Você está na página 1de 419

Português - Prof.

Marcus Prado

.
Interpretação de Texto - Prof. Marcus Prado

.
Informática - Prof. Delgado

.
Raciocínio Lógico - Prof. Edcarlos

.
Conhecimentos Específicos

1
Estatuto Geral da Guarda Municipal (Lei nº
Edital Guarda Municipal 13.022/2014 e suas alterações). Lei 1.694/2017
(Dispõe sobre a criação, a organização e a
estrutura da Guarda Municipal de Imperatriz
Conhecimentos Específicos – MA). Estatuto do Desarmamento (Lei nº
10.826/03 e suas alterações): arts. 12 a 21. Lei
Artigos 5º, 37 e 144 da Constituição Federal de Drogas (Lei. nº 11.343/06 e suas altera-
de 1988. Noções de hierarquia e disciplina. ções): arts. 33 a 37.
Noções de Direito Penal - Código Penal (De-
creto-lei nº 2.848/1940 e suas alterações): arts.
14 a 18, 23 a 25; dos crimes contra o patrimô-
nio, arts. 155 a 180; dos crimes praticados por
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
funcionário público contra a Administração
em geral, arts. 312 a 327. Código de Processo FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Penal (Lei nº 3.689/1941 e suas alterações):
arts. 301 e 302. Noções das normas do Código TÍTULO II
de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997 e Dos Direitos e Garantias Fundamentais
suas alterações): arts 161 a 310, Noções do CAPÍTULO I
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E CO-
LETIVOS
8.069/1990 e suas alterações), Noções do Esta- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-
tuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003 e suas alte- tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra-
rações). Noções sobre segurança individual, sileiros e aos estrangeiros residentes no País a invio-
coletiva e de instalações. Noções de primeiros labilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
socorros. Noções sobre a Política Nacional de à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
Resíduos Sólidos, seus fins e mecanismos. No- obrigações, nos termos desta Constituição;
ções sobre a Política Nacional do Meio Ambi- II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
ente, seus fins e mecanismos. Noções de Rela- fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
ções humanas. Trabalho em equipe. Relacio- III - ninguém será submetido a tortura nem a
namento interpessoal. Comportamento profis- tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento,
sional: atitudes no serviço, qualidade no aten- sendo vedado o anonimato;
dimento ao público, comunicabilidade, apre- V - é assegurado o direito de resposta, propor-
sentação, atenção, cortesia, interesse, preste- cional ao agravo, além da indenização por dano ma-
za, eficiência, tolerância, discrição, objetivi- terial, moral ou à imagem;
dade, capacidade de liderança. Código de Pos- VI - é inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
turas do Município de Imperatriz – MA. As- cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a pro-
pectos geográficos, históricos e políticos do teção aos locais de culto e a suas liturgias;
Município de Imperatriz – MA. Administra- VII - é assegurada, nos termos da lei, a presta-
ção Pública: Conceito. Poderes e deveres do ção de assistência religiosa nas entidades civis e
administrador público. Organização adminis- militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por mo-
trativa brasileira: princípios, espécies, formas tivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
e características. Concentração e Desconcen- política, salvo se as invocar para eximir-se de obri-
tração. Poderes Administrativos: poder vincu- gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
lado, poder discricionário, poder hierárquico, prestação alternativa, fixada em lei;
poder disciplinar, poder regulamentar e po- IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independen-
der de polícia. Atos Administrativos: Concei- temente de censura ou licença;
tos e requisitos, Atributos, Classificação, Mo- X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
tivação, Invalidação. Serviços Públicos: con- a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
ceitos: classificação; regulamentação; contro- direito a indenização pelo dano material ou moral
le; permissão; concessão e autorização. Regi- decorrente de sua violação; .
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
me Estatutário dos Servidores Públicos do guém nela podendo penetrar sem consentimento do
Município de Imperatriz – MA. Crimes con- morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tra a Administração Pública. Abuso de auto- tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
ridade (Lei nº 4.898/1965 e suas alterações). determinação judicial;

2
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e a) a proteção às participações individuais em
das comunicações telegráficas, de dados e das co- obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
municações telefônicas, salvo, no último caso, por humanas, inclusive nas atividades desportivas;
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei b) o direito de fiscalização do aproveitamento
estabelecer para fins de investigação criminal ou econômico das obras que criarem ou de que partici-
instrução processual penal; parem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, vas representações sindicais e associativas;
ofício ou profissão, atendidas as qualificações profis- XXIX - a lei assegurará aos autores de inven-
sionais que a lei estabelecer; tos industriais privilégio temporário para sua utiliza-
XIV - é assegurado a todos o acesso à infor- ção, bem como proteção às criações industriais, à
mação e resguardado o sigilo da fonte, quando ne- propriedade das marcas, aos nomes de empresas e
cessário ao exercício profissional; a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
XV - é livre a locomoção no território nacional social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos do País;
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair XXX - é garantido o direito de herança;
com seus bens; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros si-
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, tuados no País será regulada pela lei brasileira em
sem armas, em locais abertos ao público, indepen- benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem-
dentemente de autorização, desde que não frustrem pre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
outra reunião anteriormente convocada para o mes- "de cujus";
mo local, sendo apenas exigido prévio aviso à auto- XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
ridade competente; defesa do consumidor;
XVII - é plena a liberdade de associação para XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; públicos informações de seu interesse particular, ou
XVIII - a criação de associações e, na forma da de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
lei, a de cooperativas independem de autorização, no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res-
sendo vedada a interferência estatal em seu funcio- salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
namento; segurança da sociedade e do Estado;
XIX - as associações só poderão ser compul- XXXIV - são a todos assegurados, indepen-
soriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus- dentemente do pagamento de taxas:
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro a) o direito de petição aos Poderes Públicos
caso, o trânsito em julgado; em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
XX - ninguém poderá ser compelido a associ- de poder;
ar-se ou a permanecer associado; b) a obtenção de certidões em repartições pú-
XXI - as entidades associativas, quando ex- blicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
pressamente autorizadas, têm legitimidade para situações de interesse pessoal;
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen- XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Po-
te; der Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquiri-
XXIII - a propriedade atenderá a sua função do, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
social; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exce-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para ção;
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri,
ou por interesse social, mediante justa e prévia inde- com a organização que lhe der a lei, assegurados:
nização em dinheiro, ressalvados os casos previstos a) a plenitude de defesa;
nesta Constituição; b) o sigilo das votações;
XXV - no caso de iminente perigo público, a c) a soberania dos veredictos;
autoridade competente poderá usar de propriedade d) a competência para o julgamento dos crimes
particular, assegurada ao proprietário indenização dolosos contra a vida;
ulterior, se houver dano; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o
XXVI - a pequena propriedade rural, assim de- defina, nem pena sem prévia cominação legal;
finida em lei, desde que trabalhada pela família, não XL - a lei penal não retroagirá, salvo para be-
será objeto de penhora para pagamento de débitos neficiar o réu;
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a XLI - a lei punirá qualquer discriminação aten-
lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimen- tatória dos direitos e liberdades fundamentais;
to; XLII - a prática do racismo constitui crime inafi-
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo ançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
de utilização, publicação ou reprodução de suas nos termos da lei;
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
lei fixar; insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura ,
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos,

3
por eles respondendo os mandantes, os executores LXI - ninguém será preso senão em flagrante
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; delito ou por ordem escrita e fundamentada de auto-
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri- ridade judiciária competente, salvo nos casos de
tível a ação de grupos armados, civis ou militares, transgressão militar ou crime propriamente militar,
contra a ordem constitucional e o Estado Democráti- definidos em lei;
co; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do onde se encontre serão comunicados imediatamente
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
e a decretação do perdimento de bens ser, nos ter- por ele indicada;
mos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles LXIII - o preso será informado de seus direitos,
executadas, até o limite do valor do patrimônio trans- entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
ferido; assegurada a assistência da família e de advogado;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena LXIV - o preso tem direito à identificação dos
e adotará, entre outras, as seguintes: responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
a) privação ou restrição da liberdade; policial;
b) perda de bens; LXV - a prisão ilegal será imediatamente rela-
c) multa; xada pela autoridade judiciária;
d) prestação social alternativa; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
e) suspensão ou interdição de direitos; mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
XLVII - não haverá penas: com ou sem fiança;
a) de morte, salvo em caso de guerra declara- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
da, nos termos do art. 84, XIX; a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
b) de caráter perpétuo; inescusável de obrigação alimentícia e a do deposi-
c) de trabalhos forçados; tário infiel;
d) de banimento; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre
e) cruéis; que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci- violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
mentos distintos, de acordo com a natureza do deli- por ilegalidade ou abuso de poder;
to, a idade e o sexo do apenado; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à para proteger direito líquido e certo, não amparado
integridade física e moral; por habeas corpus ou habeas data, quando o res-
L - às presidiárias serão asseguradas condi- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
ções para que possam permanecer com seus filhos toridade pública ou agente de pessoa jurídica no
durante o período de amamentação; exercício de atribuições do Poder Público;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o LXX - o mandado de segurança coletivo pode
naturalizado, em caso de crime comum, praticado ser impetrado por:
antes da naturalização, ou de comprovado envolvi- a) partido político com representação no Con-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas gresso Nacional;
afins, na forma da lei; b) organização sindical, entidade de classe ou
LII - não será concedida extradição de estran- associação legalmente constituída e em funciona-
geiro por crime político ou de opinião; mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte-
LIII - ninguém será processado nem sentenci- resses de seus membros ou associados;
ado senão pela autoridade competente; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de sempre que a falta de norma regulamentadora torne
seus bens sem o devido processo legal; inviável o exercício dos direitos e liberdades consti-
LV - aos litigantes, em processo judicial ou tucionais e das prerrogativas inerentes à nacionali-
administrativo, e aos acusados em geral são assegu- dade, à soberania e à cidadania;
rados o contraditório e ampla defesa, com os meios LXXII - conceder-se-á habeas data:
e recursos a ela inerentes; a) para assegurar o conhecimento de informa-
LVI - são inadmissíveis, no processo, as pro- ções relativas à pessoa do impetrante, constantes de
vas obtidas por meios ilícitos; registros ou bancos de dados de entidades gover-
LVII - ninguém será considerado culpado até o namentais ou de caráter público;
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; b) para a retificação de dados, quando não se
LVIII - o civilmente identificado não será sub- prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou ad-
metido a identificação criminal, salvo nas hipóteses ministrativo;
previstas em lei; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
LIX - será admitida ação privada nos crimes de propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
ação pública, se esta não for intentada no prazo patrimônio público ou de entidade de que o Estado
legal; participe, à moralidade administrativa, ao meio ambi-
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos ente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
atos processuais quando a defesa da intimidade ou o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
interesse social o exigirem; judiciais e do ônus da sucumbência;

4
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica servidores de carreira nos casos, condições e per-
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência centuais mínimos previstos em lei, destinam-se ape-
de recursos; nas às atribuições de direção, chefia e assessora-
LXXV - o Estado indenizará o condenado por mento;
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do VI - é garantido ao servidor público civil o direi-
tempo fixado na sentença; to à livre associação sindical;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamen- VII - o direito de greve será exercido nos ter-
te pobres, na forma da lei: mos e nos limites definidos em lei específica;
a) o registro civil de nascimento; VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
b) a certidão de óbito; empregos públicos para as pessoas portadoras de
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos IX - a lei estabelecerá os casos de contratação
necessários ao exercício da cidadania. por tempo determinado para atender a necessidade
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e adminis- temporária de excepcional interesse público;
trativo, são assegurados a razoável duração do pro- X - a remuneração dos servidores públicos e o
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente pode-
tramitação. rão ser fixados ou alterados por lei específica, obser-
§ 1º As normas definidoras dos direitos e ga- vada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
rantias fundamentais têm aplicação imediata. revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta distinção de índices;
Constituição não excluem outros decorrentes do XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos de cargos, funções e empregos públicos da adminis-
tratados internacionais em que a República Federati- tração direta, autárquica e fundacional, dos membros
va do Brasil seja parte. de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
§ 3º Os tratados e convenções internacionais Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
sobre direitos humanos que forem aprovados, em mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
serão equivalentes às emendas constitucionais. vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza,
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribu- não poderão exceder o subsídio mensal, em espé-
nal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes- cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, apli-
tado adesão. cando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do
CAPÍTULO VII Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o sub-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA sídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Seção I Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
DISPOSIÇÕES GERAIS Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio
Art. 37. A administração pública direta e indire- dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limita-
ta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida- do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Judiciário, aplicável este limite aos membros do Mi-
I - os cargos, empregos e funções públicas são nistério Público, aos Procuradores e aos Defensores
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisi- Públicos;
tos estabelecidos em lei, assim como aos estrangei- XII - os vencimentos dos cargos do Poder Le-
ros, na forma da lei; gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser supe-
II - a investidura em cargo ou emprego público riores aos pagos pelo Poder Executivo;
depende de aprovação prévia em concurso público XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na remuneração de pessoal do serviço público;
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações XIV - os acréscimos pecuniários percebidos
para cargo em comissão declarado em lei de livre por servidor público não serão computados nem
nomeação e exoneração; acumulados para fins de concessão de acréscimos
III - o prazo de validade do concurso público ulteriores;
será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupan-
período; tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
IV - durante o prazo improrrogável previsto no ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
edital de convocação, aquele aprovado em concurso artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
público de provas ou de provas e títulos será convo- 2º, I;
cado com prioridade sobre novos concursados para XVI - é vedada a acumulação remunerada de
assumir cargo ou emprego, na carreira; cargos públicos, exceto, quando houver compatibili-
V - as funções de confiança, exercidas exclusi- dade de horários, observado em qualquer caso o
vamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, disposto no inciso XI:
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por a) a de dois cargos de professor;

5
b) a de um cargo de professor com outro técni- III - a disciplina da representação contra o
co ou científico; exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego
c) a de dois cargos ou empregos privativos de ou função na administração pública.
profissionais de saúde, com profissões regulamenta- § 4º - Os atos de improbidade administrativa
das; importarão a suspensão dos direitos políticos, a per-
XVII - a proibição de acumular estende-se a da da função pública, a indisponibilidade dos bens e
empregos e funções e abrange autarquias, funda- o ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre-
ções, empresas públicas, sociedades de economia vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
direta ou indiretamente, pelo poder público; para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
XVIII - a administração fazendária e seus ser- ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas
vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com- as respectivas ações de ressarcimento.
petência e jurisdição, precedência sobre os demais § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
setores administrativos, na forma da lei; as de direito privado prestadoras de serviços públi-
XIX – somente por lei específica poderá ser cos responderão pelos danos que seus agentes,
criada autarquia e autorizada a instituição de empre- nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
sa pública, de sociedade de economia mista e de o direito de regresso contra o responsável nos casos
fundação, cabendo à lei complementar, neste último de dolo ou culpa.
caso, definir as áreas de sua atuação; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-
XX - depende de autorização legislativa, em trições ao ocupante de cargo ou emprego da admi-
cada caso, a criação de subsidiárias das entidades nistração direta e indireta que possibilite o acesso a
mencionadas no inciso anterior, assim como a parti- informações privilegiadas.
cipação de qualquer delas em empresa privada; § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e fi-
XXI - ressalvados os casos especificados na nanceira dos órgãos e entidades da administração
legislação, as obras, serviços, compras e alienações direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
serão contratados mediante processo de licitação trato, a ser firmado entre seus administradores e o
pública que assegure igualdade de condições a to- poder público, que tenha por objeto a fixação de
dos os concorrentes, com cláusulas que estabele- metas de desempenho para o órgão ou entidade,
çam obrigações de pagamento, mantidas as condi- cabendo à lei dispor sobre:
ções efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual I - o prazo de duração do contrato;
somente permitirá as exigências de qualificação téc- II - os controles e critérios de avaliação de de-
nica e econômica indispensáveis à garantia do cum- sempenho, direitos, obrigações e responsabilidade
primento das obrigações. dos dirigentes;
XXII - as administrações tributárias da União, III - a remuneração do pessoal."
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às em-
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, presas públicas e às sociedades de economia mista,
exercidas por servidores de carreiras específicas, e suas subsidiárias, que receberem recursos da Uni-
terão recursos prioritários para a realização de suas ão, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municí-
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive pios para pagamento de despesas de pessoal ou de
com o compartilhamento de cadastros e de informa- custeio em geral.
ções fiscais, na forma da lei ou convênio. § 10. É vedada a percepção simultânea de
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
ter caráter educativo, informativo ou de orientação emprego ou função pública, ressalvados os cargos
social, dela não podendo constar nomes, símbolos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
autoridades ou servidores públicos. de livre nomeação e exoneração.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos § 11. Não serão computadas, para efeito dos
II e III implicará a nulidade do ato e a punição da limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
autoridade responsável, nos termos da lei. caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizató-
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação rio previstas em lei.
do usuário na administração pública direta e indireta, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do
regulando especialmente: caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
I - as reclamações relativas à prestação dos Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
serviços públicos em geral, asseguradas a manuten- emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
ção de serviços de atendimento ao usuário e a avali- como limite único, o subsídio mensal dos Desembar-
ação periódica, externa e interna, da qualidade dos gadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
serviços; noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
II - o acesso dos usuários a registros adminis- do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribu-
trativos e a informações sobre atos de governo, ob- nal Federal, não se aplicando o disposto neste pará-
servado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; grafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Dis-
tritais e dos Vereadores.

6
CAPÍTULO III rais. (Redação dada pela Emen-
DA SEGURANÇA PÚBLICA da Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de
direito e responsabilidade de todos, é exercida para polícia de carreira, incumbem, ressalvada a compe-
a preservação da ordem pública e da incolumidade tência da União, as funções de polícia judiciária e a
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes apuração de infrações penais, exceto as militares.
órgãos:
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia osten-
I - polícia federal; siva e a preservação da ordem pública; aos corpos
de bombeiros militares, além das atribuições defini-
II - polícia rodoviária federal; das em lei, incumbe a execução de atividades de
defesa civil.
III - polícia ferroviária federal;
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros
militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
IV - polícias civis;
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
V - polícias militares e corpos de bombeiros mili- Territórios.
tares.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcio-
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como ór- namento dos órgãos responsáveis pela segurança
gão permanente, organizado e mantido pela União e pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
estruturado em carreira, destina-se atividades.
a: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens,
I - apurar infrações penais contra a ordem políti- serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
ca e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárqui-
§ 9º A remuneração dos servidores policiais inte-
cas e empresas públicas, assim como outras infra-
grantes dos órgãos relacionados neste artigo será
ções cuja prática tenha repercussão interestadual ou
fixada na forma do § 4º do art.
internacional e exija repressão uniforme, segundo se
39. (Incluído pela Emenda Consti-
dispuser em lei;
tucional nº 19, de 1998)
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpe-
§ 10. A segurança viária, exercida para a preser-
centes e drogas afins, o contrabando e o descami-
vação da ordem pública e da incolumidade das pes-
nho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
soas e do seu patrimônio nas vias públi-
órgãos públicos nas respectivas áreas de competên-
cas: (Incluído pela Emenda
cia;
Constitucional nº 82, de 2014)
III - exercer as funções de polícia marítima, ae-
I - compreende a educação, engenharia e fiscali-
roportuária e de
zação de trânsito, além de outras atividades previs-
ras; (Redação dada pela Emenda
tas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
Constitucional nº 19, de 1998)
mobilidade urbana eficiente;
e (Incluído pela Emenda Constituci-
IV - exercer, com exclusividade, as funções de onal nº 82, de 2014)
polícia judiciária da União.
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão perma- Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
nente, organizado e mantido pela União e estrutura- entidades executivos e seus agentes de trânsito,
do em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru- estruturados em Carreira, na forma da
lhamento ostensivo das rodovias fede- lei. (Incluído pela Emenda Consti-
rais. (Redação dada pela tucional nº 82, de 2014)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão perma-


nente, organizado e mantido pela União e estrutura-
do em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das ferrovias fede-

7
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE Parágrafo único - O agente, em qualquer das
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
DEZEMBRO DE 1940 - Código Penal. doloso ou culposo.
Art. 14 - Diz-se o crime: Estado de necessidade
Crime consumado Art. 24 - Considera-se em estado de necessida-
de quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
I - consumado, quando nele se reúnem todos os
que não provocou por sua vontade, nem podia de
elementos de sua definição legal;
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sa-
Tentativa crifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se.
II - tentado, quando, iniciada a execução, não
se consuma por circunstâncias alheias à vontade do § 1º - Não pode alegar estado de necessidade
agente. quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
Pena de tentativa § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício
do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de
Parágrafo único - Salvo disposição em contrá-
um a dois terços.
rio, pune-se a tentativa com a pena correspondente
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Legítima defesa
Desistência voluntária e arrependimento Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem,
eficaz usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste
seu ou de outrem.
de prosseguir na execução ou impede que o resulta-
do se produza, só responde pelos atos já praticados.
TÍTULO II
Arrependimento posterior DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restitu- CAPÍTULO I
ída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da DO FURTO
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços. Furto
Crime impossível
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por alheia móvel:
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropri-
edade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o
crime é praticado durante o repouso noturno.
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo; § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno
Crime culposo valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
II - culposo, quando o agente deu causa ao terços, ou aplicar somente a pena de multa.
resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elé-
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como trica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
crime, senão quando o pratica dolosamente.
Exclusão de ilicitude Furto qualificado

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
o fato: e multa, se o crime é cometido:
I - em estado de necessidade;
I - com destruição ou rompimento de obstáculo
II - em legítima defesa;
à subtração da coisa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito. II - com abuso de confiança, ou mediante frau-
Excesso punível de, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

8
IV - mediante concurso de duas ou mais pesso- II - se há o concurso de duas ou mais pes-
as. soas;

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 III - se a vítima está em serviço de transporte de


(dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo valores e o agente conhece tal circunstância.
ou de artefato análogo que cause perigo co-
mum. IV - se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, o exterior;
se a subtração for de veículo automotor que venha a
ser transportado para outro Estado ou para o exteri- V - se o agente mantém a vítima em seu poder,
or. restringindo sua liberdade.

§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cin- VI – se a subtração for de substâncias explosi-


co) anos se a subtração for de semovente domesti- vas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
cável de produção, ainda que abatido ou dividido em possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
partes no local da subtração. go.

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 § 2º- A A pena aumenta-se de 2/3 (dois ter-


(dez) anos e multa, se a subtração for de substân- ços):
cias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, monta- I – se a violência ou ameaça é exercida com
gem ou emprego. emprego de arma de fogo;

Furto de coisa comum


II – se há destruição ou rompimento de obstácu-
lo mediante o emprego de explosivo ou de artefato
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou análogo que cause perigo comum.
sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente
a detém, a coisa comum: § 3º Se da violência resulta:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
multa. de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;

§ 1º - Somente se procede mediante represen- II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a


tação. 30 (trinta) anos, e multa.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa co- Extorsão


mum fungível, cujo valor não excede a quota a que
tem direito o agente.
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violên-
cia ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
CAPÍTULO II
ou para outrem indevida vantagem econômica, a
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma
coisa:
Roubo
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
para outrem, mediante grave ameaça ou violência a § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
reduzido à impossibilidade de resistência: pena de um terço até metade.

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anteri-
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo de- or.
pois de subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a im- § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
punidade do crime ou a detenção da coisa para si ou liberdade da vítima, e essa condição é necessária
para terceiro. para a obtenção da vantagem econômica, a pena é
de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, apli-
metade:

9
cam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e 3o, I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de
respectivamente. outrem, águas alheias;

Extorsão mediante sequestro Esbulho possessório

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de ob- II - invade, com violência a pessoa ou grave
ter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, co- ameaça, ou mediante concurso de mais de duas
mo condição ou preço do resgate: pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de
esbulho possessório.
Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) também na pena a esta cominada.
horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é come- § 3º - Se a propriedade é particular, e não há
tido por bando ou quadrilha. emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Supressão ou alteração de marca em ani-
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natu- mais
reza grave:
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente,
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo
anos. de propriedade:

§ 3º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e


multa.
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
CAPÍTULO IV
DO DANO
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o
concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando
a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida Dano
de um a dois terços.
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
Extorsão indireta alheia:

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
dívida, abusando da situação de alguém, documento
que pode dar causa a procedimento criminal contra a Dano qualificado
vítima ou contra terceiro:
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO II - com emprego de substância inflamável ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
Alteração de limites
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fun-
ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, dação pública, empresa pública, sociedade de eco-
para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa nomia mista ou empresa concessionária de serviços
imóvel alheia: públicos;

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. IV - por motivo egoístico ou com prejuízo consi-
derável para a vítima:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e
Usurpação de águas multa, além da pena correspondente à violência.

10
Introdução ou abandono de animais em pro- Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência
priedade alheia social as contribuições recolhidas dos contribuintes,
no prazo e forma legal ou convencional:
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em pro-
priedade alheia, sem consentimento de quem de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
direito, desde que o fato resulte prejuízo: multa.

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar
ou multa. de:

Dano em coisa de valor artístico, arqueoló- I – recolher, no prazo legal, contribuição ou


gico ou histórico outra importância destinada à previdência social que
tenha sido descontada de pagamento efetuado a
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
tombada pela autoridade competente em virtude de
valor artístico, arqueológico ou histórico: II – recolher contribuições devidas à previdência
social que tenham integrado despesas contábeis ou
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e custos relativos à venda de produtos ou à prestação
multa. de serviços;

Alteração de local especialmente protegido III - pagar benefício devido a segurado, quando
as respectivas cotas ou valores já tiverem sido re-
embolsados à empresa pela previdência social.
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade
competente, o aspecto de local especialmente prote-
gido por lei: § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espon-
taneamente, declara, confessa e efetua o pagamento
das contribuições, importâncias ou valores e presta
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou mul-
as informações devidas à previdência social, na for-
ta.
ma definida em lei ou regulamento, antes do início
da ação fiscal.
Ação penal
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do ou aplicar somente a de multa se o agente for primá-
seu parágrafo e do art. 164, somente se procede rio e de bons antecedentes, desde que:
mediante queixa.
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal
CAPÍTULO V e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA contribuição social previdenciária, inclusive acessó-
rios; ou
Apropriação indébita
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
que tem a posse ou a detenção: pela previdência social, administrativamente, como
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execu-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. ções fiscais.

