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Metrologia
Metrologia
Metrologia
mecânica 6
Pode-se observar que a metrologia está associada ao ser humano desde a Pré-His-
tória. A necessidade de avaliar o tamanho dos objetos, a distância percorrida entre
outras coisas fez com que o ser humano utilizasse inicialmente unidades naturais.
Como esse padrão se desgastou ao longo dos anos, foi necessário estabelecer uma
unidade que fosse encontrada na natureza, de modo a ser facilmente copiada tor-
nando-se um padrão de medida. Havia também outra exigência para essa nova
medida: seus submúltiplos deveriam ser estabelecidos segundo o sistema decimal.
No dia 8 de maio de 1790, na França, uma nova unidade de medida foi transfor-
mada em lei, estabelecida como igual à décima milionésima parte de um quarto
do meridiano terrestre. Essa nova medida foi nomeada metro, do termo grego
metron, já explicado acima.
130
CAPÍTULO 6
Para tal, foi construído outro padrão com o objetivo de obter maior estabilida-
de: uma barra em forma de X, confeccionada em platina iridiada, a 10%, para
aumentar a durabilidade e a estabilidade do material.
No Brasil, o sistema métrico foi implantado por meio da Lei Imperial no 1.157,
de 26 de junho de 1862. Hoje, o padrão do metro em vigor é recomendado
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Inmetro), de acordo com a decisão da 17a Conferência Geral dos Pesos e Medi-
das de 1983, e é baseado na velocidade da luz.
131
mecânica 6
Tabela 6.1
Múltiplos e Quilômetro km 103 1 000 m
submúltiplos
do metro. Hectômetro hm 102 100 m
Metro (unidade) m 1 1m
132
CAPÍTULO 6
Figura 6.1
Divisão da polegada.
“
1/8” 1/4” 3/8” 1/2” 5/8” 3/4” 7/8”
1 Polegada
Figura 6.2
Subdivisão da polegada.
0 2 4 6 8
1/128” 3/128” 5/128” 7/128”
1/16”
Exemplos:
1" (meia polegada)
2
1" (um oitavo de polegada)
8
1" (um dezesseis avos de polegada)
16
1" (um trinta e dois avos de polegada)
32
1" (um sessenta e quatro avos de polegada)
64
1" (um cento e vinte e oito avos de polegada)
128
133
mecânica 6
Quando o numerador for par, a fração deve ser simplificada até alcançar
um numerador ímpar.
Exemplos
134
CAPÍTULO 6
Exemplos:
1. Transformar 12,7 mm em polegadas:
• 1625, 6
= 64
25, 4
• 64 "
128
• 8
128
• 25 ⋅ 128 = 3 200
3 200
• = 125, 984 ≅ 126
25, 4
126
•
128
126 " 63 "
• =
128 64
135
mecânica 6
Exemplos:
• 5"
= 0.625"
8
5"
• = 0.3125"
16
7"
• = 0.875"
8
(2 ⋅ 16) 9
• 2 9" = 2 "+ 9 " = = 2.5625"
16 16 16
Exemplos:
• 0. 750 ⋅ 128 96
• 96
128
• 0. 625 ⋅ 128 80
136
CAPÍTULO 6
• 80
128
• 0. 375 ⋅ 128 48
• 48
128
• 1.5625” = 1 + 0.5625”
• 0. 5625” ⋅ 128 72
• 72
128
Exemplos:
137
mecânica 6
Exemplos:
A régua graduada é utilizada nas medições com erro admissível superior à menor
graduação; essa graduação vale 0,5 mm ou 1”/32.
138
CAPÍTULO 6
Figura 6.3
régua graduada.
Encosto
encosto Graduação
graduação 114 mm 137 mm
1 2 3 4 5 12 13 14 15
1 2 5 6
1 Tace
tace Borda
borda 7
5
4 16
Conservação da régua:
A régua deve ser cuidada para evitar desgaste na superfície graduada e deforma-
ções em suas faces. As imperfeições causadas pela má conservação dificultam a
leitura e provocam erros de medição. Devem-se evitar quedas, além de mantê-la
sempre limpa e separada de outros objetos para evitar ranhuras, empenamentos,
deformações e batidas. Recomenda-se limpar após o uso e aplicar uma fina ca-
mada de óleo protetor antes de guardá-la.
6.3.2 Trena
É um instrumento de medição direta produzido em fibra, tecido ou fita de aço, gra-
duado em uma ou em ambas as faces. seu sistema de unidade pode ser o métrico e/
ou sistema inglês, com traços transversais ao longo do comprimento. A fita está aco-
plada a um suporte conhecido como estojo, dotado de um mecanismo que permite
recolhê-la de modo manual ou automático. Pode ou não ser dotada de trava.
As fitas das trenas podem ser planas ou curvas. As primeiras permitem medir
perímetros de cilindros, barras redondas etc.
No início da fita, a trena tem uma pequena chapa metálica, dobrada e presa por
rebites, que serve de encosto de referência e zero absoluto. A figura 6.4 mostra a
foto de uma trena.
Figura 6.4
trena de fita metálica.
©Starrett
139
MECÂNICA 6
6.3.3 Paquímetro
O paquímetro é um instrumento de medição direta usado na medição das di-
mensões lineares internas, externas e de profundidade de uma peça. Tem uma
régua graduada com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor, que se ajusta
à régua e permite sua livre movimentação com o mínimo de folga. Com super-
fícies planas e polidas, em geral de aço inoxidável, o paquímetro contém uma
escala auxiliar, chamada nônio, ou vernier, que permite a leitura de frações da
menor divisão da escala fixa, alcançando assim maior precisão nas medidas.
No sistema métrico e inglês suas graduações são aferidas a 20° C.
O paquímetro é um instrumento de medição muito comum nas atividades de
Engenharia, Medicina, Biologia, Geologia, Arqueologia etc., para medir partes
que requeiram precisão não inferior a 0,02 mm, 1/128” ou .001”. Os tipos e usos
são descritos a seguir.
