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Julho / 2022
SUMÁRIO
AZ N
Figura 1- Tabela periódica dos elementos [Química na abordagem do cotidiano, volume único, 3.ed.,
editora Moderna; www.iupac.org/reports/periodic_table].
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Ainda com relação aos grupos (ou famílias) deve-se considerar o seguinte [Feltre, 1989]:
a) o hidrogênio não é um metal alcalino mesmo que localizado no grupo 1A;
b) o alumínio (Al), gálio (Ga), índio (In) e tálio (Tl) já foram chamados de metais terrosos;
c) quando o grupo não tem um nome especial, costuma-se chamá-lo pelo nome do primeiro
elemento: por exemplo, na coluna 5A são denominados elementos do grupo do nitrogênio;
d) as colunas (ou grupos) “A” são os mais importantes da tabela, sendo os elementos chamados
elementos representativos ou típicos – em cada coluna “A”, há uma semelhança máxima nas
propriedades químicas entre os elementos;
e) os elementos dos grupos 3B, 4B, 5B, 6B, 7B e 8B constituem os elementos de transição;
f) uma separação muito importante na classificação periódica é aquela que distingue os metais,
os semimetais (B, Si, Ge, As, Sb, Te, Po) e os não-metais (à direita dos semimetais).
Figura 2 – (a) salto do elétron para órbita mais energética; (b) retorno do elétron ao perder energia.
Tabela 2 – Distribuição eletrônica nas camadas e subníveis de alguns elementos [Monteiro, 1990].
K (n = 1) L (n = 2) M (n = 3) N (n = 4)
Elemento Símbolo Nº Atômico
1s 2s 2p 3s 3p 3d 4s 4p 4d 4f
hidrogênio H 1 1
carbono C 6 2 2 2
oxigênio O 8 2 2 4
neônio Ne 10 2 2 6
sódio Na 11 2 2 6 1
argônio Ar 18 2 2 6 2 6
potássio K 19 2 2 6 2 6 1
ferro Fe 26 2 2 6 2 6 6 2
cobre Cu 29 2 2 6 2 6 10 1
Há uma tendência geral na natureza pela qual se pretende alcançar um “estado de maior
equilíbrio ou estabilidade”. Sabe-se que os átomos que não possuem todos os orbitais eletrônicos
preenchidos, como acontece a todos os elementos com exceção dos gases nobres, somente
ficarão mais estáveis quando atingirem configurações de menor energia na medida em que:
a) receberem elétrons;
b) perderem elétrons;
c) compartilharem elétrons com um átomo vizinho;
d) compartilharem elétrons com outros átomos.
Neste caso um átomo cede elétrons para outro que os recebe, a fim de que resulte em
configurações atômicas mais estáveis para ambos. Um exemplo clássico deste tipo de ligação é a
formação do cloreto de sódio (NaCl) ou popular sal de cozinha. A Figura 5 mostra um esquema
simplificado da ligação iônica e o arranjo atômico resultante, onde tem-se que: o sódio possui
níveis contendo respectivamente 2, 8 e 1 elétrons que cede este último elétron para o cloro, que
possui níveis contendo 2, 8 e 7 elétrons. Destacam-se importantes comentários:
– quando o átomo de sódio perde 1 elétron, forma-se um íon positivo (cátion, Na+);
– quando o átomo de cloro ganha 1 elétron, forma-se um íon negativo (ânion, Cl–);
– pelo fato de terem cargas opostas, os dois íons se atraem até um limite onde os orbitais
eletrônicos impedem que haja interpenetração dos íons, resultando numa posição de equilíbrio.
A ligação iônica não ficará restrita somente ao par Na-Cl original, mas também outros
íons Na+ e Cl– que estiveram na vizinhança estarão sujeitos à presença dos campos elétricos para
assumirem outras posições de equilíbrio formando vários conjuntos de íons. Isto resultará numa
cristalização interna de um conjunto tridimensional no formato de um reticulado cúbico –
cristalização do sal de cozinha a partir de milhões de íons Na+ e Cl–.
Ligação iônica é a força que mantém os íons unidos, que se formam quando um átomo
cede definitivamente um, dois ou mais elétrons a outro átomo.
