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 Disciplina: Química Tecnológica

 Professor: Ricardo Mota.

 UNEF / UNIFAN
Tabela Periódica /
Periodicidade Química
Início do século XIX, um considerável número de
elementos e compostos foi descoberto com
semelhanças e tendências em suas propriedades. Este
fato chamou a atenção dos novos químicos, e desde
que as massas atômicas de diversos elementos
passaram a ser conhecidas (ou previstas), o que seria
mais natural do que observar as relações entre as
massas atômicas e suas propriedades?
As Tríades de Döbereiner
 Em 1829, o químico alemão Johann Döbereiner,
analisando três elementos quimicamente semelhantes
– cálcio(Ca), o estrôncio(Sr) e o bário(Ba) – percebeu
uma relação simples entre suas massas atômicas: a
massa do átomos de estrôncio apresenta um valor
bastante próximo da media das massas atômicas do
cálcio e do bário.
 Ele também observou o mesmo efeito para outras
tríades de elementos químicos, por exemplo,
cloro/bromo/iodo e enxofre/selênio/telúrio.
 Os químicos da época não se impressionaram muito
com as observações de Döbereiner e estas passaram
praticamente despercebidas. Seu mérito foi ter sido,
aparentemente, o primeiro a mostrar relações entre
elementos conhecidos.
O Parafuso Telúrico de Chancourtois
 Em 1862, o geólogo francês Alexandre Chancourtois
dispôs os elementos químicos conhecidos em ordem
crescente de suas massas atômicas numa linha
espiral em volta de um cilindro. Tal disposição ficou
conhecida como parafuso telúrico de Chancourtois.
 (Telúrico= relativo à Terra)
 Ao redor do cilindro foram feitas dezesseis divisões, e
os elementos com propriedades semelhantes
apareciam uns sobre os outros em voltas consecutivas
da espiral. Chancourtois estava sugerindo que as
propriedades dos elementos estavam relacionadas ao
número que o elemento ocupava na seqüência. As
regularidades que ele encontrou não funcionavam
para todos os elementos conhecidos e a idéia não
recebeu muita atenção.
As oitavas de Newlands
 Em 1864, o inglês John Newlands, um amantes da musica,
organizou os elementos em ordem crescente de suas
massas atômicas em linhas horizontais, contendo sete
elementos cada. O oitavo elementos apresentava
propriedades semelhantes ao primeiro assim por diante,
numa relação periódica que lembra a periodicidade das
notas musicais.
 A essa repetição de propriedades dentro da seqüência o
químico inglês deu nome de lei das oitavas. Por buscar
essa relação entre Química e Musica, Newlands sofreu o
desprezo e o escárnio dos membros da Sociedade de
Química de Londres.
 Entretanto seu trabalho foi reconhecido cerca de duas
décadas mais tarde por ser um precursor das idéias de
Mendeleev. O grande mérito de Newlands foi introduzir a
idéia da periodicidade das propriedades dos elementos
em função das massas atômicas.
Meyer e Mendeleev: periodicidade e
previsões
 O alemão Lothar Meyer publicou incialmente em 1864 e logo
após em 1869 expandiu sua tabela para mais de 50
elementos.
 Ele demonstrou a variação de propriedades periódicas, como
o volume molar, o ponto de ebulição e a dureza, como
função da massa atômica.
Mendeleev: periodicidade e previsões
 O russo Dimitri Mendeleev fez uma importante descoberta .

