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SUMÁRIO

HISTÓRIA

Planejamento 1: Movimentos de Independência na América ....................... pág 01


Planejamento 2: Revolução Haitiana ......................................................... pág 14
Planejamento 3: De 1808 a 1822: Da Chegada da Corte Portuguesa
à Independência do Brasil ........................................................................ pág 21
Planejamento 4: Protagonismo, participação e resistência da população preta
no período colonial .................................................................................. pág 29

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2023

UNIDADE TEMÁICA:
Os processos de Independência nas Américas.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Independência da (EF08HI08) Conhecer o ideário dos líderes dos movimentos


América Espanhola. independentistas e seu papel nas revoluções que levaram à
independência das colônias hispano-americanas.
Os caminhos até a
independência do Brasil (EF08HI09) Conhecer as características e os principais pensadores do
Pan-americanismo.
(EF08HI13) Analisar o processo de independência em diferentes
países latino-americanos e comparar as formas de governo neles
adotadas.
(EF08HI11) Identificar e explicar os protagonismos e a atuação de
diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de independência no
Brasil, na América espanhola e no Haiti.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Movimentos de Independência na América.
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), para desenvolver as habilidades propostas inicie a aula apresentando uma música
para os alunos com a finalidade de aguçar o sentido crítico, valorizar a música como uma fonte
histórica e criar conexões entre os eventos históricos e o presente. Enfatize os aspectos
relacionados à luta e à liberdade presentes na música como uma constante que alimentou
movimentos de independências na América.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Professor(a), comece a aula apresentado para os estudantes a música Latinoamérica da banda
porto-riquenha Calle 13, distribua à eles uma cópia de letra com a tradução:

1
Latinoamérica (part. Totó La América Latina (part. Totó La
Momposina, Susana Baca y Maria Momposina, Susana Baca e Maria Rita)
Rita) – Calle 13 – Calle 13

Soy, soy lo que dejaron Eu sou, eu sou o que sobrou


Soy toda la sobra de lo que se robaron Sou todo o resto do que roubaram
Un pueblo escondido en la cima Um povo escondido no topo
Mi piel es de cuero, por eso aguanta Minha pele é de couro, por isso aguenta
cualquier clima qualquer clima

Soy una fábrica de humo Eu sou uma fábrica de fumaça


Mano de obra campesina para tu consumo Mão de obra camponesa, para o seu
Frente de frío en el medio del verano consumo
El amor en los tiempos del cólera, mi Frente fria no meio de verão
hermano O amor nos tempos de cólera, meu irmão

Soy el Sol que nace y el día que muere Eu sou o Sol que nasce e o dia que morre
Con los mejores atardeceres Com os melhores pores do Sol
Soy el desarrollo en carne viva Sou o desenvolvimento em carne viva
Un discurso político sin saliva Um discurso político sem saliva

Las caras más bonitas que he conocido Os mais belos rostos que já vi
Soy la fotografía de un desaparecido Sou a fotografia de um desaparecido
La sangre dentro de tus venas O sangue correndo em suas veias
Soy un pedazo de tierra que vale la pena Sou um pedaço de terra que vale a pena

Una canasta con frijoles Uma cesta com feijões


Soy Maradona contra Inglaterra, Eu sou Maradona contra a Inglaterra,
anotándote dos goles marcando dois gols
Soy lo que sostiene mi bandera Sou o que sustenta minha bandeira
La espina dorsal del planeta es mi A espinha dorsal do planeta é a minha
cordillera cordilheira

Soy lo que me enseñó mi padre Sou o que meu pai me ensinou


El que no quiere a su patría, no quiere a su O que não quer a sua pátria, não quer a sua
madre mãe
Soy América Latina Sou América Latina
Un pueblo sin piernas, pero que camina, Um povo sem pernas, mas que caminha, ei!
¡oye!
Não se pode comprar o vento
Tú no puedes comprar el viento Não se pode comprar o Sol
Tú no puedes comprar el Sol Não se pode comprar a chuva
Tú no puedes comprar la lluvia Não se pode comprar o calor
Tú no puedes comprar el calor
Não se pode comprar as nuvens
Tú no puedes comprar las nubes Não se pode comprar as cores
Tú no puedes comprar los colores Não se pode comprar minha alegria
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Tú no puedes comprar mi alegría Não se pode comprar minhas dores
Tú no puedes comprar mis dolores
Não se pode comprar o vento
Tú no puedes comprar el viento Não se pode comprar o Sol
Tú no puedes comprar el Sol Não se pode comprar a chuva
Tú no puedes comprar la lluvia Não se pode comprar o calor
Tú no puedes comprar el calor
Não se pode comprar as nuvens
Tú no puedes comprar las nubes Não se pode comprar as cores
Tú no puedes comprar los colores Não se pode comprar minha alegria
Tú no puedes comprar mi alegría Não se pode comprar minhas dores
Tú no puedes comprar mis dolores
Tenho os lagos, tenho os rios
Tengo los lagos, tengo los ríos Tenho os meus dentes pra quando eu sorrio
Tengo mis dientes pa' cuando me sonrío A neve que maquia minhas montanhas
La nieve que maquilla mis montañas Eu tenho o Sol que me seca e a chuva que
Tengo el Sol que me seca y la lluvia que me banha
me baña
Um deserto embriagado com cactos
Un desierto embriagado con peyote Um gole de pulque para cantar com os
Un trago de pulque para cantar con los coiotes
coyotes Tudo que eu preciso
Todo lo que necesito Os meus pulmões respiram um céu azul
Tengo a mis pulmones respirando azul clarinho
clarito
A altura que sufoca
La altura que sofoca Sou os dentes na minha boca, mascando
Soy las muelas de mi boca, mascando coca coca
El otoño con sus hojas desmayadas O outono com suas folhas caídas
Los versos escritos bajo la noche estrellada Os versos escritos sob as noites estreladas

Una viña repleta de uvas Um vinhedo repleto de uvas


Un cañaveral bajo el Sol en Cuba Um canavial sob o Sol em Cuba
Soy el mar Caribe que vigila las casitas Eu sou o mar do Caribe que vigia as casinhas
Haciendo rituales de agua bendita Fazendo rituais de água benta

El viento que peina mis cabellos O vento que penteia meus cabelos
Soy todos los santos que cuelgan de mi Sou todos os santos pendurados em meu
cuello pescoço
El jugo de mi lucha no es artificial O suco da minha luta não é artificial
Porque el abono de mi tierra es natural Porque o adubo de minha terra é natural

Tú no puedes comprar el viento Não se pode comprar o vento


Tú no puedes comprar el Sol Não se pode comprar o Sol
Tú no puedes comprar la lluvia Não se pode comprar a chuva
Tú no puedes comprar el calor Não se pode comprar o calor

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Tú no puedes comprar las nubes Não se pode comprar as nuvens
Tú no puedes comprar los colores Não se pode comprar as cores
Tú no puedes comprar mi alegría Não se pode comprar minha alegria
Tú no puedes comprar mis dolores Não se pode comprar minhas dores

Não se pode comprar o vento Não se pode comprar o vento


Não se pode comprar o Sol Não se pode comprar o Sol
Não se pode comprar a chuva Não se pode comprar a chuva
Não se pode comprar o calor Não se pode comprar o calor

Não se pode comprar as nuvens Não se pode comprar as nuvens


Não se pode comprar as cores Não se pode comprar as cores
Não se pode comprar minha alegria Não se pode comprar minha alegria
Não se pode comprar minhas dores Não se pode comprar minhas dores

No puedes comprar el Sol Não se pode comprar o Sol


No puedes comprar la lluvia Não se pode comprar a chuva
(Vamos caminando) no riso e no amor (Vamos caminhando) no riso e no amor
(Vamos caminando) no pranto e na dor (Vamos caminhando) no pranto e na dor

(Vamos dibujando el camino) el Sol (Vamos desenhando o caminho) o Sol


No puedes comprar mi vida Não se pode comprar minha vida
(Vamos caminando) la tierra (Vamos caminhando) a terra
No se vende Não está à venda

Trabajo bruto, pero con orgullo Trabalho árduo, porém com orgulho
Aquí se comparte, lo mío es tuyo Aqui se divide, o que é meu é seu
Este pueblo no se ahoga con marullo Este povo não se afoga com as marés
Y si se derrumba, yo lo reconstruyo E se algo desaba, eu reconstruo

Tampoco pestañeo cuando te miro Também não pisco quando eu te vejo


Para que te recuerdes de mi apellido Para que você se lembre do meu sobrenome
La Operación Cóndor invadiendo mi nido A Operação Condor invadindo meu ninho
Perdono, pero nunca olvido, ¡oye! Eu perdoo, porém nunca esqueço, ei!

