Sex 17 Ago 07 12 Entrevista com

Semanário
JUVENAL BRANDÃO,
Ano I, 09.ª Edição
treinador de juniores
Director
do Freamunde
FRANCISCO COELHO DA ROCHA

www.verdadeiroolhar.pt
geral@verdadeiroolhar.pt

EUR 0,50 (IVA incluído)

“Estou com uma

fé inabalável que
vamos fazer um
brilharete.”

06 LOUSADA

Selecções de
hóquei em campo
de Portugal e
Irlanda estagiam
em Lousada

Lousada tenta 09 PAÇOS DE FERREIRA

RECORD DO GUINESS
Governo testa
troca de seringas
na prisão

com andor gigante 11 PAREDES

Incêndio
destruiu

Sanfins ganha kit

armazém

15 PENAFIEL

de combate ao fogo Doente foge

A Junta de Freguesia de San-
fins foi contemplada com uma
se trata de uma zona de muita
floresta acho que a atribuição foi
da ambulância
depois de agredir
os bombeiros
plou as juntas de freguesia com o A zona de Sanfins costuma
kit, deixando de parte os veículos ser muito fustigada pelos incên-

verba de 8 mil euros para a com-
pra de um Kit de 1ª intervenção
para combate aos incêndios. Das
n o
bem merecida”. A atribuição des- necessários à sua utilização. “A dios e, por isso, o presidente da
te kit foi feita à perto de quinze
dias, mas ainda não há certezas

G o ve r
iniciativa do Governo foi boa, mas
agora é preciso um meio de trans-
junta acredita que mesmo que
este equipamento não seja “útil a
19 DESPORTO

1845 candidaturas apresenta- quanto à data de chegada deste

u - s
porte adequado para a adaptação

c e e curto prazo, até porque estamos

das por Juntas de Freguesia de
todo o país ao programa para a
aquisição de equipamento de in-
equipamento. “Neste momento
ainda não sabemos quando a ver-
ba estará disponível ou quando
e s que l o
deste kit”, disse o presidente da
junta, adiantando que estão “em
contacto com a Câmara Municipal
num Verão calmo em termos de Volta a Portugal
incêndios, será sempre um bom
investimento para o futuro”.
André Cardoso

u
vence camisola

tervenção para fogos florestais,
Sanfins foi uma das selecciona-
das já que reunia um conjunto
í c
poderemos adquirir o kit. Talvez para resolver esta situação”. Este equipamento “será sem-
em Setembro, mas só na próxima
semana terei mais pormenores”,

d o ve
A Câmara Municipal tem sido
de facto um elemento essencial

o
pre bem-vindo”, concluiu Joaquim
Machado dos Santos. O Kit de 1ª
verde
da características favoráveis.
Joaquim Machado dos Santos,
garantiu Joaquim Machado dos
Santos, acrescentando que ainda

presidente da Junta de Fregue-
sia de Sanfins, afirmou que estão
satisfeitos com este resultado e
que ficaram “felizes por ser con-
templados, embora já estejamos
a mais do meio do Verão. Como
há outras questões a considerar,
como a forma de utilização do kit
e qual o melhor meio de transpor-
te para o utilizar. Esse será um
dos principais problemas, sendo
que este concurso apenas contem-
d o - o - te r r
em todo este processo, como ad-
mitiu o próprio Joaquim Machado
e n Intervenção que vai ser adquirido
será semelhante ao utilizado pelas
to
dos Santos, “foi a câmara que nos
informou da candidatura e que
nos está a ajudar agora”, estando
em contacto com outras fregue-
equipas de sapadores florestais.
Esta iniciativa resulta de um pro-
tocolo assinado entre o Ministério
da Administração Interna, Minis-
sias contempladas para perceber tério da Agricultura e a Associa-
qual o caminho mais indicado. ção Nacional de Freguesias.
02 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
REPORTAGEM
Padre Feliciano Garçês
Presidente da Obra de Caridade ao Doente e ao Paralítico
“Fui a Fátima a pé para tentar perceber porque é que as pessoas vão”
Aos 39 anos já passou por Madagáscar e Timor, onde, de forma diferente, contribuiu para o desenvolvimento da
população local. Actualmente, é, entre outras funções, presidente da Obra de Caridade ao Doente e ao Paralítico
(OCDP), uma instituição que vai criar a primeira Sopa dos Pobres na região.
Roberto Bessa Moreira
roberto.moreira@verdadeiroolhar.pt
Recentemente anunciou a cria-
ção de uma Sopa dos Pobres em
Paredes. Em que ponto está esse
projecto?
Esta é uma época do ano em que
é muito complicado trabalhar em
projectos. Está quase tudo de fé-
rias. Mas nós, a direcção da OCDP,
tivemos uma reunião e acertámos
alguns pormenores.
Entretanto, juntamente com
uma outra instituição e de uma
forma informal, já fomos fazendo
contactos.
Temos uma ideia concreta daqui-
lo que queremos fazer e o objectivo
está claro. Não queremos matar a
fome a ninguém, porque, felizmen-
te, podemos dizer que existem pes-
soas no Vale do Sousa que não têm
uma alimentação suficiente e digna,
mas não há casos de passar fome.
O que nós pretendemos com
esta ideia da Sopa dos Pobres é
dar a possibilidade a um conjun-
to de pessoas de ter uma refeição
digna e que muita gente possa ter
uma refeição com companhia.
Pretendemos proporcionar uma
refeição quente em todos os aspec-
tos: a nível alimentar e a nível hu-
mano.
A Sopa dos Pobres em Paredes
não terá, em Paredes, uma organi-
zação igual a projectos semelhan-
tes no país...
O nosso edifício tem condições para
acolher 150 a 200 pessoas, mas é
óbvio que uma pessoa que esteja em
Baltar que não tenha dinheiro para
comer também não o terá para vir
até Paredes. Então, surgiu a ideia de
criar uma rede de solidariedade en-
volvendo restaurantes de todas as
freguesias do concelho, que pode-
rão acolher quatro, cinco pessoas e
lhes sirva uma refeição numa mesa
que lhes estará destinada.
Os restaurantes não terão apenas
o papel de fornecer comida, pois
serão eles a identificar os casos
mais problemáticos em cada fre-
guesia, não é verdade?
Os proprietários dos restaurantes
conhecem a terra e as pessoas com
mais necessidade de cada fregue-
sia e podem-nos ajudar a fazer o
diagnóstico. A ideia de fundo é
essa, até porque esta é uma forma
de descentralizar as coisas e de le-
var este espírito solidário a todas
as freguesias.
Como vê o problema da pobreza
em Paredes?
Claro que não tenho números, mas
ouço frequentemente dizer que
alguns meninos só comem uma
refeição quente porque almoçam
na escola. Se eles não comem é
porque em casa não há comida em
quantidade suficiente.
Agora, a minha preocupação é
que a pobreza material existe em
consequência de uma pobreza
de valores humanos. Isso é que é
mais degradante.
A Sopa dos Pobres irá resolver o
problema da pobreza dos valores
humanos?
A minha preocupação não é só en-
cher barrigas. A minha intenção é
que durante a própria refeição as
pessoas tenham uma animação,
através da música, de uma activi-
dade que se proporcione durante o
jantar, que pode transmitir valores.
Sei que existem pessoas com
histórias de vida muito interes-
santes, e que por uma qualquer
razão se perderam, e é importante
conhecê-las e apresentá-las às ge-
rações mais novas.
Que papel terão as paróquias nes-
te projecto?
As paróquias terão um papel fun-
damental na divulgação e funcio-
narão como um parceiro aliado no
nosso projecto. É importante que
as pessoas percebam que não está
nada por trás deste projecto e que
o único interesse é proporcionar
duas coisas: que as pessoas co-
mam com dignidade e companhia
e, ao mesmo tempo, tenham uma
animação que as leve a crescer do
ponto de vista humano.
O trabalho que a OCDP está a fa-
zer não deveria ter sido assumido
mais cedo pela Igreja? A Igreja
tem feito um bom trabalho no
combate à pobreza?
O mais fácil é criticar, mas não va-
mos por aí. Aprendi na vida que tudo
o que se faça é bom e eu próprio te-
nho muitas dúvidas neste projecto.
Será que as pessoas vão aderir? Será
que quem precisa não vai à Sopa dos
Pobres e quem não precisa vai lá es-
tar sempre? Já me disseram que a
50 ou 100 metros do restaurante as
pessoas vão estacionar o Mercedes
e vão lá comer. Há sempre quem se
aproveite destas situações.
Porém, um dos pilares da Igre-
ja é a caridade e se toda a gente se
contentasse com o suficiente não
havia pessoas a morrer porque
têm de mais e outras a morrer
porque têm de menos. Vou tentar
que os que têm a mais partilhem
com os que têm a menos.
Eu não conheço a realidade de
todas as paróquias do concelho,
mas sei que há muitas coisas boas
que se fazem, de grande valor,
mas essas não são notícia.
Que outros projectos tem a OCDP?
Até agora a associação construiu
uma sede e um nome com credi-
bilidade, o que é importante, mas
a acção para o deonte e para o pa-
ralítico era passiva e limitava-se a
emprestar umas muletas, uma ca-
deira de rodas ou uma cama arti-
culada se estivessem disponíveis.
Actualmente, há um conjunto
de projectos que começaram a ser
pensados, mas foi complicado con-
cretizá-los porque a questão buro-
crática estava desorganizada.
Agora, com essa parte resol-
vida, esta casa pode ser útil em
vários aspectos. Assim, vai ser
criada, em Outubro, uma bibliote-
ca e uma vídeoteca (já temos uma
centena de vídeos) e iremos ligar
alguns computadores à internet e
disponibilizá-los à população.
O andar do meio do edifício
tem muito boas condições para re-
ceber exposições e, neste momen-
to, já temos conversas feitas com
várias pessoas para disponibilizar
os seus quadros. Uma delas até é
um nome bastante conhecido a ní-
vel nacional.
Vamos também criar um jor-
nal, que será distribuído mensal-
mente, para ajudar os associados
a viver a associação e para que
saibam o que se passa na OCDP.
A organização da peregrinação a
Fátima vai-se manter?
A peregrinação a Fátima vai con-
tinuar a ser a imagem de marca da
associação. Não é uma caminhada
a Fátima é uma peregrinação e é
um tempo de retiro espiritual para
as pessoas que têm participado.
Qual é a diferença entre uma ca-
minhada e uma peregrinação a
Fátima?
Eu posso ir a Fátima a pé. Vou an-
dando e quando chegar ao local
com a plaquinha que diz Fátima
meto-me dentro do carro e venho
embora. Durante o caminho fui
bebendo umas cervejinhas, con-
versando, fazendo de tudo e mais
alguma coisa. Isso é uma cami-
nhada a Fátima.
Uma peregrinação é as pessoas
sentirem que a sua primeira moti-
vação é espiritual. É um testemu-
nho de fé que vão dar e no qual,
ao longo do dia, há momentos de
oração. O que mais marca numa
peregrinação é a atitude solidária
das pessoas umas com as outras.
Cria-se um espírito de solidarie-
dade, de comunidade e de família
muito grande.
Na peregrinação da OCDP há
um itinerário previamente esco-
lhido, há um tema para todos os
dias e todos os dias se celebra a
missa. Às vezes, é arrepiante ver
600 pessoas num pavilhão a fa-
zer tanto ou mais silêncio do que
qualquer igreja.
Concorda com as peregrinações a
Fátima?
A primeira vez que fui a Fátima a
pé fui para tentar perceber porque
é que as pessoas vão, porque me
fazia um bocado de confusão e se
calhar, ao fim de sete anos, ainda
me continua a fazer. No entanto,
há uma coisa que é real: as pes-
soas fazem-no. E quem o faz dá-
lhe um sentido e sempre que se
pergunta porquê as respostas são
sempre do tipo “quando o prometi
estava pior do que agora”, “se pro-
meti foi porque confiava”, e outros
dizem que foi por fé.
Poderia pensar que o raciocínio
que as pessoas fazem não é o mais
correcto, mas nunca o fiz e nunca
o faço, porque quem vai a Fátima
a pé vai com uma razão e, concor-
dando ou não, tenho de respeitar
essa razão.
Eu só vou na peregrinação por-
que sei que é importante para as
pessoas que esteja ali um padre e
porque sinto que faz parte da mi-
nha missão caminhar à beira de-
las.
Por exemplo, pessoas que nun-
ca falaram com um padre, con-
versam comigo à beira da estrada
e outras que não se confessavam
voltam a confessar-se.

Feliciano Garçês já esteve em Madagáscar e em Timor
Um padre que procura o povo
O padre Feliciano Garçês é,
aos 39 anos, um homem com
uma grande experiência de vida.
Missionário, já esteve dois anos
seguidos em Madagáscar, onde
viu pela primeira vez um leproso
e percebeu a importância da mul-
ticulturalidade, e já montou uma
fábrica de móveis em Timor.
Hoje, para além da gestão da
OCDP, dedica-se à pastoral vo-
cacional, tentando atrair jovens
para a Igreja.
Apesar de se sentir bem com
a “função sensível” que desem-
penha, o padre Feliciano Garçês
não rejeita um possível regresso
a África, porventura a Angola ou
a Moçambique, países onde os
missionários dehoneanos, con-
gregação à qual pertence o ho-
mem natural de Bitarães, Pare-
des, estão a desenvolver trabalho
humanitário.
Um padre como ídolo
Ao certo, Feliciano Garçês não
sabe quando lhe surgiu a vocação
para abraçar a vocação de padre.
Sabe, no entanto, que, aos dez
anos, disse à mãe, a meio de uma
missa, que um dia seria como o
padre Nuno, à data, pároco de
Bitarães. “Admirava-o pela sua
simplicidade e pelo seu humor.
Era uma pessoa feliz e fez mexer
Bitarães”, recorda.
Cativado pela sua forma de
ser e de estar na comunidade, o
jovem Feliciano foi falar com o
Padre Nuno e deu-lhe conta que
gostaria de frequentar o seminá-
rio, uma ideia que, ao princípio,
não foi muito bem aceite pelo pai.
Já com 11 anos, viveu um ano à
espera do dia em que iria conhe-
cer o Seminário Missionário Pa-
dre Dehon, em Rio Tinto, mas o
pai não o levou a essa visita tão
ansiada. “Fiquei amuado durante
todo o dia e o meu pai lá me le-
vou, no dia seguinte, ao Seminá-
rio”, refere.
Encantado com o que viu, Feli-
ciano Garçês permaneceu no Se-
minário nos cinco anos seguintes.
“Adaptei-me bastante bem à vida
do Seminário”, afirma.
Aos 16 anos, o adolescente Feli-
ciano volta a mudar de vida. Des-
ta vez, ruma até Coimbra, onde
“as ideias sobre o futuro se foram
tornando cada vez mais claras” e o
desejo de ser padre maior.
Aveiro foi o destino seguinte
e aí cumpriu o seu ano de Novi-
ciado, que antecedeu a ida para
a Universidade Católica, em Lis-
boa, para frequentar o curso de
Teologia.
Ao fim de dois anos na Univer-
sidade, Feliciano Garçês decide
fazer um estágio de vida religio-
sa em Madagáscar, país africano
com uma economia débil e com
uma sociedade subdesenvolvida.
Juntamente com outros dois mis-
sionários, esteve em Madagáscar
dois anos seguidos, fazendo um
Sexta-feira, 17 Agosto 2007 03
REPORTAGEM
“trabalho humanitário motivado numa acção de pastoral juvenil. genheiro, e António Sousa, fun- jovens para o Seminário, convidan-
pelo trabalho de evangelização”, “Nessa altura, reparei que todo cionário do sector do mobiliário, do-os, depois de uma selecção pré-
que passava, essencialmente, pela o mobiliário tinha sido destruí- rumou outra vez para Timor e co- via, a conhecer a instituição. “Tento
visita às aldeias mais dispersas e do e assumi o compromisso com meçou a montar uma fábrica que semear a mensagem, mas é uma
a distribuição de medicamentos o Bispo de Baucau de construir viria a ser inaugurada 43 dias de- tarefa complicada, porque tenho 12
à população local. “Foi aqui que uma carpintaria”, avança como pois. Mais uma vez, foi um padre horas de aulas e ainda tenho de ge-
percebi que podia dar alegria explicação para o surgimento do multifuncional que trabalhava de rir e organizar os fins-de-semana,
a muita gente”, diz, lembrando projecto “Uma fábrica para Ti- manhã à noite como electricista altura em que os jovens vão visitar
que, neste período, foi “electricis- mor”. ou mecânico. o Seminário”, refere.
ta, enfermeiro, agricultor, arqui- Com essa ideia na cabeça, aca- “Foi uma experiência diferente
tecto”, ou seja fez “um pouco de bou por cruzar-se com o, na al- de Madagáscar, mas igualmente BI
tudo”. tura, vereador da Câmara Muni- importante”, caracteriza.
Deste tempo ficou-lhe na me- cipal de Paredes, Celso Ferreira, Nome: Feliciano Sousa Morei-
mória a primeira vez que viu uma que tinha uma iniciativa em tudo “Tento encher o Seminário” ra Garcês
pessoa com lepra, a atitude de um semelhante. Aliado à autarquia, Actualmente, Feliciano Garçês está
chefe de uma aldeia que percor- recolheu, em Paredes, máquinas integrado no Seminário Missioná- Idade: 39 anos
reu 80 quilómetros a pé para ir e material suficiente para cons- rio Padre Dehon, onde desempenha
buscar um ovo para que os mis- truir uma fábrica de móveis em uma “função sensível”. “Tento en- Naturalidade: Bitarães, Paredes
sionários não comessem apenas Timor e enviou o primeiro con- cher o Seminário”, explica de forma
arroz e o dia em que concluiu a tentor para território timorense alegre. Nesse sentido, este homem Residência: Rio Tinto
construção de uma igreja. “Foi em 2004. natural de Bitarães visita, ao lon-
inaugurada em Outubro de 1992. Em Fevereiro deste ano, acom- go do ano, 25 escolas, onde fala da Profissão: Padre
Dizem que é das mais bonitas de panhado por Fernando Casal, en- sua vida como padre e tenta atrair
Madagáscar e já quiseram cons-
truir uma igual em Portugal, mas
os arquitectos e os engenheiros
dizem que é impossível pô-la de
pé. Porém, em Madagáscar ela
continua a resistir à passagem de
nove tufões por ano”, declara, or-
gulhoso.
“... reparei que todo o
mobiliário tinha sido
destruído e assumi o
compromisso com o
Bispo de Baucau de
construir uma carpin-
taria”, avança como
explicação para o sur-
gimento do projecto
“Uma fábrica para Ti-
mor”.
O estágio em terras africanas,
que o obrigou a dormir em salas
comuns onde ratos, cobras e ou-
tros répteis eram visitas frequen-
tes, serviu ainda para o conscien-
cializar que “a nossa cultura não é
a melhor” e que o mais importan-
te é mesmo “a multiculturalida-
de”. “O meu ideal de vida é estar
junto do povo. Fala-se constante-
mente do fim das vocações, mas
pergunto muitas vezes se nós pa-
dres vamos ter com as pessoas. É
mais fácil dar uma missa a 500
pessoas do que ir tomar um café e
responder a alguém que pergunta
porque é que se deve confessar”,
defende.
Depois desta experiência re-
gressou a Portugal para concluir o
curso e para ser ordenado padre,
na Igreja da Boavista, no Porto,
em Dezembro de 1997.
Mentor da construção de uma fá-
brica de móveis em Timor
Três anos depois, em 2000, vai
pela primeira vez a Timor na se-
quência de um convite, de D. Ba-
sílio Nascimento, para colaborar
04 Sexta-feira, 17 Agosto 2007

