Aula01 o Que e Geologia

UFMG
IGC - Instituto de Geociências

Departamento de Geologia
O que é Geologia?
A Terra é azul !
• Abril/1961
• Volta completa ao redor da Terra –

108 min
• Yuri Gagarin
• Vostok I
A Terra
não é
plana !!!!
Buzz Aldrin – Gemini 12
12/nov – 1966
1969 – Aldrin e Armstrong

caminharam na Lua
US$ 9.200 – leilão em

Londres - 2015
Fonte: https://petapixel.com/2018/06/22/buzz-aldrin-shot-the-first-space-selfie-in-1966/?mc_cid=092d8a0cb4&mc_eid=58df9ba549
A Terra não é
plana !!!!
A Terra não é plana
!!!!
KIRA – Korea
Aerospace Research
Institute
Sonda a uma altitude

de 100 km sobre a
superficie lunar
A Terra não
é plana !!!!
Revista Isto É – edição 2541 – 24/01/2019
Terraplanistas
Um disco coberto por uma redoma invisível e cercado por um paredão de gelo.
Estática, deitada eternamente em berço esplendido no centro do Universo
• Quase 50 anos após o lançamento da Apolo 11

• 500 anos após a circunavegação de Fernão de
Magalhães
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49777017
Terraplanistas
Experimentos simples para verificar
que a Terra não é plana
1 - Observe um barco
Quando um barco desaparece no horizonte ele não vai ficando

menor e menor até não conseguimos vê-lo. Na realidade, o que
ocorre é que partes da estrutura vão sumindo antes das outras:
primeiro o casco da embarcação e só no fim a ponta da vela
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/09/7-fatos-cientificos-que-provam-que-terra-nao-e-plana.html
2- Olhe para as estrelas
Aristóteles descobriu esse fato cerca de 350 a.C e nada mudou

desde então. Diferentes constelações são visíveis de diferentes
latitudes. Provavelmente, os dois exemplos mais marcantes são
o Big Dipper e a Southern Cross. O Big Dipper, um conjunto de
sete estrelas que se parece com uma concha, é sempre visível
em latitudes de 41° Norte ou superior, mas não abaixo de 25°
sul.
3- Assista um eclipse lunar
Durante um eclipse lunar, a Terra passa entre a Lua e o Sol, o que

faz com que a Terra projete sua sombra na Lua.
Note que a sombra produzida é redonda. Mesmo se a Terra fosse
plana, mas com forma de disco, não produziria esse tipo de
sombra.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-50823002
Eclipse lunar
Fonte: http://signaturetv.com.ng/2018/01/31/super-blue-blood-moon-not-coming-to-nigeria-but-learn-about-it-anyway/
Eclipse lunar
27/jul/2018
Hemisfério Sul
Eclipse solar
Fonte: http://signaturetv.com.ng/2018/01/31/super-blue-blood-moon-not-coming-to-nigeria-but-learn-about-it-anyway/
Eclipse solar - 21/ago/2017
Hemisfério Norte
A Terra
não é
plana !!!!
Fonte: https://twitter.com/neiltyson?lang=pt
4 - Escale um lugar alto
Se a Terra fosse plana, seria possível enxergar tudo
independente de onde você está, mas, ao contrário disso,
quanto mais altos estamos mais podemos visualizar. Um bom
exemplo são as estrelas: podemos vê-las, mesmo elas estando
milhares de quilômetros distantes. Ao olhar para os lados de
Salvador, por exemplo, não é possível ver as luzes de Belo
Horizonte, que está a uma distância bem menor do que estamos
dos astros. A explicação? A Terra é esférica.
5 - Faça uma viagem ao redor do mundo
Se você tiver a sorte de ter uma visão desobstruída do horizonte e um voo

comercial suficientemente alto, você pode até mesmo descobrir a curvatura da
Terra a olho nu. De acordo com um artigo de 2008 na revista Applied Optics, a
curva da Terra torna-se sutilmente visível a uma altitude de cerca de 35.000
pés (10,6 Km), desde que o observador tenha pelo menos um campo de visão
de 60 graus (o que pode ser difícil a partir de uma janela do avião do
passageiro).
A curvatura torna-se mais visível acima de 50.000 pés (15,2 Km). Os

passageiros de um jato supersônico, por exemplo, tem uma visão do horizonte
curvo enquanto voam a 60 mil pés (18,2 Km).
Space X – vôo orbital a 300 km
altitude
Fonte: https://www.spacex.com/human-spaceflight/
6 - Compre um balão metereológico
Em janeiro de 2017, estudantes da Universidade de Leicester, no

Reino Unido, amarraram algumas câmeras em um balão
meteorológico e enviaram-no para o céu.
O balão subiu 77,429 pés (23,6 Km) acima da superfície, bem mais
que o nível necessário para ver as curvas do planeta. O
instrumento a bordo do balão enviou imagens deslumbrantes que
mostram a curva do horizonte.
Destruindo a Terra plana sem usar
ciência - I
Videos 1,2 e 3
Fontehttps://https://www.youtube.com/watch?v=_bHqBy92iGM
Destruindo a Terra plana sem usar
ciência
As pessoas descobriram que a Terra é
redonda há milhares de anos atrás,
antes mesmo que a ciência existisse.
“De todas as centenas de Eles tinham acesso a logica básica e
fenômenos individuais e eram capazes de compreender provas
isoladas que desmascaram a simples.
Terra plana, alguns deles não
exigem uma grama de
conhecimento científico. Eles Eles não sabiam nada sobre gravidade, forças
exigem que você seja capaz ou cosmologia. Não tinham idéia do que é a
de pensar por 5 lua, sol ou o que são as estrelas.
segundos!!!!!” Eles tinham apenas cérebros funcionais e uma
capacidade básica de raciocínio espacial. É
apenas lógica básica que até uma criança
consegue entender.
Fontehttps://https://www.youtube.com/watch?v=_bHqBy92iGM
A Terra não
é plana !!!!
A Terra não
é plana !!!!
A série Cosmos – Carl
Sagan
O astrônomo Carl Sagan é o narrador desta
série de 13 horas de duração (anos 80). Ele
descreve o universo para uma grande
audiência usando a Terra como ponto de
referência falando em termos inteligíveis para
um público não científico, relacionando a
exploração do espaço e da Terra por pioneiros.
Fonte: https://www.imdb.com/title/tt0081846/
Cosmos – Carl Sagan
Entre seus assuntos favoritos estão:
• a origem da vida,
• a procura por vida em Marte,
• a composição infernal da atmosfera de Venus
• aviso sobre o efeito similar que está acontecendo na
Terra devido a poluição global e ao efeito estufa,
• a vida das estrelas,
• viagens interestelares,
• os efeitos de atingir a velocidade da luz,
• o perigo da humanidade tecnologicamente
autodestrutiva,
• e a procura por vida inteligente usando tecnologia
de radio.
Fonte: https://www.imdb.com/title/tt0081846/
O que é Geologia ?
• É a ciência que estuda a Terra: como nasceu, como evoluiu, como funciona e
como podemos ajudar a preservar os habitats que sustentam a vida. Sua história,
sua composição, estrutura interna e suas características de superfície são assuntos
de interesse.
• Geólogos buscam respostas a perguntas:

