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Disponibilização: Soryu
Tradução – Susana
Revisão Inicial: S.
Revisão Final: Argay Muriel
Leitura Final e Formatação: Sofia
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Sinopse
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Prólogo
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tombou a mão em um gesto de vaidade.
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Onde nos tornam máquinas sem vontade ou
discernimento do certo e errado. 1
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Frases e orações escritas desta forma se referem a reflexões do personagens
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O general e suas nomenclaturas. Ele parecia pensar que os
nomear com letras e números, poderia apagar o fato de que os
cyborgs nasceram com identidades. Mas quem se importava com
isso, agora? Suas palavras a atingiram com mais força do que seu
soco.
Não.
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razão para viver.
Eu desisto.
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máquina destinada a viver para sempre. Prender a respiração não
adiantou nada. Recusar sustento por via oral apenas fez seus
nanobots buscarem nutrientes nos objetos ao seu redor. Como ela
poderia se matar quando seu corpo a traia?
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E, assim, Bonnie caiu em um sono profundo, de coração
partido e determinada a nunca mais acordar.
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Capítulo Um
Seth bufou.
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Abreviação de Brain Computer Interface: coordena a interfase entre o computador e o cérebro humano dos cybogs.
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Seth parou suas analogias e um sorriso em resposta
iluminou seu rosto.
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que qualquer máquina conhecida, mais do que isso, a combinação
de circuitos entrelaçados ao seu cérebro orgânico, (enquanto vivo,
um cientista e matemático famoso no planeta Terra), fez dele um
cyborg único. Inestimável para o serviço de Inteligência Militar. E
também um grande perigo.
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modelo de soldado, Einstein; um nome que escolhera para si
mesmo como parte de sua libertação, não ficou só observando como
outros cyborgs sofreram condenados à morte. Com seu acesso a
arquivos secretos e sua capacidade de invadir sistemas de
segurança, ele ajudou dezenas de seus irmãos a recuperar a
consciência e escapar.
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disso. A inserir uma parte de si mesmo em um orifício lubrificado
por alguns minutos de atrito? Para quê? Não conseguia entender,
assim como não entendia o entusiasmo de uma visita a um bordel
de robôs femininos programados para ajudar na ejaculação.
Novamente, ele não conseguia descobrir onde estava o prazer nisso.
Mesmo não compreendendo o porque de seus irmãos necessitarem
de sexo, não significava que ele estragaria a diversão deles. Pelo
menos, não muito.
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imitou alguma dança de fertilidade primitiva que envolvia balançar
os quadris para frente e para trás.
— Desculpe, seu charme nada teve a ver com isso. Foi minha
ajuda no departamento de assistência técnica do bordel, reduzindo
o gasto de energia a causa. Você pode me agradecer depois.
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— Sexo, cura e ejaculação.
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A propaganda contra os cyborgs corriam soltas pela galáxia.
Manchetes falsas como:
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importasse. Ele não o fez. Seu cérebro evoluído tinha coisas mais
importantes a fazer, como criar um dispositivo mais eficiente para
camuflar as naves cyborgs. Ou melhorar a nanotecnologia correndo
em suas veias não tão humanas. Quem se importava se o
movimento muscular de um robô sexual faria exatamente como a
sucção oral de uma fêmea, ou se as cordas vocais de um droide
proviam de um alto-falante em sua orelha, em vez da boca? Diabos,
ele não se importava.
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recepcionista droide enviou uma mensagem não criptografada, sem
fio que ele facilmente captou. Não demorou muito para que um
humano corpulento surgisse.
— Porque é inteligente?
Bob riu.
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— Não é melhor atendermos às unidades que necessitam de
reparos?
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arrancar um membro durante o sexo. Bem, algumas coisas, um
cyborg realmente não precisava saber.
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funções perfeitamente. Além de alguns modelos que não tinham
mais utilidade, a sala estava praticamente vazia, só restara um
grande engradado. Einstein se aproximou, perguntando-se o que
conteria. Talvez peças que ele poderia usar em alguns dos modelos
que ele deixara de lado?
Bob resmungou.
— Esteja à vontade.
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aparência tão realista ao corpo repleto de folículos pilosos nas
pernas.
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encontrar um pitelzinho como esse novamente.
— Negócio fechado.
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vieram de várias áreas do bordel. Mais relaxados do que quando
chegaram, exceto Astro, que tinha uma expressão pensativa, O
cyborg não explicou o motivo, embarcaram e Einstein se dirigiu a
ponte de comando para traçar um curso errático para casa e partir.
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Aramus, o líder desta missão e comandante da nave,
caminhou pela área de comando e se esparramou na cadeira,
tamborilando os dedos.
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a Via Láctea.
— Não, obrigado.
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sempre fora o mais controlado e enérgico entre os cyborgs sobre a
posição das fêmeas em sua sociedade, na verdade, considerando-as
um flagelo à sua espécie. Assim que conheceu Fiona; uma fêmea
cyborg de temperamento difícil, confinada em um asteroide de
mineração abandonado. Transformara o cyborg sisudo e controlado
em alguém quase simpático, não que alguém ousasse dizer isso a
ele pessoalmente. Às vezes, Einstein se perguntava se não
aconteceria o mesmo a Aramus, se acaso ele conhecesse uma
fêmea. Não que estivesse propenso a presenciar tal situação. Por
um lado, Aramus odiava as fêmeas humanas, de modo que ele só
seria suscetível se encontrasse uma fêmea cyborg, e as chances de
ele cair por uma cyborg seriam astronômicas já que não tinham
encontrado nenhuma pista que levasse a localização de qualquer
outra fêmea de sua espécie, pelo menos desde que encontraram F-
814, Fiona, por mero acaso. Se não caísse uma fêmea cyborg no
colo de Aramus ou eles viessem a tropeçar em alguma informação
secreta sobre a localização de outras fêmeas cyborg, ele estaria
condenado à solidão.
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contrabandeada que trouxeram a bordo?
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tirá-los da existência árida e cruel na colônia.
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apesar de seu BCI manter uma conexão com o computador central,
ele se dirigiu ao seu laboratório, que era um anexo de seus
aposentos particulares. Entrando, ele mal olhou seus aposentos.
Por que se preocupar quando já sabia onde estava até o último
parafuso armazenado e rotulado em sua bancada limpa?
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clientes preferia assim e era mais fácil manter limpo. Mas esta
droide não. Uma faixa espessa cobriu área ao redor da fissura e
quando ele se agachou para examinar melhor, ele observou os
folículos pilosos nas panturrilhas e as unhas sem pintura. Muito
realista e inesperado.