Paquímetro universal
Também chamado quadrimensional, esquematicamente ilustrado na figura 6.5,
Figura 6.5 é utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos. É o
Paquímetro universal. tipo mais usado na indústria.
Faces de Faces de
medição externa medição ajustável
Parafuso
de fixação
Impulsor
Paquímetro universal
com relógio.
140
CAPÍTULO 6
Paquímetro de profundidade
Faces de Face de
Figura 6.7
medição
externa
medição
ajustável
Paquímetro de
Nônio em polegadas
profundidade.
Parafuso de fixação Faces para medição
Cursor Guia de profundidade
Nônio em milímetros
Face de medição
ajustável
© starret
Faces de
medição interna
Paquímetro digital
Este paquímetro, mostrado na figura 6.8, é ideal para o controle estatístico;
utilizado para leitura rápida, é livre de erros de paralaxe.
Figura 6.8
Paquímetro digital.
© starrett
Paquímetro duplo
É utilizado para medir dentes de engrenagens. A figura 6.9 mostra esquemati-
camente um paquímetro do tipo duplo.
141
MECÂNICA 6
Figura 6.9
Paquímetro duplo.
Figura 6.10
traçador de altura.
142
CAPÍTULO 6
Figura 6.11
ESCALA FIXA Princípio do nônio.
0 10
1
1 2 3 4 5 6 7 8 9
0,9 0,1
0 10
n º d e d iv isõ e s d o n ô n io (N + 1)
ESCALA MÓVEL
ESCALA MÓVEL
Nove milímetros da escala fixa ÷ por 10 divisões do nônio = 0,9 mm. A diferença
da primeira divisão do nônio com 1 mm da escala fixa corresponde a 0,1 mm,
que é a aproximação do instrumento.
Exemplos:
143
MECÂNICA 6
2. se a medida dos milímetros inteiros não for exata, deve-se ler o valor do comple-
mento na escala do nônio, no ponto em que um traço da escala do nônio coincide
com um traço da escala fixa. Podem-se contar as casas do nônio até a casa coinci-
dente e multiplicar pela resolução do paquímetro. Este valor representa a parcela
do milímetro que é colocada após a vírgula no resultado da leitura; valores em
décimos ou em centésimos de milímetros, conforme a resolução do instrumento.
Exemplo:
Para a disposição indicada no nônio da figura 6.12, determinar a dimensão me-
dida por esse instrumento. A resposta é indicada na mesma figura.
Figura 6.12
leitura do paquímetro 1o
em milímetros. 30 40
* 32,0
+
0,4
32,4 mm
0 * 5 10
2o
Assim como no sistema métrico, a aproximação pode ser obtida pela equação:
1”16 1” 1 1" .
Resolução = = . = 1” , ou seja, cada divisão do nônio vale
8 16 8 128 128
144
CAPÍTULO 6
Figura 6.13
leitura do paquímetro
2o
em polegada fracionária.
1 4 + 32
7 = 1 39
0 4 8 7 39’’
161 128 + 128 + 1
* 128 128 128
*
1 2
1o
1. Para fazer a leitura, tomar como referência o zero do nônio e contar na escala
fixa quanto o zero do nônio se deslocou em relação à origem da escala fixa. Cada
traço equivale a 1/16”, pois a polegada está dividida em 16 partes. Por exemplo:
na figura 6.13 o zero do nônio se deslocou 1” + 4/16”. Ou seja, 4 traços depois
do 1 e um pouco a mais que será lido na escala do nônio. A equação resultante
é a seguinte:
1 4 + 7
16 128
4X
1 4 + 7 = 1 32 + 7 = 1 39
16 128 128 128 128
4X
÷
1 4 + 7 = 1 39
16 128 128
A leitura no sistema inglês em fração decimal pode ser observada na figura 6.14.
Para um paquímetro dotado desse sistema, cada polegada da escala fixa divide-
-se em quarenta partes iguais. Então, cada divisão será equivalente a ¼0”, que é
igual a 0.025”.
145
MECÂNICA 6
Figura 6.14
leitura do paquímetro 2o
em polegada decimal.
0 5 10 15 20 25
*
3 x 0.025 = 0.075
+
1 2 3 *4 5 6 7 8 12 x 0.001 = 0.012
0 0.087’’
1o
O nônio, nesse caso, tem 25 divisões, e a resolução pode ser calculada pela equação:
0. 025 "
Resolução= = 0. 001"
25
• O paquímetro deve ser manuseado com apenas uma das mãos e a pressão do
dedão no impulsor deve ser suficiente para manter as superfícies da peça e do
instrumento devidamente apoiadas durante a leitura. A pressão em excesso
causa medições incertas e desvios no instrumento.
• O parafuso de trava deve ser usado somente quando a houver risco de perder
o posicionamento antes da leitura. Depois, deve ser aliviado para a próxima
mediação.
146
CAPÍTULO 6
6.3.6 Micrômetro
O micrômetro é um instrumento de medição direta, que permite a leitura em
centésimos e milésimos de milímetros de uma forma simples e exata.
O micrômetro como é conhecido foi inventado em 1848 por Jean Laurent
Palmer na França. De concepção simples, o micrômetro de Palmer se parecia
147
MECÂNICA 6
com o de hoje e tinha fi letes de rosca com passo de 1 mm. Antes de Palmer,
James Watt desenvolveu um instrumento para medir componentes de motor.
Os componentes de um micrômetro são indicados na figura 6.15.
Figura 6.15
Micrômetro externo.
Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento de um micrômetro está baseado no sistema para-
fuso e porca. Assim, se, em uma porca fixa, um parafuso gira uma volta, avança,
ao mesmo tempo, uma distância igual a seu passo. Desde a invenção de Pal-
mer, pouca coisa mudou no micrômetro. Apenas a rosca deixou de ter passo de
1 mm para ser substituída por 5 mm. Dividindo a cabeça do parafuso, podemos
avaliar os valores de frações menores que uma volta, podendo, assim, medir
comprimentos menores do que o passo do parafuso. A figura 6.16 mostra
esquematicamente o princípio de funcionamento de um micrômetro.
