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Texto e contexto
Terra plana. Que história é essa?
A Terra é redonda. É esférica, como uma bola. Não chega a ser uma
bola perfeita, mas é quase. Agora, tem gente dizendo por aí que a Terra é
plana – como se acreditava láááá no passado! Escuta, ou melhor, leia só!
Antes de começar essa conversa, não custa repetir: a Terra é redonda e tem o
formato de uma bola. Se alguém perguntar, pode afirmar, sem qualquer dúvida. O
fato de a Terra ser redonda é algo cientificamente comprovado por experimentos.
Além disso, existem provas
do formato esférico da Terra,
como fotos, viagens espaciais,
[viagens ao redor do mundo,
seja por navios, seja por aviões]
e muito mais.
Recentemente, em todo
mundo (até no Brasil!), pessoas
estão se reunindo para
defender que a Terra é plana,
achatada como uma moeda. Pixabay
Dialogando
6
Glossário
Corpo celeste: qualquer objeto que exista no espaço sideral.
Órbita: trajetória que um corpo celeste faz ao redor de outro.
Saiba mais
Exercícios resolvidos
Exercícios de fixação
10 O Sistema Solar do qual a Terra faz parte possui 8 planetas. Quais são os
três mais próximos do Sol?
a) c Mercúrio, Vênus e Terra. c) c Plutão, Netuno e Urano.
b) c Terra, Marte e Júpiter. d) c Saturno, Urano e Netuno.
Dialogando
Teorizando
8.1.2 Rotação
Todos os dias observamos o Sol, a Lua e as estrelas em diferentes
posições no céu. Esse movimento aparente desses corpos celestes ocorre
devido ao movimento de rotação da Terra. Nosso planeta gira em torno de
um eixo imaginário que passa por dentro do planeta, indo do Polo Norte
até o Polo Sul.
Portanto, não é o Sol ou as estrelas que estão girando ao redor da Terra,
mas nós temos essa impressão porque, na verdade, é nosso planeta que
está girando constantemente. É por isso que observamos diferentes corpos
celestes em nosso céu.
O sentido de rotação da Terra é de Leste para Oeste. Devido a isso,
observamos os corpos celestes aparentemente se deslocando em sentido
contrário, indo de Leste para Oeste. O exemplo mais claro é o Sol, que, de
manhã, nasce a Leste no céu que observamos e se põe a Oeste.
8
Shutterstock
Ilustração do Sol e da Terra girando em torno de seu próprio eixo. É possível observar
que metade do planeta está sendo iluminada pelo Sol (dia/claro) e metade não (noite).
Também é destacada a inclinação do planeta Terra
Exercícios resolvidos
16 Como é chamado o movimento que a Terra faz girando em torno de seu
próprio eixo ao longo de 24 horas?
a) c Corrida. c) c Transfusão.
b) c Translação. d) x Rotação.
c) c ele
As nuvens refletem a luz do Sol e, por isso, temos a impressão de
estar em lugares diferentes.
c O lado da Terra que está voltado para o Sol está com o dia claro (manhã
ou tarde) e o lado não iluminado está de noite.
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Dialogando
21 Quantos dias tem um ano? Por que ele tem esse período de duração?
22 Você já ouviu falar no dia 29 de fevereiro? Ele acontece todos os anos?
23 Quais alterações você percebe no clima ao longo do ano?
Teorizando
8.1.3 Translação
Além do movimento de rotação, a Terra realiza outro movimento muito
importante e que tem grande influência sobre nossas vidas: a translação.
Esse é o nome dado ao movimento que o planeta Terra faz ao redor do Sol.
O caminho que os planetas fazem ao redor do Sol é denominado órbita,
sendo a órbita do nosso planeta chamada de órbita terrestre.
O formato da órbita terrestre se aproxima ao de uma elipse e o Sol não
fica no centro dessa trajetória, mas, sim, mais próximo de um dos lados
da órbita. O ponto da órbita em que a Terra fica mais próxima do Sol é
chamado de periélio e o mais distante, afélio.
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Exercícios resolvidos
24 Entre os movimentos que nosso planeta faz, um dos mais importantes é
o de translação, que consiste no(a)
a) c passagem do dia para noite.
b) c movimento de rotação do planeta em torno de seu próprio eixo.
Exercícios de fixação
25 No dia de seu aniversário, Thaiane disse antes de soprar as velinhas:
“Estou completando mais uma volta ao redor do Sol!”. Essa afirmação
está correta? Justifique.
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26 Explique o que é um ano bissexto e por que ele ocorre.
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Texto e contexto
50 anos do homem à Lua: que diferença isso fez?
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Óculos escuros com proteção UV; equipamentos sem fio; alimentos
desidratados; monitores cardíacos; sensores de incêndio; câmeras de
reconhecimento facial; o Teflon, que foi criado para proteger os foguetes
e os alimentos desidratados na falta de gravidade do espaço, hoje usado
para cobrir frigideiras tornando-as antiaderentes. Essas são só algumas
das várias invenções desenvolvidas na época para a vida no espaço e que
hoje podemos encontrar com muita facilidade no dia a dia.
Porém, segundo Gaviraghi, nada supera a evolução provocada pela
microeletrônica. “Se hoje possuímos celulares com tecnologia equivalente
à de um computador, cabendo na palma da mão, por exemplo, é graças à
miniaturização que nasceu a partir da necessidade do programa espacial de
reduzir o peso e a dimensão dos componentes que mandavam para o espaço”,
explica. Essa tecnologia permitiu também avanços na telecomunicação e
permanece em constante desenvolvimento.
Outra aplicação importante da ciência espacial foi o GPS (Global
Positioning System), que permite localizar com precisão um ponto em
qualquer lugar do planeta com a ajuda de satélites. Segundo o próprio site da
NASA, por trás da simplicidade deste equipamento existe um conhecimento
científico enorme sobre o movimento e as mudanças registradas na Terra.
Na opinião do arquiteto italiano, se continuássemos no ritmo da corrida
espacial, em 2010 já estaríamos colonizando outros planetas. Apesar do
enorme salto, só hoje, 50 anos após a ida do homem à Lua, estão falando
sobre o retorno para o satélite.
OKDE, Nathalia. 50 anos do homem à lua: que diferença isso fez? UFMT Ciência. Supervisão André Faust. 25 jul. 2019. Disponível em: https://www.ufmt.br/ufmtciencia/pt-br/
todas-noticias/67-engenharias/237-50-anos-do-homem-a-lua-que-diferenca-isso-fez. (Adaptado) Acesso em: 2 mar. 2020.