Aumento de pena § 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se


aplica aos casos de parcelamento de contribuições
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
o agente recebeu a coisa: àquele estabelecido, administrativamente, como
sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execu-
ções fiscais.
I - em depósito necessário;
Apropriação de coisa havida por erro, caso
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liqui-
fortuito ou força da natureza
datário, inventariante, testamenteiro ou depositário
judicial;
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia
vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
natureza:
Apropriação indébita previdenciária

11
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou mul- III - defrauda, mediante alienação não consenti-
ta. da pelo credor ou por outro modo, a garantia pigno-
ratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Fraude na entrega de coisa
Apropriação de tesouro
IV - defrauda substância, qualidade ou quanti-
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se dade de coisa que deve entregar a alguém;
apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem
direito o proprietário do prédio; Fraude para recebimento de indenização ou
valor de seguro
Apropriação de coisa achada
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coi-
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se sa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou
apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí- agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o
la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à intuito de haver indenização ou valor de seguro;
autoridade competente, dentro no prazo de quinze
dias. Fraude no pagamento por meio de cheque

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, VI - emite cheque, sem suficiente provisão de
aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o paga-
mento.
CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o
crime é cometido em detrimento de entidade de direi-
Estelionato to público ou de instituto de economia popular, assis-
tência social ou beneficência.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vanta-
gem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou manten- Estelionato contra idoso
do alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qual-
quer outro meio fraudulento: § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for
cometido contra idoso.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de
quinhentos mil réis a dez contos de réis. Duplicata simulada

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de


valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme venda que não corresponda à mercadoria vendida,
o disposto no art. 155, § 2º. em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
Disposição de coisa alheia como própria e multa.

I - vende, permuta, dá em pagamento, em loca- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá
ção ou em garantia coisa alheia como própria; aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração do
Livro de Registro de Duplicatas.
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa
própria Abuso de incapazes

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio,


garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus de necessidade, paixão ou inexperiência de menor,
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a tercei- ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
ro, mediante pagamento em prestações, silenciando induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível
sobre qualquer dessas circunstâncias; de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de
terceiro:
Defraudação de penhor
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

12
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não
da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade constitui crime contra a economia popular:
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou
aposta, ou à especulação com títulos ou mercadori- I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade
as, sabendo ou devendo saber que a operação é por ações, que, em prospecto, relatório, parecer,
ruinosa: balanço ou comunicação ao público ou à assem-
bléia, faz afirmação falsa sobre as condições eco-
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. nômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente,
no todo ou em parte, fato a elas relativo;
Fraude no comércio
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove,
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de
comercial, o adquirente ou consumidor: outros títulos da sociedade;

I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mer- III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo
cadoria falsificada ou deteriorada; à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de tercei-
ro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autori-
zação da assembléia geral;
II - entregando uma mercadoria por outra:

IV - o diretor ou o gerente que compra ou ven-


Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
de, por conta da sociedade, ações por ela emitidas,
multa.
salvo quando a lei o permite;
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mes-
crédito social, aceita em penhor ou em caução ações
mo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de
da própria sociedade;
menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; ven-
der, como precioso, metal de ou outra qualidade:
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de ba-
lanço, em desacordo com este, ou mediante balanço
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por
interposta pessoa, ou conluiado com acionista, con-
Outras fraudes segue a aprovação de conta ou parecer;

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar- VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV,
se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem V e VII;
dispor de recursos para efetuar o pagamento:
IX - o representante da sociedade anônima
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, estrangeira, autorizada a funcionar no País, que
ou multa. pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá
falsa informação ao Governo.
Parágrafo único - Somente se procede median-
te representação, e o juiz pode, conforme as circuns- § 2º - Incorre na pena de detenção, de seis
tâncias, deixar de aplicar a pena. meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de
obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
Fraudes e abusos na fundação ou adminis- voto nas deliberações de assembléia geral.
tração de sociedade por ações
Emissão irregular de conhecimento de de-
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade pósito ou "warrant"
por ações, fazendo, em prospecto ou em comunica-
ção ao público ou à assembléia, afirmação falsa Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou
sobre a constituição da sociedade, ou ocultando warrant, em desacordo com disposição legal:
fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa,
se o fato não constitui crime contra a economia po-
Fraude à execução
pular.

13
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desvi- ou de autarquia, fundação pública, empresa pública,
ando, destruindo ou danificando bens, ou simulando sociedade de economia mista ou empresa concessi-
dívidas: onária de serviços públicos, aplica-se em dobro a
pena prevista no caput deste artigo.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa. Receptação de animal

Parágrafo único - Somente se procede median- Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, con-
te queixa. duzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a fina-
lidade de produção ou de comercialização, semoven-
CAPÍTULO VII te domesticável de produção, ainda que abatido ou
DA RECEPTAÇÃO
dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime:
Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e mul-
ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que ta.
sabe ser produto de crime, ou influir para que tercei-
ro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Corrupção passiva

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e mul- Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para
ta. outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
Receptação qualificada vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal van-
tagem:
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remon- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
tar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 12.11.2003)
atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
conseqüência da vantagem ou promessa, o funcio-
Pena - reclusão, de três a oito anos, e mul- nário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ta. ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar


efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de co- ou retarda ato de ofício, com infração de dever funci-
mércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício onal, cedendo a pedido ou influência de outrem:
em residência.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua multa.
natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve Facilitação de contrabando ou descaminho
presumir-se obtida por meio criminoso:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funci-
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou mul- onal, a prática de contrabando ou descaminho (art.
ta, ou ambas as penas. 334):

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desco- Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
nhecido ou isento de pena o autor do crime de que multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
proveio a coisa. 27.12.1990)

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é Prevaricação


primário, pode o juiz, tendo em consideração as cir-
cunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevi-
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposi-
155. ção expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da
União, de Estado, do Distrito Federal, de Município

14
Pena - detenção, de três meses a um ano, e § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido
multa. na faixa de fronteira:

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou Exercício funcional ilegalmente antecipado
similar, que permita a comunicação com outros pre- ou prolongado
sos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº
11.466, de 2007). Art. 324 - Entrar no exercício de função pública
antes de satisfeitas as exigências legais, ou continu-
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
ano. oficialmente que foi exonerado, removido, substituído
ou suspenso:
Condescendência criminosa
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, multa.
de responsabilizar subordinado que cometeu infra-
ção no exercício do cargo ou, quando lhe falte com- Violação de sigilo funcional
petência, não levar o fato ao conhecimento da auto-
ridade competente: Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em
razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou ou facilitar-lhe a revelação:
multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
Advocacia administrativa multa, se o fato não constitui crime mais grave.

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre
interesse privado perante a administração pública, quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
valendo-se da qualidade de funcionário:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, for-
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. necimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sis-
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: temas de informações ou banco de dados da Admi-
nistração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
Pena - detenção, de três meses a um ano, além 2000)
da multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restri-
Violência arbitrária to. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Ad-
função ou a pretexto de exercê-la: ministração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a três anos,
além da pena correspondente à violência. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Abandono de função
Violação do sigilo de proposta de concor-
rência
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos
casos permitidos em lei:
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de con-
corrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
de devassá-lo:
multa.

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e


§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e
Funcionário público
multa.

15
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem


exerce cargo, emprego ou função em entidade para-
estatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
serviço contratada ou conveniada para a execução
de atividade típica da Administração
ca. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte


quando os autores dos crimes previstos neste Capí-
tulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

Código de Processo Penal.

DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE


1941.
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autori-
dades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito
quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumen-
tos, armas, objetos ou papéis que façam presumir
ser ele autor da infração.

16
V - com validade da Carteira Nacional de Habilita-
LEI Nº 9.503 - 23 DE SETEMBRO DE 1997. ção vencida há mais de trinta dias:

Infração - gravíssima;
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
Penalidade - multa;

CAPÍTULO XV Medida administrativa - recolhimento da Carteira


DAS INFRAÇÕES Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado;
Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobser-
vância de qualquer preceito deste Código, da legislação VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo auxiliar de audição, de prótese física ou as adaptações
o infrator sujeito às penalidades e medidas administrati- do veículo impostas por ocasião da concessão ou da
vas indicadas em cada artigo, além das punições previs- renovação da licença para conduzir:
tas no Capítulo XIX.
Infração - gravíssima;
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação
às resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e
medidas administrativas definidas nas próprias resolu- Penalidade - multa;
ções.
Medida administrativa - retenção do veículo até o
Art. 162. Dirigir veículo: saneamento da irregularidade ou apresentação de con-
dutor habilitado.
I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação,
Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa
Ciclomotor: nas condições previstas no artigo anterior:

Infração - gravíssima; Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;

Penalidade - multa (três vezes); Penalidade - as mesmas previstas no artigo anteri-


or;
Medida administrativa - retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado; Medida administrativa - a mesma prevista no inciso
III do artigo anterior.
II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permis-
são para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomo- Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referi-
tor cassada ou com suspensão do direito de dirigir: das nos incisos do art. 162 tome posse do veículo au-
tomotor e passe a conduzi-lo na via:
Infração - gravíssima;
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art.
162;
Penalidade - multa (três vezes);
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Medida administrativa - recolhimento do documen-
to de habilitação e retenção do veículo até a apresenta-
ção de condutor habilitado; Medida administrativa - a mesma prevista no inciso
III do art. 162.
III - com Carteira Nacional de Habilitação ou
Permissão para Dirigir de categoria diferente da do veí-
culo que esteja conduzindo:
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de
Infração - gravíssima; qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência:
Penalidade - multa (duas vezes);
Infração - gravíssima;
Medida administrativa - retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do
direito de dirigir por 12 (doze) meses.
IV - (VETADO)

17
Medida administrativa - recolhimento do documento Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados
de habilitação e retenção do veículo, observado o dis- indispensáveis à segurança:
posto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de se-
tembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. Infração - leve;

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa pre- Penalidade - multa.


vista no caput em caso de reincidência no período de
até 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que este-
12.760, de 2012) jam atravessando a via pública, ou os demais veículos:

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, Infração - gravíssima;


exame clínico, perícia ou outro procedimento que permi-
ta certificar influência de álcool ou outra substância psi-
Penalidade - multa e suspensão do direito de diri-
coativa, na forma estabelecida pelo art. 277:
gir;

Infração - gravíssima; Medida administrativa - retenção do veículo e reco-


lhimento do documento de habilitação.
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do di-
reito de dirigir por 12 (doze) meses; Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os
pedestres ou veículos, água ou detritos:
Medida administrativa - recolhimento do documen-
to de habilitação e retenção do veículo, observado o Infração - média;
disposto no § 4º do art. 270.
Penalidade - multa.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa pre-
vista no caput em caso de reincidência no período de Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via
até 12 (doze) meses objetos ou substâncias:

Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a Infração - média;


pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou
psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com se-
Penalidade - multa.
gurança:
Art. 173. Disputar corrida:
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar
direito de dirigir e apreensão do veículo;
o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65:
Medida administrativa - recolhimento do documen-
Infração - grave;
to de habilitação e remoção do veículo.

Penalidade - multa;
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa pre-
vista no caput em caso de reincidência no período de 12
Medida administrativa - retenção do veículo até (doze) meses da infração anterior.
colocação do cinto pelo infrator.
Art. 174. Promover, na via, competição, eventos
Art. 168. Transportar crianças em veículo automo- organizados, exibição e demonstração de perícia em
tor sem observância das normas de segurança especi- manobra de veículo, ou deles participar, como condutor,
ais estabelecidas neste Código: sem permissão da autoridade de trânsito com circuns-
crição sobre a via:
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até


que a irregularidade seja sanada. Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do
direito de dirigir e apreensão do veículo;

18
Medida administrativa - recolhimento do documen- Infração - grave;
to de habilitação e remoção do veículo.
Penalidade - multa.
§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promoto-
res e aos condutores participantes. Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente
sem vítima, de adotar providências para remover o veí-
§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput culo do local, quando necessária tal medida para asse-
em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses gurar a segurança e a fluidez do trânsito:
da infração anterior.
Infração - média;
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou
exibir manobra perigosa, mediante arrancada brusca, Penalidade - multa.
derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arras-
tamento de pneus: Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em
veículo na via pública, salvo nos casos de impedimento
Infração - gravíssima; absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja
devidamente sinalizado:
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do
direito de dirigir e apreensão do veículo; I - em pista de rolamento de rodovias e vias de
trânsito rápido:
Medida administrativa - recolhimento do documen-
to de habilitação e remoção do veículo. Infração - grave;

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa pre- Penalidade - multa;


vista no caput em caso de reincidência no período de 12
(doze) meses da infração anterior. Medida administrativa - remoção do veículo;

Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente II - nas demais vias:


com vítima:
Infração - leve;
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, po-
dendo fazê-lo; Penalidade - multa.

II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por
sentido de evitar perigo para o trânsito no local; falta de combustível:

III - de preservar o local, de forma a facilitar os Infração - média;


trabalhos da polícia e da perícia;
Penalidade - multa;
IV - de adotar providências para remover o veículo
do local, quando determinadas por policial ou agente da
autoridade de trânsito; Medida administrativa - remoção do veículo.

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar Art. 181. Estacionar o veículo:


informações necessárias à confecção do boletim de
ocorrência: I - nas esquinas e a menos de cinco metros do
bordo do alinhamento da via transversal:
Infração - gravíssima;
Infração - média;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do
direito de dirigir; Penalidade - multa;

Medida administrativa - recolhimento do documen- Medida administrativa - remoção do veículo;


to de habilitação.
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cin-
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à qüenta centímetros a um metro:
vítima de acidente de trânsito quando solicitado pela
autoridade e seus agentes: Infração - leve;

19
Penalidade - multa; Infração - grave;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais Medida administrativa - remoção do veículo;
de um metro:
IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebai-
Infração - grave; xada destinada à entrada ou saída de veículos:

Penalidade - multa; Infração - média;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas Medida administrativa - remoção do veículo;


neste Código:
X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - média;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovi-
as, das vias de trânsito rápido e das vias dotadas de XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
acostamento:
Infração - grave;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando
VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro a circulação de veículos e pedestres:
de água ou tampas de poços de visita de galerias sub-
terrâneas, desde que devidamente identificados, con- Infração - grave;
forme especificação do CONTRAN:
Penalidade - multa;
Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
XIII - onde houver sinalização horizontal delimita-
Medida administrativa - remoção do veículo; dora de ponto de embarque ou desembarque de passa-
geiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta
VII - nos acostamentos, salvo motivo de força mai- sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros
or: antes e depois do marco do ponto:

Infração - leve; Infração - média;

Penalidade - multa; Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo; Medida administrativa - remoção do veículo;

VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedes- XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
tre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas,
refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores Infração - grave;
de pista de rolamento, marcas de canalização, grama-
dos ou jardim público:
Penalidade - multa;

20
Medida administrativa - remoção do veículo; § 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade
de trânsito aplicará a penalidade preferencialmente
XV - na contramão de direção: após a remoção do veículo.

Infração - média; § 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido


abandonar o calço de segurança na via.
Penalidade - multa;
Art. 182. Parar o veículo:
XVI - em aclive ou declive, não estando devida-
mente freado e sem calço de segurança, quando se I - nas esquinas e a menos de cinco metros do
tratar de veículo com peso bruto total superior a três mil bordo do alinhamento da via transversal:
e quinhentos quilogramas:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cin-
Medida administrativa - remoção do veículo; qüenta centímetros a um metro:

XVII - em desacordo com as condições regulamen- Infração - leve;


tadas especificamente pela sinalização (placa - Estacio-
namento Regulamentado): Penalidade - multa;

Infração - grave; III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais


de um metro:
Penalidade - multa;
Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa;
XVIII - em locais e horários proibidos especifica-
mente pela sinalização (placa - Proibido Estacionar): IV - em desacordo com as posições estabelecidas
neste Código:
Infração - média;
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovi-
XIX - em locais e horários de estacionamento e as, das vias de trânsito rápido e das demais vias dota-
parada proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar das de acostamento:
e Estacionar):
Infração - grave;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedes-
Medida administrativa - remoção do veículo. tres, nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de
pista de rolamento e marcas de canalização:
XX - nas vagas reservadas às pessoas com defici-
ência ou idosos, sem credencial que comprove tal con- Infração - leve;
dição:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;
VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando
Penalidade - multa; a circulação de veículos e pedestres:

Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - média;

21
Penalidade - multa; Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento,
deixar de conservá-lo:
VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
I - na faixa a ele destinada pela sinalização de re-
Infração - média; gulamentação, exceto em situações de emergência;

Penalidade - multa; II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de


maior porte:
IX - na contramão de direção:
Infração - média;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
X - em local e horário proibidos especificamente
pela sinalização (placa - Proibido Parar): I - vias com duplo sentido de circulação, exceto
para ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo
necessário, respeitada a preferência do veículo que
Infração - média;
transitar em sentido contrário:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres
Penalidade - multa;
na mudança de sinal luminoso:

II - vias com sinalização de regulamentação de


Infração - média;
sentido único de circulação:
Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;
Art. 184. Transitar com o veículo:
Penalidade - multa.
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como
Art. 187. Transitar em locais e horários não permi-
de circulação exclusiva para determinado tipo de veícu-
tidos pela regulamentação estabelecida pela autoridade
lo, exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conver-
competente:
sões à direita:

I - para todos os tipos de veículos:


Infração - leve;

Infração - média;
Penalidade - multa;

Penalidade - multa;
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada
como de circulação exclusiva para determinado tipo de
veículo: Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, inter-
rompendo ou perturbando o trânsito:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regula-
mentada com circulação destinada aos veículos de Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos
transporte público coletivo de passageiros, salvo casos precedidos de batedores, de socorro de incêndio e sal-
de força maior e com autorização do poder público vamento, de polícia, de operação e fiscalização de trân-
competente: sito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e
devidamente identificados por dispositivos regulamenta-
dos de alarme sonoro e iluminação vermelha intermiten-
Infração - gravíssima;
tes:

Penalidade - multa e apreensão do veículo; Infração - gravíssima;

Medida Administrativa - remoção do veículo. Penalidade - multa.

22
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, me-
estando este com prioridade de passagem devidamente diante gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de
identificada por dispositivos regulamentares de alarme direção do veículo, o início da marcha, a realização da
sonoro e iluminação vermelha intermitentes: manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou
de faixa de circulação:
Infração - grave;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que,
transitando em sentidos opostos, estejam na iminência Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o
de passar um pelo outro ao realizar operação de ultra- veículo para a faixa mais à esquerda ou mais à direita,
passagem: dentro da respectiva mão de direção, quando for mano-
brar para um desses lados:
Infração - gravíssima;
Infração - média;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do di-
reito de dirigir. Penalidade - multa.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa pre- Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda,
vista no caput em caso de reincidência no período de quando solicitado:
até 12 (doze) meses da infração anterior.
Infração - média;
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança
lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem Penalidade - multa.
como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
no momento, a velocidade, as condições climáticas do Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o
local da circulação e do veículo: veículo da frente estiver colocado na faixa apropriada e
der sinal de que vai entrar à esquerda:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas,
passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refú- Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de trans-
gios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de porte coletivo ou de escolares, parado para embarque
pista de rolamento, acostamentos, marcas de canaliza- ou desembarque de passageiros, salvo quando houver
ção, gramados e jardins públicos: refúgio de segurança para o pedestre:

Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes). Penalidade - multa.

Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na dis- Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de
tância necessária a pequenas manobras e de forma a um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultra-
não causar riscos à segurança: passar bicicleta:

Infração - grave; Infração - média;

Penalidade - multa. Penalidade - multa.

Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
autoridade competente de trânsito ou de seus agentes:
I - pelo acostamento;
Infração - grave;
II - em interseções e passagens de nível;
Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;

23
Penalidade - multa (cinco vezes). V - com prejuízo da livre circulação ou da seguran-
ça, ainda que em locais permitidos:
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
Infração - gravíssima;
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade
suficiente; Penalidade - multa.

II - nas faixas de pedestre; Art. 207. Executar operação de conversão à direita


ou à esquerda em locais proibidos pela sinalização:
III - nas pontes, viadutos ou túneis;
Infração - grave;
IV - parado em fila junto a sinais luminosos, portei-
ras, cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedi- Penalidade - multa.
mento à livre circulação;
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou
V - onde houver marcação viária longitudinal de o de parada obrigatória:
divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou
simples contínua amarela: Infração - gravíssima;

Infração - gravíssima; Penalidade - multa.

Penalidade - multa (cinco vezes). Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viá-
rio com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares,
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa pre- deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de
vista no caput em caso de reincidência no período de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do
até 12 (doze) meses da infração anterior. pedágio:

Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento Infração - grave;


à direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a pista
ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado Penalidade - multa.
para operação de retorno:
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viá-
Infração - grave; rio policial:

Penalidade - multa. Infração - gravíssima;

Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que Penalidade - multa, apreensão do veículo e sus-
integre cortejo, préstito, desfile e formações militares, pensão do direito de dirigir;
salvo com autorização da autoridade de trânsito ou de
seus agentes: Medida administrativa - remoção do veículo e reco-
lhimento do documento de habilitação.
Infração - leve;
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em
Penalidade - multa. razão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial
ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos
Art. 206. Executar operação de retorno: não motorizados:

I - em locais proibidos pela sinalização; Infração - grave;

II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e Penalidade - multa.


túneis;
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de trans-
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, por linha férrea:
ajardinamento ou canteiros de divisões de pista de ro-
lamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veícu- Infração - gravíssima;
los não motorizados;
Penalidade - multa.
IV - nas interseções, entrando na contramão de
direção da via transversal;

24
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar
respectiva marcha for interceptada: adequadamente posicionado para ingresso na via e sem
as precauções com a segurança de pedestres e de ou-
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, tros veículos:
passeatas, desfiles e outros:
Infração - média;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacio-
II - por agrupamento de veículos, como cortejos, nados sem dar preferência de passagem a pedestres e
formações militares e outros: a outros veículos:

Infração - grave; Infração - média;

Penalidade - multa. Penalidade - multa.

Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a Art. 218. Transitar em velocidade superior à
pedestre e a veículo não motorizado: máxima permitida para o local, medida por instrumento
ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito
rápido, vias arteriais e demais vias:
I - que se encontre na faixa a ele destinada;

II - que não haja concluído a travessia mesmo que I - quando a velocidade for superior à máxima em
ocorra sinal verde para o veículo; até 20% (vinte por cento):

III - portadores de deficiência física, crianças, ido- Infração - média;


sos e gestantes:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;
II - quando a velocidade for superior à máxima em
Penalidade - multa. mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por
cento):
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que
não haja sinalização a ele destinada; Infração - grave;

V - que esteja atravessando a via transversal para Penalidade - multa


onde se dirige o veículo:
III - quando a velocidade for superior à máxima em
Infração - grave; mais de 50% (cinqüenta por cento):

Penalidade - multa. Infração - gravíssima;

Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem: Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão
imediata do direito de dirigir e apreensão do documento
I - em interseção não sinalizada: de habilitação.

a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade
rotatória; inferior à metade da velocidade máxima estabelecida
para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos
b) a veículo que vier da direita; que as condições de tráfego e meteorológicas não o
permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
II - nas interseções com sinalização de regulamen-
tação de Dê a Preferência: Infração - média;

Infração - grave; Penalidade - multa.

Penalidade - multa. Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo


de forma compatível com a segurança do trânsito:

25
I - quando se aproximar de passeatas, aglomera- Medida administrativa - retenção do veículo para
ções, cortejos, préstitos e desfiles: regularização e apreensão das placas irregulares.

Infração - gravíssima; Parágrafo único. Incide na mesma penalidade


aquele que confecciona, distribui ou coloca, em veículo
Penalidade - multa; próprio ou de terceiros, placas de identificação não au-
torizadas pela regulamentação.
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo contro-
lado pelo agente da autoridade de trânsito, mediante Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de
sinais sonoros ou gestos; atendimento de emergência, o sistema de iluminação
vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socor-
ro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito
III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio)
e das ambulâncias, ainda que parados:
ou acostamento;

Infração - média;
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção
não sinalizada;
Penalidade - multa.
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja
cercada; Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com
o facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro
condutor:
VI - nos trechos em curva de pequeno raio;

Infração - grave;
VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com
advertência de obras ou trabalhadores na pista;
Penalidade - multa;
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização.
IX - quando houver má visibilidade;

Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis


X - quando o pavimento se apresentar escorrega-
em vias providas de iluminação pública:
dio, defeituoso ou avariado;

Infração - leve;
XI - à aproximação de animais na pista;

Penalidade - multa.
XII - em declive;

Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a pre-


XIII - ao ultrapassar ciclista:
venir os demais condutores e, à noite, não manter ace-
sas as luzes externas ou omitir-se quanto a providên-
Infração - grave; cias necessárias para tornar visível o local, quando:

Penalidade - multa; I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento


ou permanecer no acostamento;
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, esta-
ções de embarque e desembarque de passageiros ou II - a carga for derramada sobre a via e não puder
onde haja intensa movimentação de pedestres: ser retirada imediatamente:

Infração - gravíssima; Infração - grave;

Penalidade - multa. Penalidade - multa.

Art. 221. Portar no veículo placas de identificação Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto
em desacordo com as especificações e modelos esta- que tenha sido utilizado para sinalização temporária da
belecidos pelo CONTRAN: via:

Infração - média; Infração - média;

Penalidade - multa; Penalidade - multa.