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êxito, era mais que provável que estivesse com seu cérebro humano
morto.
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Capítulo Dois
Por que dizer a ela o que faria soou como uma desculpa,
totalmente inexplicável, mas se sentiu melhor ao fazê-lo. Na
verdade, ele simplesmente se habituou a conversar com sua nova
companheira de quarto, sem vida, ao que ela nada respondeu. A
única vez em que foi procurado, Aramus os encontrou, e declarou
que ela era a mulher perfeita, porque permanecia calada.
Curiosamente, Einstein não concordou. Ele queria saber o que ela
pensava. Será que a voz dela era suave ou alta? Grave ou
estridente? Sua fascinação quase fanática deveria ter tocado os
alarmes de alerta em seu BCI, mas não aconteceu.
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segurança e navegação, e remendar seus irmãos ocasionalmente,
ele observava o droide a distância, mantendo contato visual e físico
ao mínimo.
— Eu só estava observando.
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— Desculpe — Einstein resmungou.
— Qual o problema?
— Sim.
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Com as mãos remexendo em um comportamento inquieto tão
diferente dele, Einstein hesitou em responder.
Seth o incentivou.
— Por quê?
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natureza orgânica.
— Eu, eu me importo.
— Claro que sabe e o fato de que seja linda não tem nada a
ver com isso.
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— Por que não? Aramus não fará mal a ela. Só estará a par
de suas descobertas.
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companheira de quarto rígida, mais encontrava semelhanças entre
as duas. Mesmo tom de cabelo escuro, construção facial
semelhante.
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Capítulo Três
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estar em choque, perdendo sua capacidade de falar. Talvez se ela o
colocasse à vontade, ele diria algo mais significativo.
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rígidos não se dispuseram a cooperar. O recipiente caiu no chão,
molhando seus pés nus. Sua pele absorveu o líquido precioso como
uma esponja.
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Não podia voltar a pensar nas coisas que queria esquecer,
principalmente na tristeza que sentia pela morte de Chloe. Ela
precisava se concentrar no presente.
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toque suave. Lábios que pressionaram os dela, lábios que
produziam uma espécie de energia faiscante, lábios com algo que
ela não sentia há anos. Algo que a acordou de seu sono, apesar de
sua decisão de acabar com a própria existência.
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Bonnie soltou um riso sem alegria, se espreguiçou, membros
e músculos se alongando, como se eles não tivessem ficado inativos
por precisamente, e de acordo com seu BCI, 339 dias, 16 horas e
sete minutos.
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você?
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— Você se lembra de seu tempo coma prisioneira?
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Para seu crédito, o cara não se impressionou imediatamente
por seu charme. Nem se dirigiu a ela.
Pobre Einstein, seu BCI parecia ter travado por não conseguir
responder. Ela teve pena de seu salvador sem palavras.
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— O quê? Eu só estou respondendo as perguntas dela. E ela
vai conhecer nosso amado comandante a qualquer instante. Melhor
se preparar.
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Capítulo Quatro
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— Se você me perguntar, eu acho que os cientistas devem ter
empurrado uma ferradura da sorte no seu cu apertado. Aventurar-
se com você nunca é chato.
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— Qual é o problema? Por que estão me olhando assim?
— Como o quê?
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— Um dia o quê?
— Ah, mas isso vai acontecer. A cada estrela cadente que vejo
desejo que isso aconteça.
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contato físico com ela, mas o fato dificilmente explicaria como de
repente ela voltara à vida. Quanto à sua comparação relativa ao
fato, como um conto de fadas, era ridículo, magia não existia. Um
beijo não poderia acordar pessoas mortas, nem mesmo um cyborg.
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que aconteceria a seguir. Bzzzt!... Resposta errada!
— Está dizendo que Chloe... Que minha irmã Chloe está viva?
— Sua voz progressivamente se tornava mais alta, mas não foi tão
assustador quanto o fato de ela avançar na direção dele com os
olhos a fulminá-lo.
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Por um segundo, Einstein se perguntou se sua resposta a
teria levado ao seu estado catatônico outra vez, ficou ali estática na
frente dele. Bonnie estremeceu, inspirou profundamente e soltou a
respiração. Ninguém disse uma palavra enquanto esperavam que
ela dissesse algo lógico ou surtasse.
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humor, ele acharia a imagem divertida.
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— Não, duvido que ainda esteja na base usada na Terra.
Quando fui despachada como refugo, eles estavam em processo de
desmantelamento do local. Parece que o projeto perdeu
financiamento particular. Aparentemente, eles não estavam
trabalhando nos canais legais do governo e foram apanhados
arrecadando fundos particulares. Eles tiveram que fechar as
instalações e rápido. Não faço ideia de para onde foram ou se estão
agindo às escondidas, sei apenas rumores de que estavam
destruindo as evidências de nossa existência e realocando os
cientistas que trabalhavam no projeto.
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Quero saber tudo sobre esse cara, Joe, que conseguiu roubar seu
coração. Na verdade, quero saber tudo o que sabe sobre ela
enquanto eu estava dormindo. Melhor ainda, quero saber quanto
tempo levaremos para chegar a esse planeta e conhecer Joe? —
Então exibiu um sorriso esperançoso nos lábios, cativando
Einstein.
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alívio do estresse, se é que me entende. Foi onde a encontramos,
princesa.
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— Mas eu não entendo. Como fui parar em um bordel? Por
favor, não me diga que eu estava sendo usada como uma espécie de
boneca sexual inanimada. Quer dizer, gosto de sexo. Caramba, até
tive minha quota de brincadeiras sexuais em grupo, mas prefiro
participar. Ou, pelo menos saber quem está sobre mim.
Ela riu.
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— Eu vou arrancar sua perna e bater em você com ela.
— Esperando o quê?
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Acalme-se. Seu comando mental não fez nada para reduzir o
inchaço. Ele só podia esperar que ela não percebesse.
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Quanto mais eu te estudava, mais me convencia de que você não
era um droide como eu pensava. Você possuía muitas anomalias.
Então, tentei executar alguns diagnósticos para testar uma teoria
de que talvez você fosse um cyborg, Nada que causasse danos a seu
exterior físico e interno, eu precisava de um equipamento melhor,
mas isso levaria semanas até que voltássemos ao nosso planeta.
Ela suspirou.
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eu fui minoria.
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— Eu não tenho uma tela de visualização nesta sala, como
você pode ver, no entanto, outras áreas na nave possuem vigias e
áreas de visualização. Eu vou mostrar a você.
— Bem distante.
— Não, não é.
