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Conversando com a Família Práticas Narrativas

Projeto Reciclando Mentes

Externalização

Perguntas Usualmente Feitas

Compilado por Maggie Carey e Shona Russell. 1

1. O que é externalização?

“Externalização” é um conceito que foi introduzido no campo da terapia familiar (TF)

no começo dos anos 802. Inicialmente desenvolvido no trabalho com crianças, externalizar

tem sido, até certo ponto, sempre associado com bom humor, brincadeira, assim como com

uma prática cuidadosa e séria. Há muitas maneiras de compreender externalização, mas

talvez seja mais bem resumida nessa frase: “A pessoa não é o problema, o problema é o

problema”.

:: As pessoas se voltavam para nós, terapeutas, para pedirem ajuda. Muitas vezes

chegavam a um ponto onde acreditavam que havia alguma coisa errada com elas,

que elas, ou algo sobre elas, era problemático. O problema se tornou “internalizado”.

Estamos certos de que você está consciente, que é muito comum o problema ser
compreendido pelas pessoas como “interno”, como se representasse alguma coisa

sobre a natureza ou o self interior da pessoa interessada.

:: As práticas externalizadoras são uma alternativa para as práticas internalizadoras.


Externalização localiza problemas não dentro dos indivíduos, mas como produtos da

cultura e da história. Problemas são compreendidos como tendo sido socialmente

construídos e criados no tempo.

O objetivo das práticas de externalização é, portanto, permitir que as pessoas percebam

que elas e o problema não são a mesma coisa. Como terapeutas, sabemos que há muitos

modos pelos quais isso é abordado. Uma maneira é fazer perguntas sem interrupções, onde

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mudamos os adjetivos que as pessoas usam para descreverem a si próprias (Sou uma

pessoa deprimida) para substantivos (“Há quanto tempo essa depressão está lhe

influenciando?” ou “O que a depressão diz sobre você mesmo?”). Outra prática de

externalização envolve fazer perguntas de uma maneira que convide a pessoa a

personificar seus problemas. Por exemplo, quando se trabalha com uma criança pequena

que quer parar de ser encrenqueira, uma pergunta externalizadora pode ser: “Como o Sr.

Travessura consegue enganar você?” ou “Quando é mais provável que a visita do Sr.

Travessura aconteça?”3 Através desses tipos de perguntas, algum espaço é criado entre a

pessoa e o problema, capacitando-a a começar revisar sua relação com o problema.

:: Não são apenas os problemas que são externalizados. Qualidades pessoais, como

“poder”, “confiança” e “auto-estima”, que comumente são internalizadas (vistos

como se fossem inerentes ou interiores ao indivíduo), também são externalizadas nas

conversações da terapia narrativa. Mais adiante escreveremos mais sobre isso.

É importante também notar que externalizar envolve muito mais do que técnicas

lingüísticas. Externalizar está vinculado a uma forma particular de compreensão, uma

tradição particular de pensamento, chamada pós-estruturalismo.

Essa forma de compreensão coloca uma ênfase considerável na linguagem, nas

questões de poder e nas formas onde significados e identidades são construídos. Para mais

informações sobre isso, leiam, o capítulo 5 “Pós-Estruturalismo e Terapia – qual é a

essência disso?”, de Leonie Thomas.

2. O que são conversas de externalização?

Conversas de externalização focam em problemas que algum dia foram internalizados

e os externaliza (como mostramos nos exemplos relacionados com a “depressão” e “Sr.

Travessura”). Mas isso é apenas o começo. Uma vez que os problemas são externalizados

(isto é, vistos como se simplesmente não existissem, como aspectos inerentes da pessoa),

eles podem ser colocados no enredo da história. Por exemplo, é possível para nós, como

terapeutas, fazermos perguntas sobre depressão:

:: Há quanto tempo a depressão vem influenciando sua vida?

:: Quando ela começou em sua vida?

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:: Quais os fatores que contribuíram para o início da depressão em sua vida?

:: Quais os efeitos reais da depressão (na pessoa, em seus relacionamentos e outros)?

:: Quando esses efeitos foram mais fortes ou mais fracos?

:: O que apóia a depressão?

:: O que atua como remédio em certas situações?

Esses tipos de perguntas, e muitas outras, começam a colocar a existência do problema

num relato.

Acrescentar problemas, como a “depressão” e “Sr. Travessura”, nas narrativas pode

pôr mais luz sobre como eles vieram a ter essa influência na vida de algumas pessoas.

Podem também começar a proporcionar às pessoas muitas informações e compreensões

mais ricas de como elas devem ser capazes de reconquistar suas vidas da influência dos

problemas.

