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º 89 — 9 de maio de 2014
Número
Qualificação dos cargos
Artigo 12.º-A Designação dos cargos dirigentes
dirigentes
Grau de
lugares
Dispensa de parecer prévio e de publicitação
Diretor-geral. . . . . . . . . . Direção superior. . . 1.º 1
1 — Aos contratos de aquisição de bens e serviços Subdiretor geral . . . . . . . Direção superior. . . 2.º 2»
destinados ao CNCSeg é aplicável o disposto no n.º 3 do
artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 107/2012, de 18 de maio, ANEXO II
alterado pela Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro,
e o CNCSeg é considerado um sistema operacional (a que se refere o artigo 6.º)
crítico, para efeitos do disposto no n.º 5 daquela norma.
Republicação do Decreto-Lei n.º 3/2012, de 16 de janeiro
2 — Os contratos referidos no número anterior estão
dispensados da publicitação no portal da Internet dedi-
cado aos contratos públicos, prevista no artigo 127.º do Artigo 1.º
Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto- Natureza
Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro.» 1 — O Gabinete Nacional de Segurança, abreviadamente
designado por GNS, é um serviço central da administração
Artigo 4.º direta do Estado, dotado de autonomia administrativa,
Alteração do anexo ao Decreto-Lei n.º 3/2012, de 16 de janeiro na dependência do Primeiro-Ministro ou do membro do
Governo em quem aquele delegar.
O anexo ao Decreto-Lei n.º 3/2012, de 16 de janeiro, 2 — A Autoridade Nacional de Segurança, abreviada-
alterado pelo Decreto-Lei n.º 162/2013, de 4 de dezembro, mente designada por ANS, dirige o GNS e é a entidade
passa a ter a redação constante do anexo I ao presente que exerce, em exclusivo, a proteção e a salvaguarda da
diploma, do qual faz parte integrante. informação classificada.
Artigo 5.º Artigo 2.º
Avaliação de funcionamento Missão e atribuições
O funcionamento do Centro Nacional de Cibersegurança 1 — O GNS tem por missão garantir a segurança da
no âmbito do Gabinete Nacional de Segurança é objeto de informação classificada no âmbito nacional e das orga-
avaliação no final do ano 2017. nizações internacionais de que Portugal é parte e exer-
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cer a função de autoridade de credenciação de pessoas e h) Credenciar as empresas que pretendam exercer as
empresas para o acesso e manuseamento de informação atividades de comércio e indústria de bens e tecnologias
classificada, bem como a de autoridade credenciadora e de militares, nos termos da Lei n.º 49/2009, de 5 de agosto;
fiscalização de entidades que atuem no âmbito do Sistema i) Credenciar entidades públicas e privadas para o exer-
de Certificação Eletrónica do Estado — Infraestrutura de cício de atividades industriais, tecnológicas e de inves-
Chaves Públicas (SCEE). tigação, quando tal seja exigido por disposição legal ou
2 — No âmbito do GNS funciona o Centro Nacional regulamentar;
de Cibersegurança, doravante designado por CNCSeg, que j) Exercer as competências de autoridade credencia-
tem por missão contribuir para que o país use o ciberes- dora e de fiscalização de entidades que atuem no âmbito
paço de uma forma livre, confiável e segura, através da do SCEE, bem como no quadro do regime jurídico dos
promoção da melhoria contínua da cibersegurança nacional documentos eletrónicos e da assinatura eletrónica;
e da cooperação internacional, em articulação com todas l) Atuar como autoridade responsável pela componente
as autoridades competentes, bem como da implementação codificada do Sistema GALILEO, credenciar os pontos
das medidas e instrumentos necessários à antecipação, à de contacto nacionais no âmbito da sua componente de
deteção, reação e recuperação de situações que, face à segurança e efetuar a gestão de chaves quando da respetiva
operação;
iminência ou ocorrência de incidentes ou ciberataques,
m) Exercer as demais atribuições que lhe sejam atri-
ponham em causa o funcionamento das infraestruturas buídas por lei.
críticas e os interesses nacionais.
