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24/02/2024, 10:19 Gregg Araki e sua trilogia sobre o "Apocalipse adolescente"

Gregg Araki e sua trilogia sobre o "Apocalipse adolescente"

Publicado em 15 de abril de 201430 de novembro de 2016 por Ali Prando

Sexo, drogas, drama adolescente, suicídio e violência gratuita podem definir todo o cenário
underground dos anos 90 aos olhos de Gregg Araki em sua trilogia sobre o “Apocalipse
adolescente”. Nela você pode acompanhar a vida de três grupos de adolescentes que não pensam no
amanhã e vivem intensamente o hoje. Nada muito diferente da nossa geração.

Os filmes não tem ligação entre os personagens, mas o que liga a trilogia é a forma que cada um dos
personagens enfrentam os golpes que a vida lhes dá. Você pode assisti-los em qualquer ordem.

Totally Fucked Up (1993)

“Só quero ser feliz por um instante. Poder olhar ao meu redor e não ver apenas a merda e dizer “Eai!? que dia
bonito”. Eu quero gozar a vida enquanto sou novo e ainda posso, afinal, não é isso o que importa?”

(https://discopunisher.files.wordpress.com/2014/04/bc0a4-totally-fucked-up-007.png)
O primeiro filme da trilogia é o mais sensato e é filmado no melhor estilo semidocumentário. Ele é
dividido em quinze partes e fala um pouco da vida de seis jovens adultos em um mundo GLBT e toda
a linha underground noventista é mostrada ao longo do filme. Pode-se dizer que é a versão gay de
Kids (1995) do diretor Larry Clark.

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24/02/2024, 10:19 Gregg Araki e sua trilogia sobre o "Apocalipse adolescente"

O diretor não segue estereótipos ao mostrar diversos tipos de homossexuais e as dificuldades que eles
enfrentam no dia a dia. Mesmo tendo 21 anos de lançamento, você começa a acreditar que a “geração
X” não mudou praticamente nada desde aquela época.

Este é o filme mais dramático e calmo da trilogia.

The Doom Generation (1995)

“As vezes eu acho que essa cidade suga minha alma.”

(https://discopunisher.files.wordpress.com/2014/04/22a47-thedoomgeneration1995_01.jpg)

A segunda parte do apocalipse te leva para o estranho mundo de Amy Blue (Rose McGowan) que
após tentar perder a virgindade com seu namorado Jordam White (James Durval), acaba encontrando
Xavier Red (Johnathon Schaech) e assim se inicia uma viagem que envolve temas como triângulo
amoroso, sangue, blasfêmia, bissexualidade e vício em cigarros.

Todo o humor negro do filme está centrado em Amy Blue e a sua incrível capacidade de falar a
palavra “fuck” durante todo o filme. Este foi o primeiro grande papel de Rose McGowan que já
atuou em filmes como Pânico (1996), A Frieza de Uma Assassina (1998) e Planeta Terror (2007).

Em alguns momentos você acha que está vendo Cine Band Privé, mas logo se depara com cenas
bizarras acontecendo em sequência. Não se assuste ao ver cabeças degoladas que falam, lunáticos
com máscaras pavorosas ou cenas obscenas e estranhas ao mesmo tempo. Tudo com aquele gostinho
de ”quero mais” em diálogos não terminados entre Jordan White e Xavier Red .

Não posso deixar de citar o bizarro o uso do número 666 que aparece em quase todas as cenas.

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Nowhere (1997)

“Eu sinto que estou me afundando em uma areia movediça vendo todos morrendo de uma morte lenta e e
agoniante. Como se todos nós soubéssemos que nossa geração seria o fim de tudo.”

(https://discopunisher.files.wordpress.com/2014/04/4c835-nowhere11.png)

Despretensioso, não recomendado para religiosos, conservadores dos bons costumes e para quem
tem fobia do lagartos, Nowhere é uma explosão na tela de tudo que foi o anos 90 e misturado com os
personagens de Barrados no Baile sob os efeitos do LSD.
James Durval agora interpreta Dark, um tristonho e confuso personagem que tem dúvidas de sua
sexualidade e está em uma crise de relacionamento aberto com Mel (Rachel True), que tem uma
queda pela personagem Luficer (Kathleen Robertson).
Nessa última fase do apocalipse você encontrará inseguranças, abduções por um lagarto vindo do
espaço, estrupo, adolescentes com transtornos alimentares, relacionamentos dramáticos e viagens
alucinógenas.

Todos os personagens tem um final drástico e assim como em The Doom Generation, você não
consegue prever o que acontece com cada um deles.

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(https://discopunisher.files.wordpress.com/2014/04/2c4a4-dscn2500.jpg)

A trilogia do “Apocalipse adolescente” mostra a fragilidade de uma geração que não está preocupada
com o amanhã e tem dentro de si um buraco de interrogações em um mundo que não lhes oferece
respostas.

A conclusão que se chega é que todos estão fodidos em uma geração maldita que acabará em lugar
nenhum.

Se você ainda não conhece o trabalho do cara, recomendo filmes como Mistérios da Carne (2004), este
que mostra Joseph Gordon-Levitt (500 Dias Com Ela) preso em um estranho mundo de pedofilia e
abdução extraterrestre, ou Louca de dar Nó (2007) onde Anna Faris (Todo Mundo em Pânico) faz viagens
em bolinhos mágicos.

Por: Erick Bertoncini (https://www.facebook.com/erick.bertoncini?ref=tn_tnmn)


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