• De que material o planeta é composto?
• Por que existem continentes e oceanos?
• Por que algumas regiões sofrem terremotos e erupções vulcânicas?
• Como o ambiente da superficie terrestre e a vida contida nele evoluiram ao
longo de bilhões de anos?
Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

O que é Geologia ?
Questões geológicas envolvem processos que operam em escalas muito

maiores e mais longas. Medições controladas em laboratório geram dados
para testar hipóteses e elaborar teorias geológicas mas são insuficientes
para solucionar os principais problemas geológicos.
Geologia é uma ciência de campo com estilos e concepções próprias e

específicas.

O que é Geologia ?
O objetivo da geologia - e de toda a Ciência - é explicar o

universo físico.
Cientistas acreditam que os eventos físicos tem explicações

físicas, mesmo quando estão além da capacidade atual de
entendimento.

James Webb
– telescópio
espacial
Fonte: https://webb.nasa.gov/content/webbLaunch/news.html
Geologia como
ciência
• Uma ciência é definida como um
campo amplo do conhecimento humano
preocupado com fatos que são mantidos
juntos através de princípios (regras).
• Cientistas geralmente reconhecem que

qualquer assunto que pessoas podem
estudar usando o método científico ou
outras regras especiais de pensamento
pode ser chamado de ciência.
Fonte: Introductory digital Image Processing – Jensen (2005)

Método científico
• O método científico é um plano geral de

pesquisa baseado em observações
metodológicas e experimentos.
• O uso do método científico para fazer novas

descobertas e confirmar aquelas antigas é o
processo de pesquisa científica.

O método científico
Observações e experimentos fornecem Conjunto de
dados para uma hipótese. Dados são hipóteses e teorias
coletados por meio de observação e torna-se um
experimentação modelo científico
Descobertas ao acaso ou não podem ajudar
a motivar uma hipótese
Modelo
Hipótese Teoria
científico
Um conjunto coerente Confirmadas,
• Mudanças repetidas da hipótese de hipóteses que modificadas,
por outros cientistas podem
explica algum aspecto revisadas ou
confirmá-la ou rejeitá-la.
da natureza constitui descartadas
• A hipótese pode ser novamente uma teoria.
revisada ou testada.
Boas teorias recebem o suporte de um corpo
significativo de dados e sobrevivem a repetidos
desafios.
Fatos a Algumas hipóteses e teorias foram
testadas de forma tão complexa que são
serem aceitas como verdadeiras, pelo menos
considerados com uma boa aproximação.
Ex: a Terra é quase esférica, segue a lei da

gravidade de Newton é sustentada por
tantas experiências e evidências diretas
que é considerada um fato.
Quanto mais tempo uma teoria resiste a

todas as mudanças científicas, mais
confiável será considerada.

Ainda assim as teorias nunca podem ser
consideradas definitivamente comprovadas.
A essência da Ciência é que nenhuma

explicação, não importa se acreditada ou
atraente, está fechada a questionamentos.
Fatos a
serem
Uma teoria deve ser sempre testável; qualquer
considerados
proposta sobre o universo que não possa ser avaliada
pela observação do mundo natural não deve ser
chamada de teoria científica.

Costuma ser formulado em termos de
programas computadorizados que simulam
o comportamento de sistemas naturais por
meio de cálculos numéricos. Um bom
modelo faz previsões que concordam com
as observações.
Um computador pode ser programado

para simular fenômenos geológicos
O modelo grandes demais para replicar em um
laboratório ou que operam em períodos de
científico tempo extensos demais.
Exemplos:
Previsão de tempo
Explosões atômicas
Mudanças climaticas daqui a decadas

Geologia é
uma ciência
de campo Temperaturas do mar em um navio de
pesquisa
Grandes descobertas geológicas

foram feitas por meio da observação
dos processos terrestres em seu
ambiente natural, não controlado.
Coleta de amostras de solo

Instalação de GPS no Monte
Santa Helena para monitorar a
forma da superficie terrestre
Geologia é
uma ciência
de campo
Instalação de instrumentos para

medir a atividade subterrânea de
um vulcão
Geologia tem uma relação estreita
com outras áreas das Ciências da Terra
Oceanografia – estudo dos oceanos
Meteorologia – estudo da atmosfera
Ecologia – abundância e distribuição da vida
Geofísica Subáreas da Geologia que aplicam

Geoquimica métodos da física, quimica e
Geobiologia biologia para resolver problemas
geológicos

