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SOCIAL (Sugestão)
A população mundial, no ano de 2020, foi surpreendida por uma pandemia viral, causada pelo
Coronavírus, mais precisamente pelo COVID-19. Tal pandemia fez com que a população dos 5
continentes tivesse que se readaptar e reaprender a viver de maneira completamente diversa do que
vivera antes.
Essa experiência bastante adversa, que desafiou a comunidade científica, começou em dezembro
de 2019, após casos registrados na China. Surgindo na cidade de Wuhan, a doença rapidamente infectou
mais de 400 pessoas, fazendo com que as autoridades chinesas recomendassem medidas de bloqueio no
país. Estas medidas não frearam o avanço da transmissão do agente causador (até então não se sabia do
quê se tratava), que velozmente se propagou por outras localidades causando internações e mortes.
Com base nos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde (Aqui, é preciso citar a Organização
Munida de Saúde ou a FIOCRUZ. O Ministério da Saúde do Brasil negou a pandemia e não e boa
referência para nada), se tratava de uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes
de animais, incluindo camelos, gados, gatos e morcegos. Os primeiros vírus em humanos foram isolados
primeiramente em 1937. No entanto, foi em 1965 que o microorganismo foi descrito com tal nome, em
decorrência do perfil na microscopia, lembrando a forma de uma coroa.
Segundo dados científicos (fonte) raramente o Coronavírus que infecta animais, pode infectar
pessoas, porém um novo agente (rever onde vai colocar isso)
A doença provocada pelo vírus foi chamada de COVID-19, causada especificamente pelo
Coronavírus SARS-COV-2, que gerava no portador um quadro clínico que variava de infecções
assintomáticas a quadros respiratórios graves. Inicialmente tratada como “misteriosa”, causou muitas
mortes no mundo (dizer quantas), e fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse
emergência de saúde pública de caráter internacional, no primeiro semestre de 2020, devido as altas
taxas de contaminação. (Está ok, mas precisa de fonte)
Hoje, em 2023, os números de mortes só cresceram (não entendi. Precisa falar das vacinas e da
postura ridícula do Bolsonaro), no Brasil. O número de perdas pela Pandemia apresentou crescimento
acelerado, e segundo o Ministério da Saúde (MDS) chegou a marca de 700 mil mortes, (publicada tal
informação em 28/03/2023) vidas essas que cabe aqui relatar que poderiam ter sido salvas com a
vacinação e não a negação por parte das autoridades responsáveis na época.
Jana, precisamos ampliar essa caracterização inicial, comentando as medidas de proteção e como
foram dois anos dificílimos para nós.
3.1 Capitalismo e Pandemia Precisa ampliar a parte que está acima para justificar a subdivisão Análises
dos autores marxistas que articulam a pandemia com o desenvolvimento capitalista
A pandemia que afetou o Brasil independente de credo, raça, nível social ou condição financeira
deixou marcas profundas. Porém, é fato que as mais profundas atingiram a população mais pauperizada,
pois afetou diretamente a renda destes, dos moradores de favelas e periferias, que já possuíam vínculos
frágeis no mercado de trabalho ou nenhum vínculo.
O Coronavírus não pode ser isoladamente, apontado como autor de todas as mazelas que foram
enfrentadas. Sabe-se que as raízes das desigualdades sociais são muito mais profundas e alicerçadas no
modo de produção do qual que alicerça a sociedade.
A lógica do capital - que através de suas bases calcadas na exploração do trabalho, com a extração
da mais valia; na obtenção de lucros, entre outros mecanismos de expropriação da classe trabalhadora -
causa o desemprego, fome, carência habitacional e muitas outras mazelas sociais devem ser enfrentadas
sob uma ótica mais histórica de sua formação e não de forma separada e individual. A doença só deixou
aparente o quanto se vive em uma sociedade cada vez mais desigual. Diego de Oliveira Souza (Quem é?
Sugiro citar um autor com maior reconhecimento acadêmico antes. Deixa Souza, mas antes traz outra
pessoa) é assertivo ao discorrer sobre o assunto:
1
A pandemia de COVID-19 para além das Ciências da Saúde: reflexões sobre sua determinação social
(https://orcid.org/0000-0002-1103-5474)
detectado no país, a condenação dos culpados era algo emergencial a se fazer, e não descobrir com
profundidade as origens de todo esse caos. Revelar que a alimentação selvagem mundial era um setor
cada vez mais formalizado, cada vez mais capitalizado não estava na pauta de discussão.
