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4954 Diário da República, 1.ª série — N.

º 159 — 20 de agosto de 2013

Artigo 41.º Segurança Pública (PSP), das entidades que procedam


ao estudo e conceção, instalação, manutenção ou assis-
Entrada em vigor
tência técnica de material e equipamento de segurança
A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao ou de centrais de alarme, nos termos previstos no n.º 2
da sua publicação. do artigo 12.º da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, adiante
designadas por entidades.
A Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Ca- 2 — Estão excluídas do âmbito da presente portaria
sanova Morgado Dias de Albuquerque, em 9 de agosto as entidades que desenvolvam as atividades de projeto,
de 2013. — O Ministro da Administração Interna, Miguel comércio, instalação, manutenção ou assistência técnica
Bento Martins Costa Macedo e Silva, em 13 de agosto de sistemas de segurança contra incêndio e que estejam
de 2013. — O Ministro Adjunto e do Desenvolvimento abrangidas pelo regime jurídico de segurança contra incên-
Regional, Luís Miguel Poiares Pessoa Maduro, em 12 de dios em edifícios, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 220/2008,
agosto de 2013. de 12 de novembro.

Artigo 2.º
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA Material e equipamento de segurança
1 — Para efeitos do disposto na presente portaria a
Portaria n.º 272/2013 definição de material e equipamento de segurança prevista
de 20 de agosto na alínea g) do artigo 2.º da Lei n.º 34/2013, de 16 de
maio, compreende quaisquer dispositivos elétricos e ou
O regime de exercício da atividade de segurança pri- eletrónicos destinados a:
vada, aprovado pela Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, deter-
mina que as entidades que procedam ao estudo e conceção, a) Detetar e sinalizar a presença, entrada ou tentativa
instalação, manutenção ou assistência técnica de material e de entrada de um intruso em edifícios ou instalações pro-
equipamento de segurança ou de centrais de alarme sejam tegidas;
obrigadas a registo prévio na Direção Nacional da Polícia b) Prevenir a entrada de armas, substâncias e artigos
de Segurança Pública. de uso e porte proibidos ou suscetíveis de provocar atos
Não obstante os serviços prestados por estas entidades de violência no interior de edifícios ou locais de acesso
não se enquadrarem no conceito de serviços de segurança vedado ou condicionado ao público;
privada, constata-se que estes estão em permanente inte- c) Controlar o acesso de pessoas não autorizadas em
ração com os meios tecnológicos de segurança usados edifícios ou instalações protegidas;
no âmbito alargado da segurança de pessoas e bens e da d) Capturar, registar e visualizar imagens de espaço
prevenção da prática de crimes. protegido;
Nos termos do n.º 4 do artigo 12.º da Lei n.º 34/2013, e) Receber, enviar ou tratar sinais de alarme (centrais de
de 16 de maio, os requisitos e o procedimento de registo são alarme), incluindo de alarmes pessoais ou portáteis.
definidos por portaria do membro do Governo responsável
pela área da administração interna. 2 — É ainda considerado material e equipamento de
Nestes termos, a presente portaria define os diversos segurança qualquer dispositivo de segurança eletrónica
requisitos necessários ao registo nacional das referidas de pessoas e bens com as finalidades previstas no número
entidades. anterior.
No que respeita aos técnicos responsáveis o regime 3 — Para efeitos da alínea b) do n.º 1 são considera-
previsto segue os trâmites previstos na Lei n.º 9/2009, das substâncias e artigos de uso e porte proibido as que
de 4 de março, alterada pela Lei n.º 41/2012, de 28 de sejam previstas, nomeadamente, no regime jurídico rela-
agosto, prevendo-se ainda um período transitório de reco- tivo a espetáculos desportivos, a espetáculos e diverti-
nhecimento de qualificações. mentos públicos ou segurança aeroportuária e proteção
O registo permite ainda a identificação das entidades portuária.
detentoras de certificação de qualidade relativa aos serviços
técnicos prestados. Artigo 3.º
De referir também, que no sentido da simplificação do Registo
procedimento, todo o processo de registo pode ser efetuado
por via eletrónica. 1 — O registo das entidades é criado e mantido pela
Foi ouvido o Conselho de Segurança Privada e as entida- Direção Nacional da PSP, no âmbito do sistema de
des nele representadas, bem como a APSEI — Associação informação previsto no artigo 56.º da Lei n.º 34/2013,
Portuguesa de Segurança. de 16 de maio.
2 — O certificado de registo prévio é emitido pela Dire-
Assim:
ção Nacional da PSP e publicitado na sua página oficial.
Manda o Governo, pelo Ministro da Administração
3 — A publicação do registo prévio contém a seguinte
Interna, ao abrigo do disposto no n.º 4 do artigo 12.º da
informação:
Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, o seguinte:
a) Designação social e sede da entidade;
Artigo 1.º b) Número de identificação de pessoa coletiva
(NIPC);
Objeto e âmbito
c) Âmbito dos serviços prestados;
1 — A presente portaria define os requisitos e o pro- d) Identificação do material e equipamento de segurança
cedimento de registo, na Direção Nacional da Polícia de conforme definido no n.º 1 do artigo 2.º;
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e) Certificação de qualidade voluntária prevista no atendendo, designadamente, à formação base ou profis-