 Ele registrou as propriedades de cada um dos elementos químicos


conhecidos, que na época eram 63, em fichas de papel, cada ficha para
um elemento. Manipulando as fichas, e na tentativa de encadear as
idéias antes de escrever determinada parte da obra, Mendeleev
percebeu algo extraordinário.
 Ele organizou as fichas de acordo com a ordem crescente da massa dos
átomos de cada elementos. Notou que nessa seqüência apareciam, a
intervalos regulares, elementos com propriedades semelhantes, de
modo similar ao que Newlands fizera.
 Em 1869, Mendeleev pôde organizar os elementos em uma tabela, na
qual aqueles com propriedades semelhantes apareciam numas mesma
coluna. Elaborando melhor sua descoberta , ele percebeu que pareciam
estar faltando alguns elementos para que ela fosse completa. Mendeleev
resolveu, então, deixar alguns locais em branco nessa tabela, julgando
que algum dia alguém descobriria novos elementos químicos que
pudessem ser encaixados nesses locais, com base em suas propriedades.
 Em 1871, ele publicou uma versão aprimorada de seu trabalho.
Moseley e o Número
Atômico
 Em 1913 e 1914, o inglês Henry
Moseley fez importantes
descobertas trabalhando com uma
complexa técnica envolvendo
raios X. Ele descobriu uma
característica numérica dos átomos
de cada elemento que ficou
conhecida com número atômico e
que posteriormente foi associada
ao número de prótons.
 De modo geral, muitas propriedades dos elementos químicos variam
periodicamente com o aumento de seus números atômicos (portanto, ao
longo dos períodos da Tabela Periódica), atingindo valores máximos e
mínimos em colunas bem definidas da Classificação Periódica, sendo então
chamadas de PROPRIEDADES PERIÓDICAS. Como exemplo, podemos citar o
raio atômico, o volume atômico a densidade absoluta, as temperaturas
de fusão e de ebulição, etc. Esse fato costuma ser traduzido pela Lei da
Periodicidade de Moseley.

 Lei Periódica: estabelece que quando os elementos são listados,


seqüencialmente, em ordem crescente do número atômico, é observada
uma repetição periódica em suas propriedades.
 Propriedades Aperiódicas: são aquelas cujos valores
numéricos crescem ou decrescem à medida que o número atômico
aumenta.

- Massa Atômica: sempre aumenta com o aumento do número


atômico.

- Calor Específico: o calor específico do elemento no estado sólido


sempre diminui com o aumento do número atômico.
Definições

 Período – São as linhas horizontais da tabela periódica.


Ao todo são sete períodos.

 Colunas – São as linhas verticais da tabela periódica. Ao


todo são dezoito colunas, mais conhecidas como Grupos
ou Família de Elementos.
PERÍODO COMPRIMENTO No. DE ELEMENTOS ELEMENTOS

1o muito curto 2 H e He

2o curto 8 do Li ao Ne

3o curto 8 do Na ao Ar

4o longo 18 do K ao Kr

5o longo 18 do Rb ao Xe

6o super longo 32 do Cs ao Rn

7o é incompleto 19 do Fr ao
COLUNA ELEMENTOS NOME DA FAMÍLIA

1A Li, Na, K, Rb, Cs, Fr Metais Alcalinos

2A Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra Metais Alcalinos Terrosos

6A O, S, Se, Te, Po Calcogênios

7A F, Cl, Br, I, At Halogênios

ZERO He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn Gases nobres ou raros ou inertes
H 0

2A 3A 4A 5A 6A 7A

B NÃO METAIS OU

GASES NOBRES
3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B Si AMETAIS
Ge As

Sb Te
METAIS
Po

Metais

Semi Metais

Não Metais ou Ametais

Gases Nobres
Observações
• O Hidrogênio não é um metal alcalino. Ele poderia estar fora da
tabela por ser tão diferente dos demais elementos.
• O Alumínio (Al) é um Metal Terroso, isto é, encontrado na terra e no
barro. Esse conceito estende-se ao Gálio (Ga), Indio (In) e Tálio (Tl).
• Quando a família não tem um nome especial, costumamos chamá-la
pelo nome do 1º elemento do grupo. Ex.: Família do Nitrogênio,
relativa ao grupo 5ª.
• Os grupos A são os mais importantes da tabela e possuem máxima
semelhança entre as propriedades químicas.
• Os elementos dos grupos 3B, 4B, 5B, 6B, 7B e 8B são chamados
elementos de transição. A coluna 8B é tripla.
• Veja no slide anterior a classificação entre metais, não metais e
semi metais.
Exceções à regra do octeto
 Hélio: estável com 2 elétrons na camada de valência.

 Berílio: estável com 4 elétrons na camada de valência.

 Boro: estável com 6 elétrons na camada de valência.

 Fósforo na molécula PCl5: estável com 10 elétrons na camada de


valência.

