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O Pastor Contemplativo - Eugene Peterson
O Pastor Contemplativo - Eugene Peterson
Eugene H. Peterson
Rio de Janeiro
2002
THE CONTEMPLATIVE PASTOR by Eugene Peterson
(c/o Alive Communications, Inc., 7680 Goddarci Street, Suite 200,
Colorado Springs, CO 80920,USA)
Published in association with the literary agencies William Neill-Hall Ltd, of Cornwall,
England, and Alive Communications Inc., Colorado Springs, CO, USA
Coordenação Editorial
Judith Ramos e Billy Viveiros
Tradução
Neyd Siqueira
Revisão
Billy Viveiros
Diagramação
Rafael Alt
Capa
Susana Callegari
As citações bíblicas desta obra são da 2^ edição da Versão Revista e Atualizada da SBB.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sem o consentimento prévio,
por escrito, dos editores, exceto breves citações em livros e resenhas.
ISBN: 85-87334-48-4
CD D: 253.5
Para
H. James Riddell
Sumário
Prefácio 9
REDEFINIÇÕES
O Substantivo Indefeso 25
O Pastor Ocioso 27
O Pastor Subversivo 37
O Pastor Apocalíptico 49
ENTRE DOMINGOS
A PALAVRA RENOVADA
10
Prefácio
Espiritualidade e Lugar
11
o Pastor Contemplativo
12
Prefácio
13
o Pastor Contemplativo
14
Prefácio
Espiritualidade e Criatividade
15
o Pastor Contemplativo
Outra razão pela qual talvez não nos inclinemos a viver criati
vamente seja nossa noção limitada da criatividade. Tendemos a
pensar que só os artistas e os escritores de ficção são criativos.
O fato é que a maior parte da criatividade não é visível. Isto
é, quase ninguém nasce com corpo de atleta ou com a coordenação
artística para pintar. Todavia, penso que todos possuem criatividade.
Com materiais diferentes, ela é a base de nossas vidas.
Não existe vida que não contenha graça. Acabei de ler uma
carta enviada por uns amigos de Jan que moram em Seattle. Eles
têm uma filha de um ano. Duas ou três semanas após o nasci
mento, o casal descobriu que a criança era quase cega.
Conheço Ruthie, a mãe, desde que ela era adolescente e,
portanto, participei da sua dor. Sofri também com seu marido,
Dave. Ele é um tipo vigoroso, que gosta da vida ao ar livre. Já
escalou montanhas em todos os continentes do mundo. Dave
possui uma espiritualidade profunda e silenciosa. Um casal ma
ravilhoso, mas a filhinha deles é cega. Minha primeira reação foi
uma sensação enorme de tristeza e tragédia —do tipo: “Como isto
foi acontecer com Dave e Ruthie?”
Conversei, porém, com Ruthie ontem pelo telefone. Ela
disse: “Tive uma porção de experiências em minha vida, mas
nenhuma maior do que a de ser mãe”. Disse também que deve
riamos ver Dave com a filha. A pequena Cairn, de pouco mais de
um ano, já esteve em picos de montanhas na Península Olímpica,
nas Cascades, nas Rochosas e nas Smoky. Dave a leva sempre em
suas excursões.
Essa criança está extraindo o que há de melhor neles. Cairn,
qualquer seja a sua condição, é um presente de Deus. Esse é um
casal que está vivendo criativamente: eles tomaram o que lhes foi
dado e o introduziram na vida de graça e redenção.
16
Prefácio
Espiritualidade e Comunidade
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0 Pastor Contemplativo
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Prefácio
Espiritualidade e Subversão
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o Pastor Contemplativo
20
Prefácio
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0 Pastor Contemplativo
pastores como ele, que queiram ser locais, que levem a sério um
lugar e a igreja que deseja ser uma comunidade, usando o material
simples do povo da localidade.