Um dos aspectos mais significativos das conversas de externalização é que, dentro

delas, considerações mais amplas podem também ser levadas em conta. Quando é

compreendido que as relações das pessoas com os problemas são moldadas pela história e

pela cultura, é possível explorar como gênero, raça, cultura, sexualidade, classe e outras
relações de poder influenciam a construção dos problemas. Ao levar em consideração as

políticas envolvidas em modelar a identidade, torna-se possível permitir novas

compreensões da vida que estão menos influenciadas pela autoculpa e mais pela

consciência de como nossas vidas são modeladas pelas histórias culturais mais gerais.

Dessa maneira, vemos as conversas de externalização como um pequeno “p” da ação

política. Elas colocam de volta, no reino da cultura e da história, o que foi criado na cultura

e na história. Isso abre um leque de possibilidades para ações que não estão disponíveis

quando os problemas são colocados dentro dos indivíduos.

3. Como saber o que externalizar?

O processo de externalização acontece em colaboração com aqueles que nos consultam.

Entramos nas conversações terapêuticas acreditando que os problemas sobre os quais as

pessoas estão nos consultando não estão localizados internamente nelas, mas, em vez disso,

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foram modelados por histórias mais amplas transmitidas pela cultura específica nas quais

vivem. Isso então molda as perguntas que fazemos e as conversas que trocamos.

Quando alguém descreve a si mesmo em formas que são muito negativas (isto é, eu

sou uma pessoa inútil, sem valor), estas são oportunidades para externalizações. Vemos

isso como oportunidades para fazer algumas perguntas que conduzirão as conversas de

externalização ao redor dessas descrições de identidade. De forma semelhante, quando se

está trabalhando com histórias alternativas da vida das pessoas, se alguém mencionar um

traço de caráter particular como sendo inerente a elas (é através da minha coragem que

consigo ir adiante), então essa é uma oportunidade para uma conversa de externalização

que conduza a uma descrição mais rica dessa peculiaridade. É possível para nós, através da

externalização, “desempacotar” esse traço, aprender sobre sua história e saber como está

vinculado a certas técnicas de dissolução de problemas, habilidades e conhecimentos que

devem ser úteis nesse momento.

Em nosso trabalho, descobrimos que é realmente importante que aquilo que se quer

externalizar seja nomeado de uma maneira que se ajuste bem às pessoas interessadas.

Geralmente, as metáforas que se tornam externalizadas (isto é, vergonha, brigas, culpa,

preocupação, medo, ciúme) são aquelas que são articuladas pelas pessoas que consultam o
terapeuta. Algumas vezes, o processo de estabelecer o que se quer externalizar leva algum

tempo. Por exemplo, quando as pessoas começam dizendo que o problema “é um distúrbio

de ansiedade”, não é provável que seja uma descrição que a pessoa sugere para si mesma e,

portanto, não é aceitável ser essa a descrição mais equilibrada. Após alguma discussão, a

pessoa deve propor, em sua própria descrição, aquilo que poderia ser “o medo que vem”

ou “as sacudidelas” ou “as agitações”. Seja o que for, é importante que se ajuste bem

próximo da experiência da pessoa interessada.

Isso porque, uma vez que um nome seja achado para o problema que está próximo da

experiência da pessoa, significa que as habilidades e as idéias da pessoa presente se tornam

mais disponíveis. Por exemplo, é muito difícil para uma criança pensar que ela já tenha

alguma coisa a oferecer para lidar com todas as dificuldades que parecem estar lhe

rodeando – mas lidar com o Sr. Travessura é outro assunto. Da mesma forma, propor idéias

e maneiras de lidar com “o medo que vem” deve ser mais plausível do que formas de lidar

com “um distúrbio de ansiedade” (poderia ter sido pensado que lidar com distúrbios da

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ansiedade é de domínio exclusivo de profissionais). Quando a definição externalizada do

problema se ajusta muito bem à preocupação da pessoa, isso permite a ela estratégias,

técnicas e idéias para a resolução dos seus próprios problemas (que foram gerados durante

o curso de sua vida) que se tornam mais relevantes para dirigir seus apuros atuais.

Em nossa experiência, o que se torna externalizado pode se deslocar e mudar ao longo

do tempo. O relacionamento das pessoas com os problemas muda durante o tempo em que

elas estão na terapia, e, assim como as experiências das pessoas mudam, mudam também

as externalizações. Conversas de externalização podem ser flexíveis e criativas! Elas

também estão em progresso. Não usamos linguagem de externalização uma semana e

depois, na outra, linguagem de internalização. Nós mantemos conversações

externalizadoras durante todo o processo da terapia.