Wallace baseia suas teorias falando que os vírus são gerados em ambientes industriais que
foram totalmente subsumidos dentro da lógica capitalista, e que indiretamente através da expansão e
extração capitalista nas áreas ainda não cultivadas, onde o vírus anteriormente desconhecido estava
habitando, sendo então colhido da fauna selvagem e distribuído ao longo dos circuitos globais do
capital se propaga. E assim, descreve surgimento da epidemia atual.
Wallace menciona que todos esses processos de devastação ecológica que ultimamente
estamos observando reduzem o tipo de complexidade ambiental com a qual a floresta interrompe as
cadeias de transmissões de epidemias. À medida que a acumulação de capital avança ao seu objetivo,
muitas espécies selvagens estão sendo empurradas para áreas antes não conhecidas e assim, entrando
em contato com o homem que acaba tendo o papel de propagação de doenças ainda não existentes ou
manifestadas.
Sendo assim, baseada na teoria de Wallace, a China não foi a causadora isoladamente desse
caos, e sim o lugar onde eclodiu. E faz um alerta, de que o que antes eram disseminações locais a
algum tempo estão se transformando em epidemias que se arrastam através das redes globais de
viagens e comércios.
O economista Michael Roberts afirma em seu artigo (A culpa é do vírus) quanto o capitalismo
parece ser estável até se mostrar instável, e as contradições desse modo de produção. Fazendo refletir o
quanto a pandemia nos mostra que vivemos em tempos de massacre e negacionismo a ciência quando
o governo mencionou a ideia da imunidade de rebanho como uma solução para conter o surto do
coronavírus. Thomas Malthus mencionado no texto foi o mais reacionário dos economistas clássicos
de sua época, que argumentou que por haver muitas pessoas pobres improdutivas no mundo as pragas
e as doenças que assolavam a humanidade eram necessárias e inevitáveis como uma forma de controle
social.
Roberts afirmou que embora algumas pessoas pudessem trabalhar em casa, isso não passou de
uma pequena fração da força de trabalho e complementa dizendo que mesmo que trabalhar em casa
seja uma opção, a interrupção de curto prazo nas rotinas de trabalho provavelmente afetara a
produtividade.
David Rad no livro, Coronavírus e a luta de classes, explicita sobre a classe trabalhadora que
suporta o peso de ser a força de trabalho que corre maior risco de contrair a doença através de seus
empregos ou de ser demitido injustamente por causa da retração econômica imposta pelo vírus. Levando
à tona questões importantes que foi algo polêmico na época, de quem poderia ou não trabalhar em casa,
de quem poderia se isolar ou ficar em casa em quarentena com ou sem remuneração em caso de contato
ou infecção, assim agravando a divisão social.
A Covid-19 foi sim uma pandemia que exibiu todas as características de uma pandemia de
classe, de gênero e de raça como Rad reforça e que, embora os esforços de mitigação estivessem
convenientemente na linha de uma retórica oposta, era a classe trabalhadora que enfrentava a
desagradável escolha de contaminação em nome do cuidado e da manutenção de elementos chaves de
provisão abertos ou do desemprego sem benefícios.
O doutor em economia Pierre Salama menciona em seu artigo que a pandemia é a dupla
punição aos pobres, acabou afirmando também que a crise gerada pela pandemia foi impulsionada pela
globalização, que foi enxertada em um terreno econômico totalmente debilitado. Continua dizendo que
foi um indicador do conjunto das disfunções do capitalismo particularmente na América Latina, e que as
primeiras vítimas foram as mais pobres e que, fruto da liberdade concedida a exploração da mão-de-
obra-barata e da destruição do ambiente explorado pela mesma, a globalização descontrolada acaba
produzindo assim o verdadeiro caos.
O combate a uma pandemia ocorre necessariamente através do aparato estatal e, secundariamente,
através dos serviços de saúde, que para os mais pauperizados se dará através do Sistema Único de Saúde
(SUS), ou, para os que poderão pagar, pelo sistema e iniciativa privadas, incluindo o capital farmacêutico,
instituições de pesquisa, entre outras. Desta maneira, pode-se destacar que o SUS já vinha sofrendo um
grande desmonte neste ponto.
O Estado não pode priorizar o combate à pandemia, pois estava vinculado a outros interesses, que
expressavam os interesses da classe capitalista. Por outro lado, o Coronavirus, de certa forma, forçou o
capitalismo temporariamente a repensar isso.
Segundo o artigo escrito pela professora Tithi Bhattacharya na revista Movimento, traduzido por Maíra
T. Mendes:
Os diferentes impactos que as doenças geram nas classes sociais, sobretudo nos
grupos mais pauperizados. De fato, a mundialização do capital gera ainda mais
pobreza, e isso é reconhecido pelos autores de diversas perspectivas teóricas. As
diferenças de riqueza entre classes ou indivíduos se reflete em indicadores de
saúde, revelando maior gravidade, sobretudo, de certas doenças infecciosas22.