(Vamos caminando) (Vamos caminhando)


Aquí se respira lucha Aqui se respira luta
(Vamos caminando) (Vamos caminhando)
Yo canto porque se escucha Eu canto porque se ouve
(Vamos dibujando el camino) vozes de um (Vamos desenhando o caminhando) vozes de
só coração um só coração
(Vamos caminando) aquí estamos de pie (Vamos caminhando) aqui estamos de pé

¡Que viva la América! Viva a América!

No puedes comprar mi vida Não se pode comprar minha vida


CALLE 13, [s.d].
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Em seguida converse com os alunos a respeito da música, das imagens apresentadas no clipe,
disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=jW9_mFAGO0E e faça os seguintes
questionamentos: omo os povos americanos são apresentados na música? Quais são as lutas
que a música está se referindo? Quais povos são apresentados no clipe? Esses povos fizeram
parte dos movimentos de independência da América? Porque o refrão da música reforça que
não se pode comprar uma série de elementos não materiais? Qual o significado do refrão para
os povos da América? O que significa o verso “sou América Latina”? A música expressa uma
unidade entre os povos e um sentimento de identidade histórica entre os povos americanos?
Ouça as colocações dos estudantes e busque incentivá-los a associar a música com a história
de colonização da América, suas consequências sociais, políticas e econômicas e os
desdobramentos nos processos de independência como um momento de luta pela liberdade.
Para incentivar o diálogo faça as seguintes perguntas: como era a vida das pessoas que
viviam na América Latina no período da colonização e durante os movimentos de
independência? A condição de vida da população da América Latina no período da colonização
reflete em situações e conflitos atuais que vivencia a América Latina? O que os povos da
América Latina buscavam com a independência? Todas as reivindicações foram ouvidas?
Como a história da América Latina impacta na vida, na organização social, política e na
economia da América Latina atualmente? Professor(a), utilize esse roteiro de perguntas para
guiar os estudantes na atividade e motivá-los a compreender o que foi proposto.
Após o debate inicial apresente o vídeo indicado para introduzir o assunto dos movimentos de
independência da América Espanhola, em seguida converse com os estudantes sobre os
diferentes movimentos de independência na América e suas singularidades, apontando para
contextos específicos oriundos de organizações sociais e políticas específicas. Desenvolva uma
narrativa comparativa entre os movimentos e faça ligações com a colonização de cada região
e os seus desdobramentos no processo de independência.
→ Independência da América Espanhola, Tempo de Estudar, História, 8º ano.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HQ1jNqW6RJw.

AULA 2
Professor(a), na segunda aula divida os estudantes em cinco grupos e os leve para a sala de
informática da escola (na ausência desse recurso utilize o material didático) e peça para que
eles pesquisem sobre os Movimentos de Independência da América. Realize um sorteio dos
temas entre os grupos e entregue aos estudantes um roteiro de pesquisa para os orientar no
processo e nas informações que devem ser pesquisadas. Ao final da pesquisa cada grupo
deverá apresentar para a turma o tema que foi pesquisado. Os itens contidos no roteiro
devem fazer parte da apresentação.
Após todos os grupos apresentarem feche a aula realizando reflexões sobre os temas
pesquisados pelos alunos, comparando os movimentos de independência, pontos em comum e
diferentes entre eles. Também aborde a forma como ocorreu a colonização e o
desdobramento em cada movimento de independência, destacando suas singularidades.

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Independência
Independênci Independência Independência Independência
da América
a do Haiti de Cuba do México do Brasil
Espanhola
Data em que
ocorreu?

Líderes do
movimento?

Ideias que
inspiraram o
movimento?

Grupos sociais
que participaram
do movimento?

Tipo de governo
que foi adotado
após a
independência?
Houve abolição
da escravatura e
mudanças
sociais?

AULA 3
Professor(a), retome com os estudantes o que foi trabalhado na aula anterior e faça uma
introdução apontando os líderes do movimento de Independência e as ideias pan-americanas
que circulavam entre esses agentes políticos. Em seguida, forme grupos e distribua entre eles
cópias dos trechos das falas de líderes dos processos de independência e da crítica realizada
por Eduardo Prado ao pan-americanismo.
Apresente a atividade explicando que esses textos são fontes históricas e devem ser
analisadas levando em consideração quem as produziu, em qual contexto e com qual
finalidade. Entregue para os grupos roteiros de perguntas que devem guiá-los na atividade.

Texto 1 – Simón Bolívar. Carta da Jamaica, de 1815


“É uma ideia grandiosa pretender formar o Novo Mundo como uma só nação, com um só
vínculo que unifique suas partes entre si e com o todo. Já que tem uma origem, uma língua,
uns costumes e uma religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que considerasse
os diferentes estados que haverão de ser formados. Entretanto, isto não é possível porque
climas remotos, situações diversas, interesses opostos, características desiguais dividem a
América. Que lindo seria se o Istmo do Panamá fosse para nós o que o de Corinto é para os
gregos! Tomara que algum dia tenhamos a sorte de instalar ali um venerável congresso dos
representantes das repúblicas, reinos e impérios para discutir sobre os altos interesses da paz
e da guerra com as nações das outras três partes do mundo!
Os Estados do Istmo do Panamá à Guatemala formariam, talvez, uma associação. Esta
magnífica posição entre os dois grandes mares poderá ser, com o tempo, o empório do

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universo. Seus canais encurtarão as distâncias do mundo: estreitaram os laços comerciais da
Europa, América e Ásia, poderão trazer à tão feliz região os tributos das quatro partes do
globo.” (COTRIM, 2018).

Texto 2 – José Bonifácio – Carta de junho de 1822 para Bernardino Rivadavia,


político argentino
“O sentido comum, a política, a razão que nela se baseia, e a crítica situação da América nos
estão dizendo, e ensinando a quantos tempos ouvidos para ouvir e olhos para ver, que uma
liga defensiva de quantos Estados ocupam este vastíssimo continente, é necessária para que
todos e cada um deles possa conservar intactas sua liberdade e independência profundamente
ameaçadas pelas irritantes pretensões da Europa...o mesmo Senhor [Príncipe d.Pedro], como
regente do Brasil não deseja nem pode adotar outro sistema que não o Americano, sejam
quais forem, devem se considerar homogêneos, e derivados todos do mesmo princípio, ou
seja: uma justa e firme repulsa contra as imperiosas pretensões da Europa”. (COTRIM,
2018).

Texto 3 – Monroe – Mensagem ao Congresso dos Estados Unidos, em 2 de


dezembro de 1823
“Julgamos propícia esta ocasião para afirmar como um princípio que afeta os direitos e
interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e
independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro,
como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia. Devemos, no entanto, à
nossa boa-fé e às relações amistosas que existem entre as potências aliadas e os Estados
Unidos, declarar que consideraríamos como perigosa para a nossa paz e segurança qualquer
tentativa da sua parte, para estender seu sistema a qualquer parcela deste hemisfério. Na
guerra entre esses novos governos e a Espanha, declaramos nossa neutralidade, na época de
seu reconhecimento, e a ela permanecemos fiéis; assim continuaremos, contanto que não
surja modificações que, a juízo das autoridades competentes de nosso governo, torne
necessário, também de nossa parte, uma modificação indispensável à nossa segurança.
Quando se trata, porém, do nosso continente, as coisas mudam completamente de aspecto. É
impossível que as potências aliadas estendam seu sistema político a qualquer parte dos
continentes americanos, sem pôr em perigo a nossa paz e segurança, nem se pode supor que
nossos irmãos do Sul o adotassem de livre vontade, caso os abandonássemos à sua própria
sorte. Ser-nos-ia, igualmente, impossível permanecer espectadores indiferentes dessa
intervenção, sob qualquer forma que tivesse. Se considerarmos a força e os recursos da
Espanha e dos novos governos da América bem como a distância que os separa, é evidente
que a Espanha jamais poderá chegar a submetê-los”. (COTRIM, 2018).