Na primeira pessoa

Militar de profissão agora na reserva, é aos 84 anos de idade um homem sereno e um contador de histórias

Coronel Soares de Moura

Marta Ferreira
marta.ferreira@verdadeiroolhar.pt
A carreira militar
Coronel Soares de Moura ingres-
sou na vida militar aos 21 anos na
Escola do Exército como Cadete
da Força Aérea. Estudou durante
dois anos nessa escola e saiu em
1945. Entretanto foi chamado a
fazer o tirocínio na Escola de Sin-
tra e por lá ficou um ano. A para-
gem seguinte foi Espinho, onde
permaneceu durante quatro anos
e sempre que podia vinha ao Por-
to para estudar.
Em 1950 apareceram os aviões
a jacto e Soares de Moura segue
rumo até à Ota, por lá ficou seis
anos. Com o aparecimento desses
aviões, o Coronel teve a oportuni-
dade de ter sido “ instrutor e o pri-
meiro comandante da Quadrilha
de Instrução”, acrescenta.
Profissionalmente sempre quis
evoluir e decidiu tirar o curso
de Estado Maior em Inglaterra.
Mais tarde seguiu-se a América
para tirar mais dois cursos, o de
Segurança de Voo e de Instrutor
de Tiro Aéreo. A 23 de Setembro
de 1960 embarca para Angola e aí
Soares de Moura ajuda a implan-
tar o dispositivo militar. Segun-
do ele, “quando começou a guerra
eu estava lá mesmo no sítio onde
ela rebentou, permaneci durante
dois anos e acabei por ser promo-
vido com distinção. Fui para lá
Major e regresso a Portugal como
Tenente-Coronel apenas com 37
anos”.
O Coronel sempre foi um ho-
mem ambicioso e resolve alistar-
se para Moçambique como Co-
ronel Chefe do Estado Maior da
Força Aérea. Nesse momento “a
guerra ainda não tinha começado
foi um descanso, mas a verdade se
diga, estive seis anos sem um dia
de licença. Entretanto a guerra
começou e durou quatro anos. De-
pois decidi regressar a Portugal,
mas logo voltei a Moçambique e aí
ajudei a implantar a Força Aérea”,
disse-nos.
Regressa em definitivo a Portu-
gal para comandar a Base Aérea de
Monte Real em Leiria, onde teve a
oportunidade de pilotar sempre
que quisesse e segundo palavras
do próprio “voei mais rápido que
o som. Ultrapassei a barreira do
som, mas não é voar supersónico.
E assim tive três anos muito feli-
zes em Monte Real”.
Recusou o curso para ser Ge-
neral e abandonou a vida militar.
Regressou à freguesia de Lodares,
concelho de Lousada e de imedia-
to foi convidado a dar aulas no
Colégio Eça de Queirós, que já não
existe. Mais tarde convidaram-no
a fazer serviço militar nos Servi-
ços Sociais das Forças Armadas
onde permaneceu durante 14
anos.
A escrita
Depois de abandonar a vida pro-
fissional dedica-se em definitivo à
escrita. Para o Coronel “as paixões
estão assolapadas desde o prin-
cípio da vida. Comecei a escrever
poesia por volta dos meus 16 ou
17 anos. Mas é verdade que como
nunca tive uma vida militar muito
sossegada e não tinha muito tempo
para escrever. Só quando me apo-
sentei é que me pude dedicar intei-
ramente à escrita. Um dia resolvi
comprar uma secretária nova,
comprei papel e disse para mim
mesmo que era agora que começa-
va a escrever”.
Escreveu já vários livros, um ro-
mance e outros de investigação his-
tórica, “escrevi histórias de África,
ressuscitei uma peça de teatro cha-
mada “Adão e Eva”. Gostei muito
de escrever essa história porque vi
essa representação quando ainda
era criança”.
O livro que o Coronel mais gos-
tou de escrever foi o romance “Se-
gundo Aviso”, e justifica porquê,
“foi o primeiro livro que escrevi
sobre um episódio da vida real en-
tre duas pessoas, é acima de tudo
uma história de guerra”.
Ideias e inspiração não faltam
a Soares de Moura que neste mo-
mento tem mais uma obra em
fase de acabamento. O livro vai
chamar-se “Lousada Antiga”, e
como referiu o autor “é um livro
que aborda a história da Vila até
1910”.
A homenagem
Em 1999 a Câmara Municipal
de Lousada atribuiu ao Coronel

BI a Medalha de Prata de Mérito quase todos os dias, mas é na noi-

Nome: Augusto Soares de Mou-
ra
Idade: 84 anos
Naturalidade: Lousada
Residência: Lodares, Lousada
Estado Civil: Casado
O que fazia: Militar de carreira
O que faz: Escritor
Municipal. Soares de Moura fez
questão de contar ao Verdadeiro
Olhar como tudo se passou, “lem-
bro-me muito bem desse episódio
e disse ao Sr. Vereador da Cultura
que achava que não tinha mérito
para ser medalhado. Senti que ha-
via gratidão a mais para mérito a
menos, porque apenas escrevi uns
livros, mas fiquei de facto muito
reconhecido”.
O Coronel sempre foi e ainda é
um apaixonado pela agricultura.
Durante o dia considera-se um la-
vrador, enquanto à noite dedica-se
à escrita. Tem por hábito escrever
te de Sábado que mais se inspira e
escreve até de manhã.
Actualmente os seus dias são
calmos, diz que não precisa de ver
televisão e assume-se sem dúvida
num homem das letras, porque lê
jornais todos os dias.
O que lhe dá mais pena é “não
poder agricultar porque não temos
como o fazer. As cooperativas não
pagam o vinho, a fruta e acaba por
não valer a pena ter animais por-
que não dá lucro nenhum”, desa-
bafa o Coronel.
 Sexta-feira, 17 Agosto 2007 05

EDITORIAL

O que dizem por aqui

EDITORIAL

Francisco Coelho da Rocha

fcr@verdadeiroolhar.pt

“Estou com uma fé inabalável de que vamos fazer um brilharete este ano.” Pelo sonho vamos
Juvenal Brandão – Treinador dos juniores do Freamunde
“Pelo sonho é que vamos, e mudos. Chegamos? Não chegamos?
“Deve ser obrigatório integrar juniores no plantel sénior, não deve haver tantos estrangeiros nas equipas.” Haja ou não haja frutos, pelo sonho é que vamos. Basta a fé no que
Idem temos. Basta a esperança naquilo que talvez não teremos. Basta que
a alma demos, com a mesma alegria, ao que desconhecemos e ao
“Vai-se entretendo a malta com isto [apito dourado], para não pensarem muito na desgraça do país em que que é do dia-a-dia. Chegamos? Não chegamos? Partimos. Vamos.
estamos metidos.” Somos.”
Granja da Fonseca – Presidente da Assembleia Municipal de Paredes O poema de Sebastião da Gama que acabo de transcrever enqua-
dra-se perfeitamente no que lhe queremos dar a conhecer nas pá-
“E quando o ‘Zé Pagode’ se aperceber que há muito que é enganado e ‘roubado’ à má cara, por esta maralha ginas dois e três. Um homem que não se poupa a sacrifícios e sofri-
toda?” mentos e que sabe aproveitar as dificuldades como forma de reagir
Idem e continuar a avançar. Numa conversa deliciosa mostra saudades do
que ficou para trás, mas continua a sonhar com o que está adiante.
“De dia endireitava os carros e à noite, com a minha mulher, distribuía gás. Cada botija custava 70 escudos.” O Padre Feliciano foi missionário em terras longínquas, para agora
José Carneiro Alves – Fundador do grupo JCA descobrir uma nova missão: lutar contra a pobreza na região. Quan-
do falamos de pobreza, achamos sempre que é uma coisa lá longe,
“Deixar a profissão que gostava [chapeiro] foi o que mais pena me deixou. Nunca tive espírito de comerciante.” num ou outro local que a televisão nos vai mostrando. Como vai po-
Idem der ler, a pobreza, e neste caso a fome, está aqui mesmo ao lado, mui-
tas vezes escondida por vergonha. Outra coisa não seria de esperar
“Fui a Fátima a pé fui para tentar perceber porque é que as pessoas vão.” de uma região em que a indústria do mobiliário atravessa uma grave
Padre Feliciano Garcês – Presidente da Obra de Caridade ao Doente e ao Paralítico crise.
Seria bom que cada um não calasse aquilo que dentro de nós nos
“A pobreza material existe em consequência de uma pobreza de valores humanos.” chama a um sonho, clama por aventura, pede para fazermos com a
Idem vida qualquer coisa que seja grande. Para sonhar o que poucos ousa-
ram sonhar.
“É mais fácil dar uma missa a 500 pessoas do que ir tomar um café e responder a alguém que pergunta porque Este homem de 39 anos dedica-se a realizar aquilo que para muitos
é que se deve confessar.” parece impossível de realizar por não existirem condições para ser
Idem feito.
“A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada”. Quem disse
“Um país com a população a envelhecer e a diminuir drasticamente, deve incentivar e apoiar a maternidade e isto foi Helen Keller, a menina cega, surda e muda que veio a ser pe-
a paternidade ao invés de facilitar o aborto.” dagoga e escritora.
Antonino de Sousa – Vereador da Câmara Municipal de Penafiel

“Senti que havia gratidão a mais para mérito a menos, porque apenas escrevi uns livros, mas fiquei de facto
muito reconhecido.”
Coronel Soares de Moura

OLHAR PÚBLICO
“Conhece o Encontr’Artes? Conheço o Encontr’Artes, mas Ainda não conheço o Encontr’Artes.
Já alguma vez marcou não o programa deste ano. Soube Já ouvi falar, mas não tenho sequer
da sua existência há uns anos e tempo para marcar presença nesse
presença no evento? acho que a qualidade foi melho- tipo de eventos.
rando com os anos. Talvez haja alguma falha da
O evento já foi realizado no jar- Câmara, porque nunca vi um úni-
dim municipal e acho que deve- co anúncio ao evento.
riam repetir a iniciativa.

Carlos Silva Paulo Gomes

47 anos 41 anos
Professor Trabalhador construção civil
Baltar, Paredes Madalena, Paredes

Alguns colegas da escola já par- Já ouvi falar, mas nunca fui ao

ticiparam no Encontr’Artes. No Encontr’Artes. A verdade é que
entanto, nunca tive interesse em ainda não tive interesse em as-
saber mais, em conhecer o pro- sistir, pelo que não sinto que haja
grama e assistir. pouca divulgação.
Da mesma forma, não sei dizer Quanto à edição deste ano, não
se a Câmara deveria publicitar tive acesso ao programa do even-
mais o evento. to.

Manuel Nunes Rui Teixeira

16 anos 29 anos
Estudante Marceneiro
Castelões de Cepeda, Paredes Vilela, Paredes

09.ª Edição . Verdadeiro Olhar, Publicações Periódicas, Lda . Av. Comendador Abílio Seabra, Centro Comercial Vale do Sousa, Entrada 5, 3.º, Sala 14, 4580-029 Paredes . Tel.: 255 777 004 . Fax: 211 454 367
FICHA TÉCNICA

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06 Sexta-feira, 17 Agosto 2007

LOUSADA
SOBE E DESCE

sobe Selecção Sénior de Portugal e da Irlanda fazem estágio

Festa da N. Sra. Aparecida
Mesmo sendo uma terça-feira de
tarde, a freguesia da Aparecida
encheu-se com milhares de pes-
soas vindas de todo o país para
assistirem à procissão em honra
da padroeira. Desde 1823 que a
romaria se realiza, cada vez com
mais gente. Numa festa que atrai
milhares de pessoas à freguesia e
é organizada por voluntários, é de
louvar a forma organizada como
tudo foi acontecendo.
desce
Falta de público
no Complexo Desportivo de Lousada
Marta Ferreira
marta.ferreira@verdadeiroolhar.pt
O Complexo Desportivo de Lou-
sada recebeu nos passados dias 11,
12 e 13 de Agosto a Selecção Sénior
Portuguesa e Irlandesa de hóquei
em campo.
O principal objectivo destes
três dias de estágio foi a prepara-
ção para o Campeonato da Europa
que se vai realizar no mês de Se-
tembro em Lisboa.
A Selecção Portuguesa está in-
tegrada no programa das compe-
tições europeias há muito pouco
tempo a nível de hóquei em campo.
Há cerca de dois anos a Fede-
ração começou a investir na mo-
dalidade do hóquei em campo. A
primeira situação que aconteceu
foi na Ucrânia com a subida de
divisão da selecção portuguesa. O
hóquei divide-se em três divisões,
cada uma com oito equipas e nes-
te momento a equipa de Portugal
está no Grupo B.
O principal sonho desta equipa
de trabalho é qualificarem-se para
os Jogos Olímpicos.
O balanço dos três dias de es-
tágio foi bom, por um lado a selec-
ção conseguiu ultrapassar alguns a equipa da Irlanda é a oitava da próprios. A nível antropométrico o controlo do passe de bola para
problemas, nomeadamente com os Europa e a décima do mundo. A já não há dúvida que o hóquei foi redimensionar as situações de
dois atletas lesionados que fazem equipa nacional conseguiu jogar feito para portugueses. jogo. A fadiga entre os atletas qua-
parte do onze inicial. Com este es- de igual para igual, criou várias O resumo do encontro do pe- se não esteve presente. A selecção
tágio viu-se a equipa nacional fu- situações de golo. São estas as núltimo jogo mostrou uma equipa portuguesa está mais ambiciosa e
tura dos próximos quatro anos. razões e tantas outras que fazem portuguesa em forma, controla- demonstra querer ganhar e estar
A Selecção Portuguesa atraves- com que o grupo português come- ram o jogo e cada vez mais os jo- ao nível das outras equipas, isto é,
sa um bom momento, visto que ce a acreditar cada vez mais neles gadores têm a necessidade de ter jogar de igual para igual.