As Ciências incluem:
• Matemática e a Lógica
• Ciências físicas (Quimica e
Fisica)
• Ciências biológicas (Botânica e Outras
Zoologia)
• Ciências sociais (Geografia, Ciências
Sociologia, Antropologia)
• Ciências naturais (Astronomia)
Fonte: Introductory digital Image Processing – Jensen (2005)

Geologia como ciência
• A geologia nasceu, como outras ciências, de lendas e crenças pouco

relacionadas com a observação de fatos, mas bastante ricas em
interpretações fantasiosas de fenômenos naturais.
• Aos filósofos gregos e romanos deve-se o crédito de não aceitarem as

idéias ou crenças correntes sobre a significação dos fenômenos
naturais.
• Até meados do sec. XVIII persistiu um obscurantismo com relação ao

interesse pelos fenômenos geológicos naturais. É provável que esse
desinteresse tenha sido influenciado pelas idéias dominantes na época,
provenientes de uma observância do livro do Gênesis.
• Entre os fenômenos naturais, os terremotos
receberam maior atenção devido ao caráter desastroso.
• Aristóteles - em sua obra Meteorios

• Discutindo o fenômeno, defendeu a hipótese de
correntes gasosas (ventos) do interior da Terra,
produzidas pelo calor interno e aquecimento pelo
sol.
• Estrabão
O que é • Manteve o conceito aristótelico mas julgou que
algumas ilhas eram de origem vulcânica
Geologia ? - • Lucrecius
• Em parte, os terremotos não passavam de quedas
primórdios de massas rochosas no interior da Terra
• Seneca
• Interessou-se pelos terremotos em Nápoles e
reconheceu diferentes movimentos da crosta,
vibratórios e oscilatórios , admitindo as idéias de
Aristóteles e Lucrecius
• Xenófanes
• Descreve fósseis de peixes e conchas encontrados
em depósitos nas montanhas
• Empédocles e Plinio
• Descrevem erupções no Etna e em Pompeia
A forma da Terra
610 a.C a 540 a.C – Anaximandro de
Mileto – A Terra tinha a forma de um
cilindro, cujo ecúmeno, circundado pelo
oceano estaria localizado no topo, plano,
que flutuava no ar e circundado por três
rodas cósmicas de fogo.
588 a.C a 524 a.C – Anaxímenes de Mileto – A

Terra tinha a forma de um retângulo, plano, que
flutuava no ar. As estrelas eram fixas e frias - não
produziam calor porque se localizavam longe da
Terra – que foi criada primeiro do que a Lua e o
Sol.
• Início do séc. IV – Cartografia
grega – surge a idéia da
Esfericidade esfericidade da Terra, desenvolvida
a partir de considerações filosóficas
da Terra e não
astronômicas.
de observações
• Na cidade de Siena (atual Assuã), ao
meio-dia do solstício de verão (o dia
mais longo do ano, 21 de junho, no
Hemisfério Norte), o Sol se situava a
Esfericidade prumo, pois iluminava as águas
profundas de um poço.
da Terra
• No mesmo horário e dia, as colunas
Eratóstenes verticais da cidade de Alexandria
projetavam uma sombra perfeitamente
– 220 a.C mensurável. Conforme concluiu, este
fato só poderia ser possível se a Terra
fosse esférica.
Esfericidade da Terra

Aguardou o dia 21 de junho do ano seguinte e determinou

que se instalasse uma grande estaca em Alexandria. Ao
meio-dia, enquanto o Sol iluminava as profundezas do
poço em Siena (fazia ângulo de 90º com a superfície da
Terra), Eratóstenes mediu, em Alexandria, o comprimento
da sombra em relação ao comprimento da estaca e
obteve o ângulo de inclinação dos raios solares, 7º12', ou
seja, aproximadamente 1/50 dos 360º de uma
circunferência. Portanto, o comprimento do meridiano
terrestre deveria ser 50 vezes a distância entre Alexandria
e Siena.

Alexandria e Siena situavam-se a uma distância

desconhecida. Para medi-la, Eratóstenes determinou que
uma equipe de instrutores com seus camelos e escravos
a pé seguissem em linha reta, percorrendo desertos,
aclives, declives e tendo que, inclusive, atravessar o rio
Nilo.
A distância mensurada foi de 5.000 estádios ou cerca de

925 km. Assim, multiplicando 925 km por 50, conjecturou
que o perímetro da Terra seria de 46.250 km,
razoavelmente próximo do valor correto (40.076 km).
• Herodoto
• Reconheceu o papel do Nilo na
formação do delta e assegurou que
o Egito era uma dádiva deste rio.
• Xenofânio e Colofanio (611 a.C.)

• Referem-se a existência de conchas
O que é nas montanhas
Geologia ? - • Ovidio
• Admitiu a erosão das montanhas,
primórdios desaparecimento de rios,
subsidência de tratos de terra
devido a terremotos e extinção de
vulcões.
Progresso algum se verifica até o sec.

XIII
• A expansão do império Otomano
despertou nos árabes a necessidade e o
desejo de adquirir e ampliar os seus
conhecimentos >> coletânea e tradução
da literatura existente (grega e romana).
O que é • Avicena prepara seu trabalho com ideías

Geologia ? - sobre a origem das montanhas, próximas
dos conceitos atuais.
primórdios • Meados do séc. XVI – retorno constante

aos estudos clássicos, particularmente na
Itália. Conchas descritas por Leonardo da
Vinci eram restos de organismos
marinhos, os terrenos em que foram
encontradas estariam cobertas pelo mar.
• Pensamento medieval
• A Terra ocupava um espaço

firmemente confinado como
também um tempo confinado. Os
cristãos a visualizavam como um
objeto maciço, inativo, totalmente Evolução
imóvel no centro do Universo além
da qual jazia o reino puro, etéreo, dos
livre de toda mancha e corrupção.
conceitos
• Este reino ainda incluía, a uma
modesta distância, o Sol arejado e
imponderável, a lua, os planetas e
uma esfera celeste limitada que
continha todas as estrelas.
Fonte: Tempo geológico. Eicher (1969)