16
Dialogando
Teorizando
8.2 Movimentos da Lua
8.2.1 A Lua
Ao longo da história da humanidade, a Lua sempre despertou curiosidade
e admiração, estando presente em lendas, em crenças e na imaginação
das pessoas. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da ciência, essa
curiosidade moveu a humanidade a estudar e criar tecnologias que permitissem
compreender melhor os fenômenos que ocorrem na natureza e no Universo.
Atualmente, a teoria mais aceita sobre a origem da Lua é que ela tenha
surgido há cerca de 4,5 bilhões de anos, sendo resultado da colisão da Terra
com outros corpos celestes. Os destroços teriam se aglomerado e formado a
Lua. Esse impacto foi, provavelmente, o responsável pela inclinação do eixo
de rotação da Terra observada atualmente, que permite as mudanças de
estações ao longo do ano (como visto em Movimentos da Terra).
A Lua possui 3 474,2 km de
diâmetro, sendo quase quatro vezes
menor que nosso planeta. Ela se
encontra a uma distância média de
aproximadamente 384 000 km e é um
astro que orbita ao redor da Terra. As
várias crateras presentes na superfície
lunar são consequência de impactos
de corpos celestes (como meteoros)
no passado, e sobre sua superfície
não há vulcões, pois, diferentemente
da Terra, não há presença de magma Shutterstock
em seu interior. Fotografia da Lua
Saiba mais
As luas de Saturno
Saturno tem um grande número de luas: são 82 já descobertas até hoje!
Vinte foram descobertas em 2019. O planeta possui luas que apresentam
nuvens, chuva e até lagos (mas não de água)! Saiba mais em: https://
www.hipercultura.com/luas-de-saturno/. Acesso em: 4 mar. 2020.
Exercícios resolvidos
18
Exercícios de fixação
Dialogando
38 Vimos que a Terra está girando em seu movimento de rotação. A Lua
também apresenta algum tipo de movimento?
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Imagem destaca os movimentos de rotação e translação da Lua, bem como a translação e a rotação da
Terra
8.2.3 Translação
Nosso planeta faz sua órbita ao redor do Sol em um movimento chamado
translação. Como a Lua está orbitando a Terra, nosso satélite natural
acompanha o planeta em sua trajetória em volta do Sol. Esse movimento de
translação da Lua, no entanto, não é linear como o de nosso planeta, visto
que a Lua está fazendo diferentes movimentos ao mesmo tempo. Podemos
comparar a trajetória do movimento de translação de nosso satélite natural
com o formato de um fio de telefone fixo, todo espiralado. Vamos entender
essa diferença na prática?
20
Mão na massa
Exercícios resolvidos
a) c tradução.
b) c rotação.
c) c replicação.
d) x translação.
a) c Dois.
b) c Três.
c) c Quatro.
d) c Seis.
Dialogando
45 A Lua sempre está à mesma distância da Terra?
22
Teorizando
8.2.4 Revolução
Revolução é o movimento de órbita que a Lua faz ao redor da Terra.
A órbita que a Lua faz em volta da Terra tem o formato de uma elipse, e
não de um círculo. Por isso, a distância entre o satélite natural e nosso
planeta varia. Quando a Lua está mais próxima da Terra, essa distância
é de aproximadamente 356 800 km e esse ponto da órbita é chamado de
perigeu. O ponto da órbita da Lua mais distante da Terra se chama apogeu,
e a distância é de, aproximadamente, 406 400 km.
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Representação da órbita que a Lua faz ao redor da Terra em seu movimento de revolução
Exercícios resolvidos
Exercícios de fixação
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51 Observadores do planeta Terra sempre observam um mesmo lado da
Lua. Marque a afirmativa que contenha a justificativa do fato de haver
um lado da Lua que não pode ser observado diretamente da Terra.
a) c É devido ao fato de uma parte da Lua nunca ser iluminada. Por isso
não é possível vê-la.
Dialogando
52 É possível observar alguma alteração na forma em que vemos a Lua
ao longo do mês?
53 Observe algum calendário, de preferência aqueles feitos de papel. Veja
se, ao longo do mês no calendário, há menção de algo relacionado à
Lua.
54 Quais são as fases da Lua?
55 A Lua é vista da mesma forma no hemisfério Sul e no hemisfério
Norte?
Teorizando
8.3 Fases da Lua
Conforme já estudado anteriormente, a Lua não possui luz própria, mas
reflete a luz vinda do Sol. Conseguimos vê-la graças a isso. Na maior parte do
tempo, uma metade da Lua está sendo iluminada e a outra metade, não (exceto
em eclipses lunares). No entanto, a imagem que conseguimos observar dela
depende da posição de quem a observa na Terra e da posição em que a Lua se
encontra em relação à Terra e ao Sol. Chamamos de fases da Lua os diferentes
formatos da Lua que observamos ao longo de cerca de 28 dias.
São quatro as fases da Lua: Nova, Quarto Crescente, Cheia e Quarto
Minguante, com uma duração média de sete dias cada.
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Ilustração das fases da Lua. De tamanho um pouco menor e mais próximo à Terra, é possível
perceber que a Lua, ao longo de sua órbita ao redor do planeta, sempre está com uma
metade sendo iluminada pelo Sol e outra metade não. As diferentes formas das fases da Lua
vistas da Terra (representadas mais externamente) ocorrem devido à posição do local de
observação, no caso, a Terra
26
Saiba mais
As marés
Quem já esteve alguns dias em uma região próxima ao mar,
provavelmente ouviu falar sobre maré alta e maré baixa. A Lua influencia
diretamente esse movimento das marés por meio de sua força
gravitacional, que atrai a água quando a Lua passa no céu. Saiba mais
sobre esse fenômeno lendo a entrevista feita com David Zee, professor
de Oceanografia da UERJ, disponível em: http://redeglobo.globo.com/
globociencia/noticia/2011/12/entenda-como-sao-formadas-mares-e-
sua-influencia-na-navegacao.html. Acesso em: 7 mar. 2020.
Exercícios resolvidos
56 Ao longo de um mês, a Lua passa por diferentes fases. A sequência em
que elas ocorrem é:
Resposta: Letra D. No decorrer de um mês a Lua passa por quatro fases que
ocorrem na sequência: Nova, Quarto Crescente, Cheia e Quarto Minguante.
Exercícios de fixação
28
60 Em uma aula de Ciências sobre os movimentos da Terra, Arthur disse
à professora que é verão quando o planeta está um pouco mais próximo
do Sol, em um ponto chamado periélio. Você concorda com a afirmação
de Arthur? Por quê?