Esse panorama permite refletir sobre a gravidade com a qual a pandemia pode
impactar nas comunidades mais pauperizadas, especialmente nos países de
capitalismo dependente, devido ao baixo acesso à água tratada, saneamento e
estrutura e renda que permita adotar as medidas de prevenção.3
A pandemia chega e escancara as desigualdades sociais brasileiras, o foco que a princípio estava
espalhado pelas elites agora encontra-se mais concentrado na parte carente das periferias e das favelas. A
vida ativa não se pode parar de uma hora para outra, o mundo público é um mundo distante dessa
realidade, pois é um mundo onde o poder estatal não se fez presente de outra forma a não ser sob a de
repressão. Os trabalhadores continuam saindo e voltando para seus trabalhos. O compartilhamento de
alimentos, ou da guarda de crianças continuam na mesma, no mesmo ritmo.
Como falar em distanciamento social, ou medidas de prevenção a uma população que muitas
vezes não tem sequer o básico para se prevenir. A parcela privilegiada faz o isolamento em suas casas, na
tentativa de fazer o mesmo, a outra parte da população vê a ajuda - para que isso aconteça - das entidades
socias e religiosas, ou de outras organizações, como das associações de moradores. As ações se tornam
locais e não centrais. Essa população pauperizada, que só cabem a ela o mercado informal, continua se
movimentando pra obter algum sustento, quem “governa” quando o governo não cumpre seu papel, são
eles próprios.
Quando há uma “permissão” da volta do trabalhador ao seu cotidiano normal, é uma situação de
negação da vida por parte do Estado, empurrando-os para as ruas sem nenhuma prevenção. Restando
somente a força de trabalho, e na grande maioria o trabalho precarizado, muitos trabalhadores estão sendo
forçados a voltar aos seus postos de emprego, sofrendo graves ameaças de perdê-los.
Após essa análise de como o contexto pandêmico inseriu-se na dinâmica do capitalismo, cabe
conhecer como o governo brasileiro se posicionou e quais ações desenvolveu, no âmbito da política da
4
A Terra é redonda, artigo escrito por Nildo Viana em 14/04/20 https://aterraeredonda.com.br/
5
Marildo Menegat – Convergência do terror
assistência social. Ressalta-se que essa discussão dialoga, diretamente, com as políticas de transferência
de renda, já discutidas no capítulo dois.
Após a eclosão da pandemia do novo Coronavírus, no Brasil, ações de urgência precisavam, à
época, serem efetivadas devido à falta de renda da grande população, decorrente do já caracterizado
distanciamento social. Em função das já comentadas medidas de proteção para reduzir a curva de
contágio, houve, por exemplo, um impacto gigantesco em relação à permanência no trabalho, tendo
ocorrido aumento do índice de desemprego.
Conforme Cainã Domit Vieira, “[...] a população brasileira sofreu privações econômicas
decorrentes da redução do poder aquisitivo dos trabalhadores em geral [...]” (VIEIRA, 2022, p. 83), em
cenário em que houve desrespeito aos direitos trabalhistas, “[...] precarizando as condições de trabalho e
ate mesmo flexibilizando garantias constitucionais como a irredutibilidade salarial.” (VIEIRA, 2022, p.
83). A precarização das condições de trabalho pode ser exemplificada pela suspensão dos vínculos e/ou
redução de renda.
Tendo em vista esse contexto, a situação demandou meios para garantir a subsistência de um
segmento da população, ainda que temporariamente. Assim, a classe trabalhadora – no dizer de Antunes,
“a classe que vive do trabalho” (ANTUNES, 1999, p. 101) - , certamente, sofreu os impactos mais duros
em relação ao momento. Destaca-se aqui a heterogeneidade das adversidades vividas pelos trabalhadores.
Deve-se considerar que há pessoas com situações de vida variadas e cada uma delas sofreu, de forma
diferente, o impacto da pandemia.
Assim, se pode ressaltar as pessoas que auferem renda mais baixa; pessoas que não detinham
nenhuma renda fixa ou que estavam desempregas; pessoas empregadas no mercado informal ou um
segmento da população que vive em situação de pobreza extrema ou miséria. Por esse motivo, a
pandemia teve repercussões muito variadas para a classe trabalhadora.