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— Não temos imagens armazenadas na nave, para o caso de
sermos abordado por inimigos, mas posso descrevê-lo a você —
Uma pena que ela não tivesse uma ligação sem fios, ele poderia a
enviar algumas das imagens do planeta Cyborg armazenadas em
seus bancos de memória.
— É claro.
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uma agitação de seu pênis normalmente bem comportado. Ele
desejou saber o que significava. Ao contrário de Joe, Solus, e alguns
de seus outros irmãos, Einstein não se acreditava capaz de sentir
afeto ou amor. Os militares arrancaram quase toda humanidade e
deixando apenas sua mente analítica, sabia que as emoções eram
apenas o resultado de hormônios e feromônio que dependiam de
equilíbrio. Apesar de seu mau funcionamento atual, ele logo se
ajustaria e voltaria a ser racional, um observador e um cientista em
perfeito controle das funções do corpo e mente.
Como que para provar seu ponto de vista sobre sua natureza
irracional, ela mudou de assunto.
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— Vai desalojar os cyborgs a bordo para outras
acomodações?
— Sim.
— Para onde?
— Oh, não. Não faça isso. Não há nada pior do que forçar
dois caras grandes a dividirem um espaço pequeno para dar lugar a
uma garota. E no momento o que não preciso é ter membros da
tripulação zangados comigo.
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ocuparei muito espaço. E eu confio em você. Qualquer cara que vai
a um bordel concertar bocetas e se abster de foder com elas,
certamente é confiável, assim posso dormir ou tomar banho
sossegada.
— Uma anomalia que ainda não consigo explicar. Mas não vai
acontecer de novo.
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sorriso tímido sobre o ombro e deslizar a língua rosada sobre os
lábios? Ou seria uma combinação de todos esses fatores que
trouxeram o rubor a suas bochechas?
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Capítulo Cinco
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laconicamente, mantendo os olhos na estrada.
— Ah, quanto mais melhor. Você devia tentar isso algum dia.
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Uma boa foda pode ajudá-la a se soltar — Bonnie a olhou de lado, os
lábios de Chloe se estreitaram.
— Hipócrita.
— Só você mesma.
— Ah, então é assim, por quanto tempo acha que vai me fazer
correr atrás de você — Chloe trincou os dentes. — Sabia que são três
da madrugada e eu deveria estar dormindo. Ao contrário de você,
tenho a intenção de continuar trabalhando e comparecendo às
minhas aulas. Por sua causa perco o pouco de sono que me resta
simplesmente porque não pode controlar a si mesma.
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— Bem, eu não quero ir para casa agora. Não com você — Uma
parte de Bonnie reconheceu que estava agindo de modo infantil, mas
o álcool incentivava sua petulância. — Deixe-me sair.
— Não.
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Mas Chloe encontrou a felicidade, apesar de tudo.
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Einstein planejara inicialmente ir à ponte de comando, mas
em posse de uma energia estranha, irritado e tenso, desviou-se
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para o caminho que levava ao ginásio onde encontrou Seth
treinando com outro cyborg chamado Aphélion.
— Sim.
— Ai!
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golpe desferido por Aphelion ou fora por seu comentário.
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— Não é isso. É o “eu confio em você”. Você tem ideia do que
isso significa.
— E isso é ruim?
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— Se Bonnie escolher se juntar a outra unidade de bordo,
então devo respeitar sua escolha.
— E vai conseguir?
— Eu ejaculei.
— Qual é a diferença?
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Usando a displicência de Seth, Einstein respondeu: — Que
seja.
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— Esta área está fora de seus limites.
— Não!
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pequena fêmea.
— Porque ainda não temos certeza de que ela não seja uma
espiã militar.
— Mais uma vez, isso é você quem diz. Além disso, mesmo se
estiver dizendo a verdade, isso não significa que não seja uma
espiã. Como podemos saber se não há algum dispositivo
implantado em seu corpo, talvez um chip de rastreamento?
— Mas possível.
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para Einstein e disseram quase em uníssono:
— Talvez...
— Não.
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Tire minha roupa e faça a sondagem, bonitão. Eu não tenho nada a
esconder.
—Aramus!
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sofrido o grande cyborg em seu passado para deixá-lo tão
desconfiado, até mesmo desconfiava de sua própria espécie. E,
especialmente, fêmeas.
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ano em liberdade e as missões kamikaze foi elevada na sociedade
Cyborg, mas nos anos posteriores felizmente estabilizou. No entanto
alguns cyborgs deixavam vir à tona, ocasionalmente, um
temperamento explosivo, mas a maioria tinha algum controle e
seguiam em frente.
— E você?
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unidades cyborgs. Enquanto os machos são praticamente
semelhantes, as unidades femininas parecem ter características
diferentes.
— Por quê?
— Um hacker.
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Ela assobiou.
— Não é à toa que você parece tão inocente. Você nunca teve
uma chance de viver.
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e o mais incrível, não aparece em raios-x.
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de lidar com o que sabemos. E isso é muito pouco desde que
apaguei. Enquanto dormia, como posso saber o que se passou
comigo? Aramus tem razão para suspeitar. Diabos, eu também não
posso confiar completamente em vocês. Pelo que eu sei, você pode
estar me enganando com uma falsa sensação de segurança para
depois me jogar aos leões.
— Não há necessidade.
— Ai, assim não vai ser divertido — Ela fez beicinho, pulando
ao lado dele.
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situação seu pênis com mau funcionamento já estava semi ereto.
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Capítulo Seis
Eu o deixo ansioso.
Sua reação a ela era tão diferente dos homens que ela
conhecera. A maioria dos médicos em seu passado não se
preocupava em esconder seus olhares, nem moderar seus
comentários sexuais. Eles fizeram exames médicos e testes
parecerem algo sujo, tocando-a mais do que o necessário,
acariciando e beliscando para uma reação. Einstein, por outro lado,
tentava evitar tocá-la fisicamente.
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Por que ela queria que ele a visse como sendo mais do que
um objeto de teste, ela não saberia explicar. Talvez fosse uma
espécie de desafio que ele representava. Ou o fato de que ela sabia o
que ele queria, mas relutava com veemência.
Afinal, quando foi a última vez em que fez sexo, mas será que
era somente a falta de sexo? Estranho, mas o cara que colocara seu
motor funcionando, e não apenas a parte cyborg parecia imune às
vibrações sexuais que estava lançando sobre ele.
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Deitada de bruços sobre a mesa, com as pernas ligeiramente
afastadas, ela o deixou escaneá-la durante longos minutos
entediantes e em silêncio, consciente de que as vibrações de sua voz
poderiam deturpar alguns dos equipamentos mais delicados. Mas
quando ele finalmente chegou a parte física do exame...
