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Diz o Midrash: três coisas podem anular os decretos de Elohim, a oração, a caridade e o
arrependimento. (Taan II, 65 b)
Já o Talmude afirma: E Elohim visitou Sara Gn 21:1): para te ensinar que todo quele
que tem misericórdia para seu próximo, se ele mesmo precisa de algo, será respondido
por primeiro, como foi dito: “Abraão rezou...” (Gn 20:17), e imediatamente “Elohim
lembrou-se de Sara...” BQ 92 a
O Tanah (Antigo testamento), tem uma dúzia de forma para expressar “oração” e “orar”,
mas sem dúvida duas palavras são as mais comuns são Tefilah e Palal.
Palal (DITAT 1776) foi identificado com uma palavra árabe que significa “serrilhar a
lâmina de uma espada”: isso nos lembra quando Jacó, ao abençoar José, disse: E eu
tenho dado a ti um pedaço da terra a mais do que a teus irmãos, que tomei com a
minha espada e com o meu arco, da mão dos amorreus. Ge 48:22 (oração e estudo da
Torah). Também vem de uma raiz que significa cair, prostrar-se... uma outra
significação é rquebrantar-se, estar contrito: Os sacrifícios para Deus são o espírito
quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus Sl 51:17
Uma outra é romper, resolver uma questão, buscar consideração. Também significa
educar-se.
Tefilah vem da raiz verbal que significa julgar, observar. Na sua forma reflexiva
significa julgar a si mesmo, trata-se de colacar-se diante de Elohim e de sua Palavra
para que a pessoa possa descobrir sua própria identidade. Momento de conscientização
de sua responsabilidade através de auto análise num processo de crescimento de sua
liberdade. É mais utilizada no livro de Salmos, onde encontramos cinco salmos são que
especificamente denominados "orações" em seus respectivos cabeçalhos (Sl 17; 86; 90;
102; 142). Também significa súplica, mendicância.
Uma outra palavra para orar é Cãtar, que significa súplica, e seu cognato árabe revela
um outro significado que é matar para sacrifício. Também significa apaziguar, humilhar-
se.
Na tradição hebraica há um conceito de despertar embaixo e despertar em cima, que traz
o Zohar
Nossas orações são dirigidas ao Elohim que tudo pode; mas então, por que muitas vezes
não somos atendidos?
Podemos responder a essa pergunta fazendo uma analogia: como ter um filho, que pede
para ficar acordado até tarde, em período de prova na escola - certamente a criança não
será atendida pelos pais, para o seu próprio bem, e isso pode gerar duas situações:
a) A primeira, é que ela aceite essa condição e se poupe, dormindo cedo para poder
aprender mais durante o dia e fazer uma boa avaliação.
b) A segunda, é que ela permaneça emburrada, não durma cedo em sua cama, fique
rancorosa pensando na proibição e, no dia seguinte, não renda o necessário para
tirar uma boa nota no certame.
Assim somos nós, com nossos problemas, faltas e fragilidades, implorando ao Eterno
para que nos ajude a resolvê-los. Alguns se limitam a pedir para ser premiado na
megasena acumulada, achando que com tal volume de dinheiro resolverá todos os
empecilhos em sua vida. Ledo engano...
O Criador, bendito seja Ele, que tudo sabe, opera em nós para que realizemos
nossa missão aqui neste reino, e com isso nos tornemos plenos. As dificuldades existem
para nos guiar nessa jornada, e nos aproximar de nosso Elohim, buscando-o, e fazer
Tshuvah.
Contudo, não devemos fazer dessa interação, com Hakadosh Baruch, um balcão
de pedidos, onde se procura-O, quando se necessita, e depois vai-se embora, sem dar a
devida importância a esse tão importante relacionamento.
Embora a tefilah (oração) expresse os desejos mais profundos do nosso coração, é muito
mais do que um desejo. Caso contrário, nossas orações não seriam muito diferentes dos
três desejos de Aladdin ao gênio da lâmpada mágica.
A oração é súplica e petição, mas também significa algo mais. E olhar para a palavra
hebraica para oração nos aponta na direção certa.
13– Rabi Shimon disse: a) Seja meticuloso ao ler a Shemá e quando em oração; b)
quando rezar, não faça sua prece por rotina, mas sim implore por compaixão e faça sua
súplica diante do Onipresente, como foi dito: “Pois Ele é gracioso e compassivo, lento
com a fúria e pródigo em bondade, e brando no castigo (Yohêl 2:13), e c) não se julgue
uma pessoa perversa.
Pergunte, e será dado a você; procure, e você encontrará; bata, e será aberto para
você.
Na parábola da viúva e do juiz injusto, em Lucas 18: 1-8, Jesus usa o exemplo de uma
mulher que era implacável em sua busca pela justiça e proteção contra o mal e a
opressão. E ela recebeu alívio por sua súplica persistente!
Jesus diz que se o juiz injusto concedeu a petição da viúva, então quanto mais, nosso pai
celestial responderá e agirá em nossas orações.
Como nota lateral, na mentalidade hebraica, é muito louvável ser persistente e vocal
sobre as orações e petições de Deus. Abraão negociou com Deus para impedir a
destruição de Sodoma e Gomorra, e Moisés pediu a Deus para não destruir os israelitas
em sua ira.
Através da oração e do jejum, Esther estava favor concedida pelo rei e pelo povo judeu
foram capazes de lutar contra seus inimigos. Não existe algo como ser tímido ou
educado em nossa vida de oração.
Podemos dizer que “ Deus já sabe o que está no meu coração, então não preciso dizer
nada ”. Mas isso deixa de fora nosso engajamento e relacionamento cruciais com o
Senhor, que deseja sinceramente que pedimos, bata e faça petições.
YHWH busca hoje por intercessores, hoje temos tanta capacidade material, força
física busca pelo sucesso, força militar e financeira. Mas temos dispensado algo
gratuito que está dentro de nós, a oração.
Como nos bem exortou Tiago: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns
pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”
Tiago 5:16