Texto 4 – Eduardo Prado – A Ilusão Americana


A fraternidade americana é uma mentira. Tomemos as ações ibéricas da América. Há mais
ódios, mais inimizades entre elas do que entre as nações da Europa. O México deprime,
oprime e tem, por vezes, invadido a Guatemala, que em sangrentíssimas guerras com a
República de El Salvador, inimiga rancorosa da Nicarágua, feroz adversária de Honduras, que
não morre de amores pela República da Costa Rica. A embrulhada e horrível história de todas
estas nações é um rio de sangue, é um contínuo morticínio. E onde fica a solidariedade

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americana, onde fica a confraternização das repúblicas?
A Colômbia e a Venezuela odeiam-se de morte. O Equador é vítima, nunca resignada, ora das
violências colombianas, ora das pretensões do Peru. E o Peru? Já não assaltou a Bolívia, já
não se uniu depois a ela numa guerra injustíssima ao Chile? E o Chile, já não invadiu duas
vezes a Bolívia e o Peru, não fez um horroroso morticínio de bolivianos e peruanos na última
guerra, talvez a mais sangrenta deste século? E o Chile não tem somente estes inimigos: o
seu grande adversário é a República Argentina. Este país, que tem usurpado territórios à
Bolívia, obriga o Chile a conservar um exército numeroso, e ninguém ignora que um conflito
entre aqueles países é uma catástrofe que, de um momento para o outro, poderá rebentar. O
ditador da França, o verdugo taciturno do Paraguai, que Augusto Comte coloca entre os
santos da humanidade venerados no calendário positivista, por ódio aos argentinos e aos
outros povos americanos, enclausurou o seu país durante dezenas de anos. A República
Argentina é a adversária nata do Paraguai. López atacou-a, e ela secundou o Brasil na sua
guerra contra o Paraguai. E que sentimento tem a República Argentina pelo Uruguai? Não há
um só homem de estado argentino que não confesse que a suprema ambição do seu país é a
reconstituição do antigo vice-reinado de Buenos Aires, pela conquista do Paraguai e do
Uruguai.
Eis aí a fraternidade americana.
[...]
Até então, a atitude dos Estados Unidos tinha sido toda a reserva, de abstenção, e, para
uma nação que se quer apresentar como a protetora dos latino-americanos, é forçoso
confessar que essa política não era de fraternidade, mas sim de egoísmo. Ainda em 1819 o
governo americano recusou receber os cônsules nomeados pela Venezuela e pelo governo de
Buenos Aires, alegando vários pretextos, e só a 9 de março de 1823 é que reconheceu a
independência das repúblicas espanholas. (PRADO, 2010. p. 12-17).

Roteiro de perguntas:
• Qual o projeto apresentado por Simon Bolívar no texto 1? Ele foi concretizado?
• Para José Bonifácio qual caminho a América deveria seguir? Quais as semelhanças
entre o discurso de Bonifácio e Bolívar?
• De acordo com Monroe, no texto 3, qual perigo pode ameaçar a América? E qual a
posição dos Estados Unidos frente a esse perigo?
• Quais são as semelhanças do discurso de Monroe e Bonifácio?
• Os autores dos textos 1, 2 e 3 estão falando de qual momento histórico?
• No texto 4, Eduardo Prado faz uma crítica à fraternidade americana, que crítica é essa?
• Qual a visão de Eduardo Prado sobre o pan-americanismo? Como ele vê a influência
dos Estados Unidos na América?
Após a discussão dos textos nos grupos, forme uma roda e traga a discussão para a sala,
para que todos possam dialogar entre si e compartilhar suas conclusões. Feche o debate
mostrando para a turma um mapa atual da América Latina destacando a atual configuração
geográfica e compare com o mapa da América do período das Independências. Mostre as
mudanças geográficas e que a ideia pan-americana não foi concretizada em termos
territoriais. Apresente o que foi a doutrina Monroe e explique como ela se relaciona com a
ideia pan-americana, as críticas a essa ideia, à dominação norte-americana e as críticas
apresentadas por Eduardo Prado.

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I magem 1: Mapa Política da América em 1794 Imagem 2: Mapa Política da América Atual

(Fonte: COMMONS WIKIMEDIA, 2008). (Fonte: ISTOCK, 2020).

AULA 4
Professor(a), para falar sobre os líderes dos movimentos de Independência da América Latina
comece a aula registrando no quadro o nome dos líderes dos movimentos e as regiões a qual
contribuíram para a Independência.

Tupac Amaru II Revolta Indígena


Toussaint L’Ouverture Haiti
Jean Jacques Dessalines Haiti
Simón Bolívar Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia
José de San Martín Argentina, Chile e Peru
Miguel Hidalgo México
José Maria Morelos México
José Martí Cuba

Após o registro faça uma explanação sobre as regiões que cada líder foi atuante e as
características intelectuais e origens sociais de cada um. Em seguida, forme grupos e dê a
cada grupo, por meio de sorteio, o nome de um líder para ser pesquisado. Entregue um
roteiro de pesquisa para orientar os estudantes:
1. Nome do Líder
2. Data de nascimento
3. Profissão e atuação profissional
4. Origem social
5. Ideias defendidas
6. Atuação no movimento de independência
7. Região que atuou durante a independência

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→ Oriente os estudantes a criar uma rede social do líder do movimento de independência,
para isso use a plataforma ClassTools.net para criar um fakebook, você poderá acessá-
la por meio do link: https://www.classtools.net/FB/home-page.

Os estudantes devem inserir foto de perfil, editá-lo e criar postagens que exemplificam as
ideias defendidas pelo líder e os movimentos que participaram. Disponibilize um e-mail para
que os alunos possam te encaminhar os links das redes sociais criadas.

RECURSOS:
Computador, Projetor, Caixa de Som, Atividades Impressas.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), durante essa sequência didática avalie a participação dos alunos nos diálogos e
debates, o envolvimento com as atividades, a apresentação dos grupos e a rede social criada
por eles sobre um líder dos movimentos de independência.

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ATIVIDADES
1 − Observe a imagem e leia o texto:

Imagem 3: Troféu da Copa Libertadores no Allianz Parque

Fonte: (COMMONS WIKIMEDIA., 2016).

A Copa Libertadores da América é disputada na América do Sul e reúne times do Brasil,


Argentina, Equador, Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Venezuela. É um dos principais
campeonatos de futebol da América que garante ao vencedor participar do Mundial de Clubes.
Inicialmente o campeonato recebeu o nome de Copa dos Campeões da América,
posteriormente foi adotado o nome de Copa Libertadores da América em homenagem aos
líderes dos movimentos de libertação da América hispânica e do Brasil. Os Argentinos
possuem a maior quantidade de títulos pelo campeonato, somando 25 títulos, em segundo
lugar vem o Brasil com 21 títulos e em terceiro o Uruguai com 8 títulos.

a) Porque o Campeonato de Futebol foi denominado de Copa Libertadores da América?


b) Quem são os personagens históricos homenageados pelo Campeonato? Qual a
importância deles para a América?
c) Ao denominar o campeonato da Copa Libertadores da América qual a narrativa histórica
que foi reforçada sobre os movimentos de independência da América?
d) A Copa Libertadores da América auxilia na integração dos países da América do Sul?
Existe alguma relação com as ideias pan-americanas? Explique.
e) A Copa Libertadores da América fortalece um sentimento de identidade sul-americano?

2 – Observe a manchete de jornal representada abaixo:

Imagem 4: Manchete de jornal

Fonte: TOUN, 2023.

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Em 1992 a União Europeia foi criada como um bloco econômico que unia países da Europa.
Sete anos depois, em 1999 o Euro foi criado como uma moeda única que fortalecia a
economia dos países europeus, facilitava as relações comerciais e criava vantagens financeiras
para os membros da União Europeia. Em 1991 foi criado o Mercosul, bloco econômico que
unia Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, entretanto uma moeda única nunca foi criada para
atender os interesses econômicos do grupo. Em janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em reunião com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, cogitou a criação de
uma moeda única para os países da América do Sul com o objetivo de estreitar as relações
econômicas e fortalecer a moeda sul-americana perante o Euro e o Dólar.

a) RELACIONE a ideia da criação de uma moeda única entre os países da América do Sul e
as ideias Pan-americanas.
b) Os movimentos de Independência fortaleceram a América no cenário mundial e
proporcionaram autonomia política e econômica aos países da América? Explique.