As selecções de hóquei em campo

de Portugal e da Irlanda fizeram
estágio em Lousada. No jogo de
preparação para o campeonato
da Europa, a ausência de público
foi mais que notória. Aqui pode ter
falhado a divulgação, mas pare-
ce-me que falham muito mais os
órgãos de comunicação social e
os Governos que tratam o futebol
como se fosse o único desporto a
merecer atenção. Mesmo que fos-
se um jogo de futebol do Carcave-
lhinhos contra o Ameixede, teria
muito mais público.
Complexo Desportivo de Lousada sob o ponto de vista do Professor Vilar
Aquando dos estágios das se-
lecções portuguesa e irlandesa
no Complexo Desportivo de Lou-
sada, o Verdadeiro Olhar, esteve
à conversa com o Professor Vilar,
vereador do Pelouro da Cultura da
Câmara Municipal de Lousada.
Para o Prof. Vilar a construção
deste complexo desportivo trouxe
grandes vantagens para a Vila. A
nível da arquitectura, o vereador
considera que “há excelentes con-
dições, quer em termos de instala-
ções desportivas como por exemplo
o piso e as zonas complementares.
Por outro lado a possibilidade algo
rara de dentro do mesmo edifício
ter o seu próprio alojamento e o
seu centro de estágios”.
Estas iniciativas já não são
novas em Lousada, segundo o
Professor “esta já não é uma ex-
periência nova, porque por aqui
já passaram várias selecções de
países da Europa e fora da Euro-
pa, tendo sido a última a selecção
olímpica inglesa. Estamos ainda
a começar um trabalho de divul-
gação que se vai afirmando com
a qualidade das instalações e do
equipamento no seu todo”.
Este tipo de iniciativas “traz
visibilidade e o que se pretende
é que estes acontecimentos se-
jam sempre um estímulo para os
atletas para aderirem a esta mo-
dalidade e para se entusiasmarem
com o hóquei em campo”, acres-
centa o professor.
A autarquia está a apostar bas-
tante nas diversas modalidades
do desporto. “Neste momento o
hóquei em campo está a ganhar
uma grande força. O que nós pre-
tendemos é criar condições para
que o futebol tenha também as
melhores condições, até porque já
temos os dois campos sintéticos a
funcionar. Vamos ainda avançar
com o râguebi e a seguir é o ténis
e passo a passo tentamos cativar o
público”.
O vereador fez questão ainda
de fazer uma breve análise do jogo
a que estava a assistir, “parece-me
que a selecção da Irlanda é um ad-
versário à altura para este estágio.
Está a ser um jogo muito rápido e
diria agressivo, mas num sentido
positivo, isto é, táctico. Portanto,
julgo estarem a fazer um excelen-
te trabalho”. MF
 Sexta-feira, 17 Agosto 2007 07

LOUSADA

Romaria da Nossa Senhora Aparecida exibiu este ano

o maior andor do país
Marta Ferreira
marta.ferreira@verdadeiroolhar.pt

Foi no passado dia 14 de Agosto

que a freguesia da Aparecida, con-
celho de Lousada voltou a exibir o
maior andor do país e provavel-
mente do mundo.
A grande novidade desta im-
portante romaria foi o novo an-
dor com 20 metros de altura e a
conduzi-lo foi preciso ajuda de 79
homens.
Este andor é já considerado o
maior do país e arrisca-se a vir a
ser o maior do mundo, uma vez
que já concorreu ao Guiness.

A Tradição e a lenda
Todos os anos a freguesia da Apa-
recida no concelho de Lousada é
visitada por milhares de pessoas
vindas de todo o país entre os dias
12, 13, 14 e 15 de Agosto.
A romaria remonta ao ano de
1823 e até aos tempos de hoje
Aparecida transborda de gente,
que enche por completo as ruas
desta pacata povoação.
Esta romaria é de tradições re-
ligiosas sendo a grande atracção
desta festa a procissão, onde se
mostra às milhares de pessoas o
maior andor do país e que é trans-
portado por homens.
Conta a lenda que um dia al-
guém descobriu a imagem da Se-
nhora Aparecida. Essa descoberta
foi precedida de estranhos sinais
que não paravam de chegar do céu
em direcção a uma mina seca que
ficava perto da igreja.
Essa mina servia de abrigo a
um eremita que ninguém conhe-
cia na pequena aldeia, contudo
sempre foi estimado por todos.
Pelos animais, pelas crianças
que se sentavam em redor do
eremita para escutarem as suas
histórias.
Assim se foram passando os
anos até que um dia alguém es-
tranhou o seu desaparecimento.
Provavelmente teria ido conhe-
cer outros povos e não voltou
mais.
Passados muitos anos um fe-
nómeno muito estranho acon-
teceu na mina onde o ermitão
terá vivido. À entrada da mina
caíram relâmpagos e estrelas ca-
dentes. Este estranho aconteci-
mento levou o pároco da fregue-
sia e os aparecidenses a irem até
ao local ver com os próprios lhos
o que se passava. Escavaram um
pouco e logo tiveram a resposta
aparecendo as roupas do ermi-
tão juntamente com uma bonita
imagem. Era a Senhora Apareci-
da.
Esta é uma história miraculosa
e de fé que fez um povo crente até
aos nossos dias. Aparecida conti-
nuará a ser motivo de regresso de
milhares de romeiros e de pessoas
que buscam a paz.
08 Sexta-feira, 17 Agosto 2007

PAÇOS DE FERREIRA

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DE LOUSADA, PAÇOS DE FERREIRA, PAREDES E PENAFIEL
Valor da Assinatura (Anual): EUR 20 (IVA incluído)

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Equipamento de combate aos fogos florestais
Sanfins vai ter Kit de 1ª Intervenção
Fernanda Pinto
fernanda.pinto@verdadeiroolhar.pt
A Junta de Freguesia de San-
fins foi contemplada com uma
verba de 8 mil euros para a com-
pra de um Kit de 1ª intervenção
para combate aos incêndios. Das
1845 candidaturas apresentadas
por Juntas de Freguesia de todo
o país ao programa para a aquisi-
ção de equipamento de interven-
ção para fogos florestais, Sanfins
foi uma das seleccionadas já que
reunia um conjunto da caracterís-
ticas favoráveis.
Joaquim Machado dos Santos,
Prisão adopta programa de troca de seringas
Rui Rocha*
rui.rocha@verdadeiroolhar.pt
Os reclusos do Estabelecimento
Prisional de Paços de Ferreira vão
ser iniciados, a partir de Setembro
do presente ano, num programa
de troca de seringas. A adoptar
também por uma prisão de Lisboa
e com o nome Programa Especí-
fico de Troca de Seringas (PETS),
o projecto, que será encetado a tí-
tulo experimental, terá uma dura-
ção de um ano.
O objectivo do PETS é a mini-
mização dos problemas higiéni-
cos e de saúde resultantes do uso
indevido de seringas por parte de
reclusos que necessitam de con-
sumir substâncias por via endo-
venosa. Assim, aderindo volun-
tariamente, os prisioneiros serão
automaticamente inscritos “numa
estratégia global de prevenção,
tratamento, redução de riscos e
minimização de danos para evitar
a transmissão de doenças infec-
ciosas em meio prisional”, pode
ler-se no documento de apresen-
tação do projecto.
Assinado pelos ministros da
Justiça, Alberto Costa, e da Saú-
de, Correia de Campos, o PETS
prevê ainda que seja “garantida ao
presidente da Junta de Fregue-
sia de Sanfins, afirmou que estão
satisfeitos com este resultado e
que ficaram “felizes por ser con-
templados, embora já estejamos
a mais do meio do Verão. Como
se trata de uma zona de muita
floresta acho que a atribuição foi
bem merecida”. A atribuição des-
te kit foi feita à perto de quinze
dias, mas ainda não há certezas
quanto à data de chegada deste
equipamento. “Neste momento
ainda não sabemos quando a ver-
ba estará disponível ou quando
poderemos adquirir o kit. Talvez
em Setembro, mas só na próxima
pessoal prisional a formação em
matéria de higiene, saúde e segu-
rança” e que seja feita uma ampla
divulgação do projecto. Esta deve,
segundo o regulamento do progra-
ma, dar ênfase às vantagens, à ne-
cessidade de “protecção de saúde
individual e colectiva, modificação
de comportamentos de riscos e à
prevenção da toxicodependência”.
A questão da utilização das se-
ringas para fins ilícitos, nomeada-
mente o consumo de drogas por
via endovenosa, é também anali-
sada pelo documento, que espe-
cifica e designa de “actos ilícitos”
a posse, o tráfico e o consumo de
substâncias tóxicas, estupefacien-
tes e psicotrópicos não receitados
por médico.
Os reclusos que queiram aderir
ao projecto serão sujeitos a uma
avaliação clínica e informados
e aconselhados sobre vários as-
pectos do regulamento do PETS,
como a sua confidencialidade, os
critérios de admissão e a indica-
ção de comportamentos de risco.
Depois de admitidos no progra-
ma, os reclusos receberão um kit
oferecido pela Coordenação Nacio-
nal para a Infecção VIH/SIDA, no
qual estão incluídos um filtro, um
toalhete desinfectante, duas serin-
semana terei mais pormenores”,
garantiu Joaquim Machado dos
Santos, acrescentando que ainda
há outras questões a considerar,
como a forma de utilização do kit
e qual o melhor meio de transpor-
te para o utilizar. Esse será um
dos principais problemas, sendo
que este concurso apenas contem-
plou as juntas de freguesia com o
kit, deixando de parte os veículos
necessários à sua utilização. “A
iniciativa do Governo foi boa, mas
agora é preciso um meio de trans-
porte adequado para a adaptação
deste kit”, disse o presidente da
junta, adiantando que estão “em
contacto com a Câmara Municipal
para resolver esta situação”.
A Câmara Municipal tem sido
de facto um elemento essencial
em todo este processo, como ad-
mitiu o próprio Joaquim Machado
dos Santos, “foi a câmara que nos
informou da candidatura e que
nos está a ajudar agora”, estando
em contacto com outras fregue-
sias contempladas para perceber
qual o caminho mais indicado.
A zona de Sanfins costuma
ser muito fustigada pelos incên-
dios e, por isso, o presidente da
junta acredita que mesmo que
este equipamento não seja “útil a
curto prazo, até porque estamos
num Verão calmo em termos de
incêndios, será sempre um bom
investimento para o futuro”. Este
gas com agulha e invólucro de pro-
tecção, uma carica, uma carteira de
ácido cítrico, uma ampola de água
bi-destilada e um preservativo.
Na posse do kit, os presos ficarão
responsável pela não partilha dos
objectos nele contidos. “O material
de injecção é pessoal e intransmis-
sível e não pode ser cedido a tercei-
ros”, refere o documento. Por outro
lado, os aderentes ao projecto serão
sujeitos a revistas periódicas ence-
tadas pelo pessoal do Estabeleci-
mento Prisional. Nessas situações,
deverão, de acordo com o regula-
Sexta-feira, 17 Agosto 2007 09
PAÇOS DE FERREIRA
SOBE E DESCE
sobe
Sport Clube de Freamunde
Ao apostar em Juvenal Brandão
equipamento “será sempre bem- para comandar os destinos da
vindo”, concluiu Joaquim Macha- sua equipa de juniores, o clube
do dos Santos. de Freamunde mostrou que está
O Kit de 1ª Intervenção que vai decidido a arriscar num jovem
ser adquirido será semelhante ao que mostra ter os pés assentes no
utilizado pelas equipas de sapado- chão e os olhos postos nas metas
res florestais. Este equipamento a atingir. O treinador dos capões
é constituído por material de ex- tem apenas 21 anos, mas tem es-
tinção (depósito de água, aditivos tilo, postura e personalidade bem
químicos, motobomba, mangueira diferente e bem mais positiva que
agulhetas, mochila extintora, ba- muitos “misteres” da moda.
tedores) e material para execução
das faixas de contenção (motorro-
çadora, motosserra, pá, ancinho,
foição).
As freguesias seleccionadas
deviam obedecer a alguns facto-
res preferenciais, como é o caso
de ter área superior a 50 por cento
do território abrangida por man-
cha florestal, ter sede a mais de
10 quilómetros de distância do
respectivo município e apresentar
um plano de formação ministrado
pelos gabinetes técnicos florestais
dos municípios ou por uma corpo-
ração de bombeiros. Neste sentido
a Câmara Municipal de Paços de
Ferreira contribuiu para o sucesso
desta candidatura, já que o Gabi-
nete Técnico Florestal colaborou
na elaboração do Plano de Forma-
ção.
Esta iniciativa resulta de um
protocolo assinado entre o Minis-
tério da Administração Interna,
Ministério da Agricultura e a As-
sociação Nacional de Freguesias. desce
Troca de seringas
As seringas para consumo de dro-
ga vão passar a entrar nas prisões
pela porta da frente. Ora, se o Go-
verno admite que são necessárias
seringas nas prisões, não estará
a dizer publicamente que tem co-
nhecimento de que há droga nas
prisões? Porque é não se tomam
medidas para impedir o consumo
de droga nas prisões? Se calhar
dá trabalho e causa problemas…
mento do PETS, comunicar a posse
e localização precisa do material
que lhes foi fornecido.
O PETS exclui os prisioneiros
a quem tenha sido diagnosticada
doença mental grave e os que cum-
prem medidas de segurança ou
disciplinares fora do normal. Um
outro aspecto do programa é a ava-
liação trimestral do funcionamen-
to e aplicação no Estabelecimento
Prisional, de forma a encetar uma
avaliação final do programa após o
referido ano de experimentação.
* Com Lusa
10 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
PAREDES
SOBE E DESCE
sobe
Padre Feliciano Garcês
Aos 39 anos, este homem já pas-
sou por África e pela Ásia. É um
homem que gasta-se e deixa-se
gastar pelos outros. Não precisa
de falar nem de argumentar mui-
to, pois as suas obras falam mais
que qualquer discurso. Este padre
age com grande entusiasmo e
com muita paixão. Estamos certos
que a sua missão por esta região
irá ajudar muita gente.
desce
Encontr’Artes
É o evento cultural em que a câ-
mara municipal mais investe e de-
veria ser o mais importante acon-
tecimento cultural realizado neste
concelho. Uma conversa simples
com quem passava nas ruas da
cidade de Paredes, mostrou que
as pessoas não o conhecem, ou
simplesmente mostram desinte-
resse pela iniciativa do pelouro da
cultura. Ao fim de 14 anos, e ao
contrário do que seria de esperar,
o Encontr’Artes parece perder in-
teresse.
Obra está atrasada
Balneários do futuro complexo desportivo
de Recarei vão ser construídos
Roberto Bessa Moreira
roberto.moreira@verdadeiroolhar.pt
As obras no complexo despor-
tivo do Sport Clube Nun’Álvares,
em Recarei, Paredes, continuam.
No passado sábado, o presidente
da Câmara Municipal de Paredes,
Celso Ferreira, presidiu à cerimó-
nia de lançamento da primeira
pedra dos balneários.
Presidente jogador
No âmbito do lançamento da
primeira pedra dos balneários do
futuro complexo desportivo de
Recarei, Celso Ferreira visitou as
actuais instalações do Sport Clu-
be Nun’Álvares, onde decorria a
final de um torneio organizado
por uma instituição local, a Juve-
seixo.
Aproveitando a ocasião, o pre-
sidente da Câmara Municipal deu
o pontapé de saída do jogo. Celso
Ferreira experimentou, embo-
ra que por breves momentos, as
agruras de jogar num campo pe-
lado. Pode ser que assim a relva
sintética chegue mais rápido a Re-
carei.
Apesar desta formalidade, esta
obra, uma promessa eleitoral do
PSD nas últimas eleições autár-
quicas, não irá cumprir os prazos
delineados. O clube, cuja equipa
sénior disputa o campeonato da
I Divisão Distrital, da Associação
de Futebol do Porto, pretendia
utilizar as novas infra-estruturas
ainda na época transacta, mas vai
ter de esperar, pelo menos, até ao
final deste ano.
Complexo terá, no imediato, um
campo pelado e balneários
A construção do Complexo Despor-
tivo do Sport Clube Nun’Álvares
foi, juntamente com os de Cristelo
e de Vandoma, uma promessa elei-
toral feita pela lista do PSD. Celso
Ferreira, na altura candidato a
presidente da Câmara Municipal,
comprometeu-se a construir um
complexo que englobaria um cam-
po de futebol, com relva sintética,
apoiado por balneários, e um pavi-
lhão gimnodesportivo.
Pouco depois da nova equipa
municipal tomar posse foi anun-
ciado o início das obras em Re-
carei e prometido que no espaço
de meses o projecto estaria con-
cluído. Porém, alguns contratem-
pos levaram a que fossem feitos
alguns ajustes no projecto, que
foi dividido em três fases, e que
os prazos estipulados não fossem
cumpridos.
Assim, de imediato, o com-
plexo desportivo do Sport Clube
Nun’Álvares terá apenas um cam-
po pelado e os balneários. Para
mais tarde fica a colocação da
relva sintética e a construção do
pavilhão gimnodesportivo e das
bancadas.
Neste sentido, depois de efec-
tuadas as terraplanagens, foi, no
passado sábado, lançada a pri-
meira pedra dos balneários. Celso
Ferreira, acompanhado dos vere-
adores Raquel Moreira da Silva
e Manuel Fernando Rocha, do
presidente da Junta de Freguesia,
Pedro Nunes, e do líder do Sport
Clube Nun’Álvares, Belmiro Sou-
sa, presidiu à cerimónia.
Devido a este atraso, o clube vê-
se, mais uma vez, obrigado a dispu-
tar os primeiros jogos do campeo-
nato em casa emprestada, porque o
actual recinto não cumpre as me-
didas mínimas exigidas pela AFP
para jogos no escalão sénior.

