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José

Vocação para Transformar Tragédias em Bênçãos


Texto Gênesis 37-45
"O trajeto mais curto entre o nada e o sucesso
muitas vezesé a tribulação"
PERSONAGENS
José: Em hbyôseph significa queEle (Deus) adicione(filhos).Primeiro filho dc
Raquel (Gn 30:24) e o preferido do pai Jacó. Depois de vendido como escra_
vo pelos irmãos para o Egito, foi injustamente acusado e posteriormente ele_
vado ao posto de governador. Foi instrumento de Deus para preservação da
vida do seu povo. Morreu aos 110 anos e foi embalsamado segundo os costu_
mes egípcios. Teve dois filhos, Efraim e Manassés, cujas tribos são também
conhecidas por "casa de José". Recebeu a bênção de Jacó (Gn 49:22-26)e
Moisés (Dt 33:13-16).Viveu durante o período dos hicsos.
Rubem: Em hb re'ubhensignifica o Senhorolhoua minha aflição.Primogénito
de Jacó e Lia. Tinha muitas qualidades, porém cometeu o desatino do inces-
to com Bila, concubina de seu pai (Gn 37:21-29). Era responsável e foi bon-
doso para com José,
Potifar: Não era um nome mas um título: "capitão da guarda", isto é,
da guarda pessoal de faraó.
Faraó: Possivelmente, um dos reis hicsos da XV dinastia. Os hicsos
eram dominadores semíticos vindos de Canaã que se haviam infiltrado no
Egito, subindo a altos cargos de comando e até ao reinado, mediante golpe
de Estado. Governaram 140 anos. Inicialmente, apenas os egípcios tinham
cargos administradores; mais tarde, porém, os semitas naturalizados ocu-
param altos cargos no reino.

INTRODUÇÃO
Era o filho de Jacó com sua amada Raquel, e a preferência de seu pai
gerou ciúme e ódio nos seus irmãos, que planejaram matá-lo. Porém, salvo
por Rubem, foi vendido para o Egito, onde serviu na casa de um alto ofici-
al. A mulher de seu patrão o assediou, mas este, esquivando-se, foi por ela
acusado e, conseqüentemente, preso. Na prisão, ganhou simpatia do carce-
reiro e interpretou sonhos de outros presos. Em face deste episódio,aca-
bou interpretando os sonhos de Faraó, que previu uma grande farturase-
guida de um período de fome no país. At) apresentar soluções administrati-
vas para o problema, José foi feito governador do Egito e ali usado para
preservar a vida de seu povo e dos demais. José é comumente visto como
símbolo de uma vida abençoada e próspera. No entanto, o que percebemos
é queJosé é um vocacionado para transformar tragédias cm bênçãos. Não
fora isto, ele seria um fracasso.

1. TRAJETÓRIAS NA VIDA DE JOSÉ


1.1Da casa do pai à cisterna. José num dia cstava no scio dc sua família,
cercado de cuidados e dc conforto, sentindo-sc
totalmcntc seguro c no
dia seguinte estava jogado numa cistcrna
fria, cscura, na cxpcctativa da
morte.
1.2 Da cisterna ao mercado dc escravos.
Daquclc lugar elc foi Icvado à cs-
cravidão Antes, era homem livre; agora, escravo;
porém, a morte certa
já dera lugar à possibilidade de vida, ainda quc escrava.
1.3Do mercado de escravos ao serviço na casa de
Potifar.Antes, José era
servido; agora, ele servia a outros; porém, encontrou um patrão que o
apreciava.
1.4Do escravo livre ao escravo prisioneiro. Parecia que vida de
a José dera
uma pequena melhora, mas agora piorava tudo de novo, pois ele
estava
preso, acusado de traição e assédio sexual.
1.5De prisioneiro a governador. No entanto, na expectativada condena-
ção,José teve sua vida totalmente revirada, assumindo o cargo de go-
vernador do Egito.

2. A BÊNÇÃO NA VIDA DE JOSÉ APESAR DAS DIFICULDADES


Esta vida marcada por mais dureza do que facilidade é no entanto uma
vidamarcada pela bênção de Deus.
21 Abençoado em casa.José foi abençoadoapesar do ódio e ciúme dos
Irmãos e do amor preferencial do pai, que acabou por prejudicá-lo jun-
to ao resto da famflia (37:6-9).
2.2Abençoado na cisterna.José tinha diante de si uma sentença de morte
maq teve a bênção de ser livre graças à consciência de seu irmão Rubem
(37:20-22).
2.3Abençoado como escravo.José foi vendido no melhor mercado
de escravos do mundo e comprado por um alto oficial de Faraó
(37:28,
2.4Abençoado como mordomo. Apesar de sofrer o assédio da patroa, José
não se corrompeu (39:2-6).
2.5 Abençoado cotno preso. Apesar dos anos frios e escuros do
calabouço
(39:21-23).
2.6 Abençoado cot110homem de Deus. José podia ver o "futuro" ,
pois sua
visão não se restringia à estreiteza da prisão (41:11,15,16).
2.7 Abençoado como governador. Apesar dos tempos de crise,José foi
abençoado na superintendência da maior potência daquela época (41:40)