Ligação Covalente
Ligação Metálica
Nos elementos metálicos, os elétrons da banda de valência pertencente à última camada
do átomo são considerados “livres” quando há muitos outros átomos em contato. Estes elétrons
são chamados de “elétrons deslocáveis”, movimentando-se à vontade em três dimensões e
formando uma “nuvem de elétrons” quando se tem muitos átomos reunidos. Um esquema
simplificado da ligação metálica é visto na Fig. 7, onde os elétrons das órbitas mais externas
também são capazes de se movimentar através da estrutura do metal. Este modelo simplificado
exibe um conjunto de íons positivos intercalados por uma “nuvem de elétrons” de carga negativa
e, desta forma, promovendo a estabilidade devido ao equilíbrio de forças coulombianas (atração
e repulsão de cargas elétricas). Esta relativa liberdade dos elétrons da banda de valência é
responsável por importantes propriedades dos metais, tais como a condução elétrica.
Nota Importante:
A covalência nas ligações químicas está guiada pela direcionalidade atômica, ou seja, tem
relação com o número de coordenação atômica. Entretanto, as ligações iônica e metálica são
regidas pelo grau de empacotamento dos átomos. Consequentemente, estas duas ligações
resultam em materiais de estruturas mais compactas – fato que se reflete diretamente numa maior
resistência à deformação plástica nestes materiais [Monteiro, 1990].
(a) transformação química – quando a substância foi alterada para outra, diferente da anterior;
(b) transformação física – quando uma substância foi alterada (geralmente na forma ou estado),
mas continua sendo a mesma substância anterior. Exemplo clássico: um pedaço de gelo que após
derretimento se transforma em água líquida; não houve alteração química nesta substância (água
no estado sólido para água no estado líquido), sendo uma transformação física.
Os sólidos puros estão sujeitos à ocorrência de fusão numa temperatura e pressão fixadas,
sendo esta temperatura específica denominada ponto de fusão. Na tabela 3 são mostrados os
pontos de fusão para algumas substâncias à pressão normal, sendo esta a pressão atmosférica a
nível do mar (1 atmosfera = 1 atm); aumentando-se a altitude, a pressão atmosférica diminui.
Vaporização – é a transformação de uma substância do estado líquido para o estado gasoso, que
se classifica em dois tipos: ebulição e evaporação.
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Até que todo o líquido se vaporize durante a ebulição, mantendo-se a pressão constante,
a temperatura também permanece constante. O aumento da pressão externa fará com que o ponto
de ebulição de um líquido puro também aumente; caso contrário, ocorrerá o inverso.
No caso da evaporação, este fenômeno se caracteriza por uma transformação lenta de
uma substância líquida em vapor (ocorre na condição ambiente). Os fatores que favorecem a
ocorrência da evaporação são os seguintes [www.coladaweb.com/quimica/quimica-geral]: aumento da
temperatura; diminuição da pressão atmosférica; maior superfície de contato com o ambiente;
ventilação (contando que não haja excesso de umidade).
Sublimação – é a mudança direta de uma substância do estado sólido para o estado de vapor, e
vice-versa. Há substâncias sólidas, tais como a naftalina, a cânfora e o iodo que na condição
ambiente (ausência de alterações bruscas na temperatura e pressão) se transformam espontânea e
diretamente em vapor – as bolinhas de naftalina, por exemplo.
Nota: Vale lembrar um conceito importante a respeito de uma substância pura sólida, que é
denominada por densidade absoluta (ou massa específica), ou seja, a densidade mede o grau de
concentração de massa num certo volume. Essa constante física pode ser calculada pelo
quociente da massa pelo volume da substância (kg/m3 em unidades SI).
4. Estruturas Cristalinas
Um material possui estrutura cristalina quando seus átomos estão posicionados com uma
repetição para grandes distâncias atômicas, ou seja, tal estrutura apresenta ordenação atômica
tridimensional de longo alcance. Basicamente, todos os metais, grande parte dos cerâmicos e
alguns polímeros formam estruturas cristalinas quando se solidificam em condições normais.
Para um bom entendimento e visualização das estruturas cristalinas, considera-se que os
átomos são tratados como esferas sólidas com diâmetros bem definidos – adota-se o chamado
modelo de esferas rígidas no contato direto entre átomos vizinhos. Na Fig. 9 é mostrado um
exemplo deste modelo para ordenação atômica encontrada em alguns metais. O termo rede
também é usado no contexto das estruturas cristalinas, significando um tipo de matriz
tridimensional de pontos que coincidem com a posição dos átomos (centro da esfera rígida).