Esquema cósmico geocêntrico
Por muito tempo, a humanidade acreditou
no Geocentrismo. A palavra vem da junção
de “geo”, que significa “Terra”, e “centro”,
indicando que a Terra seria o centro do
Universo e todos os astros estariam
girando ao seu redor. Aristóteles, por volta
de 350 a.C., na Grécia Antiga, defendia a
ideia de que a Terra era o centro do
universo e que nove esferas giravam em
torno dela, sendo a primeira a Lua. Depois
vinha Mercúrio, seguido de Vênus. Só
então aparecia a quarta esfera: o Sol. Para
explicar os movimentos dos outros corpos
celestes, Aristóteles considerava ainda as
três esferas dos três planetas externos à
órbita do Sol e que são visíveis no céu, a
olho nu: Marte, Júpiter e Saturno. Por
último, viria a esfera que delimitava o
próprio universo, na qual se encontravam
as estrelas.
Fonte: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/geocentrismo-e-heliocentrismo/
Foi o astrônomo grego Cláudio
Ptolomeu (90-168 d.C.), no início da
Era Cristã, quem deu forma final a
essa teoria na obra Almagesto, com
uma sofisticação matemática jamais
encontrada até então. A Igreja
Católica defendia esse pensamento
por estar de acordo com os textos
bíblicos que colocavam o homem
como figura central da criação
divina. Estando o homem na Terra,
ela teria que estar, portanto, no
centro do Universo. O esquema
ptolomaico foi o mais aceito ao
longo do tempo em que o
geocentrismo foi o modelo
cosmológico dominante, o que se
estendeu por treze séculos.
Nesse sistema geocêntrico, a ideia
era que as posições planetárias
dependiam das velocidades
angulares dos planetas em relação
às estrelas fixas. A ordem então
seria: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol,
Marte, Júpiter e Saturno. Ele
mostrava incertezas, no entanto,
sobre a órbita de Mercúrio e Vênus.
As Tábuas de Ptolomeu sobre o
movimento dos planetas serviram
por muito tempo como instrumento
de navegação.
Esferas concêntricas em
rotação transportam
diariamente o Sol, a Lua,
os planetas e as estrelas
em torno da Terra.
Petrus Apianus, 1551

O que é Geologia ? - primórdios
Os conhecimentos eram fragmentados e não se preocupavam em
estabelecer a ligação de causa e efeito com julgamento criterioso das
ligações dos fenômenos naturais.
Leonardo da Vinci – (sec. XIV – XV) - descreve os fósseis como vestigios petrificados de
organismos
Rene Descartes (sec. XVII) - lança sua hipótese segundo a qual e Terra e outros planetas
teriam se formado pelo resfriamento de massa incandescente semelhante ao Sol.
Leibnitz adotou a hipótese de Descartes, apliando-a e sistematizando-a em obra

publicada em 1749.
Buffon (1749) - considerou os fósseis como restos de seres marinhos depositados nos
oceanos, estabeleceu uma cronologia da evolução da Terra dividindo-a em 6 períodos
desiguais.
Athanasius Kircher - dirigiu a Biblioteca do Vaticano por mais de 50 anos.
Mais de 40 livros e inventos que abrangem todas as esferas do
conhecimento desde linguistica, geologia, fisica e quimica. Escreveu
sobre hieróglifos egipcios, magnetismo, ótica, subterrâneos terrestres,
historia de Roma.
Mundus subterraneus – 1655 –

descreve o interior da Terra com
bolsões de fogo interconectados com
a superficie por condutos, o que
explicaria a origem dos vulcões.
Fonte: https://www.blogs.unicamp.br/paleoblog/tag/athanasius-kircher/
Athanasius Kircher - estudando os grandes rios do planeta, Kircher
conclui que estes estavam interconectados com as grandes cadeias de
montanhas. Nilo, Danúbio, Ganges e o Amazonas seriam formados por
grandes lagos subterrâneos localizados nas grandes cadeias de
montanhas.
O Nilo nasceria no coração da Africa nas “Montanhas da Lua“. As tais

montanhas não existiam, mas é uma prova de que Kircher sabia se
aproveitar de relatos de viajantes e construir o seu próprio. Para kircher,
as fontes eram a conexão do interior com o exterior da Terra pela agua.
Esta visão “holística” (totalidade das coisas) é uma aparente confusão

barroca, que une o microcosmo e o macrocosmo, como se um fosse a
extensão do outro.
Para tanto, Kircher usa da metáfora, da alegoria e do simbolismo para

mostrar os sinais da glória de Deus na natureza.
Fonte: https://www.blogs.unicamp.br/paleoblog/tag/athanasius-kircher/
Razões
• Autoritarismo científico
• Desenvolvimento do telescópio
Século XVII • Keppler (1571 – 1630) e Galileo (1564 –

1642)
• Separadamente defenderam o sistema
celeste heliocêntrico já visualizado por
Copérnico (1473 – 1543).
• O conceito do sistema geocêntrico extinguiu-se difícil e

lentamente dando lugar ao conceito moderno de uma Terra
dinâmica, animada de movimento de rotação com um vasto
espaço, se não infinito, prolongando-se para fora em todas as
direções.
Esquema cósmico heliocêntrico
Uma nova astronomia surgiu entre

os séculos XVI e XVII e grandes
mudanças na Física aconteceram.
Nicolau Copérnico (1473-1543),

astrônomo e matemático polonês,
deu forma ao sistema
heliocêntrico, onde a palavra
“hélio” representa o nome do
deus Sol dos romanos.
Copérnico desenvolveu um sistema bem
compreensível, no qual o Sol estaria no
centro, fixo e imóvel. Em volta dele, girariam
os seis planetas até então conhecidos, e a
Lua giraria ao redor da Terra.
Já a Terra giraria ao redor de seu próprio eixo,