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66 Com base no que era possível observar no céu, por muitos anos
grande parte da humanidade acreditava que a Lua, o Sol e as demais
estrelas giravam em torno da Terra. Essa impressão de que estamos
parados e todos os outros corpos celestes se movimentam ao nosso
redor é denominada
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67 As fases da Lua vistas por um observador na Terra ao longo de quase um
mês (cerca de 28 dias) ocorrem pelo fato de:
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Texto e contexto
Os danos da superiluminação
Além do prejuízo econômico e ambiental, a luz elétrica utilizada em
demasia e sem planejamento chega a afetar até mesmo a saúde humana.
Estudos comprovaram que dormir em um ambiente iluminado suprime
a produção de melatonina [hormônio produzido pelo corpo que induz
ao sono] na glândula pineal, o que pode provocar estresse e câncer,
especialmente câncer de mama nas mulheres. Postes mal posicionados
nas ruas frequentemente projetam luz no interior de apartamentos e casas.
As plantas e os animais também sofrem com os efeitos da iluminação
exagerada dos nossos tempos. A causa primária reside no fato de que, ao
longo de milhões de anos, as espécies evoluíram adaptadas ao ciclo natural
de dia e noite, claro e escuro. A noite iluminada pode impedir a floração de
vegetais, além de desorientar o comportamento de diversos animais, como
os filhotes de tartaruga, que necessitam de praias escuras para conseguir
achar o caminho até o mar.
Até mesmo a ciência sente os impactos da superiluminação,
especialmente a astronomia: segundo este estudo, com um aumento de 25%
na poluição luminosa, a perda de potência verificada em um telescópio de 8
metros com custo US$ 85 milhões representa um prejuízo de US$ 20 milhões.
A luta pela noite escura
Para reverter a situação, diversos países já possuem legislações que
buscam conter a poluição luminosa. [...] No Brasil, as discussões sobre a
poluição luminosa ainda não ganharam força. A medida mais efetiva até
hoje partiu do Ibama, que aprovou em 1995 uma portaria que regula a
34
iluminação nas praias, para proteger os filhotes de tartarugas marinhas. As
demais legislações atuam somente a nível municipal, normalmente para
proteger os entornos de observatórios astronômicos. “Paramos no tempo
em termos de legislação, não temos nada a nível nacional. Se todas as
cidades tivessem um plano diretor de iluminação e poluição, teríamos um
ganho enorme, imporíamos limites”, diz Saulo Gargaglioni. “Não somos
contra a iluminação, somos a favor da iluminação bem planejada”, explica.
Precisamos de tanta luz?
[...] Por conta da opção pela iluminação geral e irrestrita, estamos
abrindo mão de algo que foi declarado pela UNESCO como patrimônio
comum e universal da humanidade: o céu estrelado. “A aparência noturna
das estrelas tem inspirado a arte, a ciência, a religião e a filosofia ao longo
de toda a história humana. Basta olhar para a bandeira do Brasil (e de
muitos outros países) e você vai ver que as estrelas são importantes para
todos nós”, diz Scott Kardel. “As pessoas não estão apenas desconectadas
do céu noturno, a maioria nem sequer sabe o que está perdendo”.
OLIVEIRA, André Jorge de. Precisamos mesmo de tanta luz? Revista Galileu. 02 jan. 2014. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2014/01/
precisamos-mesmo-de-tanta-luz.html. Acesso em: 15 mar. 2020.
Dialogando
5 Você já viu uma “estrela cadente”? Em que situação isso aconteceu?
Teorizando
36
Planetas
São corpos celestes que orbitam
uma estrela. Têm um formato
arredondado e não possuem luz
própria. Podem ser rochosos (como
Mercúrio, Vênus, Terra e Marte – os
quatro mais próximos do Sol) ou
gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e
Netuno – os quatro mais afastados
do Sol).
Luas
As luas (ou satélites naturais) são
corpos celestes que orbitam corpos Shutterstock
Estrelas
As estrelas são corpos celestes que possuem luz própria, de formato
esférico e formado por gases. As estrelas produzem energia por meio de
reações nucleares, que fornecem luz e calor, como a que chega a nosso
planeta proveniente do Sol. A maior parte dos pontos luminosos que
observamos no céu noturno é formada de estrelas, podendo variar de cor
conforme sua temperatura, tamanho e distância da Terra.
A estrela mais perto de nosso planeta é o Sol, que é composto em sua
maior parte dos elementos químicos hidrogênio (91,2%) e hélio (8,7%). Está
a uma distância de 149 600 000 km. Apesar de parecer pequeno visto no
céu durante o dia, o volume do Sol é tão grande que caberia mais de um
milhão de planetas Terra dentro dele.
Uma “estrela cadente” não é uma estrela, mas, sim, um fragmento de
cometa ou asteroide que entra na nossa atmosfera e, devido ao grande
atrito com o ar, incendeia-se.
Asteroides
São corpos celestes bem menores que os planetas e se movimentam
pelo Sistema Solar fazendo uma órbita ao redor do Sol. Grande parte dos
asteroides que conhecemos se encontra entre os planetas Marte e Júpiter,
formando o que chamamos de cinturão de asteroides.
Cometas
São pequenos objetos que orbitam o Sistema Solar e são formados
geralmente por gases congelados e poeira. Quando eles se aproximam do
Sol, o gelo passa por um processo chamado sublimação (passa do estado
sólido para o estado gasoso), tornando-se uma nuvem de gás e poeira que
forma a cauda do cometa.
Buracos negros
São corpos celestes que possuem uma força gravitacional extremamente
grande. Isso quer dizer que ele atrai com muita força outros objetos para
dentro dele. Essa força é tão grande que até mesmo a luz não consegue
escapar de lá.
Exercícios resolvidos
9 Vários corpos celestes percorrem o espaço, cada um com suas
características: tamanho, composição, trajetória etc. Marque a alternativa
que apresenta somente corpos celestes.
Exercícios de fixação
10 Marque V (verdadeiro) ou F (falso) a respeito das afirmativas a seguir.
38
c O Sol é um tipo especial de planeta que possui luz própria.
c Planeta é um corpo celeste de formato arredondado, que orbita uma
estrela e não possui luz própria.
11 Um colega seu disse o seguinte: “a Lua que brilha em nosso céu é única!
Em nenhum outro lugar do Universo deve existir algo assim!” É correta
essa afirmação dele? Por quê?
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Dialogando
12 Alguma vez você já olhou para o céu em uma noite estrelada e
imaginou desenhos formados pelas estrelas?