3 – Leia o texto abaixo:

"Houve um ajuste entre as várias elites locais no sentido de preservar a escravidão, evitar o
formato de uma revolução, inclusive sabendo do que havia ocorrido na América Espanhola e
conseguir manter o país unificado"
SCHWARCZ, Lilia.
Por que o Brasil continuou um só enquanto a América Espanhola se dividiu em vários países.
Entrevista concedida a Luiz Barrucho. BBC News Brasil. 7 de setembro de 2018.

a) Aponte os motivos que levaram à abolição da escravatura no Haiti e explique porque o


mesmo não ocorreu no Brasil e na América Espanhola.
b) Cite os tipos de governos adotados pelos países após o processo de independência.
c) EXPLIQUE as categorias sociais que estavam envolvidas nos processos de
independência da América.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. BRASIL.
Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica - documentos de
referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira;
Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível
em:https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_refe
rencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
CALLE 13. Latinoamérica. Letras. Disponível em: https://www.letras.mus.br/calle-
13/latinoamerica/traducao.html. Acesso em: 08 mar. 2023.
CANAL MULTIRIO. Independência da América Espanhola, Tempo de Estudar, História, 8º
ano. Rio de Janeiro, 12 de mar. 2019. 1 vídeo ( 7:25 min). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=HQ1jNqW6RJw. Acesso em: 16 mar. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Mapa Político da América de 1794. [ s.l.] 4 de agosto de 2008. Disponível
em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:America_1794.png. Acesso em: 16 mar. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Troféu da Copa Libertadores no Allianz Parque em 2016. São Paulo. 06
jan. 2016. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Trof%C3%A9u_da_Copa_Libertadores_no_Allianz_Parque_e
m_2016.jpg. Acesso em: 11 mar. 2023.
COTRIM, Gilberto. RODRIGUES, Jaime. Historiar. Manual do Professor Material Digital.
TUBERTINI, Laís (Org.). Editora Saraiva. 3ª edição, São Paulo, 2018.
FRANCO, Giullya. "Copa Libertadores da América"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/copa-libertadores-america.htm. Acesso em: 11 mar.
2023.
ISTOCK. Mapa Político da América. [s.l.] 01 de maio de 2020. Disponível em:
https://www.istockphoto.com/br/vetor/am%C3%A9ricas-estados-%C3%BAnicos-mapa-
pol%C3%ADtico-com-fronteiras-nacionais-gm1222247901-358589605. Acesso 16 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento_curricula
r_mg.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais.
Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg.
Acesso em:05 fev. 2023.
PRADO, Eduardo. A Ilusão Americana. 2. reimpressão. – Brasília : Senado Federal, Conselho
Editorial, 2010. p. 12-17.
SCHWARCZ, Lilia. Por que o Brasil continuou um só enquanto a América Espanhola se dividiu em vários
países. Entrevista concedida a Luiz Barrucho. BBC News Brasil. 7 de setembro de 2018. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45229400. Acesso em: 11 mar. 2023.
TOP LEGENDAS. Calle 13 - Latinoamerica (legendado). YouTube, 06 de dezembro de 2011. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=jW9_mFAGO0E. Acesso em: 28 mar. 2023.
TOUN, Lígia. Brasil e Argentina discutem propostas para moeda comum, confirma Lula. CNN. 23 de
jan. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/brasil-e-argentina-discutem-
propostas-para-moeda-comum-confirma-lula. Acesso em: 16 mar. 2023.

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UNIDADE TEMÁICA:
O processo de independência das Américas.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A revolução dos (EF08HI08) Conhecer o ideário dos líderes dos movimentos
escravizados em São independentistas e seu papel nas revoluções que levaram à
Domingo e seus independência das colônias hispano-americanas.
múltiplos significados
(EF08HI10X) Identificar a Revolução de São Domingo como evento
e desdobramentos: o
singular e desdobramento da Revolução Francesa e avaliar suas
caso do Haiti.
implicações sociais, políticas, culturais e econômicas.
(EF08HI11) Identificar e explicar os protagonismos e a atuação de
diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de independência no
Brasil, na América espanhola e no Haiti.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Revolução Haitiana.
DURAÇÃO: 3 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), inicie a aula perguntando aos estudantes o que eles sabem sobre o Haiti, quais
as visões que eles têm do país, o que já viram, ouviram, as reportagens que já leram. A
medida que os estudantes forem dizendo as impressões que têm do país, registre no quadro
todas as falas, características, estereótipos que forem ditos.
O objetivo desse primeiro momento é fazer os estudantes perceberem as visões que eles têm
do Haiti. É natural que muitos preconceitos e estereótipos sejam ditos, por isso a finalidade
desse planejamento é quebrar alguns estereótipos sobre o Haiti, como a ideia de que o país é
pobre, atrasado, marcado pela miséria, foi destruído pelo terremoto, entre outros.
Sabemos que esses são alguns dos problemas sociais que atingem o Haiti, mas devemos
ressaltar a história do país, o seu pioneirismo nos movimentos de independência da América e
na abolição da escravatura, o protagonismo dos negros no movimento e as ideias que
motivaram a luta pela independência.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Após o primeiro momento onde os estudantes apresentaram suas impressões a respeito do
Haiti, convide-os a conversar com outras pessoas sobre as visões que elas têm do país. Forme
grupos e peça para que eles façam entrevistas com os funcionários da escola (professores,
coordenação, direção, porteiros, funcionários da cantina e da limpeza) a respeito do que eles
sabem e acreditam ser o Haiti. Entregue aos grupos um roteiro de entrevistas para auxiliar no
desenvolvimento do trabalho.
• Você já ouviu falar sobre o Haiti? Se sim o que?
• Você sabe onde o Haiti está localizado?

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• Na escola você estudou sobre o Haiti e a história da independência do país? Se sim, o
que você recorda desse processo?
• Qual a imagem que você tem do Haiti?

Após os grupos finalizarem as entrevistas retorne para a sala com os resultados, forme uma
roda e debata com a turma os resultados das entrevistas, deixe que os estudantes digam
aquilo que foi coletado e os indague se há semelhança com aquilo que eles disseram no início
da aula. Comparem os resultados das entrevistas e finalize o diálogo com a pergunta: qual a
imagem que as pessoas entrevistadas têm do Haiti?

AULA 2
Professor(a), na segunda aula comece apresentando aos estudantes um mapa da América e a
localização do Haiti, em seguida apresente a imagem de Toussaint Louverture e converse com
os alunos a respeito da participação dele na Revolução Haitiana e ressalte a sua origem social
e o protagonismo dos negros no movimento de independência do Haiti.

Imagem 1: Toussaint Louverture Imagem 2: Mapa Político da América central

Fonte: (COMMONS WIKIMEDIA, 2011) Fonte: (COMMONS WIKIMEDIA, 2014)

Em seguida apresente aos estudantes o poema “To Toussaint L’Ouverture” escrito por William
Wordsworth sobre o líder da Revolução Haitiana Toussaint L’Ouverture. Trabalhe com eles a
imagem que o poeta constrói sobre Toussaint L’Ouverture e converse sobre a penalidade que
foi aplicada estabeleça correspondências em outros movimentos da América.

Dica!
Essa aula pode se tornar interdisciplinar com as disciplinas de Língua Inglesa e Literatura. O
professor(a) de Língua Inglesa pode se debruçar sobre os aspectos linguísticos do idioma
inglês, o professor(a) de literatura sobre os aspectos literários do poema e o professor(a) de
História sobre a perspectiva histórica e o contexto de criação do poema.

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To Toussaint L’Ouverture (1803) To Toussaint L’Ouverture (1803)
William Wordsworth William Wordsworth

Toussaint – the most unhappy of men! – Toussaint – o mais infeliz dos homens! –
Whether the rural milkmaid by her cow Se a leiteira rural por sua vaca
Sing in thy hearing, or though liest now Cante em seus ouvidos, ou embora você
Alone in some deep dungeon’s earless esteja agora
den, Sozinho no covil sem ouvidos de alguma
Oh miserable Chieftain, where and when masmorra profunda,
Wilt thou find patience? Yet die not! Do Oh miserável Chieftain, onde e quando
thou Encontrarás paciência? No entanto, não
Wear rather in thy bonds a cheerful brow; morra! você
Though fallen thyself, never to rise again, Use antes em teus laços uma fronte alegre;
Live, and take comfort! Thou hast left Embora caído, para nunca mais se levantar,
behind Viva e tenha conforto! Você deixou para
Powers that will work for thee – air, earth, trás
and skies – Poderes que trabalharão para ti – ar, terra
There’s not a breathing of the common e céus –
wind Não há uma respiração do vento comum
That will forget thee! Thou hast great Isso vai te esquecer! Tens grandes aliados:
allies: Teus amigos são exultações, agonias,
Thy friends are exultations, agonies, E o amor, e a mente invencível do homem.
And love, and man’s unconquerable mind.
WORDSWORTH, 1803.

Finalize a aula fazendo uma explanação sobre a Revolução Haitiana, destaque os grupos
sociais envolvidos, as ideias que inspiraram o movimento e os seus desdobramentos políticos
e sociais. Peça para os alunos como trabalho de casa que pesquisem por reportagens e
imagens do Haiti e as tragam para sala de forma impressa na próxima aula.