Segundo Jessica Felski Sokaslki, “[...] o Brasil já possuía alto índice de pessoas vivendo em
situação de miséria, [e] a crise causada pela pandemia aprofundou a pobreza no país” (SOKASLKI, 2021,
p. 71). Mossicleia Mendes Silva concorda com essa análise:
Sokalski dialoga com Sampaio e outras autoras, caracterizando o cenário nacional nos seguintes
termos:
O auxílio emergencial foi limitado a dois membros da mesma família. A lei também previu que tal
auxílio substituiria o benefício “Bolsa Família” nas situações em que fosse mais vantajoso. No caso em
que a mulher fosse provedora em uma família monoparental (ou seja, quando essa exercer a função de
arcar com as responsabilidades de criar o filho, ou os filhos sozinha) pode receber 2 (duas) cotas do
auxílio.
Antes de estudar as repercussões sobre o pagamento do auxílio, é importante lembrar que, logo
que se instalou o quadro da pandemia, essa situação requereu recursos emergenciais, pois, apesar de ter
envolvido a toda a população, a pandemia atingiu, mais fortemente, uma parcela que podemos chamar de
“população invisível”.
Quando comenta-se que essa população é “invisível”, está se fazendo referência ao fato de ser um
segmento da classe trabalhadora que participa do mercado de trabalho por meio de empregos precários e
sem garantias trabalhistas. Sabe-se que o seu trabalho é bastante visto no cotidiano – porque nessa
categoria estão os entregadores, trabalhadoras domésticas sem vínculo, diaristas, camelôs, entre outros -,
mas .....................................................
A fim de ilustrar esse ponto de vista, concorda-se com Jessica Felski Sokalski: “[...] num país com
grande parte da população vivendo na informalidade, estabelecer isolamento social sem criar políticas
compensatórias para minimizar os impactos socioeconômicos, é subalternizar ainda mais a população que
já vive excluída socialmente.” (SOKALSKI, 2021, p. 62). Por essa razão, Daniel Granada analisa que
“Durante a crise provocada pela pandemia de Coronavírus no Brasil, os mais vulneráveis, moradores em
situação de rua ou moradores de favelas, completamente à deriva dos discursos oficiais, se perguntam
como lavar as mãos quando frequentemente não têm sequer água disponível.” ( GRANADA, 2020, p. s/p)
Assim, a necessidade do Auxílio Emergencial trouxe ao foco da discussão essa população já
precarizada, que há anos vive a questão da desigualdade social no país. Com a crise da COVID-19, esse
segmento da classe trabalhadora viveu, também, a desigualdade de acesso a esse direito, pelos fatores que
se4rão discutido.
O Auxílio Emergencial, embora fazendo parte da política de Assistência, foi visto como “ajuda”,
no pensamento de alguns, recolocando-se todos os estigmas históricos relacionados a essa política e a
quem dela tem acesso, já comentados no capítulo 1. A pandemia trouxe, assim, de uma forma muito
inesperada (pela questão da saúde), a visibilidade desses cidadãos mas agora com motivos para serem
“merecedores de direitos”, já que não poderiam circular livremente pela cidade devido ao distanciamento
social, não havia condições de saírem para trabalhar, além de ...................
No bojo desses debates, entrou em foco, contudo, a importância da sobrevivência dessas pessoas,
e, por que não dizer, também a relevância da manutenção da “engrenagem” da economia, que se faz
através do trabalho, ainda que este seja precarizado. Mossicleia Mendes Silva assinalou que o governo de
Jair Bolsonaro colocou em xeque as medidas de isolamento social, desvalorizando, em busca de “[...]
catalisar „um novo normal‟, para que a engrenagem da „economia‟ não [parasse]”. (SILVA, 2020, p. s/n).
“Sob o argumento de que a manutenção das medidas de isolamento e a paralisação das atividades das
atividades consideradas essências atravancam a produção econômica e podem levar o país à quebra.”
(SILVA, 2020, s/n).
Esses “invisíveis” chegam ao debate das mídias sobre o quanto foram esquecidos e agora precisam
ser lembrados novamente. A desigualdade ficou cada vez mais gritante na pandemia, refletida nas
consequências de uma política econômica que privilegiou a concentração de renda.
Em 2020, em plena ocorrência da crise sanitária, mesmo quando as pessoas recebiam algum
benefícios eventuais - como por exemplo, a entrega de cestas básicas – não se pode dizer que o seu
cotidiano era mais tranquilo.
Cabe observar que, embora a PNAS estabeleça padrões gerais, os Estados e municípios brasileiros
apresentam muitas diferenças nas condições de oferecimento das políticas sociais, nos objetivos e gestão
dessas políticas, bem como dos serviços aos quais a população pode ter acesso.