 a.C com a retirada do nome de
Hatchepsut de todos os monumentos reais. Foi um grande conquistador, tornando-se
senhor da Ásia menor e do Sul.
Levou a cabo a egipcianização de 36 jovens príncipes, para que quando voltassem aos
seus países fossem vassalos do Egipto. A sua acção bélica está celebrada em Karnak.
Incorre também na Núbia. Esta é uma época de esplendor e opulência, luxo e riqueza.
É considerado o apogeu do Egipto. Com as riquezas, o faraó enriquece o templo de
Karnak, como está escrito nos seus Anais. Para muitos autores, Tutmés III foi o maior
faraó do Egipto. Um grande estratega e grande construtor, continuando o programa de
construção de Tutmés I. Tanto na Núbia como no Egipto. No final do seu reinado, o seu
filho Amen-Hotep fica como regente do reino. Manda erguer o seu túmulo em Deir el-
Bahari tendo também um túmulo no vale dos reis.
Tal precede à destruição física dos símbolos ligados a Amon. O conceito de “Aton” que
o faraó coloca no seu nome significa “disco solar brilhante” e representaria o local de
habitação de Ré. Assim, qualquer culto ao sol a partir deste momento teria apenas de
representar o “Amon” porque neste estava Ré. Tal foi uma estratégia político-religiosa
para eliminar o clero de Amon.
O último ponto desta reforma liga-se à personalidade do próprio rei. Tal que tinha uma
visão renovadora intransigente. O rei muda assim tudo aquilo que o ligue a Amon.
Muda o seu nome e cria a cidade de Akhetaton, que torna capital. Akhenaton cria
então a 1a religião fundada, de pendor monoteísta, mas principalmente ortodoxa,
sendo que visualizava Deus como uma providência cósmica, mais do que um ser capaz
de agir na história e prezado pelos seus atos nela. Deus ganha uma nova dimensão.
Passa a ter vontade livre e a possibilidade de intervir no destino dos Homens e do
mundo, respondendo mesmo às preces de cada um. Esta religião falhava, ainda assim,
por não referir o culto dos mortos. Tutankhamon vai dala como heresia e voltar à
religião antiga.
Mênfis – Capital do Egipto durante parte do império Antigo. A fundação de Mênfis liga-
se aos inicos da união dinástica, mantendo depois a sua importância religiosa, política
e estratégica ao longo do tempo. Perto da cidade de Mênfis se situa Sakara, a
necrópole dos reis da II; III e IV dinastias.
O interesse estratégico desta cidade era grande. Sendo que esta representava o ponto
de união de 2 antigos países separados, encontrando-se no centro dos dois. Torna-se
assim o ponto de encontro entre Norte e Sul, uma expressão física do conceito de
maet. O equilíbrio entre as duas forças, baseado no local que simbolizava a sua união.
No império Médio deixa de ser capital, mas continua a ser vista como a cidade que une
as duas terras. No império novo era o local de onde partiam as tropas, sendo também
destas cidades controladas as incursões na Síria-Palestina. Alguns faraós deste período
chegaram a ter nela palácios e haréns. Obras foram também feitas na mesma,
aumentando o templo de Ptah.
Durante o 3o período intermediário vêm-se algumas construções de faraós na cidade,
principalmente da XXI e XXII dinastia.
Povos do mar – Povos que tentaram invadir o Egipto e teriam levado às perturbações
associadas com o fim da idade do Bronze. Discute-se a sua origem, mas pensa-se que
vêem do Sul da Anatólia, seguindo de este para Oeste. São referidos em papiros do
reinado de Menrenptah e de Ramsés III e também na Bíblia. Estes povos invadem o
Egipto por 3 vezes, uma no reinado de Menrenptah e uma no reinado de Ramsés III.
Nos túmulos dos faraós estão as representações das batalhas contra estes povos.
Pensa-se que as razões para a movimentação destes povos sejam: Cataclismos; Clima;
Que do império Hitita; Destruição de Troia pelos Micénicos; Migração de outros povos.
Estes povos chegaram a fornecer mercenários a Ramsés II. São expulsos do Egipto
definitivamente por Ramsés III, como mostra o templo de Medinet Habu.
Tânis – Cidade do Nordeste do delta, que foi capital do Egipto durante o 3º período
intermediário. O mais importante edifício é o templo de Amon, mandado construir por
Psusennes I. Alguns faraós da XXI e XXII dinastias são sepultados nesse templo em
câmaras subterrâneas. O templo engloba um lago sagrado e a zona da necrópole real,
com 6 túmulos. Na parte de fora do recinto encontra-se o templo de
Khonusuneferhotep e os templos de Osorkon III, de Hórus e de Ptolomeu II, existe
também um templo de Amat. De entre a estatuária denote-se os colossos de Ramsés
II. Tânis foi possivelmente a residência real durante o império novo e foi capital
durante a XXI dinastia (1070-945 a.C.).