AULA 3
Professor(a), inicie a aula retomando o que foi dito na aula anterior e conferindo as imagens e
reportagens que os estudantes trouxeram sobre o Haiti. Dialogue com a turma sobre as visões
e narrativas que as imagens e reportagens criam sobre o país e conecte com as entrevistas
que foram feitas e com o que foi estudado na aula anterior sobre a Revolução Haitiana.
Conduza o debate de forma a fazer a turma compreender que existem muitos estereótipos
sobre o país e compare o que é impresso nas imagens e reportagens com a história de
independência e o pioneirismo que o Haiti representa para a História da América.
Após essa retrospectiva inicial, convide os estudantes a realizarem uma intervenção na escola
por meio de um sarau sobre a Revolução Haitiana. Para isso utilize a literatura de cordel para
informar a comunidade escolar sobre o que foi esse movimento, suas especificidades e
divulgar essa informação, dando um retorno para a comunidade da entrevista que foi
realizada na aula 1.
Para isso apresente aos estudantes o que é a literatura de cordel, mostre imagens de como
funciona e de como é o livro de cordel e os poemas que estão escritos, se você professor(a),
tiver em casa um livro de cordel leve para que os estudantes possam visualizá-los fisicamente,
caso não tenha utilize imagens e apresente o vídeo a seguir para exemplificar para a turma.

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Ressalte as características desse tipo de literatura, que além de divertir tem a função de
informar o leitor, usa linguagem popular, se baseia na oralidade e por vezes apresenta críticas
à sociedade ou a algum tema específico.

Dica!
Essa atividade pode ser desenvolvida de forma interdisciplinar com o professor(a) de
literatura.

Disponibilize aos estudantes o material necessário para a produção dos livretos, pode ser
utilizado folha colorida A4 e peça para que os estudantes façam a ilustração da capa. Após os
trabalhos finalizados pendure os livretos em varais, típicos da literatura de cordel, no pátio da
escola ou em algum lugar onde passa toda a comunidade escolar. Separe alguns minutos
durante o intervalo para que os estudantes possam ler para a comunidade escolar os poemas
que escreveram e deixe-os em exposição para que a comunidade escolar possa ler e adquirir
informações sobre a Revolução Haitiana.

→ Literatura de Cordel.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pGLqxe1yjF8.

Exemplo de Poema de Cordel:


O Poeta da Roça – Patativa do Assaré Imagem 3: Literatura de Cordel

Sou fio das mata, cantô da mão grosa


Trabaio na roça, de inverno e de estio
A minha chupana é tapada de barro
Só fumo cigarro de paia de mio

Sou poeta das brenha, não faço o papé


De argum menestrê, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola
Cantando, pachola, à percura de amô
Fonte: (COMMONS WIKIMEDIA, 2010)
Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá

Meu verso rastero, singelo e sem graça


Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito
Disponível em: https://www.culturagenial.com/cordel-
nordestino-poemas/.

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RECURSOS:
Computador, projetor, caixa de som, papel impresso.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), avalie a participação dos alunos nas atividades propostas, envolvimento,
desempenho e o material produzido para o sarau, os poemas, ilustrações e as apresentações.

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ATIVIDADES
1 – Observe as manchetes abaixo:

Imagem 4: Manchete de jornal

(Fonte: PRESSE, 2022)

Imagem 5: O maior revolucionário das Américas

(Fonte: HARAREESINGH, 2021).

a) Compare as manchetes das duas reportagens. Qual a visão que cada uma expressa
sobre o Haiti?
b) Faça uma pesquisa sobre a história do movimento de independência do Haiti e pesquisa
a situação atual do Haiti, em seguida escreva um texto explicando por meio de
argumentos históricos a situação atual do Haiti e compare a Revolução Haitiana.
Apresente o seu texto ao seu professor(a) e o leia para a turma. Mínimo de 15 linhas.

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REFERÊNCIAS
ASSERÉ, Patativa do. O poeta da roça. [s.l.: s.d.] Disponível em:
https://www.culturagenial.com/cordel-nordestino-poemas/. Acesso em: 13 mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História,
Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica -
documentos de referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018.
Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de
_referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Literatura de Cordel. [s.l]. 6 de abr. 2010. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Literatura_de_cordel.jpg. Acesso em: 13 mar. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Mapa Político da América Central. [s.l.]. 23 de set. 2015.
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=mapa+politico+da+america+central&titl
e=Special:MediaSearch&go=Go&type=image . Acesso em: 16 fev. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Toussaint Louverture. [s.l.]. 17 de agosto de 2011. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Toussaint_louverture.jpg. Acesso em: 17 mar. 2023.
HARAREESINGH, Sudhir. O maior revolucionário das Américas: Louverture. Jornal Nexo.
1 de set. 2021. Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/estante/trechos/2021/09/10/%E2%80%98O-maior-
revolucion%C3%A1rio-das-Am%C3%A9ricas%E2%80%99-Louverture. Acesso em: 13 mar.
2023.
CANAL IURI FARIAS. Literatura de Cordel. [s.l.: s.d.]. 1 vídeo ( 4:35 min). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=pGLqxe1yjF8. Acesso em: 16 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional
de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento
_curricular_mg.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental -
anos finais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em:
05 fev. 2023.
PRESSE, Franco. Um ano após assassinato de presidente do Haiti, investigação está
paralisada. G1 Globo. 08 de jul. 2023. Disponível em:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/07/08/um-ano-apos-assassinato-de-presidente-do-
haiti-investigacao-esta-paralisada.ghtml. Acesso em: 13 mar. 2023.
WORDSWORTH, William. To Toussaint L’Ouverture. [s.l.]. 1803. Disponível em :
https://www.poetrybyheart.org.uk/poems/to-toussaint-louverture. Acesso em: 13 mar. 2023.

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UNIDADE TEMÁICA:
Os Processos de Independência da América.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Os caminhos até a (EF08HI12) Caracterizar a organização política e social no Brasil
independência do Brasil desde a chegada da Corte portuguesa, em 1808, até 1822 e
seus desdobramentos para a história política brasileira.
(EF08HI11) Identificar e explicar os protagonismos e a atuação
de diferentes grupos sociais e étnicos nas lutas de
independência no Brasil, na América espanhola e no Haiti.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: De 1808 a 1822: A Chegada da Corte Portuguesa à Independência do
Brasil.
DURAÇÃO: 4 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), para trabalhar as habilidades elencadas acima, utilize o recurso audiovisual para
enriquecer o conteúdo e despertar o senso crítico dos estudantes, use o filme como uma fonte
histórica para compreender a narrativa que foi criada do passado assim como a sociedade que
o produziu. Estimule os estudantes ao debate e à compreensão de que as imagens históricas
são construções feitas sobre o passado e refletem uma imagem que as pessoas ou o país tem
de si mesmo. Não somente, utilize o filme para que os estudantes possam compreender as
divisões sociais e os atores que atuaram no cenário político entre 1808 e 1822 e que foram
agentes fundamentais no processo de independência do Brasil.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULAS 1 E 2
Professor(a), utilize as aulas 1 e 2 para exibir aos estudantes o filme Carlota Joaquina,
Princesa do Brasil de 1995, direção de Carla Camurati, classificação indicativa 14 anos. Após o
término da exibição do filme peça aos estudantes que façam como dever de casa uma
pesquisa abordando os pontos elencados a seguir para a próxima aula:
1. O que ocorreu no Brasil entre 1808 e 1822? Quais as relações com o filme?
2. Quais ações foram tomadas por D. João quando chegou ao Brasil? As suas atitudes são
correspondentes à imagem que é passada dele no filme?
3. Qual a data da produção do filme?
4. O que estava acontecendo no Brasil no período em que o filme foi produzido e exibido?
5. De alguma forma o que estava acontecendo no país influenciou a visão que o filme
passa sobre a História do Brasil?
6. De que maneira a presença da família real portuguesa no Brasil impactou o movimento
de independência do Brasil?

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Dica!
Professor(a), você pode acessar a plataforma Stremio para assistir o filme Carlota
Joaquina, Princesa do Brasil gratuitamente e reproduzi-lo para turma. Para acessar a
plataforma use o link a seguir e faça o download em seu computador, celular ou tablet.
Disponível em: https://www.stremio.com/translation/br/.

AULA 3
Inicie a aula retomando com a turma o filme que foi exibido na aula anterior e forme uma
roda com os estudantes. Inicie o debate exibindo o seguinte vídeo da historiadora Lilian
Schwarcz em entrevista para a rede de televisão CNN na ocasião das comemorações do
Bicentenário da Independência do Brasil “CNN no Bicentenário: A Chegada da Família Real
Portuguesa ao Brasil”, disponível no link:
→ CNN no Bicentenário: A Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=N7IZRwO3mm8.

