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Integridade – sendo bom de dentro pra fora

Não usar a língua para difamar

(Jr 9:1-9)

No encontro da semana passada nós vimos que uma pessoa íntegra “de
coração, fala a verdade” Sl 15:2, “fala o que é reto” Is 33:15 .

Vimos que no nosso falar, as palavras ditas por nós têm poder.

Devemos ser prudentes ao falarmos alguma coisa, principalmente a respeito


de alguém.

Vimos em Pv 11:18 que: “As palavras precipitadas são como pontas de


espada, mas as palavras dos sábios são remédio ou trazem a cura”.

Quantas vezes pessoas são feridas por inverdades proferidas contra elas, até
por pessoas próximas, que se precipitam em se manifestar a respeito de um
assunto ou fato do qual ela ainda não conhece todas a circunstâncias em que
tudo aconteceu! Isso é mais comum do que imaginamos.

Hoje vamos ver acerca de outra característica de integridade de uma pessoa,


que é a de não usar a língua para difamar.

No texto base de hoje, Jr 9:1-9, nós podemos ver que Jeremias tratando desse
assunto.

No livro de Jeremias, durante o reinado do rei Josias, Deus chamou Jeremias,


explicou a ele que ele havia sido preordenado a ser profeta para as nações do
mundo e pregar arrependimento ao reino de Judá, ao sul. O povo havia
rejeitado o Senhor e estava adorando a outros deuses. Jeremias profetizou
que o povo de Judá sofreria nas mãos de uma nação hostil como punição por
seus pecados.
No capítulo 9 de Jeremias, o Senhor mostra como Jerusalém está dominada
pela mentira e falsidade. O Senhor enfatiza o quanto isso o desagradava e
que isso não pode ficar sem julgamento.

No versículo 3, declara o Senhor: “Curvam a língua, como se fosse o seu


arco, para disparar mentiras. Fortalecem-se na terra, mas não para a
verdade, porque avançam de maldade em maldade e não me conhecem”

Significa que, a língua deles é como um arco pronto para atirar. É a falsidade,
não a verdade, que prevalece na terra. Eles vão de um crime a outro; eles
deixam de reconhecer ao Senhor.

Havia um clima de desconfiança entre o povo, Jeremias nos versículos 4-6


diz assim: “que cada um de vocês se proteja do seu amigo e não confie em
nenhum irmão. Porque todo irmão é enganador, e todo amigo não faz mais
do que espalhar calúnias. Cada um zomba do seu próximo, e não falam a
verdade. Ensinam a sua língua a proferir mentiras; cansam-se de tanto
praticar a iniquidade. Vivem no meio da falsidade; pela falsidade se
recusam a me conhecer, diz o Senhor ”.

Diante disso, Deus decide tratar e a castigar com seu povo, tamanha era a
disseminação da mentira no meio dele.

Aqui nós podemos ver o poder de destruição da palavra mal colocada e desse
instrumento que é a língua, comparada a “um arco para disparar mentiras”.
O mau uso desse instrumento causa um ambiente de desestruturação, de
desunião e de desconfiança entre os irmãos.

Infelizmente, ainda nos dias de hoje, vemos, tanto dentro da igreja quanto
fora dela, mas principalmente fora, onde Deus não é reconhecido, os efeitos
da língua, da palavra dita fora de hora, de maneira errada ou até como cilada
do inimigo jogando irmão contra irmão, pastores contra pastores, políticos
contra políticos, autoridades contra autoridades, das mais diversas esferas
públicas.

Vemos bastante, a língua ser usada para a difamação. Quando uma pessoa é
difamada, a sua honra e reputação é que estão sendo atacadas. Porém, além
dessa não ser uma prática aprovada por Deus, ainda existe o grande risco de
que essa difamação esteja baseada em uma informação falsa.

O nosso texto de apoio, aqui na bíblia, nos orienta que, em situações assim,
podemos fazer o seguinte teste:

Falaríamos a mesma coisa, da mesma forma se a pessoa em questão estivesse


presente?

Pv 10:11 diz “A boca do justo é manancial de vida, mas na boca dos ímpios
mora a violência”.