E assim que entendo a vida pastoral. Tenho servido à igreja
Christ Our K ing há vinte e seis anos. Tudo que William Faulkner
conhecia eram 200 ou 300 hectares do Mississipi, e penso que é
isso que quero fazer. Minha vontade é conhecer 200 a 300 hectares
de Cristo, conhecer e continuar conhecendo.
RODNEY CLAPP
Editor Associado
Christianity Today
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REDEFINIÇÕES
Capítulo 1
O Substantivo Indefeso
25
o Pastor Contemplativo
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Capítulo 2
O Pastor Ocioso
carta que vai para o cesto sem ser lida é com certeza a dirigida
para o “pastor ocupado”. Não que a frase não me descreva
às vezes, mas me recuso a dar atenção a alguém que encoraja o
que é o pior para mim.
Não estou discutindo a exatidão do adjetivo; contesto, porém,
a maneira como é usado para adular e expressar simpatia.
“Coitado...”, dizemos, “...é tão dedicado ao rebanho; seu
trabalho não termina e ele se sacrifica tão generosamente!”. Só
que a palavra ocupado aqui não é um sintoma de compromisso,
mas de traição. Não é devoção, mas deserção. O adjetivo “ocu
pado” que se emprega como modificador de pastor deve soar aos
nossos ouvidos como “adúltera” para caracterizar uma esposa ou
“estelionatário” para descrever um banqueiro. E um escândalo
ultrajante, uma afronta blasfema.
27
o Pastor Contemplativo
28
0 Pastor Ocioso
30
o Pastor Ocioso
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o Pastor Contemplativo
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o Pastor Ocioso
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o Pastor Contemplativo
pastor não é, e não deve ser, isentado das centenas de tarefas hu
mildes ou da confusão administrativa. Estas são também parte do
ministério pastoral. A única maneira que encontrei para realizá-las
sem ressentimento e ansiedade é cuidar primeiro das prioridades.
Se não houver tempo para cultivar esses pontos essenciais, torno-
me um pastor ocupado, estressado e ansioso; uma Marta queixosa
e compulsiva em vez de uma Maria contemplativa.
Há alguns anos eu era um pastor ocupado e tive alguns
problemas de coluna que exigiram terapia. Precisei de sessões de
uma hora, três vezes por semana, e ninguém se importou porque
eu não estava disponível nessas três horas. Em vista das três horas
terem a autoridade de uma agenda de compromissos por trás delas,
passaram a ser sacrossantas.
Com base na analogia dessa experiência, me aventuro a pre
parar receitas para mim mesmo, a fim de cuidar das necessidades
não só do meu corpo, como também de minha mente, emoções,
espírito e imaginação. Certa semana, além das conferências diárias
de meia-hora com o apóstolo Paulo, meu calendário reservou um
bloco de duas horas com Fyodor Dostoevsky. Meu espírito pre
cisava disso tanto quanto o meu corpo há dez anos necessitou do
fisioterapeuta. Se ninguém me der essa receita, vou prescrevê-la
para mim mesmo.
A Firmeza do Arpoador
35
o Pastor Contemplativo
36
Capítulo 3
O Pastor Subversivo
38
o Pastor Subversivo
39
o Pastor Contemplativo
40
0 Pastor Subversivo
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o Pastor Contemplativo
42
o Pastor Subversivo
Jesus, o Subversivo
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o Pastor Contemplativo
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o Pastor Subversivo
45
o Pastor Contemplativo
46
0 Pastor Subversivo
“Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado. Efo i em fraqueza, tem or e grande trem or que eu
estive entre vós” {\Co 2.2-3).