Pode também ser relevante mencionar que não há uma única definição do problema a

ser externalizada. De fato, quando trabalhamos com mais de uma pessoa, é bastante

provável que haverá mais de uma definição. Ao falarmos, com uma família, deveríamos ter

pelo menos cinco definições do problema – e isso é realmente ótimo. Mesmo se os

indivíduos tiverem diferentes definições do problema, normalmente eles podem concordar

em participarem juntos e se dirigirem para uma externalização particular do problema.

4. Que tipos de coisas são externalizadas?

Externalizar, para nós, não é uma técnica que escolhemos para usar em certas ocasiões

e não usar em outras; logo não é realmente uma questão de escolher o que pode e o que

não pode ser externalizado. Cada assunto concebível que é trazido para a sala de terapia

pode ser engajado numa conversa de externalização. Como cuidado, é exigido assegurar-se

que as externalizações se ajustem à experiência particular dos indivíduos – o raio de ação

das externalizações pode ser tão variado quanto as experiências, descrições e imaginação

daqueles que consultam terapeutas.

As conversas de externalizações também acontecem fora das salas de terapia. Grupos,

lugares de trabalho e mesmo comunidades têm utilizado conversas de externalizações por

várias razões. Um dos mais conhecidos exemplos de externalização numa comunidade teve

lugar em um projeto de educação em Malawi, no sudeste da África. Lá a externalização tem

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sido usada como uma resposta às crises de HIV/AIDS4. Problemas, tais como Estigma e

Silêncio, circundando HIV/AIDS que haviam contribuído para a divisão dentro da

comunidade, foram externalizados e a própria AIDS foi personificada (Sr. e Sra. AIDS).

Permitir que as comunidades tivessem conversações com personagens nos papéis de Sr. e

Sra. AIDS, nas quais estratégias, esperanças e sonhos de AIDS são articulados e expostos,

contribuíram nas respostas para que as comunidades cooperassem. A identificação e a

personificação de um contragolpe externalizado, Sr. Cuidado, também arrebatou a ação

coletiva.

5. Quais são alguns dos efeitos das conversas de externalização?

As respostas mais comuns daqueles com quem trabalhamos foram uma sensação de

alívio – alívio de que eles não são o problema e que há maneiras de entrar mais em contato

com outras histórias sobre eles mesmos, outros aspectos de suas vidas que os efeitos dos

problemas ocultaram da visão.

Conversações de externalização “descentralizam” os problemas na vida das pessoas.

Isso significa que há um espaço criado entre as pessoas e aquilo que os perturba. Onde as

pessoas tinham uma compreensão delas mesmas como inútil, agora, elas compreendem
que a inutilidade tinha dominado suas vidas e que há uma história para isto e chances de

recuperar suas vidas dos seus efeitos.

Quando um problema é externalizado, é possível identificar as práticas particulares

que o apóiam (assim como as práticas específicas que devem diminuir sua influência). Por

exemplo, se a inutilidade vinha afetando significantemente a vida da pessoa, há uma boa

chance de que práticas especiais de julgamento, de crítica e talvez de abuso tenham feito

isso possível. Conversas de externalização sobre essas práticas especiais podem levar a

aumentar a compreensão sobre suas operações. Podemos também, de forma colaborativa,

desenvolver o aumento de opções para evitar seus efeitos negativos.

Uma vez que os problemas e as práticas que os apóiam forem externalizados, será

possível pedir à pessoa que tome uma posição em relação ao problema. Isso não é uma

simples questão de ser a favor ou contra o problema, uma vez que sempre há graduações e

experiências de complexidade. Por exemplo, numa conversação de externalização sobre “a

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desvalorização”, a pessoa deve explicar que deseja abolir “a desvalorização”, mas que

deseja conservar “a habilidade de ser auto-reflexiva sobre como suas ações podem afetar os

outros”. Convidar as pessoas a tomarem uma posição em relação aos problemas cria mais

espaço para começarem a manter suas vidas fora dos efeitos dos problemas, porém

precisam levar em consideração as complexidades da experiência.

No momento em que as pessoas recuam e se separam do problema e, em seguida,

consideram suas histórias e efeitos negativos, podem se achar num território estável,

diferente daqueles com os quais estão acostumadas. Esse território diferente muitas vezes é

um local livre de práticas, tais como autoculpa e julgamento.

Assim, o problema é descentralizado, e o que se torna central nas conversações são o

conhecimento da vida da pessoa e a experiência de viver, que são relevantes para resolver

o problema. Isso se torna o foco da exploração. Além disso, uma vez que o problema é

compreendido como separado da identidade da pessoa interessada, se torna mais plausível

identificar famílias e amigos que possam formar uma equipe para apoiar e amparar os

esforços na redução da influência do problema. Com a vergonha reduzida e os problemas

não mais internalizados, torna-se mais admissível à ação coletiva.