em um período de 23 horas e 56 minutos, e a
sucessão de dias e noites seria uma
consequência desse movimento de rotação.
Cada planeta teria um período de translação
diferente e, quanto mais distante do Sol,
maior seria esse tempo.
Com o seu modelo, Copérnico foi capaz de

calcular com grande precisão as distâncias
planetárias e o tempo necessário para cada
planeta dar uma volta no Sol.
A teoria de Copérnico não condizia com os ideais bíblicos. Dessa forma, por
medo de ser considerado herege, suas ideias só foram divulgadas depois
de sua morte. A obra de Copérnico foi condenada pela Santa Inquisição e
aqueles que a apoiavam eram condenados, como aconteceu com o filósofo
italiano Giordano Bruno, morto na fogueira em 1600.
A princípio, o Heliocentrismo também não era aceito cientificamente. No

século XVII, um dos mais importantes estudiosos da astronomia, Galileu
Galilei, o comprovou, com base em observações com lunetas. Porém, foi
obrigado a retratar-se perante a Igreja, para não ser condenado à morte.
De qualquer forma, o modelo foi sendo aperfeiçoado por cientistas e
astrônomos como Michael Maestlin, Johannes Kepler e Isaac Newton, até
que passou a ser a teoria mais aceita pela comunidade científica. A Igreja
Católica, por sua vez, só aceitou o modelo heliocentrista em 1922.
Galileo (1564 – 1642)
• Responsável pelo surgimento da ciência
moderna. É dele a argumentação de que o
homem pode ter expectativas de
compreensão do funcionamento do
universo e que pode atingi-la através da
observação do mundo real
Século XVII
• Acreditou na teoria de Copernico,
escrevendo em italiano e suas opiniões
foram amplamente difundidas contrariando
professores aristotélicos que persuadiram a
Igreja a banir o copernicismo.
• Argumentou que a Biblia não pretendia se

manifestar quanto a teorias científicas e
que era normal assumir que onde a Biblia
conflitava com o senso comum sua
linguagem fosse alegórica.
Fonte: Uma breve historia do tempo – Stephen W. Hawking (1988)

Galileo (1564 – 1642)
• Mas a Igreja temendo um escândalo que
pudesse minar sua luta contra o
protestantismo tomou medidas
repressoras.
Século XVII • 1616 – falsas e errôneas a doutrina de

Copernico. Consegue autorização para
escrever um livro discutindo a teoria de
Aristóteles e a de Copernico.
• OBS: não tomar partido e chegar a

conclusão de que o homem não pode
determinar como funciona o mundo
porque Deus poderia ter realizado os
mesmos efeitos de maneiras inimagináveis
pelos homens que não podem fazer
restrições a onipotência divina.

Século XVII
Galileo (1564 – 1642)
• Diálogo sobre os dois sistemas principais
do universo foi concluido e publicado em
1632, acolhido em toda Europa como obra
prima de literatura e filosofia
• O papa argumentou que o livro era um

argumento convincente a favor da teoria de
Copernico e arrependeu de ter permitido a
sua publicação. O autor desacatara o decreto
de 1616 e foi mandado a Inquisição que
determinou a sua prisão domiciliar perpétua
além de renunciar ao copernicismo.
• Quatro anos antes de sua morte -1642 – o

manuscrito de seu segundo livro – Duas
novas ciências – foi enviado
clandestinamente para a Holanda sendo a
gênese da fisica moderna

Século XVII – idade da Terra
• Os sábios cristãos aceitavam que a idade da Terra

era de aproximadamente 6.000 anos – baseado na
aceitação de antigos escritos hebraicos.
• Processos de formação de grandes feições

terrestres eram provenientes de catástrofes
violentas que sobrepujavam as leis naturais.

Arcebispo James Ussher - (1581 - 1656)
Tratado sobre a cronologia bíblica: a Terra

foi criada no ano 4004 antes de Cristo, no
dia 23 de outubro!
Arcebispo James Ussher - (1581 -
1656)
23 de outubro de 4004 a.C – Domingo

Criação do Mundo
10 de novembro de 4004 a.C – Adão e

Eva no paraiso
5 de maio de 2348 a.C – Arca de Noé

toca o Monte Ararat
Permaneceu até o início do século XX de tão prestigiado e influente;

Isaac Newton - 1687
A obra contêm o somatório de suas teorias sobre
as leis do movimento e da gravitação universal. A
citação toda matéria atrai todas as outras
matérias cim uma força proporcional ao produto
de suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre elas resume sua
teoria e resistiu ao tempo. Ainda hoje a obra é a
maior contribuição para a fisica teórica,
matemática e mecânica
Fonte: https://www.joh.cam.ac.uk/library/special_collections/early_books/newton.htm
Atração gravitacional
Porque o Sol não arranca a Lua da Terra?
A força gravitacional entre a Terra e a Lua é cerca de 2,0 x 1020 N.

Já a força gravitacional entre o Sol e a Lua é aproximadamente 4,4 x 10 20 N.
Portanto ForçaSol-Lua = 2,2 x ForçaTerra-Lua.
Então porque a Lua está em órbita da Terra?

Porque tanto a Terra como a Lua são atraídas pelo Sol com praticamente a mesma
aceleração. A Terra e a Lua acabam se movimentando juntas e não são separadas pela
força do Sol.
A menos, é claro que a Terra e a Lua estivessem muito mais próximas do Sol.
Neste caso a pequena diferença de aceleração entre a Terra e o Sol e a Lua e o Sol
poderia separar a Lua da Terra.
Mas para isto acontecer, a Terra e a Lua deveriam estar a 34 milhões de quilômetros do
Sol, menos de 1/4 da distância atual.
Fonte: http://www.astro.iag.usp.br/~gastao/PlanetasEstrelas/separaTerraLuaSol.html
Nicolau Steno - 1638-1686
Considerado o pai da estratigrafia
Steno contribuiu de forma essencial

no entendimento de como se dá o
empilhamento das camadas de
rochas sedimentares.
Ele estabeleceu três princípios que