47
o Pastor Contemplativo
As Ferramentas da Subversão
48
Capítulo 4
O Pastor Apocalíptico
49
o Pastor Contemplativo
50
o Pastor Apocalíptico
51
0 Pastor Contemplativo
Oração Apocalíptica
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o Pastor Apocalíptico
53
o Pastor Contemplativo
O Poeta Apocalíptico
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o Pastor Apocalíptico
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o Pastor Contemplativo
5A
o Pastor Apocalíptico
Paciência Apocalíptica
57
o Pastor Contemplativo
55
o Pastor Apocalíptico
55>
o Pastor Contemplativo
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o Pastor Apocalíptico
61
ENTRE OS
DOMINGOS
Capítulo 5
65
0 Pastor Contemplativo
66
Capítulo 6
67
o Pastor Contemplativo
68
Cura de Almas: A Arte Esquecida
70
Cura de Almas: A Arte Esquecida
71
o Pastor Contemplativo
Iniciativa
72
Cura de Almas: A Arte Esquecida
73
o Pastor Contemplativo
74
Cura de Almas: A Arte Esquecida
75
o Pastor Contemplativo
Problemas
77
Capítulo 7
80
Orando de Olhos Abertos
81
o Pastor Contemplativo
52
Orando de Olhos Abertos
83
o Pastor Contemplativo
84
Orando de Olhos Abertos
55
o Pastor Contemplativo
86
Orando de Olhos Abertos
S7
o Pastor Contemplativo
88
Orando de Olhos Abertos
Um Mundo de Escrituras
89
o Pastor Contemplativo
90
Orando de Olhos Abertos
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o Pastor Contemplativo
5^2
Orando de Olhos Abertos
O Mundo na Igreja
.93
o Pastor Contemplativo
aqui e, portanto, vou até ela”. Não importa que esteja fora de
moda, ela vai assim mesmo: “Num domingo especial pode haver
vinte de nós ali, geralmente sou a única pessoa abaixo de sessenta
anos, e sinto-me como se estivesse numa excursão arqueológica
pela Rússia Soviética”.
Não está na moda porque isso é ridículo. Como podem,
os que buscam a Deus e à beleza, suportar “a dança do urso” re
presentada nas igrejas cristãs, tanto protestantes como católicas,
semana após semana? Dillard, alegre e trivialmente, de qualquer
modo prossegue. Seu exercício na adoração “Uma Expedição ao
Pólo”, fornece a imagem e a razão. Onde quer que vamos, ao pólo
ou à igreja: “parece haver um único assunto a tratar: descobrir
compromissos exeqüíveis entre a sublimidade de nossas idéias e
o absurdo do nosso fato”.
Em Peregrino, ela escreveu: “Esses norteamentos me atraíam,
norteamentos presentes e passados, a idéia de ir para o Norte. Na
literatura da exploração polar, o assunto é a direção Norte. Um
explorador poderia rabiscar em seu esfarrapado diário: ‘Latitude
82° + 15’ N. Fizemos 20 milhas para o Norte hoje, apesar da
carga que levamos’. Devo ir para o Norte? Minhas pernas são
compridas”. Ela descreve os alvos paralelos. O pólo da Inacessi
bilidade Relativa é “aquele ponto imaginário no Oceano Ártico
mais afastado da terra em qualquer direção”. Ao ler os relatos
dos exploradores polares, ficamos impressionados porque, em
última análise, eles buscavam o sublime. “A simplicidade e a
pureza os atraía; eles foram realizar tarefas claras em terras não-
contaminadas...Louvavam a beleza simples da Terra como se
fosse uma qualidade moral ou espiritual: ‘salões gelados de fria
sublimidade’, ‘picos altaneiros coroados de neves eternas’.” Isso é
geografia. Existe um pólo equivalente na adoração: “o Absoluto é
94
Orando de Olhos Abertos
E5
o Pastor Contemplativo
vemos as esquisitices.
As tentativas de ser relevante são risíveis. “Tentei vencer uma
educação ferozmente anticatólica para assistir à missa, simples e
unicamente com o objetivo de fugir das guitarras protestantes”.