Fogo foi extinto depois de quatro horas
Incêndio destruiu armazém
Fernanda Pinto
fernanda.pinto@verdadeiroolhar.pt
Na passada quarta-feira, dia 8,
um incêndio de grandes dimen-
sões destruiu na totalidade um
armazém em Paredes. O resultado
foi a perda de um tractor, de uma
máquina de silagem e de toda a
palha armazenada no local. Des-
te incidente resultou também um
ferido ligeiro que teve que receber
assistência hospitalar.
A Corporação de Bombeiros de
Paredes foi alertada para o incên-
dio num armazém da Quinta do
A’bal, ao lado de uma vacaria, ins-
talações agrícolas situadas na Fre-
guesia da Madalena, em Paredes,
pelas 17h01.
Francisco Pires mora perto do
local onde tudo aconteceu. “Es-
távamos aqui em casa e quando
ouvimos os bombeiros viemos
Protocolo assinado na semana passada
24 clubes voltam a receber apoios para a formação desportiva
Roberto Bessa Moreira
roberto.moreira@verdadeiroolhar.pt
24 clubes do concelho de Pa-
redes assinaram, na semana pas-
sada, o protocolo com a Câmara
Municipal de Paredes para a atri-
buição de subsídios.
Foi o segundo ano em que tal
aconteceu, depois do executivo
liderado por Celso Ferreira ter
cortado com os apoios ao futebol
sénior, nomeadamente ao Aliados
de Lordelo, Atlético Clube de Re-
bordosa e União de Paredes.
O protocolo, válido para a próxi-
ma época desportiva, tem os mes-
mos contornos do que o assinado
em 2006 e volta a obrigar os clubes
a vigiar o percurso escolar dos seus
atletas.
150 euros para atletas federados,
75 para jovens em formação
24 clubes do concelho de Paredes,
cá fora ver o que se passava e foi
então que vimos fumo na quin-
ta”, afirmou esta testemunha, que
tinha chegado a casa pouco an-
tes de se aperceber do incêndio.
“Corri logo para lá para ver se
conseguia ajudar, mas quando lá
cheguei estava tudo em chamas e
já lá estavam dois ou três carros
de bombeiros”, acrescentou. O ca-
seiro ainda terá tentado salvar um
tractor e uma máquina de ir bus-
car a silagem que estavam dentro
do armazém. Mas segundo Fran-
cisco Pires, “a máquina não ficou
toda queimada, já o tractor ficou
todo destruído e a palha também
ficou toda estragada”.
O fogo terá sido declarado ex-
tinto pelos bombeiros ao fim de
quase quatro horas já que teve
uma acção de rescaldo bastante
prolongada. O Comandante José
Morais, da Corporação dos Bom-
promotoras de modalidades tão
distintas como o futebol, o hóquei,
a natação, o karaté ou o pólo aquá-
tico, assinaram um protocolo com
a autarquia paredense com vista
à atribuição de subsídios para a
época de 2007/08.
Realizado pelo segundo ano
consecutivo, o documento assina-
do no Salão Nobre da Câmara Mu-
nicipal volta a estipular que cada
clube receberá 150 euros por cada
atleta federado, num máximo de
30 inscrições por equipa, escalão
ou sexo, número que, no entanto,
poderá ir até às 50 inscrições se o
clube tiver mais do que uma equi-
pa no mesmo escalão.
Já por cada atleta que esteja
em formação, mas que não esteja
federado, as associações desporti-
vas receberão 75 euros por ano.
A Câmara Municipal de Pare-
des compromete-se ainda a pagar
a taxa de inscrição de cada atleta
beiros de Paredes, afirmou que
“quando se trata deste tipo de
instalações torna-se muito difícil
controlar o fogo porque este evolui
com muita rapidez. O mais impor-
tante foi evitar que o incêndio se
propagasse a uma habitação con-
tígua. E mais não havia a fazer,
era mesmo controlar as chamas”.
Já Francisco Pires contou que o
incêndio ainda demorou muito a
extinguir e que “tiveram que ir lá
com uma ‘retro’ tirar a palha, por-
que estava enfardada e, por isso,
não conseguiam apagar o fogo.
Até andou um vizinho a ajudar a
tirar a palha com um tractor”.
Ainda segundo os Bombeiros de
Paredes houve um ferido civil de
gravidade considerada ligeira que
“para além da inalação de fumo
sofria de epilepsia e, por isso, como
medida de precaução foi transpor-
tado ao hospital”.
na associação ou federação da res-
pectiva modalidade.
A autarquia estipulou estes va-
lores depois de calcular os gastos
dos clubes com os treinadores, ser-
viços médicos, transportes, lan-
ches, organização de jogos, água,
luz, gás e manutenção do campo.
Clubes obrigados a acompanhar
percurso escolar dos atletas
Com este protocolo, os responsáveis
políticos do concelho de Paredes
querem obrigar as colectividades
desportivas locais a acompanhar,
durante o período correspondente
à escolaridade obrigatória, os atle-
tas e a sinalizar eventuais abando-
nos escolares até os jovens atingi-
rem a maior idade. “O clube tem
de comunicar ao município todos
os casos de abandono escolar e/ou
prováveis indícios de tal poder vir a
acontecer”, refere o ponto número
dois do artigo 11.
Por outro lado, a Câmara Mu-
nicipal utiliza este protocolo para
promover a marca “Rota dos Mó-
veis”, uma vez que todos os clubes
apoiados terão de ostentar na parte
da frente do equipamento de jogo,
principal e alternativo, a mensa-
gem “Paredes Rota dos Móveis”. A
colocação de patrocínios noutras
partes do equipamento fica, igual-
mente, sujeita a aprovação prévia
da autarquia, que exige ainda que
os clubes tenham as obrigações
fiscais e com a Segurança Social
devidamente regularizadas.
No protocolo, Celso Ferreira
aponta a hipótese de a Câmara
Municipal suportar a construção
de novas infra-estruturas despor-
Sexta-feira, 17 Agosto 2007 11
PAREDES
A combater o fogo estiveram 22 Contactado pelo Verdadeiro
bombeiros, apoiados por sete via- Olhar o responsável pela quinta
turas, da corporação de Paredes. preferiu não prestar declarações,
Até agora a origem do incêndio não permitindo também o registo
ainda não foi determinada. fotográfico.
tivas. Porém, desde já, fica esta- passado, depois de o executivo mu-
belecido que pavilhões e campos nicipal ter decidido cortar os apoios
de futebol só serão construídos se ao futebol profissional, medida que
os terrenos forem propriedade da gerou bastante polémica. Aliados de
Junta da Freguesia ou do municí- Lordelo, Atlético Clube de Rebor-
pio de Paredes, ficando os clubes dosa e União de Paredes foram as
com direito de superfície de 50 instituições que mais sentiram as
anos, renováveis se não existir consequências desta decisão, pois
qualquer tipo de penhora. viram os seus orçamentos anuais
reduzidos em milhares de euros.
Primeiro protocolo assinado de- Celso Ferreira justificou a im-
pois de acesa polémica plantação desta política com a ne-
É a segunda vez que a Câmara Mu- cessidade de apoiar os jovens do
nicipal de Paredes realiza este pro- concelho e não atletas semi-pro-
tocolo com os clubes locais. A pri- fissionais, muitas vezes, oriundos
meira assinatura aconteceu no ano de fora de Paredes.
CLUBES QUE ASSINARAM O PROTOCOLO
● Associação Juvenil Amigos 2000 - AJA 2000;
● Aliados Futebol Clube de Lordelo ;
● Aliança Futebol Clube de Gandra;
● Associação Clube Jazz Baltar;
● Associação Cultural e Desportiva de Duas Igrejas;
● Associação de Karaté Shotokan de Paredes e Vale do Sousa;
● Casa do Benfica em Paredes;
● Casa do Povo de Sobreira;
● Casas Adriano Astromil Clube;
● Clube Futebol de Vandoma;
● Dinamo 80 - Goju Ruy - Karátedoo;
● Futebol Clube de Cête;
● Futebol Clube de Cristelo;
● Futebol Clube Parada de Todeia;
● Imperial Clube Sobreirense;
● Karaté Goju Ruy - Paredes;
● Núcleo de Vilela Cruz da Cruz Vermelha Portuguesa;
● Rebordosa Atlético Clube;
● Sport Clube Nun`Álvares de Recarei;
● SSCMP Natação Pura;
● SSCMP Polo Aquático;
● União Sport Clube de Baltar;
● Unos Somos Criar Paredes Associação Desportiva;
● Unidos Santa Marta Associação Desportiva.
12 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
Entrevista
Juvenal Brandão,
treinador dos juniores
do Freamunde aos 21 anos
“Estou com uma fé inabalável de que
vamos fazer um brilharete este ano”
Recém-promovido a treinador dos ju-
niores do Freamunde, Juvenal Bran-
dão não tem ainda, aos 21 anos,
galões para puxar; a sua curta mas
ascendente carreira não lho per-
mite. A sua ambição é, no entanto,
desmesurada, mas não necessaria-
mente utópica. Depois de ter levado
a equipa à divisão máxima do futebol
juvenil, o jovem treinador prepara-se
para defrontar clubes como o FC Por-
to, o Boavista ou o Braga, mas nem
por isso passará a jogar de acordo
com os oponentes. O objectivo, esse,
não é sequer a manutenção. “Quero
ser campeão” e “vamos fazer um
brilharete este ano” são apenas dois
de vários indicadores de uma crença
firme nas suas próprias capacidades
e nas dos seus pupilos.
Em entrevista ao Verdadeiro Olhar,
Juvenal Brandão olha para trás, para
os lados e para a frente – recorda o
passado, enfatiza o papel de quem o
influenciou e desenha um futuro ambi-
cioso. Sempre com os pés assentes no
chão e com os olhos postos nas metas
a atingir… para lá dos obstáculos.
Rui Rocha
rui.rocha@verdadeiroolhar.pt
Como começou a sua – para já
– curta carreira?
A minha família é uma família de
futebolistas. O meu pai e o meu tio
foram jogadores profissionais de fu-
tebol (por acaso o meu irmão tam-
bém o é agora). Então, eu comecei
a acompanhar o futebol desde os 10
anos, no Paços de Ferreira, que é o
clube da minha cidade e do meu co-
ração. A partir de uma determinada
altura, e como as pessoas sabiam
que eu andava sempre atrás do Pa-
ços, uma pessoa ligada ao jornal da
terra, o Gazeta de Paços de Ferreira,
convidou-me para começar a fazer
as reportagens dos jogos.
Depois desempenhou funções no
clube.
Sim. A partir de 2003/04 fui convi-
dado para o departamento de velhas
guardas do clube. Era o responsável
pelo departamento. Nos dois anos
seguintes, além destas funções de-
sempenhava o cargo de treinador-
adjunto da equipa. No meu último
 Sexta-feira, 17 Agosto 2007 13

Entrevista

ano no Paços, 2005/06, fui convi-
dado para fazer parte do departa-
mento de formação da equipa.
Foi então que se juntou a uma de-
missão em bloco?
Exacto. Logo no meu primeiro ano
no departamento de formação, em
da época foi promovido a treina-
dor dos juniores o Pedro Monteiro,
que também fazia parte da equipa
técnica dos seniores. Eu continuei
como adjunto, desempenhando
exactamente as funções que vinha
a desempenhar até então. No início
da presente época, o treinador da
guntar-me o que devem fazer.
É bom na gestão humana, mas é-o
também na táctica?
Dizem que sim. Costumo jogar em
4-3-3. É o sistema que acreditamos
ser o mais correcto. Faz-nos ocu-
par melhor o espaço de jogo, quer
responsável pela equipa em três
jogos. No primeiro estávamos a
ganhar fora 2-0 e eu tirei um de-
fesa central e coloquei um avan-
çado, passando a jogar em 3-4-3.
Acabámos por vencer por 3-1. No
segundo, em Moreira de Cónegos,
estava 0-0 na segunda parte quan-
do um médio da minha equipa foi
expulso. Tirei um defesa e meti
um avançado. Até a direcção falou
comigo espantada no final do en-
contro, que vencemos por 1-0. Foi
um sinal de confiança inequívoca
nos meus jogadores. Este ano, e
apesar da divisão onde vamos es-
tar, vamos continuar a jogar para
ganhar, seja em casa ou fora.
Quais são as suas principais influ-
ências enquanto treinador?
Os primeiros conhecimentos mais
profundos a nível de treino que
recebi vieram da parte do ex-trei-
nador do Paços de Ferreira José
Gomes, em 2003/04. Desde então
comecei a acompanhar mais os trei-
nos, deram-me mais conhecimen-
tos e depois, com o professor Filipe
Ribeiro, coordenador técnico da
equipa, e com os outros 11 que saí-
ram do Paços, comecei a ver o jogo e
o treino de maneira diferente.
Antes de contactar com José Go-
mes já queria ser treinador?
Sim. Sempre tive gosto pela lide-
rança. Recentemente, num jantar
de amigos, disseram-me que já sa-
biam que viria a ser treinador. Até
nos recreios da escola era eu que
fazia as equipas. Acho que isto
nasceu comigo.
O objectivo este ano é a manu-
tenção? Ou vai lutar pelo primeiro
lugar?
Encaro todos os jogos para ganhar
e é lógico que quero ser campeão.
Posso dizer que estou com uma fé
inabalável de que vamos fazer um
brilharete este ano. Tenho muita
confiança nos meus jogadores e eles
em mim. Por isso vamos conseguir
fazer uma época bastante boa.
O seu objectivo é treinar um gran-
de do futebol português?
É lógico que sim. Não vou dizer
que gostava de ser treinador de A,
B ou C. Mas trata-se de um pensa-
mento em algo muito longínquo,
muito à frente. A minha carreira
ainda mal começou.
Os clubes portugueses devem com-
prar bem e caro ou apostar na for-
mação?
Acho que se deve apostar na for-
mação. Deve ser obrigatório inte-
grar juniores no plantel sénior, não
deve haver tantos estrangeiros nas
equipas e deve-se privilegiar um
futebol de qualidade com os nos-
sos jogadores. Isto de formar os jo-
gadores localmente é uma treta.