A partir do filme exibido, da pesquisa que os estudantes fizeram em casa e do vídeo da


historiadora, proponha um debate sobre o filme, conduza a turma a refletir sobre a visão
estereotipada e cômica que é construída sobre a História do Brasil e os personagens históricos
que atuaram no cenário político de 1808 a 1822, procure relacionar a visão expressada no
filme com os eventos que ocorreriam no Brasil nos primeiros cinco anos da década de 1990,
em especial, o Impeachment do ex-presidente Collor e a incredibilidade política pela qual
passava o país, reforce que as imagens históricas são construções do presente e refletem a
nossa visão sobre nós mesmos.
Utilize o filme para falar com os estudantes sobre os grupos sociais que atuaram na política
brasileira entre 1808 e 1822, a elevação do Brasil do Reino Unido a Portugal e as ações de D.
João no Brasil: criação do Banco do Brasil, Jardim Botânico, Bibliotecas, Universidades,
abertura dos portos às nações amigas, Imprensa Régia, missões artísticas e relacione esses
eventos com a presença da Corte no Brasil e a deflagração da Independência do Brasil. Não
utilize o filme como um exemplo do que era entre 1808 e 1822, mas a partir dele reflita com a
turma sobre o que ocorreu naquele contexto, quais as ações tomadas por Dom João, os
significados da vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, as consequências da elevação
do Brasil a reino unido à Portugal, os grupos sociais que atuavam no cenário político. Use o
filme como um estímulo para atrair os estudantes para o conteúdo e criar curiosidade sobre o
que ocorreu no início do século XIX no Brasil.

AULA 4
Inicie a aula retomando o que foi trabalhado na última aula e apresente aos estudantes o
tema da aula: “Independência do Brasil”. Comece o diálogo lembrando-os que ano passado,
em 2022, comemorou-se o Bicentenário da Independência do Brasil. Pergunte aos alunos
como foi comemorado o bicentenário? Eles viram alguma coisa a respeito? O que?
Participaram de algum tipo de comemoração do bicentenário? Em seguida apresente a tela
“Independência ou Morte” de Pedro Américo e faça uma análise da obra junto com a turma,
atente-se os agentes representados na imagem, quem são os protagonistas da ação, a
representação que foi dada a Dom Pedro I e não se esqueça de destacar que a tela foi
produzida 64 anos depois de deflagrada a Independência, ou seja, alerte-os de que a tela não
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pode ser tomada como uma representação fidedigna do ocorrido. Enfatize que as imagens são
sempre construções premeditadas para transparecer alguma ideia específica, logo, não são
neutras e isentas de parcialidade.

Imagem 1: Independência ou Morte – Pedro Américo - 1888

Fonte: (COMMONS WIKIMEDIA., 2018)

Após concluir a análise do quadro com a turma associando aos eventos relacionados ao
processo de Independência do Brasil apresente para a turma a entrevista da historiadora Lilia
Schwarcz para o canal do youtube e podcast Corte da Inteligência, que pode ser acessado
através do link:
→ A Verdadeira História da Independência do Brasil.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MFGWYX6PxrI.

Instigue os estudantes a pensar sobre o processo de Independência e as suas consequências


para os dias atuais a partir da leitura de um trecho de uma entrevista da historiadora Lilia
Schwarcz, converse com os estudantes se a Independência foi para todos os grupos sociais e
os indague com a seguinte questão: “Somos de fato independentes?”

Lilia Schwarcz: “penso uma independência mais inclusiva, que diga


respeito a todes"
[...]
De que independência(s) estamos ou deveríamos estar falando neste 7 de setembro?
Essa é uma data que tem sido muito contestada, porque não é a única data da
Independência. Foi um episódio de meada, mas não um episódio final. É preciso
pensar que a Independência é um processo, que pode ter começado com a
Conjuração dos Alfaiates, com a Conjuração Mineira, passou pela Revolução Praieira
de 1817 e não termina no 7 de setembro. Até porque, durante toda a década de
1820, a Independência era comemorada em 10 de outubro, dia da aclamação e
coroação de dom Pedro.

23
O 7 de setembro foi sendo forjado a partir de 1830, para dar proeminência à
monarquia e a Dom Pedro. Mas o que importa é que a data passou por vários
sequestros, várias mudanças de sentido. A festa sempre foi uma festa civil, uma
festa republicana, na qual os estudantes iam para as ruas, as famílias faziam
piquenique, tinha balões, tinha bandas. Desde 1972, quando se celebrou os 150
anos da Independência, em plena ditadura militar, a festa civil foi sequestrada pela
festa militar.
O que é importante a gente pensar agora, em 2022, é que essa precisa ser uma
festa da sociedade civil brasileira, na qual somos conclamados para pensar em
liberdade e independência no plural. Que liberdade queremos comemorar? Que
independência podemos imaginar para o futuro?
Eu, pelo menos, penso uma Independência muito mais plural, muito mais inclusiva e
que diga respeito a todes nós, brasileiros. Aos homens, é claro, mas também ao
protagonismo das mulheres, das pessoas negras, indígenas, da comunidade
LGBTQIA+ e tantas outras pessoas que foram silenciadas por nosso processo
histórico, que agora aparecem – ainda bem – na agenda brasileira.[...] (SCHWARCZ,
2022).

Professor(a), reserve alguns minutos finais da aula para destacar o papel das mulheres no
processo de Independência do Brasil, destaque a importância da Imperatriz Leopoldina no
processo de independência e nas tramitações políticas que envolveram o processo. Para isso
leia com a turma um trecho da reportagem abaixo:

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E A IMPERATRIZ LEOPOLDINA: Uma mulher


assinou o decreto da Independência do Brasil
Pouca gente sabe que era Leopoldina quem ocupava a regência do Brasil colonial,
quando Pedro I fez sua famosa viagem à província de São Paulo, em 1822, e que
culminou com a proclamação da Independência no dia 7 de setembro. A princesa
Leopoldina estava no comando do reino desde o dia 13 do mês anterior, oficialmente
nomeada por decreto assinado pelo príncipe D. Pedro.
Se ainda causa espanto saber que uma mulher já dirigiu o Brasil, por quase um mês,
na época do Império, ainda mais surpreendente é descobrir que Dona Leopoldina
despachava, isto é, resolvia os assuntos políticos, no lugar do marido.
Foi Leopoldina quem convocou em sessão extraordinária o ”Conselho de Estado” –
formado pelos ministros e conselheiros do reino-, no dia 2 de setembro de 1822, no
Paço da Boa Vista, no Rio de Janeiro. E foi ela que decidiu, junto com os ministros,
pela separação definitiva entre o Brasil e Portugal. Em outras palavras: a
independência brasileira foi proclamada, no papel, pela princesa Leopoldina, cinco
dias antes de Dom Pedro desembainhar a espada e dar seu famoso grito: “É tempo!
Independência ou Morte!”
Em agosto de 1822, os brasileiros já estavam cientes de que Portugal pretendia
chamar D. Pedro de volta, rebaixando o Brasil, de Reino Unido para voltar a ser uma

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simples colônia além-mar.
Com o aparecimento de uma guerra civil que pretendia separar a Província de São
Paulo do resto do Brasil, D. Pedro passou o poder do reino no Brasil à Dona
Leopoldina no dia 13 de Agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de Estado
e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o
país durante a sua ausência.
A Princesa Regente Leopoldina recebeu notícias que Portugal estava preparando uma
ação militar de invasão contra o Brasil, e sem tempo para aguardar a chegada de D.
Pedro, Leopoldina, aconselhada por José Bonifácio e usando de seus atributos de
chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de Setembro de 1822 com o
Conselho de Estado, assinando o Decreto da Independência, declarando o Brasil
separado de Portugal.
José Bonifácio convocou o oficial de sua confiança, Paulo Bregaro, para levar a sua
carta e a de Leopoldina para D. Pedro, que estava em São Paulo. Paulo Bregaro
encontrou-se com o Príncipe e a sua comitiva nas margens do riacho Ipiranga, no dia
7 de setembro. Das cartas, a mais enfática era de D. Leopoldina: “O pomo está
maduro, colhe-o já, senão apodrece”, escreveu ela. E, ao ler as cartas sobre os
acontecidos, D. Pedro I, referendando a medida tomada pela Princesa Regente,
proclamou a Independência do Brasil.
Enquanto se aguardava o retorno de Pedro, Leopoldina, governante interina de um
Brasil já independente, idealizou a Bandeira do Brasil, em que misturou o verde da
família Bragança com o amarelo-ouro da família Habsburgo. (CÂNDIDO, 2022).

RECURSOS:
Computador, projetos, caixa de som, papel impresso.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), avalie a participação dos estudantes nas atividades e nos debates propostos em
sala. Proponha aos mesmos a produção de um texto em que eles deverão reescrever a
história da Independência do Brasil, os estimule a criar uma visão crítica sobre o evento e a
desenvolver o próprio ponto de vista. Estipule o mínimo de 20 linhas.