Há um conjunto de muitos efeitos que as conversas de externalização tem também


sobre nossas vivências como terapeutas. Falaremos sobre alguns desses efeitos perto do fim

deste artigo.

6. Como a externalização se adapta a outras práticas da terapia narrativa?

Basicamente, conversas de externalização são a entrada para as histórias preferidas e

todas as práticas agradáveis, idéias e conhecimentos que as pessoas têm. Quando os

problemas são externalizados, quando as pessoas não acreditam mais que são o problema,

isso abre a porta para explorar seus conhecimentos, experiências e maneiras de conduzir os

efeitos do problema.

Durante as conversações de externalização, como terapeutas, estamos à procura

daquilo que chamamos momentos extraordinários. Esses são momentos em que a

influência do problema não foi tão forte. Quando percebemos um desses momentos, é uma

oportunidade para começarmos a explorar o que tornou isso possível. Por enquanto, não

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vamos entrar em detalhes sobre isso; há um vasto raio de ação nas formas que tentamos

colocar esses “momentos extraordinários” em histórias alternativas.

Tomemos, como exemplo, uma pessoa que veio para a sala de terapia acreditando-se

sem valor ou inútil. Vamos chamá-la de Júlia. Após externalizar a inutilidade e explorar

sua história e influência, nós devemos descobrir que há certos momentos em que a

inutilidade tem menos influência na vida de Júlia. Esses momentos extraordinários podem

ser associados a um momento particular, lugares ou amigos. Ou esses momentos podem

estar associados a certas coisas que Júlia fez, certos pensamentos que tem ou atividades

físicas em que estava engajada, etc. Com o passar do tempo, esses momentos

extraordinários podem ser colocados em histórias alternativas. Continuando com esse

exemplo, vamos dizer que Júlia decidiu nomear a história alternativa de sua vida de

“competência”. Através das conversações de externalização, poderíamos, então, nos

dedicar a muitas explorações sobre “competência”. Poderíamos pesquisar sua história e lhe

fazer perguntas sobre todos esses eventos e pessoas que contribuíram para essa

“competência”.

Conversações de externalização não focam em problemas. Como terapeuta narrativo,

também usamos conversas de externalização com relação a qualidades positivas


internalizadas (como competência) porque entendemos que “competência” é também um

produto da história e da cultura. É possível, para nós, fazermos perguntas sobre como esse

“senso de competência” foi criado na vida de Júlia, quem mais ajudou a criá-lo, qual a

pessoa que estaria menos surpresa ao ouvir isso, quem apóia isso, o que torna isso possível,

o que significa para ela e a que habilidades particulares de resolução de problemas ele

poderia estar vinculado. Esse processo pode fazer essas qualidades (como competência)

mais significativas e relevantes para a pessoa.

Nesse ponto de nossa conversa com Júlia, a externalização terá proporcionado a

oportunidade de nos envolvermos com outras práticas narrativas. Uma vez que o

problema é externalizado e começamos a gerar, através dos momentos extraordinários,

uma história alternativa, então outras práticas narrativas, tais como conversações de

reautoria, processo de testemunha externa, uso terapêutico de cartas, documentos, rituais e

celebrações, todas indistintamente se tornam mais relevantes. Todas essas e outras práticas

narrativas são usadas para produzir “ricas descrições” de histórias alternativas (histórias

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subordinadas) da vida das pessoas5. É através da geração de “ricas descrições” dessas

histórias alternativas, na vida das pessoas, que acreditamos sermos capazes de conduzir as

pessoas a fazerem mudanças significativas em suas vidas.

7. Quando nós, como terapeutas, começamos a nos ocupar com conversas de

externalização, quais são algumas das dificuldades que encontramos?

Como qualquer nova forma de trabalho, leva tempo, prática e rigor para se tornar

competente em conversas de externalização. Inicialmente, alguns praticantes se sentem

desajeitados com a maneira diferente de usar a linguagem que envolve externalização.

Inicialmente, podem se sentir inábeis, exatamente como se o terapeuta estivesse

centralizado na conversação de uma maneira desconfortável. Pode levar algum tempo, e

muita prática (ambas dentro e fora da sala de terapia), para as diferentes práticas de

linguagem se tornarem partes sem emendas no trabalho do profissional.