Teorizando
9.2 Constelação
Imagine que você esteja dentro de uma esfera bastante grande, bem no
centro dela, e, para cada pedaço do interior dessa esfera que você puder
olhar, fosse possível observar o desenho de inúmeras estrelas e outros
corpos celestes. Em um passado distante, as pessoas acreditavam que o
Universo era assim: limitado como se estivéssemos dentro de uma bola.
Todo o céu que podemos observar a partir da Terra foi chamado de esfera
celeste, estando o nosso planeta no centro do interior dessa esfera.
40
Este céu que podemos observar é dividido atualmente em 88 regiões
denominadas constelações. Cada estrela presente no céu pertence somente
a uma constelação. Geralmente, dentro dessas constelações, existem
agrupamentos de estrelas que podem lembrar imagens. Civilizações antigas
imaginavam formar figuras semelhantes a pessoas, animais ou objetos que
estivessem relacionados à sua cultura. Apesar de, na maioria das vezes, ser
utilizado somente o termo “constelação”, essas imagens aparentes no céu
são asterismos, segundo a astronomia.
As diferentes constelações observáveis no céu variam ao longo do ano e
poder identificá-las era essencial para as atividades de várias civilizações,
com uma utilidade prática no dia a dia. Alguns historiadores acreditam que
muitos dos mitos relacionados às constelações no céu tinham o intuito
de fazer com que os agricultores se lembrassem quando deveriam fazer o
plantio ou a colheita, por exemplo. Também foi possível marcar a passagem
do tempo, criar calendários e se orientar em viagens e navegações.
Oficialmente, segundo a União Astronômica Internacional (UAI), existem
88 constelações, a maioria com origem na mitologia grega. Contudo,
nem todas as constelações são visíveis em qualquer lugar do mundo. As
constelações boreais são as que se localizam no hemisfério Norte e as
constelações austrais, no hemisfério Sul. Portanto, quem vive no hemisfério
Sul consegue ver as constelações austrais e apenas algumas constelações
boreais, e vice-versa.
Saiba mais
Exercícios de fixação
17 Associe a coluna da direita com a da esquerda, relacionando o termo
com seu significado.
Dialogando
19 Antes de existir tecnologias como GPS e Internet, como você acredita
que as pessoas viajavam por longas distâncias?
42
Teorizando
9.3 Como se localizar pelas estrelas
O céu noturno não é o mesmo o ano inteiro. Mesmo se alguém observar
sempre do mesmo local, devido ao movimento de translação da Terra ao redor
do Sol, dia a dia, mês a mês, estamos voltados para uma região diferente do
Universo e, consequentemente, observamos estrelas de diferentes lugares.
Visto isso, existem constelações que podem ser observadas durante o
inverno e constelações típicas do verão. Além disso, já vimos que existe
variação nas constelações vistas nos hemisférios Sul e Norte.
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Exercícios resolvidos
23 A respeito do conteúdo estudado, assinale a alternativa incorreta.
44
Exercícios de fixação
24 Explique como a identificação do Cruzeiro do Sul no céu pode contribuir
para uma pessoa localizar as direções Norte, Sul, Leste e Oeste a partir
de um local.
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Dialogando
26 Alguém já lhe mostrou no céu as “Três Marias”? Se sim, como você as
localiza no céu?
Mintaka
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46
distantes da Terra. Essa impressão que temos de proximidade entre elas
é devido ao nosso ponto de vista aqui da Terra. Se pudéssemos observar
a constelação de Órion de um outro lugar do Universo, provavelmente
veríamos um formato completamente diferente.
De acordo com as lendas, o gigante caçador Órion estava acompanhado
de seus cães de caça, representados no céu pelas constelações de Cão
Maior e Cão Menor. Outras histórias também contam que Órion era um
caçador que “dizimava os animais da Terra” e um escorpião foi enviado para
matá-lo. Essa perseguição estaria representada no céu pelo fato de a
constelação de Órion ser uma constelação de verão e a constelação de
Escorpião ser uma constelação de inverno. Portanto, as duas nunca se
encontram no céu ao mesmo tempo, estando uma “perseguindo” (ou
“fugindo”) da outra.
Exercícios resolvidos
Exercícios de fixação
48
animais”, explica Germano Bruno Afonso, físico e etnoastrônomo do Museu
da Amazônia. O céu também guia o tempo das festas religiosas e dos
procedimentos feitos pelos pajés para proteção e cura dos índios da tribo.
Provavelmente por conta desse aspecto empírico, o conhecimento dos
índios sobre vários fenômenos naturais antecipou várias descobertas da
astronomia convencional.
Claude d’Abbeville, missionário capuchinho francês, que passou quatro
meses entre os índios Tupinambás do Maranhão, relatou esse extenso
conhecimento astronômico em um livro publicado em 1614, em Paris. Nessa
obra, ele discorre sobre o extenso conhecimento dos índios a respeito das
fases da Lua e sua influência nos ciclos naturais da Terra. “Os Tupi-Guarani
sabem quais as espécies de peixe mais abundantes em função da época
do ano e da fase da Lua”, conta Germano Afonso. Somente em 1687, 73 anos
após a publicação do livro de d’Abbeville, Isaac Newton demonstrou que a
causa das marés é a atração gravitacional do Sol e, principalmente, da Lua
sobre a superfície da Terra.
[...] Há registros sobre essa
MARIUZZO, Patrícia. O céu como guia de conhecimentos e rituais indígenas. Revista Ciência Cultura. São Paulo, v. 64, n. 4, p. 61-63, 2012. Disponível em: http://dx.doi.
org/10.21800/S0009-67252012000400023. Acesso em: 20 mar. 2020.
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36 A partir do que você aprendeu sobre conhecimento empírico e sobre a
cultura indígena, como você acredita que eles pudessem interpretar a
aparição de cometas e meteoros ou um eclipse?
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Dialogando
38 Você já ouviu falar em Zodíaco? Em que local?
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52
A constelação de Ofiúco só foi definida oficialmente como uma
constelação do Zodíaco em 1930 pela União Astronômica Internacional.
Por isso não está presente no “Zodíaco tradicional” e talvez seja a menos
conhecida.
Saiba mais
Signos do Zodíaco
“De que signo você é?”. Provavelmente você já ouviu essa pergunta, mas
você sabe qual o significado disso? A Astrologia é uma crença na influência
dos astros na personalidade e na vida das pessoas. ASTRONOMIA É UMA
CIÊNCIA. NÃO CONFUNDA ASTRONOMIA COM ASTROLOGIA!
Em 2016, “a NASA publicou um texto informativo voltado ao público
infantil que desconstruía de maneira didática a astrologia. Além de
diferenciar ciência de crença, a agência espacial americana faz as contas
e demonstra que as alterações no eixo da Terra dos últimos 3 mil anos,
na prática, já teriam bagunçado todo o calendário dos signos do zodíaco.