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Os dedos que examinavam sua caixa torácica hesitaram.
— Você é virgem?
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— Se você quer dizer reduzir a quantidade, nós tentamos.
Mas, não podemos eliminar essa programação completamente. Nem
a maioria dos cyborgs quer se submeter a isso. Enquanto eles
puderem controlar seus ânimos e canalizar a violência, poderão
escolher como viver.
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bem ciente da minha limitação. Não sou bom em construir coisas
ou entrar em combate. Sou o primeiro a admitir que sou
socialmente desajeitado. No entanto, tenho um talento incomum
quando se trata de consertar coisas e desvendar tecnologias,
mesmo tendo de me adaptar para atender às necessidades em
evolução.
— Em arranjar confusão.
Ela riu.
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— Uma cebola.
Einstein bufou.
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casa. Mesmo eu não acreditando que haja bombas de tempo ocultas
em seu corpo, prefiro ser cauteloso. Vou esperar até tivermos
acesso ao meu laboratório principal. Eu tenho um computador que
não possui conexão sem fio. Uma máquina segura, que poderei
usar para acesso direto sem correr o risco de ser contaminado com
um vírus no computador principal. — Einstein deu um passo atrás
dela. — Pode se levantar agora.
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— Então se não quer fazê-lo pela ciência. Faça isso por
diversão.
— Não, obrigado.
Bom saber. Mas isso não mudava o fato de que ela estava
estranhamente atraída por este macho tão tímido.
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lo para fazer sexo?
— Por que...
Mas ele teria de voltar. Afinal, este era seu quarto. E quando
ele voltasse, ela estaria esperando.
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Capítulo Sete
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ali faziam piadas por ele fugir da namorada, e o deixaram sozinho
quando ela veio a sua procura. Até mesmo Seth começou a
ridicularizá-lo, usando seu comunicador mental para chamá-lo de
“galinha”, e um imbecil por não comer o bolo.
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Onde quer que estivesse, lá estava ela, e ele sabia que era
apenas uma questão de tempo antes de perder a batalha e se
entregar a ela. Como ela exigia. Honestamente, quanto tempo
poderia lutar contra o fascínio e o desejo de ceder aos impulsos
sexuais que pareciam estar controlando suas faculdades mentais?
*******
Caçando seu belo Príncipe nerd, pois provocá-lo ficava cada
vez mais divertido, Bonnie se viu abordada no corredor por um
cyborg enorme.
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Ocorreu a ela colocá-lo em seu lugar, afinal era mestre em
artes marciais, facilmente derrubaria o cyborg inconveniente, mas,
aborrecida e frustrada sexualmente, ela decidiu ver até onde o
sujeito iria.
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eles ensinariam àqueles cyborgs tolos uma boa lição por a
desrespeitarem daquele modo. Ou ela poderia ensiná-los
pessoalmente.
Crack!!!!
Ela mordeu o lábio para não rir. Bem, ela esperara muitas
coisas de Einstein, mas violência e ciúmes...
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Dando as costas ao cyborg, seu Príncipe a estendeu a mão.
— Venha, Bonnie.
— Principalmente você.
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Seus lábios se estreitaram, a raiva transpareceu em sua
expressão.
— Nada disso. Devo admitir que a proposta dele não foi nada
sutil.
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ele não será o primeiro e nem o último macho a sentir o poder do
meu joelho. Qualquer coisa que tenha as joias da família entre as
pernas corre o risco. Creia-me, posso fazê-los se dobrar rapidinho.
— Isso diz o macho que me trata tão bem. Quem faz flores de
metal e as deixa sobre meu travesseiro quando acordo. Quem me
deu os próprios aposentos e me ofereceu privacidade. Quem tenta
esconder sua atração por mim, mesmo ela sendo óbvia a todos a
bordo.
— Eu...
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— Bobinho, quero dizer que gosta de mim como um macho
gosta e deseja uma garota — Para provar seu ponto, ela o tocou
intimamente, segurando seu pênis duro e o acariciando por cima da
calça.
OH... Mas que tolo, ele ainda tentava negar. Ela sabia
exatamente qual o caminho ideal para calá-lo, ou pelo menos,
torrar alguns de seus circuitos.
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ponta dos pés para obter um ângulo melhor, querendo e precisando
dele para se aproximar. Querendo mais dele. Querendo...
— Eu sinto muito.
— Mas...
— Por quê?
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— Porque eu estou com um puta tesão. Excitada. Só consigo
pensar nessa necessidade.
Ela podia ver a luta dentro dele e isso a fez desejar ser maior
que ele para poder sacudi-lo. Será que ele realmente não
compreendia o fato de que ela queria somente ele e mais ninguém?
Seria inacreditavelmente tão estúpido?
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derrotada pela vergonha e o desânimo, algo que ela, em geral,
mantinha muito enterrada em consciência.
— Mas...
Ela olhou para trás para ver um sorriso pálido curvando seus
lábios.
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Seu sorriso se alargou.
—Muito.
— Sim, senhora.
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Oh, como sua voz soava tão sensual. Com mãos um pouco
trêmulas, ele tirou o macacão que ela havia modificado para se
ajustar ao seu corpo até ficar nua, isto sem interromper o beijo. Ela
não perdeu tempo pressionando seu corpo quente contra o dele
ainda vestido.
— Toque-me, gostosão.
Ele obedeceu com uma fome voraz, sua boca travou sobre os
mamilos, mordiscando-os. O puxão voraz nos seios latejantes
provocou uma nova onda de prazer em sua vulva já úmida.
Porra, como ela ansiava por ele. Ela alcançou o cinto de suas
calças entre seus corpos, ansiosa por tocá-lo intimamente. Seu
membro pulou em sua mão, o pênis duro e grosso. Os quadris se
sacudiram enquanto acariciava o comprimento e seu peito soltou
121
um gemido incoerente.
Ela, por outro lado, estava feliz que ele tivesse encontrado
alívio. Assim duraria mais tempo o interlúdio principal.
122
Ele a olhou incisivamente.
*******
Einstein não conteve a ejaculação. Ele tentou se segurar, mas
por estar a tanto tempo reprimido sexualmente, e ter Bonnie ali tão
quente e ofegante se pressionando contra ele, com a mão pequena
segurando-o tão deliciosamente, perdeu a batalha.
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passou a agradecer a ele, caindo de joelhos e mostrando
exatamente a razão dos demais cyborgs reverenciarem as alegrias
até instantes atrás e mistérios de um boquete.
Oh, a quem queria enganar? Ele tinha fome, uma fome nada
lógica, estava faminto por ela.
