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A classificação elaborada por Dimitri Ivanovitch Mendeleev, foi utilizada por quase meio
século, mas, com o início das experiências relacionadas à estrutura do átomo, novas
classificações, mais modernas, surgiram. A carga nuclear (n.º atómico), termo proposto pelo
físico inglês Henry Moseley, começa a ser encarado como a "identidade" do elemento, e não
mais a massa atómica e, em função disso, Moseley verificou que as propriedades dos
elementos eram relacionadas com o número atómico (Z). Com essa descoberta foi possível
corrigir algumas anomalias observadas por Mendeleev. Em 1913, Moseley enunciou a
seguinte Lei: “as propriedades dos elementos variam periodicamente na sequência de seus
números atómicos”. (Lei Periódica de Moseley-actual)
A Tabela Periódica pode, então, ser estruturada na ordem crescente do número atómico (Z)
dos elementos químicos. Conforme o sistema IUPAC, os 118 elementos actualmente
conhecidos são distribuídos em sete linhas horizontais, denominadas de períodos ou séries e
dezoito colunas verticais, denominadas de grupos ou famílias.
Períodos ou séries: são as linhas horizontas, definem o número de níveis (camadas) dos
elementos.
1º Período, consiste apenas em dois (2) elementos, Hidrogénio (H) e Hélio (He);
2º Período, consiste em oito (8) elementos, do Lítio (Li) ao Néon (Ne);
3º Período, consiste em oito (8) elementos, do Sódio (Na) ao Árgon (Ar);
4º Período, consiste em dezoito (18) elementos, do Potássio (K) ao Crípton (Kr);
5º Período, consiste em dezoito (18) elementos, do Rubí dio (Rb) ao Xénon (Xe);
6º Período, consiste em trinta e dois (32) elementos, do Césio (Cs) ao Rádon (Rn);
O 7º período consiste em trinta e dois (32) elementos, do Frâncio (Fr) ao Oganésson
(Og).
Grupos ou famílias: são as colunas verticais, definem o número de electrões da camada mais
externa (último nível).
Desde 1988 a IUPAC, segundo a antiga proposta da IUPAC (indicar cada grupo por um
algarismo romano seguido das letras A e B, por exemplo, IA, IIA, IIIB e IVB), recomendou
que os grupos podem ser simplesmente numerados de 1 à 18.
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Grupo 3 (III B): Família do Escândio- Sc, Y,os lantanídios (57La - 71Lu) e os
actinídeos (89Ac – 103Lr). Por uma questão de espaço, os elementos da série dos
lantanídeos do cério (Ce) ao lutécio (Lu) e da série dos actinídeos do tório (Th) ao
laurêncio Lr são colocados abaixo da tabela;
Grupo 4 (IV B): Família do Titânio- Ti, Zr, Hf,Rf;
Grupo 5 (V B): Família do Vanádio- V,Nb,Ta , Db;
Grupo 6 (VI B): Família do Crómio- Cr,Mo, W,Sg;
Grupo 7 (VII B): Família do Manganês- Mn , Tc,Re, Bh;
Grupo 8 (VIII B): Família do Ferro- Fe,Ru,Os,Hs;
Grupo 9 (IX B): Família do Cobalto_Co,Rh,Ir,Mt;
Grupo 10 (X B): Família do Níquel- Ni ,Pd,Pt,Ds;
Grupo 11 (I B): Família do Cobre- Cu,Ag,Au,Rg;
Grupo 12 (II B): Família do Zinco- Zn , Cd, Hg, Cn;
Grupo 13 (III A): grupo do boro- B,Al,Ga,In,Tl,Nh;
Grupo 14 (IV A): Familia do Carbono- C,Si,Ge,Sn,Pb,Fl;
Grupo 15 (V A): Família do Nitrogénio- N,F,As,Sb,Bi,Mc;
Grupo 16 (VI A): Os calcogénios- O,S,Se,Te,Po,Lv;
Grupo 17 (VII A): Os halogénios- F,Cl,Br,I,As,At,Ts;
Grupo 18 (VIII A): os gases nobres- He,Ne,Ar,Kr,Xe,Rn,Og.
Com excepção do tecnécio (Tc, Z = 43) e do promécio (Pm, Z = 61), que são artificiais, os
elementos com Z < 92 são de ocorrência natural. Já os elementos com Z > 92, denominados
de transurânicos, são artificiais e apresentam propriedades radioactivas.
