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Diários de Formação de Professores de Ciências

Simone da Silva Miranda

BREMM, Daniele, GÜLLICH, Roque. I. C. Do diário de formação à sistematização da


experiência: o processo de (auto) formação de professores de ciências. Ensaio. Vol. 24, 2022.

A presente resenha pretende analisar, o artigo científico escrito por Daniele


Bremm, professora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação
Matemática, Londrina, PR, Brasil e Roque Ismael da Costa Güllich, professora da
Universidade Estadual de Londrina, professora na Universidade Federal da Fronteira Sul,
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências, Chapecó, SC, Brasil que teve como título
”Do diário de formação à sistematização da experiência: o processo de (auto) formação
de professores de ciências”.
O artigo está dividido em quatro tópicos, tendo com objetivo compreender como
ocorre o processo de autoformação de Professores de Ciências e como este processo está
relacionado com o Diário de Formação, a escrita de narrativas reflexivas e com a
Sistematização de Experiências, mecanismos desencadeados pela Investigação-Formação-
Ação.
O primeiro tópico do artigo está destinado a introdução do estudo e apresenta sobre a
importância das narrativas como metodologia de investigação para o desenvolvimento pessoal
e profissional docente nas últimas décadas e reconhece a importância das narrativas como
metodologia de investigação nos campos da educação e do ensino, e a defesa por processos de
formação de professores com ênfase no desenvolvimento de pesquisadores da sua própria
prática, devido os cursos de formação de professores estarem se voltando para a formação de
profissionais com hábito de reflexão e autorreflexão, pois os registros escritos das práticas
profissionais e vivências pessoais da própria prática pessoais estão vistos como essenciais
para que os docentes adquiram maior consciência do seu trabalho e identidade como
professores, considerado como um processo de investigação-ação, favorecendo o
desenvolvimento da habilidade de reflexão dos professores.
No segundo tópico os autores apresentam uma categorização dos modelos de
investigação-ação que são cruciais para ressignificação da prática. Nesse tópico também é
apresentado a metodologia para construção de um processo investigativo e a compreensão da
fenomenologia, que considera as experiências dos professores investigador como origem de
todo o conhecimento em que a linguagem possui papel central, e para compreensão apresenta
a análise Textual Discursiva que se caracteriza por uma ação metodológica que busca se
desprender do reducionismo epistemológico característico das ciências naturais, e
compreende três etapas, sendo elas: a Impregnação ou Unitarização, a Auto-Organização ou
Categorização e a Exploração de sentidos ou Produção de Metatexto. A Fenomenologia é uma
forma de investigação que se caracteriza pela abordagem direta dos fenômenos, estuda a
forma como os fenômenos se apresentam à consciência, valorizando a subjetividade como
forma de atingir a essência do fenômeno.
No terceiro tópico apresenta os diários vividos, diários abertos e diários experientes,
os autores, então, apresentam um estudo de caso realizado com professores de ciências que
utilizaram o diário de formação como ferramenta de autoformação e reflexão crítica. Os
resultados mostraram que o diário de formação foi uma ferramenta eficaz para a
sistematização da experiência, permitindo aos professores refletirem sobre sua prática docente
e identificar pontos a serem melhorados. Além disso, os autores discutem a importância da
formação continuada e da colaboração entre professores para a melhoria da prática docente.
Eles argumentam que o diário de formação pode ser uma ferramenta útil para promover essa
colaboração, permitindo que os professores compartilhem suas experiências e aprendam uns
com os outros.
No último tópico trata-se da sistematização do resultado da pesquisa, que mostram
que o diário de formação contribuiu para a reflexão crítica dos professores sobre sua prática
pedagógica, permitindo a identificação de desafios e potencialidades. Além disso, os
professores relataram que o diário de formação foi uma ferramenta de autoavaliação e
autoconhecimento, contribuindo para o desenvolvimento profissional. No entanto, as autoras
também apontam que o uso do diário de formação apresenta desafios, como a falta de tempo
para registrar as reflexões, a resistência dos professores em expor suas fragilidades e
dificuldades, e a necessidade de apoio e orientação para a utilização efetiva da ferramenta.
No geral, o artigo apresenta uma contribuição relevante para o campo da formação
de professores de ciências, destacando a importância do diário de formação como ferramenta
para a reflexão crítica e sistematização da experiência docente. Os resultados apresentados
pelo estudo de caso sugerem que o diário de formação pode ser uma ferramenta útil para a
melhoria da prática docente e para a promoção da colaboração entre professores. O artigo
apresenta uma revisão bibliográfica sobre o uso do diário de formação na formação de
professores, destacando suas potencialidades e desafios. Além disso, as autoras relatam uma
pesquisa realizada com professores de ciências que utilizaram o diário de formação como
parte de um programa de formação continuada.

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