O documento relata a experiência do primeiro curso de teatro na cidade de Tefé-AM em 2015, chamado Projeto Talentos de Tefé. O curso reuniu 23 atores e resultou na peça "Deu a Louca na Selva", que explorou como o teatro pode ajudar a superar a timidez e descobrir novas identidades. Os depoimentos mostram como o projeto transformou vidas dos participantes.
Descrição original:
Apresentação sobre o recorte de minha pesquisa de TCC.
O documento relata a experiência do primeiro curso de teatro na cidade de Tefé-AM em 2015, chamado Projeto Talentos de Tefé. O curso reuniu 23 atores e resultou na peça "Deu a Louca na Selva", que explorou como o teatro pode ajudar a superar a timidez e descobrir novas identidades. Os depoimentos mostram como o projeto transformou vidas dos participantes.
O documento relata a experiência do primeiro curso de teatro na cidade de Tefé-AM em 2015, chamado Projeto Talentos de Tefé. O curso reuniu 23 atores e resultou na peça "Deu a Louca na Selva", que explorou como o teatro pode ajudar a superar a timidez e descobrir novas identidades. Os depoimentos mostram como o projeto transformou vidas dos participantes.
PROF. ME. ADILMA PORTELA DA FONSECA TORRES Introdução Desde o início do ano de 2021, foi pensado todo um plano para compilar na pesquisa, um arcabouço de vivências, relatos pessoais de participação e materiais como fotografias e entrevistas realizadas com alguns dos participantes do projeto Talentos de Tefé no ano de 2015. Tal projeto completará oito anos no mês de dezembro e, apesar de ser pouco comentado na cidade, só aumentou a inquietação e a necessidade de sua publicação, já que ganhou muita repercussão em sua época. Objetivos • Geral: ✓ Relatar experiências com as artes teatrais no decorrer dos anos desde o primeiro contato no ano de 2015 com o Projeto talentos de Tefé; • Específicos: ✓ Investigar grupos de teatros existentes na cidade de Tefé-AM, coletar informações e experiências dos participantes do primeiro projeto de teatro na cidade de Tefé-AM; ✓ Analisar as experiências de vida dos participantes durante a execução dos projetos e a transformação pessoal de cada um (a); Fundamentação teórica O Teatro do Oprimido jamais foi um teatro equidistante que se recuse a tomar partido – é teatro de luta! É o teatro DOS oprimidos, SOBRE os oprimidos e PELOS oprimidos, sejam eles operários, camponeses, desempregados, mulheres, negros, jovens ou velhos, portadores de deficiências físicas ou mentais, enfim, todos aqueles que se impõem o silêncio e de quem se retira o direito à existência plena (BOAL, 2008, p. 30). Fundamentação teórica A linguagem teatral é a linguagem humana por excelência, e a mais presencial. Sobre o palco, atores fazem exatamente aquilo que fazemos na vida cotidiana, a toda hora e em todo lugar. Os atores falam, andam, exprimem ideias e revelam paixões, exatamente como todos nós em nossas vidas no corriqueiro dia a dia. A única diferença entre nós e eles consiste em que os atores são conscientes de estarem usando essa linguagem, tornando-se com isso, mais aptos a utilizá-la. Os não atores, ao contrário, ignoram estar fazendo teatro, falando teatro, isto é, usando a linguagem teatral, [...] (BOAL, 2015, p. 13). Projeto Talentos de Tefé (2015) • Iniciou com o idealizador Hudson Ferreira; • Convite para atuar como roteirista da peça principal Deu a Louca na Selva; • Muitas inscrições, local pequeno; • Jogos teatrais: corpo, sentimentos e emoções; • Seleção necessária: 23 atores restantes; • Breve cenas (aberto ao público); • Ensaios gerais; • Apresentação ao público; • Gravação da peça; Personagens da peça Deu a Louca na Selva Ator/atriz Personagem Posição Bia Falcão Johnson Hansell Protagonista Duda Araújo Chapolim Colorido Parceiro de Johnson Val Neves Curupira Personagem principal II Kelvin Macaco Apresentando Ingride Rodrigues Pajé Tibira Chefe da tribo Gabrielzinho Índia Jurema Filha do pajé Tibira Gabriel Pereira Índia Caboré Filha do pajé Tibira Luiz Melo Dr. Rasteirinha Vilão da história Nicki Góes Prefeito Fernandinho Vilão da história Eliane Yara Sereia Iara Salvadora Nátty Pitbull Grande Cobra Grande Traficante (Surucucuzão) Personagens da peça Deu a Louca na Selva Ator/atriz Personagem Posição Angel Retrosbalda Mulher do Rasteirinha Lilli Oliveira Amanda Clark Esposa do Johnson Hansell
Dinho Neves Índio Guarany Protetor da floresta (capanga
do Pajé Tibira) Chay Costa Maria Antonieta Esposa de Chapolim Colorido
Cacau Nogueira Índia Cacau Tribo do Pajé Tibira
Glenda Watuse Índia Branca Tribo do Pajé Tibira Divino Índio Naburro Tribo do Pajé Tibira Kyssia Oliveira Índia Jaci Tribo do Pajé Tibira Wilk Vieira Capanga Brutus Serrador ilegal Breno Gomes Rasteirinha Júnior Filho da Retrosbalda Jandinho Mourão Tanaka Filho da Retrosbalda Mabby Soares Mariazinha Jaburu Filha da Retrosbalda Metodologia • Pesquisa bibliográfica (LAKATOS; MARCONI, 2013);
