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FRAGMENTOS!

um web-suplemento para sua campanha de Shotgun Diaries

Créditos

Edição geral e diagramação: Autores: Antonio Sá Neto (contos


Antonio Sá Neto 1, 2, 5 e 6); João Santana
Direção de Arte e Projeto (3); Paulo Henrique Leme (4);
Gráfico: Dan Ramos Guilherme Nascimento (7); Gabriel
Melgaço (8); Paulo Ramon (9);
Ricardo Peraça (10, 11 e 12)

1ª E dição - Janeiro/2012

The Shotgun Diaries é © e ™ 2009 de John Wick, usado e publicado em língua portuguesa com
permissão. Todos os personagens e situações aqui apresentados são ficcionais. Qualquer
semelhança terá sido mera coincidência. Exceto por Nick. Ele é real. Exceto pelos Zumbis. Eles
são reais também. É mais tarde do que você pensa.
Redbox Publishing ™ 2011. This is a authorized translation by John Wick. All Rights Reserved.
Querido diário

Eu já vi muita gente morrer. Eu já via morte de perto.


Eu sei que cheiro ela tem e não foi nem um pouco
agradável.

Sinto medo sim. Sei o que acontece com aqueles que não
morrem de uma maneira muito agradável. Pouca coisa
pode acabar com o seu humor nos dias de hoje e o que
se vê por aí, nem o mais sagaz diretor de filmes gore
conseguiria imaginar.

Todos aqueles filmes de zumbis, séries, jogos de video-


game, enfim, nada disso era realidade. a realidade é
muito pior querido diário.

A realidade te mata...

Todos os dias...

Todas as noites...

um pouco de cada vez...

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Introdução
FRAGMENTOS, é um apanhado de relatos de sobreviventes que
tiveram o azar de ver entes queridos partirem dessa para uma
melhor (não necessariamente melhor, se é que vocês me entendem)
e que pode ser usado por você como ponto de partida para a sua
história.
Aproveite o sofrimento alheio de alguma forma. E veja se seus
companheiros de mesa, se saem melhor dessa vez.
Nosso único conselho é que você não se esqueça! Nada aqui é
real. Exceto pelos zumbis. Eles são reais!

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1. Pequenos problemas
Depois de uma semana pela interestadual, avistamos a casa imensa,
lá no meio do milharal. Foi uma festa. Milho lembra pipoca. E pipoca
lembra festa não é mesmo. Umam casa para viver e proteger. O que
não contávamos era com o conteúdo da casa. Um orfanato. Crianças
abandonadas sempre me cortaram o coração. Mas hoje tantaram
comê-lo. E isso não foi nada, nada legal....
Hellem Smith
Lawton, Oklahoma

2. Sardinhas e Tubarões em lata


Tudo aconteceu 2 dias depois de sairmos de Pearl Harbor com
direção às ilhas americanas do pacífico sul. 8 meses infurnado
dentro de um submarino já teria sido “ótimo” se eu não tivesse que
morrer de fome trancado nessa cela de 3x2 metros sem nenhuma
comida. A porta é resistente eu sei. Mas as pancadas e os barulhos
das unhas no metal estão me enlouquecendo....
Capt. Roger Olivelton
em algum lugar do pacífico

` das Grades Inimigas


3. Atras
Agente tavamos na Bocarra, o Instituto Dotô Miguel, bem antes
do preto boy perder o braço. Os cana escondia o que acontecia
e sentava o ferro nas costas da maçada até o dia que a
cadeia não guentô mais. Nego dava Pino e berrava com as
viana na mão e sangrava pra valer. Conseguimo tomá tudo.