148
CAPÍTULO 6
Figura 6.16
Medição
Princípio de funcionamento
do micrômetro.
Capacidade de medição
Para continuar o estudo sobre micrômetro, é importante conhecer suas caracte-
rísticas: capacidade de medição, aproximação de leitura e aplicação. sua capaci-
dade inicial de medição é de 25 mm ou 1”, variando o tamanho do arco de 25
em 25 mm ou de 1 em 1”, podendo atingir até 2 000 mm ou 80”.
A resolução do instrumento pode ser de 0,01 mm, 0,001 mm, 0,001” ou 0,0001”.
149
mecânica 6
Figura 6.18
Micrômetro de
arco profundo.
© starrett
Micrômetro com disco nas hastes – ideal para ampliar a área de contato na
medição de superfícies em que a área do fuso e do batente são muito pequenas.
Aplica-se na medição de chapas metálicas, de couro, cartolinas, borrachas e
papel, além de dentes de engrenagens e ranhuras de peças em que não é conve-
niente utilizar equipamentos mais sofisticados como máquina de medição por
coordenadas (figura 6.19).
Figura 6.19
Micrômetro com
disco nas hastes.
En
150
CAPÍTULO 6
Figura 6.20
Micrômetro para
medição de roscas.
© mitutoyo
Micrômetro para medir espessuras de paredes – contém um arco diferencia-
do, com um cilindro (batente) fixado no arco formando um ângulo de 90°, em
relação ao eixo do parafuso micrométrico, permitindo assim a introdução do
contato fixo no furo do tubo.
Micrômetro digital – oferece leitura rápida, sem o risco dos erros de paralaxe.
É usado em controle estatístico de processo, acoplado a microprocessadores.
Esse dispositivo pode ser observado na figura 6.21.
Figura 6.21
Micrômetro digital.
© starrett
Figura 6.22
Micrômetro com
batente em V.
© starrett
151
mecânica 6
Micrômetro com contador mecânico – sua leitura pode ser efetuada no conta-
dor mecânico, evitando assim o erro de paralaxe.
Micrômetro interno de três contatos – ideal para medir furos, este micrôme-
tro tem pinça interna que expande três pontas de contato equidistantes em 120°
(ver figura 6.23).
Figura 6.23
Micrômetro interno
de três contatos.
© starrett
Micrômetro interno de três contatos com pontas intercambiáveis – utilizado
no processo de controle de medidas para medir furos roscados, furos sem saída
(também conhecidos como furos cegos) e canais, suas pontas de contato podem ser
trocadas de acordo com a necessidade da peça a ser medida. Há um exemplo de
micrômetro interno de três contatos com pontas intercambiáveis na figura 6.24.
Figura 6.24
Micrômetro interno de três
pontas intercambiáveis.
© starrett
152
CAPÍTULO 6
Figura 6.25
Micrômetro interno tubular.
© starrett
Micrômetro interno de dois contatos tipo paquímetro – utilizado para medi-
das internas acima de 5 mm. A partir da medida de 5 mm, há instrumentos
maiores para faixas de variação de 25 em 25 mm. É uma junção entre paquíme-
tro e micrômetro (figura 6.26).
Figura 6.26
Micrômetro interno de dois
contatos tipo paquímetro.
© starrett
153
MECÂNICA 6
Exemplo:
0,5mm
Resolução = = 0,01 mm
50
Figura 6.27
leitura de micrômetro 1o
em milímetro (0,01 mm). 35
0 5 6,00
30 0,50 +
* 3o
25 0,28
20 6,78 mmmm
2o
154
CAPÍTULO 6
Figura 6.28
leitura de micrômetro em
8 28,000 milímetro (0,001 mm).
4º 20 * 0,500
* 4
0 0,150
15
+
3o 0,004
25 28,654 mm
10
1o 2o
Figura 6.29
leitura de micrômetro em
0 1 2 3 15 polegada decimal (0.001”).
0.300
3o
0.075
0.012 +
10
0.387’’
1 o 2o
155
MECÂNICA 6
Figura 6.30
leitura de micrômetro em
polegada decimal (0.0001”). 15
10
4º * 8
6
0.300
4
2 0.050
0
10 0.009 +
3o
0.0008
0 1 2 3 5 0.3598’’
1o 2o
Aferição e calibração
Antes de usar o micrômetro, deve-se aferir e calibrar o instrumento de acordo
com sua capacidade.
Conservação do micrômetro
Para garantir que o instrumento esteja sempre em condições de uso, certos cui-
dados devem ser tomados antes de guardar:
156
CAPÍTULO 6
Para se medir uma determinada peça de pequeno porte com relógio compara-
dor, o técnico deve utilizar um suporte magnético para relógio comparador e um
prisma magnético para apoiar a peça e mantê-la estável.
Figura 6.31
Processo de medição
com relógio comparador.
Antonio Carlos DA Silva
157
MECÂNICA 6
© Starrett
Figura 6.33
esquema de funcionamento R6 PONTEIRO
R4 (40)
do relógio comparador.
R5 MOLA ESPIRAL 0
10
R4
R3
R6
R2 R5 (10) R3 (12)
R1 (15)
R1
R2 (45)
CREMALHEIRA
DE PASSO = 1 mm
APALPADOR
Fixados à caixa do mostrador, há dois índices reguláveis que permitem o fácil ajus-
te da tolerância entre as duas referências. O deslocamento total do apalpador é de
10 mm. Ver figura 6.34.
158
CAPÍTULO 6
x Figura 6.34
Medição indireta
a) Altura conhecida de um padrão pelo comparador.
d i f e r e n ça
“x”
b) Altura de uma peça fabricada
Padrão Peça
a
b
b= a- x
(x é lido no comparador)
1 2’ 1’ 2
Padrão Padrão
• Durante o uso descer a haste e apoiar o apalpador sobre a superfície com cui-
dado evitando batidas e choques laterais.