 Enxofre na molécula SF6: estável com 12 elétrons na camada de


valência.
Periodicidade e Configuração Eletrônica

PERÍODO

1 1s 0

1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A

2 2s 2p

3 3s 3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B 3p

4 4s 3d 4p

5 5s 4d 5p

6 6s 5d 6p

7 7s 6d

La 4f

Ac 5f
Raio atômico
Qual é o tamanho de um átomo?

Esta não é uma questão fácil de ser respondida. Embora a nuvem


eletrônica de um átomo se estenda a um nó no infinito o conceito
do átomo infinitamente grande não é certamente útil. Algumas
vezes o tamanho de um átomo é arbitrariamente definido como
o tamanho da superfície-limite que contém a maior parte,
digamos 90%, de sua carga eletrônica total. Contudo, uma
medida experimental segura do tamanho atômico é mais
proveitosa.
Comprimento
Raio Atômico (nm)
Ligação (nm)

Hidrogênio 0,074 0,037

Diamante 0,154 0,077

Metano 0,114 0,110

O raio efetivo do átomo não é constante. A contribuição de cada átomo


na distância da ligação total depende da natureza da ligação, que por
sua vez depende, em parte, das propriedades dos átomos.
 Número de níveis (camadas): quanto maior o número de níveis, maior
será o tamanho do átomo.
Se os átomos comparados tiverem o mesmo número de níveis
(camadas), usaremos:
 Números de prótons ( número atômico Z ): o átomo que apresentar o
maior número de prótons exerce uma maior atração sobre os seus
elétrons, o que ocasiona uma diminuição do seu tamanho (atração
núcleo-elétron).
Energia de Ionização
 A ionização é um processo de formação de um íon positivo pela remoção de
um elétron. A energia de ionização é a mínima energia necessária para
remover um elétron de um átomo isolado no seu estado fundamental.
(Uma vez que um átomo isolado está livre da influência de átomos vizinhos,
o temo implica um átomo no estado gasoso). A energia de ionização é a
energia necessária para provocar o seguinte processo:

 X (g) + energia X+(g) + e-

 A remoção do primeiro elétron, que é o mais afastado do núcleo, requer


uma quantidade de energia denominada primeira energia de ionização (1a
E.I.) e assim sucessivamente. De maneira geral podemos relacionar a energia
de ionização com o tamanho do átomo, pois quanto maior for o raio
atômico, mais fácil será remover o elétron mais afastado (ou externo), visto
que a força de atração núcleo-elétron será menor.

 Generalizando: quanto maior o tamanho de átomo, menor será a primeira


energia de ionização.
Logo, a E.I. na tabela periódica varia de modo inverso ao raio
atômico.
Eletroafinidade ou afinidade
eletrônica
 A afinidade eletrônica de um átomo é definida como a quantidade
de energia, ∆H , envolvida no processo em que um átomo isolado
gasoso, no seu estado fundamental, recebe um elétron, formando
um íon negativo. Quando um átomo tende a ganhar um elétron,
energia é liberada e, assim, a quantidade ∆H para o processo é
negativa. Quanto mais negativo o valor da afinidade eletrônica,
maior é a tendência do átomo em receber o elétron.

X (g) + e- X-(g) + energia


 Infelizmente, a medida experimental de afinidade eletrônica é muito difícil
e, por isso, seus valores são conhecidos apenas para alguns elementos
químicos. Além disso, essa propriedade não é definida para os gases nobres.
 A exemplo do potencial de ionização podemos falar, genericamente, em
segunda afinidade eletrônica, terceira afinidade eletrônica, etc.
 Porém, a afinidade eletrônica só apresenta aplicações práticas para os não-
metais, pois seus átomos tendem a receber elétrons. Para os metais é muito
difícil medir a eletroafinidade, porque seus átomos não tendem a receber
elétrons, isto é, não ficarão estáveis ao receberem elétrons.
 Na escala de Pauling, ao elemento mais eletronegativo (o flúor) foi
atribuída eletronegatividade 4,0. As demais são determinadas em função
dessa, correspondendo ao elemento menos eletronegativo (o césio) o valor
0,7;
 Essa variação se explica pela distância entre o elétron e o núcleo: quanto
menor o raio, mais energia deverá perder. Portanto, a afinidade eletrônica
tem uma variação paralela, mas inversa ao raio.
H 0