3.AS MARCAS DO SER HUMANO ABENÇOADO


3.1 Visão. José era um homem que tinha visão do "futuro". (Aí vem o so_
nhador.. ,37: 19.) Ele sabia que Deus tinha algo para ele e cria nisto. Mais
tarde, ele chega ao extremo de dar ordens sobre seus "ossos", pois sa_
bia da promessa de Deus a Abraão e que seu povo não iria permanecer
no Egito (50:25).
3.2 Caráter. José era, antes de tudo, um homem de caráter (37:9-19).Uma
mulher que tinha poder sobre ele tentava-o como homem e pressiona_
va-o como empregado, mas ele não se deixou envolver. Muitas pessoas
no lugar de José usariam as seguintes desculpas: se eu não fizesse, perde-
ria o emprego; se eu recusasse, perderia os amigos, não tinha como re_
sistir ao assédio, era muita tentação etc. Mas nada disto justificavao
pecado, pois José tinha caráter.
3.3 Simpatia (39:21-23).O carcereiro gostou de José. Um pessoa abençoada
irradia simpatia onde quer que esteja.
3.4 Oportunismo oportuno: "Lembra-te de mim" (40:14).José havia feito
um favor ao copeiro-chefe e não perdeu a oportunidade de pedir que
este se lembrasse disto. Uma pessoa abençoada sabe aproveitar as oca-
siões com sabedoria.
3.5 Positividade (41:32-36). Os tempos serão difíceis mas podem ser admi-
nistrados. Deus revelou o sonho aJosé mas ele foi positivo, mostrando
sabedoria ao propor soluções. Uma pessoa abençoada não vê a desgra-
ça com pessimismo mas crê que Deus mostra meios de administrá-la.
3.6 Coragem (41:347-57).Aceitou o maior desafio de seus dias: prevenira
terra da fome.
3.7 Perdão (45:4-5).José perdoou seus irmãos. Uma pessoa abençoadanão
guarda rancor, amargura, nem anseia por vingança.
3.8 Esperança na justiça divina (40:15).José não respondeu
às acusações
nem ficou murmurando revoltado
com Deus e com todos. Tinha cons-
ciência do que lhe havia acontecido e esperou a justiça divina.

CONCLUSÃO
Num país como o nosso e em tempos como este, onde muitas tribula-
ções, incidentes, tentações, riscos nos assolam todos os dias, o único projeto
capaz de dar certo é o de José do Egito. Para isto, devemos lembrar de
alguns de seus princípios.
• Não assuma as dificuldades familiares como irreversíveis.
• Não aceite o ódio como fatal.
• Não caia em túneis sem fim. Se você cair na cisternada depressão, da
angústia, da ansiedade, da frustração, da derrota, saiba que sempre há
um modo de sair dela.
• Não admita a existência de desemprego perpétuo. Mesmo que você
não esteja na posição que desejaria e que poderia ocupar, ou fazendo
aquilo que desejaria e poderia fazer, encare o que lhe aparecer, pois
sempre vai aparecer algo.
• Não tenha medo de crescer de repente. Peça sabedoria a Deus para
lidar com o sucesso.
• Não desperdice oportunidades. Seja oportuno e não oportunista.
• Não acredite que existam situações imutáveis.As tentações e lutas vêm
na proporção da nossa força, e Deus nos dá a graça de enfrentá-las.
de que só os
• Não se assombre diante dos grandes desafios. Lembre-se
capazes são escolhidos e aceitam os desafios.
daqueles que colabora-
• Não se esqueça de onde você veio. Lembre-se
misericórdia.
ram para seu sucesso com gratidão e

CURIOSIDADES
costumeira era sem mangas e até ao joelho. A de José
• Túnica: A túnica sinal de distin-
até os pés. Era um
era de mangas compridas e descia via como
dar a primogenitura a José mas o
çã0. Jacó não podia
Raquel.
primogênito de sua esposa favorita
• Icbrom a Siqucrn: «Adistância cra aproximadamcntc dc
• Dota: Ficava na planície quc separa a terra dc Samaria da serra dc
Carmclo,
• Cisternas: Eram perfuradasna terra com uma cstrcita abertura,c
serviam dc rcscrvatórios dc água para dar dc bcbcr aos rebanhos.
• Ismaclitas c midianitas:Eram negociantes,c os dois grupos des-
ccndiam dc Ismael.
• Vintc ciclos dc prata: Era o quc se pagava pelo salário dc 2 anos e
mcio dc trabalho.
• Acusação (20), sc Potifar rcalmcntc crcssc que José havia feito o de
que cra acusado,teria mandado matá-lo.A providência tomada
parcce um resguardo dc escândalo na família.
• Roubado... Os irmãos não tinham nenhum direito de vendê-lo.
• Prisão: As prisões egípcias cram altamente organizadas. Havia três
tipos dc prisão: cárceres locais; reservas de trabalhos forçados para
atender às necessidades do estado e local para se aguardar julga-
mento. Cada prisioneiro era catalogado em sete títulos, que iam do
dia do seu aprisionamento ao cumprimento ou execução da sen-
tença.
• Honras a José: Anel (concessãode autoridade para promulgarleise
selar decisões). Vestidos de linho fino-shesh (admissão oficial à nobreza
do país e ao sacerdócio), cordão de ouro (costume familiar nas honrari-
as), ajoelhai (espécie de aclamação e referência do povo).
• Zafenate Panéia: A significação deste nome ninguém sabe ao cer-
to mas alguns egiptólogos sugerem "Deus fala e ele vive".
• 30 anos de idade: José já havia passado 17 anos no Egito.
• Fome: Numa terra irrigada pelo Nilo como o Egito, a fome não
era comum mas alguns relatos afirmam que por duas ocasiões seus
habitantes tiveram que cometer atos de canibalismo.

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