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Distribuição
eletrônica
Por Renata Tomaz Quevedo

Graduação em Química (Faculdades Anhanguera, 2016)

Categorias: Química

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Com os aperfeiçoamentos feitos na Tabela


Periódica ao longo dos anos, e com o aumento
de elementos químicos conhecidos, passou-se a
utiliza-la de modo a prever o comportamento dos
elementos nela contidos no que diz respeito às
suas propriedades e características, contudo,
existem exceções, tornando a tabela falível nas
previsões de propriedades desses elementos.
Por esse motivo iniciou-se estudos quânticos
relacionados aos elementos, os átomos e
principalmente sobre o posicionamento dos
elétrons na eletrosfera.

A distribuição eletrônica, ou como também é


conhecida, princípio da configuração
eletrônica nada mais é que a disposição dos
elétrons de forma que o átomo fique em seu
estado fundamental.

O estado fundamental de um átomo é aquele


onde todos os seus elétrons estão dispostos nos
níveis mais baixos de energia que estão
disponíveis. O estado fundamental também é
conhecido como estado estacionário, e nesse
estado o átomo possui os seus elétrons em um
estado de mínima energia possível.

Conteúdo deste artigo

Camadas eletrônicas
Subníveis de Energia – Diagrama de Linus
Pauling
Distribuição de todos os elementos da Tabela
Periódica
Exercícios e questões de vestibulares

Camadas eletrônicas

A partir do modelo atômico de Bohr, que é um


aperfeiçoamento do modelo atômico de
Rutherford, tornou-se possível a compreensão
de alguns fenômenos que os modelos atômicos
anteriores não conseguiam explicar com
eficácia. Através de um experimento que se
baseou na emissão de luz utilizando átomos de
apenas um elétron, o postulado de Bohr mostrou
que os elétrons estão confinados em
determinados níveis de energia quando em seu
estado estacionário, e cada estado estacionário
está relacionado à um nível de energia, descrito
pelo número quântico principal (n) que varia de 1
a 7, também chamados de camadas K, L, M, N,
O, P e Q, e representado por uma órbita
localizada ao redor do núcleo do átomo. Para
que o elétron migre de um nível para o outro é
necessário que haja absorção de energia.

Cada camada comporta uma quantidade


máxima de elétrons, como podemos verificar a
seguir:

Nível (n) 1 2 3 4 5 6 7

Camada K L M N O P Q

Máximo de elétrons 2 8 18 32 32 18 2

A partir dessas informações, podemos distribuir


os elétrons de qualquer elemento da tabela
periódica com facilidade, por exemplo:

Hidrogênio (H):

Número atômico = 1

Nível (n) 1

Camada K

Máximo de elétrons 1

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Carbono (C):

Número atômico = 6

Nível (n) 1 2

Camada K L

Máximo de elétrons 2 4

Cálcio (Ca):
Número atômico = 20

Nível (n) 1 2 3 4

Camada K L M N

Máximo de elétrons 2 8 8 2

Subníveis de Energia –
Diagrama de Linus Pauling

O modelo de Bohr não corresponde com a


realidade do que ocorre com a entrada de
elétrons nos níveis de energia da eletrosfera.
Através de estudos quânticos, Linus Pauling
criou um diagrama que facilita o entendimento
de como os elétrons ocupam os orbitais.
Normalmente os elétrons ocupam quatro
principais orbitais eletrônicos que são
identificados pelas letras s, p, d e pela letra f, em
ordem crescente de energia. Para cada nível de
energia (n= 1 a 7), existem os subníveis de
energia que estão diretamente ligados a um dos
orbitais. Este método foi criado pelo físico
alemão Erwin Madelung e aperfeiçoado por
Linus Pauling, por esse motivo, na literatura é
comum citar somente o diagrama de Linus
Pauling, ou apenas diagrama de Pauling.

Quando um elétron está localizado no nível 1


por exemplo, representa-se o mesmo como 1s,
pois este encontra-se no nível 1 e no orbital s, e
assim sucessivamente com os demais níveis e
orbitais.

O princípio básico do diagrama de Linus Pauling


consiste em facilitar o entendimento de como os
elétrons se distribuem nos níveis e subníveis de
energia até a sua camada de valência.

A camada de valência é a que acomoda os


elétrons com maior energia, que são
responsáveis pela ocorrência das reações
químicas, pois os elétrons contidos nela estão
instáveis e buscando outros elétrons para que
possam se tornar estáveis conforme a Teoria do
Octeto.

Como vimos anteriormente, os átomos


comumente ocupam 7 níveis de energia, cada
nível com seus subníveis associados ao tipo de
orbital em que o elétron se encaixa. Cada orbital
possui no máximo dois elétrons, por esse
motivo, eles podem ser distribuídos nos
subníveis de energia.

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Subnível s p d f

Número de orbitais por subnível 1 3 5 7

Número máximo de elétrons 2 6 10 14

Vejamos abaixo o esquema de como funciona o


diagrama de Pauling, que permite realizar a
distribuição eletrônica de todos os elementos
químicos da tabela periódica e em seguida
alguns exemplos de como realizar a distribuição
eletrônica utilizando esse modelo. Para
compreender o diagrama, é preciso
primeiramente entender a simbologia presente
nele:

K 157
25 -20°
35 306
n os
45? 400 i g
-s
55 500
65? 60°
75?