E leva ainda mais tempo para se engajar totalmente com as formas diferentes de pensar

que as conversas de externalizações representam. Externalização inclui questionamentos de

práticas internalizantes que são partes difundidas no cotidiano da vida. Externalização,

entretanto, representa mais do que simplesmente uma “técnica” de terapia. Aqueles que
nos consultam têm rotineiramente que combater as práticas de internalização que

procuram localizar os problemas dentro deles. Como terapeutas narrativos, vemos que

nosso papel é proporcionar alguma estrutura para compreensões e ações alternativas.

Quando, no início, começamos a empregar as conversas de externalização, levamos algum

tempo para nos habituarmos às implicações dessas novas formas de pensar. Para muitos de

nós representou uma forma muito diferente de olhar para nossas próprias vidas, assim

como para a vida daqueles com quem trabalhamos 6.

Numa observação prática, há um aspecto específico de conversas de externalização que

os profissionais algumas vezes combatem no início. Isso está relacionado com o dilema de

quais metáforas privilegiar em conversações de externalização.

Algumas vezes, quando um problema é externalizado, as famílias que nos consultam

podem usar metáforas de combate em relação ao problema. Eles podem mencionar como

gostariam de “bater”, “ser contra a guerra”, “lutar” ou “vencer” o problema. Como

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especialistas, isto pode ser um pouco confuso. Metáforas de combate e competição são

muito comuns. São com essas metáforas que nós devemos, enquanto terapeutas, nos

ocupar? Algumas vezes, se comprometer com metáforas de combate e competição pode

contribuir para estresse e tensão e pode significar que sutilezas da experiência podem ser

perdidas. O comprometimento com metáforas de conflitos e combate também pode

reproduzir maneiras de ser no mundo com as quais não desejamos estar associados. Em

outras circunstâncias, entretanto, onde pessoas podem estar literalmente batalhando por

suas vidas (em relação a distúrbios ameaçadores de alimentação ou vozes de auto-aversão,

por exemplo), as pessoas podem acreditar que metáforas de combate e descrições de luta

são as mais corretas para aquilo que elas estão atravessando.

O que parece importante é que, enquanto terapeutas, nós não devemos introduzir

metáforas de conflito ou combate e que estamos conscientes do amplo alcance de outras

metáforas sobre como os problemas podem se tornar menos centralizados na vida das

pessoas. Isso inclui metáforas de reivindicações na vida de alguém dos efeitos dos

problemas, escapar dos efeitos do problema, revisar a relação da pessoa com o problema,

educar o problema, negociar com o problema, organizar uma trégua com o problema,

domesticar o problema, minar o problema. Favorecer metáforas pode incluir pessoas

decidindo quais convites provenientes do problema eles desejam adotar e quais eles estão
recusando. Há incontáveis formas não violentas, não inimigas e não competitivas com as

quais pessoas mudam de rumo, reduzindo a influência dos problemas em suas vidas.

Muito pouco da literatura sobre terapia narrativa enfatizou metáforas de combate ou

tentativas de dominar problemas na vida das pessoas. A maior parte do nosso trabalho

como terapeutas narrativos compreende empregar, tendo as pessoas no centro, um leque

muito amplo de metáforas alternativas.

8. O que fazer quando alguém está se comportando mal com os outros – amedrontando,

caçoando (provocando) ou usando de violência? Podemos usar conversas de

externalização em tais situações?

É uma boa pergunta. Quando trabalhamos com pessoas que podem estar

amedrontando, caçoando, usando de violência ou abuso contra os outros, é muito

importante que nós, terapeutas, de maneira alguma desculpemos as pessoas da

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responsabilidade de suas ações. Há maneiras de usar conversas de externalização que

podem tornar possível para as pessoas se responsabilizarem por tratar ou prevenir os

efeitos dos problemas. Como terapeutas, devemos ter cuidado ao trabalhar com essas

questões.

Externalização não é sobre separar pessoas de suas ações, ou do efeito real de suas

ações. Um elemento-chave de conversas de externalização envolve explorar, em detalhes, o

efeito real dos problemas externalizados na vida das pessoas e também de todos os outros

que estão sendo afetados pelo problema. Ao detalhar completamente esses efeitos, as

conversas de externalização são usadas para capacitar as pessoas a tomarem uma posição

em relação ao problema externalizado e, então, se empenharem com os outros, em

abordarem seus efeitos e reduzirem sua influência.