PUB

Fevereiro, nós saímos. Houve uma
mudança de estratégia da direc-
ção, que mudou o projecto a meio,
e nós, 12 treinadores, decidimos
abandonar o clube.
Quanto tempo passou daí até à
sua ‘aventura’ seguinte?
Foram cinco meses. Saí em finais
de Fevereiro e depois em Julho fui
convidado por um ex-atleta meu
das velhas guardas do Paços de
Ferreira, que era o treinador dos
juniores do Freamunde, para seu
adjunto na equipa. Isto aconteceu
no início da época 2006/07. Por
essa altura tinha tido mais três
propostas – para departamentos
de formação – mas, por estranho
que tenha parecido a muita gente, a
escolha recaiu sobre o Freamunde.
Tornei-me então treinador-adjunto
na época passada, na 2ª divisão do
campeonato nacional, e acabamos
por subir ao escalão principal.
E o treinador dos juniores abando-
nou a equipa…
Exacto. Por problemas pessoais.
Foi um acontecimento que saiu
muito nos jornais na altura. Quan-
do o treinador se demitiu a meio
equipa principal, Jorge Regadas,
decidiu que os seus adjuntos não
mais acumulariam funções, fican-
do a trabalhar no departamento
profissional a tempo inteiro. As-
sim, o Pedro Monteiro não con-
tinuou na formação e a direcção
decidiu promover-me.
Acredita que a direcção do clube
aposta na formação?
A grande aposta da direcção é mes-
mo a formação. O objectivo é todos
os anos poder integrar alguém no
plantel sénior. No ano passado fo-
ram três e neste dois, pelo que tem
seguido essa política.
Como tem sido a sua relação com
os jogadores?
Muito boa. Sabem como eu traba-
lho, como encaro as diversas situ-
ações. Percebem que tem de haver
uma barreira entre nós e sabem que
há alguém que manda, mas antes
de decidir gosto de trocar com eles
opiniões em relação a determina-
das situações de jogo. Há também
uma relação de amizade entre nós:
estou sempre disposto a ajudá-los
em questões pessoais, familiares
ou escolares, e é normal virem per-
ofensiva quer defensivamente. É
lógico que inerente à estrutura há
todo um modelo de jogo e uma or-
ganização que vão muito além de
um simples e estático 4-3-3.
Pensa no trabalho quando está
em casa?
(risos) Muito! Também passo mui-
tas horas no clube. Vou pensando
em situações tácticas, na organi-
zação defensiva e ofensiva, no tipo
de pressão que os jogadores de-
vem fazer sobre o adversário, etc.
Costuma jogar de acordo com o
adversário?
Não. Penso nos meus jogadores,
nas suas características, no seu
momento de forma. Nem que o
adversário seja o primeiro clas-
sificado no meu campeonato eu
penso nele. Tenho confiança total
nos meus jogadores, quer o jogo
seja fora ou em casa.
Joga sempre ao ataque?
Sempre, do primeiro ao último
minuto. Posso dizer que no ano
passado quando o treinador prin-
cipal, por também fazer parte dos
seniores, foi para a Madeira fiquei
14 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
PENAFIEL
SOBE E DESCE
sobe
Rotary Clube de Penafiel
A iniciativa da eleição das 7 ma-
ravilhas da região não é em nada
original, pois outros concelhos já
a puseram em prática. A parte
positiva deste evento é a oportuni-
dade de divulgar o património do
concelho e fazer com que as pes-
soas percebam o seu valor, num
concelho carregado de história.
desce
Falta de respeito com a autorida-
de
Segundo o Relatório Anual de Se-
gurança Interna de 2006, o crime
de desobediência com a autori-
dade policial cresceu 15%. Cada
vez há mais nichos de cidadãos
mais violentos. Numa altura em
que muitos falam da agressão ao
agente, aumenta o sentimento
de impunidade. Era óptimo que
se conhecesse a condenação do
agressor.
Numa iniciativa do Rotary e do Rotaract Club de Penafiel
Penafiel vai eleger as 7 Maravilhas da região
Fernanda Pinto
fernanda.pinto@verdadeiroolhar.pt
Ao todo são 37 as ‘maravilhas’
arquitectónicas ou paisagísticas
que estão nomeadas para a eleição
das “7 Maravilhas de Penafiel”.
Esta iniciativa conjunta do Rota-
ry e do Rotaract Club de Penafiel
consiste numa “forma de divul-
gar o património do concelho e
de fazer com que a população se
aperceba do valor que tem a sua
terra”, afirmou Eduardo Moreira
da Silva, presidente dos rotários
penafidelenses. Este projecto pre-
tende ainda promover o turismo
em todas as freguesias do conce-
lho. Ana Filipa Bandeira, presi-
dente do Rotaract Club de Penafiel
acrescentou que “este projecto re-
flecte o orgulho de quem vive num
concelho com história”.
O processo de selecção das
‘maravilhas’ foi realizado com a
1º BTT Agrival Concelho de Penafiel
começa às 10h00 de domingo
Realiza-se no próximo domin-
go, o 1º BTT Agrival Concelho de
Penafiel. Trata-se de um evento
direccionado para os amantes do
desporto, da natureza e das bici-
cletas de todo-o-terreno, no qual
os participantes irão percorrer 30
ou 60 quilómetros, através de dois
percursos de dificuldade física e
técnica média/baixa, o mais cur-
to, e, o mais longo, alta.
Realizado no sistema de «Open
Road» em percurso marcado por
colaboração das juntas de fregue-
sia do concelho de Penafiel, no
sentido de cada uma escolher um
elemento do seu património até se
chegar às 37 nomeações actuais, já
que duas das freguesias (Oldrões
e Galegos) optaram por indicar o
mesmo património.
A votação vai decorrer durante
a Feira Agrival 2007, de 18 a 26 de
Agosto, no stand do Rotary Club
de Penafiel, sendo que qualquer
pessoa pode participar, bastan-
do para isso o preenchimento de
um boletim de voto que é depois
colocado numa tômbola. Só em
Setembro vão ser apresentadas as
“7 Maravilhas de Penafiel”, numa
cerimónia ainda sem data mar-
cada, onde vai ser atribuída uma
menção às Juntas de Freguesia
cujo património seja eleito. Como
resultado de todo este processo,
vai ser feita uma publicação de ca-
rácter gratuito com as 37 maravi-
trilhos de terra batida, carreiros,
caminhos públicos e, pontual-
mente travessias em estradas
municipais ou nacionais, o 1º BTT
Agrival Concelho de Penafiel es-
tava aberto, até ao passado dia 10
de Agosto, à participação de todas
as pessoas com mais de 16 anos e
com uma condição física razoá-
vel.
O passeio, cuja partida está
marcada para as 10h00 de do-
mingo, terá uma duração de sete
lhas nomeadas. rão anunciadas durante a Agrival.
Este projecto envolve um inves- Eduardo Moreira da Silva, garan-
timento monetário dos dois clubes, tiu que “não vamos conseguir esse
que ascende aos cerca de 10.000 valor em patrocínios, mas sem eles
euros, sendo que já existem cinco ainda mais difícil seria levar a cabo
empresas patrocinadoras que se- estes projectos”.
AS 37 MARAVILHAS EM VOTAÇÃO
Freguesias Património
Abragão Residência Paroquial de Abragão
Boelhe Igreja de S.Gens de Boelhe
Bustelo Mosteiro de Bustelo
Cabeça Santa Igreja da Gandara ou de Cabeça Santa
Canelas Capela de São Pedro de Pegureiros
Capela Igreja Paroquial
Castelões Casa do Outeiro
Croca Igreja Paroquial
Duas Igrejas Casa de Perafita
Eja Igreja de S. Miguel da Eja
Figueira Igreja Matriz de Figueira
Fonte Arcada Fonte Arcada
Galegos Castro do Monte Mozinho
Guilhufe Capela da Senhora do Monte
Irivo Memorial da Ermida
Lagares Aldeia de Quintandona
Luzim Menir de Luzim
Marecos Capela de Santo António
Milhundos Casa do Barão das Lages
Novelas Moinho de Novelas
Oldrões Castro do Monte Mozinho
Paço de Sousa Mosteiro de Paço de Sousa
S. Miguel de Paredes Eira da Casa do Muro
Penafiel Quinta da Aveleda
Perozelo Conjunto Capela de Santa Catarina com
a envolvente das sepulturas medievas
Pinheiro Ruínas de Balneário Romano
S. Paio da Portela Quinta do Baltar
Rans Honra de Barbosa
S. Mamede de Recezinhos Casa e Quinta do Seixo – Património
edificado de António Nobre
S. Martinho de Recezinhos Casa de Gatão
Rio de Moinhos Capela de Nosso Senhor dos Remédios
Rio Mau Paisagem Natural de Rio Mau
Santa Marta Conjunto da Anta de Santa Marta e
Fornos dos Mouros
Santiago Quinta de Monterosso
Sebolido Cruzeiro
Urro Retábulo da Capela da Senhora da Paz
Valpedre Quinta da Maragossa
Vila Cova Capela da Senhora do Rosário
horas, estando o seu fim previsto alimentares e bebidas em local
para as 17h00. Partida e chegada próprio a todos os participantes
efectuam-se junto ao Parque de devidamente identificados, mas
Exposições de Penafiel, local onde cabe a estes apresentar o equipa-
decorre, nesse dia, a 27ª edição da mento necessário à participação
Agrival. na corrida, nomeadamente capa-
Também o secretariado da pro- cete e luvas.
va funcionará nesse local, enquan- Os participantes ficam também
to os balneários estarão sedeados obrigados a passar pelos pontos
nas instalações das Piscinas Mu- de controlo para picotarem o seu
nicipais de Penafiel. dorsal. A falta de uma ou mais pi-
Durante a realização do passeio cotagem implica a exclusão ime-
a organização fornecerá reforços diata do concorrente. FP
 Sexta-feira, 17 Agosto 2007 15

PENAFIEL

Jovem de 24 anos é de Paços de Ferreira

Ex-militar foge da ambulância

depois de agredir bombeiros de Penafiel
Roberto Bessa Moreira
roberto.moreira@verdadeiroolhar.pt
Um ex-pára-quedista, de 24
anos, a residir na freguesia da Car-
valhosa, Paços de Ferreira, fugiu de
uma ambulância, em plena auto-
estrada, quando estava a ser trans-
ferido do Hospital Padre Américo,
em Penafiel, para o Hospital Mili-
tar do Porto.
O jovem agrediu os dois bombei-
ros que faziam o serviço de trans-
porte e, até ao momento, ainda não
regressou a casa.
Jovem esteve em observações du-
rante a noite de sábado
Alexis Almeida Pereira deu entra-
da no Hospital Padre Américo às
22h30 de domingo e aí ficou inter-
nado até às 20h00 do dia seguin-
te, hora a que foi transferido para
o serviço de Medicina Interna do
Hospital Militar do Porto.
O serviço de transporte foi as-
segurado pelos Bombeiros Volun-
tários de Penafiel, que passariam
ainda pelo Hospital S. João para
deixar uma mulher de 72 anos que
seguia na mesma ambulância.
Porém, a viagem foi interrom-
pida pouco tempo depois de se ter
iniciado, logo em Baltar, devido
ao comportamento do jovem. “Ele
começou a fazer muitas perguntas.
Não sabia quem era, onde estava
nem para onde ia. Estava comple-
tamente desorientado”, conta a as-
pirante Sónia Moreira, bombeira
há cinco meses e que fez o seu pri-
meiro serviço de transporte nessa
noite. Nesta altura, já o motorista
da ambulância, José Lopes, tinha
trancado as portas para evitar que
o homem saltasse em andamento.
Com o passar dos quilómetros,
o doente foi-se tornando cada vez
mais agressivo, o que levou José
Lopes a parar a viatura em plena
auto-estrada para auxiliar a cole-
ga, que já tinha sido agredida. “Eu
tentei acalmá-lo, sentá-lo e colo-
car-lhe o cinto de segurança, mas
ele começou a apertar-me o pes-
coço e a agredir-me com murros
e pontapés”, explica José Lopes,
bombeiro de 2ª classe.
Após cinco minutos de con-
frontos, Alexis Almeida Pereira
deu um soco em José Lopes, que
bateu com a cabeça num dos lados
da ambulância, e fugiu pela porta
lateral, em sentido Sul-Norte, em
direcção a Penafiel, pela auto-es-
trada. “Nunca tal me aconteceu
nos 16 anos que levo como bom-
beiro”, conta, ainda espantado
com a situação, José Lopes.
Brigada de Trânsito não está à
procura do militar
De imediato, a Brigada de Trânsi-
to da Maia foi alertada para a fuga
e, depois de recolher informações
junto dos bombeiros, foi à procura que foi chamada à A4 para to- de Penafiel também não apresen- na noite de Domingo, apresenta-
do jovem de Paços de Ferreira. No mar conta de uma ocorrência que taram queixa e que não estava ram queixa no posto da GNR de
entanto, até à hora do fecho desta envolvia um homem que tinha a ser preparada qualquer acção Penafiel e foram, na segunda-fei-
edição, o ex-pára-quedista ainda fugido de uma ambulância, mas especial para encontrar o jovem, ra, observados pelo médico.
não tinha sido encontrado. Con- afirma que não encontrou sinais porque não se tratou de um desa- Ambos apresentavam alguns
tactada pelo Verdadeiro Olhar, a de agressões. Esta força policial parecimento. arranhões e dores na cabeça, bra-
Brigada de Trânsito confirmou referiu ainda que os bombeiros Entretanto, os bombeiros, logo ços e pescoço.

Dentro do posto de Penafiel

Militar da GNR agredido

Fernanda Pinto
fernanda.pinto@verdadeiroolhar.pt
Um militar da Guarda Nacio-
nal Republicana do posto de Pe-
nafiel foi agredido, no passado
domingo à noite enquanto acom-
panhava um detido no percurso
entre a cela e a sala de jantar. O
agente sofreu apenas ferimentos
ligeiros, tendo recebido trata-
mento no Hospital Padre Améri-
co, em Penafiel.
Paulo Nogueira, Comandante
do Destacamento da GNR de Fel-
gueiras, informou que o agressor
“estava detido no posto por um
mandado de detenção do Tribunal
de Penafiel e, quando foi tomar
a última refeição do dia, agrediu
o militar que o acompanhava”.
Segundo a mesma fonte, na ma-
nhã de segunda-feira, o atacan-
te “foi presente a tribunal tanto
pelo mandado que já existia, e
que tinha dado origem à deten-
ção inicial, como também pelas
agressões que efectuou durante a
permanência no posto”.
O Comandante do Destaca-
mento da GNR de Felgueiras
garantiu que “este tipo de casos
não é comum” e que representou
apenas um incidente isolado. Mas
Paulo Nogueira acrescentou ainda
que “Uma pessoa detida não está
imobilizada e durante os perío-
dos como as refeições pode rea-
gir. Neste caso, o indivíduo lem-
brou-se de agredir o guarda sem
motivos justificáveis. Não se pode
garantir que isto não venha a re-
petir-se no futuro”.
Fonte do posto da GNR de Pe-
nafiel avançou que o agressor
estava detido por suspeita de ter
realizado vários furtos na região.
16 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
Concurso Literário — Regulamento
1. O jornal Verdadeiro Olhar organiza durante os me-
ses de Agosto, Setembro e Outubro de 2007 um Con-
curso Literário destinado a promover o conto infantil.
2. São objectivos deste concurso promover e consoli-
dar hábitos de leitura e de escrita criativa, através de
uma actividade que estimule um envolvimento efectivo
da população.
3. O concurso destina-se a pessoas de qualquer idade
que não tenham ainda nenhum livro publicado na área
da Literatura.
4. Poderão participar no Concurso todos os habitantes
dos concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes
e Penafiel.
5. O participante assumirá o compromisso de conhe-
cer e cumprir este Regulamento e
acatar as decisões adoptadas pelo
Júri deste Concurso.
6. O Concurso Literário de Contos
Infantis concederá os seguintes pré-
mios:
1º Prémio, um computador portátil,
para o melhor conto;
2º Prémio, a publicação em livro do
conto, para os dez melhores contos.
7. A divulgação dos vencedores será
feita no dia 16 de Novembro de 2007.
Os nomes dos vencedores serão pu-
blicados na edição impressa do jor-
nal Verdadeiro Olhar. Apenas os pre-
miados serão notificados por carta
registada.
8. Os trabalhos a concurso deverão
ser entregues, em mão ou via correio,
até às 19h00 do dia 31 de Outubro de
2007, na sede do jornal Verdadeiro
Olhar, na Avenida Comendador Abí-
lio Seabra, Centro Comercial Vale do
Sousa, Entrada 5, 3º Andar, sala 14, 4580-029 Paredes,
durante o horário do expediente – de segunda a sexta-
feira das 9h00-13h00/14h30-19h00.
9. Os trabalhos deverão ser enviados ou entregues em
envelope fechado, com indicação do concurso e inscri-
ção do pseudónimo no espaço destinado ao remetente.
10. Não serão aceites trabalhos cuja data do carimbo
dos correios seja posterior à data limite.
11. Podem ser apresentados trabalhos colectivos.
12. Cada candidato só pode apresentar um trabalho.
13. As imposições técnicas são as seguintes: a) o texto
deverá ter até 3 páginas A4, com espaçamento duplo
entre linhas, com tipo de letra Times New Roman, ta-
manho 12; b) os textos deverão ser entregues em en-
velope contendo no interior 2 envelopes. Num deverá
constar o texto original em papel com 2 cópias, e no ou-
tro um cd contendo o texto em formato Microsoft Word
for Windows (.DOC) ou Rich Text Format (.RTF) e as
indicações pessoais (nome, morada, profissão, núme-
ro de telefone e data de nascimento) do/s candidato/s
numa folha de papel e no cd. Deve constar em todos os
envelopes, no exterior, o pseudónimo com que se assi-
nou o texto; c) nas folhas do trabalho não pode constar
qualquer indicação sobre o concorrente, sob pena de
este vir a ser excluído.
14. Os contos a avaliar não podem conter indicações
pessoais do concorrente.
15. Três dias úteis após o término do prazo de entrega,
proceder-se-á à abertura de todos os envelopes, sendo
colocado o número atribuído no acto de entrega, cons-
tante do envelope, no respectivo trabalho e cópias.
16. Os critérios de apreciação serão os seguintes: a)
criatividade / inovação; b) qualidade literária; c) or-
ganização; d) coerência e coesão do texto; e) obediên-
cia às características do género em
questão.
17. Todos os contos deverão fazer
uma alusão a um dos quatro con-
celhos (Lousada, Paços de Ferreira,
Paredes ou Penafiel). Esta alusão po-
derá ser de várias naturezas e ficará
ao critério do/a autor/a do conto.
18. Os trabalhos serão avaliados por
um júri de pré-selecção que, de acordo
com os critérios previamente defini-
dos, decidirá sobre a inclusão ou exclu-
são dos contos no concurso. Apenas os
trabalhos que cumpram os requisitos
serão entregues ao júri de selecção.
19. Caberá ao Júri decidir sobre os
casos omissos neste Regulamento.
20. Das decisões do Júri não haverá
recurso.
21. Os membros do Júri serão dados
a conhecer em momento oportuno.
22. Os membros do Júri não terão
acesso aos dados pessoais, cabendo
ao secretariado do concurso zelar pela manutenção do
sigilo durante todo o processo de apreciação e avaliação
dos contos.
23. Só poderão ser submetidos a concurso textos iné-
ditos, pelo que qualquer indício de plágio será punível
com a desqualificação do conto.
24. Os concorrentes não premiados interessados em
reaver os seus trabalhos poderão proceder ao seu levan-
tamento, mediante requisição por escrito e apresentação
do BI ou através do envio de envelope verde dos CTT
contendo fotocópia do BI e carta de pedido de devolução
com a respectiva identificação do trabalho. Este pedido
deverá ser feito junto da direcção do jornal Verdadeiro
Olhar, nos três meses seguintes à entrega dos contos.
25. Os contos não premiados serão eliminados ao fim
dos três meses, após a sua recepção, em data a definir
pelo jornal Verdadeiro Olhar.
26. Os autores autorizam a divulgação e utilização, de
forma gratuita, dos contos em toda e qualquer activida-
de promovida pelo jornal Verdadeiro Olhar.
 Sexta-feira, 17 Agosto 2007 17