artigo 7.º; sional e à experiência profissional.
f) Número de registo prévio, data de emissão e vali- 3 — São considerados detentores de qualificação pro-
dade. fissional adequada:
a) Os engenheiros e os engenheiros técnicos inscritos em
4 — O registo é válido por cinco anos, a contar da sua
emissão, podendo ser renovado por iguais períodos. associações públicas de natureza profissional que, nos ter-
5 — O tratamento de dados pessoais no procedimento de mos da lei que estabelece a qualificação profissional exigí-
registo está sujeito às regras previstas na Lei de Proteção vel aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição
de Dados Pessoais. de projetos, se considerem habilitados para o efeito;
b) Os engenheiros e os engenheiros técnicos inscritos
Artigo 4.º nas respetivas associações públicas de natureza profissional
no seguimento de procedimento constante do artigo 47.º da
Requisitos Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pela Lei n.º 41/2012,
1 — Para efeitos de registo prévio ou da sua renovação, de 28 de agosto, por reconhecimento de qualificações equi-
a entidade deve cumprir os requisitos previstos na presente valentes às referidas na alínea anterior;
portaria. c) Os cidadãos de Estado membro da União Europeia ou
2 — O disposto no número anterior não é aplicável do Espaço Económico Europeu com qualificações, obtidas
a entidade acreditada noutro Estado membro da União fora de Portugal, equivalentes às referidas na alínea a), que
Europeia ou de um Estado parte do Acordo sobre o Espaço aqui pretendam exercer a atividade profissional em regime
Económico Europeu em que seja aplicável regime idên- de livre prestação de serviços e que, para tanto, mediante
tico ao previsto no n.º 3 do artigo 12.º da Lei n.º 34/2013, declaração prévia, informem a Ordem dos Engenheiros ou
de 16 de maio, de acordo com as autorizações, elementos, a Ordem dos Engenheiros Técnicos, conforme aplicável,
justificações ou garantias já exigidos no Estado membro nos termos do artigo 5.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março,
de origem. alterada pela Lei n.º 41/2012, de 28 de agosto;
d) As pessoas singulares detentoras de dupla certifica-
Artigo 5.º ção, obtida por via das modalidades de educação e forma-
ção do Sistema Nacional de Qualificações, que respeitem
Requisitos e capacidade técnica os conteúdos definidos no Catálogo Nacional de Qua-
1 — A entidade sujeita a registo é uma pessoa singular lificações, ou qualificação equiparada reconhecida nos
ou coletiva legalmente constituída de acordo com a legis- termos de procedimento constante do artigo 47.º da Lei
lação de um Estado membro da União Europeia ou de n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pela Lei n.º 41/2012,