3 — O GNS prossegue as seguintes atribuições: Artigo 2.º-A
a) Garantir a articulação e a harmonização dos proce- Competências do Centro Nacional de Cibergurança
dimentos relativos à segurança da informação classificada
em todos os serviços, organismos e entidades, públicos ou 1 — Na prossecução da sua missão, o CNCSeg possui
privados, onde seja administrada tal informação, designa- as seguintes competências:
damente e em especial, os da Administração Pública, das a) Desenvolver as capacidades nacionais de preven-
forças armadas e das forças e serviços de segurança, bem ção, monitorização, deteção, reação, análise e correção
como no âmbito das organizações, reuniões, programas, destinadas a fazer face a incidentes de cibersegurança e
contratos, projetos e outras atividades internacionais em ciberataques;
que Portugal participe; b) Promover a formação e a qualificação de recursos
b) Assegurar, nos termos dos instrumentos de vinculação humanos na área da cibersegurança, com vista à formação
do Estado Português, a proteção e a salvaguarda da infor- de uma comunidade de conhecimento e de uma cultura
mação classificada emanada das organizações internacio- nacional de cibersegurança;
nais de que Portugal faça parte ou das respetivas estruturas c) Exercer os poderes de autoridade nacional competente
internas, nomeadamente no âmbito da Organização do em matéria de cibersegurança, relativamente ao Estado e
Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da União Europeia aos operadores de infraestruturas críticas nacionais;
(UE), Unidade Europeia de Cooperação Judiciária (EU- d) Contribuir para assegurar a segurança dos sistemas de
ROJUST) e da Agência Espacial Europeia (AEE), bem informação e comunicação do Estado e das infraestruturas
como de outros Estados com os quais tenha sido celebrado críticas nacionais;
acordos de segurança; e) Promover e assegurar a articulação e a cooperação
c) Exercer em Portugal os poderes públicos cometidos entre os vários intervenientes e responsáveis nacionais na
às autoridades nacionais de segurança, nomeadamente área da cibersegurança;
nas áreas da credenciação de segurança, segurança das f) Assegurar a produção de referenciais normativos em
comunicações, distribuição e outras, nos termos das normas matéria de cibersegurança;
aprovadas pelas entidades internacionais competentes; g) Apoiar o desenvolvimento das capacidades técnicas,
d) Proceder ao registo, distribuição e controlo da infor- científicas e industriais, promovendo projetos de inovação
mação classificada, bem como de todos os procedimen- e desenvolvimento na área da cibersegurança;
tos inerentes à sua administração, de índole nacional ou h) Assegurar o planeamento da utilização do ciberespaço
em situação de crise e de guerra no âmbito do planeamento
confiadas à responsabilidade do Estado Português, garan-
civil de emergência, no quadro definido pelo Decreto-Lei
tindo que o material cripto é objeto de medidas específicas n.º 73/2013, de 31 de maio;
de segurança e administrado por canais diferenciados; i) Coordenar a cooperação internacional em matérias
e) Fiscalizar e inspecionar os órgãos de segurança que da cibersegurança, em articulação com o Ministério dos
detenham, a qualquer título e em qualquer suporte, infor- Negócios Estrangeiros;
mação classificada sob responsabilidade portuguesa, dentro j) Exercer as demais competências que lhe sejam atri-
e fora do território nacional; buídas por lei.
f) Avaliar, acreditar e certificar a segurança de produtos e
sistemas de comunicações, de informática e de tecnologias 2 — O disposto no número anterior não prejudica as
de informação que sirvam de suporte ao tratamento, ar- atribuições e competências legalmente cometidas a outras
quivo e transmissão de informação classificada e proceder entidades públicas em matéria de segurança do ciberes-
à realização de limpezas eletrónicas; paço e é exercida em coordenação com estas, através de
g) Promover o estudo, a investigação e a difusão das elementos de ligação designados para o efeito, bem como
normas e procedimentos de segurança aplicáveis à prote- em cooperação com entidades privadas que exerçam fun-
ção e salvaguarda da informação classificada, propondo ções naquela matéria.