A Tabela Periódica funciona como um guia para as configurações electrónicas assim como, a
partir da configuração electrónica e identificação dos electrões mais externos é possível
localizar o período e o grupo do elemento. O número do período é dado pelo número de
níveis electrónicos (camadas) dos elementos, enquanto os grupos são caracterizados por
apresentarem a mesma quantidade de electrões na camada mais externa.
Veja alguns exemplos de como se pode localizar o elemento químico a partir da configuração
electrónica:
Ex1:
Ca (Z= 20): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
Camadas: K = 2 - L =8 - M = 18 - N =2
4º Período
Grupo 2
Ex2:
Br (Z= 35): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5
Ordenando: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p5
Camadas: K = 2 - L =8 - M = 18 - N =7
4º Período
Grupo 17
2
Ex3:
Ex4:
Pr (Z=59): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f3
Ordenando: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 4f3 5s2 5p6 6s2
Camadas: K = 2 - L =8 - M = 18 - N = 21 - O =8 - P =2
6º Período
Grupo 3
Os elementos químicos podem ser classificados de acordo com dois critérios: suas
propriedades químicas e suas propriedades físicas (sua ocorrência ou não na natureza).
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b. De acordo com as propriedades físicas
Podemos classificar os elementos de acordo com suas propriedades físicas (sua ocorrência ou
não na natureza) nos seguintes grupos:
A partir da distribuição dos elementos químicos na ordem crescente do número atómico (Z),
os químicos observaram que as homogeneidades nas propriedades dos elementos eram
resultantes da semelhança entre as configurações electrónicas das camadas de valência.
Desta forma, as propriedades periódicas são aquelas que a medida que o número atómico
aumenta, assumem valores crescentes ou decrescentes ao longo dos períodos e dos grupos,
ou seja, repetem-se periodicamente na Tabela Periódica.
Raio atómico: é a distância média entre o núcleo do átomo e a sua camada mais
externa, que é o nível de energia com electrões mais externo deste átomo.
Embora o átomo quântico não tenha um limite definido, com base em dados experimentais é
possível determinar o seu raio atómico. O método mais utilizado consiste em determinar a
distância (d) entre dois núcleos vizinhos e dizer que o raio atómico (r) é a metade dessa
distância. De um modo mais completo, dizemos que o raio atómico de um elemento é a
metade da distância internuclear mínima que dois átomos desse elemento podem apresentar
sem estarem ligados quimicamente.
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O raio atómico é frequentemente expresso em picnómetro (pm): 1 pm →10-12 m.
Tomando-se como exemplo a molécula do gás cloro (Cl2), cujo comprimento de ligação Cl—
Cl é igual a 198 pm, o raio atómico do cloro será de 99 pm. De forma semelhante, o
comprimento de ligação C—C no diamante é 154 pm, o que resulta em um raio atómico de
77 pm para o carbono.
No caso dos metais, os raios atómicos são estimados a partir de medidas da distância atómica
em um cristal do elemento.
De uma maneira geral, para comparar o tamanho dos átomos, devemos levar em conta dois
factores: o número de protões (ou atómico) e o número de níveis de energia (ou camadas).
Num mesmo grupo, o raio atómico aumenta a medida que aumenta o número
atómico, isto é, aumenta de cima para baixo, devido ao aumento do número de níveis
electrónicos (camadas) dos elementos.
Num mesmo período, o tamanho dos átomos aumenta da direita para esquerda,
devido a diminuição do número de protões (carga nuclear) neste sentido o que
diminui a força de atracção sobre os electrões.
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Quando um átomo se transforma num ião aumentará ou diminuirá de tamanho, o seu raio
sofre alteração e o raio do ião chama-se raio iónico.
Quando um átomo perde electrões, o núcleo, que permanece com sua carga positiva intacta,
passa a atrair mais fortemente os electrões restantes; desse modo, o diâmetro ou raio do
catião é sempre menor que o diâmetro ou raio átomo original (11Na> 11Na+). Ao contrário,
quando um átomo recebe electrões fará com que a distância entre eles aumente, aumentando
assim o raio do anião; consequentemente, o raio do anião é sempre maior que o raio do
átomo original (17Cl < 17Cl-). Evidentemente, quando há vários iões, todos com o mesmo
número de electrões, isto é, espécies isoelectrónicos, o raio iónico irá diminuindo à proporção
que a carga positiva do núcleo for superando a carga total da nuvem electrónica (11Na+ <
12Mg 2+).
