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Tomei a liberdade de adicionar nas páginas que se seguem as minhas Reflexões sobre a
preparação vocal do ator, que fundamentam meu trabalho e ainda, 2 propostas de Oficinas
que contemplam conteúdos pedagógicos.
o Etapa 3
Ativar o sensorial, as sensações relacionadas com o texto
Ferramentas: situações associativas e/ou ativação do sensorial
(corpo/voz no despertar dos sentidos)
Criamos situações que vão refletir a dinâmica emocional da cena e
despertar no ator as sensações relacionadas com o texto. O ator
precisaria movimentar-se dentro desta atmosfera e quando o texto
chega são só as falas que chegam, o restante já está lá
Se vamos direto ao texto, fica tudo muito construído e esvaziado,
mecânico e não vivido, as ações internas ficam deslocadas, não são
colocadas no corpo/voz
Vivência: as improvisações conduzem ao texto
o Etapa 4
O texto vem sozinho na improvisação e muitas vezes é o mesmo
texto escrito pelo autor. Quando chega, já existe ali aquela pessoa
vivendo aquelas circunstâncias
No Teatro, o que se faz ali é o que a gente não faz na vida real pois
existe uma licença poética para isso e é preciso aprender a se permitir
viver assim. Mas não é para ser uma cópia da vida. Na vida a gente
tem muita dificuldade de dizer “eu te amo” mas no teatro podemos
dizer isto com mais facilidade
Vivência: ensaios com o Texto e montagem/encenação
Referências
o Que referências ele tem daquele universo que o texto está abordando? Do
feminino, masculino, vida na favela, campo de concentração, ditadura
o O leque de possibilidades de cada um destes universos: poder, sedução...
Como são as diferentes formas de exercer o poder? E a sedução?
Situações associativas
o É trabalhada quando o ator nunca teve o menor contato com a realidade da
história que vai viver
o Vamos encontrar juntos um fato que tenha sido significativo e é esta
sensação que ele vai buscar quando necessário e não o fato em si
o Explo: alegria: não é preciso buscar um fato na minha vida que tenha me
deixado feliz, mas eu preciso ativar a sensação de estar alegre, a sensação
física que esta alegria me traz
Ativar o sensorial para despertar sensações
o Cada um tem o seu modo de ativar sensações
o Podemos chegar por meio do corpo mas para isso é preciso imaginação
o Primeiro, despertar o sensorial. A cena vem depois
Atmosfera da cena dada pelas sensações
o Não ativar a emoção que é algo muito instável, inseguro; é selvagem,
perigosa, escraviza e pode desencadear um estado indomável que não nos
interessa
o Você não domina a emoção mas a sensação sim
Generosidade
o É preciso ser generoso para aceitar e entender que o ator não precisa viver
toda aquela emoção sozinho. Ele pode deixar que outro viva por ele, o
espectador
o Tem ator que não deixa a gente ver a cena
o Entram em cena com “compromissos”
o Deixar o outro te levar, se entrega para a cena
Memória emotiva
o É do espectador; é ele quem tem lembrar aquela situação de perda, ligar a
morte à alguma lembrança e então, se emocionar; o ator vive a sensação
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Ação
o Prazer de buscar e estar revelando
o Se perder o antes e o depois, entra em cena sem gancho
o É contínua, uma seqüência que existe em função de um foco central
Estética das sensações
o A estética vem das sensações e é conseqüência da cena
o Pode existir em função do movimento humano que não pode superar a
sensação, pois vem dela
o Quando o ator imprime no texto uma questão que é sua e que não está bem
resolvida como, por exemplo, a perda... não lidou com a perda e aí trabalha
com ela no texto e mistura tudo, perde o foco, perde a estética. A dor, para
ser uma dor estética tem que ser uma dor do passado, trabalhada, elaborada e
não algo recente que está sendo vivenciado pois senão desloca para a “cura”.
Quer resolver seus problemas usando o texto, e não serve. É a dor dele e não
a dor que tem que ser vivida naquela situação. Acaba trazendo o texto para
si e não vai até o texto
Leitura atmosférica do texto
o Temos que “ler” a atmosfera da cena que está sendo vivenciada. Cada cena
tem a sua atmosfera, não é uma atmosfera única
Quando tiramos o texto do papel
o Qual foi a dificuldade? O universo, a referência? Que caminho você fez?
o Explo: Revelar a vida, o universo de uma mulher em dor... : O ator tem que
olhar para esse universo; não pode estar deslocado da força feminina:
mulher, bicho, fêmea, deusa. Se faltar o conceito, ficou desumano nas idéias
o Cuidado com preconceitos: homossexualismo, favela, gente rica
o A história da nossa vida às vezes é o bastante enquanto referência de
diferentes universos
o O ator vive, o autor critica o “social”.
o Fez sua interpretação e não deu conta pois não se viu dentro dele e...
idealizou
o Em vez de buscar e trazer, imaginou e criou esteriótipos
o Não soube escolher, enxugar... perdeu-se entre as muitas informações que op
texto trouxe
o Não ouviu o texto e se defendeu dele o tempo todo
Tudo construído, não existe a verdade em ação.
o “rolou” o esforço em mostrar a cena mas não rolou a cena... e a vimos em
função de determinados signos... mas não pudemos ver a relação entre os
personagens, a situação em cena
o Figurino, maquiagem, cenário, adereços já contam, o ator não precisa contar
mais
Tempo
o É o tempo real do sensorial que dita o tempo da cena, a transição entre um
momento e outro
o Cada um tem seu tempo. O tempo ritmo interior determina o tempo-ritmo da
cena (?)
o Ao terminar a cena, tem que ter o tempo de sustentar aquela atmosfera,
sustentar o silêncio
o O tempo também é marcado pelos momentos fortes e fracos da cena, o que
dá tonicidade, ritmo
Tempo na fala
o Esperar a deixa de texto e não a deixa da situação
o Cortar a fala do outro, não respeitar turnos
o Dificuldade em dar pausas e silêncios
o gaguejar ou engavetar frases (distribuição de unidades de fala no tempo),
velocidade rápida com prejuízo da articulação
Foco
o Não tem um foco único, vê muitas coisas ao mesmo tempo, vê todo aquele
universo e não participa
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o Às vezes não encontra nada dentro e se perde. Pega o que estiver na mão e
joga
o Às vezes o ator apresenta conflitos no espaço “foco”. E vai no conflito e não
no foco
Foco externo(?).
o Direcionalidade: de onde fala? De cima? Postura arrogante, fala alto. De
baixo? Fala fraco, sem projeção
ETAPA 1
o Princípios e objetivos do trabalho técnico com a voz
o Saúde vocal
o Noções sobre produção da voz
o A escuta: treinamento auditivo
o A voz do ator e a voz cênicas: conhecer e saber identificar cada um dos
recursos vocais usados e que podem ser potencializados tendo em vista o
trabalho cênico
o Principais dificuldades técnicas no uso da voz cênica
ETAPA 2
o Integração corpo e voz no movimento e no espaço
o Aquecimento e desaquecimento vocal
o Respiração: apoio em intensidade forte
o Pausas, pausa respiratórias e uso do ar de reserva
o Tom de voz e modulação destes tons
o Tonicidade da palavra: a palavra que tem valor
o Intensidade da voz e variações de intensidade
o Velocidade e tempo-ritmo
o Ressonância
o Articulação de vogais e consoantes
Estratégias