até hoje continuam sendo a base da
estratigrafia (ramo da geologia que
estuda as sequências de camadas de
rochas sedimentares - ou estratos - e
a sua idade, buscando determinar os
processos e eventos que as
formaram).
Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tempo_geologico3.html
Princípio da superposição
Princípio da superposição
Princípio da horizontalidade
Princípio da continuidade lateral
Princípio da continuidade lateral
Sedimentos são depositados lateralmente em camadas continuas. Portanto
se as camadas horizontais são erodidas por erosão, tal como em um vale,
elas podem ser interpretadas como continuas.
Fontehttps://viva.pressbooks.pub/physicalgeologylab/chapter/relative-dating
O que nós
observamos hoje
O que nós inferimos sobre

o passado, usando os
princípios de Steno
René Hauy – 1809 - 1822
Estabeleceu as bases da
mineralogia e cristalografia
em duas obras notáveis:
Tratado de Mineralogia
Tratado de Cristalografia.
Abraham Werner- sec. XVIII
Origem marinha para as rochas
Todas as rochas são depósitos de um oceano

primitivo que outrora cobria toda a Terra.
Uma sequência definida de tipos de rochas
precipitou-se nas turbulentas profundidades
oceânicas. Quando a água recuou foram
colocados a mostra todas as rochas em sua
presente configuração e todas as feições da
paisagem atual, incluindo também seus vales
profundos.

Formações universais
1º série – granito, gnaisses, xistos e outras rochas cristalinas
2º série – ardósia, xisto, grauvaca e calcário
Formações parciais
3º série – arenito, calcário, sal, carvão e basalto
4º série – argila, areia e cascalho
Perdurou durante as três primeiras décadas do sec. XIX

Nesse contexto, considerava-se primários os terrenos resultantes da
Criação do Mundo, que no presente estavam no núcleo das
montanhas, representados pelos granitos e outras rochas antigas.
Os terrenos secundários eram constituídos pelas rochas

estratificadas, como os calcários, muitas contendo fósseis marinhos
que testemunhavam a existência do oceano primordial e do Dilúvio,
tal como a Bíblia o ensinava.
Finalmente, os terrenos terciários, ou recentes, eram representados

por aluviões, areias de praia e outros depósitos cuja formação
decorrera nos tempos contemporâneos.
Nesta sequência, o Dilúvio dos tempos de Noé tinha meramente
repetido o processo, adicionando novas camadas de rocha à
estrutura pré-existente.
Os vulcões, então pouco conhecidos no norte da Europa, teriam

um efeito menor, modificando os continentes e adicionando mais
sedimentos e camadas de rocha vulcânica. Cheias locais
posteriores teriam adicionado mais camadas, repetindo o
processo até formar as atuais estruturas geológicas.

Questões a serem respondidas:
O que houve com as águas desse oceano universal

quando este recuou?
Vulcões tivessem podido desempenhar um papel na

formação das camadas primárias era inconcebível.
“nenhum basalto é vulcânico” – combustão de
camadas de carvão
Fonte: O enigma da Terra. Groueff (1976)

George Cuvier (1769 – 1832)
Cuvier via os organismos como conjuntos integrados, nos

quais a forma e a função de cada parte eram integradas
ao corpo inteiro. Não acreditava na evolução orgânica,
pois qualquer mudança na anatomia de um organismo a
tornaria incapaz de sobreviver.
Os organismos eram todos funcionais; qualquer mudança
em uma parte destruiria o delicado equilíbrio. As idéias
de Cuvier o levaram a se opor às teorias de seus
contemporâneos, como Buffon , Lamarck e Geoffroy St.
Hilaire, que sugeriram que a morfologia animal pode ser
muito mais mutável e ser afetada pelas condições
ambientais.
Talvez a contribuição mais crucial e duradoura de Cuvier
para a biologia tenha sido estabelecer a extinção como
um fato
Fonte: https://ucmp.berkeley.edu/history/cuvier.html
George Cuvier (1769 – 1832)
Cuvier publicou os resultados de vários estudos, documentando a
existência passada de grandes mamíferos que não se assemelhavam a
espécies vivas. Com esses estudos, Cuvier lançou a paleontologia
moderna de vertebrados.
Ele acreditava que a Terra era imensamente antiga e que, durante a

maior parte de sua história, as condições eram mais ou menos como as
do presente. No entanto, "revoluções" periódicas, ou catástrofes (uma
palavra que Cuvier evitou por causa de suas nuances quase
sobrenaturais) haviam ocorrido na Terra; cada um deles eliminou várias
espécies.
Cuvier considerava essas "revoluções" como eventos de causas naturais

e considerava suas causas e naturezas um importante problema
geológico. Embora ele fosse um protestante ao longo da vida, Cuvier
não identificou explicitamente nenhuma dessas "revoluções" com
eventos bíblicos ou históricos.
No entanto, alguns geólogos posteriores, notadamente o Rev. William

Buckland, na Inglaterra, sugeriram que a revolução mais recente foi o
Dilúvio Bíblico.
Fonte: https://ucmp.berkeley.edu/history/cuvier.html
James Hutton – séc. XIX
Reconhecia nas rochas da Escócia, os

resultados de processos em
desenvolvimento na superfície da Terra
como erosão, deposição e atividade
vulcânica.
Se fosse concedido tempo suficiente, as

taxas de atividade seriam suficientes
para produzir todas as feições das
rochas, suas relações e configurações.

Siccar point – o nascimento da
geologia moderna
Siccar Point é notável na história da geologia como resultado de
uma viagem de barco em 1788 no qual James Hutton observou
uma discordância angular.
Posteriormente ele escreveu que as evidências das rochas

forneceram provas conclusivas da teoria uniformitarista do
desenvolvimento geológico, que as leis naturais e processos
que operam no universo nunca alteram e podem ser aplicadas
em qualquer lugar.
James Hutton - idéias
➢Imaginou uma maquina quase eterna na qual forças

dinâmicas internas criavam esforços que, no decorrer
do tempo, elevavam novas terras dos oceanos
enquanto outras superfícies expostas estavam sendo
erodidas.
➢Não houve dilúvio, mas apenas sinais de subsidência e
soerguimento renovado.
➢A luz dos conceitos de Hutton, sobre mudanças por
meio de causas existentes, a Terra pareceu ser o
produto de tempo quase ilimitado.