(Lembrando que hoje, com o advento da internet e das redes sociais, foi
criado um ambiente “favorável” à disseminação dessa prática. Justamente,
por não se fazer tal difamação face a face, há uma falsa impressão de
liberdade e impunidade, de que aquilo não vai ter uma consequência imediata
pra quem difama).

Agora, se você está frente a frente com a outra pessoa e o conteúdo da


conversa for negativo, porque você não fala diretamente com essa pessoa?
Muitas vezes, realmente há situações difíceis de serem tratadas. Mas para
essas ocasiões a palavra de Deus, não nos deixa sem saber o que fazer, pelo
contrário, ela nos dá a orientação correta de como lidar de uma maneira
equilibrada, ética e justa.

Mt 18:15-17, nos orienta que, “Se teu irmão pecar contra ti, vai e, em
particular com ele, conversem sobre a falta que cometeu. Se ele te der
ouvidos, ganhaste a teu irmão. Porém, se ele não te der atenção, leva
contigo mais uma ou duas pessoas, para que pelo depoimento de duas ou
três testemunhas, qualquer acusação seja confirmada. Contudo, se ele se
recusar a considerá-los, dizei-o à igreja; então, se ele se negar também a
ouvir a igreja, trata-o como pagão ou publicano”.

Quando temos problema com alguém, devemos ir diretamente à pessoa e não


falar dela para outros. Se ela não nos ouvir, devemos levar um mediador
conosco para nos ajudar a resolver o impasse.

A prática de falar mal de uma pessoa na sua ausência é uma maledicência


injusta e destruidora. Ao invés de destruir, devemos proteger e edificar uns
aos outros. Temos exemplos disso na palavra de Deus.

Gn 9:22 “Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, foi contar isso aos seus
dois irmãos, que estavam do lado de fora”.

Rm 14:19 “Assim, pois, sigamos as coisas que contribuem para a paz e


também as que são para a edificação mútua”.

Proteger alguém é ser seu “guardião”. Um guardião cuida de outra pessoa ou


coisa, sabendo que prestará contas daquilo que estava sob sua
responsabilidade. Somos responsáveis por nossos irmãos. Somos uma
família, um só corpo em Cristo. Se nossos irmãos estão mal, nós também
estamos mal e devemos fazer o possível para reparar o problema. Esse é o
papel de um verdadeiro discípulo de Cristo.

Tanto a difamação quanto o seu oposto, a afirmação, fluem de nossos


corações. Quando difamamos, temos que nos perguntar o que está ruim em
nós.
Lá em 1Pe 2:1, ele nos dá 5 possíveis causas destrutivas da difamação, que
são: a maldade, o engano (cegueira espiritual), a hipocrisia (ser falso,
dissimulado, fingido), a inveja e a maledicência (que o próprio significado
da difamação; quem tem o hábito de dizer mal dos outros) . Todas essas são
raízes da difamação, que ao invés de serem cortadas e combatidas (vigiadas
por nós), podem ser alastrar e, como em uma casa, mesmo que bem
construída, abalar nossos alicerces morais e éticos.

Nossa principal arma, nessa hora, é expressarmos a sabedoria do alto, Tg


3:13-17 nos ensina: “Quem entre vocês é sábio e inteligente? Mostre as
suas obras em mansidão de sabedoria, mediante a sua boa conduta. Se,
pelo contrário, vocês têm em seu coração inveja amargurada e sentimento
de rivalidade, não se gloriem disso, nem mintam contra a verdade. Esta
não é a sabedoria que desce lá do alto; pelo contrário, é terrena, animal e
demoníaca. Pois, onde há inveja e rivalidade, aí há confusão e toda espécie
de coisas ruins. Mas a sabedoria lá do alto é, primeiramente, pura; depois,
pacífica, gentil, amigável, cheia de misericórdia e de bons frutos,
imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça,
para os que promovem a paz”.

Poderíamos até parar por aqui, mas ainda cabem mais dois conselhos:

Quando não conseguimos falar bem de alguém, não devemos perder a


oportunidade de ficarmos calados;

Antes, o mais rápido possível, devemos procurar essa pessoa para resolver
nossa questão com ela ou algum problema dela, para podermos falar bem
dela na próxima oportunidade.

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