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Mas na hora de sair maluco, desistimo. Valeu. Mas foi na hora
mesmo tá ligado. Aqui dentro era melhor.! O que a malandrage
não contava era que aqueles carcará, que é como o tião
farinha xama os coisa, ia conseguir pegar um xegado nosso. Sem
saber eu truxe ele pra dentro aí é que o bagulho fico doido
maluco...
Bim chupeta, o detento 1653
na presídio da Bocarra

4. Lar doce lar?


Você já escutou essa, “O que acontece em vegas, fica em
vegas” e a pena é que eu não fiquei também. Voltar foi o
terror. Foi um horror. Ver o subúrbio onde crescemos todo
revirado e as pessoas naquele estado foi a pior visão da minha
vida. Achar meu irmão se arrastando enquanto era comido vivo
por uma daquelas coisas não me faz nada bem. nada. Ainda
ouço seus gritos. E o Peter? Nunca mais foi o mesmo. depois
que a Sra Molly, a mãe dele tentou arrancar a sua orelha à
dentadas. Até hoje ele não me perdoa pelo o que eu fiz com
ela. Mas o que eu poderia ter feito. Era ela ou ele. Mas nem
tudo é coisa ruim. Achamos a tina no telhado da casa dela
no final da rua. ela só tinha uma mordida leve na perna mas
que infelizmente acho que está infeccionando. Ela está meio
pálida e febril, mas amanhã resolvemos isso. Vamos invadir a
farmácia do sr Stwart e tudo se resolverá! Tenho esperança e
fé e isso me basta!
George Langdley,
Passadena, Califórnia

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5. Tudo naquele que me Fortalece
A sra Mulley me censura. Eu não ligo. Eu tenho fé. Isso é uma
provação. É a obra do satã para nos testar. Sou uma fortaleza e
apenas cristo abre meus portões. Não ligo para o que acontece. Não
sei o por que das pessoas estarem sem esperança. O momento está
próximo e eu salvarei a vida de todos. John me conseguiu a gasolina.
eu tenho os fósforos. Amanhã no dia do corpo de cristo tudo será
terminado. Levarei a alma de todos de encontro com o senhor. Tudo
posso naquele que me fortalece.
Reverendo Mathias
Bronx, Nova Iorque

6. Chandom, Camembert e Baguetes


Lili não me escuta. trouxe um rosê novamente. Acho que não sabe ler
os rótulos. Malditos tunis. Ao menos tenho meu queijo para o inverno.
Não me juntarei a estes boçais neste trabalho inoportuno. Minha
perna não aguentaria tanto trabalho desnecessário. Já falei a você e
a eles. Estas coisas Não entrarão aqui. Não depois que reforçamos
as entradas. Se este Chateau resistiu à séculos de invasão não
serão os zumbis que entrarão aqui. eu sei que pouco a pouco as
pessoas estão sumindo. Não precisa me lembrar. Isso não é problema
meu. eu estou aqui. E daqui não sairei, muito menos para esta idéias
louca de seguir a estrada para o norte. O que eles pensam? Que
zumbis não correm? Gente retrógrada. Burra, ignorante. Meu pai
dizia e eu só posso acreditar. Nunca confie num homem com terra
sob as unhas. Maldita verdade!
Henrri Lachole
Champagne-sur-Seine, França

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7. Fazenda Maldita
Ter saído de Manchester para estas férias no campo teria sido
uma ótima ideia. Teria se essa loucora não tivesse acontecido.
Primeiro os cavalos e agora até os cães. Degladiam-se, e se comem
dia a dia. Isso seria horrível se as pessoas também não fizessem
isso. Uma merda, uma grande merda isso sim. Hoje levantamos o
portão e achamos duas coisas destas dentro do pátio. matamos às
pauladas isso sim. Perdemos o telefone e acabaram as pilhas. Agora
o medo é o inverno e a falta de óleo pro gerador. Zumbis comem
carne congelada? Espero que não. Uma possibilidade é fugir pelo rio.
Não sei se seria uma grande idéia. Só nós três naquele bote? E se
aquilo vira?
Paul H. Winchestorn
Hindley, Inglaterra