um Estado parte do Acordo sobre o Espaço Económico de 28 de agosto;
Europeu. e) Os técnicos de áreas de formação de eletricidade
2 — A entidade deve ainda reunir os seguintes requi- e energia e de eletrónica e automação, que tenham fre-
sitos: quentado com aproveitamento unidades de curta duração
integradas no Catálogo Nacional de Qualificações, ou
a) Possuir instalações técnicas; qualificação equiparada reconhecida nos termos de proce-
b) Possuir os meios e equipamentos necessários ao dimento constante do artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
desenvolvimento das atividades; março, alterada pela Lei n.º 41/2012, de 28 de agosto.
c) Possuir técnico responsável;
d) Não possuir dívidas ao Estado e à Segurança Social, Artigo 7.º
ou fazer prova de que o seu pagamento se encontra asse-
gurado; Certificação de qualidade
e) Possuir seguro de responsabilidade civil obrigatório, 1 — As entidades que requeiram o registo prévio
quando aplicável; podem averbar certificação de qualidade ao abrigo de
f) Estar habilitada, quando aplicável, com título para um referencial de qualidade específico para a atividade
o exercício da atividade de construção, nos termos do no âmbito da instalação, manutenção ou assistência téc-
respetivo regime jurídico aprovado pelo Decreto-Lei nica, auditado periodicamente por uma entidade terceira
n.º 12/2004, de 9 de janeiro; e independente.
g) Não estar inibida, por decisão definitiva ou transitada 2 — Para efeito do averbamento previsto no número
em julgado, do exercício da atividade. anterior as entidades devem ser detentoras de um dos
seguintes certificados:
Artigo 6.º
a) Certificado de sistema de gestão da qualidade pela
Técnico responsável
NP EN ISO 9001, emitido por entidade acreditada reco-
1 — Ao técnico responsável da entidade compete o exer- nhecida ou autorizada pelas entidades ou organismos
cício de funções de planeamento, organização, coordenação nacionais de acreditação de um Estado membro da União
dos operadores e dos subempreiteiros, assistência técnica Europeia;
e controlo de qualidade dos fornecimentos, instalação e b) Certificado de serviço no âmbito da prestação de
execução dos trabalhos relativos a material e equipamentos serviços de estudo e conceção, instalação e manuten-
de segurança previstos no artigo 2.º, mediante a subscrição ção ou assistência técnica do material e equipamento de
de termo de responsabilidade. segurança previsto no artigo 2.º, com base em referen-
2 — A acreditação do técnico responsável é efetuada cial aprovado pelo organismo de normalização sectorial
mediante verificação da respetiva qualificação profissional, competente.
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Artigo 8.º todos os elementos instrutórios cuja junção é obrigatória