Figura 6.35
Relógio apalpador.
© starrett
159
MECÂNICA 6
Figura 6.36
nomenclatura dos
componentes do apalpador.
Rabo de Ponta
andorinha de contato
Figura 6.37
Mecanismo do PONTEIRO
PINHÃO CENTRAL
PROVA DE CHOQUE
PINHÃO INTERMEDIÁRIO
160
CAPÍTULO 6
6.3.9 Goniômetro
Também chamado de transferidor universal (figuras 6.38 e 6.39), o goniômetro
é um medidor de ângulos de alta precisão. É utilizado para ajustagem mecânica
de peças e inspeção de todos os tipos de máquinas, moldes, ferramentas
e gabaritos.
Figura 6.38
Goniômetro.
Tem uma escala graduada em 360° e um nônio com 12 divisões, tendo a preci-
são de 5’ (cinco minutos) e uma régua (lâmina) de 150 ou 300 mm.
Figura 6.39
Disco Graduado
Disco graduado Disco do Vernier Goniômetro e
nomenclatura.
Fixador do disco
do Vernier
Ranhura
Articulador
Lâmina
Fixador da
lâmina Esquadro
161
MECÂNICA 6
Exemplo de aplicação
Figura 6.40
esquema de aplicação
do goniômetro.
são fornecidos em jogos de 56, 76, 103 e 112 peças com precisão de 0,001 mm,
e jogos com 32 e 47 peças com precisão de 0,01 mm. Além desses, existem jogos
de 9 e 18 peças, também com precisão de 0,001 mm.
Os blocos são classificados conforme Norma DiN 861/isO 3650, com os có-
digos classe 00= para pesquisas e aplicação científica; classe 0= para aferição de
instrumentos de medição; classe 1= para inspeção de outros padrões de medição;
classe 2= para operação, utilizados na oficina, na fixação de ferramentas, posicio-
namento e fabricação de outros padrões.
162
CAPÍTULO 6
Figura 6.41
Blocos padrão.
© starrett
Suas medidas não são idênticas por fatores que impedem a obtenção de uma
medida matematicamente exata. Esses fatores são: desgaste das ferramentas; des-
gaste das máquinas operatrizes; desgaste dos instrumentos de medição; atenção
e precisão do operador da máquina; e variação da temperatura, entre outros.
163
MECÂNICA 6
Figura 6.42
Furo e eixo-base.
• Elemento – parte em observação de uma peça que pode ser um ponto, uma
reta ou uma superfície.
• Dimensão – número que expressa em uma unidade particular o valor de
uma grandeza.
• Dimensão nominal – dimensão indicada no desenho. Dela derivam as di-
mensões limite pela aplicação dos afastamentos superior e inferior.
• Dimensão efetiva – dimensão de um elemento, obtido pela medição.
• Dimensão limite – cada uma das duas dimensões extremas admissíveis
para um elemento, entre as quais a dimensão efetiva deve estar.
• Dimensão máxima – maior dimensão admissível de um elemento (indica-
da na figura 6.43).
• Dimensão mínima – menor dimensão admissível de um elemento (tam-
bém indicada na figura 6.43).
• Linha zero – linha reta que representa a dimensão nominal. É tomada como
origem dos afastamentos nas representações gráficas de tolerâncias e ajustes.
• Tolerância – diferença entre a dimensão máxima e a dimensão mínima,
ou seja, diferença entre o afastamento superior e o afastamento inferior em
valor absoluto, sem sinal (indicada na figura 6.43).
164
CAPÍTULO 6
Figura 6.43
Dimensão máxima e
mínima e tolerância.
Figura 6.44
representação
esquemática da linha
zero e dos afastamentos
positivo e negativo.
afastamento negativo
Veja as indicações para eixos e furos da linha zero, dimensão nominal, afasta-
mentos (superior e inferior) e tolerância, nas figuras 6.45 e 6.46, respectivamente
para ajuste com folga e interferência.
165
MECÂNICA 6
Figura 6.45
afastamentos para
ajuste com folga.
Figura 6.46
afastamentos para ajuste
com interferência.
Figura 6.47
Gráfico do campo A figura 6.47 mostra a representação esquemática das posições dos afastamentos
de tolerância. fundamentais em relação à linha zero.
Forçado à pressão
Aderente duro
Forçado duro
Forçado leve
A
Deslizante
Aderente
A quente
Rotativo
B
Tolerância p/ furos
C
y z
Tolerância p/ eixos + D v x
s t u
E p r
F m n
G H j k
Linha
Linha zero
Zero
g h J K M
N P R
f S
- e T U V X
Dim. Nominal
d Y Z
c
Com folga Incerto Com interferência
b
166
CAPÍTULO 6
Figura 6.48
Folga máxima e mínima.
Figura 6.49
interferência máxima
e mínima.
Figura 6.50
ajuste com folga.
167
MECÂNICA 6
Figura 6.51
ajuste com interferência.
Ai = As – t ou As = Ai + t
Regra geral – os limites dos furos são exatamente simétricos, em relação à linha
zero, aos dos eixos do mesmo símbolo (letra e qualidade).
