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Química Geral e

Ambiental
Material Teórico
Classificação Periódica dos Elementos

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Luciana Borin de Oliveira

Revisão Textual:
Profa. Eliane Tavelli Alves
Classificação Periódica dos Elementos

• Introdução
• Distribuição Eletrônica e a Tabela Periódica
• Ligações Químicas
• Regra do Octeto

·· Conhecer e identificar tipos de fenômenos físicos e químicos.


·· Conhecer as principais teorias atômicas.
·· Reconhecer os diferentes tipos de substâncias, suas propriedades e características.
·· Reconhecer a importância das ligações químicas na fabricação de matérias-primas
e produtos utilizados em Engenharia. Entender como ocorrem as transformações
químicas e os riscos destas transformações para o ambiente.

Leia atentamente o conteúdo desta unidade, que possibilitará a você conhecer as dimensões
da classificação periódica dos elementos.
Você encontrará nesta unidade uma atividade composta por questões de múltipla
escolha, relacionada com o conteúdo estudado. Além disso, terá a oportunidade de trocar
conhecimentos e debater questões no Fórum de Discussão.
É extremamente importante que você consulte os materiais complementares, pois são
ricos em informações, possibilitando-lhe o aprofundamento de seus estudos sobre o assunto.

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Unidade: Classificação Periódica dos Elementos

Contextualização
Para iniciar esta unidade, a partir da ilustração abaixo, reflita sobre a classificação periódica
de um elemento. Trata-se de uma representação do elemento Ferro extraída da Tabela
Periódica. A figura aborda alguns números que são específicos de cada elemento.

Número Distribuição
Atômico Eletrônica

26 2
8
Símbolo Fe 14
2
Ferro Nome
55,847 Massa
Atômica
Oriente sua reflexão pelas seguintes questões:
» Como diferenciar um elemento do outro?
» Quais são os critérios para montagem da Tabela Periódica?

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Introdução
Significado de átomo de acordo com o dicionário on-line de português:

Em síntese
s.m. Fisioquímica. A menor partícula que compõe um elemento químico, composta
pelo núcleo cujo interior está repleto de prótons e nêutrons, e por elétrons que estão
ao redor deste mesmo núcleo.
P.ext. O que é excessivamente pequeno; insignificante.
P.ext. Intervalo de tempo muito breve; instante.
Filosofia.
Segundo os adeptos do atomismo, a determinação das características de
cada objeto é feita por partículas (infindáveis, pequenas e não divisíveis) que se
combinam e se separam por serem movidas por forças da natureza.
(Etm. do grego: átomos.os.on)

» Qual a explicação de átomo que você tinha até hoje?

Distribuição Eletrônica e a Tabela Periódica


Para o conhecimento da Tabela Periódica e sua construção, precisamos primeiro entender
como é feita a distribuição eletrônica, ou seja, entender como os elétrons se distribuem em
torno do núcleo do átomo.
Os elétrons se dividem em níveis, também chamados camadas, em torno do núcleo.

Na natureza os elétrons conseguem se distribuir até a sétima camada. E em cada uma delas
temos um limite de elétrons que podem se acomodar.

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Unidade: Classificação Periódica dos Elementos

Camada K L M N O P Q
Nível 1 2 3 4 5 6 7
Número máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 8

Os elétrons distribuem se em níveis, que se distribuem em subníveis que, por sua vez,
apresentam orbitais.
Os subníveis são quatro: s, p, d, f, que também possuem uma limitação de elétrons em cada
um deles.

Subnível s p d f
Número máximo de elétrons 2 6 10 14

O elétron ocupa posição nos níveis e subníveis em ordem crescente de energia: da posição
de menor energia para a posição de maior energia, sendo que a posição de menor energia é
a que está mais próxima do núcleo.
Considerando isso, o químico Linus Pauling chegou a seguinte tabela para facilitar a
visualização da distribuição eletrônica:

K 1s2
L 2s2 2p6
M 3s2 3p6 3d10
N 4s2 4p6 4d10 4f14
O 5s2 5p6 5d10 5f14
P 6s2 6p6 6d10
Q 7s2 7p6
Vamos exercitar?