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ATIVIDADES
1 – Em 1808 chegava ao Brasil a Corte Portuguesa fugindo da invasão de Napoleão Bonaparte
a Portugal. Junto com a Corte também veio uma série de medidas responsáveis por
proporcionar maior liberdade ao Brasil e abrir caminhos para quem em 1822 fosse deflagrada
a Independência do Brasil. Dom João VI foi um personagem importante nesse trâmite, a sua
chegada ao Brasil, assim como o seu retorno para Portugal, 13 anos depois, deixando seu filho
D. Pedro no Brasil, foi fundamental para que a Independência no Brasil ocorresse da forma
como foi.
Imagem 2: Retrato de Dom João VI

(Fonte: COMMONS WIKIMEDIA, [s.d]).

a) DESCREVA o processo iniciado em 1808 que deflagrou na Independência do Brasil.


b) APRESENTE os grupos sociais que participaram do processo de independência do Brasil
e explique as suas intenções com o processo.
c) CITE as medidas tomadas por Dom João VI ao chegar em terras brasileiras que
permitiram a modernização do Brasil.

2 – Observe o quadro:
Imagem3: Independência ou Morte – Pedro Américo - 1888

(Fonte: COMMONS WIKIMEDIA, 2018)


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Em 1888 Dom Pedro II, filho de Dom Pedro I, encomendou a Pedro Américo uma tela que
retratasse a Independência do Brasil, desde então a tela Independência ou Morte entrou no
imaginário nacional como uma imagem fidedigna do que ocorreu em 1822.

a) ANALISE a imagem da independência é expressa na tela.


b) CITE os grupos sociais que estão representados na tela. Eles fizeram parte do processo
de independência do Brasil? Explique.
c) EXPLIQUE com que finalidade Dom Pedro II encomendou a tela a Pedro Américo.
d) DIFERENCIE o processo de independência brasileiro com as independências da América
Espanhola e do Haiti.

27
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História,
Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica -
documentos de referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018.
Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de
_referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
CÂNDIDO, Francisco. Independência do Brasil e a Imperatriz Leopoldina: Uma mulher
assinou o decreto de Independência do Brasil. Folha BV. 07 de setembro de 2022. Disponível
em: https://folhabv.com.br/coluna/INDEPENDENCIA-DO-BRASIL-E-A-IMPERATRIZ-
LEOPOLDINA/14518#:~:text=Foi%20l%C3%A1%20que%20 a%20 princesa,fim%20do%20
Imp%C3%A9rio%20no%20Brasil. Acesso em 14 mar. 2023.
CNN BRASIL. CNN no Bicentenário: A Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil. [s.l.:
s.d]. 1 vídeo ( 2:41 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=N7IZRwO3mm8.
Acesso em: 17 mar. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Independência ou Morte. Pedro Américo, 1888. 4 de maio de
2018. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pedro_Am%C3%A9rico_-
_Independ%C3%AAncia_ou_Morte_-_Google_Art_Project.jpg. Acesso em: 14 mar. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Retrato de Dom João VI. [s.d]. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=dom+jo%C3%A3o+vi&title=Special:Me
diaSearch&go=Go&type=image. Acesso em: 14 mar. 2023.
CORTES DO INTELIGÊNCIA. A Verdadeira História da Independência do Brasil. [s.l.]. 23 de
fevereiro de 2023. 1 vídeo (9:03 min). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=MFGWYX6PxrI. Acesso em: 14 mar. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
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de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento
_curricular_mg.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental -
anos finais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em:
05 fev. 2023.
SCHWARCZ, Lilia. Penso uma independência mais inclusiva, que diga respeito a todes. Fast
Company Brasil. Entrevista cedida a Claudia Penteado. 07 de setembro de 2022. Disponível
em: https://fastcompanybrasil.com/esg/lilia-schwarczpenso-uma-independencia-mais-
inclusiva-que-diga-respeito-a-todes/. Acesso em: 14 mar. 2023.

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UNIDADE TEMÁICA:
Os Processos de Independência na América.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A tutela da população (EF08HI14X) Discutir a noção da tutela dos grupos indígenas e a
indígena, a escravidão
participação dos negros na sociedade brasileira do final do período
dos negros e a tutela
colonial, identificando permanências na forma de preconceitos,
dos egressos da
estereótipos e violências sobre as populações indígenas e negras
escravidão.
no Brasil, bem como para as populações quilombolas e indígenas
de Minas Gerais, e nas Américas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Protagonismo, participação e resistência da população preta no período
colonial.
DURAÇÃO: 2 aulas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor(a), para desenvolver a habilidade enunciada acima procure mostrar aos estudantes
o protagonismo dos povos negros na História do Brasil para romper com o imaginário de uma
história pacifica e da submissão desse grupo ao governo colonial. Para isso, iremos recuperar
revoltas de escravizados para evidenciar a luta dos negros por direitos e reconhecimento.

B) DESENVOLVIMENTO:
AULA 1
Professor(a), inicie a aula apresentando aos estudantes a tela de Debret “Execução do Castigo
do Açoite” do século XIX, explique para a turma o contexto de produção da tela. Lembre-se
que Debret foi um pintor francês que veio ao Brasil junto da Missão Artística Francesa, a
convite de Dom. João VI, para retratar as características do Brasil e criar a Academia de Belas
Artes. Ao retornar à Europa, Debret publicou o livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil com
imagens das telas que ele produziu enquanto estava em viagem, fruto da sua observação da
sociedade colonial brasileira.
Imagem1: Execução do Castigo do Açoite – Debret

Fonte: (COMMONS WIKIMEDIA, [s.d.])

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Professor(a), estimule os estudantes a refletirem sobre a imagem, os indague sobre o
contexto de produção e as intenções do artista com a obra, ressalte que não existe imagem
neutra, e assim como qualquer texto, a imagem também carrega intencionalidade. Reflita com
os estudantes sobre o castigo que está sendo aplicado, o fato de estar sendo aplicado em
praça pública e o comportamento dos negros que estão presentes na cena assistindo o
acontecido. Qual a imagem da população negra que a tela expressa? Eles possuem
autonomia? Qual reação deles em relação ao castigo aplicado?
Em seguida entregue para os estudantes o texto sobre revoltas escravas no Brasil e confronte
as narrativas com a turma. Ressalte o protagonismo e ação dos povos negros que foram
apagados pela História. Por fim questione a turma: Porque temos uma visão de uma história
pacífica que pouco fala das lutas dos povos negros pelo reconhecimento e conquista de
direitos?

Revoltas Escravas no Brasil do século XIX


1807 - Salvador e Recôncavo, BA
Em maio, escravizados haussá projetam um levante para o dia de Corpus Christi em
vários bairros de Salvador e engenhos do Recôncavo. Em Santo Amaro, os rebeldes
diziam ter um “embaixador”. Quando o movimento foi desmontado, foram
encontrados arcos, flechas e um tambor.
1809 - Salvador e Recôncavo, BA
Em janeiro, escravizados haussás fogem em massa da capital e de Nazaré das
Farinhas. Entre dezenas de mortos e feridos, mais de 100 rebeldes são presos.
1814 - Salvador, BA
Em fevereiro, quilombolas e escravizados das armações de pesca, perto de Itapuã,
atacam a Vila de Itapoá. De maioria haussá, incluindo cinco mulheres, eles
marcharam em direção ao Recôncavo, incendiando mais de uma centena de
engenhos, plantações e casas. Liderada pelo muçulmano de malomi João e pelo
liberto Francisco Cidade, a revolta se estendeu até maio e deixou um saldo de mais
de 50 mortos.
Recife, PE
Revolta envolvendo trabalhadores urbanos escravizados e libertos. Planejada para 29
de junho, dia do Espírito Santo, tinha entre suas lideranças o liberto Domingos do
Carmo, “rei do Congo e de todas as nações do gentio da Guiné”.
1816 - Salvador e Recôncavo, BA
Em fevereiro, outra revolta fecha o ciclo de rebeliões haussás. Escravizados dos
engenhos de Santo Amaro e São Francisco do Conde botam fogo em fazendas de
cana e casas da região.
1822 - Salvador, Itaparica e São Mateus, BA
Em maio, 250 escravizados do engenho Boa Vista se levantam em Itaparica. Em
dezembro do mesmo ano, escravizados atacam tropas brasileiras estacionadas em
Mata Escura e Saboeiro, freguesia de Pirajá e cerca de 50 deles são fuzilados pelo
general Pierre Labatut. [...] (MOTA, 2021)

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Professor(a), enfatize que existiram várias formas de resistência dos escravizados: a formação
de quilombos, a manutenção das tradições culturais, linguísticas e religiosas, assim como as
revoltas. Evidencie que os povos negros não passaram inertes por esse período, mas lutaram,
resistiram e foram fundamentais para a formação do Brasil. Não se esqueça de enfatizar com
a turma a discussão sobre a mudança de vocabulários pejorativos e racistas, como exemplo:
ovelha negra, a coisa está preta, denegrir, criado-mudo, disputar a nega. Utilize o seguinte
vídeo “Tire o Racismo do Seu Vocabulário” , do canal Unilasalle para abrir o debate. Explique o
contexto em que essas expressões foram criadas e fale sobre a necessidade de nos
comprometermos com essa mudança.
→ Tire o Racismo do seu vocabulário.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rXhodki0o7U.