Trabalhar com pessoas que usaram de violência não é simplesmente uma questão de

externalizar “violência” ou “abuso” e pensar que isso encorajará responsabilidade e

reduzirá os efeitos do problema. Um elemento-chave de conversas de externalização

envolve explorar idéias peculiares, crenças e práticas que apóiam o problema. As práticas

características da “violência” devem incluir “julgamento dos outros”, “atos de

depreciação”, “atos de poder”, “ser negligente”, “atos de controle”, “desligamento”,


“pensamentos sujos”, “atos de crueldade”, “idéias absurdas de superioridade” e muitas

outras. É importante para as conversações articular, cuidadosamente, os efeitos reais dessas

práticas e o modo de pensar. Ao procedermos assim, habilitamos as pessoas a se tornarem

mais conscientes de suas origens e das conseqüências em suas vidas. Quando os efeitos

reais dessas idéias e práticas sobre a vida das pessoas e relacionamentos são investigados,

quando a história dessas idéias e práticas em suas vidas está articulada e quando as

conexões são feitas no momento em que essas práticas podem ser apoiadas e sustentadas

por construções mais amplas de gênero, poder, etc., isso pode tornar mais fácil a tarefa da

pessoa assumir uma posição em relação a essas idéias e práticas de poder e controle e

adotar ações responsáveis. Durante esse processo, momentos extraordinários podem ser

identificados, onde a preocupação da pessoa esteve menos sob o controle da influência das

idéias e das práticas que apóiam a violência, o poder e o controle; estes momentos

extraordinários podem ser abertos para histórias alternativas de ações responsáveis de

reparação, cuidado e compaixão.

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Comprometer-se com as pessoas nas conversações sobre desconstrução de privilégios e

assumir responsabilidades por assuntos de violência ou outros atos de maldade (ofensas)

contra os outros envolve determinadas responsabilidades do terapeuta (comprometido ou

não com conversas de externalização). Isso inclui considerações de segurança para vítimas

de violência, poder, confiabilidade (formas de conferir se as pessoas estão seguras),

transparência, etc. Não há espaço aqui para entrarmos nesses detalhes, mas, no fim deste

artigo, proporcionamos mais leituras sobre isso.

9. Vocês têm algumas dicas acessíveis sobre o uso de conversas de externalização?

Semelhante a qualquer outra coisa, sempre há espaço para sermos conduzidos ao erro

e coisas que precisamos trabalhar a fim de compreendê-lo totalmente. Algumas das

confusões mais comuns sobre externalização acontecem quando a externalização é

confundida com idéias dos modelos psicológicos. Estudantes que foram treinados em

outras abordagens psicológicas nos disseram que pode levar algum tempo para elaborar

em quão diferente as conversas de externalização são dos tipos de conversações com que

estão acostumados. Tentaremos esclarecer algumas das confusões mais comuns e

proporcionar o que esperamos ser sugestões de dicas acessíveis!

:: Algumas vezes, quando estudantes procedem do trabalho de outros modelos

psicológicos e terapêuticos nos quais se acostumaram com o diagnóstico de um

problema, eles podem se tornar tão determinados a achar a externalização “certa” e

aferrar-se com “uma certeza”, que isso pode interferir nas maneiras com as quais

colaboram com a pessoa que veio consultá-los.

Sugestão 1: tente se lembrar que não está lidando com um diagnóstico médico, não há

somente uma única externalização “correta”. O que induz a externalização necessita se

ajustar bem próximo da experiência da pessoa que nos consulta, mas isso pode mudar com

o tempo.

:: Algumas vezes, podemos pensar que, se simplesmente externalizarmos as “coisas

ruins”, “más”, então o “inato” ou “inerente”, a bondade interior da pessoa

interessada será capaz de brilhar completamente. Essa idéia vem de uma tradição

muito diferente de pensamento (humanista) mais do que das idéias que instruem a

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terapia narrativa (pós-estruturalista). Em nossa experiência, acreditar que a

externalização do problema resultará automaticamente numa liberação mágica da

pessoa é uma pequena cilada, porque poderia significar que, como terapeutas, não

fizemos o trabalho para descrever ricamente as histórias alternativas da vida da

pessoa.

Sugestão 2: tente lembrar-se de que a externalização do problema é apenas o começo.

O próximo passo envolve descrever ricamente as histórias alternativas.

:: Externalizações são algumas vezes confundidas com as idéias de outros modelos

psicológicos que é possível colocar fora e examinar certos elementos do “self”, antes

de reintegrar esses elementos na “totalidade”. Novamente, essas idéias vêm de uma

tradição diferente de pensamento (humanista) daqueles que embasam a terapia

narrativa (pós-estruturalista). A terapia narrativa não acredita num “self total” que

precisa ser integrado, mas sim que as nossas identidades são construídas de muitas

histórias, e que essas histórias estão constantemente mudando.

Sugestão 3: não é nosso objetivo reintegrar o que foi externalizado. Em vez disso, tente

lembrar-se de que mesmo as coisas boas podem ser externalizadas e, dessa forma, podemos
ajudar a desenvolver descrições ricamente alternativas das histórias dominantes da vida

das pessoas.