Átomo Cloro
»
17
Cl = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Última camada de distribuição ou camada 3 (M) contém 7 elétrons

Íon Cloro
»
17
Cl-1 = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
Última camada de distribuição ou camada 3 (M) contém 8 elétrons

Você sabia?
A camada de valência corresponde à última camada do átomo, a camada com maior
energia. As ligações químicas entre os elementos acontecerão entre os elétrons que
se encontram nesta camada. E a quantidade de elétrons nesta camada irá determinar
sua posição na Tabela Periódica.

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Tabela Periódica
A Tabela Periódica criada por Mendeleyev dispõe os elementos de acordo com suas
propriedades.

Estrutura
As colunas apresentam os elementos químicos com a mesma configuração eletrônica nos
últimos subníveis e são denominados por GRUPOS ou FAMÍLIAS.

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Unidade: Classificação Periódica dos Elementos

A Tabela Periódica possui:

Família 1A (Grupo1) Metais Alcalinos


Família 2A (Grupo 2): Metais Alcalinos-Terrosos
Família B (Grupo 3 a 12): Metais de Transição
Família 3A (Grupo 13): Família do Boro
Família 4A (Grupo 14): Família do Carbono
Família 5A (Grupo 15): Família do Nitrogênio
Família 6A (Grupo 16): Calcogênios
Família 7A (Grupo 17): Halogênios
Família 0 ou 8A (Grupo 18): Gases Nobres

Os Metais se apresentam normalmente no estado sólido, única exceção é o Mercúrio que


se apresenta no estado líquido. Estes elementos possuem como características serem bons
condutores de calor e de eletricidade, serem maleáveis e terem boa ductilidade.

Os Ametais se apresentam na forma líquida, gasosa ou sólida. Não são bons condutores de
calor e de eletricidade, e não podem ser moldados.

E os Semimetais, como o próprio nome indica, possuem características intermediárias entre


os metais e os não metais, como consequência a condutibilidade elétrica também é intermediária.

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Temos ainda os Gases Nobres que apresentam baixos pontos de fusão e de ebulição, pois
possuem forças de atração fracas porque possuem os níveis de energia exteriores completos
com elétrons.

As linhas horizontais da tabela apresentam elementos


com o mesmo número de níveis e são denominadas
PERÍODOS. A localização dos elementos na Tabela
Periódica se dá indicando o GRUPO ou FAMÍLIA e o
PERÍODO onde se encontram.
A posição de um elemento na tabela diz muito
sobre suas propriedades físicas e químicas. A
variação destas propriedades em função do número
w atômico pode ser:

» Periódicas quando ocorrem à medida que o número atômico de um elemento químico


aumenta, assumindo valores que crescem e decrescem em cada período da Tabela
Periódica, como densidade, temperatura de fusão, temperatura de ebulição e volume
atômico, e
» Aperiódicas quando os valores variam à medida que o número atômico aumenta não
se repetindo em períodos regulares e não obedecendo à sua posição na tabela, como
dureza e massa atômica.

Você sabia?
São exemplos de propriedades periódicas:
» O raio atômico que se refere ao tamanho do átomo. Quanto maior o número de
níveis, maior será o tamanho do átomo.
» A energia de ionização que é a energia necessária para remover elétrons de um
átomo isolado no estado gasoso. O tamanho do átomo interfere na sua energia
de ionização.
» A afinidade eletrônica que é a energia liberada quando um átomo no estado isolado
captura um elétron. Quanto menor o raio, maior a sua afinidade eletrônica em
uma família ou período.

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Unidade: Classificação Periódica dos Elementos

Ligações Químicas
As ligações químicas representam interações entre dois ou mais átomos, interações essas
que podem ocorrer por doação ou compartilhamento de elétrons e que vão gerar as moléculas.
Cada um desses processos é caracterizado por um tipo de ligação química.
Para iniciar esta caminhada pelo universo das ligações químicas, vamos observar as forças
que atuam nas moléculas: temos as forças intermoleculares, isto é, entre as moléculas, e as
forças intramoleculares, que agem no interior dessas moléculas, entre dois ou mais átomos.
As forças intermoleculares são as Pontes de Hidrogênio ou Forças de Van der Waals.

H-F

H-H H-H H-H H-F


H-F

Já as forças intramoleculares são as famosas ligações químicas do tipo iônica, covalente ou metálica.

A molécula da água é formada por Pontes de Hidrogênio que são ligações químicas
formadas por um átomo de hidrogênio que é compartilhado entre duas moléculas,
portanto, essas pontes são formadas pelas forças intermoleculares. Esse tipo de
ligação tem baixa energia e pode ser facilmente rompida com o aumento da
temperatura. Os átomos de hidrogênio e oxigênio podem interagir com outras
moléculas diferentes dando à água a característica de solvente universal.