Pedido de registo e de renovação
nos termos da presente portaria.
2 — Sem prejuízo do disposto do número anterior, o
1 — O registo de entidades, ou a sua renovação, é efe- interessado é convidado a suprir as deficiências iniciais
tuado através da apresentação de requerimento de modelo do pedido.
próprio junto da Direção Nacional da PSP, dirigido ao
diretor nacional, devidamente instruído com os elementos Artigo 11.º
comprovativos dos requisitos aplicáveis previstos na pre-
Instrução do pedido
sente portaria, sem prejuízo do seu envio por via eletrónica
através do Sistema Integrado de Gestão de Segurança 1 — Efetuado o pagamento da taxa de serviço, a Direção
Privada (SIGESP). Nacional da PSP procede à instrução do pedido.
2 — Com a apresentação do pedido é devido o paga- 2 — Concluída a instrução com despacho de deferi-
mento da taxa correspondente. mento é emitido o certificado de registo prévio.

Artigo 9.º Artigo 12.º


Elementos comprovativos Obrigações das entidades registadas

1 — O pedido é instruído com os seguintes As entidades registadas estão obrigadas a notificar a


documentos: Direção Nacional da PSP de todas as alterações aos dados
que lhes respeitam, no prazo de 10 dias úteis após a data
a) Certidão de teor da descrição e de todas as inscri- da sua ocorrência.
ções em vigor, emitida pela Conservatória do Registo
Comercial; Artigo 13.º
b) Certidão ou cópia autenticada dos documentos que
titulem a posse, o arrendamento, a locação ou usufruto do Suspensão e cancelamento do registo
imóvel onde se situem as instalações técnicas; 1 — O registo da entidade é suspenso quando se veri-
c) Certidão ou cópia autenticada da licença ou autori- fique a falta de técnico responsável e enquanto esta se
zação para atividade industrial ou comercial; mantiver.
d) Certidão do registo predial ou cópia autenticada, 2 — O registo da entidade é cancelado quando se veri-
quando as instalações não sejam propriedade da entidade; fique a cessação da atividade.
e) Certidão comprovativa da inexistência de dívidas ao
Estado e à segurança social, ou de que o seu pagamento Artigo 14.º
se encontra assegurado, e do cumprimento das obrigações
fiscais relativas ao ano em que o pedido é apresentado; Norma transitória
f) Apólice de seguro de responsabilidade civil, se aplicável; 1 — Durante um período transitório de três anos a contar
g) Título de habilitação, se aplicável o requisito previsto da data de publicação da presente portaria, podem ser acre-
na alínea f) do n.º 2 do artigo 5.º; ditados como técnico responsável, as pessoas singulares
h) Comprovativo do pagamento da taxa. detentores da escolaridade mínima obrigatória e que com-
provem ter três anos ou mais de experiência profissional
2 — O pedido é ainda instruído com os documentos nas atividades previstas no n.º 1 artigo 6.º
relativos ao técnico responsável: 2 — O pedido de acreditação é requerido na Direção
a) Documento de identificação ou equivalente; Nacional da PSP.
b) Título de residência ou equivalente, quando apli- 3 — É aplicável o disposto no artigo 26.º da Lei
cável; n.º 34/2013, de 16 de maio, com as devidas adaptações.
c) Certificado de registo criminal;
d) Documento comprovativo da qualificação profissio- Artigo 15.º
nal emitido pela Ordem dos Engenheiros ou pela Ordem Entrada em vigor
dos Engenheiros Técnicos, ou da formação profissional
adequada, correspondente, pelo menos, a 50 horas, em A presente portaria entra em vigor 30 dias após a data
entidade formadora certificada pela Direção-Geral do da sua publicação.
Emprego e das Relações de Trabalho; O Ministro da Administração Interna, Miguel Bento Mar-
e) Cópia do contrato de trabalho. tins Costa Macedo e Silva, em 13 de agosto de 2013.
3 — No caso de renovação do registo, o técnico respon- Portaria n.º 273/2013
sável deve fazer prova da frequência de ação de formação
de atualização científica e técnica, de duração não inferior de 20 de agosto
a 50 horas, frequentada nos últimos três anos, em entidade
formadora certificada pela Direção-Geral do Emprego e A Lei n.° 34/2013, de 16 de maio, procedeu a uma im-
das Relações de Trabalho. portante revisão global do regime jurídico que regulava o
exercício da atividade de segurança privada.
Artigo 10.º A reforma operada no regime jurídico que vigorava
desde 2004 procedeu a uma clarificação do objeto da segu-
Rejeição liminar
rança privada, tendo em conta as crescentes solicitações e
1 — O pedido a que se refere o n.º 1 do artigo 8.º é necessidades de segurança dos cidadãos, a par da obrigação
liminarmente rejeitado se não estiver acompanhado de de adaptação do ordenamento jurídico nacional ao direito

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