James Hutton
“Temos uma cadeia de fatos que demonstram claramente.... que
os materiais das montanhas desgastadas foram transportados
pelos rios” e “Não há uma só etapa em todo esse progresso, que
não seja realmente percebida”.
“O homem tem hoje diante de si todos os princípios com os quais

pode considerar a massa de tempo ilimitada de tempo já
escoada”.
“O que mais se pode exigir? Nada senão tempo.”

James Hutton – Teoria do
Uniformitarismo
Leis físicas, quimicas e biológicas hoje

operantes ocorreram de modo similar em
épocas geológicas passadas

Charles Lyell (1797 – 1875)
Princípios de geologia (1830)
Aceitação do Uniformitarismo em
contraposição as ideias catastróficas.
Fundou a moderna geologia histórica

e introduziu o conceito de tempo
ilimitado.
• A origem das espécies (1859)
Origem das diversas espécies de organismos que
povoam o mundo, observações de relações
estruturais entre seres vivos, adaptações
ecológicas de animais, variação individual entre as
Charles espécies, princípios das populações, significado do
registro fossilifero, etc
Darwin O tempo geológico foi disponível tanto para
processos biológicos como para físicos. Adoção do
tempo quase ilimitado de Hutton e Lyell.
Estimativa: 300 milhões de anos desde a ultima
parte da Era Mesozoica. (241 – 65 M.a.)
Problemas geológicos podiam ser resolvidos com

base em leis naturais, ativas e a disposição ao invés
de baseados em eventos nebulosos, mitológicos ou
sobrenaturais.

Willian Smith (1769 – 1839)
Agricultor, engenheiro e topógrafo.
Princípio da sucessão faunal – as camadas de rochas

sedimentares em um dado local contêm fósseis em uma
sequência definida; a mesma sequencia pode ser
encontrada em rochas em qualquer lugar, e até mesmo
os estratos podem ser correlacionados entre os locais.
O seu trabalho mais famoso é um

mapa geólogico detalhado da Inglaterra, do País de
Gales e de uma parte da Escócia ("The Map That
Changed the World”).
Foi o primeiro a usar fósseis como ferramenta para

mapear rochas conforme sua posição estratigráfica.
Fonte: www.ucmp.berkeley.edu/history/smith.html
O mapa que
mudou o mundo
Uniformitarismo X Catastrofismo
Em meados do séc. XIX havia duas escolas antagônicas:
Uniformitarismo – James Hutton (1726 – 1797), Charles Lyell (1797 – 1875)

Enfatizava uma mudança lenta e gradual tanto dos processos bióticos
(evolução da vida) quanto dos processos geológicos (sedimentação). Os
fenômenos e processos que atuam no mundo natural (em todo o Universo
segundo a concepção original) sempre atuaram dessa forma desde o mais
remoto passado até os dias atuais.
Conceito da uniformidade das leis - As leis naturais são constantes e imutáveis

através do tempo
Conceito da uniformidade de metodologia – Hipóteses que explicassem
fenômenos ou processos atuais também explicariam os do passado
Conceito da uniformidade de tipo – As causas dos fenômenos são sempre as
mesmas e iguais no presente e no passado
Fonte: Estratigrafia de sequencias – Holz (2012)

Uniformitarismo X Catastrofismo
Catastrofismo – Georges Cuvier (1769 – 1832)
Defendia a idéia da recorrência cíclica de catástrofes como grandes inundações

marinhas e descomunais enchentes fluviais a controlar a sedimentação, erosão
e a modelagem do relevo terrestre e a extinguir a vida na área afetada – vida
essa que era então recriada por intervenção divina.
Era uma doutrina que ensinava que os eventos que causaram mudanças na
história do planeta, tanto em termos físicos como biológico evolutivos foram
eventos geologicamente instantâneos, na forma de catástrofes ou cataclismas
e não produto de processos graduais.
Fonte: Estratigrafia de sequencias – Holz (2012)

É a habilidade de integrar e avaliar
ideias para criar e aprimorar um
método ou argumento.
O que é Para integrar, é preciso identificar e

acumular evidências e, assim, criar
Pensamento argumentos ou métodos.
crítico? Já na etapa de avaliação, a crítica é
fundamental – ou seja, a identificação
de pontos fracos e fortes do
argumento -, bem como a sugestão
de melhorias.
Fonte:https://entretantoeducacao.com.br/educacao/voce-sabe-o-que-e-pensamento-critico-desenvolva-essa-habilidade-em-sala-de-aula/
"Se um barco transporta 26 ovelhas e 10 cabras,
quantos anos tem o capitão?".
O problema foi apresentado em uma prova para alunos de 11 anos

de idade. E a questão, aparentemente impossível de ser
respondida, não só virou tema de debate na escola, como também
gerou polêmica nas redes sociais.
As diferentes tentativas de respondê-la geraram tanta discussão

que autoridades chinesas precisaram explicar por que os
educadores escolheram tal pergunta. A justificava foi de que o
objetivo era estimular o "pensamento crítico" dos alunos.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/geral-43072422
Respostas:
Houve quem preferiu a sinceridade: "A idade do

capitão é... não sei. Não sou capaz de resolver esse
problema."
"O capitão tem que ter pelo menos 18 anos

porque, para conduzir um barco, é preciso ser
adulto", respondeu um dos alunos.
Outro estudante fez questão de, ao menos, fazer

uma conta: "Tem 36, porque 26+10 é 36 e o
capitão queria que o número de animais fosse igual
à idade dele".
Respostas:
“O peso total das 26 ovelhas e das 10 cabras é 7,7 mil