a doutrina a adotar por Portugal e a formação de pessoal 3 — O CNCSeg atua ainda em articulação e estreita
especializado nesta área da segurança; cooperação com as estruturas nacionais responsáveis pela
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r) Propor a celebração e colaborar na elaboração dos 2 — Os trabalhadores do CNCSeg devem possuir com-
acordos bilaterais de segurança da informação classificada, petência técnica, aptidão, experiência profissional e for-
em articulação com o Ministério dos Negócios Estran- mação adequadas ao exercício daquelas funções e podem
geiros. ou não ter vínculo à Administração Pública, mas o número
dos que não sejam trabalhadores em funções públicas não
3 — O diretor-geral exerce ainda as competências pre- pode exceder, em cada momento, 50 % do número total
vistas para os titulares de cargos de direção superior nos de trabalhadores em funções no CNCSeg.
termos do estatuto do pessoal dirigente dos serviços e 3 — Os trabalhadores do CNCSeg referidos nas alí-
organismos da administração central, regional e local do neas a) a c) do n.º 1 são recrutados nos termos seguintes:
Estado, aprovado pela Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro.
4 — Os subdiretores gerais exercem as competências a) Os consultores coordenadores e os consultores, de
que lhes sejam delegadas ou subdelegadas pelo diretor- entre licenciados;
geral, competindo a este designar o subdiretor geral que b) Os técnicos, de entre quem possua o 12.º ano de
o substitui nas suas faltas e impedimentos. escolaridade ou equivalente.
1 — O pessoal que exerce funções no GNS é creden- O apoio logístico e administrativo indispensável ao
ciado na marca e grau de classificação de segurança exi- bom funcionamento do GNS, designadamente em matéria
gidos pelo respetivo conteúdo funcional e em função da de gestão de recursos humanos e financeiros, é prestado
informação classificada com que trabalhe ou necessite de pela Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Mi-
conhecer para o desempenho de funções. nistros.
2 — Além dos deveres que impendem sobre os trabalha- Artigo 11.º
dores que exercem funções públicas, o pessoal que exerce
funções no GNS está sujeito ao dever de disponibilidade Receitas
permanente e de continuada obrigação de sigilo, mesmo 1 — O GNS dispõe das receitas provenientes de dota-
após a cessação de funções. ções que lhe forem atribuídas no Orçamento do Estado.
3 — É vedado ao pessoal do GNS o exercício de qual- 2 — O GNS dispõe ainda das seguintes receitas pró-
quer atividade pública ou privada suscetível de compro- prias:
meter os requisitos de isenção, sigilo e disponibilidade
permanente inerente às funções que exercem. a) As taxas cobradas pela prestação de serviços no âm-
4 — O diretor-geral e os subdiretores gerais estão bito das suas atribuições;
ainda sujeitos aos regimes de incompatibilidades, impe- b) As quantias que resultem da exploração ou da titu-
dimentos e inibições e de exclusividade e de acumulação laridade de direitos de propriedade sobre produtos, paten-
de funções previstos no estatuto do pessoal dirigente dos tes e demais direitos privativos de natureza industrial ou
serviços e organismos da administração central, regional intelectual que venham a ser desenvolvidos no âmbito da
e local do Estado, aprovado pela Lei n.º 2/2004, de 15 atividade do GNS e que pela lei lhe sejam consignados;
de janeiro. c) Os subsídios, subvenções e comparticipações de en-
5 — O diretor-geral e os subdiretores gerais gozam tidades públicas e privadas;
igualmente dos direitos previstos no capítulo III do esta- d) O produto de taxas que por lei lhe sejam consignadas,
tuto referido no número anterior, sendo equiparados, para nomeadamente as decorrentes das funções exercidas no
efeitos remuneratórios, respetivamente, a cargos de direção quadro do SCEE;
e) As doações, heranças ou legados de que for bene-
superior de 1.º e 2.º graus.
ficiário;
f) Quaisquer receitas que por lei, contrato ou outro título
Artigo 8.º
lhe sejam atribuídas.
Estatuto remuneratório dos chefes de equipas multidisciplinares
3 — O valor das taxas cobradas pelo GNS é fixado por
Aos chefes de equipas multidisciplinares é atribuído um
portaria dos membros do Governo responsáveis pelo GNS
estatuto remuneratório equiparado a chefe de divisão ou a
e pela área das finanças.
diretor de serviços, em função da natureza e complexidade
das funções, não podendo o estatuto equiparado a diretor
Artigo 12.º
de serviços ser atribuído a mais de duas chefias de equipa
em simultâneo. Despesas