168
CAPÍTULO 6
>1≤3 0,3 0,5 0,8 1,2 2 3 4 6 10 14 25 40 60 100 140 250 400 600
>3≤6 0,4 0,6 1,0 1,5 2,5 4 5 8 12 18 30 48 75 120 180 300 480 750
> 6 ≤ 10 0,4 0,6 1,0 1,5 2,5 4 6 9 15 22 36 58 90 150 220 360 580 900
> 10 ≤ 18 0,5 0,8 1,2 2 3 5 8 11 18 27 43 70 110 180 270 430 700 1100
> 18 ≤ 30 0,6 1,0 1,5 2,5 4 6 9 13 21 33 52 84 130 210 330 520 840 1300
> 30 ≤ 50 0,6 1,0 1,5 2,5 4 7 11 16 25 39 62 100 160 250 390 620 1000 1600
> 50 ≤ 80 0,8 1,2 2 3 5 8 13 19 30 46 74 120 190 300 460 740 1200 1900
> 80 ≤ 120 1,0 1,5 2,5 4 6 10 15 22 35 54 87 140 220 350 540 870 1400 2200
> 120 ≤ 180 1,2 2 3,5 5 8 12 18 25 40 63 100 160 250 400 630 1000 1600 2500
> 180 ≤ 250 2 3 4,5 7 10 14 20 29 46 72 115 185 290 460 720 1150 1850 2900
> 250 ≤ 315 2,5 4 6 8 12 16 23 32 52 81 130 210 320 520 810 1300 2100 3200
> 315 ≤ 400 3 5 7 9 13 18 25 36 57 89 140 230 360 570 890 1400 2300 3600
> 400 ≤ 500 4 6 8 10 15 20 27 40 63 97 155 250 400 630 970 1550 2500 4000
169
170
mecânica 6
a b c cd d e ef f fg g h j5 j7 j8 a a m n p r s t u v x y z za zb zc
j6
k7 k7
0a1
-60 -34 -20 -14 -10 -6 -4 -2 0 -2 -4 -6 0 0 2 4 6 10 14 18 20 25 32 40 60
>1≤3
-270 -140
>3≤6 -70 -46 -30 -20 -14 -10 -6 -4 0 -2 -4 +1 0 4 8 12 15 19 23 28 35 42 50 80
> 6 ≤ 10 -280 -150 -80 -56 -40 -25 -18 -13 -8 -5 0 -2 -5 +1 0 6 10 15 19 23 28 34 42 52 67 97
> 10 ≤ 14 40 50 64 90 130
-290 -150 -95 -50 -32 -16 -6 0 -3 -6 +1 0 7 12 18 23 28 33 39
> 14 ≤ 18 45 60 77 108 150
> 18 ≤ 24 41 47 54 63 73 98 136 188
-300 -160 -110 -65 -40 -20 -7 0 -4 -8 +2 0 8 15 22 28 35
> 24 ≤ 30 41 48 55 64 75 88 118 160 218
Valores dos afastamentos de referência para eixos.
-2
-120 -72 -36 -12 0 -9 -15 +3 0 13 23 37
+1 IT
> 100 ≤ 120 -410 -240 -180 54 79 104 144 172 210 254 310 400 525 690
> 120 ≤ 140 -460 -260 -200 63 92 122 170 202 248 300 365 470 620 800
> 140 ≤ 160 -520 -280 -210 -145 -85 -43 -14 0 -11 -18 +3 0 15 27 43 65 100 134 190 228 280 340 415 535 700 900
> 160 ≤ 180 -580 -310 -230 68 108 146 210 252 310 380 465 600 780 1000
> 180 ≤ 200 –660 -340 -240 77 122 166 236 284 350 425 520 670 880 1150
> 200 ≤ 225 -740 -380 -260 -170 -100 -50 -15 0 -13 -21 +4 0 17 31 50 80 130 180 258 310 385 470 575 740 960 1250
> 225 ≤ 250 -820 -420 -280 84 140 196 284 340 425 520 640 820 1050 1350
> 250 ≤ 280 -920 -480 -300 94 158 218 315 385 475 580 710 920 1200 1550
-190 -110 -56 -17 0 -16 -26 +4 0 20 34 56
> 280 ≤ 315 -1050 -540 -330 98 170 240 350 425 525 650 790 1000 1300 1700
> 315 ≤ 355 -1200 -600 -360 108 190 268 390 475 590 730 900 1150 1500 1900
-210 -125 -62 -18 0 -18 -28 +4 0 21 37 62
> 355 ≤ 400 -1350 -680 -400 114 208 294 435 530 660 820 1000 1300 1650 2100
> 400 ≤ 450 -1500 -760 -440 126 232 330 490 595 740 920 1100 1450 1850 2400
-230 -135 -68 -20 0 -20 -32 +5 0 23 40 68
> 450 ≤ 500 -1600 -840 -480 132 252 360 540 660 820 1000 1250 1600 2100 2600
CAPÍTULO 6
Figura 6.53
ajuste com interferência.
Figura 6.54
ajuste incerto.
171
172
mecânica 6
AJUSTES RECOMENDADOS
Tabela 6.4
Peças cujo
funcionamento necessita
H7/e7
Livre H6/e7 H8/e9 H11/a11 de folga por força
H7/e8
de dilatação, mau
Ajustes recomendados – peças móveis
alinhamento etc.
Montagem à mão, com
Montagem a facilidade
mão, com
facilidade.
PEÇAS MÓVEIS
Montagem
Montagem à a mão, podendo
mão,
girar sem
podendo esforço.
girar sem esforço
Encaixes fixos de
precisão, órgãos
Deslizante
H6/h5 H7/h6 lubrificados deslocáveis
justo
a mão. Ex.: punções,
guias etc.
Montagem a mão, porém,
necessitando de algum esforço.
PEÇAS FIXAS
Órgãos passíveis
Forçado de montagens e
H6/m6 H7/m6
duro desmontagens sem
deterioração das peças.
Peças impossíveis de
À pressão serem desmontadas
com H6/p5 H7/p6 sem deterioração.
esforço Ex.: buchas à pressão
etc.
Montagem com auxílio
de balancim ou por dilatação.
ajustes recomendados – peças fixas.
Tabela 6.5
173
CAPÍTULO 6
MECÂNICA 6
Exemplo:
Peça 1
Figura 6.55
Desenho da peça 1.
O 40+0,025
O 47+- 0,05
0
A 0,05
A
12
A medição dos furos deverá ser feita com instrumento de medição interna, com
três pontas, com aproximação de 0,001 mm.
Peça 2
Figura 6.56
Desenho da peça 2.