A alegre ignorância é amedrontadora: “Por que nós, mem
bros da Igreja, parecemos turistas entusiastas, insensatos, numa
excursão coletiva ao Absoluto?...De forma geral, não encontro,
fora das catacumbas, cristãos suficientemente sensíveis às con
dições. Alguém tem a mínima idéia do tipo de poder que tão
jovialmente invocamos? Ou, como suspeito, ninguém acredita
numa palavra disso? As igrejas são como crianças brincando
no chão com seus laboratórios de química, misturando um lote
de dinamite para matar uma manhã de domingo. E loucura as
mulheres usarem chapéus de palha e de veludo na igreja; todas
deveriamos estar com capacetes à prova de acidentes. Caberia
aos recepcionistas distribuir salva-vidas e pistolas sinalizadoras
Orando de Olhos Abertos
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o Pastor Contemplativo
9S
Orando de Olhos Abertos
99
Capítulo 8
Primeira Linguagem
Bem-aventurados os mansos
102
Primeira Linguagem
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o Pastor Contemplativo
Auxílio Disponível
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Primeira Linguagem
105
o Pastor Contemplativo
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Primeira Linguagem
Convertendo a Linguagem
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o Pastor Contemplativo
108
Primeira Linguagem
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Capítulo 9
111
o Pastor Contemplativo
112
o Crescimento É Uma Decisão?
113
o Pastor Contemplativo
114
o Crescimento E Uma Decisão?
Investigando o Cruzamento
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o Pastor Contemplativo
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o Crescimento É Uma Decisão?
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o Pastor Contemplativo
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o Crescimento É Uma Decisão?
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0 Pastor Contemplativo
Oito mil quilômetros para o Oeste e dez anos mais tarde, tive
outra experiência em minha vida que ficou ao lado da faca de
açougueiro por alguns anos e depois convergiu com ela para prover
discernimento sobre a natureza da oração voluntária.
Durante quatro anos, menos o período de férias, desci dia
riamente ao porão do MacMillan Hall, aos pés do Monte Queen
Anne, em Seattle. A luz entrava fracamente pelas persianas das
janelas colocadas bem alto nas paredes. Eu estava aprendendo
grego. Fiquei perplexo com muitas coisas estranhas naqueles anos
em que estudei debaixo da paciência suave de meu professor, Dr.
Winifred Weter.
O que mais me confundiu foi a voz intermediária. Nossa
classe era pequena, apenas cinco alunos penso eu e fui o último
a entrar. Numa classe desse tamanho a lentidão se evidencia e
fiquei infeliz com minha crescente reputação como a tartaruga
da classe. Então, certo dia, numa tarde de Inverno e de garoa
em Seattle, a sala encheu-se de luz, ou pelo menos meu canto
se iluminou. Estávamos a dois terços do caminho na leitura da
Anabase, de Xenofonte, quando consegui penetrar no mistério da
voz intermediária.
No momento pensei que conseguira entender apenas um
ponto esquivo da gramática grega. Anos mais tarde compreendi
que havia dominado uma ampla dimensão do ser e um modo
de oração. Eu era o mais lento em minha classe, mas de forma
120
o Crescimento E Uma Decisão?
121
o Pastor Contemplativo
torna sujeito.
O orgulho e a desobediência do Éden apagam a voz inter
mediária e nos reduzem a duas vozes, ativa e passiva. Acabamos
tomando lados. Não temos experiência verbal suficiente nesta
terceira voz, a qual está em sintonia com a primorosa e exclusiva
mente humana aventura de entrar e responder a Deus. Não pode
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o Crescimento É Uma Decisão?
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o Pastor Contemplativo
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o Crescimento E Uma Decisão?
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o Pastor Contemplativo
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o Crescimento É Uma Decisão?
Obstinação ou Disposição?
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0 Pastor Contemplativo
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Capitulo 10
Bem-aventurados os misericordiosos
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o Pastor Contemplativo
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o M inistério das Banalidades
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o Pastor Contemplativo
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o M inistério das Banalidades
Por mais apropriadas que sejam tais estratégias verbais para certas
ocasiões de testemunho (e penso que essas ocasiões existem), elas
são erradas como prática pastoral costumeira. Se obrigarmos as
pessoas a falarem em nossos termos, se as manipularmos para
responderem à nossa agenda, não as levamos a sério no lugar onde
se encontram em suas circunstâncias diárias.