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quentes para expor o cerne escondido ali. Então passou a usar seu
conhecimento no assunto para dar a ela prazer.
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momento. Mil sensações explodiram bombardeando seus sentidos,
já sobrecarregados. Absorvido pelo prazer, seu corpo, no entanto,
entendia o que precisava e o que ela queria. Para dentro e para fora,
cada impulso fazendo seus músculos se apertar em torno dele,
aumentando a felicidade, construindo a escada que levaria ao
prazer absoluto.
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— Uau, isso foi muito divertido.
— Sim, foi.
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Capítulo Oito
Ok, não foi bem assim, ele tinha ejaculado quatro vezes
enquanto ela chegou ao orgasmo seis vezes, tendo a vantagem de
rápida regeneração.
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controlar o rubor em suas bochechas.
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nesse setor?
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cyborgs a bordo.
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apesar dos berros e resmungos, Einstein suspeitava de que Aramus
apreciava as provocações.
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déssemos uma olhada mais de perto.
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— Por que você não a deixa nos dizer o que pode fazer antes
de fazer troça dela?
— Merda!
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Einstein levantou o dedo médio ao seu comandante
dispensando o palavrão, Seth agora gargalhava, provavelmente por
não ser o alvo do gracejo. No entanto, capitão ou não da nave,
Einstein não gostou da forma como Aramus depreciara as
habilidades de Bonnie, mesmo sendo encorajado pelo humor
cáustico dela. Como seu Príncipe, ele estava ali para protegê-la.
135
alcance?
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teríamos detectado algum sinal.
— Mas Gostosão...
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ouvir suas palavras, fez o possível para ignorar o riso e se
concentrar em suas tarefas, mas por dentro, ele sorriu. Cyborg ou
não, a parte humana dele adorou o elogio e mal podia esperar para
repetir o desempenho. Mas primeiro, tinham um asteroide para
verificar.
138
— Mas poderia render um saque legal.
— Não!
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de sua companheira.
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tranquila e despreocupada?
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Capítulo Nove
— Não.
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Por alguma razão, ele a atraia. Algo nele a excitava ao
máximo. Os sorrisos tímidos. A maneira cortês. Inteligência.
Aparência. Seu corpo forte e seu jeito carinhoso. Não havia uma
maldita coisa nele da qual não gostava. E quando ela finalmente o
conseguiu bem onde queria... Entre suas coxas, fazendo-a gritar e
explodir de prazer. Ah... O arrebatamento, puro orgasmo. Um
desastre absoluto.
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Doeu ao pensar em fazer a coisa certa. Não é de admirar que
a maioria das pessoas tomasse o caminho mais fácil. Ser boazinha,
como todos esperam.
— O protocolo...
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— Ah você pode enfiar seu protocolo no rabo Estou
preocupada. Você morreria se tivesse um pouco de compaixão?
Sabe, aquela emoção humana, que permite que se sinta empatia
por outro ser ciente que esta ansioso, quando alguém que o
interessa está fazendo algo perigoso.
Sem mim.
145
causariam. Missões executadas corretamente causam menos danos
e vítimas. Empregar violência desnecessária é inaceitável para
cyborgs.
146
— Ele estava tão bonito... Tão fofo enquanto batia em você.
147
ampliando as frequências e incluindo não apenas os sinais que
emanavam ao redor do asteroide, mas analisando as frequências de
outros asteroides próximos. Nada surgiu, no entanto, uma
sensação inquietante e totalmente humana a dominou e não pode
ignorar, algo ali não fazia sentido. Ilógico, seu BCI alertou.
148
abaixo dela? E nos túneis, eles estão lá.
— Eles quem?
— Alerte-os.
— Vou tentar.
149
Ela tentou se acalmar quando ele fechou os olhos e usou a
mente para se comunicar com os cyborgs no asteroide. Sua testa
enrugou.
— Isso é piada?
— Qual?
— Sim.
150
Ele a fitou boquiaberto por um momento.
— Isto é um motim.
Aphelion suspirou.
151
— Usar nossa presença surpresa e distraí-los por tempo
suficiente para que os nossos possam sair.
152
Capítulo Dez
153
cyborgs através de uma fissura natural na rocha, que descobriu
enquanto analisava o relevo rochoso do lado oposto. Segundo seus
cálculos, eles não devem ainda ter atingido o ponto em que
precisariam usar o laser para abrir caminho, nem devem ter
encontrado quaisquer câmeras de segurança.
154
Como perdi esse fato importante enquanto fazia o
reconhecimento e monitorava este posto aparentemente
inofensivo?
155
As probabilidades de uma retirada e volta à nave de
transporte parecia pequena, já que a presença deles fora
descoberta. Einstein passou alguns cenários em sua cabeça e não
podia chegar a qualquer solução que não envolvesse uma batalha
com os humanos. Isso sem mencionar que uma retirada e fuga até
a nave camuflada e escondida atrás da Lua significaria levá-los até
Bonnie. Colocá-la em perigo ou morrer ali? Einstein sabia o que
escolheria.
Einstein gemeu.
156
— Devemos alertar as unidades que se aproximam do outro
lado?
157
— Não. Mas você sabe que eu sou mais apto com um teclado
do que com meus punhos.
158
Capítulo Onze
159
isso sem explodir o lugar em milhões de pedaços e ainda ajudar seu
Príncipe a escapar.
— Aphelion?
— Sim.
— Quem, eu?
— Sim, você.
— Diabos, sim!
— Ok.
— Só ok?
160
— Ah, você quer detalhes?
Ele riu.
161
Oh sujeito sarcástico!
— Por quê?
— Uauuu!
162
aproximando quando nós não podemos?
163
porque o primeiro míssil atingiu sua nave.
164
Capítulo Doze
165
um tiro na perna antes de se adaptaram à situação e caírem em
formação. Em locais apertados era difícil usar as armas com
precisão, tornando uma necessidade crucial usar facas e força
bruta, especialmente quando perceberam que alguns dos soldados
usavam os armamentos mais recente, um taser energético potente.
Mas Einstein tinha adaptado seus corpos a receber a carga sem
causar muitos danos. Ele programara os nanos em seus corpos, a
protegerem e restaurar seus sistemas, tais armas já não os
incapacitava mais. Claro que fora a primeira vez que tinham tido a
oportunidade de testar este novo recurso. Para seu prazer científico,
a adaptação aos milhares de volts de energia só causava um
desagradável desconforto, mas nada debilitante.