:: Alguns modelos de psicologia inferem que há “bom e mau” em tudo e que as

pessoas não devem querer libertar inteiramente a si mesmas da influência de

qualquer problema. Mas isso pode se tornar bem confuso para aquelas pessoas que

nos consultam, para quem está muito claro, por exemplo, que prefeririam estar sem a

“voz de auto-aversão” em suas vidas.

Sugestão 4: achamos que é útil lembrar a nós mesmos que nosso papel como

terapeutas é continuar a auxiliar a verificação com todos aqueles envolvidos, sobre quais

são exatamente os efeitos do problema e o que a pessoa interessada vê como desejável em

termos de ações futuras7.

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10. É para externalizarmos as coisas ruins e internalizarmos as coisas boas?

Pode ser tentador internalizar somente coisas boas. Quando alguém diz “eu tenho uma

boa auto-estima”, e está orgulhoso disso, é tentador deixar isso de lado. Mas, em nossa

experiência, externalizar “as coisas boas” significa que essas podem se tornar “mais

ricamente descritas”. Por exemplo, se “poder” é externalizado (se não é compreendido

como algo inato ou interno, mas, em vez disso, que foi criado), então podemos fazer

perguntas para articular conhecimentos e habilidades específicas que constituem esse

“poder”, que rastreiam a história desse “poder” e que exploram quais pessoas queridas na

vida das pessoas contribuíram para a existência desse poder. Isso também significa que,

provavelmente, estamos fazendo mais perguntas sobre que outras coisas esse “poder” é

responsável na vida das pessoas, o que significa. Conversações de externalização sobre esse

“poder” podem inquirir tanto os valores e os compromissos que estão vinculados a esse

“poder” quanto suas histórias.

Como terapeutas narrativos, acreditamos que é essa rica descrição das histórias
alternativas da vida das pessoas que lhes proporcionam mais opções para ações e,

portanto, habilita mudanças significativas. A vida não se refere somente a problemas e

dificuldades ou para aquela questão de “poder”. É também sobre esperanças, sonhos,

paixão, princípios, realizações, habilidades, capacidades e mais. Todos esses aspectos de

nossas vidas são levantados para explorações e ricas descrições!

11. O que você acha mais útil sobre as conversas de externalização?

Aqui estão algumas das coisas que nós, como terapeutas, achamos mais úteis sobre

conversas de externalização.

:: Dentro das conversas de externalização, eu não tenho que adotar uma posição de

perito (especialista) em relação ao problema que as pessoas estão enfrentando. Em

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vez disso, posso ficar realmente curioso sobre como esses problemas operam e,

juntos, podemos explorar novas maneiras de os relatar.

:: Essencialmente, externalizar me permite não culpar as pessoas pelos problemas que

estão enfrentando, e isso é um alívio. Em vez disso, podemos colaborar e explorar os

efeitos e as táticas desses problemas e achar maneiras de reduzir sua influência.

:: Para mim, externalizar está ao redor do poder e da política. Tanto a psicologia

quanto a terapia possibilitaram que aqueles aspectos que eram somente sociais

fossem localizados dentro da pessoa. Por intermédio das práticas de externalização,

se tornou possível, para nós, esboçar como os problemas foram moldados mais

amplamente por relações de poder. Isso pode ajudar as pessoas a separarem suas

identidades desses problemas. Para mim, isso é justamente sobre recolocar, na

cultura e na história, o que veio da cultura e da história – esse é o pequeno “p” do

trabalho político.

:: Conversas de externalização me permitem ter posições diferentes nos meus

questionamentos – algumas vezes de repórter investigador, algumas vezes de

historiador, algumas vezes de detetive. Isso é divertido!

:: Eu aprecio que nós não falamos apenas sobre indivíduos e seus erros ou suas

soluções individuais. Em vez disso, falamos sobre histórias e relacionamentos e

encontramos audiência para testemunhar os passos que as pessoas estão dando.

:: No trabalho com homens violentos, eu descobri a importância, dentro das conversas

de externalização, de criar oportunidades para eles articularem maneiras alternativas

de serem homens que podem ajudar-se muito. Esse trabalho é complexo e requer

muito cuidado, mas possibilita aos homens terem responsabilidade por suas ações e

começarem a se mover em direção a formas alternativas não violentas de ser que

parecem realmente importantes.

:: Externalizar significa que, muitas vezes, fico sabendo a respeito dos belos

relacionamentos na vida das pessoas que as auxiliam na superação dos efeitos dos

problemas. Isso pode ser tão esperançoso! Ouço histórias fascinantes e as guardo na

memória. Penso nelas quando estou em casa.