Ou seja, seu signo provavelmente não é aquele que você pensa.”
VAIANO, Bruno. Não mudamos os signos do zodíaco, só fizemos matemática, afirma NASA. Revista Galileu. Supervisão: Nathan Fernandes. 23 set. 2016. (Adaptado)
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/09/nao-mudamos-os-signos-do-zodiaco-so-fizemos-matematica-afirma-nasa.html. Acesso em: 17 mar. 2020.
Exercícios resolvidos
42 O Zodíaco está representado em crenças antigas e desenhos animados.
No entanto, é algo que de fato existe e pode ser estudado. Assinale a
alternativa que contenha a correta definição de Zodíaco.
a) c Afélio. c) c Apogeu.
b) c Eclíptica. d) c Crepúsculo.
a) c Leão.
b) c Escorpião.
c) c Baleia.
d) c Serpentário.
Dialogando
45 Notícias, eventos e programas de televisão podem ser transmitidos
instantaneamente de um lugar para todo o mundo. Como isso é
possível?
54
Teorizando
9.5 Satélites artificiais e suas funções
Como visto no Capítulo 8, os satélites naturais são corpos celestes
que orbitam planetas. Já os satélites artificiais possuem uma grande
diferença: são produzidos pelos seres humanos. Esses equipamentos são
lançados no espaço por meio de foguetes (não tripulados) e colocados em
órbita com o intuito de receber e enviar informações, contribuindo com
as telecomunicações; o uso de dispositivos como o GPS (Global Sattelite
Position); e a observação do planeta e do espaço (como alguns telescópios).
O primeiro satélite foi lançado no espaço em 1957, pela então União
Soviética, chamado de Sputinik 1. Essa época foi marcada pela chamada
Guerra Fria (entre os Estados Unidos e a União Soviética), e o lançamento
desse satélite deu início à corrida espacial.
Antes do desenvolvimento dos satélites artificiais, as telecomunicações
e o envio de dados entre longas distâncias, como de um continente para o
outro, eram feitos somente por meio de cabos muito extensos colocados
no fundo dos oceanos. No entanto, com a tecnologia existente na época,
existia uma limitação quanto à quantidade de informações e ligações
telefônicas que se podia fazer ao mesmo tempo.
Com o advento dos satélites artificiais, foi possível enviar e receber
diversos tipos de dados e informações a longas distâncias, em que é
necessário apenas um equipamento para enviar os dados ao satélite e
este os direcionará para um outro local do planeta que receberá essas
informações. Esses dados são enviados por meio de ondas eletromagnéticas,
invisíveis ao olho humano, que conseguem atravessar a atmosfera e fazer
todo esse percurso sem sofrer grandes interferências.
Os satélites realizam o movimento de órbita ao redor da Terra devido à
força da gravidade que nosso planeta exerce. Os satélites geoestacionários
fazem essa órbita em um dia (mesmo período de rotação da Terra) e estão
sempre voltados para uma mesma
região do planeta, a uma altitude
de 36 000 km. Para um observador
aqui da superfície da Terra, é como
se esse satélite estivesse “parado”,
pois ele acompanha a Terra em sua
rotação e está sempre sobre a mesma
região. Os satélites que não são
geoestacionários não acompanham
a rotação da Terra, variando a região Shutterstock
Exercícios resolvidos
49 Os satélites proporcionaram um grande avanço em diversas áreas da
comunicação no mundo todo. Assinale a alternativa que não apresenta
uma função de um satélite.
a) c Explorar o espaço, capturando imagens de locais muito distantes
da Terra.
56
Exercícios de fixação
a) c observação da Terra.
b) c exploração do espaço.
c) c meteorologia.
d) c comunicação.
53 Seu amigo Francisco ficou sabendo que você estudou sobre a constelação
do Cruzeiro do Sul e como se localizar a partir da observação dela.
Como você explicará isso a seu amigo para que ele também tenha esse
conhecimento?
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_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
a) c Sagitário.
b) c Serpentário.
c) c Cão Maior.
d) c Órion.
58
55 Com a expansão das cidades nas últimas décadas, cada vez mais regiões
possuem iluminação pública no período da noite, especialmente por
postes de iluminação elétrica. Qual seria um dos efeitos negativos
causados pela “superiluminação”?
P E I X E S S M C C O E B T O S S A C A
N C U U M O S D R A D I U E Q Q T D R P
I P L I E A I A R P C T S I Z N E B R U
A S E R P E N T A R I O Y A O L I E M A
I O A S R V E S A I C U C C O L E L A A
L A O I I A P R I C P R M M A I P C I Z
D N A R D S E O L O R O O B I N Z T L S
O S G R O A Q U A R I O S A P E C R I L
R E I E S U V E O N O I T M R A N E O E
M U M I L A S A G I T A R I O P R S R U
A E Y R S P S R C O D X T F C I P E C C
G S D Z O F W A N G U R Z T S P A A N G
W A R I E S E N S X R T A P E Y I S S X
Pesquisar é descobrir
58 Com o desenvolvimento da tecnologia de envio e recebimento de
dados via satélite, hoje é possível entrar em contato com pessoas em
diferentes países em questão de segundos, por telefone ou internet.
Procure pessoas com mais de 60 anos e pergunte a elas: quando você
era criança ou adolescente, como as pessoas faziam para se comunicar
com pessoas distantes? Quanto tempo isso levava? Anote os resultados
obtidos em sua pesquisa e compartilhe com os seus colegas.
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60
Capítulo 10
Observando o céu
Freepik
Texto e contexto
O telescópio espacial "Hubble"
Imaginado nos anos de 1940, projetado e construído nos anos de 1970 e
1980 e em funcionamento desde 1990, o Telescópio Espacial "Hubble" está
revolucionando a Astronomia, representando nos dias de hoje aquilo que
a luneta de Galileo representou no século XVII. [...].
A importância do Hubble
A grande importância do Telescópio Espacial Hubble (nome dado em
homenagem ao astrônomo norte-americano Edwin Powell Hubble que
viveu de 1889 a 1953) está no fato de ele estar colocado no espaço, fora da
atmosfera da Terra. A luz dos astros para chegar a ele não precisa passar
por nossa atmosfera e toda informação que obtemos de um astro está na
luz que vem deles. A atmosfera sempre "some" com parte dessa informação
e é por isso que os observatórios astronômicos profissionais sempre são
construídos em locais bem altos. Mesmo assim um telescópio "de solo"
somente conseguirá momentaneamente uma [certa] resolução [...], isso em
condições atmosféricas extremamente adequadas à observação. Com essa
resolução, somos capazes de ver uma bola de futebol a 51,5 km de distância.