Nem é provável que nos apercebamos dos pequenos brotos
verdes que o Senhor está permitindo que cresçam no quintal de
suas vidas. Se evitarmos a conversa banal, abandonamos o pró
prio campo que nos foi designado para trabalhar. A maior parte
da vida das pessoas não é passada em crises, nem vivida à beira
de questões cruciais. A maioria de nós, na maior parte das vezes,
está envolvida em tarefas simples, rotineiras e as banalidades são
a linguagem natural. Se os pastores a depreciarem, estaremos
depreciando o que quase todos fazem na maior parte do tempo e
o Evangelho dá uma falsa impressão.
“Senhor, como odeio as grandes questões!” foi uma senten
ça que copiei de uma das cartas de C.S. Lewis e guardei como
lembrança. Ele está reagindo contra a presunção que só vê sig
nificado nas manchetes —no que faz ruído e é grande. Lewis
advertiu sobre a arrogância de nariz empinado que ignora o que
é simples e raro e, portanto, deixa de participar de grande parte
da rica realidade da existência.
Os pastores, em especial, desde que estamos freqüentemente
envolvidos com grandes verdades e somos despenseiros de grandes
mistérios, precisam cultivar a humildade na maneira de dialogar.
Humildade significa ficar perto do solo (húmus), das pessoas, da
vida diária, do que está acontecendo em toda a sua realidade.
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o Pastor Contemplativo
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Capítulo 11
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0 Pastor Contemplativo
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Enfermo de Uma Nova M aneira
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o Pastor Contemplativo
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Enfermo de Uma Nova M aneira
Episódios da Adolescência
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Enfermo de Uma Nova M aneira
Sentimento de Desajuste
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o Pastor Contemplativo
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Enfermo de Uma Nova M aneira
Amnésia Histórica
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o Pastor Contemplativo
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Enfermo de Uma Nova M aneira
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o Pastor Contemplativo
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Enfermo de Uma Nova M aneira
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Capítulo 12
Preso ao Mastro
Bem-aventurados os pacificadores
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o Pastor Contemplativo
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Preso ao Mastro
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o Pastor Contemplativo
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Preso ao Mastro
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0 Pastor Contemplativo
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Preso ao Mastro
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o Pastor Contemplativo
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Preso ao Mastro
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o Pastor Contemplativo
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Preso ao Mastro
Mas cremos em algo mais. Cremos que esses ossos vão reunir-
se, transformando-se em seres humanos com nervos e músculos,
que falam, cantam, riem, trabalham, creem e bendizem o seu Deus.
Cremos que aconteceu da maneira como Ezequiel pregou e cremos
que ainda acontece. Cremos que aconteceu em Israel e que acorre
na Igreja. Cremos que somos parte do acontecimento enquanto
cantamos louvores, ouvimos a Palavra de Deus, recebemos a nova
vida de Cristo nos sacramentos. Cremos que a coisa mais signi
ficativa que acontece ou pode acontecer é que não estamos mais
desmembrados, mas unidos ao corpo ressurreto de Cristo.
Precisamos de ajuda para manter nossa fé viva, precisa e
intacta. Não confiamos em nós mesmos. Nossas emoções nos
atraem para a infidelidade. Sabemos que nos aventuramos num
ato perigoso e difícil de fé e que existem influências fortes, desejosas
de dissolver ou destruir essa fé. Queremos que nos ajude. Seja
nosso pastor, um ministro da Palavra e dos sacramentos em todas
as diferentes partes e estágios de nossas vidas —em nosso trabalho
e recreação, com nossos filhos e nossos pais, no nascimento e na
morte, em nossas celebrações e tristezas, naqueles dias em que a
manhã se inicia com um sol radiante, e naqueles dias em que o
tempo está sombrio. Esta não é a única tarefa na vida de fé, mas
é a sua tarefa. Encontraremos outra pessoa para fazer as outras
tarefas importantes e essenciais. Esta é a sua: Palavra e sacramento
(ordenanças).