-0,009
O 40 -0,025
-0,010
O 47 -0,020
B
B 0,05
174
CAPÍTULO 6
Dar acabamento nos dois diâmetros em uma mesma operação, ou seja, fixada
entre pontas no torno, ou, quando necessitar de um tratamento térmico (têmpe-
ra e revenimento), deverá ser concluída, fixada entre pontas, em uma retificadora
cilíndrica.
6.5 Calibradores
São instrumentos utilizados na mecânica para a verificação rápida e precisa de
ângulos, medidas de roscas, raios etc.
Figura 6.57
Fotografia de alguns
calibradores (instrumentos
de verificação e controle
utilizados no Laboratório
de Metrologia da ETECPV,
Mogi das Cruzes, SP).
ARQUIVO PESSOAL
175
mecânica 6
Nas figuras:
Figura 6.58
Fotografia de alguns
calibradores (instrumentos
de verificação e controle
utilizados no Laboratório
de Metrologia da ETECPV,
Mogi das Cruzes, SP).
ARQUIVO PESSOAL
6. Calibrador de rosca tipo tampão Passa/Não Passa (P/NP).
7. Calibrador para furo tipo tampão Passa/Não Passa (P/NP).
8. Calibrador de rosca trapezoidal interna com três entradas.
9. Calibrador de rosca externa Passa/Não Passa tipo rolete.
10. Calibrador de rosca externa tipo anel.
Figura 6.59
Fotografia de alguns
calibradores (instrumentos
de verificação e controle
utilizados no Laboratório
de Metrologia da ETECPV,
Mogi das Cruzes, SP).
ARQUIVO PESSOAL
176
CAPÍTULO 6
11. Calibrador de boca ajustável tipo Passa/Não Passa (P/NP) com batente fixo
e pinos ajustáveis, para eixos, com verificação progressiva.
12. Calibrador de boca fixa Passa/Não Passa (P/NP) tipo ferradura, para eixos,
com duas verificações.
13. Calibrador de boca fixa Passa/Não Passa (P/NP) para eixos, com verificação
progressiva.
Figura 6.60
Verificador de folga.
0,05
0,10
0,15
Figura 6.61
Verificadores de ângulo.
60º 55º
177
MECÂNICA 6
Figura 6.62
Verificador de ângulo de
broca (para furar materiais
confeccionados em aço).
Figura 6.63
Verificador do
passo da rosca. 1,5
178
CAPÍTULO 6
Figura 6.64
exemplo de rosca
P=1,5 (métrica) M10 × 1,5.
60º
o 10
Figura 6.65
exemplo de rosca
1” 55º W1” – 8 fpp.
o 1”
Aplicado a raios grandes, permite verificar o raio na peça. No caso de raios peque-
nos, serve para verificar a afiação de ferramenta (figura 6.66).
Figura 6.66
Verificador de raios (1)
Verificador de raios (2).
7,5 6,5
3 2,5
1 2
179
MECÂNICA 6
Figura 6.67
exemplo de calibrador
Passa/não Passa.
MÁX.
MÍN.
P NP
Figura 6.68
exemplo de calibrador
de boca fixa (Passa/
não Passa) para eixos.
MÁX.
MÍN.
P NP
O lado P (Passa) tem a dimensão máxima do eixo, e o lado NP (Não Passa) tem
a dimensão mínima do eixo, que não deve passar quando em contato com a peça.
180
CAPÍTULO 6
Figura 6.69
exemplo de calibrador
de boca ajustável (Passa/
não Passa) para eixos.
MÍN.
MÁX.
A utilização desse instrumento torna o controle da peça mais rápido; com apenas
uma verificação, podemos saber se a peça está dentro da tolerância ou não.
Para esse tipo, usa-se um jogo de dois anéis, mas há diferença na espessura deles
(figura 6.70).
Figura 6.70
Calibrador de rosca
externa – tipo anel.
O lado mais longo determina a dimensão mínima da rosca, que deve entrar no
furo roscado; o lado mais curto determina a dimensão máxima da rosca, que
não deve entrar no furo roscado. Ver figura 6.71.
181
MECÂNICA 6
O lado NP (Não Passa) tem uma parte do corpo, no extremo, sem rosca, com a
medida do furo da rosca (diâmetro interno), para poder ser identificado com
facilidade (figura 6.71).
Figura 6.71
Calibrador de rosca
interna P/nP.
É fornecido em jogo de duas peças, calibrado para furos cônicos e para eixos cônicos.
Figura 6.72
Calibrador para furo cônico.
Esses calibradores são muito utilizados para a verificação de cone Morse, cone
Métrico e cone Brow & sharpe, usados em ferramentas ou acessórios de máqui-
nas operatrizes, que contenham os alojamentos de ferramentas nesses padrões.
Ver desenho esquemático na figura 6.73.
182
CAPÍTULO 6
Figura 6.73
Calibrador para eixo cônico.
a
a) erros macrogeométricos (erros de forma), que podem ser medidos com instru-
mentos de medição convencional;
183
MECÂNICA 6
Figura 6.74
Particularidades de
superfície efetiva
Superfície Efetiva
uma superfície.
superfície
Superfície real
Real
superfície
Superfície
geométrica
Geométrica
perfilReal
real 90o
Perfil
planoPerpendicular
Plano perpendicular
Figura 6.75
Processo mecânico (de
contato) para determinação Guia
da rugosidade.
Apalpador
184
CAPÍTULO 6
Desvio médio aritmético (Ra) – média dos valores absolutos das ordenadas do
perfil efetivo à linha média, em um comprimento de amostragem.
Figura 6.76
linha média.
A1 A2
intervalo
Com base na figura 6.77, para determinação da linha média em certo intervalo,
por definição, tem-se:
A1 + A2 = B1 + B2 + B3
Para achar a posição da linha média central a partir de uma linha de referência,
mede-se certo número de ordenadas equivalentes, a1, a2, a3,......an e aplica-se
a equação:
a1 + a2 + a3 + ... + an
a=
n
185
MECÂNICA 6
Figura 6.77
linha média.