A dimensão do raio iónico irá depender se o ião considerado é um catião (ião positivo) ou um
anião (ião negativo).
A energia de ionização pode ser expressa em uma unidade chamada elétron-volt (eV) ou em
j/mol ou ainda KJ/mol.
A remoção do primeiro electrão, que é o mais afastado do núcleo, requer uma quantidade de
energia denominada primeira energia de ionização (1.ª E.I.) (ou primeiro potencial de
ionização (1.º E.I.) e assim sucessivamente: 1ª E.I. <2ª E.I. <3ª E.I…
Com excepção do hidrogénio, um átomo pode ter mais de uma energia de ionização. A
energia necessária para a remoção do segundo electrão de um mesmo átomo é sempre maior
que a primeira, pois quando se retira o primeiro electrão ocorre uma diminuição do raio
(formação de um catião monovalente). Com isso, a atracção do núcleo sobre os demais
electrões aumenta, provocando um aumento na energia de ionização. Caso se queira retirar
um terceiro electrão, o raio do catião bivalente é menor do que o raio do catião monovalente,
aumentando, consequentemente a energia necessária para arrancar este terceiro electrão.
Conforme se queira retirar mais electrões, mais energia será gasta.
A energia de ionização está relacionada, de uma maneira geral, com o raio atómico. Quanto
maior for o raio atómico, mais afastado estará o electrão mais externo, menor será a atracção
do núcleo sobre ele e, consequentemente, mais fácil será a sua retirada, gastando-se assim,
uma quantidade menor de energia.
Num mesmo grupo, a energia de ionização aumenta de baixo para cima a medida que
o número atómico diminui.
Num mesmo período, a energia de ionização aumenta da esquerda para direita,
devido à diminuição do raio atómico e a consequente atracção mais intensa do núcleo
pelos electrões periféricos, o que dificulta a retirada dos mesmos.
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No caso dos gases nobres, possuidores dos maiores potenciais da tabela periódica, a retirada
dos electrões é difícil devido a sua grande estabilidade.
Mede-se o grau de afinidade (atracção) do átomo pelo electrão adicionado. Quanto maior for
a energia liberada, maior será a afinidade electrónica do átomo e mais fortemente o electrão
estará ligado ao átomo. Infelizmente, a medida experimental da afinidade electrónica é muito
difícil e, por isso, seus valores são conhecidos somente para alguns elementos. Além disso,
essa propriedade não é definida para os gases nobres.
Quanto menor for o raio atómico, mais perto do núcleo o electrão adicionado estará e mais
atraído ele será.
Num mesmo grupo, a afinidade electrónica aumenta conforme diminui o número de
camadas, ou seja, de baixo para cima.
Num mesmo período, a afinidade electrónica aumenta conforme o número atómico
aumenta, da esquerda para direita.
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Os elementos que libertam maior energia ao ganhar um electrão são os halogéneos (Grupo
17), pois são os que estão mais próximos de atingir configuração electrónica de um gás
nobre (oito electrões).
Repare que quem é o responsável pela atracção de electrões (−) é o núcleo (+), que irá atrair
electrões para a camada de valência do átomo, já que as mais internas já estão completas. No
caso específico dos gases nobres, todas as camadas já estão completas, inclusive a última. Por
isto, a electronegatividade dos gases nobres é nula.
Quanto menor o raio atómico, maior a força de atracção que o núcleo do átomo exerce sobre
o electrão e portanto, maior a sua electronegatividade.
Num meso grupo, de baixo para cima, aumenta.
Num meso período, da esquerda para direita diminui.
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Em excepção dos gases nobres, concluindo-se que o elemento mais electronegativo da tabela
é o flúor, e o menos electronegativo é o frâncio.
Convém lembrar que tanto os não-metais quanto os gases nobres não apresentam essa
tendência de maneira considerável.
Num mesmo grupo, aumenta a medida que aumenta o número atómico isto é de cima
para baixo.
Num mesmo período, aumenta da direita para esquerda devido a diminuição do
número de protões neste sentido o que diminui a força de atracção sobre os electrões.