26
Art. 227. Usar buzina: VI - com qualquer uma das placas de identificação
sem condições de legibilidade e visibilidade:
I - em situação que não a de simples toque breve
como advertência ao pedestre ou a condutores de ou- Infração - gravíssima;
tros veículos;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pre-
texto; Medida administrativa - remoção do veículo;

III - entre as vinte e duas e as seis horas; VII - com a cor ou característica alterada;

IV - em locais e horários proibidos pela sinalização; VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segu-
rança veicular, quando obrigatória;
V - em desacordo com os padrões e freqüências
estabelecidas pelo CONTRAN: IX - sem equipamento obrigatório ou estando este
ineficiente ou inoperante;
Infração - leve;
X - com equipamento obrigatório em desacordo
Penalidade - multa. com o estabelecido pelo CONTRAN;

Art. 228. Usar no veículo equipamento com som XI - com descarga livre ou silenciador de motor de
em volume ou freqüência que não sejam autorizados explosão defeituoso, deficiente ou inoperante;
pelo CONTRAN:
XII - com equipamento ou acessório proibido;
Infração - grave;
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação
Penalidade - multa; e de sinalização alterados;

Medida administrativa - retenção do veículo para XIV - com registrador instantâneo inalterável de
regularização. velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando hou-
ver exigência desse aparelho;
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho
de alarme ou que produza sons e ruído que perturbem o XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbo-
sossego público, em desacordo com normas fixadas los de caráter publicitário afixados ou pintados no pára-
pelo CONTRAN: brisa e em toda a extensão da parte traseira do veículo,
excetuadas as hipóteses previstas neste Código;
Infração - média;
XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por
Penalidade - multa e apreensão do veículo; películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pintu-
ras;
Medida administrativa - remoção do veículo.
XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não
autorizadas pela legislação;
Art. 230. Conduzir o veículo:

XVIII - em mau estado de conservação, comprome-


I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a pla-
tendo a segurança, ou reprovado na avaliação de ins-
ca ou qualquer outro elemento de identificação do veí-
peção de segurança e de emissão de poluentes e ruído,
culo violado ou falsificado;
prevista no art. 104;
II - transportando passageiros em compartimento
XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob
de carga, salvo por motivo de força maior, com permis-
chuva:
são da autoridade competente e na forma estabelecida
pelo CONTRAN;
Infração - grave;
III - com dispositivo anti-radar;
Penalidade - multa;
IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização;
V - que não esteja registrado e devidamente licen-
ciado;

27
XX - sem portar a autorização para condução de Medida administrativa - retenção do veículo para
escolares, na forma estabelecida no art. 136: regularização;

Infração - grave; III - produzindo fumaça, gases ou partículas em


níveis superiores aos fixados pelo CONTRAN;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
IV - com suas dimensões ou de sua carga superio-
XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e res aos limites estabelecidos legalmente ou pela sinali-
demais inscrições previstas neste Código; zação, sem autorização:

XXII - com defeito no sistema de iluminação, de Infração - grave;


sinalização ou com lâmpadas queimadas:
Penalidade - multa;
Infração - média;
Medida administrativa - retenção do veículo para
Penalidade - multa. regularização;

XXIII - em desacordo com as condições estabele- V - com excesso de peso, admitido percentual de
cidas no art. 67-C, relativamente ao tempo de perma- tolerância quando aferido por equipamento, na forma a
nência do condutor ao volante e aos intervalos para ser estabelecida pelo CONTRAN:
descanso, quando se tratar de veículo de transporte de
carga ou coletivo de passageiros: Infração - média;

Infração - média; Penalidade - multa acrescida a cada duzentos qui-


logramas ou fração de excesso de peso apurado, cons-
Penalidade - multa; tante na seguinte tabela:

Medida administrativa - retenção do veículo para a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32
cumprimento do tempo de descanso aplicável. (cinco reais e trinta e dois centavos);

XXIV- (VETADO b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos


quilogramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro
centavos);
§ 1o Se o condutor cometeu infração igual nos úl-
timos 12 (doze) meses, será convertida, automatica-
mente, a penalidade disposta no inciso XXIII em infra- c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilo-
ção grave. gramas) - R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito cen-
tavos);
§ 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a li-
beração do veículo fica condicionada ao pagamento ou d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilo-
ao depósito, judicial ou administrativo, da multa. gramas) - R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois
centavos);
Art. 231. Transitar com o veículo:
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil
quilogramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cin-
I - danificando a via, suas instalações e equipa-
quenta e seis centavos);
mentos;

f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) -


II - derramando, lançando ou arrastando sobre a
R$ 53,20 (cinquenta e três reais e vinte centavos);
via:

Medida administrativa - retenção do veículo e


a) carga que esteja transportando;
transbordo da carga excedente;
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
'VI - em desacordo com a autorização especial,
expedida pela autoridade competente para transitar com
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver
acidente: vencida:

Infração - gravíssima; Infração - grave;

Penalidade - multa;

28
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Infração - grave;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

VII - com lotação excedente; Medida administrativa - retenção do veículo para


regularização.
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas
ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habi-
casos de força maior ou com permissão da autoridade litação e de identificação do veículo:
competente:
Infração - gravíssima;
Infração - média;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Medida administrativa - retenção do veículo;
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas
IX - desligado ou desengrenado, em declive: partes externas do veículo, salvo nos casos devidamen-
te autorizados:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;
Medida administrativa - retenção do veículo para
X - excedendo a capacidade máxima de tração: transbordo.

Infração - de média a gravíssima, a depender da Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível
relação entre o excesso de peso apurado e a capacida- ou corda, salvo em casos de emergência:
de máxima de tração, a ser regulamentada pelo CON-
TRAN; Infração - média;

Penalidade - multa; Penalidade - multa.

Medida Administrativa - retenção do veículo e Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo
transbordo de carga excedente. com as especificações, e com falta de inscrição e sim-
bologia necessárias à sua identificação, quando exigi-
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas das pela legislação:
nos incisos V e X, o veículo que transitar com excesso
de peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, Infração - grave;
não computado o percentual tolerado na forma do dis-
posto na legislação, somente poderá continuar viagem Penalidade - multa;
após descarregar o que exceder, segundo critérios es-
tabelecidos na referida legislação complementar. Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização.
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de
porte obrigatório referidos neste Código: Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de
trânsito ou a seus agentes, mediante recibo, os docu-
Infração - leve; mentos de habilitação, de registro, de licenciamento de
veículo e outros exigidos por lei, para averiguação de
Penalidade - multa; sua autenticidade:

Medida administrativa - retenção do veículo até a Infração - gravíssima;


apresentação do documento.
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no
prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsi- Medida administrativa - remoção do veículo.
to, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:

29
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se ape-
para regularização, sem permissão da autoridade com- nas em uma roda;
petente ou de seus agentes:
IV - com os faróis apagados;
Infração - gravíssima;
V - transportando criança menor de sete anos ou
Penalidade - multa e apreensão do veículo; que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar
de sua própria segurança:
Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - gravíssima;
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa
do registro de veículo irrecuperável ou definitivamente Penalidade - multa e suspensão do direito de diri-
desmontado: gir;

Infração - grave; Medida administrativa - Recolhimento do documen-


to de habilitação;
Penalidade - multa;
VI - rebocando outro veículo;
Medida administrativa - Recolhimento do Certifica-
do de Registro e do Certificado de Licenciamento Anual. VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos,
salvo eventualmente para indicação de manobras;
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro
do veículo ou de habilitação do condutor: VIII – transportando carga incompatível com
suas especificações ou em desacordo com o previsto no
Infração - leve; § 2o do art. 139-A desta Lei;

Penalidade - multa. IX – efetuando transporte remunerado de mercado-


rias em desacordo com o previsto no art. 139-A desta
Lei ou com as normas que regem a atividade profissio-
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para
nal dos mototaxistas:
fins de registro, licenciamento ou habilitação:

Infração – grave;
Infração - gravíssima;

Penalidade – multa;
Penalidade - multa.

Medida administrativa – apreensão do veículo para


Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comuni-
regularização.
car ao órgão executivo de trânsito competente a ocor-
rência de perda total do veículo e de lhe devolver as
respectivas placas e documentos: § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III,
VII e VIII, além de:
Infração - grave;
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do as-
sento especial a ele destinado;
Penalidade - multa;

b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias,


Medida administrativa - Recolhimento das placas e
salvo onde houver acostamento ou faixas de rolamento
dos documentos.
próprias;
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclo-
c) transportar crianças que não tenham, nas cir-
motor:
cunstâncias, condições de cuidar de sua própria segu-
rança.
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou
óculos de proteção e vestuário de acordo com as nor-
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alí-
mas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;
nea b do parágrafo anterior:
II - transportando passageiro sem o capacete de
Infração - média;
segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou
fora do assento suplementar colocado atrás do condutor
ou em carro lateral; Penalidade - multa.

30
§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as lu-
deste artigo não se aplica às motocicletas e motonetas zes de posição, quando o veículo estiver parado, para
que tracionem semi-reboques especialmente projetados fins de embarque ou desembarque de passageiros e
para esse fim e devidamente homologados pelo órgão carga ou descarga de mercadorias:
competente.
Infração - média;
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadori-
as, materiais ou equipamentos, sem autorização do Penalidade - multa.
órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a
via: Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:

Infração - grave; I - deixar de manter acesa a luz baixa:

Penalidade - multa; a) durante a noite;

Medida administrativa - remoção da mercadoria ou b) de dia, nos túneis providos de iluminação públi-
do material. ca e nas rodovias;

Parágrafo único. A penalidade e a medida adminis- c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de


trativa incidirão sobre a pessoa física ou jurídica res- transporte coletivo de passageiros, circulando em faixas
ponsável. ou pistas a eles destinadas;

Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
livre circulação, à segurança de veículo e pedestres,
tanto no leito da via terrestre como na calçada, ou obs-
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes
taculizar a via indevidamente:
de posição sob chuva forte, neblina ou cerração;

Infração - gravíssima;
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à
noite;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes,
a critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à
Infração - média;
segurança.
Penalidade - multa.
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pes-
soa física ou jurídica responsável pela obstrução, de-
vendo a autoridade com circunscrição sobre a via provi- Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
denciar a sinalização de emergência, às expensas do
responsável, ou, se possível, promover a desobstrução. I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situa-
ções de emergência;
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de
rolamento, em fila única, os veículos de tração ou pro- II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas
pulsão humana e os de tração animal, sempre que não seguintes situações:
houver acostamento ou faixa a eles destinados:
a) a curtos intervalos, quando for conveniente ad-
Infração - média; vertir a outro condutor que se tem o propósito de ultra-
passá-lo;
Penalidade - multa.
b) em imobilizações ou situação de emergência,
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao como advertência, utilizando pisca-alerta;
transporte de passageiros carga excedente em desa-
cordo com o estabelecido no art. 109: c) quando a sinalização de regulamentação da via
determinar o uso do pisca-alerta:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa.
Medida administrativa - retenção para o transbor-
do. Art. 252. Dirigir o veículo:

I - com o braço do lado de fora;

31
II - transportando pessoas, animais ou volume à § 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta)
sua esquerda ou entre os braços e pernas; vezes aos organizadores da conduta prevista no ca-
put.
III - com incapacidade física ou mental temporária
que comprometa a segurança do trânsito; § 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses.
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou
que comprometa a utilização dos pedais; § 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas fí-
sicas ou jurídicas que incorram na infração, devendo a
V - com apenas uma das mãos, exceto quando autoridade com circunscrição sobre a via restabelecer
deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a de imediato, se possível, as condições de normalidade
marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessó- para a circulação na via.
rios do veículo;
Art. 254. É proibido ao pedestre:
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados
a aparelhagem sonora ou de telefone celular; I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento,
exceto para cruzá-las onde for permitido;
Infração - média;
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pon-
Penalidade - multa. tes, ou túneis, salvo onde exista permissão;

VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo III - atravessar a via dentro das áreas de cruza-
em movimento. mento, salvo quando houver sinalização para esse fim;

Infração - média; IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de


perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer fol-
guedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº
especiais e com a devida licença da autoridade compe-
13.154, de 2015) tente;

Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V V - andar fora da faixa própria, passarela, passa-
caracterizar-se-á como infração gravíssima no caso de gem aérea ou subterrânea;
o condutor estar segurando ou manuseando telefone
celular. (Incluído pela Lei nº 13.281, de VI - desobedecer à sinalização de trânsito específi-
2016) (Vigência) ca;

Infração - leve;
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento)
Infração - gravíssima;
do valor da infração de natureza leve.
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não
seja permitida a circulação desta, ou de forma agressi-
Medida administrativa - remoção do veículo. va, em desacordo com o disposto no parágrafo único do
art. 59:
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, delibera-
damente, interromper, restringir ou perturbar a circula- Infração - média;
ção na via sem autorização do órgão ou entidade de
trânsito com circunscrição sobre ela:
Penalidade - multa;

Infração - gravíssima; Medida administrativa - remoção da bicicleta, me-


diante recibo para o pagamento da multa.
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do
direito de dirigir por 12 (doze) meses; CAPÍTULO XVI
DAS PENALIDADES
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das
competências estabelecidas neste Código e dentro de

32
sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele pre- § 5º O transportador é o responsável pela infração
vistas, as seguintes penalidades: relativa ao transporte de carga com excesso de peso
nos eixos ou quando a carga proveniente de mais de
I - advertência por escrito; um embarcador ultrapassar o peso bruto total.

II - multa; § 6º O transportador e o embarcador são solidari-


amente responsáveis pela infração relativa ao excesso
de peso bruto total, se o peso declarado na nota fiscal,
III - suspensão do direito de dirigir;
fatura ou manifesto for superior ao limite legal.
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
§ 7o Não sendo imediata a identificação do infra-
tor, o principal condutor ou o proprietário do veículo terá
VI - cassação da Permissão para Dirigir; quinze dias de prazo, após a notificação da autuação,
para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conse-
VII - freqüência obrigatória em curso de recicla- lho Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não
gem. o fazendo, será considerado responsável pela infração o
principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste do veículo.
Código não elide as punições originárias de ilícitos pe-
nais decorrentes de crimes de trânsito, conforme dispo- § 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior,
sições de lei. não havendo identificação do infrator e sendo o veículo
de propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova
§ 2º (VETADO) multa ao proprietário do veículo, mantida a originada
pela infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada número de infrações iguais cometidas no período de
aos órgãos ou entidades executivos de trânsito respon- doze meses.
sáveis pelo licenciamento do veículo e habilitação do
condutor. § 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o
exime do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259.
Art. 257. As penalidades serão impostas ao condu-
tor, ao proprietário do veículo, ao embarcador e ao § 10. O proprietário poderá indicar ao órgão exe-
transportador, salvo os casos de descumprimento de cutivo de trânsito o principal condutor do veículo, o qual,
obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou após aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em
jurídicas expressamente mencionados neste Código. campo próprio do cadastro do veículo no Rena-
vam.
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos
serão impostas concomitantemente as penalidades de § 11. O principal condutor será excluído do Rena-
que trata este Código toda vez que houver responsabili- vam:
dade solidária em infração dos preceitos que lhes cou-
ber observar, respondendo cada um de per si pela falta I - quando houver transferência de propriedade do
em comum que lhes for atribuída. veículo;

§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabili-


II - mediante requerimento próprio ou do proprietá-
dade pela infração referente à prévia regularização e
rio do veículo;
preenchimento das formalidades e condições exigidas
para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação
e inalterabilidade de suas características, componentes, III - a partir da indicação de outro principal condu-
agregados, habilitação legal e compatível de seus con- tor.
dutores, quando esta for exigida, e outras disposições
que deva observar. Art. 258. As infrações punidas com multa classifi-
cam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro cate-
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas gorias:
infrações decorrentes de atos praticados na direção do
veículo. I - infração de natureza gravíssima, punida com
multa no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três
§ 4º O embarcador é responsável pela infração reais e quarenta e sete centavos); (Redação dada
relativa ao transporte de carga com excesso de peso pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
nos eixos ou no peso bruto total, quando simultanea-
mente for o único remetente da carga e o peso declara- II - infração de natureza grave, punida com multa
do na nota fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele no valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e
aferido. vinte e três centavos);

33
III - infração de natureza média, punida com multa Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de
no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis dirigir será imposta nos seguintes casos: (Reda-
centavos); ção dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)

IV - infração de natureza leve, punida com multa no I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20
valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito cen- (vinte) pontos, no período de 12 (doze) meses, confor-
tavos). me a pontuação prevista no art. 259;

§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator II - por transgressão às normas estabelecidas nes-
multiplicador ou índice adicional específico é o previsto te Código, cujas infrações preveem, de forma específi-
neste Código. ca, a penalidade de suspensão do direito de dirigir.

Art. 259. A cada infração cometida são computa-


dos os seguintes números de pontos:
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de
I - gravíssima - sete pontos; suspensão do direito de dirigir são os seguintes:

II - grave - cinco pontos; I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses


a 1 (um) ano e, no caso de reincidência no período de
III - média - quatro pontos; 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois)
anos;
IV - leve - três pontos.
II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8
o (oito) meses, exceto para as infrações com prazo des-
§ 4 Ao condutor identificado no ato da infração
crito no dispositivo infracional, e, no caso de reincidên-
será atribuída pontuação pelas infrações de sua res-
cia no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (de-
ponsabilidade, nos termos previstos no § 3 o do art. 257,
zoito) meses, respeitado o disposto no inciso II do art.
excetuando-se aquelas praticadas por passageiros usu-
263.
ários do serviço de transporte rodoviário de passageiros
em viagens de longa distância transitando em rodovias
com a utilização de ônibus, em linhas regulares inter- § 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de
municipal, interestadual, internacional e aquelas em dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação será devolvida
viagem de longa distância por fretamento e turismo ou a seu titular imediatamente após cumprida a penalidade
de qualquer modalidade, excetuadas as situações regu- e o curso de reciclagem.
lamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei no
9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito § 3o A imposição da penalidade de suspensão do
Brasileiro. (Incluído pela Lei nº 13.103, de direito de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados
2015) (Vigência) para fins de contagem subsequente.

Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas § 5º O condutor que exerce atividade remunera-
pelo órgão ou entidade de trânsito com circunscrição da em veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá
sobre a via onde haja ocorrido a infração, de acordo optar por participar de curso preventivo de reciclagem
com a competência estabelecida neste Código.
sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (qua-
torze) pontos, conforme regulamentação do Con-
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida
em unidade da Federação diversa da do licenciamento tran.
do veículo serão arrecadadas e compensadas na forma
estabelecida pelo CONTRAN. § 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no
o
§ 5 , o condutor terá eliminados os pontos que lhe tive-
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida rem sido atribuídos, para fins de contagem subsequen-
em unidade da Federação diversa daquela do licencia- te.
mento do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou
entidade responsável pelo seu licenciamento, que pro-
videnciará a notificação. § 7º O motorista que optar pelo curso previsto no
§ 5º não poderá fazer nova opção no período de 12
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo (doze) meses.
licenciado no exterior, em trânsito no território nacional,
a multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída § 8o A pessoa jurídica concessionária ou permis-
do País, respeitado o princípio de reciprocidade.
sionária de serviço público tem o direito de ser informa-
da dos pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos mo-
toristas que integrem seu quadro funcional, exercendo

34
atividade remunerada ao volante, na forma que dispuser do infrator, entender esta providência como mais educa-
o Contran. tiva.

§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do § 1º A aplicação da advertência por escrito não


elide o acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do
art. 162 o condutor que, notificado da penalidade de que
art. 258, imposta por infração posteriormente cometida.
trata este artigo, dirigir veículo automotor em via públi-
ca. § 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente
aos pedestres, podendo a multa ser transformada na
§ 10. O processo de suspensão do direito de di- participação do infrator em cursos de segurança viária,
rigir referente ao inciso II do caput deste artigo deverá a critério da autoridade de trânsito.
ser instaurado concomitantemente com o processo de
aplicação da penalidade de multa. Art. 268. O infrator será submetido a curso de reci-
clagem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:
§ 11. O Contran regulamentará as disposições
deste artigo. I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua
reeducação;

II - quando suspenso do direito de dirigir;


Art. 263. A cassação do documento de habilitação
dar-se-á: III - quando se envolver em acidente grave para o
qual haja contribuído, independentemente de processo
I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator judicial;
conduzir qualquer veículo;
IV - quando condenado judicialmente por delito de
II - no caso de reincidência, no prazo de doze me- trânsito;
ses, das infrações previstas no inciso III do art. 162 e
nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175; V - a qualquer tempo, se for constatado que o con-
dutor está colocando em risco a segurança do trânsito;
III - quando condenado judicialmente por delito de
trânsito, observado o disposto no art. 160. VI - em outras situações a serem definidas pelo
CONTRAN.
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a
irregularidade na expedição do documento de habilita- CAPÍTULO XVII
ção, a autoridade expedidora promoverá o seu cance- DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
lamento.
Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes,
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira na esfera das competências estabelecidas neste Código
Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer sua e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguin-
reabilitação, submetendo-se a todos os exames neces- tes medidas administrativas:
sários à habilitação, na forma estabelecida pelo CON-
TRAN. I - retenção do veículo;

Art. 264. (VETADO) II - remoção do veículo;

Art. 265. As penalidades de suspensão do direito III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilita-
de dirigir e de cassação do documento de habilitação ção;
serão aplicadas por decisão fundamentada da autorida-
de de trânsito competente, em processo administrativo,
assegurado ao infrator amplo direito de defesa. IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

Art. 266. Quando o infrator cometer, simultanea- V - recolhimento do Certificado de Registro;


mente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
cumulativamente, as respectivas penalidades. VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento
Anual;
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de ad-
vertência por escrito à infração de natureza leve ou mé- VII - (VETADO)
dia, passível de ser punida com multa, não sendo rein-
cidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze VIII - transbordo do excesso de carga;
meses, quando a autoridade, considerando o prontuário

35
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia § 6º Não efetuada a regularização no prazo a que
ou perícia de substância entorpecente ou que determine se refere o § 2o, será feito registro de restrição admi-
dependência física ou psíquica; nistrativa no Renavam por órgão ou entidade executivo
de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será
X - recolhimento de animais que se encontrem retirada após comprovada a regularização.
soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circu-
lação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pa- § 7o O descumprimento das obrigações estabele-
gamento de multas e encargos devidos. cidas no § 2o resultará em recolhimento do veículo ao
depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no art.
XI - realização de exames de aptidão física, mental, 271.
de legislação, de prática de primeiros socorros e de
direção veicular. Art. 271. O veículo será removido, nos casos pre-
vistos neste Código, para o depósito fixado pelo órgão
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as ou entidade competente, com circunscrição sobre a via.
medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas
autoridades de trânsito e seus agentes terão por objeti- § 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá
vo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física mediante prévio pagamento de multas, taxas e despe-
da pessoa. sas com remoção e estada, além de outros encargos
previstos na legislação específica.
§ 2º As medidas administrativas previstas neste
artigo não elidem a aplicação das penalidades impostas § 2o A liberação do veículo removido é condicio-
por infrações estabelecidas neste Código, possuindo nada ao reparo de qualquer componente ou equipamen-
caráter complementar a estas. to obrigatório que não esteja em perfeito estado de fun-
cionamento.
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira
Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir. § 3º Se o reparo referido no § 2º demandar pro-
vidência que não possa ser tomada no depósito, a auto-
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do ridade responsável pela remoção liberará o veículo para
inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber. reparo, na forma transportada, mediante autorização,
assinalando prazo para reapresentação.
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos
expressos neste Código. § 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda
de veículo poderão ser realizados por órgão público,
diretamente, ou por particular contratado por licitação
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no
pública, sendo o proprietário do veículo o responsável
local da infração, o veículo será liberado tão logo seja
pelo pagamento dos custos desses serviços.
regularizada a situação.

§ 5o O proprietário ou o condutor deverá ser noti-


§ 2o Não sendo possível sanar a falha no local da
ficado, no ato de remoção do veículo, sobre as provi-
infração, o veículo, desde que ofereça condições de
dências necessárias à sua restituição e sobre o disposto
segurança para circulação, poderá ser liberado e entre-
no art. 328, conforme regulamentação do CON-
gue a condutor regularmente habilitado, mediante reco-
TRAN.
lhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra
apresentação de recibo, assinalando-se prazo razoável
ao condutor para regularizar a situação, para o que se § 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja
considerará, desde logo, notificado. presente no momento da remoção do veículo, a autori-
dade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado da
data da remoção, deverá expedir ao proprietário a notifi-
§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será
cação prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro
devolvido ao condutor no órgão ou entidade aplicadores
meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e,
das medidas administrativas, tão logo o veículo seja
caso reste frustrada, a notificação poderá ser feita por
apresentado à autoridade devidamente regularizado.
edital.
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no
§ 7o A notificação devolvida por desatualização do
local da infração, o veículo será removido a depósito,
endereço do proprietário do veículo ou por recusa desse
aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.
de recebê-la será considerada recebida para todos os
efeitos
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção
imediata, quando se tratar de veículo de transporte cole-
§ 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a
tivo transportando passageiros ou veículo transportando
notificação será feita por edital.
produto perigoso ou perecível, desde que ofereça con-
dições de segurança para circulação em via pública.

36
§ 9o Não caberá remoção nos casos em que a Parágrafo único. Não sendo possível desde logo
irregularidade puder ser sanada no local da infra- atender ao disposto neste artigo, o veículo será recolhi-
ção. do ao depósito, sendo liberado após sanada a irregula-
ridade e pagas as despesas de remoção e estada.
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e
estada será correspondente ao período integral, conta- Art. 276. Qualquer concentração de álcool por li-
do em dias, em que efetivamente o veículo permanecer tro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condu-
em depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) me- tor às penalidades previstas no art. 165.
ses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
Parágrafo único. O Contran disciplinará as mar-
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e esta- gens de tolerância quando a infração for apurada por
da prestados por particulares poderão ser pagos pelo meio de aparelho de medição, observada a legislação
proprietário diretamente ao contratado. metrológica.

§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibili- Art. 277. O condutor de veículo automotor envol-
dade de o respectivo ente da Federação estabelecer a vido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscaliza-
cobrança por meio de taxa instituída em lei. ção de trânsito poderá ser submetido a teste, exame
clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Con-
do recolhimento comprovar, administrativa ou judicial- tran, permita certificar influência de álcool ou outra subs-
mente, que o recolhimento foi indevido ou que houve tância psicoativa que determine dependência.
abuso no período de retenção em depósito, é da res-
ponsabilidade do ente público a devolução das quantias § 2o A infração prevista no art. 165 também po-
pagas por força deste artigo, segundo os mesmos crité- derá ser caracterizada mediante imagem, vídeo, consta-
rios da devolução de multas indevidas. tação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo
Contran, alteração da capacidade psicomotora ou pro-
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de dução de quaisquer outras provas em direito admiti-
Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á medi- das.
ante recibo, além dos casos previstos neste Código,
quando houver suspeita de sua inautenticidade ou adul- § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas
teração. administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Códi-
go ao condutor que se recusar a se submeter a qual-
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro quer dos procedimentos previstos no caput deste arti-
dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos go.
neste Código, quando:
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização,
I - houver suspeita de inautenticidade ou adultera- não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos
ção; pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a
penalidade prevista no art. 209, além da obrigação de
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem obri-
propriedade no prazo de trinta dias. gatória.

Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenci- Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à
amento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos casos ação policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo
previstos neste Código, quando: seja localizado, aplicando-se, além das penalidades em
que incorre, as estabelecidas no art. 210.
I - houver suspeita de inautenticidade ou adultera-
ção; Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envol-
vendo veículo equipado com registrador instantâneo de
velocidade e tempo, somente o perito oficial encarrega-
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; do do levantamento pericial poderá retirar o disco ou
unidade armazenadora do registro.
III - no caso de retenção do veículo, se a irregulari-
dade não puder ser sanada no local. CAPÍTULO XVIII
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 275. O transbordo da carga com peso exce-
dente é condição para que o veículo possa prosseguir Seção I
viagem e será efetuado às expensas do proprietário do Da Autuação
veículo, sem prejuízo da multa aplicável.

37
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida
de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual consta- notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por
rá: remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico
hábil, que assegure a ciência da imposição da penalida-
I - tipificação da infração; de.