Opinião

“P’ra cá do Marão”
Apito Salgado
A história deste “apito” veio
para ficar e durar e é fácil de con-
tar: começou por ser “roubado”; a
seguir, alguém, com alguma co-
ragem fez com que ele passasse
a “dourado”; depois, vieram al-
gumas “mentes” bem mandadas
e fizeram com que o dito cujo se
passasse a chamar apito “arquiva-
do” e, já quando ninguém estava à
espera, eis que o dito “apito” mu-
dou de nome, de “cores e sabores”,
qual camaleão reluzente, passan-
do a chamar-se de apito “salga-
do”. E, quando tudo parecia ficar,
mesmo, por aqui, surgiu a grande
surpresa: para nos mostrar que
um apito é, mesmo, um “apito”,
surgiu-nos uma nova mutação,
não ao nível da cor, mas, sim, do
“sabor” ou seja “salgou-se” mais o
apito.
E passamos, agora, a ter o api-
to “Salgado & Salgado”. Ou seja:
agora, nos média, o que está a ter
saída já não é a versão “dourada”
mas, sim, a sua quinta versão,
o tal “Salgado & Salgado”. Estas
duas personagens vieram, agora,
dar uma nova “matriz” ao céle-
bre processo do “assobio”. Mas,
acredito que o “camaleão” ainda
não terá parado de mudar de cor
e quase que arrisco dizer que tudo
irá terminar com uma sexta e úl-
tima versão, designada por apito
“esquecido”. E, assim, um folhe-
tim vergonhoso, neste nosso “por-
tugalório” (da mentira, da corrup-
ção e da hipocrisia) conhecerá o
seu epílogo.
... quase que arrisco
dizer que tudo irá ter-
minar com uma sexta
e última versão, de-
signada por apito “es-
quecido”.
E, diga lá, vai mesmo esperar
pelo fim do processo do apito, para
tentar perceber a verdade, ou vai
sentar-se no cinema, mão na pi-
poca, a consumir a verdade ficcio-
nal que até garante que “qualquer
semelhança com personagens re-
ais é pura coincidência”?
Há, no entanto, que reparar na
táctica utilizada pelo “enorme”
polvo que asfixia este país: de vez
em quando, são trazidas à praça
pública escandaleiras várias, en-
volvendo uma série de gente do
pseudo “Jet 7” provinciano que por
cá pulula. Depois, com o decorrer
do tempo, saem todos ou quase
todos ilibados (às vezes, para dar
ideia de seriedade, deixam que
um ou outro de segunda linha seja
condenado). E, assim, regressam,
depois, todos, como “heróis” e a
pedir chorudas indemnizações ao
Estado (ou seja, a sacar do bolso
do “Zé Pagode”). Direi mesmo que
desconfio que isto é engendrado
entre os “falsos inimigos”, para,
depois, poderem sacar à farta as
tais indemnizações que lhes pa-
gam e é, assim, que esta gente
vai vivendo! Ou seja: falidos(as)
e arruinados(as), mas com ideias
para sacarem dinheiro resultante
da absolvição nos processos “con-
tra” eles instaurados. Ao mesmo
tempo, vai-se entretendo a malta
com isto, para não pensarem mui-
to na desgraça do país em que es-
tamos metidos.
E deixo uma pergunta final: e
quando o “Zé Pagode” se aperce-
ber que há muito que é enganado e
“roubado” à má cara, por esta ma- Granja da Fonseca
ralha? Presidente da Assembleia Municipal de Paredes

Mães de Agosto
Mãe de Agosto por excelência é
a Virgem Maria, que no fim da sua
passagem pela terra foi elevada ao
Céu em corpo e alma. Em 1950, o
Santo Padre Pio XII definiu esta
verdade em que de resto toda a
Igreja desde sempre acreditou e
no dia 15 comemora-se esta gran-
de festa por toda a parte. Neste
mesmo dia 15 de 1917 eram resti-
tuídos às suas famílias os pastori-
nhos de Fátima depois de o admi-
nistrador de Ourém os ter levado
à falsa fé. No dia 13 ofereceu-se
para os levar de carro à Cova de
Iria, mas em vez disso levou-os
para Ourém, tentando forçá-los
a dizer que era uma aldrabice
aquilo das aparições. Interrogou-
os em grupo e separadamente, e
chegou a ameaçá-los de os matar
com azeite a ferver. Os pequeni-
tos acreditaram nas ameaças e
dispuseram-se a morrer mas não
a mentir, até que o administrador
desistiu e os libertou, desaponta-
do por não poder provar que as
aparições eram uma farsa, como
afirmavam as autoridades e não
poucos bem pensantes. Nossa Se-
nhora não se atrapalhou com as
manobras manhosas e no dia 19
voltou a aparecer à Lúcia, Fran-
Fernando Sena Esteves cisco e Jacinta nos Valinhos. Foi a
Professor Catedrático Aposentado da Faculdade de Farmácia do Porto única aparição fora de um dia 13
e da Cova de Iria. (Era Domingo,
como acontece também em 2007,
90 anos depois!). Quando a Lúcia
perguntou “Que é que Vossemecê
me quer?”, teve a resposta, entre
outras coisas: “Quero que con-
tinueis a ir à Cova de Iria no dia
13 e que continueis a rezar o ter-
ço todos os dias. No último mês,
farei o milagre, para que todos
acreditem.” Este pedido para que
rezassem o terço todos os dias foi
feito, de resto, em todas as seis
aparições de 1917.
Mães de Agosto são também
as que sacrificadamente assegu-
ram ao marido e filhos umas fé-
rias agradáveis, apesar de mais
canseiras e cuidados com casas
alugadas, falta das coisas a que
recorrem normalmente, idas às
compras onde gastam mais tem-
po e dinheiro em sítios que não
conhecem e cheios de gente. Da
minha mãe bem me lembro como
se afadigava para que em Santa
Cruz tivéssemos uma belas férias,
apesar de em casa, antigamente,
não haver água canalizada; elec-
tricidade era só à noite, com um
barulhento gerador a gasóleo no
centro da terra e divertidos apa-
gões para acender velas e cande-
eiros de petróleo. A falta de elec-
tricidade, de resto, não se notava
muito, pois não havia frigorífico
nem televisão e o ferro eléctrico
era... a carvão! Pois com tudo isso
e um rancho de filhos que cuidar
ainda hospedou algumas vezes
rapazes da Casa do Gaiato que a
tratavam também como “mãe”.
Uma ocasião em que alguém fez
um reparo, responde o gaiato:
“ela é mãe de todos!”.
Mães de Agosto são
também as que sacri-
ficadamente assegu-
ram ao marido e filhos
umas férias agradá-
veis...
Caro leitor, acho que já é altura
de despachares a cerveja, desala-
pares-te do sofá e dares uma ajuda
à tua mulher: se não a fazer o teu
jantar, ao menos a entreter os mi-
údos que não a largam. Olha, con-
ta-lhes uma história, por exemplo
a daquele Agosto de 1917, com
bons e maus como eles gostam. E
depois do jantar bem podias rezar
o terço com todos: só te fazia bem,
e havias de ver o sorriso que com
isso conseguias da tua Mãe de
Agosto que tanto te quer...
18 Sexta-feira, 17 Agosto 2007

Um dia na vida de...

... José Carneiro Alves

Fundador da cadeia de lojas JCA

Roberto Bessa Moreira

roberto.moreira@verdadeiroolhar.pt

José Carneiro Alves é o fun-

dador de uma das marcas mais
pujantes do Vale do Sousa, a JCA,
empresa que actua na área dos
electrodomésticos, telecomunica-
ções e combustíveis.
Conhecido como “Zé Chapei-
ro”, começou a trabalhar como
bate-chapas, a sua grande paixão
e a sua grande arte, mas as cir-
cunstâncias da vida levaram-no à
destribuição de gás, negócio que
esteve na origem do actual impé-
rio com mais de 70 lojas abertas.
Com 72 anos, José Carneiro
Alves passa os dias a fazer aqui-
lo que realmente gosta, ou seja a
consertar velhos objectos. Tem
ainda tempo, juntamente com
a esposa, de ajudar na gestão do
universo JCA, hoje da responsabi-
lidade dos quatro filhos.

Talento reconhecido em Santo Tirso

Com 14 anos, José Carneiro Al-
ves foi, como era costume nessa
altura de dificuldades, trabalhar
como pedreiro. Mais tarde, pas-
sa a ser lavador de carros na Me-
cânica de Paços de Ferreira e, já
com 16 anos, torna-se ajudante
de chapeiro e muda-se para a ci-
dade do Porto. “Dormia em casa
do meu patrão e só vinha a casa
ao fim-de-semana para poupar
dinheiro. Ganhava 60 escudos
por semana”, recorda José Car-
neiro Alves.
Correu, por este tempo, “todas
as oficinas do Porto”, ganhando
experiência e contactos que lhe fo-
ram muito úteis quando o patrão
emigrou para África. “Fui traba-
lhar para a João Ferreira Carva-
lho, no Bolhão, também uma ofi-
cina de chaparia”, conta.
Aqui, foi-se apaixonando pela
arte da chaparia e a dar mostras
do seu talento, mas uma sopeira
mais atrevida fez com que fugisse
para Santo Tirso, local que o aco-
lheu e que se revelou fundamental
para o seu sucesso profissional.
“Em Santo Tirso, ganhei muita
fama e fui considerado um dos
melhores chapeiros do Norte do
país. Até comecei a ser conhecido
como Zé Chapeiro”, afirma.
Nesta localidade, tornou-se tam-
bém motorista dos Bombeiros Vo-
luntários, uma forma, como confes-
sa, de “arranjar quarto para dormir
sem pagar”.
Então com 27 anos, acaba por
casar com uma mulher daquela
que viria a ser a terra da sua resi-
dência, Freamunde, mas continua
a viver em Santo Tirso, até ao dia
em que decidiu integrar os qua-
dros da Força Aérea Portuguesa,
também como chapeiro. “Era um
emprego do Estado e eu resolvi
aceitar”, diz.
Com a mudança de emprego
aconteceu também o regresso a
Paços de Ferreira, pois o cargo a
que se candidatou era para a Es-
quadra n.º 12, localizada no conce-
lho pacense. Trabalhou “na Força
Aérea, de dia, e em casa, à noite”,
durante cinco anos, período no
fim do qual comprou a quota de
um dos três sócios da Mecânica de
Paços de Ferreira, precisamente a
empresa na qual tinha iniciado o
seu percurso profissional a lavar
carros.
“De dia endireitava os
carros e à noite, com a
minha mulher, distri-
buía o gás. Cada botija
custava 70 escudos”
Porém, inconformado com a
falta de dinamismo da empresa
tomou, juntamente com outro
dos sócios, uma atitude de rup-
tura e propôs que lhe vendessem
as quotas ou comprassem a parte
dele. “Pensava que o outro sócio ia
vender, mas ele conseguiu arran-
jar o dinheiro e comprou a nossa
parte”, refere.
Chapeiro de dia, vendedor de gás
à noite
Sem emprego, começou a conser-
tar carros na garagem da sua casa,
na Carvalhosa, e a distribuir bilhas
de gás, um negócio que pertencia à
Mecânica de Paços de Ferreira mas
que passou para José Carneiro Al-
ves no âmbito do acordo realizado
para a venda da sua quota. “De dia
endireitava os carros e à noite, com
a minha mulher, distribuía o gás.
Cada botija custava 70 escudos”,
realça.
A venda de gás porta-a-porta
viria a revelar-se o primeiro pas-
so para a construção do universo
JCA, uma vez que, como explica
José Carneiro Alves, foi nesta al-
tura que começaram a surgir as
primeiras encomendas de electro-
domésticos. “Como vendia o gás,
as pessoas começaram a pedir-me
para vender fogões e outros elec-
trodomésticos e eu comprava o
material no Porto, armazenava-o
em minha casa e depois distri-
buia-o juntamente com o gás, de
noite”, afirma.
Como a actividade de chapeiro
também evoluia de forma satisfa-
tória, José Carneiro Alves viu-se
obrigado a procurar um local com
melhores condições e mais espa-
ço para expandir o seu negócio.
Neste sentido, comprou, há 30
anos, uma quinta com 25 mil me-
tros quadrados por “3500 contos”,
15500 euros na moeda de hoje,
local que é, ainda hoje, a sede da
JCA em Freamunde.
Hoje dedica-se a consertar elec-
trodomésticos avariados
Todavia, cinco anos depois de
mudar o local da sua oficina, Zé
Chapeiro, devido às exigências da
venda de gás e electrodomésticos,
abandona a arte de bate-chapas.
“Deixar a profissão que gostava foi
o que mais pena me deixou. Nunca
tive espírito de comerciante, mas
os electrodomésticos começaram
a crescer e era preciso dedicar-
lhes muito tempo”, lembra ainda
inconformado com esta decisão
que lhe mudou a vida.
Desde então, o negócio da JCA
tem evoluído constantemente e
deu um salto significativo com a
entrada dos quatro filhos para a
gestão da empresa. Actualmen-
te, Maria Luísa, José Luís, Rui
Manuel, este como presidente, e
António Fernando são os respon-
sáveis pela administração da JCA,
uma marca que, nesta nova gera-
ção, se tornou uma das maiores
da região Norte. O universo JCA é
constituído por 70 lojas e divide-
se por vários ramos de negócio,
como os combustíveis. Nas tele-
comunicações, a JCA é o maior
agente do país da Vodafone e criou
a marca DIZ, vocacionada para a
comercialização dos serviços dos
operadores Vodafone, Optimus e
TMN, bem como equipamentos li-
vres e usados das principais mar-
cas. Mobimaque I, Mobimaque II,
Remax e a Trucco são outras mar-
cas associadas à JCA.
O último negócio prendeu-se
com a aquisição da cadeia Joma-
pre, detentora de três lojas na re-
gião de Lisboa.
Com a responsabilidade entre-
gue aos herdeiros, José Carnei-
ro Alves dedica-se à reparação
de electrodomésticos na loja em
Freamunde e a ajudar nas vendas
e nas contas. “O meu prazer é re-
cuperar máquinas que de outra
forma iam para a sucata”, afirma
o homem que já desistiu de pos-
suir qualquer quota da empresa
que criou.
BI
Nome: José Carneiro Alves
Idade: 72 anos
Naturalidade: Carvalhosa, Pa-
ços de Ferreira
Residência: Freamunde, Paços
de Ferreira
Estado Civil: Casado
Filhos: 4