8. Vil Metal
Surreal! Eu aqui apontando uma arma para um segurança,
vigiando um gerente gorducho e um monte de zumbi querendo
nos comer lá fora. Nunca pensei em roubar um banco. Nunca
pensei que roubar um banco salvaria minha vida. Não mesmo.
E o que eles vão fazer com todo esse dinheiro depois. Não h;a
onde gastá-lo? Só por que isolaram um bairro acham que a
vendinha vai ser abastecida com o que? Vida normal? Balela,
às favas com isso. Vamos sim roubar e dar o dinheiro que eles
pediram. Vamos sim conseguir nos mudar pra lá. Mas não tenho
assim tanta certeza se eles estão raciocinando direito. Vida
normal? Eles estão doidos! Isso sim!.
Srta. Rachel
Tampa, Flórida

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9. Ao Acordar
Quando decidimos fazer essa viagem nunca pensávamos nisso.
Passar um final de semana lá na serra, no açude Pompeu
Sobrinho não tinha como dar errado. A não ser é claro que
algu[em ficasse doente ou fosse mordido por um escorpião ou
cobra. E foi exatamente isso que pensávamos. Suzana estava
febril e mole. Delirava e não fala coisa com coisa. Tivemos
de levantar o acampamento e pra leva-la ao PS médico. Só
não esperávamos encontrar o que vimos. O Hospital deixou de
ser hospital e o que tinha lá parecia obra de capeta. Todos
querendo nos atacar. E agora o que fazemos?
O Levi quer voltar no hospital. A Tia dele estava internada
lá e ele quer saber o que aconteceu. A Suzana virou uma
daquelas coisas e está amarrada na caçamba da S10 se
contorcendo toda. Estamos aqui na laje do Seo Magela pensando
seriamente no que fazer...
Francisquim
Quixadá, Brasil

10. Bem vindos à nave...


Do jeito que ele explicou era lógico que qualquer um aceitaria.
Isso era um Big Brother. Mas sem televisão. 10 dias num lugar
fechado para a tal da “experiência social”. 5 eram tipo presos
e os outros 5, incluindo eu, éramos guardas e tínhamos que ser
linha-dura. O que incomoda é que os 10 dias já viraram 18. A
comida acaba amanhã e ninguém nos responde no confessionário.
O Buck disse que vai arrombar a porta amanhã pra descobrir
o que são aqueles gritos e grunhidos que estamos escutando
desde semana passada.
Charlene Bolton
Newark-Nova Jérsei

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11. Fome de Morrer
Isso só pode ser loucura. A teoria do senhor Jacob não pode
ser verdade. Nosso governo mandou uma cargueiro disso para
os haitianos no mês passado. Não faz sentido exterminar um
país inteiro dando-lhe comida contaminada. Eu vou oirar. Não
vou conseguir segurar a onda. Se isso for verdade Jenny, ah!
minha amada Jenny está condenada. Disse que era veggie como
eu mas pelo visco comia seus cheeseburguers escondidos por
aí. Mas tinha que ser um com a novíssima “NewMeat”? Jacob
está louco isso não pode ser carne humana processada. O Ser
humano não iria tão longe. Ou iria?
Dr. Green
Willowbook, Chicago

12. Bastardos Desmortos


Eu sei que o meu roteiro era original e genial. “Demência
paranóide antropofágica violenta”, uma doença do front que
matava todos mas não atacavam os judeus. Isso deixava os
Nazis loucos. Culpavam os Yankees e a ação se passaria num
campo de concentração. No início alguns guardar adoentados
e de um dia pro outro, todo o campo estava imerso no caos.
Guardas nazis zumbificados e Judeus tentando fugir do
inferno dentro do inferno. Genial.
Tenho certeza que dessa vez conseguiria um Oscar ou no
Mínimo um Leão de ouro em Berlim. Eles gostam de filmes
que Judeus se dão bem sabia? Seria algum tipo de culpa?
Não faço ideia e nunca saberei. Planejo uma continuação. A
segunda guerra acaba mas a Alemanha inteira está tomada
de zumbis. P E R F E I T O!
George Orwell
Holywood Boulevard, Califórnia
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