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.
:: Conversas de externalização me habilitam a ser parte do processo de pessoas que

reconquistam suas vidas dos efeitos dos problemas.

Sobre essas perguntas e respostas

Gostaríamos de agradecer às seguintes pessoas que estiveram envolvidas na formação

deste trabalho: Gene Combs, Jane Speedy, Stephan Madigan, Yvonne Sliep, Michael White,

Carolyn Markey, Mark Hayward, Amanda Redston, Patrick O’Leary, Jill Freedman, Jeff

Zimmerman, Sue Mann, Iain Lupton, Dean Lobovits & Mary Pekin. Gostaríamos de

agradecer especialmente o papel que David Denborough desempenhou ao reunir essas

contribuições.

Leituras adicionais sobre externalização

Companions on a Journey: an exploration of an alternative community mental health project 1997:

Dulwich Centre Newsletter No.l. Republished in White, C. & Denborough, D. 1998: Introducing

Narrative Therapy: A collection of practice-based writings. Adelaide, South Austrália; Dulwich Centre
Publications.
Morgan, A. 2000: What is Narrative Therapy? An easy-to-read introduction. Adelaide, South Austrália:
Dulwich Centre Publications

Epston, D. 1998: Catching Up With David Epston: A collection of Narrative Practice-based Papers.
Adelaide, South Austrália: Dulwich Centre Publications.

Freeman, J., Epston, D. & Lobovits, D. 1997: Playful Approaches to Serious Problems: Narrative therapy
with children and their families. New York. W.W. Norton.

Freedman, J. & Combs, G. 1996: Narrative Therapy: The social construction of preferred realities. New
York. W.W.Norton.

Payne, M. 2000: Narrative Therapy: An introduction for counsellors. London: SAGE Publications.

Sliep, Y. & CARE Counsellors, 1996: ‘Pang’ono pang’ono ndi mtolo - Little by little we make a

bundle.’ Dulwich Centre Newsletter, No. 3. Republished in White C. & Denborough D 1998:

Introducing Narrative Therapy: A collection of practice-based writings. Adelaide, South Austrália:

Dulwich Centre Publications.


Thomas, L. 2002: ‘Poststructuralism and therapy - what’s it all about?’ International Journal of

Narrative Therapy and Community Work, No. 2.

White, M, & Epston, D. 1990: Narrative Means to Therapeutic Ends. New York: W.W.Norton.

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Leituras adicionais sobre trabalhos com homens que usam a violência

McLean, C., Carey, M. & White, C. (eds) 1996: Mens Ways of Being. Boulder, Colorado: Westview
Press.

Jenkins, A. 1990: Invitations to Responsibility: The therapeutic engagement of men who are violent and

abusive, Adelaide, South Austrália: Dulwich Centre Publications.


Jenkins, A., Joy, M. & Hall, R. 2002: ‘Forgiveness and child sexual abuse: A matrix of meanings.’

International Journal of Narrative Therapy and Community Work, No 1.

Slaltery, G. 2000: Working with young men: Taking a stand against sexual abuse and sexual
harassment. Dulwich Centre Journal, Nos. 1 & 2.

White, M. 1995: ‘A conversation about accountability.’ In White, M. Re-Authoring Lives: Interviews and
essays. Adelaide, South Austrália: Dulwich Centre Publications.

1 Esse artigo foi publicado originalmente na Edição nº 2 de 2002 do Jornal Internacional de Terapia
Narrativa e Trabalho Comunitário.

2 Externalização foi inicialmente introduzida por Michael White e tem sido desde então utilizada por um
grande número de terapeutas.

3 Uma personificação para uma pessoa mais velha está descrita mais adiante nesse capítulo com relação ao
Sr./Sra. AIDS e que é uma externalização que tem sido usada em projetos comunitários em Malawi, África.

4 Para mais informações sobre esse trabalho veja Sliep & Care Counsellors (1998), ou escreva para Yvonne

Sliep no e-mail: ysliep@mweb.co.za

5 Para ler mais sobre estas outras práticas narrativas, veja Morgan. A. O que é terapia narrativa? Uma

introdução de fácil leitura. Centro de Estudos e Práticas Narativas – 2007.


6 Para mais informações sobre o tipo de pensamento diferente ao qual este está associada a externalização,

veja o capítulo 5 deste livro.

7 Quando atos de violência estão presentes, esta “verificação” requer cuidado e processos de

responsabilização, pelo meio dos quais as vozes e visão daqueles que são mais afetados pela violência,

sejam privilegiadas.

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