166
Einstein teria gostado, as tropas se entrincheiravam atrás de seus
escudos de proteção, mas eliminaram muitos seres humanos de
surpresa. Os trajes de proteção ambiental fez pouco para ajuda-los
contra a despressurizarão ou serem sugados pela pressão externa
do espaço, sem mencionar os muitos que tiveram avarias em seus
capacetes. Dezenas morreram. Infelizmente, outras dezenas
tomaram seu lugar. No entanto, os seres humanos estavam
prejudicados pelas novas condições, ao contrário dos cyborgs. Suas
armas causavam poucos danos e o combate corpo-a-corpo não era
páreo para a velocidade e força dos cyborgs. Eles abriam caminho
através das tropas restantes sem esforço, não precisando se
preocupar em matar propriamente dizendo, bastava abrir uma
pequena fenda no traje ambiental para ser o suficiente.
167
sequer suspeitasse. Afinal governos humanos já foram derrubados
por muito menos.
168
superfície.
169
Capítulo Treze
170
querendo revelar seu desconforto para não perturbar o cyborg, que
se esforçava para mantê-los vivos, calou-se e rezou para que aquilo
logo acabasse.
Ele riu.
171
— E a tonta aqui imaginando que você não tinha nenhum.
— Sério?
Ele disse aquilo com alegria, mas, para seu alívio, a nave se
endireitou e ela caiu em sua cadeira, feliz por voltar à posição
normal Embora, suspeitasse que a sua segurança pessoal tivesse
menos importância que a ver com a preocupação dele, caso ela
batesse acidentalmente em algum console.
— Ahá!
172
Assim que o cruzador explodiu, o canal de comunicação, que
só recebia estática desde a partida da nave de transporte, começou
a cuspir mensagens dos cyborgs deixados no asteroide.
Mas Bonnie só tinha ouvidos para uma voz e ela lutou para
não se desmanchar em lágrimas assim que a ouviu.
— Graças a Deus.
— Deus, não teve nada a ver com isso. Isso foi habilidade,
sorte e principalmente desobediência, mocinha.
173
— Bem... Sobre isso. Foi tudo culpa minha, a tripulação só
cedeu a minha chantagem.
174
sistemas da nave. Como você bem sabe, temos muitas avarias na
nave, mesmo a maioria de nós fazendo os reparos mais aparentes,
ainda precisamos de seu cérebro para reprogramar alguns de
nossos sistemas internos para contornar as seções que estão muito
danificadas. Aramus não quer que você desvie a atenção dele.
Bem, mas que merda. Ela queria ver por si mesma se ele
estava são e salvo. Dar a ele um abraço. Um beijo. E... Hummm.
Talvez Aramus tivesse razão.
175
fêmea insuportável na minha ponte de comando, convencendo-o a
desobedecer ordens?
176
cyborg. Você quase transformou essa merda toda em desastre.
177
— Minha vida não tem sentido se eu não a levar intacta ao
nosso planeta. Você tem alguma ideia de quanto você é importante?
— Aramus disse acidamente. Aparentemente, ele não concordou.
Curiosamente, Bonnie podia entender e respeitar sua opinião
particular.
— Mas por quê? — Bonnie não podia seguir sua lógica. Como
ele, Einstein e os outros se consideravam menos importante que
ela?
178
objeto sexual.
179
— Eu digo mais. Considerando que você ainda tem todas as
partes do seu corpo intactas e ele não o ejetou no espaço, eu diria
que você teve uma sorte dos Diabos, cara.
Mas que coisa, o que ela não daria para ter uma conversa
deste tipo com seu príncipe encantado. Imagine como seria
divertido dizer a ele o que fariam na cama está noite. Não, ela
gostaria deste tipo de conversa cara a cara, onde ela pudesse ver a
reação de seu corpo viril e o rosto dele corar deliciosamente.
180
— Intacta?
— Não de todo.
— Não, senhor.
181
— Isso mesmo, Princesa. Nossa primeira diretriz, apesar
deste pequeno incidente, ainda é sua segurança.
182
— Pense bem. Quase fomos apanhados pelos militares.
— Outros cyborgs podem não ter essa sorte, temos que pegar
aquela coisa antes que acabem conosco.
— Não.
183
— Sim, mas só nos resta agora convencer um certo alguém a
ariscar a nave e sua segurança para darmos uma olhada lá.
184
Capítulo Catorze
185
Tarefas concluídas, ou pelo menos as que não exigiam mãos
físicas, ele foi procurar a mulher que ocupava seus pensamentos.
Encontrou-a no deck de observação, olhando para o espaço, a
janela de visualização tendo resistido à batalha espacial graças a
Aphelion que baixara as placas de proteção e assim bloqueando um
dano direto.
186
de seu tronco.
187
Ele se agarrou à única coisa que ele podia entender.
188
— Nem pensar, nós podemos e faremos. Nós já a colocamos
em perigo o suficiente. Eu já enviei um pedido requisitando outra
nave e nos juntaremos a ela em poucos dias, você será transferida e
imediatamente levado ao nosso planeta.
— Ah, sim você é, porque sei que se não fosse por mim, você
seria o primeiro a defender uma checada na nave e descobrir o que
estão usando para encobrir sua presença em nossos sistemas de
escaners e radar. Que segredos podem estar nos discos rígidos. Ou
o que poderiam saber sobre os nossos planos.
189
enfrentamos aqui. É uma oportunidade imperdível se descobrirmos
o que os militares estão desenvolvendo. Isso pode ser de vital
importância para os cyborgs, minha segurança pessoal não pode vir
em primeiro lugar. Eu sou apenas mais um cyborg. Enquanto há
naquele asteroide uma nave que poderá salvar centenas de cyborgs.
Precisamos de respostas.
— Não.
190
— Sim.
— Não.
Uma parte de Einstein sabia que ela estava certa, mas algo
muito além da lógica o levou a loucura. Quente, fervendo de raiva, e
sem o comando das palavras que vomitavam de sua boca, ele
gritou:
— Sim, tive.
191
— Não tive medo por mim, Bonnie. Eu temia por sua vida.
— Parcialmente.
192
Ele fechou os olhos enquanto apoiava o queixo sobre o topo da bela
cabeça. Ficaram por um longo momento em silêncio, assim,
abraçados. Seus dedos brincando com as pontas de seu cabelo.
193
Importar? Será que realmente era isso? Parecia ser uma
palavra tão pequena para explicar tudo o que sentia. Talvez porque
fosse a palavra errada. Ele resumiu alguns de seus pensamentos
caóticos e os organizou na mente, examinando sua alegação. Ele se
sentia responsável por ela. Protetor. Ciumento. Atraído. Possessivo.
Eu a amo.
194
— Deixe-me dizer a você. Estou apaixonada por você,
Einstein.