A resolução do Hubble é cerca de 10 vezes melhor [...]. Com essa resolução
e com a ajuda de técnicas de reduções fotográficas feitas por computador,
podemos distinguir separadamente objetos suficientemente brilhantes a
até menos de dois metros de distância um do outro, como os dois faróis de
um carro que estivesse na Lua.
Shutterstock
Telescópio espacial Hubble orbitando o planeta Terra
62
Como é o Hubble
A "potência" de um telescópio está na quantidade de luz que ele pode
receber instantaneamente de um objeto. Quanto maior o diâmetro de um
telescópio, maior a sua "potência". O Hubble é um telescópio refletor (seu
elemento óptico principal é um espelho) com 2,40 metros de diâmetro. Se
fosse um telescópio de solo, ele seria considerado de porte médio. (Os 2
maiores telescópios do mundo estão no observatório de Mauna Kea, no
Havaí, e têm 10 metros de diâmetro cada. Existem 28 telescópios maiores
que o Hubble, espalhados pelo mundo, em funcionamento.) Mais que um
telescópio, o Hubble é um verdadeiro observatório espacial, contendo
instrumentação necessária a vários tipos de observação. (Contém 3
câmeras, 1 detector astrométrico e 2 espectrógrafos). Além de fotografar os
objetos e medir com grande precisão suas posições, o Hubble é capaz de
"dissecar" em detalhes a luz que vem deles. O Hubble está em uma órbita
baixa, a 600 km da superfície da Terra, e gasta apenas 95 minutos para dar
uma volta completa em torno de nosso planeta. A energia necessária para
o seu funcionamento é coletada por 2 painéis solares de 2,4 x 12,1 metros
cada. A sua massa é de 11 600 kg.
O Hubble teve que usar óculos
Colocado em órbita em abril de 1990, em seguida foi detectado um
grave defeito em sua óptica. O Hubble não era capaz de focar os objetos,
principalmente os mais fracos, com a precisão planejada e desejada.
Esse defeito foi "diagnosticado" como aberração esférica; uma distorção
óptica causada por uma forma incorreta de seu espelho principal. Perto
das bordas, a curvatura desse espelho estava menor que deveria por uma
quantidade cerca de 1/50 da espessura de um fio de cabelo humano. Trocar
o espelho seria algo caro e difícil. A solução adotada foi a de projetar uma
óptica corretiva para seus instrumentos. Essa óptica foi instalada com
grande sucesso em dezembro de 1993.
Objetivos
Os objetivos do Hubble podem ser resumidos como sendo: Investigar
corpos celestes pelo estudo de suas composições, características físicas e
dinâmica; observar a estrutura de estrelas e galáxias e estudar sua formação
e evolução; estudar a história e evolução do universo. [...]
LAS CASAS, Renato. O Telescópio Espacial "Hubble". Observatório Astronômico Frei Rosário. UFMG. Disponível em: http://www.observatorio.ufmg.br/hubble.htm.
Acesso em: 16 mar. 2020.
a) c Câmera.
b) c Espelho.
c) c Óculos.
d) c Satélite.
Dialogando
5 Desde quando a humanidade observa o céu?
64
Teorizando
Shutterstock Shutterstock
Saiba mais
Astrolábio
“Foi o instrumento astronômico mais popular
até cerca de 1650, quando foi substituído por
instrumentos mais especializados e precisos. [...]
O astrolábio é um computador astronômico para
resolver problemas relacionados ao tempo e à
posição do sol e das estrelas no céu. Vários tipos
de astrolábios foram feitos. [...]
Os usos típicos do astrolábio incluem
encontrar o tempo durante o dia ou a noite,
encontrar o tempo de um evento celestial como
Shutterstock o nascer do sol ou o pôr do sol e como uma
Astrolábio
referência acessível das posições celestes.”
O Astrolábio e seu Desenvolvimento no Mundo Islâmico. Religião do Islam. Disponível em: https://religiaodoislam.com.br/o-astrolabio-no-mundo-islamico/.
Acesso em: 21 mar. 2020.
66
Exercícios resolvidos
9 “Conhecimentos sobre astronomia só existiram nas Américas após
a chegada dos europeus”. Essa afirmação está correta? Justifique sua
resposta.
Exercícios de fixação
11 Há milhares de anos o céu fascina o ser humano. Para se ter uma boa
visualização das estrelas do céu, é necessário
Teorizando
10.2 O que usamos para estudar o céu
Instrumentos para observação à distância
Por muito tempo, os seres humanos tinham somente seus olhos para
poder contemplar o céu e estudar o movimento dos astros. No entanto,
com o desenvolvimento de instrumentos ópticos, foi possível conseguir
ampliar as imagens vistas e conhecer com mais detalhes vários objetos
que pareciam apenas pontos brilhantes no céu.
Instrumentos ópticos são equipamentos que facilitam ou aperfeiçoam
a visualização de objetos que seriam muito difíceis (ou quase impossíveis)
de se enxergar a olho nu, geralmente possuindo lentes ou espelhos em seu
interior. Até o final deste capítulo, veremos a história de alguns grandes
cientistas que se utilizaram desses equipamentos e tiveram grandes
descobertas sobre nosso mundo e o Universo que nos cerca.
O primeiro instrumento óptico construído com a finalidade de ampliar
imagens de objetos distantes foi uma luneta, como veremos a seguir.
Luneta
Segundo historiadores, a primeira luneta teria sido criada pelo holandês
Hans Lippershey (1570-1619) em 1608, sendo logo em seguida aperfeiçoada
por Galileu Galilei (1564-1642).
A luneta consiste em um tubo com duas lentes convergentes, chamadas
de objetiva e ocular. De modo simplificado, a primeira basicamente capta a
luz vinda do objeto e a segunda amplia essa imagem. As primeiras lunetas
fabricadas por Galileu para observação do céu conseguiam aumentar as
imagens cerca de 10 a 20 vezes. Atualmente, muitas lunetas possuem um
aumento de imagem superior a 100 vezes.
68
As lunetas astronômicas (lunetas utilizadas para observar o céu)
apresentam sua imagem invertida, de “cabeça para baixo”. As lunetas
terrestres (como as utilizadas em miras
de armas, por exemplo) possuem um
sistema que mostra a imagem sem
nenhuma variação de posição. A principal
diferença de luneta para telescópio é que
as lunetas utilizam lentes e o telescópio
geralmente utiliza um tipo de espelho
no lugar de uma das lentes. Ambos os
equipamentos permitiram compreender
melhor as características de vários
corpos celestes já conhecidos, além de se
conhecer uma infinidade de novos corpos
celestes até então desconhecidos.