• Abordagem qualitativa (STRAUSS; CORBIN, 2008);
• Pesquisa de campo (SEVERINO, 2013);
• Pesquisa documental (LAKATOS; MARCONI, 2013);
• Técnica de entrevistas (SEVERINO, 2013);
• Transcrição de entrevistas (ALBERTI, 2004);
• Jogos Teatrais (BOAL, 2015);
Metodologia O elemento mais importante do teatro é o corpo humano; é impossível fazer teatro sem o corpo humano. [...]. Nada deve ser feito com violência ou dor em um exercício ou jogo, mas, ao contrário, devemos sempre sentir prazer e aumentar a nossa capacidade de compreender. Os exercícios e jogos não devem feitos dentro do espírito de competição – devemos tentar ser sempre melhores do que nós mesmos e nunca melhores do que os outros (BOAL, 2015, p. 14). Resultado e discussão
• Cada integrante dos quatro projetos tiveram suas vidas
modificadas;
• Usaram as artes cênicas para vencer o medo e a
timidez;
• Descobriram uma nova identidade;
Resultado e discussão “[...] foi uma experiência de berço de criança, eu me senti uma criança e de lá fui aprendendo a me adaptar com o teatro, a perder a vergonha, a dar o passo primeiro à frente, e isso foi experiência boa...” Valdeney Neves
“[...] tipo é uma coisa muito mágica fazer trinta anos, e de
vez em quando eu fico lembrando de tudo o que eu fiz pra chegar o que eu sou hoje, eu me considero mais uma pessoa tão tímida, até porque, há pouco tempo, né, passei a ser professora, né, no ensino médio, sou professora, e isso me ajudou muito.” Eliane Góis Silva Resultado e discussão “[...] eu me sinto grato por ter participado, porque eu conheci pessoas legais, pessoas importantes, pessoas que me ajudaram a enriquecer intelectualmente, pessoalmente, de todas as formas e tá com vocês, tá com aquelas pessoas é gratificante, posso dizer que eu me sinto grato...” Gabriel Pereira
“[...] o teatro me ajudou principalmente, porque eu tinha
dificuldade de falar cara a cara, falar olhando pras pessoas, falar aqui e deu resultado aqui, e eu já apresentei em eventos, um dia eu tava ali no palco, tinha uma galera lá assistindo e... e eu consigo... eu consigo... até o teatro me possibilitou, até me ajudou eu... virar meio que uma camaleoa em certas coisas.” Ingride Rodrigues Resultado e discussão “Atuar te ensina não só criar uma personalidade, um jeito que se encaixe no personagem, mas você aprende a olhar a personalidade das pessoas ao seu redor, a lidar com situações inusitadas, que por você saber e analisar, você pode dizer: ‘a atitude dessa pessoa não é a dela’”. Duda Araújo
“[...] me sinto uma mulher completamente diferente assim, não
perdi minha essência mas também aprendi muita coisa, né, eu estou ainda em processo de aprendizado... eu como pessoa, né, senti que evoluí muito... e esse processo ainda tá acontecendo, e muito... com certeza esse projeto fez parte desse processo assim de mudança em mim, e sempre lembro com muita saudade, [...]”. Náthali Veida Considerações Em suma, o resultado final desta pesquisa é uma “deixa” para os atores e atrizes que estão espalhados por nosso país, em cada cidade, bairro, rua ou comunidade, aqueles que usam o Teatro Popular como instrumento de luta para juntar-se a nós, mostrar seus dons e desejos em cena, veiculando uma mensagem de amor, esperança e uma visão política em defesa dos nossos direitos como cidadãos, sem se preocupar com rótulos, preconceitos e opiniões não construtivas, mas mostrando que a nossa arte não é somente entretenimento, mas é luta e conquista. Referências ALBERTI, Verena. Manual de história oral. 2. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.
BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas
políticas. 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. _____________. Jogos para atores e não-atores. São Paulo, Cosac Naify, 2015.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas
de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados.7. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Referências SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico [livro eletrônico]. 1. ed. – São Paulo: Cortez, 2013.
SOUZA, Rondinelly Pereira de (Direção). Deu a louca na selva.
Produção: Hudson Ferreira dos Santos. Roteiro: Daniel Siqueira Ribeiro. Intérpretes: Anna Beatriz Falcão, Maria Eduarda, Ingrid Costa Rodrigues e outros. Projeto Talentos de Tefé; Tefé (AM), 2015, 1 DVD.
Ser bom não é ser bonzinho: Como a comunicação não violenta e a arte do palhaço podem te ajudar a identificar e expressar as suas necessidades de maneira clara e autêntica – e evitar julgamentos, como o deste título