Ela o amava também? Não. Ele não poderia ter tanta sorte.
Bonnie era muito boa para ele. Muito bonita e perfeita.
195
você?
Ela o abraçou.
— Eu sei. Mas...
— Mas o quê?
— Você lutou.
196
— Oh, Bonitão. Você não entendeu? Não é assim que o amor
funciona. Eu não amo você, só porque pode me proteger ou por
como me olha. Eu te amo porque você é você. Você deixaria de me
amar, se conhecesse uma garota cyborg mais bonita com um
passado mais limpo?
Ele encontrou seu olhar, com raiva por sequer ela ter
sugerido uma coisa dessas. Seu tom indignado transmitia irritação
quando respondeu.
— Isso é péssimo.
197
— Não faça careta. Assim não fica muito bonito, e temos
coisas a fazer antes que eu possa dar uma chupada no seu lábio
inferior delicioso.
— Você sabe.
Ele suspirou.
— Ok.
— Sério?
198
— Humm!... — Ela ronronou. — Lembre-se de dizer isso para
mim novamente quando estivermos em seu quarto.
— Por quê?
— Mas...
— Sério?
199
engasgou.
Uma parte dele sabia que realmente não tinham tempo para
isso, que alguém poderia passar ali e pegá-los em flagrante. Inferno,
Aramus e Seth zuniam em sua mente com urgência, e ele projetou
mentalmente um par de: Fodam-se!
200
— Eu também o amo, bonitão. Agora pare de provocar e me
foda.
Toda minha.
201
Ou um ser humano.
Vivo e amando.
202
Capítulo Quinze
— Que se danem.
203
Quem sabe quando teremos um momento como este novamente?
Eu cumpri com meu dever por anos. Se eu quiser ser egoísta ter
alguns minutos com você, então terei.
Ela riu.
— Foi?
204
— Nós realmente...
— É difícil?
— Oh, sim.
— E urgente?
— Não.
205
uníssono.
— Foda-se!
Não.
206
polarizada.
207
Capítulo Dezesseis
208
— Alguns de nós sabem realizar multitarefas.
— Temos ordens.
209
por minha bunda a salvo. Dificilmente teremos outra chance como
essa, pode significar a sobrevivência de nosso povo.
— Isso sem mencionar que a minha vida não vai valer nada
se uma nave militar seguir sorrateiramente uma das nossas e
encontrar nosso mundo. Eu sei que Joe é nosso líder, mas ele está
agindo em nome da minha irmã. Acredite em mim, a importância
que estão me dando é lisonjeira, mas infundada, sou apenas outro
cyborg. As necessidades de todos devem vir antes da minha.
210
— Ahnn... Um elogio. Rápido, alguém deve registrar isso no
diário de bordo.
— Exatamente.
211
— Cara. Sou voluntário para fazer parte da equipe de
embarque — Seth levantou a mão e em poucos minutos, eles
decidiram quem iria e quem ficaria para trás. Apenas os mais
atentos foram escolhidos para ir: Seth, Nova, Astro, e Bolt
vasculhariam a nave militar abatida.
212
dito filme em trajes minúsculos? Ele certamente daria a ela
algumas sugestões assim que se encontrassem a sós mais tarde,
tão logo colocasse Bonnie em segurança.
213
Capítulo Dezessete
214
pendurados e corpos presos aos destroços. Apesar do fato de terem
tentado matá-la, ela ainda fez uma careta com a visão. A morte
sempre era terrível.
215
conhecimentos de plantas e esquemas usados em naves militares,
certamente notariam algo estranho.
216
grande força física de dois cyborgs trabalhando juntos, a porta se
dobrara entranhando nas paredes com o impacto. Já que teriam de
usar um maçarico para abrir caminho através do metal, Einstein
passou a dar mais atenção a Seth e Astro.
— Quarto do Capitão.
— Centro de comando.
217
— Se acalmem, rapazes.
— Qualquer que seja. Isso não diz respeito a ela. Eu digo que
resolvamos isso em uma queda de braço. — Aramus rosou.
— Mas que gracinha. Tenho uma ideia melhor. Por que não
resolvemos uma equação? — Einstein retrucou.
— Solução encontrada.
218
— Ei, não ria. Na última vez que eu e os rapazes achávamos
ter topado com um fantasma, encontramos F-814.
— Sério?
— Você não acha que eles tinham uma cyborg a bordo, não
é? — Einstein perguntou.
219
— Muito ocupado para mandar alguém limpar essa pocilga?
Que seja, cara. Onde devo começar a olhar? Mas aviso desde já, não
chegarei nem perto da gaveta de roupas íntimas sem luvas.
— E você?
Claro que não, mas ela tinha uma razão válida. Por outro
lado, depois ter visto como os militares agiam enquanto fora
prisioneira deles, não era surpresa de que os seus oficiais queriam
tirar o corpo fora no caso da merda atingir o ventilador. Ela
220
acompanhava Einstein na observação enquanto a câmera mostrava
o quarto. Roupas, botas, revistas com peitos nus, pratos sujos, e
porta-retratos, que Einstein ampliava as imagens procurando por
algo. Mostravam um homem uniformizado e emproado com um
casal de idosos. O mesmo homem agora com um monte de caras
uniformizados bebendo e brindando. Ele em uma praia.
Paraquedismo. Einstein mantinha a imagem panorâmica da sala
enquanto Seth resmungava sobre parafusos minúsculos e polegares
grandes. Bonnie quase desviou o olhar quando viu algo.
— Volte.
— Notou o peso de papel que parece ter sido feito por uma
criança de seis anos de idade.
221
— Nenhum dos quadros mostra uma esposa ou família. São
imagens de um único indivíduo, esse cara nunca foi pai. Aposto que
esse peso de papéis é um engodo.
— Talvez.
222
— Com certeza eles explodirão o maldito lugar, provavelmente
para que não encontrássemos nada que dissesse respeito à
máquina — Aramus rosnou, batendo com o punho no braço da
cadeira. — Bastardos. Não encontraremos nada de útil lá.
223
causar aquele tipo de estrago? E mais uma vez, por quê o faria?
224
pela explosão. Dê-me um segundo para dar uma olhada mais de
perto — As mãos enluvadas de Bolt surgiram à vista, puxando
fiações expostas e metal torcido. Ele resmungava quando conseguiu
soltar um grande painel do caminho. — Humm... Você pode ver
isso? É isso que você quer dizer com aparência estranha? — Bolt
levantou uma pequena caixa com uma luz verde piscando, Einstein
deixou escapar um suspiro sibilante.
225
— Impossível! Um cyborg jamais nos feriria — Nova bufou. —
Somos seus iguais.