André Cardoso, da Fercase – Rota dos Móveis, rei da Montanha
Cândido Barbosa não conseguiu segurar a amarela
Roberto Bessa Moreira
roberto.moreira@verdadeiroolhar.pt
Ainda não foi desta vez que
Cândido Barbosa venceu a Volta
a Portugal em Bicicleta. O ciclista
de Paredes terminou em segundo
lugar, atrás do espanhol Xavier
Tondo, depois de ter dominado
grande parte da corrida deste
ano.
Aliás, Cândido Barbosa, ao ven-
cer quatro etapas, foi o grande ani-
mador da edição de 2007 da Volta
a Portugal, mas um contra-relógio
fortíssimo de Tondo, permitiu ao
homem da LA MSS arrecadar a vi-
tória final.
Em 2007, um dos ciclistas em
evidência foi também André Car-
doso, um jovem que, com a cami-
sola da Fercase – Rota dos Móveis,
venceu o Prémio de Montanha.
Cândido Barbosa vai tentar ga-
nhar em 2008
Os dois últimos dias da Volta a
Portugal em Bicicleta deitaram
tudo a perder para Cândido Bar-
bosa. Na penúltima etapa, o cor-
redor da Liberty Seguros perdeu,
na subida à Torre, a camisola
amarela para Eládio Gimenez e,
no contra-relógio final não conse-
guiu melhor do que o sexto melhor
tempo, perdendo 1 minuto e 9 se-
gundos para o vencedor da etapa,
o companheiro de equipa Hector
Guerra, e, mais importante, 1 mi-
nuto para Xavier Tondo.
Com esta desvantagem, Cân-
dido Barbosa manteve o segundo
lugar, mas viu o espanhol da LA
MSS conquistar definitivamente a
camisola amarela.
Tal como no ano passado, Cân-
dido Barbosa acabou por “morrer
na praia” e não concretizou o so-
nho de vencer a mais importante
prova velocipédica de Portugal.
No final da competição, em de-
clarações à Rádio Jornal, o ciclista
de Paredes mostrou-se triste, mas
também conformado com o re-
sultado obtido. “Não podia exigir
mais de mim próprio”, afirmou, ao
mesmo tempo que prometeu con-
tinuar a lutar pela vitória na Volta
a Portugal em 2008. “Penso con-
tinuar a correr durante mais dois
anos e não vou desistir de ganhar
a Volta”, avisou.
Para além do segundo lugar,
Cândido Barbosa ganhou a classi-
ficação geral por pontos e integrou
a equipa que terminou na frente
na classificação, a Liberty Segu-
ros.
André Cardoso em destaque
Em plano de evidência na edição
deste ano da Volta a Portugal es-
teve, igualmente, André Cardoso,
da Fercase – Rota dos Móveis. O
jovem corredor sagrou-se o rei da
Montanha, à frente de nomes con-
sagrados como Eládio Gimenez,
Cândido Barbosa, Xavier Tondo,
José Azevedo ou Hector Guerra.
André Cardoso efectuou uma
prova notável, sobretudo duran-
te a subida à Torre, etapa em que
conseguiu acompanhar os melho-
res ciclistas do pelotão nacional.
André Cardoso foi ainda o me-
lhor classificado da Fercase – Rota
dos Móveis, ficando a 21 minutos
e 58 segundos de Xavier Tondo, e
obteve o quarto lugar na classifi-
cação geral da Juventude.
Para os responsáveis da equi-
pa de Paredes, o triunfo de André
Cardoso na classificação do Pré-
mio da Montanha da Volta a Por-
tugal em Bicicleta é o justo prémio
para a equipa da Fercase – Rota
dos Móveis, “que nunca escondeu
que, dadas as suas limitações or-
çamentais, apostava tudo num
triunfo numa etapa ou numa das
classificações parcelares”.
Já o jovem de Gondomar des-
taca o papel de Joaquim Andrade
na sua boa prestação e da equi-
pa. “Sabíamos que não éramos os
mais fortes, mas estávamos cons-
cientes das nossas capacidades. A
nossa inexperiência foi claramen-
te superada pela entrega de todos
e pelo papel exemplar do Joaquim
Andrade, que nos foi transmitindo
os ensinamentos necessários para
conseguirmos alcançar os nossos
objectivos”.
Ainda sem projectos para o
futuro imediato, André Cardoso
reconhece que a vitória na classi-
ficação da Montanha lhe dá mais
notoriedade e pode abrir mais
portas. No entanto, não afasta a
hipótese de se manter na Fercase
– Rota dos Móveis, uma equipa
que considera “excepcional”.
Mário Barbosa
Jornalista da Rádio Jornal a acompa-
nhar a Volta a Portugal em Bicicleta
6ª Etapa: Celorico de Basto/Ca-
beceiras de Basto (Sra da Graça)
- 143 km
Uma das mais duras etapas des-
ta Volta, onde André Cardoso
da Fercase-Paredes passou com
distinção três Metas Volantes,
um Prémio de Montanha de 3ª
Categoria e dois de 1ª Categoria.
André Cardoso pontuou em
3º no PM em Portela de St. Eulá-
lia, em 3º na MV de Celorico de
Basto e em 1º no PM em Monte
do Viso, mantendo assim com
grande vantagem a camisola
verde de líder da montanha.
Paredes continua a mandar
nesta Volta com Cândido Barbo-
sa de amarelo, ele que terminou
esta etapa em 3º e continua a ser
um dos principais candidatos à
vitória.
7º Etapa: Lixa/Gondomar - 168
km
Dois Prémios de Montanha de 3ª
cat e três Metas Volantes. Etapa
sem grandes dificuldades com
uma fuga de oito ciclistas aos
primeiros kms, na qual partici-
pou André Cardoso, da Fercase-
Paredes, que ganhou o Prémio
de Montanha, consolidando o
seu lugar de rei dos trepadores.
Chegada a Gaia em pelotão,
com um sprint, no qual vence
Paride Grillo e com Cândido Bar-
bosa, sem facilitar, a terminar
em terceiro, mantendo a camiso-
la amarela, mas agora somente a
17 seg de Eladio Gimenez.
As cores paredenses a domi-
nar nesta Volta a Portugal, gra-
ças a Cândido Barbosa, camisola
amarela, e André Cardoso, da
Fercase-Paredes, com a camiso-
la verde da montanha.
8ª Etapa: Aveiro/S. João da Ma-
deira – 157,1 kms
Etapa muito discutida, com uma
fuga inicial de oito ciclistas, que
depois se dividiu em mais do que
um grupo. No primeiro e no se-
gundo Prémio de Montanha só
Cândido Barbosa pertencia aos
atletas com pontos, mantendo
André Cardoso, da Fercase – Pa-
redes, a liderança na Montanha.
Final de etapa ao sprint, com
Sexta-feira, 17 Agosto 2007 19
Desporto
Cândido Barbosa mais uma vez
a vencer e a manter a camisola
amarela.
Os principais candidatos es-
tão a uma distância entre os 20
segundos e os dois minutos do
paredense. A etapa da Torre po-
derá definir toda esta Volta, que
se espera tenha os homens de
Paredes como protagonistas...na
camisola verde André Cardoso e
na amarela Cândido Barbosa.
9ª Etapa: Oliveira do Bairro/Alto
da Torre – 154,2 kms
Volta a Portugal em Bicicleta his-
tórica para Paredes. André Car-
doso, da equipa Fercase-Paredes,
conquistou a camisola verde, de
líder da Montanha, ao pontuar
cinco pontos na primeira meta
de Montanha, no Luso, e depois
ao ficar em segundo no prémio de
Montanha de 1ª categoria, no Alto
de Carrazedo. Definitivamente,
André Cardoso foi coroado rei da
montanha nesta Volta.
Cândido Barbosa chegou em
terceiro à Torre, a 55 segundos
de Eládio Jimenez, perdendo
para este a camisola amarela e
deixando tudo para se decidir no
contra-relógio de amanhã.
Para a amarela, temos no pri-
meiro lugar Eládio Jimenez, no
segundo Cândido Barbosa, a 33
segundos, e no terceiro Xavier
Tondo, a 37 segundos.
Amanhã haverá um contra-
relógio de cortar à faca, com es-
perança de Paredes conquistar
duas camisolas, para já a verde
e, quem sabe, a amarela.
10ª Etapa: Viseu/Viseu – 38,8
kms
Nesta 10ª etapa, em Viseu, vitó-
ria de Hector Guerra num con-
tra-relógio muito disputado pe-
los principais candidatos e com
sabor amargo para o paredense
Cândido Barbosa.
Final dramático desta 69ª
Volta a Portugal, onde Cândido
Barbosa não venceu por 56 se-
gundos.
O camisola amarela foi Xavier
Tondo da LA MSS.
A chuva não ajudou nesta
última etapa, onde a equipa da
Fercase - Paredes já nada tinha
para provar ao conseguir um fei-
to histórico: levar para casa a
camisola verde da Montanha no
corpo de André Cardoso.
Resumindo em poucas pala-
vras, a 69ª edição da Volta foi
fantástica, com os homens da
frente sempre com poucos se-
gundos de diferença e a “modes-
ta” Fercase - Paredes a conseguir
aquilo que as principais equipas
não conseguiram. Para ser uma
volta perfeita para as cores pare-
denses só faltou Cândido Barbo-
sa conseguir a amarela.
 20 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
Na Taça da Liga
Penafiel vence Marítimo e segue em frente
Desporto
Rui Rocha
rui.rocha@verdadeiroolhar.pt
O desempate na marcação de
grandes penalidades deu a vitória
ao Penafiel frente ao primodivi-
sionário Marítimo, dando assim
mais um passo em frente na Taça
da Liga. Após uma também tre-
mida conquista em Barcelos, em
jogo com o Gil Vicente, a equipa
madeirense acabou por ser a se-
gunda vítima de um Penafiel onde
brilhou o guarda-redes Avelino,
que defendeu dois remates de
grande penalidade.
Apesar de jogar fora, o Maríti-
mo partia para o encontro como
favorito para o encontro, mas a
formação orientada por Rui Bento
mostrou-se aguerrida do princípio
ao fim. Nem o remate ao poste do
jogador do Marítimo Fábio Felício
aos 72 minutos nem a expulsão do
duriense João Pedro aos 82 mi-
nutos de jogo fizeram com que a
equipa esmorecesse. Na marcação
de grandes penalidades, o lateral-
esquerdo Kelly foi o único penafi-
delense a não enviar a bola para o
fundo das redes, ao passo que foi
dos pés de Antoine e Wênio que
partiram os remates defendidos
por Avelino.
Com três reforços no onze ti-
tular (o Marítimo colocou cinco),
o Penafiel foi a equipa que me-
lhor iniciou o encontro, apesar
de não ter criado lances de perigo
iminente na área madeirense. Se-
guiu-se um período de maior pen-
dor ofensivo do Marítimo, que se
prolongou até ao intervalo do jogo.
Para a segunda parte regressou ao
terreno de jogo um Penafiel mais
ambicioso, tomando as rédeas do
jogo, mas não conseguindo, ainda
assim, encontrar o caminho para
as redes da baliza de Marcos.
Isso mesmo constata o treinador
dos penafidelenses, Rui Bento. Em
entrevista ao Verdadeiro Olhar, o
técnico do Penafiel assumiu que a
equipa “teve 20 minutos de gran-
de nível e perdeu um pouco o con-
trole de jogo, que se equilibrou e
onde até houve algum ascendente
do Marítimo. Na segunda parte o
Penafiel fez um jogo onde imperou
a vontade de ganhar, de fazer bem
e cumprir com as exigências do
jogo”, garantiu.
Penafiel aposta na Taça da Liga
Se em Barcelos a formação “jogou
de maneira diferente, porque nor-
malmente actua em 4-3-3 e frente
ao Gil jogou em 4-4-2 losango”,
frente ao Marítimo a realidade foi
outra: “Tínhamos duas opções:
ou desvirtuar o que trabalhámos,
o que faria com que tivéssemos
grande preocupação defensiva e
muita gente ficasse atrás da linha
de bola, ou fazer o que fizemos.
Jogámos com quatro jogadores
marcadamente ofensivos e dois
laterais a subir”, revelou o jovem
treinador do Penafiel.
Com apenas 700 espectadores,
o Estádio 25 de Abril não foi palco
de uma revolução táctica por par-
te de Rui Bento. Do onze titular
escalado pelo técnico do Pena-
fiel fizeram parte o guarda-redes
Avelino (que viria a defender um
penálti decisivo rematado por
Wênio), Fernando, João Pedro,
Vinícius, Kelly, Ferreira, Louren-
ço, Nélson, Bakero, Zequinha e
Guedes. Do banco saíram Dias e
Vinícius Calamari, aos 73 minutos
de jogo, e Diego, aos 81.
Prova que “dá um prémio por
presença em cada fase”, a Taça da
Liga é, segundo Rui Bento, “extre-
mamente importante” tanto para
a direcção como para os jogadores
do Penafiel. É, por um lado, “eco-
nomicamente atractiva” para um
clube com a dimensão dos rubro-
negros e, além disso, “dá visibili-
dade aos jogadores, que podem
jogar contra as melhores equipas
portuguesas”, refere o ‘mister’ dos
seniores do Penafiel.
A juventude do actual plantel
do Penafiel é uma faca de dois
gumes. “É preciso ver que con-
sistência, que regularidade, que
capacidade têm os nossos jogado-
res e como aguentam a pressão e
gerem os bons e maus resultados”,
sublinha Rui Bento, acrescentan-
do que “é preciso que os jogadores
não entrem em euforia quando
ganham ou em fases de ansiedade
quando perdem”.
“A equipa do Penafiel, se for
rigorosa tacticamente, estará na
minha opinião muito bem estru-
turada em termos de ocupação de
espaços de jogo. Tem alguns prin-
cípios de jogo bem definidos, nos
quais está suportada”, garante Rui
Bento, não deixando de aludir à
necessidade de ‘esperar para ver’
se o processo de maturação dos
seus pupilos é suficiente para os
objectivos da equipa: “quando se
tem jogadores preocupados com a
sua evolução e em ouvir e não jo-
gar individualmente penso que se
pode fazer coisas bonitas”.
Jogar para subir mas sem eufo-
rias
Cautela é a palavra mais certa
para a atitude de um treinador e
de uma equipa apostados em dar
um passo de cada vez. “Este ano
vamos devagar, conscientemente.
Seria fácil e bonito vir com um
discurso que toda a gente gosta
de ouvir, mas este campeonato
[2ª Liga] tem-nos dito que a dife-
rença entre as equipas não é abis-
mal”, indica Rui Bento, que não se
candidata à subida de divisão mas
garante que vai lutar por isso: “É
claro que gostaria e nós vamos
trabalhar com um resultado em
mente que é ganhar. Que vamos
dar tudo em todos os jogos va-
mos!”
A equipa que tem é a possível.
“Nunca se tem a equipa que se
quer. Nós vimos o que podíamos
e o que não podíamos ter; não tí-
nhamos nem temos um orçamen-
to muito grande. Por isso fizemos
algumas apostas, perspectivando
também o desenvolvimento dos
jogadores, trabalhando-os, dan-
do-lhes consistência e visibilida-
de”, refere Rui Bento, que acres-
centa que “os clubes têm de viver
de receitas próprias”.
A sua postura enquanto treina-
dor é um misto da influência dos
vários treinadores com quem tra-
balhou como jogador e um indis-
pensável cunho pessoal. “Todos
os treinadores nos ensinam qual-
quer coisa. Com uns identificamo-
nos mais pela forma como prepa-
ram as equipas e desenvolvem
metodologicamente os treinos e
os jogos, outros pela motivação e
a forma como lidam com os joga-
dores”, afiança o jovem técnico.
“Conviver um ano, dois ou três
com um treinador é sempre enri-
quecedor. A todos eles sou grato e
com todos eles aprendi, mas o que
é importante é termos a nossa for-
ma de olhar para o futebol e não
nos desvirtuarmos daquilo em
que acreditamos”, afirma, rema-
tando: “Hoje com mais dificulda-
de, amanhã com menos”.
Quando questionado sobre se
tem saudades do Sporting, o últi-
mo dos clubes de nomeada (depois
do Benfica e do Boavista) onde ac-
tuou, Rui Bento não vacila: “tenho
saudades de todos os clubes onde
passei. Felizmente não joguei em
muitos clubes, fiz uma carreira
engraçada”.
Futsal do Paredes com novo treinador
A equipa de futsal do União
Paredes já tem novo treinador. O
eleito chama-se António Ferreira
e é com ele ao leme que a direc-
ção da equipa vai agora iniciar um
projecto de remodelação interna,
após a descida de divisão que co-
locou a equipa longe dos Nacio-
nais.
António Ferreira há muito que
foi acolhido por Paredes. Natural
de Lousada, estudou e iniciou a
sua vida profissional na cidade
cujo clube requisitou agora os seus
préstimos. A ligação que tem ao
Rebordosa derrotado pelo Paços
na apresentação aos sócios
Em jogo de apresentação aos
sócios da equipa do Rebordosa
para a época 2007/08, o Paços de
Ferreira venceu a equipa da III
Divisão nacional por 1-0. Com um
golo solitário do avançado Renato
Queirós, aos 10 minutos, os “casto-
res” conseguiram fixar um resul-
tado final que aumenta para cinco
o número de vitórias da equipa na
pré-época, num total de oito jogos.
O Rebordosa colocou em cam-
po três dos quatro jogadores em-
prestados pelo Paços de Ferreira
por uma época, na sequência da
parceria que envolve ambos os
clubes. A Leal, Silvério e Jorginho
vai juntar-se o lesionado Fábio
Pacheco na lista de atletas cedidos
ao clube-satélite.
Dos cinco jogadores juniores
Atleta do Astromil bi-campeã
Sílvia Cavadas, da equipa pare-
dense Casas Adriano – Astromil
Clube, revalidou o título no es-
calão de iniciadas/juvenis no 30º
GP de Rossas, em Arouca. Dispu-
tada no dia 11 de Agosto, a prova
contou de novo com a presença do
Astromil, que colocou no mesmo
pódio a atleta Rita Silva (3º lugar
nas iniciadas/juvenis).
Foram os veteranos masculi-
nos que melhores resultados al-
cançaram colectivamente. Com
Joaquim Rocha em 8º lugar, João
futsal já é antiga, tendo constado
na lista dos primeiros estudantes
de Nível I da AF Porto.
Na sua carreira o feito mais
importante foi o título da 1ª Di-
visão conquistado ao serviço do
Desportivo Ordem. Seguiu-se um
afastamento da modalidade, por
motivos profissionais, não tendo
no entanto abandonado em defini-
tivo o futsal. Fez, portanto, parte
dos quadros do Clube de Ciclismo
do Vale do Sousa, do GD Raízes,
do Nespereira e do Casa do Benfi-
ca em Paredes.
que o treinador do Paços de Fer-
reira, José Mota, chamou para a
pré-época dos seniores apenas
um vai actuar na presente época
no Estádio da Mata Real. Cristelo
é a excepção, enquanto que os ou-
tros quatro jogadores, acima men-
cionados, vão ter a oportunidade
de actuar pela primeira vez como
seniores, mas pelo Rebordosa.
O Paços de Ferreira, que con-
seguiu o 6º lugar na classificação
final da última edição da 1ª Liga
portuguesa e vai esta época dis-
putar a Taça UEFA, vinha de um
empate a zero frente ao Tirsense,
em jogo disputado em Santo Tirso.
Segue-se agora, no sábado (dia 18)
um jogo frente aos holandeses do
Sparta de Roterdão, em Paços de
Ferreira.
Cavadas em 13º e Manuel Sil-
va em 23º, a classificação global
dos veteranos do Astromil foi a
segunda melhor da competição.
Nos veteranos femininos, a atleta
Leonor Cavadas conseguiu o 9º
lugar.
No que diz respeito a outros
escalões, o benjamim A masculi-
no Mário Oliveira alcançou o 24º
posto e os juniores/seniores mas-
culinos José Areias e Paulo Neto
ficaram em 33º e 34º, respectiva-
mente.
 Sexta-feira, 17 Agosto 2007 21

À descoberta da Rota do Românico

Ponte de Vilela
Tipo de objecto: Ponte

Propriedade:
Câmara Municipal de Lousada

Localização: Lousada, Aveleda, Lu-

Cultura
gar de Vilela

Caracterização histórica:
De difícil datação, esta ponte me-
dieval poderá ter sido construída
no período de crescimento das ne-
cessidades de circulação no Vale do
Sousa – século XIII – corresponden-
do assim à necessidade de franquia
do obstáculo natural constituído
pelo Rio Sousa.