Shutterstock
Luneta
Periscópio
O periscópio é um instrumento óptico que permite a pessoa observar um
objeto que não seria possível de ser visto diretamente a partir da posição
em que a pessoa está. Seu primeiro grande uso foi durante a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) e era utilizado por soldados que estavam dentro das
trincheiras para poderem observar o
que estava fora dali. Atualmente é muito
utilizado em submarinos, pois permite
que, de dentro do submarino, se possa
observar fora d’água; ou em tanques de
guerra, podendo um soldado observar o
que há fora do tanque sem correr o risco
de colocar a cabeça para fora do veículo
e se tornar um alvo.
O equipamento consiste em um objeto
(com formato que pode lembrar a letra
Z) que possui dois espelhos paralelos,
em que a imagem chega ao espelho
da parte superior do equipamento e é
refletida para o segundo espelho, que
permite a visualização pelo observador.
Periscópios modernos podem possuir,
Shutterstock
além dos espelhos, outras partes ópticas Ilustração da passagem de luz por dentro
para também ampliar a imagem. de um periscópio
Exercícios resolvidos
70
Exercícios de fixação
17 Leia estas afirmativas e assinale V para as que forem verdadeiras e F
para as que forem falsas. Em seguida, justifique as afirmativas falsas.
Dialogando
19 Alguma vez você já viu o termo óptica? Em que local?
Lupas
As lupas são consideradas os instrumentos ópticos mais simples, sendo
formadas (geralmente) por uma única lente do tipo convergente. Elas
permitem que um pequeno objeto à distância de alguns centímetros seja
observado e que a sua imagem seja ampliada. Lupas simples podem ser
encontradas em papelarias a um baixo custo.
Microscópios
Os microscópios também são equipamentos que facilitam a visualização
de objetos muito, muito pequenos. No entanto, eles costumam proporcionar
uma ampliação de imagem centenas de vezes maior do que as lupas.
A primeira pessoa a utilizar um microscópio para desvendar o mundo
microscópico foi Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723), analisando
e descrevendo glóbulos vermelhos (células presentes no sangue),
espermatozoides e microrganismos presentes em água e saliva, entre outras
coisas. Apesar de os microscópios fabricados por ele possuírem apenas
uma lente (como as lupas), seus equipamentos conseguiam um aumento
de imagem de cerca de 300 vezes, enquanto outros fabricantes da época
conseguiam aumentar as imagens apenas 30 vezes. Começava, então, uma
grande revolução e surgia uma nova ciência: a microbiologia.
72
Shutterstock Shutterstock Shutterstock
Exercícios resolvidos
23 O desenvolvimento dos microscópios levou o ser humano a descobrir
muitas coisas impossíveis de se ver somente com os olhos. Marque a seguir
a alternativa que esteja relacionada com a função dos microscópios.
Exercícios de fixação
24 Lupas e microscópios são instrumentos ópticos que ampliam a imagem
de objetos. Quais as diferenças entre eles?
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c Objeto que possui apenas uma lente e um suporte para segurá-lo com
a mão.
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Dialogando
26 Qual é a importância de se registrar uma imagem?
Teorizando
10.4 Instrumentos para o registro de
imagens
Desde os primórdios da civilização, o ser humano buscava deixar
seus registros por meio de imagens: nas cavernas, as pessoas pintavam
desenhos relacionados, principalmente, ao seu cotidiano, como animais,
cenas de caça e dança, além de registros das próprias mãos. Atualmente,
conhecemos esses registros como arte rupestre.
Diversas civilizações antigas se estabeleceram e foram criando suas
formas de deixar registradas informações e imagens, como esculturas em
rochas ou pinturas dentro de construções, como os maias, na América, ou
egípcios, no Egito Antigo. Com o passar do tempo, passou a ser mais comum
o uso do papel pela sua praticidade.
Com o desenvolvimento da ciência, o desenho e o registro de imagens
sempre foram muito importantes para buscar descrever com detalhes algum
ser vivo ou objeto. Atualmente, damos a essa área o nome de ilustração
científica.
Máquinas fotográficas
A palavra fotografia tem origem no grego e significa “gravar com a luz”.
Para que tivéssemos a tecnologia existente hoje para fotografar, foram
necessários pesquisadores que estudaram sobre como alguns compostos
químicos se modificavam quando expostos à luz, especialmente a partir do
século XVIII. Portanto, as primeiras máquinas capazes de capturar imagens
se assemelhavam a caixas escuras, nas quais, em seu interior, havia um
material sensível à luz ou fotossensível.
Shutterstock Shutterstock
Câmera fotográfica analógica e rolos de filme Câmera digital registrando o anoitecer de uma
fotográfico (é utilizado dentro da câmera um cidade
por vez). Essa câmera possui lente objetiva de
aumento
76
As imagens podem ser ampliadas antes de se fotografar. É comum o uso
por profissionais de lentes de aumento, chamadas objetivas, que permitem
uma ampliação da imagem sem perda de qualidade. Essa ampliação
é chamada de zoom óptico e pode existir tanto em câmeras analógicas
quanto digitais. As câmeras digitais também possuem o zoom digital. No
entanto, com esse zoom, o dispositivo apenas simula a aproximação da
imagem e há, então, perda de qualidade na fotografia final.
Seja por meio de ilustrações científicas feitas à mão, seja por meio de
fotografias, o registro de imagens em muito colabora para as pesquisas e
os estudos na área da ciência. Além disso, pela facilidade de acesso que
temos hoje, as fotos se tornaram, além de uma forma de registro, uma nova
forma de comunicação, especialmente por meio das redes sociais. Cabe a
nós utilizar essa tecnologia com prudência e respeito, pois foram séculos
de estudos para que chegássemos aonde hoje estamos.
Exercícios resolvidos
Resposta: O nome é zoom óptico pelo fato de serem utilizadas lentes para a
ampliação das imagens, assim como outros equipamentos ópticos.
Exercícios de fixação
Texto e contexto
Como o desenvolvimento da Astronomia modificou a
vida na Terra
Por que a Astronomia é importante?
Durante muito tempo, os astrônomos (e cientistas em geral) acreditaram
que a importância do seu trabalho era evidente para a sociedade. Mas, em
difíceis dias de crise, até os mais óbvios benefícios estão sob minuciosa análise.