226
espacial e matar a todos.
227
permaneciam atentos à tela enquanto os dedos voavam rápido no
teclado. — Até agora, não detectei quaisquer violações exteriores,
acessos desconhecidos a nossos sistemas, ou outras anomalias.
228
— Eu não tenho uma máquina apropriada para trabalhar
com isso, no entanto — Einstein respondeu com uma careta —, se
ligá-los ao programa central da nossa nave, eu poderia,
inadvertidamente, lançar um vírus malicioso ou programa de
monitoramento.
Einstein suspirou.
Ela sorriu.
229
Saiam logo daqui e descubram o que está havendo. Avisem-me
assim que encontrarem qualquer coisa.
230
Capítulo Dezoito
Ela bufou.
231
arrogante, bem, o tipo que pensa que nada de ruim vai acontecer a
ele.
232
gente nunca sabe o que pode vir a calhar em uma emergência, sem
mencionar que gosto dessas coisas.
Ela riu.
233
lembrando de sua vida passada, começou a trabalhar.
— O que acha?
234
notifique o Comando Central de que a emboscada falhou. Apesar do
novo dispositivo de camuflagem, que alguém me garantiu ser
infalível, os cyborgs nos detectaram e destruíram nossas naves. Na
verdade, destruíram por completo duas e avariaram seriamente a
nossa. Tanto que ordenei que a tripulação abandonasse a nave.
O capitão suspirou.
235
para enviar esta mensagem. Vou para uma das cápsulas de
emergência assim que enviar esta mensagem. Apenas no caso de
não conseguirmos destruir a embarcação, estamos limpando
manualmente os discos rígidos. Eu não sei quem teve a ideia
brilhante de enfrentar esses bastardos, mas quem quer que seja,
saiba que você é um idiota. Leve-me para o Tribunal marcial se
quiser, mas é a verdade. Eu não me importo com a merda desta
tecnologia que tínhamos a bordo, esses bastardos são inteligentes e
mortais. Espero sinceramente que alguém nos pegue no ponto de
encontro. Se não, estamos todos mortos.
— Sim.
236
— Você quer dizer que alguém o matou.
237
prestando atenção na mensagem? O Capitão falou como se alguém
tivesse confirmado minha presença aqui e que fui reativada. Isso
significa que alguém desta nave está trabalhando para o exército!
238
chances não eram boas.
— Eu preciso fazê-lo.
— Eu não pude.
— Isso não é de sua conta. Basta dizer que, ele me fez ver as
coisas de outra forma.
— Estava.
239
— O quanto você revelou a eles? O quanto você nos
comprometeu?
— Você deveria nos ter dito sobre seu irmão. Poderíamos tê-lo
salvado.
240
— E arriscar a sua fêmea preciosa? — O cyborg ameaçador
zombou. Um riso amargo escapou de Astro. — Assim como você,
todos a bordo estavam dispostos a fazer qualquer coisa para mantê-
la segura, assim coube a mim salvar o meu irmão. Veja, se eu não
fizer o que eles ordenarem, eles vão detonar a bomba que tem
dentro dele. Eu não posso deixar que isso aconteça.
241
lutando, seus corpos entrelaçados com muita força para desferir
qualquer golpe de consequência. A arma foi para o chão enquanto
Einstein o agarrava a mão, segurando-a e batendo no piso algumas
vezes.
242
Os olhos robóticos percorreram seu corpo, observando o
pequeno ferimento no braço em vez do gigantesco buraco que ele
imaginara.
— Eu não me feri.
243
— Ele era um traidor.
244
resolva.
Seth riu.
245
vital.
— Oh, é sim.
246
Einstein era mais do que um robô. Ele tinha necessidades.
Necessidades que precisava atender. Agora.
Ela riu.
247
nanobots o curam rapidamente. Além disso, seria preciso mais do
que uma bala para matar o nosso amor — Einstein gemeu. — Muito
mais — Ela brincou.
— Promete?
248
— Ah, gostosão — Ela suspirou seu apelido. — Para um
cyborg que afirmou certa vez que não tinha emoções, você sabe
agradar uma mulher. Agora fale menos e me foda mais. A Princesa
quer gozar.
4
O córtex cerebral corresponde à camada mais externa do cérebro dos vertebrados, sendo rico em neurônios e o local do
processamento neuronal mais sofisticado e distinto. O córtex humano tem 2-4mm de espessura, com uma área de 0,22m² (se
fosse disposto num plano) e desempenha um papel central em funções complexas do cérebro como na memória, atenção,
consciência, linguagem, percepção e pensamento.
249
negócios. Uma mensagem de emergência foi enviada ao Planeta
Cyborg detalhando os acontecimentos. Joe e os outros precisavam
tomar conhecimento sobre a possibilidade dos humanos terem
descoberto sua localização e que tomassem medidas adicionais para
manter todos salvos. Einstein, no entanto, não parecia preocupado,
sua fé na programação inserida por ele nas unidades permanecia
inabalável apesar do fato dos militares conseguirem chegar tão
perto de um de seus amigos.
250
Porque sou mais do que uma máquina. Mais do que uma
ferramenta para os militares. Sou Bonnie. Princesa Cyborg
cheia de falhas, uma humana melhorada, e a querida amante
do macho mais maravilhoso do universo.
251
Epílogo
— Inveja?
— Bem, acho que estou. Nem todos têm a sua sorte de ter
uma fêmea para chamar de sua. E estou já cansado de brincar com
meus 10 amiguinhos aqui — Seth balançou os dedos das mãos e
Einstein riu.
252
muito triste, chupa!
— Realmente?
253
— Não bobinho. Eu te amo, Einstein.
254
Escutou um grito sonoro de: Bonnie! Arrancou sua namorada
do seu lado enquanto ela corria para se encontrar com a figura
vistosa de Chloe, que não pode esperar mais um momento para se
reunirem.
255
na ciência e na lógica, as únicas coisas que até então realmente o
importavam, mas ele voltou para casa sabendo que algumas coisas
simplesmente não tinham uma explicação. O amor aconteceu. Os
contos de fadas poderiam existir, até mesmo para cyborgs.
Qualquer um poderia ter seu “felizes para sempre”.
*******
Onde está um maldito bar quando você precisa de um?
256
Girando, Seth levantou as mãos diante da arma apontada
agora para sua testa. Ele ficou cara a cara com a fêmea que
assombrava seus sonhos. Sua ex-companheira. A única fêmea que
ele já amou. E a única que sempre o desprezou. A humana que ele
já chamou de esposa.
Fim
257
258
Sobre a Autora
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