Diagrama de Pauling

Desse modo temos a sequência energética da


seguinte maneira:

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10

4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10

6p6 7s2 5f14 6d10 7p6

Vejamos agora um exemplo prático de como


aplicar o diagrama de Pauling com alguns
elementos químicos:

Rubídio (Rb):

37Rb = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1

Camada de Valência: 5s1 – 1 elétron na última


camada

Titânio (Ti):

22Ti = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d2

Camada de Valência: 3d2 – 2 elétrons na última


camada

Sódio (Na):

11Na = 1s2 2s2 2p6 3s1

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Camada de Valência: 3s1 – 1 elétron na última


camada

Cálcio (Ca):

20Ca = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2

Camada de Valência: 4s2 – 2 elétrons na última


camada

Para íons também podemos utilizar o diagrama


de Pauling para realizar a distribuição eletrônica:

Cálcio (Ca2+):

2+ = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


20Ca

Camada de Valência: 3s2 e 3p6 – 8 elétrons na


última camada

Flúor (F-):

- = 1s2 2s2 2p6


9F

Camada de Valência: 2s2 e 2p6 – 8 elétrons na


última camada

Cloro (Cl-):

17Cl- = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

Camada de Valência: 3s2 e 3p6 – 8 elétrons na


última camada

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Conforme podemos observar nos exemplos


acima, quando realizamos a distribuição
eletrônica de íons, partimos da distribuição do
elemento químico em seu estado neutro, ou
seja, partimos do átomo neutro e depois
acrescentamos ou retiramos os elétrons de
acordo com a carga do íon, desse modo, para
cátions (elemento que perdeu elétron (s),
portanto com carga positiva) retiramos a
quantidade de elétrons de acordo com a carga
do íon e para ânions (elemento que ganhou
elétron (s), portanto com carga negativa)
acrescentamos a quantidade de elétrons de
acordo com a carga do íon.

Na tabela periódica os elementos são agrupados


de acordo com suas propriedades, e
considerando que a distribuição eletrônica é feita
com base no preenchimento dos orbitais,
podemos representar que a tabela periódica é
dividida da seguinte forma:

Fonte: Roshan220195 / Wikimedia Commons / CC-


BY-SA 3.0

Distribuição de todos os
elementos da Tabela
Periódica

Configuração
Elemento Elétrons
eletrônica

Hidrogênio
1 1s1
(H)

Hélio (He) 2 1s2

Lítio (Li) 3 1s2 2s1

Berílio (Be) 4 1s2 2s2

Boro (B) 5 1s2 2s2 2p1

Carbono (C) 6 1s2 2s2 2p2

Nitrogênio (N) 7 1s2 2s2 2p3

Oxigênio (O) 8 1s2 2s2 2p4

Flúor (F) 9 1s2 2s2 2p5

Neônio (Ne) 10 1s2 2s2 2p6

Sódio (Na) 11 1s2 2s2 2p6 3s1

Magnésio
12 1s2 2s2 2p6 3s2
(Mg)

Alumínio (Al) 13 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1

Silício (Si) 14 1s2 2s2 2p6 3s2 3p2

Fósforo (P) 15 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3

Enxofre (S) 16 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4

Cloro (Cl) 17 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

Argônio (Ar) 18 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Potássio (K) 19
4s1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Cálcio (Ca) 20
4s2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Escândio (Sc) 21
4s2 3d1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Titânio (Ti) 22
4s2 3d2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Vanádio (V) 23
4s2 3d3

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Cromo (Cr) 24
4s1 3d5

Manganês 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


25
(Mn) 4s2 3d5

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Ferro (Fe) 26
4s2 3d6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Cobalto (Co) 27
4s2 3d7

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Níquel (Ni) 28
4s2 3d8

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Cobre (Cu) 29
4s1 3d10

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Zinco (Zn) 30
4s2 3d10

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Gálio (Ga) 31
4s2 3d10 4p1

Germânio 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


32
(Ge) 4s2 3d10 4p2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Arsênio (As) 33
4s2 3d10 4p3

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Selênio (Se) 34
4s2 3d10 4p4

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Bromo (Br) 35
4s2 3d10 4p5

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Kriptônio (Kr) 36
4s2 3d10 4p6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Rubídio (Rb) 37
4s2 3d10 4p6 5s1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Estrôncio (Sr) 38
4s2 3d10 4p6 5s2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Ítrio (Y) 39 4s2 3d10 4p6 5s2
4d1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Zircônio (Zr) 40 4s2 3d10 4p6 5s2
4d2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Nióbio (Nb) 41 4s2 3d10 4p6 5s1
4d4

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Molibdênio
42 4s2 3d10 4p6 5s1
(Mb)
4d5

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Tecnécio (Tc) 43 4s2 3d10 4p6 5s2
4d5

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Rutênio (Ru) 44 4s2 3d10 4p6 5s1
4d7

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Ródio (Rh) 45 4s2 3d10 4p6 5s1
4d8

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Paládio (Pd) 46
4s2 3d10 4p6 4d10

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Prata (Ag) 47 4s2 3d10 4p6 5s1
4d10

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Cádmio (Cd) 48 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Índio (In) 49 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Estanho (Sn) 50 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Antimônio
51 4s2 3d10 4p6 5s2
(Sb)
4d10 5p3

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Telúrio (Te) 52 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p4

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Iodo (I) 53 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p5

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Xenônio (Xe) 54 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Césio (Cs) 55 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Bário (Ba) 56 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s2

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Lantânio (La) 57 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s2 5d1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


4s2 3d10 4p6 5s2
Cério (Ce) 58
4d10 5p6 6s2 5d1
4f1

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Praseodímio
59 4s2 3d10 4p6 5s2
(Pr)
4d10 5p6 6s2 4f3

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Neodímio
60 4s2 3d10 4p6 5s2
(Nd)
4d10 5p6 6s2 4f4

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Promécio
61 4s2 3d10 4p6 5s2
(Pm)
4d10 5p6 6s2 4f5

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Samário (Sm) 62 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s2 4f6

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Európio (Eu) 63 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s2 4f7

1s2 2s2 2p6 3s2 3p6


Gadolínio 4s2 3d10 4p6 5s2

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