Linha de referência
O acabamento superficial pode ser definido pelo cálculo da raiz média quadráti-
ca (RMs) dos afastamentos (ver indicação dos afastamentos na figura 6.77), em
relação à linha média central, dos picos e vales, conforme equação:
O acabamento superficial também pode ser calculado pela média aritmética (Ra)
dos afastamentos em relação à linha média central, com seus valores absolutos.
b1 + b2 + b3 +...+ bn
hRa =
n
Figura 6.78
afastamentos em relação
à linha média central.
b2 b3 b4 b5 b6 b11 b12 b13 b14 b15
Linha média central
b1 b7 b8 b9 b10 b16
hRMS (SI)
= hRMS (SB )
0, 0254
NOTA: Os valores de R a são dados nos mostradores dos equipamentos por CLA
(center line average, do inglês, que quer dizer: centro da linha média).
186
CAPÍTULO 6
6.6.5 Simbologia
Nos desenhos, a indicação da rugosidade das superfícies é dada segundo exem-
plo ilustrativo da figura 6.79. A indicação da rugosidade é expressa em mícrons
e está colocada no interior do símbolo. sobre a linha horizontal ao traço maior
do símbolo, é indicado o tipo de usinagem ou acabamento (tornear, retificar,
polir etc).
Figura 6.79
60º exemplos para
Retificar especificação de
03 acabamentos.
60º
2,5H
187
MECÂNICA 6
Tabela 6.6
Sinais convencionais.
Direção da medição
Perspectiva Indicação
Sinais Orientação dos sulcos da rugosidade ou plano
esquemática no desenho do perfil
188
CAPÍTULO 6
Tabela 6.7
L = comprimento Processos de usinagem.
Processos de usinagem Ra = CLA
de amostragem
Tabela 6.8
L = comprimento de amostragem
Comprimento mínimo
Em mm 0,075 0,25 0,75 2,50 de amostragem.
Indicado para baixa velocidade (0,025) (0,08) (0,25) (0.8)
V = 3 mm/s (normal)
V = 1 mm/s (baixa velocidade = L × 0,3)
189
mecânica 6
Tabela 6.9
Qualidade da superfície de acabamento.
N10
N11
N12
N2
N3
N4
N5
N6
N7
N8
N9
N1
a 130 1302
0,025
12,50
1000
Operação Acabamento
2,50
0,80
6,30
0,08
0,04
0,20
40,0
0,60
3,20
50,0
0,40
25,0
1,60
10,0
0,10
0,16
400
250
630
100
160
Fino
Alargar
De precisão
Pré-aplainar
Aplainar Desbastar
Alisar
Brochar
Brochar
Fino
Escarear
Escarear
Fino
Forjamento de pressão
Desbastar
Fresar Alisar
Fino
Fundição em areia
A quente
Laminar
A frio
Desbastar
Alisar
Lapidar
Fino
De precisão
Desbastar
Limar Alisar
Limalha
190
CAPÍTULO 6
N10
N11
N12
N2
N3
N4
N5
N6
N7
N8
N9
N1
a 130 1302
0,025
12,50
1000
Operação Acabamento
2,50
0,80
6,30
0,08
0,04
0,20
40,0
0,60
3,20
50,0
0,40
25,0
1,60
10,0
0,10
0,16
400
250
630
100
160
Prensar
Prensar
Cunhar
Grosso
Retificar
Retificar
Fino
De precisão
Rodagem simples
Rodar Superacabamento
Pré-tornear
Desbastar
Tornear
internamente e Alisar
externamente
T. fino com vidia
Estirar e repuxar
Trefilar
Estirar com precisão
191
mecânica 6
Figura 6.80
Foto do projetor de
perfil da ETECPV.
Iluminação
Lente de ampliação episcópica
Volante de ajuste
Painel de controle do foco
arquivo pessoal
Figura 6.81
Micrômetros e carrinhos.
arquivo pessoal
192
CAPÍTULO 6
Figura 6.82
representação
esquemática de um perfil
no projetor de perfis.
Figura 6.83
representação
esquemática episcópica.
a) colocar sobre a mesa a peça, já limpa, e elevar a mesa até que a projeção nítida
da peça esteja bem regulada;
193
MECÂNICA 6
Figura 6.84
imagem (posição a) no
projetor de perfil.
imagem (posição b) no
projetor de perfil.
(a) (b)
Girar o goniômetro até que o retículo vertical de tela coincida com a superfície
angular da peça, fazer a leitura dos graus no goniômetro e dos minutos no nônio,
observando as escalas. Ver a indicação de um exemplo nas figuras 6.85 e 6.86.
Figura 6.85
imagem (posição a Goniômetro
do goniômetro do
projetor de perfil).
imagem (posição b
do goniômetro do
projetor de perfil).
Nônio 15 o
0o
(a)
(a) (b)
(b)
194
CAPÍTULO 6
Figura 6.86
15º Peça para medição
do ângulo.
Peça
Protetor (e)
Espelho (5)
Tela (6)
Lentes de
de Espelho (4)
Lentes
projeção (b)
Projeção (b)
Vidro
Vidro
refl etor (7)
Refletor (7)
Peça (d)
Lâmpada
Lâmpada (2)
episcópica (2)
(episcópica)
Lentes
Lentes (a)
condensadoras (a)
Condensadoras
Estágio
Estágio de
de
vidro
Vidro(c)
(c)
Lâmpada
Lâmpada (1)
diascópica (1)
(diascópica) Espelho (3)
195
mecânica 6
Procedimento
Projeção diascópica – liga-se a lâmpada (1), o foco passa pelas lentes conden-
sadoras (a), reflete no espelho (3), atravessa o estágio de vidro (c) com a peça (d),
passa pela lente de projeção (b) com ampliação de 10, 20, 50 e 100x. A imagem é
invertida e refletida no espelho (4), passa pelo espelho (5) e é projetada na tela (6).