II - local, data e hora do cometimento da infração; § 1º A notificação devolvida por desatualização do


endereço do proprietário do veículo será considerada
válida para todos os efeitos.
III - caracteres da placa de identificação do veículo,
sua marca e espécie, e outros elementos julgados ne-
cessários à sua identificação; § 2º A notificação a pessoal de missões diplomáti-
cas, de repartições consulares de carreira e de repre-
sentações de organismos internacionais e de seus inte-
IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
grantes será remetida ao Ministério das Relações Exte-
riores para as providências cabíveis e cobrança dos
V - identificação do órgão ou entidade e da autori- valores, no caso de multa.
dade ou agente autuador ou equipamento que compro-
var a infração;
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta
a condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, art. 259, a notificação será encaminhada ao proprietário
valendo esta como notificação do cometimento da infra- do veículo, responsável pelo seu pagamento.
ção.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do térmi-
§ 1º (VETADO) no do prazo para apresentação de recurso pelo respon-
sável pela infração, que não será inferior a trinta dias
§ 2º A infração deverá ser comprovada por decla- contados da data da notificação da penalidade.
ração da autoridade ou do agente da autoridade de
trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento § 5º No caso de penalidade de multa, a data esta-
audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio belecida no parágrafo anterior será a data para o reco-
tecnologicamente disponível, previamente regulamenta- lhimento de seu valor.
do pelo CONTRAN.
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, autuado poderá optar por ser notificado por meio eletrô-
o agente de trânsito relatará o fato à autoridade no pró- nico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito res-
prio auto de infração, informando os dados a respeito do ponsável pela autuação oferecer essa opção.
veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o
procedimento previsto no artigo seguinte.
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que op-
tar pela notificação por meio eletrônico deverá manter
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competen- seu cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito
te para lavrar o auto de infração poderá ser servidor do Estado ou do Distrito Federal.
civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar
designado pela autoridade de trânsito com jurisdição
§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrôni-
sobre a via no âmbito de sua competência.
co, o proprietário ou o condutor autuado será conside-
rado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da infor-
Seção II mação no sistema eletrônico.
Do Julgamento das Autuações e Penalidades
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade,
competência estabelecida neste Código e dentro de sua integridade, validade jurídica e interoperabilidade da
circunscrição, julgará a consistência do auto de infração Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
e aplicará a penalidade cabível. Brasil).

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado Art. 283. (VETADO)


e seu registro julgado insubsistente:
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetua-
I - se considerado inconsistente ou irregular; do até a data do vencimento expressa na notificação,
por oitenta por cento do seu valor.
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for ex-
pedida a notificação da autuação. § 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notifica-
ção eletrônica, se disponível, conforme regulamentação
do Contran, e opte por não apresentar defesa prévia

38
nem recurso, reconhecendo o cometimento da infração, Parágrafo único. A autoridade de trânsito que re-
poderá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessen- ceber o recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autorida-
ta por cento) do seu valor, em qualquer fase do proces- de que impôs a penalidade acompanhado das cópias
so, até o vencimento da multa. dos prontuários necessários ao julgamento.

§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser
renúncia ao questionamento administrativo, que pode interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de
ser realizado a qualquer momento, respeitado o dispos- trinta dias contado da publicação ou da notificação da
to no § 1º. decisão.

§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá § 1º O recurso será interposto, da decisão do não
ser aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de provimento, pelo responsável pela infração, e da deci-
licenciamento e transferência, enquanto não for encer- são de provimento, pela autoridade que impôs a penali-
rada a instância administrativa de julgamento de infra- dade.
ções e penalidades.
Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior
§ 4º Encerrada a instância administrativa de jul- será apreciado no prazo de trinta dias:
gamento de infrações e penalidades, a multa não paga
até o vencimento será acrescida de juros de mora equi- I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão
valentes à taxa referencial do Sistema Especial de Li- ou entidade de trânsito da União:
quidação e de Custódia (Selic) para títulos federais
acumulada mensalmente, calculados a partir do mês a) em caso de suspensão do direito de dirigir por
subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao mais de seis meses, cassação do documento de habili-
do pagamento, e de 1% (um por cento) relativamente ao tação ou penalidade por infrações gravíssimas, pelo
mês em que o pagamento estiver sendo efetuado. CONTRAN;

Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será b) nos demais casos, por colegiado especial inte-
interposto perante a autoridade que impôs a penalidade, grado pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente
a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até da Junta que apreciou o recurso e por mais um Presi-
trinta dias. dente de Junta;

§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo. II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou
entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE, respectiva-
o recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis mente.
subseqüentes à sua apresentação, e, se o entender
intempestivo, assinalará o fato no despacho de encami- Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I,
nhamento. quando houver apenas uma JARI, o recurso será julga-
do por seus próprios membros.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso
não for julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a Art. 290. Implicam encerramento da instância ad-
autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por ministrativa de julgamento de infrações e penalida-
solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito des:
suspensivo.
I - o julgamento do recurso de que tratam os arts.
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa 288 e 289;
poderá ser interposto no prazo legal, sem o recolhimen-
to do seu valor. II - a não interposição do recurso no prazo legal;
e
§ 1º No caso de não provimento do recurso, apli-
car-se-á o estabelecido no parágrafo único do art. 284. III - o pagamento da multa, com reconhecimento da
infração e requerimento de encerramento do processo
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apre- na fase em que se encontra, sem apresentação de de-
sentar recurso, se julgada improcedente a penalidade, fesa ou recurso.
ser-lhe-á devolvida a importância paga, atualizada em
UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais. Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penali-
dades aplicadas nos termos deste Código serão cadas-
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade tradas no RENACH.
diversa daquela do licenciamento do veículo, o recurso
poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de
trânsito da residência ou domicílio do infrator.

39
CAPÍTULO XIX em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da
DOS CRIMES DE TRÂNSITO habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição
de sua obtenção.
Seção I
Disposições Gerais Parágrafo único. Da decisão que decretar a sus-
pensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o re-
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veí- querimento do Ministério Público, caberá recurso em
culos automotores, previstos neste Código, aplicam-se sentido estrito, sem efeito suspensivo.
as normas gerais do Código Penal e do Código de Pro-
cesso Penal, se este Capítulo não dispuser de modo Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automo-
diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro tor ou a proibição de se obter a permissão ou a habilita-
de 1995, no que couber. ção será sempre comunicada pela autoridade judiciária
ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu
corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei for domiciliado ou residente.
no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agen-
te estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de
11.705, de 2008) crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade
de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
substância psicoativa que determine dependência; penais cabíveis.

II - participando, em via pública, de corrida, disputa Art. 297. A penalidade de multa reparatória consis-
ou competição automobilística, de exibição ou demons- te no pagamento, mediante depósito judicial em favor da
tração de perícia em manobra de veículo automotor, vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com
não autorizada pela autoridade competente; base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal,
sempre que houver prejuízo material resultante do cri-
me.
III - transitando em velocidade superior à máxima
permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros
por hora). § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao
valor do prejuízo demonstrado no processo.
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo,
deverá ser instaurado inquérito policial para a investiga- § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos
ção da infração penal. arts. 50 a 52 do Código Penal.

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor reparatória será descontado.
pode ser imposta isolada ou cumulativamente com ou-
tras penalidades. Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam
as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibi- veículo cometido a infração:
ção de se obter a permissão ou a habilitação, para diri-
gir veículo automotor, tem a duração de dois meses a I - com dano potencial para duas ou mais pessoas
cinco anos. ou com grande risco de grave dano patrimonial a tercei-
ros;
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenató-
ria, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciá- II - utilizando o veículo sem placas, com placas
ria, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir falsas ou adulteradas;
ou a Carteira de Habilitação.
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de de Habilitação;
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Ha-
efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabe- bilitação de categoria diferente da do veículo;
lecimento prisional.
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cui-
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da dados especiais com o transporte de passageiros ou de
ação penal, havendo necessidade para a garantia da carga;
ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de
ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda
mediante representação da autoridade policial, decretar,

40
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulte- não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, dei-
rados equipamentos ou características que afetem a xar de solicitar auxílio da autoridade pública:
sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com
os limites de velocidade prescritos nas especificações Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou
do fabricante; multa, se o fato não constituir elemento de crime mais
grave.
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou perma-
nentemente destinada a pedestres. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste
artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão
Art. 299. (VETADO) seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com
morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 300. (VETADO)
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil
acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se impo- que lhe possa ser atribuída:
rá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se pres-
tar pronto e integral socorro àquela. Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou
multa.
Seção II
Dos Crimes em Espécie Art. 306. Conduzir veículo automotor com capaci-
dade psicomotora alterada em razão da influência de
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
veículo automotor: dependência:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e sus- Penas - detenção, de seis meses a três anos, mul-
pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habi- ta e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
litação para dirigir veículo automotor. a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1o No homicídio culposo cometido na direção § 1o As condutas previstas no caput serão cons-


de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um tatadas por:
terço) à metade, se o agente:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3
de Habilitação; miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calça- II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pe-
da; lo Contran, alteração da capacidade psicomotora.

III - deixar de prestar socorro, quando possível fa- § 2o A verificação do disposto neste artigo pode-
zê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente; rá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicoló-
gico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal
ou outros meios de prova em direito admitidos, obser-
IV - no exercício de sua profissão ou atividade,
vado o direito à contraprova.
estiver conduzindo veículo de transporte de passagei-
ros.
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência en-
tre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção
para efeito de caracterização do crime tipificado neste
de veículo automotor:
artigo.

Penas - detenção, de seis meses a dois anos e


Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
habilitação para dirigir veículo automotor.
automotor imposta com fundamento neste Código:
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um
Penas - detenção, de seis meses a um ano e mul-
terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do §
o ta, com nova imposição adicional de idêntico prazo de
1 do art. 302.
suspensão ou de proibição.
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o
do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
condenado que deixa de entregar, no prazo estabeleci-

41
do no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a
Carteira de Habilitação.

Art. 308. Participar, na direção de veículo auto-


motor, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística não autorizada pela autoridade compe-
tente, gerando situação de risco à incolumidade pública
ou privada:

Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três)


anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veí culo automo-
tor.

§ 1o Se da prática do crime previsto no caput re-


sultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstân-
cias demonstrarem que o agente não quis o resultado
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de
liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

o
§ 2 Se da prática do crime previsto no caput re-
sultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o
agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão
de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo.

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública,


sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou,
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de
dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou


multa.

Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de


veículo automotor a pessoa não habilitada, com habili-
tação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou,
ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou men-
tal, ou por embriaguez, não esteja em condições de
conduzi-lo com segurança:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou


multa.

42
preferência na formulação e na execução das
c)
políticas sociais públicas;
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990
destinação privilegiada de recursos públicos
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE d) nas áreas relacionadas com a proteção à infân-
cia e à juventude.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será ob-
eu sanciono a seguinte Lei: jeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido
na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omis-
LIVRO I são, aos seus direitos fundamentais.

PARTE GERAL Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em


conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigên-
TÍTULO I cias do bem comum, os direitos e deveres individuais
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à TÍTULO II


criança e ao adolescente.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta
Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de
idade.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, políticas sociais públicas que permitam o nascimento
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condi-
Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, ções dignas de existência.
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espi- Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sis-
ritual e social, em condições de liberdade e de digni- tema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal.
dade.
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da so- níveis de atendimento, segundo critérios médicos
ciedade em geral e do Poder Público assegurar, com específicos, obedecendo-se aos princípios de regio-
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referen- nalização e hierarquização do Sistema.
tes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à § 2º A parturiente será atendida preferencialmente
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-
familiar e comunitária. natal.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compre- § 3º Incumbe ao Poder Público propiciar apoio
ende: alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.

Art. 9º O Poder Público, as instituições e os em-


primazia de receber proteção e socorro em pregadores propiciarão condições adequadas ao
a) aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
quaisquer circunstâncias;
submetidas a medida privativa de liberdade.
precedência de atendimento nos serviços pú-
b) Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos
blicos ou de relevância pública; de atenção à saúde de gestantes, públicos e particu-
lares, são obrigados a:

43
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À
I - manter registro das atividades desenvolvidas, DIGNIDADE
através de prontuários individuais, pelo prazo de de-
zoito anos; Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
II - identificar o recém-nascido mediante o registro humanas em processo de desenvolvimento e como
de sua impressão plantar e digital e da impressão sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garanti-
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas norma- dos na Constituição e nas leis.
tizadas pela autoridade administrativa competente;
Art. 16. O direito à liberdade compreende os se-
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e guintes aspectos:
terapêutica de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espa-
pais; ços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde II - opinião e expressão;


constem necessariamente as intercorrências do parto
e do desenvolvimento do neonato; III - crença e culto religioso;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;


neonato a permanência junto à mãe.
V - participar da vida familiar e comunitária, sem
Art. 11. É assegurado atendimento médico à cri- discriminação;
ança e ao adolescente, através do Sistema Único de
Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às VI - participar da vida política, na forma da lei;
ações e serviços para promoção, proteção e recupe-
ração da saúde. VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 1º A criança e o adolescente portadores de defi- Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabi-
ciência receberão atendimento especializado. lidade da integridade física, psíquica e moral da cri-
ança e do adolescente, abrangendo a preservação
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer gratuita- da imagem, da identidade, da autonomia, dos valo-
mente àqueles que necessitarem os medicamentos, res, idéias e crenças, dos espaços e objetos pesso-
próteses e outros recursos relativos ao tratamento, ais.
habilitação ou reabilitação.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qual-
saúde deverão proporcionar condições para a per- quer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
manência em tempo integral de um dos pais ou res- vexatório ou constrangedor.
ponsável, nos casos de internação de criança ou
adolescente.
CAPÍTULO III
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra criança ou adolescente serão DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E CO-
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar MUNITÁRIA
da respectiva localidade, sem prejuízo de outras pro-
vidências legais.

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá Seção I


programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinaria- Disposições gerais
mente afetam a população infantil, e campanhas de
educação sanitária para pais, educadores e alunos. Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a
ser criado e educado no seio da sua família e, excep-
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das cionalmente, em família substituta, assegurada a
crianças nos casos recomendados pelas autoridades convivência familiar e comunitária, em ambiente livre
sanitárias. da presença de pessoas dependentes de substâncias
entorpecentes.
CAPÍTULO II
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do

44
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos Subseção I
e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação. Disposições Gerais

Art. 21. O pátrio poder será exercido, em igualda- Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
de de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do mediante guarda, tutela ou adoção, independente-
que dispuser a legislação civil, assegurado a qual- mente da situação jurídica da criança ou adolescente,
quer deles o direito de, em caso de discordância, nos termos desta Lei.
recorrer à autoridade judiciária competente para a
solução da divergência. § 1º Sempre que possível, a criança ou adoles-
cente deverá ser previamente ouvido e a sua opinião
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, devidamente considerada.
guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e § 2º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta
fazer cumprir as determinações judiciais. o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
afetividade, a fim de evitar ou minorar as conseqüên-
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais cias decorrentes da medida.
não constitui motivo suficiente para a perda ou a sus-
pensão do pátrio poder. Art. 29. Não se deferirá colocação em família
substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
Parágrafo único. Não existindo outro motivo que incompatibilidade com a natureza da medida ou não
por si só autorize a decretação da medida, a criança ofereça ambiente familiar adequado.
ou o adolescente será mantido em sua família de
origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída Art. 30. A colocação em família substituta não
em programas oficiais de auxílio. admitirá transferência da criança ou adolescente a
terceiros ou a entidades governamentais ou não-
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder governamentais, sem autorização judicial.
serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, Art. 31. A colocação em família substituta estran-
bem como na hipótese de descumprimento injustifi- geira constitui medida excepcional, somente admissí-
cado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. vel na modalidade de adoção.
Seção II Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o res-
ponsável prestará compromisso de bem e fielmente
Da Família Natural desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
Art. 25. Entende-se por família natural a comuni-
dade formada pelos pais ou qualquer deles e seus Subseção II
descendentes.
Da guarda
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento pode-
rão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separa- Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistên-
damente, no próprio termo de nascimento, por testa- cia material, moral e educacional à criança ou ado-
mento, mediante escritura ou outro documento públi- lescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-
co, qualquer que seja a origem da filiação. se a terceiros, inclusive aos pais.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de


o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmen-
se deixar descendentes. te, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no
de adoção por estrangeiros.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é
direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora
podendo ser exercitado contra os pais ou seus her- dos casos de tutela e adoção, para atender a situa-
deiros, sem qualquer restrição, observado o segredo ções peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
de Justiça. responsável, podendo ser deferido o direito de repre-
sentação para a prática de atos determinados.
Seção III
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
Da Família Substituta condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, inclusive previdenciários.

45
Art. 34. O Poder Público estimulará, através de
assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o § 2º É recíproco o direito sucessório entre o ado-
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou tado, seus descendentes, o adotante, seus ascen-
adolescente órfão ou abandonado. dentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, ob-
servada a ordem de vocação hereditária.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer
tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Art. 42. Podem adotar os maiores de vinte e um
Ministério Público. anos, independentemente de estado civil.
Subseção III § 1º Não podem adotar os ascendentes e os ir-
mãos do adotando.
Da Tutela
§ 2º A adoção por ambos os cônjuges ou concubi-
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei nos poderá ser formalizada, desde que um deles
civil, a pessoa de até vinte e um anos incompletos. tenha completado vinte e um anos de idade, compro-
vada a estabilidade da família.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressu-
põe a prévia decretação da perda ou suspensão do § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis
pátrio poder e implica necessariamente o dever de anos mais velho do que o adotando.
guarda.
§ 4º Os divorciados e os judicialmente separados
Art. 37. A especialização de hipoteca legal será poderão adotar conjuntamente, contanto que acor-
dispensada, sempre que o tutelado não possuir bens dem sobre a guarda e o regime de visitas, e desde
ou rendimentos ou por qualquer outro motivo relevan- que o estágio de convivência tenha sido iniciado na
te. constância da sociedade conjugal.
Parágrafo único. A especialização de hipoteca § 5º A adoção poderá ser deferida ao adotante
legal será também dispensada se os bens, porventu- que, após inequívoca manifestação de vontade, vier
ra existentes em nome do tutelado, constarem de a falecer no curso do procedimento, antes de prola-
instrumento público, devidamente registrado no regis- tada a sentença.
tro de imóveis, ou se os rendimentos forem suficien-
tes apenas para a mantença do tutelado, não haven- Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar
do sobra significativa ou provável. reais vantagens para o adotando e fundar-se em mo-
tivos legítimos.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto
no art. 24.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua adminis-
Subseção IV tração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o
curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Da Adoção
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente pais ou do representante legal do adotando.
reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1º O consentimento será dispensado em relação
Parágrafo único. É vedada a adoção por procura- à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhe-
ção. cidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder.

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, § 2º Em se tratando de adotando maior de doze
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob anos de idade, será também necessário o seu con-
a guarda ou tutela dos adotantes. sentimento.

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao Art. 46. A adoção será precedida de estágio de
adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusi- convivência com a criança ou adolescente, pelo pra-
ve sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo zo que a autoridade judiciária fixar, observadas as
com pais e parentes, salvo os impedimentos matri- peculiaridades do caso.
moniais.
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispen-
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o sado se o adotando não tiver mais de um ano de
filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre idade ou se, qualquer que seja a sua idade, já estiver
o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os na companhia do adotante durante tempo suficiente
respectivos parentes. para se poder avaliar a conveniência da constituição

46
do vínculo. adoção, consoante as leis do seu país, bem como
apresentar estudo psicossocial elaborado por agên-
§ 2º Em caso de adoção por estrangeiro residente cia especializada e credenciada no país de origem.
ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência,
cumprido no território nacional, será de no mínimo § 2º A autoridade judiciária, de ofício ou a reque-
quinze dias para crianças de até dois anos de idade, rimento do Ministério Público, poderá determinar a
e de no mínimo trinta dias quando se tratar de ado- apresentação do texto pertinente à legislação estran-
tando acima de dois anos de idade. geira, acompanhado de prova da respectiva vigên-
cia.
Art. 47. O vínculo da adoção constuitui-se por
sentença judicial, que será inscrita no registro civil § 3º Os documentos em língua estrangeira serão
mediante mandado do qual não se fornecerá certi- juntados aos autos, devidamente autenticados pela
dão. autoridade consular, observados os tratados e con-
venções internacionais, e acompanhados da respec-
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes tiva tradução, por tradutor público juramentado.
como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
§ 4º Antes de consumada a adoção não será per-
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, can- mitida a saída do adotando do território nacional.
celará o registro original do adotado.
Art. 52. A adoção internacional poderá ser condi-
§ 3º Nenhuma observação sobre a origem do ato cionada a estudo prévio e análise de uma comissão
poderá constar nas certidões do registro. estadual judiciária de adoção, que fornecerá o res-
pectivo laudo de habilitação para instruir o processo
§ 4º A critério da autoridade judiciária, poderá ser competente.
fornecida certidão para a salvaguarda de direitos.
Parágrafo único. Competirá à comissão manter
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do registro centralizado de interessados estrangeiros em
adotante e, a pedido deste, poderá determinar a mo- adoção.
dificação do prenome.
CAPÍTULO IV
§ 6º A adoção produz seus efeitos a partir do trân-
sito em julgado da sentença, exceto na hipótese pre- DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ES-
vista no art. 42, § 5º, caso em que terá força retroati- PORTE E AO LAZER
va à data do óbito.
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
Art. 48. A adoção é irrevogável. educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qua-
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o lificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
pátrio poder dos pais naturais.
I - igualdade de condições para o acesso e per-
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada manência na escola;
comarca ou foro regional, um registro de crianças e
adolescentes em condições de serem adotados e II - direito de ser respeitado por seus educado-
outro de pessoas interessadas na adoção. res;

§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após III - direito de contestar critérios avaliativos, po-
prévia consulta aos órgãos técnicos do Juizado, ou- dendo recorrer às instâncias escolares superiores;
vido o Ministério Público.
IV - direito de organização e participação em enti-
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessa- dades estudantis;
do não satisfizer os requisitos legais, ou verificada
qualquer das hipóteses previstas no art. 29. V - acesso a escola pública e gratuita próxima de
sua residência.
Art. 51. Cuidando-se de pedido de adoção formu-
lado por estrangeiro residente ou domiciliado fora do Parágrafo único. É direito dos pais ou responsá-
País, observar-se-á o disposto no art. 31. veis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais.
§ 1º O candidato deverá comprovar, mediante
documento expedido pela autoridade competente do Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e
respectivo domicílio, estar devidamente habilitado à ao adolescente:

47
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, in- os valores culturais, artísticos e históricos próprios do
clusive para os que a ele não tiveram acesso na ida- contexto social da criança e do adolescente, garan-
de própria; tindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às
fontes de cultura.
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e
gratuidade ao ensino médio; Art. 59. Os Municípios, com apoio dos Estados e
da União, estimularão e facilitarão a destinação de
III - atendimento educacional especializado aos recursos e espaços para programações culturais,
portadores de deficiência, preferencialmente na rede esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
regular de ensino; juventude.

IV - atendimento em creche e pré-escola às crian- CAPÍTULO V


ças de zero a seis anos de idade;
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PRO-
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da TEÇÃO NO TRABALHO
pesquisa e da criação artística, segundo a capacida-
de de cada um; Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
quatorze anos de idade, salvo na condição de apren-
VI- oferta de ensino noturno regular, adequado às diz.
condições do adolescente trabalhador;
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
VII - atendimento no ensino fundamental, através regulada por legislação especial, sem prejuízo do
de programas suplementares de material didático- disposto nesta Lei.
escolar, transporte, alimentação e assistência à saú-
de. Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação
técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é e bases da legislação de educação em vigor.
direito público subjetivo.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório aos seguintes princípios:
pelo Poder Público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente. I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao
ensino regular;
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os edu-
candos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada II - atividade compatível com o desenvolvimento
e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüên- do adolescente;
cia à escola.
III - horário especial para o exercício das ativida-
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação des.
de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular
de ensino. Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de ida-
de é assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de en-
sino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de qua-
os casos de: torze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
previdenciários.
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão assegurado trabalho protegido.
escolar, esgotados os recursos escolares;
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em
III - elevados níveis de repetência. regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
assistido em entidade governamental ou não-
Art. 57. O Poder Público estimulará pesquisas, governamental, é vedado trabalho:
experiências e novas propostas relativas a calendá-
rio, seriação, currículo, metodologia, didática e avali- I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas
ação, com vistas à inserção de crianças e adolescen- de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
tes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
II - perigoso, insalubre ou penoso;
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão
III - realizado em locais prejudiciais à sua forma-

48
ção e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral jurídica, nos termos desta Lei.
e social;

IV - realizado em horários e locais que não permi- CAPÍTULO II


tam a freqüência à escola.
DA PREVENÇÃO ESPECIALl
Art. 68. O programa social que tenha por base o
trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade
governamental ou não-governamental sem fins lucra-
tivos, deverá assegurar ao adolescente que dele par- Seção I
ticipe condições de capacitação para o exercício de
atividade regular remunerada. Da Informação, cultura, lazer, esportes, diversões
e espetáculos
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
laboral em que as exigências pedagógicas relativas Art. 74. O Poder Público, através do órgão compe-
ao desenvolvimento pessoal e social do educando tente, regulará as diversões e espetáculos públicos,
prevalecem sobre o aspecto produtivo. informando sobre a natureza deles, as faixas etárias
a que não se recomendem, locais e horários em que
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe sua apresentação se mostre inadequada.
pelo trabalho efetuado ou a participação na venda
dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões
educativo. e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visí-
vel e de fácil acesso, à entrada do local de exibição,
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionali- informação destacada sobre a natureza do espetácu-
zação e à proteção no trabalho, observados os se- lo e a faixa etária especificada no certificado de clas-
guintes aspectos, entre outros: sificação.

I - respeito à condição peculiar de pessoa em Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso
desenvolvimento; às diversões e espetáculos públicos classificados
como adequados à sua faixa etária.
II - capacitação profissional adequada ao merca-
do de trabalho. Parágrafo único. As crianças menores de dez
anos somente poderão ingressar e permanecer nos
locais de apresentação ou exibição quando acompa-
TÍTULO III nhadas dos pais ou responsável.
DA PREVENÇÃO Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente
exibirão, no horário recomendado para o público in-
fanto-juvenil, programas com finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apre-
DISPOSIÇÕES GERAIS sentado ou anunciado sem aviso de sua classifica-
ção, antes de sua transmissão, apresentação ou exi-
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de bição.
ameaça ou violação dos direitos da criança e do ado-
lescente. Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e
funcionários de empresas que explorem a venda ou
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão
informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espe- para que não haja venda ou locação em desacordo
táculos e produtos e serviços que respeitem sua con- com a classificação atribuída pelo órgão competente.
dição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natu-
excluem da prevenção especial outras decorrentes reza da obra e a faixa etária a que se destinam.
dos princípios por ela adotados.
Art. 78. As revistas e publicações contendo mate-
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção rial impróprio ou inadequado a crianças e adolescen-
importará em responsabilidade da pessoa física ou tes deverão ser comercializadas em embalagem la-
crada, com a advertência de seu conteúdo.