2A 3A 4A 5A 6A 7A

3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B

Quanto menor o tamanho do átomo, maior será sua afinidade


eletrônica
Eletropositividade ou Caráter
Metálico
 Eletropositividade é a tendência que um átomo tem de perder elétrons,
originando cátions.
 Os metais apresentam elevadas eletropositividades, pois uma de suas
características é a grande capacidade de perder elétrons. Entre o
tamanho do átomo e sua eletropositividade, há uma relação genérica,
uma vez que quanto maior o tamanho do átomo, menor a atração
núcleo-elétron e, portanto, maior a sua facilidade em perder elétrons.
Também não está definida para os gases nobres.
Reatividade
 A reatividade de um elemento químico está associada à sua maior ou
menor facilidade em ganhar ou perder elétrons. Assim, os
elementos mais reativos serão tantos os metais que perdem elétrons
com maior facilidade, quanto os ametais que ganham elétrons com
maior facilidade.

Observações:

 É fato que um átomo pequeno atrai elétrons mais facilmente que


um átomo grande;
 A propriedade inversa a eletronegatividade recebe o nome de
eletropositividade .
Pela figura podemos observar que:
a) entre os metais, o mais reativo é o frâncio (Fr)
b) entre os ametais, o mais reativo é o flúor (F).
Propriedades Físicas dos Elementos
 As propriedades físicas são determinadas experimentalmente, mas,
em função dos dados obtidos, podemos estabelecer regras
genéricas para sua variação, considerando a posição do elemento na
tabela periódica
Densidade Absoluta
 Chama-se DENSIDADE ABSOLUTA (d) ou massa específica de um
elemento ao quociente entre sua massa (m) e seu volume (v).
Portanto: d = m/v.

Numa família, a densidade absoluta varia no mesmo sentido que o


volume.

 Num período, a densidade absoluta varia no sentido oposto dos


volumes atômicos; isso é explicável, pois pela fórmula d = m/v,
quanto menor o volume maior deverá ser a densidade.
Assim, os elementos de maior densidade estão situados
na parte central e inferior da tabela, sendo o Ósmio (Os)
o elemento mais denso (22,5 g/cm3).
(A tabela apresenta densidade obtida a 0 ° C e 1 atm.)
Ponto de Fusão e Ponto de
Ebulição
 Na família IA (alcalinos) e na família IIA (alcalinos terrosos), IIB, 3A,
4A, os elementos de maior ponto de fusão (PF) e ponto de ebulição
(PE) estão situados na parte superior da tabela.
 De modo inverso, nas demais famílias, os elementos com maiores PF
e PE estão situados na parte inferior.
 Nos períodos, de maneira geral, os PF e PE crescem das
extremidades para o centro da tabela.
Entre os metais o tungstênio (W) é o que apresenta o maior PF: 5900 ° C.
Uma anomalia importante ocorre com o elemento químico carbono
(C),um ametal: Ele tem uma propriedade de originar estruturas formadas
por um grande número de átomos, o que faz com que esse elemento
apresente elevados pontos de fusão ( PF =3550 ° C)
Volume Atômico
 Chama-se VOLUME ATÔMICO de um elemento o volume ocupado por
1 mol (6,02 x10²³ átomos) do elemento no estado sólido. O volume
atômico não é o volume de um átomo mas o volume de um conjunto
de átomos, conseqüentemente, no volume influem não só o volume
individual de cada átomo, como também o espaçamento existente
entre os átomos.
 Numa família, o volume atômico aumenta de acordo com o número
atômico.

 Num período, à esquerda da linha pontilhada, o volume atômico


acompanha o raio atômico; já à direita da linha pontilhada a variação é
oposta porque, nos elementos aí situados (principalmente nos não-
metais), o “espaçamento” entre os átomos passa a ser considerável.
H 0

2A 3A 4A 5A 6A 7A

3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B
Referências Bibliográficas

 RUSSELL, John Blair. Química Geral. 2ª edição, vol. 1. Makron Books


Brasil, São Paulo, 1994.

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