Àgua Gelo Vapor

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Regra do Octeto
Os gases nobres estão livres porque obedecem à regra do octeto, eles contêm 8 elétrons na
sua camada de valência, aquela mais afastada do núcleo.
A Regra do Octeto diz que os elementos químicos devem conter sempre 8 elétrons na
última camada, ficando estáveis, como a configuração dos gases nobres. Então os átomos dos
demais elementos químicos devem adquirir estabilidade através das ligações químicas.
Como vimos, há três tipos de ligações químicas promovidas pelas forças intramoleculares:
» Ligação Iônica – perda ou ganho de elétrons;
» Ligação Covalente – compartilhamento de elétrons (normal ou dativa);
» Ligação Metálica – átomos neutros e cátions mergulhados numa “nuvem eletrônica”.

Ligação Iônica
Para ocorrer uma ligação iônica devemos ter a doação e o recebimento de elétrons entre dois
átomos. A ligação iônica é responsável pela formação de compostos iônicos. Ocorre entre um
átomo metálico e um átomo não metálico e um átomo metálico e um átomo de hidrogênio.

Propriedades destes compostos:

» São sólidos em condições ambiente;


» Apresentam altos pontos de fusão e ebulição;
» São condutores de eletricidade quando no estado líquido ou quando dissolvidos em água;
» A maioria dos compostos é solúvel em água.

Importante!
Fórmula Molecular das Substâncias
Fórmula química representa o número e o tipo de átomos que constituem uma
molécula. É a representação que aponta quantos átomos de cada elemento
químico constitui a molécula.
Exemplos: H2O (água), CO2 (gás carbônico).

A+X B-Y AY BX

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Ligação Covalente
A ligação covalente acontece quando se combinam dois átomos que possuem uma mesma
tendência de ganhar e perder elétrons. Nessas condições, não ocorre uma transferência total
de elétrons, ocorre um compartilhamento de pares de elétrons. A ligação covalente ocorre
sempre entre dois átomos não metálicos, ou ametal e hidrogênio.

Propriedades destes compostos:


» São sólidos, líquidos ou gasosos em condições ambiente;
» Apresentam baixos pontos de fusão e ebulição (comparados aos iônicos);
» São maus condutores de eletricidade, alguns podem conduzir quando em meio
aquoso (ionização);
» A maioria dos compostos é solúvel em solventes orgânicos.

Saiba Mais
A ligação covalente pode ser polar ou apolar, conforme indicação abaixo:
Ligação apolar quando a diferença de eletronegatividade é igual a zero.
Geralmente, acontece em moléculas de átomos iguais.
» Cl2, O2
Ligação polar quando a diferença de eletronegatividade é diferente de zero.
Geralmente, acontece em moléculas de átomos diferentes.
» HCl, H2S

Ligação Metálica
Na ligação metálica os elétrons distribuem-se sobre os núcleos positivos de átomos
metálicos, formando uma nuvem eletrônica responsável pelas propriedades metálicas da
matéria constituída. Esta nuvem de elétrons funciona como a ligação metálica, que mantém os
átomos unidos formando as chamadas ligas metálicas. As ligas têm mais aplicação do que os
metais puros e são cada vez mais importantes para o nosso dia a dia.

Alguns exemplos:
1. Bronze (liga de cobre e estanho)
2. Aço comum (liga de ferro e carbono)
3. Aço inoxidável (liga de ferro mais carbono, cromo e níquel)
4. Latão (liga de cobre e zinco)
5. Ouro para fabricação de joias (liga de ouro e cobre)

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Material Complementar
Para complementar os conhecimentos adquiridos e enriquecer sua compreensão sobre o
assunto tratado nesta unidade, leia o artigo:
Livros:
TOLENTINO, M.; ROCHA FILHO, R. C.; CHAGAS, A. P. Alguns aspectos históricos da
classificação periódica dos elementos químicos. Química Nova, Rio de Janeiro, v. 20, n.
1, 1997.

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Referências

BROWN, T.L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química, a ciência central. 9ª ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.

CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.

PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo: Ed.


Moderna, 1998. v. 1.

SARDELLA, A. Curso de química: química geral. 25ª ed. 2ª impressão. São Paulo: Editora
Ática, 2002.

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Anotações

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