quilos, considerando o peso médio de cada animal",
escreveu um internauta antes de completar o raciocínio:
"Na China, é preciso ter uma licença que exige cinco

anos de experiência (prévia) para se comandar um
barco que tem mais de 5 mil quilos de carga. A idade
mínima para conseguir essa licença é 23 anos, por isso o
capitão tem pelo menos 28 anos".
Criticas:
"Essa pergunta não tem sentido lógico. Por acaso o professor

sabe a resposta?", dizia um comentário na rede social chinesa
Weibo
Se a escola tem 26 professores, 10 dos quais não estão

pensando, que idade tem o diretor?", ironizou outro
internauta.
A ideia é fazer com que os alunos pensem, e (a questão) foi

bem-sucedida nisso", comentou outra pessoa.
"Essa pergunta faz com que as crianças tenham que explicar

sua forma de pensar e deixa espaço para serem criativas.
Deveríamos ter mais perguntas como essa", argumentou um
usuário.
Pode ser provado?
Pode ser provado?
A Terra
• Consiste de um ecossistema complexo e de equilibrio

precário, sujeito a influência de diversas forças da
natureza. Atmosfera, biosfera, hidrosfera e a geosfera
constituem um sistema único e inseparável,
resultantes da ação combinada da energia do Sol e do
calor, da radiação e das forças que emanam do interior
da Terra.
A Terra
• Juntas, Terra e vida compõem a biosfera que foi cunhada pelo geólogo Suess (1831-
1914). Ele via a Terra como uma série de esferas que se sobrepunham e se
interpenetravam, da qual fazia parte a atmosfera ( esfera do ar), hidrosfera (esfera da
água) e a litosfera (níveis rígidos e superiores da Terra).
• O geólogo russo Vernadsky foi quem mostrou pela primeira vez que a esfera da vida
moldou a história planetária tanto quanto as outras esferas não vivas.
• Biosfera compreende um envoltório fino de tecido vivo que vai das profundezas dos
oceanos a superfície da Terra até a atmosfera mais baixa.
• Na década de 70, Lovelock e Margulis mostraram que a Terra pode ser pensada como
um sistema com muitos mecanismos de “feedback” que permitem que ela se estabilize
na ausência de grandes choques. Lovelock chamou esse vasto sistema autorregulador
de Gaia, nome da deusa grega da Terra.
Fonte: Origens, uma grande historia de tudo – David Christian – Companhia das Letras - 2018
Homem
• A coerência das modernas Ciências da Terra reside

na nossa capacidade em integrar informações
produzidas por todas as disciplinas: geofísica,
geoquímica, sedimentologia, tectônica,
paleontologia.
• É necessário convencer a todos da necessidade
dessa coerência. A Terra é um planeta vivo e
apresenta uma coerência na expressão de sua
atividade.
Fonte: Princípios de Geologia – Pomerol et al. (2013)

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UFMG

IGC - Instituto de Geociências

• Volta completa ao redor da Terra –

1969 – Aldrin e Armstrong

US$ 9.200 – leilão em

Sonda a uma altitude

• Quase 50 anos após o lançamento da Apolo 11

Quando um barco desaparece no horizonte ele não vai ficando

2- Olhe para as estrelas

Aristóteles descobriu esse fato cerca de 350 a.C e nada mudou

3- Assista um eclipse lunar

Durante um eclipse lunar, a Terra passa entre a Lua e o Sol, o que

Se você tiver a sorte de ter uma visão desobstruída do horizonte e um voo

A curvatura torna-se mais visível acima de 50.000 pés (15,2 Km). Os

Em janeiro de 2017, estudantes da Universidade de Leicester, no

• Geólogos buscam respostas a perguntas:

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

Questões geológicas envolvem processos que operam em escalas muito

Geologia é uma ciência de campo com estilos e concepções próprias e

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

O objetivo da geologia - e de toda a Ciência - é explicar o

Cientistas acreditam que os eventos físicos tem explicações

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

• Cientistas geralmente reconhecem que

Fonte: Introductory digital Image Processing – Jensen (2005)

• O método científico é um plano geral de

• O uso do método científico para fazer novas

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

Ex: a Terra é quase esférica, segue a lei da

Quanto mais tempo uma teoria resiste a

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2009)

A essência da Ciência é que nenhuma

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2009)

Um computador pode ser programado

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

Grandes descobertas geológicas

Coleta de amostras de solo

Instalação de instrumentos para

Geofísica Subáreas da Geologia que aplicam

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

Fonte: Introductory digital Image Processing – Jensen (2005)

• A geologia nasceu, como outras ciências, de lendas e crenças pouco

• Aos filósofos gregos e romanos deve-se o crédito de não aceitarem as

• Até meados do sec. XVIII persistiu um obscurantismo com relação ao

• Aristóteles - em sua obra Meteorios

588 a.C a 524 a.C – Anaxímenes de Mileto – A

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

Aguardou o dia 21 de junho do ano seguinte e determinou

Fonte: Para entender a Terra – Grotzinger & Jordan (2013)

Alexandria e Siena situavam-se a uma distância

A distância mensurada foi de 5.000 estádios ou cerca de

• Xenofânio e Colofanio (611 a.C.)

Progresso algum se verifica até o sec.

O que é • Avicena prepara seu trabalho com ideías

primórdios • Meados do séc. XVI – retorno constante

• A Terra ocupava um espaço

Fonte: Tempo geológico. Eicher (1969)

Petrus Apianus, 1551

Fonte: Tempo geológico. Eicher (1969)

Leibnitz adotou a hipótese de Descartes, apliando-a e sistematizando-a em obra

Mundus subterraneus – 1655 –

O Nilo nasceria no coração da Africa nas “Montanhas da Lua“. As tais

Esta visão “holística” (totalidade das coisas) é uma aparente confusão

Para tanto, Kircher usa da metáfora, da alegoria e do simbolismo para