Dica!
Professor(a), para saber mais sobre o assunto e conhecer outras expressões racistas
você pode acessar a cartilha disponibilizada no seguinte link:
https://sedh.es.gov.br/Not%C3%ADcia/novembro-negro-conheca-algumas-expressoes-
racistas-e-seus-significados.

AULA 2
Professor(a), nessa aula leve os estudantes para a sala de informática da escola e proponha o
jogo Detetives do Passado. O jogo permite que os estudantes desvendem casos históricos e se
aproximem das fontes históricas, compreendam a sua importância para o historiador e para a
construção da História, assim como permite que eles desconstroem imagens pré-concebidas
de alguns momentos históricos. Nessa aula você irá trabalhar com a turma o caso 1, sobre a
revolta de escravos no Engenho de Santana. Esse caso, em específico, permite que os alunos
compreendam o protagonismo dos povos negros e a sua luta por direitos e reconhecimento no
final do período colonial.
→ Para jogar acesse: http://www.numemunirio.org/detetivesdopassado/caso1.html.

RECURSOS:
Computador, projetor, papel impresso.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), avalie a participação dos alunos no debate, o envolvimento com as questões
propostas e com o jogo Detetives do Passado. Proponha aos alunos a produção de um
minidicionário revendo palavras e expressões racistas que foram naturalizadas no nosso
vocabulário. Peça para que os estudantes pesquisem por palavras e expressões racistas e
proponha novas denominações que não sejam pejorativas. Ao final dos trabalhos reúna todas
em ordem alfabética em um livreto e o deixe disponível na biblioteca da escola para consulta
dos alunos e da comunidade escolar.

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ATIVIDADES
1 – Leia os texto a seguir e responda as questões:

Texto I : A Carne – Elza Soares


A carne mais barata do mercado é a carne negra
[...]
Que vai de graça pro presídio
E para debaixo do plástico
Que vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquiátricos
[...]
A carne mais barata do mercado é a carne negra (diz aí!)
Que fez e faz história
Segurando esse país no braço, mermão
O cabra aqui não se sente revoltado
Porque o revólver já está engatilhado
E o vingador é lento
Mas muito bem intencionado
E esse país vai deixando todo mundo preto
E o cabelo esticado
Mas, mesmo assim
Ainda guardo o direito de algum antepassado da cor
Brigar sutilmente por respeito
Brigar bravamente por respeito
Brigar por justiça e por respeito (pode acreditar)
De algum antepassado da cor
Brigar, brigar, brigar, brigar, brigar
(Se liga aí!)
A carne mais barata do mercado é a carne negra
(Na cara dura, só serve o não preto)
A carne mais barata do mercado é a carne negra
A carne mais barata do mercado é a carne negra
(Na cara dura, só serve o não preto)
A carne mais barata do mercado é a carne negra

Disponível em: https://www.letras.mus.br/elza-soares/281242/.

Texto II
“Meu povo seguiu rumando de um canto para outro, procurando trabalho. Buscando
terra e morada. Um lugar onde pudesse plantar e colher. Onde tivesse uma tapera
para chamar de casa. Os donos já não podiam ter mais escravos, por causa da lei,
mas precisavam deles. Então, foi assim que passaram a chamar os escravos de
trabalhadores e moradores. Não poderiam arriscar, fingindo que nada mudou,
porque os homens da lei poderiam criar caso. Passaram a lembrar para seus
trabalhadores como eram bons, porque davam abrigo aos pretos sem casa, que
andavam de terra em terra procurando onde morar. Como eram bons, porque não
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havia mais chicote para castigar o povo. Como eram bons, por permitirem que
plantassem seu próprio arroz e feijão, o quiabo e a abóbora. A batata-doce do café
da manhã. “Mas vocês precisam pagar esse pedaço de chão onde plantam seu
sustento, o prato que comem, porque saco vazio não fica em pé. Então, vocês
trabalham nas minhas roças e, com o tempo que sobrar, cuidam do que é de vocês.
Ah, mas não pode construir casa de tijolo, nem colocar telha de cerâmica. Vocês são
trabalhadores, não podem ter casa igual a dono. Podem ir embora quando quiserem,
mas pensem bem, está difícil morada em outro canto”. (JÚNIOR, 2019. p. 204-205).

Os textos apresentados acima refletem contexto geográficos distintos, mas ambos denunciam
a situação da população preta após a abolição da escravatura.

a) APRESENTE a condição histórica da população preta no Brasil do período colonial aos


dias atuais. O que mudou e o que permaneceu?
b) EXPLIQUE através de argumentos históricos a permanência de desigualdades,
preconceitos e estereótipos em relação à população preta.
c) A partir do que foi estudado sobre as desigualdades, preconceitos e estereótipos que
sofre a população preta, elabore uma medida que pode ser adotada para reverter essa
situação histórica e a apresente para a turma.

2 – Leia os textos e responda ao que se pede:

Texto I
Imagem 2: Manchete de Jornal

(Fonte: O TEMPO, 2023)

Texto II
Louvação a Oxum – Maria Bethânia
[...]
Orarei a Oxum
Que adoro Oxum
Sei que sim
Xinguinxi comigo
Orarei a Oxum
Que adoro Oxum
Sei que sim
Xinguinxi comigo
[...] BETHÂNIA, [s.d].

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Atualmente o Brasil registra elevados índices de denúncia de racismo e de intolerância
religiosa. O elevado número pode ser consequência do aumento da discriminação mas
também pode ser sintomático da tomada de consciência da população de situações e ações
que são enquadradas como racistas e intolerantes. Associando esses dados com os
conhecimentos adquiridos em sala responda às questões propostas:

a) EXPLIQUE a relação entre a preservação e o respeito às religiões de matriz africana


com a identidades das populações afrodescendentes.
b) A manutenção das religiões de matriz africana pode ser considerada um ato de
resistência? Explique.
c) Pesquise se existe na cidade em que você mora algum monumento que faz referência
às religiões de matriz africanas. Se sim, qual? Qual a importância da sua preservação?

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REFERÊNCIAS
BETHÂNIA, Maria. Louvação a Oxum. Letras. Disponível em:
<https://www.letras.mus.br/maria-bethania/710173/>. Acesso em: 13 mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História,
Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Avaliação da Educação Básica -
documentos de referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018.
Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de
_referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
CANAL UNILASALLE. Tire o Racismo do Seu Vocabulário. 1 vídeo (2:34 min). 19 de novembro
de 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rXhodki0o7U. Acesso em: 17
mar. 2023.
COMMONS WIKIMEDIA. Execução do Castigo do Açoite. [s.d.]. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=debret&title=Special:MediaSearch&go=
Go&type=image. Acesso em: 15 mar. 2023.
GOMES, Flávio dos Santos. A Hidra e os Pântanos: Mocambos, Quilombos e Comunidades
de Fugitivos no Brasil (séculos 17-19). Rio de Janeiro: Polis, 2005.
JÚNIOR, Itamar Viera. Torto Arado. São Paulo: Todavia, 1ª ed., 2019. P. 204-205
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional
de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/curriculos_estados/documento
_curricular_mg.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental -
anos finais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em:
05 fev. 2023.
MOTA, Isadora. Revoltas Escravas no Brasil do século XIX. Jornal Nexo. 31 de maio de 2021.
Disponível em: https://pp.nexojornal.com.br/linha-do-tempo/2021/Revoltas-escravas-no-
Brasil-do-s%C3%A9culo-19. Acesso em: 15 mar. 2023.
REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês em 1835. Ed.
rev. e ampliada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
SIQUEIRA, Juliana. FÓRNEAS, Vitor. Em apenas três anos, intolerância religiosa cresce 173%
no Brasil. Jornal O Tempo. 27 de fevereiro de 2023. Disponível em:
https://www.otempo.com.br/cidades/em-apenas-tres-anos-intolerancia-religiosa-cresce-173-
no-brasil-1.2820370. Acesso em: 15 mar. 2023.
SOARES, ELZA. A Carne. Disponível em: https://www.letras.mus.br/elza-soares/281242/.
Acesso em: 17 mar. 2023.

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