Arquitectura:
Ponte de tabuleiro plano com ex-
tremidades rampantes, com uma
largura máxima de 3,8 m, assente
em quatro arcos de volta perfeita,
iguais, em cantaria, com pegões
cegos. Apresenta três talhamares
triangulares, baixos, a jusante, im-
plantados no espaço entre os arcos.
O seu piso é de lajes de granito.

RRVS
Os parapeitos são constituídos por
guardas em cantaria, apresentando
estas um sistema de encaixe tipo DEPOIS
“macho-fêmea”. Os paramentos
são constituídos por um aparelho
regular de silhares graníticos.

Estado de conservação antes das

intervenções:
- O estado de conservação era razo-
ável, no entanto apresentava várias
patologias, como sendo a degrada-
ção do granito, a nível da perda do
material, fissuras e decomposição
particularmente nas ligações.

Obras já efectuadas no âmbito da

Rota do Românico:
- Conservação e consolidação dos
paramentos da ponte;
- Conservação e consolidação do
pavimento da ponte, incluindo o tra-
tamento do arruamento de acesso
pelas duas margens e drenagem
das águas pluviais;
- Conservação e valorização das
margens na envolvente próxima,
incluindo-se a iluminação do imóvel
e o tratamento da área de parquea-
mento de viaturas de visitantes.

Valor da obra já efectuada:

112.574 €
RRVS

ANTES
 22 Sexta-feira, 17 Agosto 2007
Este ano o festival terá mais que música
Ignition @ Penafiel é já em Setembro
Fernanda Pinto
fernanda.pinto@verdadeiroolhar.pt
Hoje, pelas 11h30, será apresen-
tado, no Salão Nobre da Junta de
Freguesia de Penafiel, o II Festi-
val de Bandas Ignition @ Penafiel,
organizado pelo pelouro da Ju-
ventude da Câmara Municipal de
Penafiel, em parceria com a Junta
Cultura
de Freguesia de Penafiel e a Cos-
monaut Productions. Este festival
tem data marcada para o próximo
dia 22 de Setembro e tem como ob-
jectivo reunir o melhor de Penafiel
em termos de circuito e de cultura
alternativa.
Pelikanol na Casa da Cultura
Amanhã, 18 de Agosto, os Peli-
kanol vão dar música nos jardins
da Casa da Cultura de Paredes.
Este colectivo do Porto, formado
em 2004, é a próxima atracção da
iniciativa “Há sons nos Jardins”.
O projecto dos Pelikanol as-
senta num espectáculo de música
com uma componente vídeo e ou-
tros elementos cénicos comple-
mentares. O grupo alia a música
e a imagem sob o tema «bandas
‘O Principezinho’ na Biblioteca d’A LORD
Esta semana a Biblioteca da
Fundação A LORD continua a di-
namizar várias actividades para
divulgar o livro e a leitura. Segun-
do fonte da biblioteca, esta ini-
ciativa tem tido bastante adesão,
apesar de estarmos em época de
férias. As actividades são organi-
zadas durante todo o ano e, por
isso, no período escolar há ainda
“Duas Estações” ainda em exibição
A exposição de fotografia “Duas
Estações”, dedicada à Quinta da
Aveleda, continua aberta ao pú-
blico até 26 de Agosto na Casa da
Cultura de Paredes. Esta expo-
www.vinhoverde.pt
Antonino de Sousa, responsável
pelo pelouro da juventude da Câma-
ra Municipal de Penafiel, adiantou
que nesta segunda edição houve um
‘upgrade’ das bandas em exibição.
“A banda que é cabeça de cartaz este
ano é reconhecida a nível nacional e
ainda recentemente participou num
concerto dos Metallica em Portu-
gal”, acrescentou o vereador.
Esta segunda edição do Igni-
tion @ Penafiel é, segundo Anto-
nino de Sousa, uma consequência
lógica do sucesso alcançado pela
primeira edição, que teve uma as-
sistência de cerca de 500 pessoas,
num festival essencialmente de-
sonoras imaginárias para filmes
inacabados», procurando uma
aproximação entre estas duas
componentes para criar univer-
sos imaginários.
Os três músicos dos Pelika-
nol oferecem ao espectador uma
abordagem alternativa ao modelo
da canção e sob o lema “A música
não é coisa que se ponha em gave-
tas”, não olham a meios para sur-
preender.
mais crianças a usufruírem deste
projecto, já que as escolas partici-
pam nas actividades.
O Teatro de Fantoches “Os três
porquinhos” continua em cena,
podendo as crianças assistir a
esta peça hoje, pelas 11h. Já ama-
nhã, às 15h30, estará em exibição
o filme “O Principezinho”, que vai
entreter os mais pequenos duran-
sição é da autoria do Núcleo de
Fotografia do Sindicato dos Ban-
cários do Norte e é toda ela inspi-
rada em paisagens desta quinta de
Penafiel.
dicado a um público alternativo,
com um gosto musical ‘diferente’.
A programação do festival des-
te ano sofreu um ‘refresh’ que o ve-
reador considera necessário “para
manter o interesse e para que o
festival se venha a assumir como
um grande festival para esse seg-
mento de público”. Mas o espírito
de apoio às bandas do concelho do
Ignition mantém-se e, por isso,
este ano o festival conta com duas
bandas de Penafiel.
Levantando um pouco da pon-
ta do véu, Antonino de Sousa ain-
da revelou que “este ano o festival
terá mais que música…”.
te 60 minutos.
Continuam também disponí-
veis ao público as exposições “A
Peneda-Gerês”, “A Biblioteca vai
à Escola: actividades de leitura e
criatividade”, patente no Centro
de Saúde de Lordelo, e “O patri-
mónio natural de Portugal” em
exibição na sede da Cooperativa e
Fundação A LORD. FP
A Quinta da Aveleda é uma das
mais conhecidas quintas de Por-
tugal, sendo considerada monu-
mento nacional desde 1910. É uma
empresa familiar administrada
há mais de três séculos por gera-
ções da mesma família e sempre
dedicada à produção de vinhos
considerados de elevada qualida-
de. Para além das famosas vinhas,
destacam-se ainda na Quinta os
edifícios em granito, os parques
e os jardins, que são um dos mais
bem conservados exemplos de
jardim romântico no país.
Esta exposição poderá ser visi-
tada de terça a sexta-feira, das 9
às 20 horas, e aos Domingos das
14 às 19 horas.
Nesta mesma semana, mas em...
SÁBADO 11 DE AGOSTO
1829 O compositor polaco Frederic Chopin dá o primeiro concerto em
Viena, Áustria.
1934 Abre a prisão de alta segurança da ilha de Alcatraz, na Baía de
São Francisco, EUA. Seria desactivada em Março de 1963
1992 Os EUA, o Canadá e o México assinam, em Washington, o Acordo
de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA).
2006 Assinatura do acordo para a prospecção de petróleo na baía de
Peniche, pelo consórcio Petrobrás-Galp-Partex.
DOMINGO 12 DE AGOSTO
1816 João VI de Portugal cria a Escola de Belas-Artes.
1907 Nasce o escritor português Miguel Torga, pseudónimo do médico
Adolfo Rocha, autor de “Contos da Montanha” e “A Criação do Mundo”.
1938 II Guerra Mundial. A Alemanha inicia a mobilização.
1981 A IBM lança o primeiro computador pessoal.
1984 O atleta português Carlos Lopes, 37 anos, conquista a Medalha
de Ouro na Maratona olímpica de Los Angeles, EUA.
2000 Afunda-se o submarino nuclear russo Kursk, em exercício no Mar
de Barents. Morre a tripulação de 117 homens.
SEGUNDA-FEIRA 13 DE AGOSTO
1899 Nasce o cineasta britânico Alfred Hitchcock, realizador de “Janela
Indiscreta”, “O Desconhecido do Norte-Expresso”, “Os Pássaros”, “Chan-
tagem”.
1926 Nasce Fidel Castro, em Mayari, Cuba.
1961 Guerra Fria. Começa a construção do Muro de Berlim. Viria a ter
cerca de 110 Km de comprimento, em redor de Berlim Ocidental, e per-
duraria por mais de 28 anos.
2006 A atleta portuguesa Naide Gomes ganha a medalha de prata no
salto em comprimento no último dia dos Campeonatos Europeus de Atle-
tismo, em Gotemburgo, Suécia.
TERÇA-FEIRA 14 DE AGOSTO
1385 Batalha de Aljubarrota, sob o comando de D.João I e Nuno Álvares
Pereira. As forças portuguesas vencem João de Castela.
1443 Morre D.João I. Sucede-lhe o filho D.Duarte.
1890 É inaugurado o Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
1973 Terminam os bombardeamentos norte-americanos no Cambodja,
pondo fim a 12 anos de combates na Indochina.
1999 Começa a campanha para a consulta popular sobre a indepen-
dência de Timor-Leste.
QUARTA-FEIRA 15 DE AGOSTO
1423 Nuno Álvares Pereira entra para a Ordem do Carmo.
1498 Fundação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, pela rai-
nha D.Leonor, viúva de D.João II e regente de Portugal, na ausência de
D.Manuel I. A Santa Casa é fundada na Capela da Nossa Senhora da
Terra Solta, nos Claustros da Sé de Lisboa.
1769 Nasce Napoleão Bonaparte.
1832 Gregório XVI condena a Maçonaria.
1914 O Canal do Panamá é aberto à navegação.
1945 Termina a II Guerra Mundial com a declaração da vitória aliada
sobre o Japão. A rendição será assinada a 02 de Setembro.
QUINTA-FEIRA 16 DE AGOSTO
1863 É assinada a Emancipação dos escravos, pelo presidente dos
EUA, Abraham Lincoln. Nos Estados do Sul, porém, os escravos só co-
nheceriam a liberdade após a Guerra Civil, com a aprovação da 13ª
Emenda.
1867 Nasce o poeta António Nobre, autor de “Só”.
1977 O cantor norte-americano Elvis Presley, 46 anos, morre em Mem-
phis, Tenessee.
1989 O Solidariedade aprova a resolução que funda a coligação gover-
namental polaca não-comunista. É o primeiro governo liberal num país
do bloco do Leste.
1995 Um Concorde da Air France bate o recorde de circum-navegação
aérea, em 3h27m49s.
SEXTA-FEIRA 17 DE AGOSTO
1870 É nomeada a primeira juíza dos EUA, Esther Morris.
1906 Nasce Marcello Caetano, jurista, professor universitário, delfim
do Estado Novo, útlimo presidente do Governo, antes do 25 de Abril de
1974.
1943 II Guerra Mundial. Assinatura secreta do acordo luso-britânico
para a utilização dos Açores.
1987 Toma posse o XI Governo Constitucional de Aníbal Cavaco Silva, o
primeiro executivo monopartidário com maioria absoluta no Parlamento.
2006 A lista dos devedores à Segurança Social é divulgada na Inter-
net.

O que lhe dá mais prazer na vida?
As coisas simples da vida.
Qual o melhor e o pior momento da
sua vida?
O melhor momento da minha vida
foi o nascimento do meu filho, o
Francisco. Graças a Deus, até ao
momento, a vida ainda não me pre-
gou nenhuma partida.
Se tivesse 20 anos o que faria de
diferente?
O tempo não volta para trás. O tem-
po é irrepetível. Por isso é tão im-
portante viver intensamente cada
momento da nossa vida, com tudo o
que a vida tem de maravilhoso.
O que gostaria de fazer que não
sabe?
Há tantas coisas… Gostava de
saber fazer discursos eloquen-
tes, de saber escrever poesia,
de saber cozinhar. Mas todos os
dias aprendo algo novo.
Qual o melhor e o pior negócio da
sua vida?
Não tenho o menor jeito para a acti-
vidade comercial.
Qual a situação mais caricata que
já viveu?
Fui professor de uma turma no ensino
secundário em que os alunos eram
todos mais velhos que eu. É claro
que isso já foi há muitos anos…
Qual a sua maior excentricidade?
Gostava dar a volta ao mundo. Mas
a imensidão do mundo é tal que pro-
vavelmente é uma excentricidade
que nunca irei realizar.
Reza? Quando foi a última vez que
o fez?
Todos os dias procuro conversar um
bocadinho com Deus e pedir-Lhe
conselho.
Qual a pessoa que mais admira?
Porquê?
Na vida politica a pessoa que mais
admiro é Adelino Amaro da Costa
pelo imenso contributo que deu
“Um país com a população a envelhecer e a diminuir drasticamente,
deve incentivar e apoiar a maternidade e a paternidade ao invés de facilitar o aborto.”
Sexta-feira, 17 Agosto 2007 23
Olhar Indiscreto
Vereador da Câmara Municipal de Penafiel
Antonino de Sousa
para que o nosso país seja hoje de
liberdade para todos e de democra-
cia sem adjectivos.
Férias, cá dentro ou lá fora? Com
quem?
Cá dentro ou lá fora, o importante é
descansar e renovar energias. Com
a família, claro.
Qual o último livro que leu? Quan-
do?
“O Vale do Cavalum e os Moinhos”,
de Vergílio Carneiro, sobre o percur-
so deslumbrante desse rio penafi-
delense.
Qual o seu objecto pessoal prefe-
rido?
Tenho vários relógios de que gosto
imenso. Mas nem assim não sou
exemplo de pontualidade
Tem algum hobbie? Qual?
Gosto de passear de mota. Mas,
por falta de tempo, cada vez o faço
menos.
Não sai de casa sem fazer o quê?
Tomar o pequeno almoço.
Se tivesse que encarnar numa per-
sonagem de banda desenhada qual
seria? Porquê?
Sem dúvida o Noddy! É o mais popu-
lar, os miúdos adoram-no, é super
simpático, e dá presentes!
Se fosse Primeiro-Ministro, qual se-
ria a sua primeira medida?
Seria certamente de apoio à família.
Um país com a população a enve-
lhecer e a diminuir drasticamente,
deve incentivar e apoiar a materni-
dade e a paternidade ao invés de
facilitar o aborto.
Qual a sua maior virtude e o seu
maior defeito?
A minha timidez não me deixa nada
à vontade para falar das minhas
qualidades e defeitos…
Quando se reformar o que pensa
fazer?
Manter-me o mais activo possível!
24 Sexta-feira, 17 Agosto 2007

O Verdadeiro Olhar lançou um concurso de contos infantis.

Recorra à imaginação e comece a pensar na melhor história dedicada às

crianças da região.

Não vão faltar surpresas, mas podemos já garantir que os dez vencedores
vão poder ver os seus contos editados em livro.

Consulte o regulamento do concurso na página 16.

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