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INTERVENÇÃO URBANA

Raysa kemilly, Gabrielle ferreira, Letícia


Araújo e Ester Lima
Oq e intervenção urbana?
A intervenção urbana é uma forma de manifestação artística em locais públicos
como praças, ruas, escadas e parques. Elas são criadas no intuito de chamar a
atenção dos cidadãos da cidade para problemas urbanos ou simplesmente para
tornar o espaço mais leve e colorido. Normalmente, esse tipo de intervenção está
presente em grandes cidades e pode ser visualizado no mundo todo. É o caso do
projeto Curativos Abertos, aplicado em São Paulo.
A arte em si não faz com que o problema social acabe ou seja resolvido, mas tem
o poder de relembrar a população de que ele existe e demanda medidas públicas
para ser solucionado.

No Brasil, a intervenção artística começou a ser realizada durante a Ditadura


Militar, que aconteceu entre 1964 e 1985, como forma de protesto e resistência
frente aos governos autoritários que estavam no poder naquela época.Logo
depois, ela se expandiu pelo País todo a partir de artistas que começaram a tocar
a população em relação a diferentes demandas.
Intervenção urbana
nas favelas
Nos últimos anos, a intervenção artística nas cidades, que normalmente estava
mais concentrada nos grandes centros, acabou sendo levada também para as
favelas em diversos lugares do mundo como forma de trazer cor e beleza para as
comunidades. Em lugares como a Cidade do México, o impacto foi tão grande que
até os índices de violência social chegaram a reduzir, proporcionando uma maior
qualidade de vida para todos que moram no local.

O caso aconteceu na comunidade de Las Palmitas, que se localiza na borda da


capital mexicana.
Quais artistas fazem
intervenção urbana?
OSGEMEOS
Responsáveis por colocar a capital paulista no mapa-múndi da arte de rua, os
irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo,
2
46 anos, formam um só artista de quatro mãos
chamado OSGEMEOS. Alçados do ateliê no bairro do Cambuci, na região central, a
mais de 60 países, com direito a temporadas nas principais instituições dedicadas
à produção contemporânea (como o The Institute of Contemporary Art, em
Boston, e a Galleria Patricia Armocida, em Milão), seus trabalhos contam histórias
que transitam entre sonho e questionamento, realidade e fantasia. A dupla
começou a pintar ainda na infância, contagiada pela cultura hip-hop, muito
potente nos subúrbios paulistanos nos anos 1980.
CRIOLA
A artista visual mineira Criola encontrou nos sprays uma forma de se expressar
pelas ruas de Belo Horizonte. Muito antes de a representatividade entrar para a
pauta discutida por boa parte da sociedade, ela já levantava essa questão. “Ia
para a faculdade de ônibus e pela janela só via outdoors de pessoas brancas.
Estava cansada dessa exclusão de meus ancestrais. Então o grafite surgiu na
minha vida como suporte para eu contar a verdade que acredito”
SPETO
Da mesma geração d’OSGEMEOS, o muralista e artista plástico paulistano Paulo
César Silva, 49, mais conhecido como Speto, desenvolveu uma linguagem
genuinamente nacional, embasada na xilogravura e na tradição do cordel, assim
como no modernismo – referências visíveis em linhas geométricas harmônicas,
sinuosas e cheias de ritmo.
FLIP
Quando finalizar o Aquário Urbano, conjunto de 15 empenas com motivos
marinhos que somam mais de 10 mil m² e circundam a esquina das ruas Major
Sertório e Bento Freitas, no centro paulistano, o grafiteiro e artista plástico local
Felipe Yung deve entrar para o Guinness como o responsável pela maior obra de
arte urbana do mundo. “São Paulo é uma cidade massacrantemente cinza. Trazer
luz e cor para um lugar tão monótono, em tons pastel, dá uma quebrada”, diz ele,
conhecido pelo codinome Flip.
EDUARDO SRUR
Bonecos em caiaques no Rio Pinheiros lembraram a época em que ele era propício
para banho; esculturas monumentais de garrafas PET flutuando no Tietê
denunciaram sua poluição; centenas de boias no espelho-d’água do Congresso
Nacional deram um recado com a frase “a arte salva”; uma árvore cortada com
diversas serras elétricas e pintada de vermelho exibia o dizer Ibirá Iguy (árvore
que sangra, em tupi-guarani). Eis algumas das intervenções de Eduardo Srur, 46,
que enxerga na cidade um laboratório de pesquisa e usa o espaço público como
plataforma para investigar questões atuais e urgentes.
ROBINHO SANTANA
“Mesmo cegos, olhai por nós”, pedia um grafite de Robinho Santana, 34, com a
imagem de duas crianças negras, que foi apagado na Rua Major Diogo, no bairro
paulistano da Bela Vista. Este é o principal mote do pintor, grafiteiro e designer
de Diadema, SP, como mostram um mural no Viaduto Nove de Julho, integrante
do projeto Museu Arte de Rua, em São Paulo, e a maior empena já executada no
festival Cura, em Belo Horizonte, com quase 2 mil m² (o evento deste ano
aconteceu em setembro). Ambos trazem crianças negras no colo de um dos pais.

SIMONE SISS
Carolina de Jesus, dona Ivone Lara, Elza Soares, Marielle Franco, Marta Silva, Hilda
Hilst, Simone de Beauvoir, Frida Kahlo e Virginia Woolf exemplificam as figuras
femininas pintadas com estêncil pela grafiteira paulistana Simone Sapienza Siss,
47. “Uma das minhas bases é falar de mulheres fortes que chegaram onde
supostamente não deviam, relembrar quem abriu caminho para a gente”, explica
ela, que também utiliza lambe-lambes, ícones, super-heróis, referências do
cinema, frases de efeito e versos poéticos em sua obra.
MUNDANO
Não é porque uma obra está na rua que ela precisa ficar parada. Thiago Mundano,
34, artista e ativista, ou “artivista”, como ele se define, iniciou em 2012 o projeto
Pimp My Carroça. A ação converte a tradicional ferramenta dos catadores de lixo
em telas sobre rodas, a fim de garantir visibilidade aos responsáveis pela coleta
de 90% dos materiais recicláveis da maior metrópole brasileira. “A pessoa está no
trânsito, vê a carroça, desce a janela do carro, puxa assunto e, assim, fura a
bolha. A arte na rua promove interações, por isso é viva”, diz. Com foco em
direitos humanos e meio ambiente, seu grafite combina imagens vibrantes e
frases provocativas que escancaram contradições.

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