Projeção episcópica – liga-se a lâmpada (2), o foco passa pelas lentes condensa-
doras (a), reflete no vidro refletor (7) e ilumina a superfície da peça (d). A ima-
gem passa pela lente de projeção (b), com ampliação de 10 e 20x, é invertida e
refletida no espelho (4), passa para o espelho (5) e a superfície da peça é projetada
na tela (6).
Para ajuste do foco da imagem da peça, a mesa com o estágio de vidro deve ser
movida para cima e para baixo até encontrar a melhor nitidez na tela, acionada
pelo volante de ajuste.
6.8.1. Definições
Segundo o VIM – Vocabulário Internacional de Metrologia –, a diferença entre o valor
efetivo de uma grandeza física e o valor de referência é denominada erro de medição.
Erro aleatório é a diferença entre uma medida e a média das medições. O erro
aleatório tem relação com a repetitividade e a precisão das medições.
196
CAPÍTULO 6
Figura 6.88
Análise do erro aleatório.
Incerteza do tipo B
Erro sistemático (Exatidão)
68,27
Referência X
Incerteza do tipo A
Exatidão e precisão podem ser mais bem entendidas se foi observado analoga-
mente o resultado de uma competição de tiro ao alvo entre os atiradores A, B e C
(figura 6.89).
Figura 6.89
Exemplos de exatidão
e precisão.
A B C
197
mecânica 6
A incerteza do tipo B também pode utilizar desvio padrão com base em funções
de probabilidade resultantes de experiências. Além deste conceito, mais comum
à incerteza do tipo A, outros meios mais práticos podem determinar a incerteza
do tipo B: especificações do fabricante, dados do certificado de calibração do
instrumento de medição, classe de exatidão do instrumento de medição, limites
baseados na experiência pessoal, temperatura do ambiente, tipo do indicador
(analógico ou digital), incerteza do padrão, instabilidade da rede elétrica, erros
geométricos, histerese, deformações mecânicas etc. É representada, mais fre-
quentemente, pela distribuição normal (curva normal ou gaussiana, como se vê
na figura 6.90), distribuição retangular, distribuição triangular e distribuição
em U ou derivada do arco seno.
198
CAPÍTULO 6
Em que:
S = desvio padrão;
n = número de medições;
ua = S
√n
Referência X
Incerteza do tipo A
199
mecânica 6
Figura 6.91
Distribuição retangular f (xi)
ou uniforme. 1 a
2
a
Sr =
√3
u–a u u+a
u–a u–a
√3 √3
Figura 6.92
Distribuição triangular. f (xi)
1 a
2
a
Sr =
√6
u–a u u+a xi
u–a u–a
√6 √6
200
CAPÍTULO 6
f (xi)
Figura 6.93
Distribuição
a
SU = de probabilidade em u.
√2
u–a u u+a xi
, em que:
U = k . Uc
201
mecânica 6
vef = Uc4
Ui4
n
∑i = 1 vi
Em que:
Y=y±U
Sendo:
Y = mensurando;
y = resultado da medição;
U = incerteza da medição;
202
CAPÍTULO 6
Resultado
= Valor da medição ± Incerteza da medição
da medição
O arrendondamento dos valores segue a norma ISO 31–0, de 1992, que estabe-
lece as seguintes regras:
1. Se o dígito a ser arrendondado for menor que 5, o arrendondamento deve ser
feito para baixo.
2. Se o dígito a ser arrendondado for maior que 5, o arrendondamento deve ser
feito para cima.
203
mecânica 6
4. Se o dígito a ser descartado for igual a 5, seguido de zero, o dígito precedente
ao 5 deve permanecer inalterado, se for par; e, deve ser acrescido de uma uni-
dade, se for ímpar. Se o dígito precedente for zero, permanecerá inalterado.
Exemplos de arredondamento:
6.8.10 Calibração
Calibrar é comparar uma medida com uma referência padrão.
Exemplos de calibração:
204
CAPÍTULO 6
a a
Distribuição retangular: ___ ; distribuição triangular: ___
√3 √6
Dados:
a) Incerteza do Padrão
IP 0,0005
UB1 = ___ = ______ = 0,00025 mm
K 2
c) Incerteza da Resolução
Resolução
________
2
_________
UB3 = = 0,0057735 mm
√3
205
mecânica 6
UC = 0,00666 mm
U = Uc × K
U = 0,0066 × 2
U = 0,0133 mm
Fontes Incerteza
Estimativa Distribuição de Coeficiente de Padronizada Grau de
de (mm) Probabilidade sensibilidade Liberdade
Incerteza (mm)
Tabela 6.12
Dados de planilha. 6.8.11 Máquina Universal de Medir
Também pode ser usada para medir ângulos de engrenagens por comparação
das linhas da peça com o desenho.
206
CAPÍTULO 6
Figura 6.94
Metroscópio do Laboratório
de Metrologia da ETECPV.
Obs.: Tamp = temperatura
ambiente.
arquivo pessoal
Nas medições de peças muito pequenas utiliza-se um microscópio que forma o
conjunto de acessórios da máquina.
Para guiar o sensor até o ponto desejado pode haver um joystick, acionado pelo
operador ou conduzido manualmente, com cuidado e habilidade.
Figura 6.95
Máquina de medir por
coordenada tridimensional
modelo LEGEX 12128.
age fotostock/keystock
207
mecânica 6
Utilização e manuseio
A peça a ser dimensionada é colocada sobre a mesa da máquina. A partir de uma
referência utilizando o sensor do tipo a laser, ótico, scanner ou toque, são traça-
dos as coordenadas X, Y e Z e feita a leitura das medidas.
Para a dimensão do diâmetro de um furo, são feitos três contatos com o sensor,
distribuídos aproximadamente a 120°, em seu diâmetro, e se obtém a medida,
que é transferida para o computador.
208
Referências
bibliográficas
CAPÍTULO 6
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ABNT, 1988.
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grada por computador e sistemas CAD/CAM/CNC - princípios e aplicações.
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212
MECÂNICA 6
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