Mais uma coisa: Vamos ordená-lo para este ministério e
queremos sua palavra de que vai manter-se nele. Este não é um
trabalho temporário, mas um estilo de vida que precisamos que
seja vivido em nossa comunidade. Sabemos que você faz parte da
mesma aventura difícil de fé, no mesmo mundo perigoso em que
vivemos. Sabemos que as suas emoções são tão instáveis quanto
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Capítulo 13
Deserto e Colheita:
Uma História Sabática
Bem-aventurados os perseguidos
161
o Pastor Contemplativo
estudo, e com ércio eclesiástico? Esse deve ser o em prego mais d ifícil
da Terra —eu nunca poderia fa z er isso. Fico contente p o r não ter
um trabalho assim.
Lembrei-me, então: ‘Mas, eu tenho um emprego assim, esse é o
»
meu emprego —ou voltará a ser, em poucos meses!’.
Esses “poucos meses” haviam sido reduzidos agora à “próxi
ma semana”. Não tínhamos certeza de que estaríamos à altura.
E possível que o ano sabático, em vez de nos recuperar tivesse
apenas nos estragado. Em vez de nos energizar, quem sabe, teria
nos enervado. Durante trinta anos havíamos vivido a uns cem pés
de profundidade no oceano da vida eclesiástica (quanta pressão
por cm^?) e durante um ano sabático subimos à superfície, nos
queimamos ao sol, brincamos na neve. Os escafandristas entram
em câmaras de descompressão depois de descerem ao fundo do
mar, para não ficarem curvados. Sentimos uma necessidade
equivalente de uma “câmara de descompressão”, ao voltarmos
das profundezas.
De Montana para a Costa Leste, a estrada Interstate 90 se
estende numa linha reta convidativa, com duas curvas radicais.
Mas nos afastamos dela num desvio para o Sul, para o deserto
de Colorado, com o propósito de fazer um retiro de quatro
dias num monastério. Segundo esperávamos, o monastério
seria a nossa câmara de descompressão. Não era como se não
tivéssemos tempo para orar. Nunca tivemos tanto tempo para
isso. Sentíamos, porém, a necessidade de outra coisa no mo
mento —uma comunidade de oração, alguns amigos dedicados
à oração dentre os quais poderiamos imergir nossa vocação
como pastor.
Oramos então durante quatro dias numa comunidade
desse tipo. Os dias tinham um ritmo agradável: orações ma-
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o Pastor Contemplativo
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Deserto e Colheita: Uma História Sabática
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o Pastor Contemplativo
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Deserto e Colheita: Uma História Sabática
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o Pastor Contemplativo
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Deserto e Colheita: Uma História Sabática
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o Pastor Contemplativo
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Deserto e Colheita: Uma História Sabática
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o Pastor Contemplativo
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A PALAVRA
RENOVADA
Capítulo 14
Poetas e Pastores
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o Pastor Contemplativo
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Capítulo 15
Poemas
SAUDAÇÃO
AARVORE
178
Poemas
A ESTRELA
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0 Pastor Contemplativo
AVELA
“O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam
na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz”.
(Isaías 9.2)
180
Poemas
O TEMPO
181
0 Pastor Contemplativo
O SONHO
182
Poemas
O BERÇO
183
o Pastor Contemplativo
A DOR
184
Poemas
AGUERRA
185
o Pastor Contemplativo
O CÂNTICO
186
Poemas
A FESTA
187
o Pastor Contemplativo
A DANÇA
188
Poemas
O PRESENTE
189
o Pastor Contemplativo
A OFERTA
190