49
tratar-se de comarca contígua à da residência
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as a) da criança, se na mesma unidade da Federação,
capas que contenham mensagens pornográficas ou
obscenas sejam protegidas com embalagem opaca. ou incluída na mesma região metropolitana;

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao b) a criança estiver acompanhada:


público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebi-
das alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão
respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da de ascendente ou colateral maior, até o tercei-
família. 1) ro grau, comprovado documentalmente o pa-
rentesco;
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos
que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou con-
de pessoa maior, expressamente autorizada
gênere ou por casas de jogos, assim entendidas as 2)
que realizem apostas, ainda que eventualmente, cui- pelo pai, mãe ou responsável.
darão para que não seja permitida a entrada e a
permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos
pais ou responsável, conceder autorização válida por
Seção II dois anos.

Dos Produtos e Serviços Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a


autorização é dispensável, se a criança ou adoles-
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao ado- cente:
lescente de:

I - armas, munições e explosivos; I - estiver acompanhado de ambos os pais ou res-


ponsável;
II - bebidas alcoólicas;
II - viajar na companhia de um dos pais, autoriza-
III - produtos cujos componentes possam causar do expressamente pelo outro através de documento
dependência física ou psíquica ainda que por utiliza- com firma reconhecida.
ção indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judici-
aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam inca- al, nenhuma criança ou adolescente nascido em terri-
pazes de provocar qualquer dano físico em caso de tório nacional poderá sair do País em companhia de
utilização indevida; estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. LIVRO II


Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
adolescente em hotel, motel, pensão ou estabeleci-
PARTE ESPECIAL
mento congênere, salvo se autorizado ou acompa-
nhado pelos pais ou responsável.
Seção III TÍTULO I

Da autorização para viajar DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora


da comarca onde reside, desacompanhada dos pais CAPÍTULO I
ou responsável, sem expressa autorização judicial.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º A autorização não será exigida quando:
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da
criança e do adolescente far-se-á através de um con-

50
junto articulado de ações governamentais e não- CAPÍTULO II
governamentais, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Art. 87. São linhas de ação da política de atendi-


mento: Seção I

I - políticas sociais básicas; Disposições Gerais

II - políticas e programas de assistência social, Art. 90. As entidades de atendimentos são res-
em caráter supletivo, para aqueles que deles neces- ponsáveis pela manutenção das próprias unidades,
sitem; assim como pelo planejamento e execução de pro-
gramas de proteção e sócio-educativos destinados a
III - serviços especiais de prevenção e atendimen- crianças e adolescentes, em regime de:
to médico e psicossocial às vítimas de negligência,
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opres- I - orientação e apoio sócio-familiar;
são;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
IV - serviço de identificação e localização de pais,
responsável, crianças e adolescentes desapareci- III - colocação familiar;
dos;
IV - abrigo;
V - proteção jurídico-social por entidades de de-
fesa dos direitos da criança e do adolescente. V - liberdade assistida;

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: VI - semiliberdade;

I - municipalização do atendimento; VII - internação.

II - criação de conselhos municipais, estaduais e Parágrafo único. As entidades governamentais e


nacional dos direitos da criança e do adolescente, não-governamentais deverão proceder a inscrição de
órgãos deliberativos e controladores das ações em seus programas, especificando os regimes de aten-
todos os níveis, assegurada a participação popular dimento, na forma definida neste artigo, junto ao
paritária por meio de organizações representativas, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
segundo leis federal, estaduais e municipais; Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e
de suas alterações, do que fará comunicação ao
III - criação e manutenção de programas específi- Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
cos, observada a descentralização político-
administrativa; Art. 91. As entidades não-governamentais somen-
te poderão funcionar depois de registradas no Conse-
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e lho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
municipais vinculados aos respectivos conselhos dos cente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tu-
direitos da criança e do adolescente; telar e à autoridade judiciária da respectiva localida-
de.
V - integração operacional de órgãos do Judiciá-
rio, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública Parágrafo único. Será negado o registro à entida-
e Assistência Social, preferencialmente em um mes- de que:
mo local, para efeito de agilização do atendimento
inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional; não ofereça instalações físicas em condições
a) adequadas de habitabilidade, higiene, salubri-
VI - mobilização da opinião pública no sentido da dade e segurança;
indispensável participação dos diversos segmentos
da sociedade. não apresente plano de trabalho compatível
b)
Art. 89. A função de membro do Conselho Nacio- com os princípios desta Lei;
nal e dos conselhos estaduais e municipais dos direi-
tos da criança e do adolescente é considerada de c) esteja irregularmente constituída;
interesse público relevante e não será remunerada.

51
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente
de respeito e dignidade ao adolescente;
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas
de abrigo deverão adotar os seguintes princípios: V - diligenciar no sentido do restabelecimento e
da preservação dos vínculos familiares;
I - preservação dos vínculos familiares;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodica-
II - integração em família substituta, quando esgo- mente, os casos em que se mostre inviável ou im-
tados os recursos de manutenção na família de ori- possível o reatamento dos vínculos familiares;
gem;
VII - oferecer instalações físicas em condições
III - atendimento personalizado e em pequenos adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
grupos; segurança e os objetos necessários à higiene pesso-
al;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de
co-educação; VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes
e adequados à faixa etária dos adolescentes atendi-
V - não-desmembramento de grupos de irmãos; dos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,


para outras entidades de crianças e adolescentes odontológicos e farmacêuticos;
abrigados;
X - propiciar escolarização e profissionalização;
VII - participação na vida da comunidade local;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de
VIII - preparação gradativa para o desligamento; lazer;

IX - participação de pessoas da comunidade no XII - propiciar assistência religiosa àqueles que


processo educativo. desejarem, de acordo com suas crenças;

Parágrafo único. O dirigente de entidade de abrigo XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada
é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de caso;
direito.
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com
Art. 93. As entidades que mantenham programas intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
de abrigo poderão, em caráter excepcional e de ur- resultados à autoridade competente;
gência, abrigar crianças e adolescentes sem prévia
determinação da autoridade competente, fazendo XV - informar, periodicamente, o adolescente in-
comunicação do fato até o 2º dia útil imediato. ternado sobre sua situação processual;

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas XVI - comunicar às autoridades competentes to-
de internação têm as seguintes obrigações, entre dos os casos de adolescente portadores de moléstias
outras: infecto-contagiosas;

I - observar os direitos e garantias de que são XVII - fornecer comprovante de depósito dos per-
titulares os adolescentes; tences dos adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha XVIII - manter programas destinados ao apoio e
sido objeto de restrição na decisão de internação; acompanhamento de egressos;

III - oferecer atendimento personalizado, em pe- XIX - providenciar os documentos necessários ao


quenas unidades e grupos reduzidos;

52
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem; suspensão total ou parcial do repasse de verbas
b)
públicas;
XX - manter arquivo de anotações onde constem
data e circunstâncias do atendimento, nome do ado- interdição de unidades ou suspensão de pro-
c)
lescente, seus pais ou responsável, parentes, ende- grama;
reços, sexo, idade, acompanhamento da sua forma-
ção, relação de seus pertences e demais dados que d) cassação do registro.
possibilitem sua identificação e a individualização do
atendimento.
Parágrafo único. Em caso de reiteradas infrações
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações cometidas por entidades de atendimento, que colo-
constantes deste artigo às entidades que mantêm quem em risco os direitos assegurados nesta Lei,
programa de abrigo. deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público
ou representado perante autoridade judiciária compe-
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude tente para as providências cabíveis, inclusive sus-
este artigo as entidades utilizarão preferencialmente pensão das atividades ou dissolução da entidade.
os recursos da comunidade.

SEÇÃO II TÍTULO II

Da Fiscalização das Entidades DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Art. 95. As entidades governamentais e não-


governamentais, referidas no art. 90, serão fiscaliza- CAPÍTULO I
das pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos
Conselhos Tutelares. DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao
de contas serão apresentados ao Estado ou ao Mu- adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
nicípio, conforme a origem das dotações orçamentá- reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou viola-
rias. dos:

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de I - por ação ou omissão da sociedade ou do Es-
atendimento que descumprirem obrigação constante tado;
do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e
criminal de seus dirigentes ou prepostos: II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou res-
ponsável;
I - às entidades governamentais:
III - em razão de sua conduta.

a) advertência; CAPÍTULO II

b) afastamento provisório de seus dirigentes; DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo pode-


c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
rão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
como substituídas a qualquer tempo.
fechamento de unidade ou interdição de pro-
d)
grama; Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão
em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
II - às entidades não-governamentais: familiares e comunitários.

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previs-


a) advertência; tas no art. 98, a autoridade competente poderá de-
terminar, dentre outras, as seguintes medidas:

53
I - encaminhamento aos pais ou responsável, me- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve
diante, termo de responsabilidade; ser considerada a idade do adolescente à data do
fato.
II - orientação, apoio e acompanhamento temporá-
rios; Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
III - matrícula e freqüência obrigatórias em esta-
belecimento oficial de ensino fundamental;
CAPÍTULO II
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial
de auxílio à família, à criança e ao adolescente; DOS DIREITOS INDIVIDUAIS

V - requisição de tratamento médico, psicológico Art. 106. Nenhum adolescente será privado de
ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatori- sua liberdade senão em flagrante de ato infracional
al; ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente.
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário
de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e Parágrafo único. O adolescente tem direito à iden-
toxicômanos; tificação dos responsáveis pela sua apreensão, de-
vendo ser informado acerca de seus direitos.
VII - abrigo em entidade;
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e
VIII - colocação em família substituta. o local onde se encontra recolhido serão incontinenti
comunicados à autoridade judiciária competente e à
Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
excepcional, utilizável como forma de transição para
a colocação em família substituta, não implicando Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob
privação de liberdade. pena de responsabilidade, a possibilidade de libera-
ção imediata.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata
este Capítulo serão acompanhadas da regularização Art. 108. A internação, antes da sentença, pode
do registro civil. ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior,
o assento de nascimento da criança ou adolescente Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamen-
será feito à vista dos elementos disponíveis, median- tada e basear-se em indícios suficientes de autoria e
te requisição da autoridade judiciária. materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa
da medida.
§ 2º Os registros e certidões necessárias à regula-
rização de que trata este artigo são isentos de mul- Art. 109. O adolescente civilmente identificado não
tas, custas e emolumentos, gozando de absoluta será submetido a identificação compulsória pelos
prioridade. órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para
efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

TÍTULO III CAPÍTULO III


DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL DAS GARANTIAS PROCESSUAIS

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de


CAPÍTULO I sua liberdade sem o devido processo legal.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
outras, as seguintes garantias:
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta I - pleno e formal conhecimento da atribuição de
descrita como crime ou contravenção penal. ato infracional, mediante citação ou meio equivalen-
te;
Art. 104. São penalmente inimputáveis os meno-
res de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas II - igualdade na relação processual, podendo
nesta Lei. confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;

54
III - defesa técnica por advogado; Parágrafo único. A advertência poderá ser aplica-
da sempre que houver prova da materialidade e indí-
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos cios suficientes da autoria.
necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela auto- Seção II


ridade competente;
Da advertência
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
responsável em qualquer fase do procedimento. Art. 115. A advertência consistirá em admoesta-
ção verbal, que será reduzida a termo e assinada.

CAPÍTULO IV

DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS Seção III

Da obrigação de reparar o dano


Seção I
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determi-
Disposições gerais
nar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa,
promova o ressarcimento do dano, ou, por outra for-
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
ma, compense o prejuízo da vítima.
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
as seguintes medidas:
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibili-
dade, a medida poderá ser substituída por outra ade-
I - advertência;
quada.
II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade; Seção IV

IV - liberdade assistida; Da prestação de serviços à comunidade

V - inserção em regime de semiliberdade; Art. 117. A prestação de serviços comunitários


consiste na realização de tarefas gratuitas de interes-
VI - internação em estabelecimento educacional; se geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a outros estabelecimentos congêneres, bem como em
VI. programas comunitários ou governamentais.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas con-
conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstân- forme as aptidões do adolescente, devendo ser cum-
cias e a gravidade da infração. pridas durante jornada máxima de oito horas sema-
nais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola
será admitida a prestação de trabalho forçado. ou à jornada normal de trabalho.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou


deficiência mental receberão tratamento individual e
especializado, em local adequado às suas condi- Seção V
ções.
Da liberdade assistida
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos
arts. 99 e 100. Art. 118. A liberdade assistida será adotada sem-
pre que se afigurar a medida mais adequada para o
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
provas suficientes da autoria e da materialidade da § 1º A autoridade designará pessoa capacitada
infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos para acompanhar o caso, a qual poderá ser reco-
termos do art. 127. mendada por entidade ou programa de atendimento.

55
decisão fundamentada, no máximo a cada seis me-
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo ses.
mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o internação excederá a três anos.
defensor.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado
supervisão da autoridade competente, a realização em regime de semiliberdade ou de liberdade assisti-
dos seguintes encargos, entre outros: da.

I - promover socialmente o adolescente e sua fa- § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um
mília, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se anos de idade.
necessário, em programa oficial ou comunitário de
auxílio e assistência social; § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento Público.
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
matrícula; Art. 122. A medida de internação só poderá ser
aplicada quando:
III - diligenciar no sentido da profissionalização do
adolescente e de sua inserção no mercado de traba- I - tratar-se de ato infracional cometido mediante
lho; grave ameaça ou violência a pessoa;

IV - apresentar relatório do caso. II - por reiteração no cometimento de outras infra-


ções graves;
Seção VI III - por descumprimento reiterado e injustificável
da medida anteriormente imposta.
Do Regime de semiliberdade
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser de- III deste artigo não poderá ser superior a três meses.
terminado desde o início, ou como forma de transição
para o meio aberto, possibilitada a realização de ati- § 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a inter-
vidades externas, independentemente de autorização nação, havendo outra medida adequada.
judicial.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em
§ 1º É obrigatória a escolarização e a profissiona- entidade exclusiva para adolescentes, em local distin-
lização, devendo, sempre que possível, ser utilizados to daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa
os recursos existentes na comunidade. separação por critérios de idade, compleição física e
gravidade da infração.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado,
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas Parágrafo único. Durante o período de internação,
à internação. inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
pedagógicas.
Seção VII
Art. 124. São direitos do adolescente privado de
Da Internação liberdade, entre outros, os seguintes:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da I - entrevistar-se pessoalmente com o represen-
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excep- tante do Ministério Público;
cionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento. II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

§ 1º Será permitida a realização de atividades III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário. IV - ser informado de sua situação processual,
sempre que solicitada;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado,
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante V - ser tratado com respeito e dignidade;

56
cessão da remissão pela autoridade judiciária impor-
VI - permanecer internado na mesma localidade tará na suspensão ou extinção do processo.
ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais
ou responsável; Art. 127. A remissão não implica necessariamente
o reconhecimento ou comprovação da responsabili-
VII - receber visitas, ao menos semanalmente; dade, nem prevalece para efeito de antecedentes,
podendo incluir eventualmente a aplicação de qual-
VIII - corresponder-se com seus familiares e ami- quer das medidas previstas em lei, exceto a coloca-
gos; ção em regime de semiliberdade e a internação.

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene Art. 128. A medida aplicada por força da remissão
e asseio pessoal; poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu
X - habitar alojamento em condições adequadas representante legal, ou do Ministério Público.
de higiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização; TÍTULO IV

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU
lazer; RESPONSÁVEL

XIII - ter acesso aos meios de comunicação soci- Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou res-
al; ponsável:

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua I - encaminhamento a programa oficial ou comuni-
crença, e desde que assim o deseje; tário de promoção à família;

XV - manter a posse de seus objetos pessoais e II - inclusão em programa oficial ou comunitário de


dispor de local seguro para guardá-los, recebendo auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxi-
comprovante daqueles porventura depositados em cômanos;
poder da entidade;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
XVI - receber, quando de sua desinternação, os psiquiátrico;
documentos pessoais indispensáveis à vida em soci-
edade. IV - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação;
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender acompanhar sua freqüência e aproveitamento esco-
temporariamente a visita, inclusive de pais ou res- lar;
ponsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. VI - obrigação de encaminhar a criança ou ado-
lescente a tratamento especializado;
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade
física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as VII - advertência;
medidas adequadas de contenção e segurança.
VIII - perda da guarda;

CAPÍTULO V IX - destituição da tutela;

DA REMISSÃO X - suspensão ou destituição do pátrio poder.

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial Parágrafo único. Na aplicação das medidas pre-
para apuração de ato infracional, o representante do vistas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o
Ministério Público poderá conceder a remissão, como disposto nos arts. 23 e 24.
forma de exclusão do processo, atendendo às cir-
cunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos,
social, bem como à personalidade do adolescente e opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou
sua maior ou menor participação no ato infracional. responsável, a autoridade judiciária poderá determi-
nar, como medida cautelar, o afastamento do agres-
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a con- sor da moradia comum.

57
TÍTULO V requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,
a) educação, serviço social, previdência, trabalho
DO CONSELHO TUTELAR
e segurança;

CAPÍTULO I representar junto à autoridade judiciária nos


b) casos de descumprimento injustificado de suas
DISPOSIÇÕES GERAIS deliberações.;
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente
e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela so- IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de
ciedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente, definidos nesta Lei. fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
Art. 132. Em cada Município haverá, no mínimo,
um Conselho Tutelar composto de cinco membros, V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de
eleitos pelos cidadãos locais para mandato de três sua competência;
anos, permitida uma reeleição.
VI - providenciar a medida estabelecida pela auto-
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conse-
lho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos: ridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I
a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
I - reconhecida idoneidade moral;
VII - expedir notificações;
II - idade superior a vinte e um anos;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito
III - residir no município.
de criança ou adolescente quando necessário;
Art. 134. Lei Municipal disporá sobre local, dia e
horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclu- IX - assessorar o Poder Executivo local na elabo-
sive quanto a eventual remuneração de seus mem- ração da proposta orçamentária para planos e pro-
bros. gramas de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente;
Parágrafo único. Constará da Lei Orçamentária
Municipal previsão dos recursos necessários ao fun-
cionamento do Conselho Tutelar. X - representar, em nome da pessoa e da família,
contra a violação dos direitos previstos no art. 220, §
Art. 135. O exercício efetivo da função de conse- 3°, inciso II da Constituição Federal;
lheiro constituirá serviço público relevante, estabele-
cerá presunção de idoneidade moral e assegurará XI - representar ao Ministério Público, para efeito
prisão especial, em caso de crime comum, até o jul- das ações de perda ou suspensão do pátrio poder.
gamento definitivo.
CAPÍTULO II Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somen-
te poderão ser revistas pela autoridade judiciária a
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO pedido de quem tenha legítimo interesse.
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóte-


ses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medi- CAPÍTULO III
das previstas no art. 101, I a VII;
DA COMPETÊNCIA
II - atender e aconselhar os pais ou responsável,
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
competência constante do art. 147.
III - promover a execução de suas decisões, po-
dendo para tanto:
CAPÍTULO IV

58
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS Art. 143. É vedada a divulgação de atos judiciais,
policiais e administrativos que digam respeito a crian-
Art. 139. O processo eleitoral para a escolha dos ças e adolescentes a que se atribua autoria de ato
membros do Conselho Tutelar será estabelecido em infracional.
Lei Municipal e realizado sob a presidência de Juiz
eleitoral e a fiscalização do Ministério Público. Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do
fato não poderá identificar a criança ou adolescente,
vedando-se fotografia, referência a nome, apelido,
CAPÍTULO V filiação, parentesco e residência.
DOS I'MPEDIMENTOS Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de
atos, a que se refere o artigo anterior somente será
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Con-
deferida pela autoridade judiciária competente, se
selho marido e mulher, ascendentes e descendentes,
demonstrado o interesse e justificada a finalidade.
sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o
cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e
enteado. CAPÍTULO II

Parágrafo único. Estende-se o impedimento do DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE


conselheiro, na forma deste artigo, em relação à au-
toridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da Ju-
ventude, em exercício na Comarca, Foro Regional ou Seção I
Distrital.
Disposições Gerais

TÍTULO VI Art. 145. Os Estados e o Distrito Federal poderão


criar varas especializadas e exclusivas da infância e
DO ACESSO À JUSTIÇA da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabele-
cer sua proporcionalidade por número de habitantes,
dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendi-
CAPÍTULO I mento, inclusive em plantões.

DISPOSIÇÕES GERAIS Seção II

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou Do Juiz


adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Pú-
blico e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o
órgãos. Juiz da Infância e da Juventude, ou o Juiz que exerce
essa função, na forma da Lei de Organização Judici-
§ 1° A assistência judiciária gratuita será prestada
ária local.
aos que dela necessitarem, através de defensor pú-
blico ou advogado nomeado.
Art. 147. A competência será determinada:
§ 2° As ações judiciais da competência da Justiça
da Infância e da Juventude são isentas de custas e I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de
má fé. II - pelo lugar onde se encontre a criança ou ado-
lescente, à falta dos pais ou responsável.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
representados e os maiores de dezesseis e menores § 1º Nos casos de ato infracional, será competen-
de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores te a autoridade do lugar da ação ou omissão, obser-
ou curadores, na forma da legislação civil ou proces- vadas as regras de conexão, continência e preven-
sual. ção.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará cu- § 2º A execução das medidas poderá ser delega-
rador especial à criança ou adolescente, sempre que da à autoridade competente da residência dos pais
os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entida-
ou responsável, ou quando carecer de representação de que abrigar a criança ou adolescente.
ou assistência legal ainda que eventual.
§ 3º Em caso de infração cometida através de

59
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que designar curador especial em casos de apresen-
atinja mais de uma comarca, será competente, para tação de queixa ou representação, ou de outros
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do f)
local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a procedimentos judiciais ou extrajudiciais em
sentença eficácia para todas as transmissoras ou que haja interesses de criança ou adolescente;
retransmissoras do respectivo Estado.
g) conhecer de ações de alimentos;
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é
competente para: determinar o cancelamento, a retificação e o
h) suprimento dos registros de nascimento e óbi-
I - conhecer de representações promovidas pelo
Ministério Público, para apuração de ato infracional to.
atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabí-
veis;
Art. 149. Compete à autoridade judiciária discipli-
II - conceder a remissão, como forma de suspen- nar, através de portaria, ou autorizar, mediante alva-
são ou extinção do processo; rá:

III - conhecer de pedidos de adoção e seus inci-


I - a entrada e permanência de criança ou adoles-
dentes;
cente, desacompanhado dos pais ou responsável,
IV - conhecer de ações civis fundadas em interes- em:
ses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança
e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
V - conhecer de ações decorrentes de irregulari-
dades em entidades de atendimento, aplicando as b) bailes ou promoções dançantes;
medidas cabíveis;
c) boate ou congêneres;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos
de infrações contra norma de proteção a criança ou casa que explore comercialmente diversões
adolescentes; d)
eletrônicas;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Con-
selho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e
e)
televisão;
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou
adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude II - a participação de criança e adolescente em:
para o fim de:

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; a) espetáculos públicos e seus ensaios;

conhecer de ações de destituição do pátrio b) certames de beleza.


b) poder, perda ou modificação da tutela ou guar-
da; § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a auto-
ridade judiciária levará em conta, dentre outros fato-
suprir a capacidade ou o consentimento para o
c) res:
casamento;

conhecer de pedidos baseados em discordância a) os princípios desta Lei;


d) paterna ou materna, em relação ao exercício
do pátrio poder; b) as peculiaridades locais;

conceder a emancipação, nos termos da lei c) a existência de instalações adequadas;


e)
civil, quando faltarem os pais;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;

60
a adequação do ambiente a eventual participa- Art. 155. O procedimento para a perda ou a sus-
e) pensão do pátrio poder terá início por provocação do
ção ou freqüência de crianças e adolescentes;
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interes-
se.
f) a natureza do espetáculo.
Art. 156. A petição inicial indicará:
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, ve-
dadas as determinações de caráter geral. II - o nome, o estado civil, a profissão e a residên-
cia do requerente e do requerido, dispensada a quali-
ficação em se tratando de pedido formulado por re-
presentante do Ministério Público;
Seção II
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
Dos servidores auxiliares
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo,
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
de sua proposta orçamentária, prever recursos para
manutenção de equipe interprofissional, destinada a Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autori-
assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. dade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
a suspensão do pátrio poder, liminar ou incidental-
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, den- mente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a
tre outras atribuições que lhe forem reservadas pela criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
legislação local, fornecer subsídios por escrito, medi- mediante termo de responsabilidade.
ante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem
assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, Art. 158. O requerido será citado para, no prazo
orientação, encaminhamento, prevenção e outros, de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as
tudo sob a imediata subordinação à autoridade judi- provas a serem produzidas e oferecendo desde logo
ciária, assegurada a livre manifestação do ponto de o rol de testemunhas e documentos.
vista técnico.
Parágrafo único. Deverão ser esgotados todos os
meios para a citação pessoal.
CAPÍTULO III
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de
DOS PROCEDIMENTOS constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento
e de sua família, poderá requerer, em cartório, que
lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apre-
Seção I sentação de resposta, contando-se o prazo a partir
da intimação do despacho de nomeação.
Disposições gerais
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previs- apresentação de documento que interesse à causa,
tas na legislação processual pertinente. de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministé-
rio Público.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
corresponder a procedimento previsto nesta ou em Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a auto-
outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os ridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério
fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, Público, por cinco dias, salvo quando este for o re-
ouvido o Ministério Público. querente, decidindo em igual prazo.

Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. § 1º Havendo necessidade, a autoridade judiciária
214. poderá determinar a realização de estudo social ou
perícia por equipe interprofissional, bem como a oitiva
de testemunhas.
Seção II
§ 2º Se o pedido importar em modificação de
Da perda e da suspensão do pátrio poder
guarda, será obrigatória, desde que possível e razoá-
vel, a oitiva da criança ou adolescente.