O desenvolvimento científico e tecnológico está intimamente ligado
ao índice de desenvolvimento humano de um país ou região. É fácil de
perceber que, se a pobreza e a fome são uma prioridade, qualquer atividade
secundária que não tente resolver diretamente essas questões não é
fácil de justificar e apoiar. No entanto, diversos estudos nos dizem que
investimentos em ciência e tecnologia em situações de crise têm vindo para
ajudar países a enfrentar e ultrapassar essas situações, mostrando que o
investimento em ciências básicas tem não só um grande retorno cultural e
humano, mas também um retorno econômico. Hoje em dia, a Astronomia
e áreas afins estão na vanguarda da ciência e tecnologia, respondem a
questões elementares sobre a nossa existência, inspiram artistas, escritores
e sonhadores, geram riqueza e impulsionam a inovação e a economia.
Diversos relatórios apontam que as maiores contribuições da Astronomia
para a sociedade não são apenas aplicações tecnológicas ou os pequenos
avanços científicos da Astronomia, mas, sim, a oportunidade que todos nós
temos de alargar os nossos limitados horizontes, de nos ajudar a descobrir
a beleza e grandeza do Universo e do nosso lugar nele.
A Astronomia tem acompanhado a nossa história e cultura e tem
constantemente revolucionado o nosso pensamento, presenteado a
humanidade com pistas em direção ao futuro. No passado, essa ciência
foi usada por diversas razões práticas, como medir o tempo, marcar as
estações do ano ou navegar nos vastos oceanos.
78
Os resultados do desenvolvimento
científico e tecnológico da
Astronomia e áreas afins têm vindo
recorrentemente a transformar-se em
aplicações essenciais para o nosso dia
a dia, como computadores pessoais,
satélites de comunicação, telemóveis,
Sistema de Posicionamento Global
(popularmente conhecido por
GPS), painéis solares, scanners de
ressonância magnética, microlaser
e muitas outras aplicações para a
medicina.
A atribuição do Prêmio Nobel Disponível em: https://www.nasa.gov/image-feature/earth-rising-over-the-moons-
horizon. Acesso em: 26 mar. 2020.
da Física de 2009 aos físicos Willard Terra nascendo sobre o horizonte da Lua. Esta
visão da Terra subindo no horizonte da Lua foi
S. Boyle e George E. Smith, pelo tirada da espaçonave Apollo 11
desenvolvimento de sensores para
captação de imagens, conhecidos por CCD, veio mais uma vez demonstrar e
reconhecer a importância real da Astronomia no nosso dia a dia. Os banais
sensores CCD, que agora fazem parte do domínio popular, como câmeras
fotográficas digitais, webcams ou telemóveis, foram desenvolvidos a pensar na
Astronomia, onde é recorrentemente necessário recolher imagens do Universo.
Há outras razões para continuar a estudar o Universo que estão
intricadas à sobrevivência da humanidade. Por exemplo, a influência do
Sol no clima da Terra. Apenas o estudo do Sol e de outras estrelas nos pode
ajudar a perceber estes processos na totalidade. O estudo da dinâmica
do Sistema Solar e de pequenos objetos no mesmo também nos permite
estudar com detalhe potenciais impactos no nosso planeta, impactos que
podem provocar grandes alterações na Terra.
O astrônomo americano Carl Sagan apresentou-nos uma das mais
simples e inspiradoras contribuições para a sociedade no seu livro sobre a
sua visão para o futuro da humanidade, O Ponto Azul-Claro [publicado no
Brasil como Pálido Ponto Azul]:
“Tem sido dito que a astronomia é uma experiência que ajuda a
fortalecer o carácter e a humildade. Não existirá possivelmente nenhuma
melhor demonstração da loucura dos preconceitos humanos que esta
imagem de longe do nosso mundo minúsculo. Para mim, ela realça a nossa
responsabilidade para lidarmos mais gentilmente uns com os outros e para
preservarmos e estimarmos o ponto azul-claro, o único lar que sempre
conhecemos.”
RUSSO, Pedro. Por que é a astronomia importante? 1 minuto de astronomia. (Adaptado) Disponível em: http://www.1minutoastronomia.org/13.html. Acesso em: 25 mar. 2020.
35 O texto lido foi escrito por Pedro Russo, importante astrônomo português
da atualidade. Também foi citado no texto um trecho de um dos livros
de Carl Edward Sagan, um dos maiores astrônomos do século XX. Faça
uma pesquisa a respeito desses dois astrônomos, escrevendo data de
nascimento, idade (atual ou de quando faleceu), locais em que estudou
e trabalhou e quais foram suas contribuições para a Astronomia.
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Dialogando
36 Você conhece o nome de algum cientista que estudou o céu ou
contribuiu para a compreensão do Universo?
Teorizando
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noturno de maneira muito mais simples do que o modelo de Ptolomeu.
No entanto, a visão geocêntrica de Ptolomeu estava tão consolidada na
cultura ocidental que o fato de questioná-la poderia até colocar a vida da
própria pessoa em risco.
Segundo registros, em 1532, Copérnico já possuía seu trabalho pronto
e acreditava estar certo, mas relutou em divulgá-lo por medo de ser
recriminado. Sua obra, intitulada Sobre a revolução dos mundos celestes
(tradução), foi publicada somente em 1543, ano de sua morte. Apesar de
ser um período conturbado e a defesa dessas ideias terem sido criticadas
por líderes católicos e protestantes, esses conhecimentos trouxeram
grandes avanços para a compreensão do Universo e influenciaram vários
cientistas posteriores. Atualmente, Nicolau Copérnico é considerado o “pai
da astronomia moderna”.
Exercícios resolvidos
Exercícios de fixação
41 Os modelos propostos por cientistas buscam a explicação de fenômenos
que ocorrem em diferentes situações de nosso cotidiano. A respeito
desses modelos, é correto afirmar que
Dialogando
43 Por que muitas pessoas seguem receitas para fazer algumas comidas?
84
Teorizando
Galileu Galilei (1564-1642)
86
Exercícios resolvidos
Exercícios de fixação
I) Luneta
II) Periscópio
III) Lupa
52 Faça uma pesquisa com familiares e amigos mais velhos que você e
realize as seguintes perguntas:
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A seguir, registre as respostas dessas perguntas e compartilhe-as com
seu professor e seus colegas de sala de aula.
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53 'Em 1532, ano de sua morte, Nicolau Copérnico publicava sua obra com
a proposta da teoria heliocêntrica de Universo, muito diferente do
modelo geocêntrico de Cláudio Ptolomeu que já era aceito por mais de
1000 anos. Marque abaixo a alternativa correta a respeito do modelo
heliocêntrico.
b) c Esse modelo estava presente em sua obra Pálido Ponto Azul, que
influenciou os rumos da Astronomia a partir de então.
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