61
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade V - declaração sobre a existência de bens, direitos
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, ou rendimentos relativos à criança ou ao adolescen-
por cinco dias, salvo quando este for o requerente, te.
designando, desde logo, audiência de instrução e
julgamento. Parágrafo único. Em se tratando de adoção, ob-
servar-se-ão também os requisitos específicos.
§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do
Ministério Público, ou de ofício, a autoridade judiciária Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido
poderá determinar a realização de estudo social ou, destituídos ou suspensos do pátrio poder, ou houve-
se possível, de perícia por equipe interprofissional. rem aderido expressamente ao pedido de colocação
em família substituta, este poderá ser formulado dire-
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Minis- tamente em cartório, em petição assinada pelos pró-
tério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhen- prios requerentes.
do-se oralmente o parecer técnico, salvo quando
apresentado por escrito, manifestando-se sucessiva- Parágrafo único. Na hipótese de concordância
mente o requerente, o requerido e o Ministério Públi- dos pais, eles serão ouvidos pela autoridade judiciá-
co, pelo tempo de vinte minutos cada um, prorrogável ria e pelo representante do Ministério Público, to-
por mais dez. A decisão será proferida na audiência, mando-se por termo as declarações.
podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente,
designar data para sua leitura no prazo máximo de Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
cinco dias. requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a realização de estudo social ou, se pos-
Art. 163. A sentença que decretar a perda ou a sível, perícia por equipe interprofissional, decidindo
suspensão do pátrio poder será averbada à margem sobre a concessão de guarda provisória, bem como,
do registro de nascimento da criança ou adolescen- no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
te.
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou
Seção III o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autori-
Da destituição da tutela dade judiciária em igual prazo.
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei tutela, a perda ou a suspensão do pátrio poder cons-
processual civil e, no que couber, o disposto na se- tituir pressuposto lógico da medida principal de colo-
ção anterior. cação em família substituta, será observado o proce-
dimento contraditório previsto nas seções II e III deste
Seção IV Capítulo.

Da colocação em família substituta Parágrafo único. A perda ou a modificação da


guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do
Art. 165. São requisitos para a concessão de pe- procedimento, observado o disposto no art. 35.
didos de colocação em família substituta:
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, obser-
I - qualificação completa do requerente e de seu var-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o
eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa contido no art. 47.
anuência deste;
Seção V
II - indicação de eventual parentesco do requeren-
te e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança Da apuração de ato infracional atribuído a adoles-
ou adolescente, especificando se tem ou não parente
vivo; cente

III - qualificação completa da criança ou adoles- Art. 171. O adolescente apreendido por força de
cente e de seus pais, se conhecidos; ordem judicial será, desde logo, encaminhado à auto-
ridade judiciária.
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nasci-
mento, anexando, se possível, uma cópia da respec- Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante
tiva certidão; de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente.

62
dade policial encaminhará imediatamente ao repre-
Parágrafo único. Havendo repartição policial es- sentante do Ministério Público cópia do auto de apre-
pecializada para atendimento de adolescente e em ensão ou boletim de ocorrência.
se tratando de ato infracional praticado em co-autoria
com maior, prevalecerá a atribuição da repartição Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante,
especializada, que, após as providênicas necessárias houver indícios de participação de adolescente na
e conforme o caso, encaminhará o adulto à reparti- prática de ato infracional, a autoridade policial enca-
ção policial própria. minhará ao representante do Ministério Público rela-
tório das investigações e demais documentos.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional
cometido mediante violência ou grave ameaça a pes- Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria
soa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto de ato infracional não poderá ser conduzido ou trans-
nos arts. 106, parágrafo único e 107, deverá: portado em compartimento fechado de veículo polici-
al, em condições atentatórias à sua dignidade, ou
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemu- que impliquem risco à sua integridade física ou men-
nhas e o adolescente; tal, sob pena de responsabilidade.

II - apreender o produto e os instrumentos da in- Art. 179. Apresentado o adolescente, o represen-


fração; tante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do
auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório
III - requisitar os exames ou perícias necessários policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e
à comprovação da materialidade e autoria da infra- com informação sobre os antecedentes do adoles-
ção. cente, procederá imediata e informalmente à sua
oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou respon-
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagran- sável, vítima e testemunhas.
te, a lavratura do auto poderá ser substituída por bo-
letim de ocorrência circunstanciada. Parágrafo único. Em caso de não-apresentação, o
representante do Ministério Público notificará os pais
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou ou responsável para apresentação do adolescente,
responsável, o adolescente será prontamente libera- podendo requisitar o concurso das Polícias Civil e
do pela autoridade policial, sob termo de compromis- Militar.
so e responsabilidade de sua apresentação ao repre-
sentante do Ministério Público, no mesmo dia ou, Art. 180. Adotadas as providências a que alude o
sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exce- artigo anterior, o representante do Ministério Público
to quando, pela gravidade do ato infracional e sua poderá:
repercussão social, deva o adolescente permanecer
sob internação para garantia de sua segurança pes- I - promover o arquivamento dos autos;
soal ou manutenção da ordem pública.
II - conceder a remissão;
Art. 175. Em caso de não-liberação, a autoridade
policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao III - representar à autoridade judiciária para aplica-
representante do Ministério Público, juntamente com ção de medida sócio-educativa.
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrên-
cia. Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou
concedida a remissão pelo representante do Ministé-
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a rio Público, mediante termo fundamentado, que con-
autoridade policial encaminhará o adolescente a enti- terá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à
dade de atendimento, que fará a apresentação ao autoridade judiciária para homologação.
representante do Ministério Público no prazo de vinte
e quatro horas. § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de cumprimento da medida.
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
policia. À falta de repartição policial especializada, o § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará re-
adolescente aguardará a apresentação em depen- messa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
dência separada da destinada a maiores, não poden- mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
do em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no representação, designará outro membro do Ministério
parágrafo anterior. Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamen-
to ou a remissão, que só então estará a autoridade
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autori- judiciária obrigada a homologar.

63
ponsabilidade.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante
do Ministério Público não promover o arquivamento Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais
ou conceder a remissão, oferecerá representação à ou responsável, a autoridade judiciária procederá à
autoridade judiciária, propondo a instauração de pro- oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de pro-
cedimento para aplicação da medida sócio-educativa fissional qualificado.
que se afigurar a mais adequada.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada
§ 1º A representação será oferecida por petição, a remissão, ouvirá o representante do Ministério Pú-
que conterá o breve resumo dos fatos e a classifica- blico, proferindo decisão.
ção do ato infracional e, quando necessário, o rol de
testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de
sessão diária instalada pela autoridade judiciária. medida de internação ou colocação em regime de
semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que
§ 2º A representação independe de prova pré- o adolescente não possui advogado constituído, no-
constituída da autoria e materialidade. meará defensor, designando, desde logo, audiência
em continuação, podendo determinar a realização de
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a diligências e estudo do caso.
conclusão do procedimento, estando o adolescente
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco § 3º O advogado constituído ou o defensor no-
dias. meado, no prazo de três dias contado da audiência
de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade testemunhas.
judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decreta- § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as
ção ou manutenção da internação, observado o dis- testemunhas arroladas na representação e na defesa
posto no art. 108 e parágrafo. prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório
da equipe interprofissional, será dada a palavra ao
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável representante do Ministério Público e ao defensor,
serão cientificados do teor da representação, e notifi- sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para
cados a comparecer à audiência, acompanhados de cada um, prorrogável por mais dez, a critério da auto-
advogado. ridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.

§ 2º Se os pais ou responsável não forem locali- Art. 187. Se o adolescente, devidamente notifica-
zados, a autoridade judiciária dará curador especial do, não comparecer, injustificadamente, à audiência
ao adolescente. de apresentação, a autoridade judiciária designará
nova data, determinando sua condução coercitiva.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autori-
dade judiciária expedirá mandado de busca e apre- Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou
ensão, determinando o sobrestamento do feito, até a suspensão do processo, poderá ser aplicada em
efetiva apresentação. qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

§ 4º Estando o adolescente internado, será requi- Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qual-
sitada a sua apresentação, sem prejuízo da notifica- quer medida, desde que reconheça na sentença:
ção dos pais ou responsável.
I - estar provada a inexistência do fato;
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em II - não haver prova da existência do fato;
estabelecimento prisional.
III - não constituir o fato ato infracional;
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as ca-
racterísticas definidas no art. 123, o adolescente de- IV - não existir prova de ter o adolescente concor-
verá ser imediatamente transferido para a localidade rido para o ato infracional.
mais próxima.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estan-
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o do o adolescente internado, será imediatamente co-
adolescente aguardará sua remoção em repartição locado em liberdade.
policial, desde que em seção isolada dos adultos e
com instalações apropriadas, não podendo ultrapas- Art. 190. A intimação da sentença que aplicar me-
sar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de res- dida de internação ou regime de semiliberdade será

64
feita: dirigente da entidade ou programa de atendimento.

I - ao adolescente e ao seu defensor;


Seção VII
II - quando não for encontrado o adolescente, a
seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Da apuração de infração administrativa às

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação normas de proteção à criança e ao adolescente


far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
Art. 194. O procedimento para imposição de pena-
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adoles- lidade administrativa por infração às normas de pro-
teção à criança e ao adolescente terá início por re-
cente, deverá este manifestar se deseja ou não re-
presentação do Ministério Público, ou do Conselho
correr da sentença.
Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor
efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
Seção VI duas testemunhas, se possível.

Da apuração de irregularidades em entidade de § 1º No procedimento iniciado com o auto de in-


atendimento fração, poderão ser usadas fórmulas impressas, es-
pecificando-se a natureza e as circunstâncias da in-
Art. 191. O procedimento de apuração de irregula- fração.
ridades em entidade governamental e não-
governamental terá início mediante portaria da auto- § 2º Sempre que possível, à verificação da infra-
ridade judiciária ou representação do Ministério Pú- ção seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se,
blico ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessa- em caso contrário, dos motivos do retardamento.
riamente, resumo dos fatos.
Art. 195. O requerimento terá prazo de dez dias
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a para apresentação de defesa, contado da data da
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, intimação, que será feita:
decretar liminarmente o afastamento provisório do
dirigente da entidade, mediante decisão fundamenta- I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
da. lavrado na presença do requerido;

Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, po- habilitado, que entregará cópia do auto ou da repre-
dendo juntar documentos e indicar as provas a pro- sentação ao requerido, ou a seu representante legal,
duzir. lavrando certidão;

Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo III - por via postal, com aviso de recebimento, se
necessário, a autoridade judiciária designará audiên- não for encontrado o requerido ou seu representante
cia de instrução e julgamento, intimando as partes. legal;

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto
o Ministério Público terão cinco dias para oferecer ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em representante legal.
igual prazo.
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no pra-
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou zo legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos
definitivo de dirigente de entidade governamental, a ao Ministério Público, por cinco dias, decidindo em
autoridade judiciária oficiará à autoridade administra- igual prazo.
tiva imediatamente superior ao afastado, marcando
prazo para a substituição. Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judi-
ciária procederá na conformidade do artigo anterior,
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a ou, sendo necessário, designará audiência de instru-
autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remo- ção e julgamento.
ção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-
de mérito. se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procu-
rador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao cada um, prorrogável por mais dez, a critério da auto-

65
ridade judiciária, que em seguida proferirá sentença. Art. 200. As funções do Ministério Público, previs-
tas nesta Lei, serão exercidas nos termos da respec-
tiva Lei Orgânica.
CAPÍTULO IV
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
DOS RECURSOS
I - conceder a remissão como forma de exclusão
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da do processo;
Infância e da Juventude fica adotado o sistema re-
cursal do Código de Processo Civil, aprovado pela II - promover e acompanhar os procedimentos
Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e suas altera- relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
ções posteriores, com as seguintes adaptações:
III - promover e acompanhar as ações de alimen-
I - os recursos serão interpostos independente- tos e os procedimentos de suspensão e destituição
mente de preparo; do pátrio poder, nomeação e remoção de tutores,
curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
II - em todos os recursos, salvo o de agravo de demais procedimentos da competência da Justiça da
instrumento e de embargos de declaração, o prazo Infância e da Juventude;
para interpor e para responder será sempre de dez
dias; IV - promover, de ofício ou por solicitação dos
interessados, a especialização e a inscrição de hipo-
III - os recursos terão preferência de julgamento e teca legal e a prestação de contas dos tutores, cura-
dispensarão revisor; dores e quaisquer administradores de bens de crian-
ças e adolescentes nas hipotecas do art. 98;
IV - o agravado será intimado para, no prazo de
cinco dias, oferecer resposta e indicar as peças a V - promover o inquérito civil e a ação civil pública
serem trasladadas; para a proteção dos interesses individuais, difusos ou
coletivos relativos à infância e à adolescência, inclu-
V - será de quarenta e oito horas o prazo para a sive os definidos no art. 220, § 3°, inciso II, da Consti-
extração, a conferência e o conserto do traslado; tuição Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e,
VI - a apelação será recebida em seu efeito devo- para instruí-los:
lutivo. Será também conferido efeito suspensivo
quando interposta contra sentença que deferir a ado-
ção por estrangeiro e, a juízo da autoridade judiciária, expedir notificações para colher depoimentos
sempre que houver perigo de dano irreparável ou de ou esclarecimentos e, em caso de não-
difícil reparação;
a) comparecimento injustificado, requisitar con-
VII - antes de determinar a remessa dos autos à dução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou
superior instância, no caso de apelação, ou do ins- militar;
trumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária
proferirá despacho fundamentado, mantendo ou re- requisitar informações, exames, perícias e do-
formando a decisão, no prazo de cinco dias;
cumentos de autoridades municipais, estaduais
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o b) e federais, da administração direta ou indireta,
escrivão remeterá os autos ou o instrumento à supe- bem como promover inspeções e diligências
rior instância dentro de vinte e quatro horas, inde-
investigatórias;
pendentemente de novo pedido do recorrente; se a
reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido
expresso da parte interessada ou do Ministério Públi- requisitar informações e documentos a particu-
c)
co, no prazo de cinco dias, contados da intimação. lares e instituições privadas;

Art. 199. Contra as decisões proferidas com base


no art. 149 caberá recurso de apelação. VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e determinar a instauração de inquéri-
to policial, para apuração de ilícitos ou infrações às
CAPÍTULO V normas de proteção à infância e à juventude;

DO MINISTÉRIO PÚBLICO VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e ga-
rantias legais assegurados às crianças e adolescen-

66
tes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais entender-se diretamente com a pessoa ou au-
cabíveis; b) toridade reclamada, em dia, local e horário
previamente notificados ou acertados;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção
e "habeas corpus" , em qualquer juízo, instância ou efetuar recomendações visando à melhoria dos
tribunal, na defesa dos interesses sociais e individu- serviços públicos e de relevância pública afetos
ais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente; c)
à criança e ao adolescente, fixando prazo razo-
ável para sua perfeita adequação.
X - representar ao juízo visando à aplicação de
penalidade por infrações cometidas contra as normas
de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da Art. 202. Nos processos e procedimentos em que
promoção da responsabilidade civil e penal do infra- não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério
tor, quando cabível; Público na defesa dos direitos e interesses de que
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos
XI - inspecionar as entidades públicas e particula- depois das partes, podendo juntar documentos e
res de atendimento e os programas de que trata esta requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
Lei, adotando de pronto as medidas administrativas
ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades Art. 203. A intimação do Ministério Público, em
porventura verificadas; qualquer caso, será feita pessoalmente.

XII - requisitar força policial, bem como a colabo- Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Pú-
ração dos serviços médicos, hospitalares, educacio- blico acarreta a nulidade do feito, que será declarada
nais e de assistência social, públicos ou privados, de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
para o desempenho de suas atribuições. interessado.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as Art. 205. As manifestações processuais do repre-


ações cíveis previstas neste artigo não impede a de sentante do Ministério Público deverão ser funda-
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuse- mentadas.
rem a Constituição e esta Lei.

§ 2º As atribuições constantes deste artigo não


excluem outras, desde que compatíveis com a finali- CAPÍTULO VI
dade do Ministério Público.
DO ADVOGADO
§ 3º O representante do Ministério Público, no
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
exercício de suas funções, terá livre acesso a todo responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo
local onde se encontre criança ou adolescente. interesse na solução da lide poderão intervir nos pro-
cedimentos de que trata esta Lei, através de advoga-
§ 4º O representante do Ministério Público será do, o qual será intimado para todos os atos, pesso-
responsável pelo uso indevido das informações e almente ou por publicação oficial, respeitado o se-
gredo de justiça.
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de
sigilo. Parágrafo único. Será prestada assistência judiciá-
ria integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o
inciso VIII deste artigo, poderá o representante do Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua
Ministério Público: a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor.

reduzir a termo as declarações do reclamante, § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-


á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
a) instaurando o competente procedimento, sob tempo, constituir outro de sua preferência.
sua presidência;
§ 2º A ausência do defensor não determinará o
adiamento de nenhum ato do processo, devendo o

67
juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou
para o só efeito do ato. I - o Ministério Público;

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, II - a União, os Estados, os Municípios, o Distrito


quando se tratar defensor nomeado ou, sido constitu- Federal e os Territórios;
ído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com
a presença da autoridade judiciária. III - as associações legalmente constituídas há
pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos pro-
CAPÍTULO VII tegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização estatutá-
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES ria.
INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
Ministérios Públicos da União e dos Estados na defe-
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as
sa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
assegurados à criança e ao adolescente, referentes
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação
ao não-oferecimento ou oferta irregular: por associação legitimada, o Ministério Público ou
outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
I - do ensino obrigatório;
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão
II - de atendimento educacional especializado aos
tomar dos interessados compromisso de ajustamento
portadores de deficiência;
de sua conduta às exigências legais, o qual terá efi-
cácia de título executivo extrajudicial.
III - de atendimento em creche e pré-escola às
crianças de zero a seis anos de idade; Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses
protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
IV - de ensino noturno regular, adequado às con-
espécies de ações pertinentes.
dições do educando;
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo
V - de programas suplementares de oferta de
as normas do Código de Processo Civil.
material didático-escolar, transporte e assistência à
saúde do educando do ensino fundamental;
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
VI - de serviço de assistência social visando à
atribuições do Poder Público, que lesem direito líqui-
proteção à família, à maternidade, à infância e à ado-
do e certo previsto nesta Lei, caberá ação manda-
lescência, bem como ao amparo às crianças e ado- mental, que se regerá pelas normas da lei do man-
lescentes que dele necessitem;
dado de segurança.
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumpri-
mento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz con-
VIII - de escolarização e profissionalização dos
cederá a tutela específica da obrigação ou determina-
adolescentes privados de liberdade.
rá providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste
artigo não excluem da proteção judicial outros inte-
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
resses individuais, difusos ou coletivos, próprios da
havendo justificado receio de ineficácia do provimen-
infância e da adolescência, protegidos pela Constitui-
to final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente
ção e pela Lei.
ou após justificação prévia, citando o réu.
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo ante-
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
rior ou na sentença, impor multa diária ao réu, inde-
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competên- pendentemente de pedido do autor, se for suficiente
cia absoluta para processar a causa, ressalvadas a
ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoá-
competência da Justiça Federal e a competência
vel para o cumprimento do preceito.
originária dos Tribunais Superiores.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsi-
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em inte-
to em julgado da sentença favorável ao autor, mas
resses coletivos ou difusos, consideram-se legitima-
será devida desde o dia em que se houver configura-
dos concorrentemente:

68
do o descumprimento.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessa-
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fun- do poderá requerer às autoridades competentes as
do gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do certidões e informações que julgar necessárias, que
Adolescente do respectivo município. serão fornecidas no prazo de quinze dias.

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar,
o trânsito em julgado da decisão serão exigidas atra- sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
vés de execução promovida pelo Ministério Público, qualquer pessoa, organismo público ou particular,
nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos de- certidões, informações, exames ou perícias, no prazo
mais legitimados. que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez
dias úteis.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o
dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
de crédito, em conta com correção monetária. todas as diligências, se convencer da inexistência de
fundamento para a propositura da ação cível, promo-
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo verá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. das peças informativas, fazendo-o fundamentada-
mente.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que
impuser condenação ao Poder Público, o juiz deter- § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de
minará a remessa de peças à autoridade competen- informação arquivados serão remetidos, sob pena de
te, para apuração da responsabilidade civil e adminis- se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao
trativa do agente a que se atribua a ação ou omis- Conselho Superior do Ministério Público.
são.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a pro-
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em moção de arquivamento, em sessão do Conselho
julgado da sentença condenatória sem que a associ- Superior do Ministério Público, poderão as associa-
ação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo ções legitimadas apresentar razões escritas ou do-
o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos cumentos, que serão juntados aos autos do inquérito
demais legitimados. ou anexados às peças de informação.

Art. 218. O juiz condenará a associação autora a § 4º A promoção de arquivamento será submetida
pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados a exame e deliberação do Conselho Superior do Mi-
na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei nº 5.869, nistério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil,
quando reconhecer que a pretensão é manifestamen- § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar
te infundada. a promoção de arquivamento, designará, desde logo,
outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a da ação.
associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condena- Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que
dos ao décuplo das custas, sem prejuízo de respon- couber, as disposições da Lei nº 7.347, de 24 de ju-
sabilidade por perdas e danos. lho de 1985.

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo,


não haverá adiantamento de custas, emolumentos, TÍTULO VII
honorários periciais e quaisquer outras despesas.
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATI-
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor VAS
público deverá provocar a iniciativa do Ministério Pú-
blico, prestando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os CAPÍTULO I
elementos de convicção.
DOS CRIMES
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os
juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que Seção I
possam ensejar a propositura de ação civil, remete-
rão peças ao Ministério Público para as providências Disposições Gerais
cabíveis.

69
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes prati- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
cados contra a criança e o adolescente, por ação ou
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação pe- Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob
nal. sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento:
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta
Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, Pena - detenção de seis meses a dois anos.
quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal. Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob
sua autoridade, guarda ou vigilância a tortura:
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de Pena - reclusão de um a cinco anos.
ação pública incondicionada.
§ 1º Se resultar lesão corporal grave:
Seção II Pena - reclusão de dois a oito anos.
Dos Crimes em Espécie § 2º Se resultar lesão corporal gravíssima:
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o Pena - reclusão de quatro a doze anos.
dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de manter registro das atividades desenvol- § 3º Se resultar morte:
vidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei,
Pena - reclusão de quinze a trinta anos.
bem como de fornecer à parturiente ou a seu respon-
sável, por ocasião da alta médica, declaração de
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem
nascimento, onde constem as intercorrências do par-
justa causa, de ordenar a imediata liberação de cri-
to e do desenvolvimento do neonato:
ança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
Pena - detenção de seis meses a dois anos. da ilegalidade da apreensão:

Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo
fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de liberdade:
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
de identificar corretamente o neonato e a parturiente,
por ocasião do parto, bem como deixar de proceder
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autori-
aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
dade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou re-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. presentante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar ordem judicial, com o fim de colocação em lar substi-
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem tuto:
escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
que procede à apreensão sem observância das for-
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
malidades legais.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável
oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
imediata comunicação à autoridade judiciária compe-
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
tente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
destinado ao envio de criança ou adolescente para o
indicada:
exterior com inobservância das formalidades legais
ou com o fito de obter lucro:

70
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124
desta Lei:
Art. 240. Produzir ou dirigir representação teatral,
televisiva ou película cinematográfica, utilizando-se Pena - multa de três a vinte salários de referência,
de criança ou adolescente em cena de sexo explícito aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
ou pornográfica:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem auto-
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. rização devida, por qualquer meio de comunicação,
nome, ato ou documento de procedimento policial,
Parágrafo único. Inocorre na mesma pena quem, administrativo ou judicial relativo a criança ou adoles-
nas condições referidas neste artigo, contracena com cente a que se atribua ato infracional:
criança ou adolescente.
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
Art. 241. Fotografar ou publicar cena de sexo ex- aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adoles-
cente: § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
Pena - reclusão de um a quatro anos. envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração
que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe se-
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamen- jam atribuídos, de forma a permitir sua identificação,
te ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado- direta ou indiretamente.
lescente arma, munição ou explosivo:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e ou emissora de rádio ou televisão, além da pena pre-
multa. vista neste artigo, a autoridade judiciária poderá de-
terminar a apreensão da publicação ou a suspensão
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamen- da programação da emissora até por dois dias, bem
te, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança como da publicação do periódico até por dois núme-
ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos ros.
componentes possam causar dependência física ou
psíquica, ainda que por utilização indevida: Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judici-
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e ária de seu domicílio, no prazo de cinco dias, com o
multa, se o fato não constitui crime mais grave. fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de
outra comarca para a prestação de serviço domésti-
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamen- co, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável:
te ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado- Pena - multa de três a vinte salários de referência,
lescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aplicando-se o dobro em caso de reincidência, inde-
aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam in- pendentemente das despesas de retorno do adoles-
capazes de provocar qualquer dano físico em caso cente, se for o caso.
de utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
multa. deveres inerentes ao pátrio poder ou decorrente de
tutela ou guarda, bem assim determinação da autori-
dade judiciária ou Conselho Tutelar:

CAPÍTULO II Pena - multa de três a vinte salários de referência,


aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
DAS INFRÃÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente, desa-
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsá- companhado dos pais ou responsável ou sem autori-
vel por estabelecimento de atenção à saúde e de zação escrita destes, ou da autoridade judiciária, em
ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu- hotel, pensão, motel ou congênere:
nicar à autoridade competente os casos de que tenha Pena - multa de dez a cinqüenta salários de refe-
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação rência; em caso de reincidência, a autoridade judiciá-
de maus-tratos contra criança ou adolescente: ria poderá determinar o fechamento do estabeleci-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, mento por até quinze dias.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de qualquer meio, com inobservância do disposto nos
entidade de atendimento o exercício dos direitos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:

71
Pena - multa de três a vinte salários de referência, Pena - multa de três a vinte salários de referência;
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência, a autoridade judiciária po-
derá determinar o fechamento do estabelecimento
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou por até quinze dias.
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informa- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ção destacada sobre a natureza da diversão ou espe- Art. 259. A União, no prazo de noventa dias con-
táculo e a faixa etária especificada no certificado de tados da publicação deste Estatuto, elaborará projeto
classificação: de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, seus órgãos às diretrizes da política de atendimento
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do
Livro II:
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quais-
quer representações ou espetáculos, sem indicar os Parágrafo único. Compete aos Estados e Municí-
limites de idade a que não se recomendem: pios promoverem a adaptação de seus órgãos e pro-
gramas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta
Pena - multa de três a vinte salários de referência, lei.
duplicada em caso de reincidência, aplicável, sepa-
radamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de Art. 260. Os contribuintes do imposto de renda
divulgação ou publicidade. poderão abater da renda bruta 100% (cem por cento)
do valor das doações feitas aos fundos controlados
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem dos Direitos da Criança e do Adolescente, observado
aviso de sua classificação: o seguinte:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; I - limite de 10% (dez por cento) da renda bruta
duplicada em caso de reincidência a autoridade judi- para pessoa física;
ciária poderá determinar a suspensão da programa-
ção da emissora por até dois dias. II - limite de 5% (cinco por cento) da renda bruta
para pessoa jurídica.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou
congênere classificado pelo órgão competente como § 1º As deduções a que se refere este artigo não
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos estão sujeitas a outros limites estabelecidos na legis-
ao espetáculo: lação do imposto de renda, nem excluem ou reduzem
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; outros benefícios ou abatimentos e deduções em
na reincidência, a autoridade poderá determinar a vigor, de maneira especial as doações a entidades de
suspensão do espetáculo ou o fechamento do esta- utilidade pública.
belecimento por até quinze dias.
§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacio-
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente nal dos Direitos da Criança e do Adolescente fixarão
fita de programação em vídeo, em desacordo com a critérios de utilização, através de planos de aplicação
classificação atribuído pelo órgão competente: das doações subsidiadas e demais receitas, aplican-
do necessariamente percentual para incentivo ao
Pena - multa de três a vinte salários de referência; acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
em caso de reincidência, a autoridade judiciária po- adolescente, órfão ou abandonado, na forma do dis-
derá determinar o fechamento do estabelecimento posto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.
por até quinze dias.
Art. 261. À falta dos Conselhos Municipais dos
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. Direitos da Criança e do Adolescente, os registros,
78 e 79 desta Lei: inscrições e alterações a que se referem os arts. 90,
parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados pe-
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
rante a autoridade judiciária da comarca a que per-
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem
tencer a entidade.
prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repas-
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabeleci-
sar aos Estados e Municípios, e os Estados aos Mu-
mento ou o empresário de observar o que dispõe
nicípios, os recursos referentes aos programas e
esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente
atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam cria-
aos locais de diversão, ou sobre sua participação no
dos os Conselhos dos Direitos da Criança e do Ado-
espetáculo.
lescente nos seus respectivos níveis.

72
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Parágrafo único. Se o ofendido é menor de
Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão catorze anos:
exercidas pela autoridade judiciária.
Pena - reclusão de três a nove anos."
Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de de-
zembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com Art. 264. O art. 102 da Lei nº 6.015, de 31 de de-
as seguintes alterações: zembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
"1) Art. 121. - "Art. 102. -
......................................................................... .........................................................................
... .......

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumen- § 6º a perda e suspensão do pátrio poder."


tada de um terço, se o crime resulta de inob-
servância de regra técnica de profissão, arte Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar da União, da administração direta ou indireta, inclusi-
imediato socorro à vítima, não procura dimi- ve fundações instituídas e mantidas pelo Poder Pú-
blico Federal, promoverão edição popular do texto
nuir as conseqüências do seu ato, ou foge pa-
integral deste Estatuto, que será posto à disposição
ra evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o das escolas e das entidades de atendimento e de
homicídio, a pena é aumentada de um terço, defesa dos direitos da criança e do adolescente.
se o crime é praticado contra pessoa menor
de catorze anos. Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias
após sua publicação.
2) Art. 129. -
Parágrafo único. Durante o período de vacância
......................................................................... deverão ser promovidas atividades e campanhas de
....... divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocor-
rer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. Art. 267. Revogam-se as Leis nºs 4.513, de 1964
e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Meno-
res), e as demais disposições em contrário.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no §
5º do art. 121. Brasília, em 13 de julho de 1990; 169º da Inde-
pendência e 102º da República.
3) Art. 136. -
.........................................................................
....

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o


crime é praticado contra pessoa menor de ca-
torze anos.

4) Art. 213. -
.........................................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de


catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art. 214. -
.........................................................................
........

73
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. VIII – garantia de acesso à rede de serviços de
saúde e de assistência social locais.

Estatuto do Idoso IX – prioridade no recebimento da restituição do


Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº
11.765, de 2008).

TÍTULO I § 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade


Disposições Preliminares especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se
suas necessidades sempre preferencialmente em rela-
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a ção aos demais idosos. (Incluído pela Lei nº
regular os direitos assegurados às pessoas com idade 13.466, de 2017)
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo
o
Art. 2 O idoso goza de todos os direitos funda- de negligência, discriminação, violência, crueldade ou
mentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se- ou omissão, será punido na forma da lei.
lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades
e facilidades, para preservação de sua saúde física e § 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou viola-
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiri- ção aos direitos do idoso.
tual e social, em condições de liberdade e dignidade.
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem
o
Art. 3 É obrigação da família, da comunidade, da da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela
sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com adotados.
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao espor- Art. 5o A inobservância das normas de prevenção
te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídi-
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comu- ca nos termos da lei.
nitária.
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à
§ 1º A garantia de prioridade compreen- autoridade competente qualquer forma de violação a
de: (Redação dada pela Lei nº 13.466, de esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha co-
2017) nhecimento.

I – atendimento preferencial imediato e individua- Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Dis-


lizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores trito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei
de serviços à população; no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumpri-
mento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
II – preferência na formulação e na execução de
políticas sociais públicas específicas; TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
III – destinação privilegiada de recursos públicos
nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
IV – viabilização de formas alternativas de partici-
pação, ocupação e convívio do idoso com as demais Art. 8o O envelhecimento é um direito personalís-
gerações; simo e a sua proteção um direito social, nos termos
desta Lei e da legislação vigente.
V – priorização do atendimento do idoso por sua
própria família, em detrimento do atendimento asilar, Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa
exceto dos que não a possuam ou careçam de condi- idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação
ções de manutenção da própria sobrevivência; de políticas sociais públicas que permitam um envelhe-
cimento saudável e em condições de dignidade.
VI – capacitação e reciclagem dos recursos huma-
nos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação CAPÍTULO II
de serviços aos idosos;
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
VII – estabelecimento de mecanismos que favore-
çam a divulgação de informações de caráter educativo Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade,
sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento; assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a

74
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Cons- do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde –
tituição e nas leis. SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços,
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre ou- para a prevenção, promoção, proteção e recuperação
tros, os seguintes aspectos: da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
afetam preferencialmente os idosos.
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros pú-
blicos e espaços comunitários, ressalvadas as restri- § 1o A prevenção e a manutenção da saúde do
ções legais; idoso serão efetivadas por meio de:

II – opinião e expressão; I – cadastramento da população idosa em base


territorial;
III – crença e culto religioso;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em am-
bulatórios;
IV – prática de esportes e de diversões;

III – unidades geriátricas de referência, com pes-


V – participação na vida familiar e comunitária;
soal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia
social;
VI – participação na vida política, na forma da lei;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação,
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orienta- para a população que dele necessitar e esteja impossi-
ção. bilitada de se locomover, inclusive para idosos abriga-
dos e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o
da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a Poder Público, nos meios urbano e rural;
preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos V – reabilitação orientada pela geriatria e geronto-
pessoais. logia, para redução das seqüelas decorrentes do agravo
da saúde.
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do ido-
so, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desu- § 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos ido-
mano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrange- sos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de
dor. uso continuado, assim como próteses, órteses e outros
recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabili-
CAPÍTULO III tação.
Dos Alimentos
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na de saúde pela cobrança de valores diferenciados em
forma da lei civil. razão da idade.

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo § 4o Os idosos portadores de deficiência ou com
o idoso optar entre os prestadores. limitação incapacitante terão atendimento especializado,
nos termos da lei.
Art. 13. As transações relativas a alimentos pode-
rão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou § 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso
Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter enfermo perante os órgãos públicos, hipótese na qual
efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei será admitido o seguinte procedimento: (Incluído
processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, pela Lei nº 12.896, de 2013)
de 2008)
I - quando de interesse do poder público, o agente
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuí- promoverá o contato necessário com o idoso em sua
rem condições econômicas de prover o seu sustento, residência; ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito
da assistência social. II - quando de interesse do próprio idoso, este se
fará representar por procurador legalmente constituí-
CAPÍTULO IV do. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
Do Direito à Saúde
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento
domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do

75
Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou III – Conselho Municipal do Idoso;
pelo serviço privado de saúde, contratado ou convenia-
do, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para IV – Conselho Estadual do Idoso;
expedição do laudo de saúde necessário ao exercício
de seus direitos sociais e de isenção tributá- V – Conselho Nacional do Idoso.
ria. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se vio-
de oitenta anos terão preferência especial sobre os de- lência contra o idoso qualquer ação ou omissão pratica-
mais idosos, exceto em caso de emergên- da em local público ou privado que lhe cause morte,
cia. (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017). dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído
pela Lei nº 12.461, de 2011)
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é
assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação com-
de saúde proporcionar as condições adequadas para a pulsória prevista no caput deste artigo, o disposto
sua permanência em tempo integral, segundo o critério na Lei no 6.259, de 30 de outubro de
médico. 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)

Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde CAPÍTULO V


responsável pelo tratamento conceder autorização para Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibi-
lidade, justificá-la por escrito. Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura,
esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e servi-
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas ços que respeitem sua peculiar condição de idade.
faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo
tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorá- Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de
vel. acesso do idoso à educação, adequando currículos,
metodologias e material didático aos programas educa-
Parágrafo único. Não estando o idoso em condi- cionais a ele destinados.
ções de proceder à opção, esta será feita:
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão con-
I – pelo curador, quando o idoso for interditado; teúdo relativo às técnicas de comunicação, computação
e demais avanços tecnológicos, para sua integração à
vida moderna.
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver cura-
dor ou este não puder ser contactado em tempo hábil;
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de
caráter cívico ou cultural, para transmissão de conheci-
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de
mentos e vivências às demais gerações, no sentido da
vida e não houver tempo hábil para consulta a curador
preservação da memória e da identidade culturais.
ou familiar;
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis
IV – pelo próprio médico, quando não houver cura-
de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao
dor ou familiar conhecido, caso em que deverá comuni-
processo de envelhecimento, ao respeito e à valoriza-
car o fato ao Ministério Público.
ção do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a pro-
duzir conhecimentos sobre a matéria.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender
aos critérios mínimos para o atendimento às necessida-
Art. 23. A participação dos idosos em atividades
des do idoso, promovendo o treinamento e a capacita-
culturais e de lazer será proporcionada mediante des-
ção dos profissionais, assim como orientação a cuidado-
contos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos
res familiares e grupos de auto-ajuda.
ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e
de lazer, bem como o acesso preferencial aos respecti-
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de vos locais.
violência praticada contra idosos serão objeto de notifi-
cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espa-
privados à autoridade sanitária, bem como serão obriga-
ços ou horários especiais voltados aos idosos, com
toriamente comunicados por eles a quaisquer dos se-
finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e
guintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461,
ao público sobre o processo de envelhecimento.
de 2011)

Art. 25. As instituições de educação superior


I – autoridade policial;
ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educa-
ção ao longo da vida, cursos e programas de extensão,
II – Ministério Público;

76
presenciais ou a distância, constituídos por atividades Art. 30. A perda da condição de segurado não será
formais e não formais. (Redação dada pela lei nº considerada para a concessão da aposentadoria por
13.535, de 2017) idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o
tempo de contribuição correspondente ao exigido para
Parágrafo único. O poder público apoiará a cria- efeito de carência na data de requerimento do benefício.
ção de universidade aberta para as pessoas idosas e
incentivará a publicação de livros e periódicos, de con- Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício
teúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facili- previsto no caput observará o disposto no caput e §
tem a leitura, considerada a natural redução da capaci- 2o do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de
dade visual. (Incluído pela lei nº 13.535, de 2017) 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhi-
dos a partir da competência de julho de 1994, o disposto
CAPÍTULO VI no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Da Profissionalização e do Trabalho
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a bene-
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de ativida- fícios, efetuado com atraso por responsabilidade da
de profissional, respeitadas suas condições físicas, inte- Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice
lectuais e psíquicas. utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Re-
gime Geral de Previdência Social, verificado no período
compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o
art27Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer mês do efetivo pagamento.
trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a
fixação de limite máximo de idade, inclusive para con-
cursos, ressalvados os casos em que a natureza do Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a
cargo o exigir. data-base dos aposentados e pensionistas.

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate CAPÍTULO VIII


em concurso público será a idade, dando-se preferência Da Assistência Social
ao de idade mais elevada.
Art. 33. A assistência social aos idosos será pres-
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará pro- tada, de forma articulada, conforme os princípios e dire-
gramas de: trizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Sa-
úde e demais normas pertinentes.
I – profissionalização especializada para os idosos,
aproveitando seus potenciais e habilidades para ativida-
des regulares e remuneradas; Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cin-
co) anos, que não possuam meios para prover sua sub-
sistência, nem de tê-la provida por sua família, é asse-
II – preparação dos trabalhadores para a aposen- gurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo,
tadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social –
meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos
sociais e de cidadania;
Parágrafo único. O benefício já concedido a qual-
quer membro da família nos termos do caput não será
III – estímulo às empresas privadas para admissão computado para os fins do cálculo da renda familiar per
de idosos ao trabalho. capita a que se refere a Loas.

CAPÍTULO VII Art. 35. Todas as entidades de longa permanência,


Da Previdência Social ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de presta-
ção de serviços com a pessoa idosa abrigada.
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão
do Regime Geral da Previdência Social observarão, na § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-
sua concessão, critérios de cálculo que preservem o lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no
valor real dos salários sobre os quais incidiram contri- custeio da entidade.
buição, nos termos da legislação vigente.
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de
manutenção serão reajustados na mesma data de rea- participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a
juste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previ-
respectivas datas de início ou do seu último reajusta- denciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
mento, com base em percentual definido em regulamen-
to, observados os critérios estabelecidos pela Lei
no 8.213, de 24 de julho de 1991.

77
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos
representante legal firmar o contrato a que se refere fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos
o caput deste artigo. públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de aos serviços regulares.
risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos le- § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o
gais. (Vigência) idoso apresente qualquer documento pessoal que faça
prova de sua idade.
CAPÍTULO IX
Da Habitação § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que
trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento)
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no dos assentos para os idosos, devidamente identificados
seio da família natural ou substituta, ou desacompanha- com a placa de reservado preferencialmente para ido-
do de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ain- sos.
da, em instituição pública ou privada.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa
§ 1o A assistência integral na modalidade de enti- etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos,
dade de longa permanência será prestada quando veri- ficará a critério da legislação local dispor sobre as con-
ficada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono dições para exercício da gratuidade nos meios de trans-
ou carência de recursos financeiros próprios ou da famí- porte previstos no caput deste artigo.
lia.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interes-
o
§ 2 Toda instituição dedicada ao atendimento ao tadual observar-se-á, nos termos da legislação específi-
idoso fica obrigada a manter identificação externa visí- ca: (Regulamento) (Vide Decreto nº 5.934, de
vel, sob pena de interdição, além de atender toda a 2006)
legislação pertinente.
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veícu-
o
§ 3 As instituições que abrigarem idosos são obri- lo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois)
gadas a manter padrões de habitação compatíveis com salários-mínimos;
as necessidades deles, bem como provê-los com ali-
mentação regular e higiene indispensáveis às normas II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no
sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei. mínimo, no valor das passagens, para os idosos que
excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou infe-
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou rior a 2 (dois) salários-mínimos.
subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes
observado o seguinte: definir os mecanismos e os critérios para o exercício
dos direitos previstos nos incisos I e II.
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das
unidades habitacionais residenciais para atendimento Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos,
aos idosos; (Redação dada pela Lei nº 12.418, de nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das
2011) vagas nos estacionamentos públicos e privados, as
quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a
II – implantação de equipamentos urbanos comuni- melhor comodidade ao idoso.
tários voltados ao idoso;
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a seguran-
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urba- ça do idoso nos procedimentos de embarque e desem-
nísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso; barque nos veículos do sistema de transporte coleti-
vo. (Redação dada pela Lei nº 12.899, de 2013)
IV – critérios de financiamento compatíveis com os
rendimentos de aposentadoria e pensão. TÍTULO III
Das Medidas de Proteção
Parágrafo único. As unidades residenciais reser-
vadas para atendimento a idosos devem situar-se, pre- CAPÍTULO I
ferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído pela Das Disposições Gerais
Lei nº 12.419, de 2011)
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são apli-
CAPÍTULO X cáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
Do Transporte forem ameaçados ou violados:

78
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Esta- III – serviços especiais de prevenção e atendimen-
do; to às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
abuso, crueldade e opressão;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador
ou entidade de atendimento; IV – serviço de identificação e localização de pa-
rentes ou responsáveis por idosos abandonados em
III – em razão de sua condição pessoal. hospitais e instituições de longa permanência;

CAPÍTULO II V – proteção jurídico-social por entidades de defe-


Das Medidas Específicas de Proteção sa dos direitos dos idosos;

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas VI – mobilização da opinião pública no sentido da
nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulati- participação dos diversos segmentos da sociedade no
vamente, e levarão em conta os fins sociais a que se atendimento do idoso.
destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários. CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas
no art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a Art. 48. As entidades de atendimento são respon-
requerimento daquele, poderá determinar, dentre ou- sáveis pela manutenção das próprias unidades, obser-
tras, as seguintes medidas: vadas as normas de planejamento e execução emana-
das do órgão competente da Política Nacional do Idoso,
I – encaminhamento à família ou curador, mediante conforme a Lei no 8.842, de 1994.
termo de responsabilidade;
Parágrafo único. As entidades governamentais e
II – orientação, apoio e acompanhamento temporá- não-governamentais de assistência ao idoso ficam sujei-
rios; tas à inscrição de seus programas, junto ao órgão com-
petente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da
Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Esta-
III – requisição para tratamento de sua saúde, em
dual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os
regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
regimes de atendimento, observados os seguintes re-
quisitos:
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário
de auxílio, orientação e tratamento a usuários depen-
I – oferecer instalações físicas em condições ade-
dentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à
quadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segu-
pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
rança;
V – abrigo em entidade;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de
trabalho compatíveis com os princípios desta Lei;
VI – abrigo temporário.
III – estar regularmente constituída;
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
CAPÍTULO I
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas
Disposições Gerais
de institucionalização de longa permanência adotarão
os seguintes princípios:
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á
por meio do conjunto articulado de ações governamen-
I – preservação dos vínculos familiares;
tais e não-governamentais da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
II – atendimento personalizado e em pequenos
Art. 47. São linhas de ação da política de atendi- grupos;
mento:
III – manutenção do idoso na mesma instituição,
salvo em caso de força maior;
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei
no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
IV – participação do idoso nas atividades comunitá-
rias, de caráter interno e externo;
II – políticas e programas de assistência social, em
caráter supletivo, para aqueles que necessitarem;

79
V – observância dos direitos e garantias dos ido- XV – manter arquivo de anotações onde constem
sos; data e circunstâncias do atendimento, nome do idoso,
responsável, parentes, endereços, cidade, relação de
VI – preservação da identidade do idoso e ofereci- seus pertences, bem como o valor de contribuições, e
mento de ambiente de respeito e dignidade. suas alterações, se houver, e demais dados que possi-
bilitem sua identificação e a individualização do atendi-
mento;
Parágrafo único. O dirigente de instituição presta-
dora de atendimento ao idoso responderá civil e crimi-
nalmente pelos atos que praticar em detrimento do ido- XVI – comunicar ao Ministério Público, para as
so, sem prejuízo das sanções administrativas. providências cabíveis, a situação de abandono moral ou
material por parte dos familiares;
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de
atendimento: XVII – manter no quadro de pessoal profissionais
com formação específica.
I – celebrar contrato escrito de prestação de servi-
ço com o idoso, especificando o tipo de atendimento, as Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins
obrigações da entidade e prestações decorrentes do lucrativos prestadoras de serviço ao idoso terão direito à
contrato, com os respectivos preços, se for o caso; assistência judiciária gratuita.

II – observar os direitos e as garantias de que são CAPÍTULO III


titulares os idosos; Da Fiscalização das Entidades de Atendimento

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e Art. 52. As entidades governamentais e não-
alimentação suficiente; governamentais de atendimento ao idoso serão fiscali-
zadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público,
Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
IV – oferecer instalações físicas em condições
adequadas de habitabilidade; o o
Art. 53. O art. 7 da Lei n 8.842, de 1994, passa a
vigorar com a seguinte redação:
V – oferecer atendimento personalizado;

"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art.


VI – diligenciar no sentido da preservação dos vín-
6o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscali-
culos familiares;
zação e a avaliação da política nacional do idoso, no
âmbito das respectivas instâncias político-
VII – oferecer acomodações apropriadas para re- administrativas." (NR)
cebimento de visitas;
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a contas dos recursos públicos e privados recebidos pelas
necessidade do idoso; entidades de atendimento.

IX – promover atividades educacionais, esportivas, Art. 55. As entidades de atendimento que descum-
culturais e de lazer; prirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
X – propiciar assistência religiosa àqueles que dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, ob-
desejarem, de acordo com suas crenças; servado o devido processo legal:

XI – proceder a estudo social e pessoal de cada I – as entidades governamentais:


caso;
a) advertência;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde
toda ocorrência de idoso portador de doenças infecto- b) afastamento provisório de seus dirigentes;
contagiosas;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Pú-
blico requisite os documentos necessários ao exercício
d) fechamento de unidade ou interdição de pro-
da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da
lei; grama;

II – as entidades não-governamentais:
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens
móveis que receberem dos idosos;
a) advertência;

80
b) multa; Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas reincidência.
públicas;
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta
d) interdição de unidade ou suspensão de progra- Lei sobre a prioridade no atendimento ao idoso:
ma;
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
e) proibição de atendimento a idosos a bem do 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipulada
interesse público. pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.

§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qual- CAPÍTULO V


quer tipo de fraude em relação ao programa, caberá o Da Apuração Administrativa de Infração às
afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da Normas de Proteção ao Idoso
unidade e a suspensão do programa.
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capí-
o tulo IV serão atualizados anualmente, na forma da lei.
§ 2 A suspensão parcial ou total do repasse de
verbas públicas ocorrerá quando verificada a má aplica-
ção ou desvio de finalidade dos recursos. Art. 60. O procedimento para a imposição de pena-
lidade administrativa por infração às normas de prote-
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de ção ao idoso terá início com requisição do Ministério
atendimento, que coloque em risco os direitos assegu- Público ou auto de infração elaborado por servidor efeti-
rados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério vo e assinado, se possível, por duas testemunhas.
Público, para as providências cabíveis, inclusive para
promover a suspensão das atividades ou dissolução da § 1o No procedimento iniciado com o auto de infra-
entidade, com a proibição de atendimento a idosos a ção poderão ser usadas fórmulas impressas, especifi-
bem do interesse público, sem prejuízo das providên- cando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
cias a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.
§ 2o Sempre que possível, à verificação da infração
o
§ 4 Na aplicação das penalidades, serão conside- seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado
radas a natureza e a gravidade da infração cometida, os dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justifica-
danos que dela provierem para o idoso, as circunstân- do.
cias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da
entidade. Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para
a apresentação da defesa, contado da data da intima-
CAPÍTULO IV ção, que será feita:
Das Infrações Administrativas
I – pelo autuante, no instrumento de autuação,
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cum- quando for lavrado na presença do infrator;
prir as determinações do art. 50 desta Lei:
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do
como crime, podendo haver a interdição do estabeleci- idoso, a autoridade competente aplicará à entidade de
mento até que sejam cumpridas as exigências legais. atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo
da iniciativa e das providências que vierem a ser adota-
Parágrafo único. No caso de interdição do estabe- das pelo Ministério Público ou pelas demais instituições
lecimento de longa permanência, os idosos abrigados legitimadas para a fiscalização.
serão transferidos para outra instituição, a expensas do
estabelecimento interditado, enquanto durar a interdi- Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a
ção. vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as san-
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o res- ções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
ponsável por estabelecimento de saúde ou instituição providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
de longa permanência de comunicar à autoridade com- Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
petente os casos de crimes contra idoso de que tiver fiscalização.
conhecimento:
CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de
Atendimento

81
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedi- Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especi-
mento administrativo de que trata este Capítulo as dis- alizadas e exclusivas do idoso.
posições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977,
e 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos
processos e procedimentos e na execução dos atos e
Art. 65. O procedimento de apuração de irregulari- diligências judiciais em que figure como parte ou inter-
dade em entidade governamental e não-governamental veniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (ses-
de atendimento ao idoso terá início mediante petição senta) anos, em qualquer instância.
fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
Ministério Público. § 1o O interessado na obtenção da prioridade a
que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, re-
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autorida- quererá o benefício à autoridade judiciária competente
de judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar limi- para decidir o feito, que determinará as providências a
narmente o afastamento provisório do dirigente da enti- serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em
dade ou outras medidas que julgar adequadas, para local visível nos autos do processo.
evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão
fundamentada. § 2o A prioridade não cessará com a morte do be-
neficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérsti-
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, te, companheiro ou companheira, com união estável,
no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, maior de 60 (sessenta) anos.
podendo juntar documentos e indicar as provas a pro-
duzir. § 3o A prioridade se estende aos processos e pro-
cedimentos na Administração Pública, empresas pres-
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na tadoras de serviços públicos e instituições financeiras,
conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação
a necessidade de produção de outras provas. aos Serviços de Assistência Judiciária.

§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e § 4o Para o atendimento prioritário será garantido


o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identifi-
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em cados com a destinação a idosos em local visível e ca-
igual prazo. racteres legíveis.

§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prio-


definitivo de dirigente de entidade governamental, a ridade especial aos maiores de oitenta anos. (Incluído
autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa pela Lei nº 13.466, de 2017).
imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo
de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à substitui- CAPÍTULO II
ção. Do Ministério Público

§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a au- Art. 72. (VETADO)


toridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção
das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigên- Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas
cias, o processo será extinto, sem julgamento do mérito. nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei
Orgânica.
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao
dirigente da entidade ou ao responsável pelo programa Art. 74. Compete ao Ministério Público:
de atendimento.
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública
TÍTULO V para a proteção dos direitos e interesses difusos ou
Do Acesso à Justiça coletivos, individuais indisponíveis e individuais homo-
gêneos do idoso;
CAPÍTULO I
Disposições Gerais II – promover e acompanhar as ações de alimen-
tos, de interdição total ou parcial, de designação de
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições curador especial, em circunstâncias que justifiquem a
deste Capítulo, o procedimento sumário previsto no medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam
Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os os direitos de idosos em condições de risco;
prazos previstos nesta Lei.

82
III – atuar como substituto processual do idoso em Art. 75. Nos processos e procedimentos em que
situação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Pú-
Lei; blico na defesa dos direitos e interesses de que cuida
esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois
IV – promover a revogação de instrumento procu- das partes, podendo juntar documentos, requerer dili-
ratório do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta gências e produção de outras provas, usando os recur-
Lei, quando necessário ou o interesse público justificar; sos cabíveis.

V – instaurar procedimento administrativo e, para Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qual-
instruí-lo: quer caso, será feita pessoalmente.

a) expedir notificações, colher depoimentos ou Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofí-
injustificado da pessoa notificada, requisitar condução cio pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
CAPÍTULO III
b) requisitar informações, exames, perícias e do- Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e
cumentos de autoridades municipais, estaduais e fede- Individuais Indisponíveis ou Homogêneos
rais, da administração direta e indireta, bem como pro-
mover inspeções e diligências investigatórias; Art. 78. As manifestações processuais do repre-
sentante do Ministério Público deverão ser fundamenta-
c) requisitar informações e documentos particula- das.
res de instituições privadas;
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências ações de responsabilidade por ofensa aos direitos as-
investigatórias e a instauração de inquérito policial, para segurados ao idoso, referentes à omissão ou ao ofere-
a apuração de ilícitos ou infrações às normas de prote- cimento insatisfatório de:
ção ao idoso;
I – acesso às ações e serviços de saúde;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e ga-
rantias legais assegurados ao idoso, promovendo as II – atendimento especializado ao idoso portador
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; de deficiência ou com limitação incapacitante;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particula- III – atendimento especializado ao idoso portador
res de atendimento e os programas de que trata esta de doença infecto-contagiosa;
Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou
judiciais necessárias à remoção de irregularidades por- IV – serviço de assistência social visando ao ampa-
ventura verificadas; ro do idoso.

IX – requisitar força policial, bem como a colabora- Parágrafo único. As hipóteses previstas neste arti-
ção dos serviços de saúde, educacionais e de assistên- go não excluem da proteção judicial outros interesses
cia social, públicos, para o desempenho de suas atribui- difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogê-
ções; neos, próprios do idoso, protegidos em lei.

X – referendar transações envolvendo interesses e Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão
direitos dos idosos previstos nesta Lei. propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá
competência absoluta para processar a causa, ressal-
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as vadas as competências da Justiça Federal e a compe-
ações cíveis previstas neste artigo não impede a de tência originária dos Tribunais Superiores.
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a
lei. Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interes-
ses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou ho-
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não mogêneos, consideram-se legitimados, concorrente-
excluem outras, desde que compatíveis com a finalida- mente:
de e atribuições do Ministério Público.
I – o Ministério Público;
§ 3o O representante do Ministério Público, no
exercício de suas funções, terá livre acesso a toda enti- II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os
dade de atendimento ao idoso. Municípios;

83
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo
aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
IV – as associações legalmente constituídas há
pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins insti- Art. 86. Transitada em julgado a sentença que im-
tucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa puser condenação ao Poder Público, o juiz determinará
idosa, dispensada a autorização da assembléia, se hou- a remessa de peças à autoridade competente, para
ver prévia autorização estatutária. apuração da responsabilidade civil e administrativa do
agente a que se atribua a ação ou omissão.
o
§ 1 Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei. em julgado da sentença condenatória favorável ao idoso
sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro demais legitimados, como assistentes ou assumindo o
legitimado deverá assumir a titularidade ativa. pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.

Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos pro- Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não
tegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
de ação pertinentes. rios periciais e quaisquer outras despesas.

Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no Ministério Público.
exercício de atribuições de Poder Público, que lesem
direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor de-
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do verá, provocar a iniciativa do Ministério Público, pres-
mandado de segurança. tando-lhe informações sobre os fatos que constituam
objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumpri- convicção.
mento de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz conce-
derá a tutela específica da obrigação ou determinará Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e
providências que assegurem o resultado prático equiva- tribunais, no exercício de suas funções, quando tiverem
lente ao adimplemento. conhecimento de fatos que possam configurar crime de
ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e ação para sua defesa, devem encaminhar as peças
havendo justificado receio de ineficácia do provimento pertinentes ao Ministério Público, para as providências
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou cabíveis.
após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código
de Processo Civil. Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado
poderá requerer às autoridades competentes as certi-
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sen- dões e informações que julgar necessárias, que serão
tença, impor multa diária ao réu, independentemente do fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob
do preceito. sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qual-
quer pessoa, organismo público ou particular, certidões,
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito informações, exames ou perícias, no prazo que assina-
em julgado da sentença favorável ao autor, mas será lar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
devida desde o dia em que se houver configurado.
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei todas as diligências, se convencer da inexistência de
reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta fundamento para a propositura da ação civil ou de pe-
deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, fican- ças informativas, determinará o seu arquivamento, fa-
do vinculados ao atendimento ao idoso. zendo-o fundamentadamente.

Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de
(trinta) dias após o trânsito em julgado da decisão serão informação arquivados serão remetidos, sob pena de se
exigidas por meio de execução promovida pelo Ministé- incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
rio Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara
aos demais legitimados em caso de inércia daquele. de Coordenação e Revisão do Ministério Público.

84
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arqui- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
vamento, pelo Conselho Superior do Ministério Público multa.
ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
Público, as associações legitimadas poderão apresentar Parágrafo único. A pena é aumentada de metade,
razões escritas ou documentos, que serão juntados ou se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
anexados às peças de informação. e triplicada, se resulta a morte.

§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de
de Coordenação e Revisão do Ministério Público de saúde, entidades de longa permanência, ou congêne-
homologar a promoção de arquivamento, será designa- res, ou não prover suas necessidades básicas, quando
do outro membro do Ministério Público para o ajuiza- obrigado por lei ou mandado:
mento da ação.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos
TÍTULO VI e multa.
Dos Crimes
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde,
CAPÍTULO I física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições
Disposições Gerais desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos
e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo,
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que cou- ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
ber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985. Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e
multa.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza
anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, grave:
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF)
§ 2o Se resulta a morte:
CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
penal pública incondicionada, não se lhes aplicando Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6
os arts. 181 e 182 do Código Penal. (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo
dificultando seu acesso a operações bancárias, aos público por motivo de idade;
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qual-
quer outro meio ou instrumento necessário ao exercício II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego
da cidadania, por motivo de idade: ou trabalho;

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou
multa. deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa,
a pessoa idosa;
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar,
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
qualquer motivo. justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na
ação civil a que alude esta Lei;
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a
vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilida- V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos in-
de do agente. dispensáveis à propositura da ação civil objeto desta
Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar,
de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedi-
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, da nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
multa.

85
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proven- "Art. 61. ............................................................................
tos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso,
dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: ............................................................................

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e mul- II - ............................................................................


ta.
............................................................................
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência
do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
procuração à entidade de atendimento: ou mulher grávida;

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e ............................................................................." (NR)


multa.
"Art. 121.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancá- ............................................................................
ria relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso,
bem como qualquer outro documento com objetivo de
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: ............................................................................

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
e multa. (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura dimi-
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de
nuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
comunicação, informações ou imagens depreciativas ou prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
injuriosas à pessoa do idoso: aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (sessenta) anos.

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento ............................................................................." (NR)


de seus atos a outorgar procuração para fins de admi-
nistração de bens ou deles dispor livremente: "Art. 133.

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. § 3o ............................................................................

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar,


............................................................................
contratar, testar ou outorgar procuração:
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
"Art. 140.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa
idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida
representação legal: § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condi-
ção de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
"Art. 141.
TÍTULO VII ............................................................................
Disposições Finais e Transitórias
............................................................................
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representan-
te do Ministério Público ou de qualquer outro agente
fiscalizador: IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou por-
tadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
multa. ............................................................................." (NR)

Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro "Art. 148.


de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguin- ............................................................................
tes alterações:
............................................................................

86
§ 1o............................................................................ II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (ses-
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do senta) anos;
agente ou maior de 60 (sessenta) anos.
............................................................................" (NR)
............................................................................" (NR)
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de
"Art. 159............................................................................ 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte
redação:
............................................................................
"Art. 18............................................................................
o
§ 1 Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou ............................................................................
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha. III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a
menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com ida-
............................................................................" (NR) de igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem
tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a
capacidade de discernimento ou de autodeterminação:
"Art. 183............................................................................

............................................................................" (NR)
............................................................................

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novem-


III – se o crime é praticado contra pessoa com idade
bro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
igual ou superior a 60 (sessenta) anos." (NR)

"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos


"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsis-
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
tência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito)
gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas
anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente invá-
por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos
lido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporci-
termos desta Lei." (NR)
onando os recursos necessários ou faltando ao paga-
mento de pensão alimentícia judicialmente acordada,
fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socor- Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social desti-
rer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: nará ao Fundo Nacional de Assistência Social, até que o
Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos ne-
cessários, em cada exercício financeiro, para aplicação
............................................................................" (NR)
em programas e ações relativos ao idoso.
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos
de outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais,
dados relativos à população idosa do País.
passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Con-


"Art. 21............................................................................
gresso Nacional projeto de lei revendo os critérios de
concessão do Benefício de Prestação Continuada pre-
............................................................................ visto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a
garantir que o acesso ao direito seja condizente com o
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) estágio de desenvolvimento sócio-econômico alcançado
até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) pelo País.
anos." (NR)
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (no-
Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei venta) dias da sua publicação, ressalvado o disposto
o
n 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janei-
seguinte redação: ro de 2004.

"Art. 1o ............................................................................ Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Indepen-


dência e 115o da República.
............................................................................

§ 4o ............................................................................

87
Máscara facial com insuflamento de ar
Noções sobre segurança individual,
Os EPIs podem dividir-se em termos da zona corporal a
coletiva e de instalações. proteger:
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Proteção da cabeça
Equipamentos de Proteção Coletiva, ou EPC, são equi- capacete
pamentos utilizados para proteção de segurança en-
quanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa Protecção auditiva
ou atividade.
Abafadores de ruído (ou protetores auriculares) e tam-
Esses equipamentos não são necessariamente de pro- pões
teção de um coletivo, muitas vezes são apenas de uso
coletivo, como por exemplo uma máscara de solda ou Proteção respiratória
um cinto de segurança para alturas.
Máscaras; aparelhos filtrantes próprios contra cada tipo
Como exemplos de EPC podem ser citados: de contaminante do ar: gases, aerossóis por exemplo.

Redes de Proteção ( nylon) Proteção ocular e facial

Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de Óculos, viseiras e máscaras


advertência, ou fitas zebradas)
Proteção de mãos e braços
Extintores de incêndio
Luvas, feitas em diversos materiais e tamanhos confor-
Lava-olhos me os riscos contra os quais se quer proteger: mecâni-
cos, químicos, biológicos, térmicos ou elétricos.
Chuveiros de segurança
Proteção de pés e pernas
Exaustores
Sapatos, botinas, botas, tênis, apropriados para os ris-
Kit de primeiros socorros cos contra os quais se quer proteger: mecânicos, quími-
cos, elétricos e de queda.
Em contraste, mascaras de segurança e cintos de segu-
rança são Equipamentos e Proteção Individual, ou Proteção contra quedas
EPI´s. Apenas uma pessoa pode usar por vez os referi-
dos EPI´s, assim protegendo "o" colaborador. Cintos de segurança, sistemas de paraquedas, cintu-
rões.
Equipamento de proteção individual

Roupas para manuseio de produtos químicos

Equipamentos de Protecção Individual ou EPIs são


quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utili-
zados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaça-
dores da sua saúde ou segurança durante o exercício
de uma determinada atividade. Um equipamento de
proteção individual pode ser constituído por vários mei-
os ou dispositivos associados de forma a proteger o seu
utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso
deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado
quando não for possível tomar medidas que permitam
eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a
actividade.

Capacete com viseira e protetor auricular

Óculos de proteção

88
Noções de primeiros socorros se necessário, remova a vítima para um local adequado;

http://www.prefeiturarp.usp.br/pages/cipa/manu aja sempre com o intuito de acalmar a pessoa, e sem


al_primeiros_socorros.htm movimentá-la com gestos bruscos;

Conhecimentos básicos de primeiros socorros converse com a vítima, pois, se ela responder, significa
que não existe problema respiratório grave. Caso ela
Embora cada acidente tenha características próprias, não consiga se comunicar adequadamente, verifique se
alguns procedimentos essenciais devem ser observados está respirando. Em caso negativo, você deve agir rápi-
em todas as situações de emergência. É importante do: proteja a sua mão, abra a boca da vítima e verifique
saber que as duas primeiras horas após o acidente são se há algo atrapalhando a respiração, como prótese
decisivas para o tratamento eficaz dos ferimentos e a dentária ou vômito; remova imediatamente. Se neces-
sobrevivência da vítima. Portanto, uma leitura cuidado- sário, faça a respiração boca-a- boca e a reanimação
sa das técnicas possibilitará mais segurança e controle cárdio-pulmonar (RCP);
emocional na hora de prestar socorro. Confira.
se a vítima estiver vomitando, coloque-a na posição
Compreenda a situação lateral de segurança (com a cabeça voltada para o lado,
a fim de evitar engasgos).
Exame secundário
Os suprimentos de primeiros socorros são indispensá-
Proteja a vítima
veis para o atendimento; por isso, é sempre bom ter um
Dez mandamentos do socorrista kit em casa e outro no carro.

Exame primário Exame primário


Compreenda a situação Envolve a avaliação completa da vítima, com especial
atenção para tudo o que possa provocar risco de vida:
mantenha a calma;
observar o ambiente em que a vítima se encontra;
procure o auxílio de outras pessoas, caso seja necessá-
rio, e peça que chamem um médico; colocar reto o pescoço da vítima e manter a mandíbula
segura, visando desobstruir as vias respiratórias e ame-
ligue para emergência em sua cidade; nizar a pressão na coluna cervical;
mantenha os curiosos à distância, pois assim o socorris- avaliar se a vítima apresenta parada respiratória ou
ta terá espaço suficiente para trabalhar; cardíaca. Em caso positivo, começar imediatamente a
faça o exame primário para a avaliação completa do reanimação cárdio-pulmonar (R.C.P.);
estado da vítima. Mas atenção: o exame secundário, analisar a existência de hemorragias, e buscar meios
que visa descobrir quais foram as lesões sofridas, só para contê-las;
pode ser feito se a vítima se encontrar em condições
estáveis. verificar o estado de consciência da vítima;

Proteja a vítima avaliar a intensidade da dor;

analise o ambiente em que se encontra a vítima, a fim conferir a temperatura do acidentado;


de minimizar os riscos tanto para o acidentado como
manter a vítima aquecida com cobertores e/ou lençóis.
para o socorrista (fios elétricos, animais, tráfego, entre
outros); Exame secundário
caso necessite parar ou desviar o trânsito, procure pes-
soas capazes de fazê-lo;

89
Este exame somente é feito quando o acidentado se Dez mandamentos do socorrista
apresenta em condições estáveis. Siga as instruções
abaixo. 1. Manter a calma.

2. Ter em mente a seguinte ordem quando prestar so-


Cabeça e face
corro: eu (o socorrista) — minha equipe — vítima.
analise a região superior do couro cabeludo, procuran-
3. Checar se há riscos no local de socorro.
do alguma alteração;
4. Conservar o bom senso.
escorregue as mãos pela parte de trás da cabeça;
5. Manter o espírito de liderança.
apalpe a parte frontal do crânio (testa e região superi-
or). 6. Distribuir tarefas.

Tronco 7. Evitar atitudes impensadas.

toque na clavícula (osso do ombro), um lado de cada 8. Havendo muitas vítimas, dar preferência àquelas com
vez; maior risco de vida (sofrendo de parada cárdio-
respiratória ou sangramento excessivo, por exemplo).
apalpe a face anterior (da frente) do tórax;
9. Agir como socorrista, não como herói.
apalpe o abdômen;
10. Pedir auxílio, especialmente do Corpo de Bombeiros
pressione o quadril anterior e lateralmente. local.

Obs: durante este exame, fique atento para o surgimen- Suprimentos de primeiros socorros
to de bolhas e crepitações sob a pele, que podem indi-
car necessidade de atendimento médico imediato. Estes são alguns itens que devem constar na caixa de
primeiros socorros, e que podem ser necessários em
Membros superiores situações diversas. A caixa deve ser mantida sempre em
lugar de fácil acesso, tanto em casa quanto no carro:
apalpe braços, ombros, cotovelos, antebraços e mãos;
 Alfinetes de fralda;
verifique o pulso radial (no punho);
 Caixa de fósforos;
examine a movimentação dos membros.  Esparadrapo;
 Frasco de água oxigenada;
Membros inferiores  Frasco de álcool;
apalpe a coxa desde a virilha;  Frasco de amônia;
 Gazes esterilizadas;
apalpe joelho, perna e pé;  Lanterna;
 Luvas de látex.
cheque o pulso pedioso (no peito do pé);
 Pacote de algodão;
examine a motricidade (movimentação);  Pomada contra irritação da pele;
 Sabão líquido;
repita o exame na outra perna.  Saco para água quente;
OBS: Ao analisar a capacidade de movimento da vítima,  Sacos de plástico;
deve-se ter cuidado redobrado ante uma suspeita de  Termômetro;
fratura. Evite ao máximo mexer no paciente, e provi-  Tesoura;
dencie o socorro especializado.  Tubo de vaselina esterilizada.
 Transporte de vítimas

90
Para aumentar as chances de recuperação, o ideal é que Com dois socorristas:
a vítima seja atendida no local do acidente. Caso isto
não seja possível por falta de segurança, tanto para ela Para o atendimento eficiente de politramautizados, é
como para o socorrista, deve-se transportá-la para um importante ter em mente que, em muitos casos, a víti-
local seguro, porém respeitando certos cuidados especí- ma não pode e não deve se movimentar espontanea-
ficos. Veja como: mente, devido às lesões já existentes ou a lesões que
possam ocorrer por uma locomoção indevida. Portanto,
Como ajudar? a melhor maneira de mover uma vítima deitada é o uso
da prancha longa, quando o acesso ao paciente é viável.
 Antes de retirar a vítima do local do acidente:
 preste atenção ao movimentá-la para não agra- A seguir, veja os métodos disponíveis para transporte
var as lesões já existentes; com maca ou prancha longa. Esta técnica deve ser reali-
 examine o estado geral da vítima; zada da forma apropriada, tanto para evitar complica-
 tente calcular o peso da pessoa; ções para as vítimas como danos lombares para os so-
 considere o número de socorristas para ajudar; corristas.
 retenha a hemorragia;
Posição dos socorristas para erguer a vítima do solo
 mantenha a vítima respirando;
 evite ou controle o estado de choque; Logo que a vítima estiver em cima da prancha, cada
 imobilize as áreas com suspeita de fraturas. socorrista deve se posicionar em uma das extremidades
da prancha (o socorrista A deve colocar-se de costas
O transporte da vítima pode ser feito por maca, que é a para o paciente, e o B, aos seus pés);
melhor forma. Se por acaso não houver uma disponível
no local, ela pode ser improvisada com duas camisas ou Depois, os socorristas devem posicionar os pés ligeira-
um paletó e dois bastões resistentes, ou até mesmo mente afastados, e não paralelos ou alinhados;
enrolando-se um cobertor várias vezes em uma tábua
Ao se abaixar para elevar a maca, os socorristas devem
larga.
ficar de joelhos na posição tripé, ou seja, um joelho no
Para erguer a vítima chão e outro afastado, fora da posição do antebraço;

Com apenas um socorrista: O socorrista A deve comandar as manobras, indicando


quando é a hora de elevar a vítima. Eles então se posi-
Apoio lateral simples: cionam de cócoras, levantando o joelho que estava
apoiado no chão;
o braço da vítima é passado sobre os ombros do socor-
rista, por trás do pescoço; Após a ordem do socorrista A, ambos devem elevar a
vítima utilizando os músculos da coxa. Desta forma,
o socorrista segura firmemente o braço da vítima;
evita-se o uso incorreto da musculatura da coluna, o
com o outro braço, o socorrista envolve o acidentado que pode causar sérios danos;
por trás da cintura.
Para iniciar a caminhada, o socorrista A deve sempre
Arrastamento de roupa — a vítima é arrastada no sen- dar o comando, dirigindo-se com a vítima para a ambu-
tido do eixo cranial pelo socorrista, que utiliza a camisa lância ou para outro lugar seguro.
ou casaco como ponto de apoio;
Transposição de um obstáculo simples
Arrastamento tipo cobertor — posicione a vítima es-
tendida de lado. Coloque o cobertor por debaixo do Durante a caminhada, podem aparecer obstáculos no
corpo do paciente, desvire-o, colocando-o de barriga caminho, tais como árvores caídas, por exemplo. O pro-
para cima, e puxe o cobertor do outro lado. Inicie o cedimento adequado nestes casos é:
transporte puxando o cobertor próximo à cabeça da
vítima.

91
Quando se aproximar do obstáculo, o socorrista A deve Somente esvazie o cinzeiro na lixeira quando tiver cer-
avisar ao outro socorrista do problema; teza absoluta de que todas as cinzas e pontas de cigar-
ros estão realmente apagadas. Não use a lixeira como
Os socorristas devem colocar o paciente no solo delica- cinzeiro;
damente, sempre com a orientação do socorrista A;
Não fume dentro do ambiente de trabalho em seus
Com a prancha ao chão, os socorristas devem se posici- últimos 30 minutos de expediente — assim você evitará
onar nas laterais, um com a mão na altura do ombro da deixar alguma ponta de cigarro mal apagada;
vítima e o outro com a mão um pouco abaixo dos joe-
lhos, e manter os pés ligeiramente afastados; Respeite a sinalização e não fume em lugares proibidos;

Para elevar a prancha, o socorrista A dirige a operação: Procure não fumar na cama; se você pegar no sono, há
ambos se colocam de cócoras, erguendo os joelhos que o risco de incêndio;
estavam de apoio no chão;
Não jogue pontas de cigarros na rua, principalmente
Em seguida, os socorristas se levantam, usando os mús- perto da vegetação;
culos das coxas para erguer a vítima;
Não solte balões; isto pode representar a destruição de
Depois, sempre sob o comando do socorrista A, posici- florestas e uma ameaça à vida de muitas pessoas;
onam a prancha com a cabeceira sobre o obstáculo;
Nunca deixe crianças trancadas sozinhas em casa;
Os socorristas se colocam face a face, caminhando em
direção ao paciente, movimentando a maca na lateral e Não deixe equipamentos elétricos ligados depois de
deslizando as mãos ao longo da prancha; utilizá-los, evitando assim curto-circuito;

Não ligue vários eletrodomésticos em uma mesma to-


O socorrista B se posiciona na extremidade da prancha;
mada. Há o risco de uma sobrecarga do sistema elétrico
Enquanto o socorrista B segura a prancha , o socorrista e seu superaquecimento. Utilize tomadas diferentes e
A pula o obstáculo e pega a extremidade da prancha desconecte o aparelho da energia após o uso;
perto da cabeceira da vítima;
Troque todas as tomadas defeituosas de sua casa, mas
Depois, sob a ordem do socorrista A, os dois seguem de nunca realize consertos "quebra-galhos". Estes conser-
forma que apóiem a extremidade dos pés do paciente tos podem provocar um curto-circuito;
sobre o obstáculo. O socorrista B salta o obstáculo e
vem se posicionar próximo à cabeceira do paciente; Não permita que as crianças brinquem com fogo, fósfo-
ros ou materiais inflamáveis. Não deixe ao alcance delas
Os socorristas ficam frente a frente e andam em direção nada que represente risco de acidente;
ao meio da prancha. Em seguida, a prancha é colocada
Nunca deixe o ferro elétrico ligado, nem que seja só por
no solo e o processo recomeça.
alguns instantes. Desligue-o sempre quando não estiver
Prevenção de acidentes por perto, e certifique-se de que ele esteja fora do al-
cance das crianças;
Para evitar incêndios e acidentes sérios, siga estas ori-
entações: Quando os fusíveis se queimarem, fique atento e faça
uma revisão nas instalações elétricas. De vez em quan-
Depois de fumar, certifique-se de que apagou o cigarro do, cheque os fios para se certificar de que todos estão
completamente. Esta atitude pode evitar sérios aciden- bem isolados.
tes;
Quando for sair de férias, desligue a chave geral de
Não atire pontas de cigarros pela janela, e muito menos energia;
coloque-as sobre mesas, prateleiras ou armários;

92
Ao utilizar materiais de limpeza, como álcool e remove- car a respiração, já que pessoas com graves problemas
dores, deixe-os sempre em lugares seguros e arejados; respiratórios têm dificuldade em falar;
eles podem ser venenosos se forem ingeridos, como
também inflamáveis; caso haja sufocamento ou dificuldade respiratória, faça
respiração boca-a-boca e reanimação cárdio-pulmonar,
Não deixe lixo acumulado, principalmente se nele hou- conforme o caso;
ver panos impregnados com materiais inflamáveis, co-
mo gasolina, graxas e óleos vegetais, entre outros. Reti- caso exista hemorragia, estanque-a com um pano lim-
re o lixo de casa todos os dias; po, protegendo devidamente suas próprias mãos.

Quando não estiver usando os botijões, mantenha-os Afogamento


fechados. E confira sempre se há vazamentos;
O afogamento é o acidente causado pela submersão do
Não coloque cortinas ou qualquer tipo de pano próximo indivíduo, geralmente na água do mar ou piscina, no
ao fogão, e também não esqueça panelas no fogo; qual o acidentado apresenta desde sintomas leves a
graves, como a asfixia (dificuldade de respirar); a partir
Ao usar o forno, siga os seguintes passos: 1 º — acenda daí, podem ocorrer alterações em outros sistemas do
o fósforo, 2 º — abra a tampa do forno; 3 º — ligue o corpo. O local do afogamento (água doce ou salgada)
gás. Assim é possível evitar uma explosão; determina diferenças nas alterações corpóreas; no en-
tanto, os procedimentos de primeiros socorros são os
Se sentir cheiro de gás, abra imediatamente as janelas
mesmos.
para ventilar a área, não risque fósforos e não acenda
as luzes. Coloque o botijão fora da cozinha, em local Os acidentes ocorridos no mar registram um maior nú-
arejado. mero de vítimas entre os adultos. Já em piscinas, esta
estatística mostra maior freqüência de crianças envolvi-
Acidente automobilístico das. Por isso, é importantíssimo vigiar as crianças não só
Sempre é possível ajudar enquanto se espera o auxílio na praia, mas também em locais onde existam piscinas,
especializado. Mas é importante ter noções adequadas mesmo que não estejam sendo usadas.
de primeiros socorros para evitar o agravamento da
É possível atuar no socorro com medidas simples, ainda
situação. Veja a seguir o que fazer em caso de acidentes que a pessoa disposta a ajudar não tenha treinamento.
automobilísticos. Mesmo assim, lembre-se: a ajuda ao afogado só deve
ser feita se não for colocar em risco a vida do socorrista.
Como ajudar?

ligue imediatamente para o serviço de emergência de Como ajudar?


sua cidade e para a Polícia Militar Rodoviária;
coloque o acidentado fora da água o mais rápido possí-
certifique-se de que não irá se arriscar ao se aproximar vel;
do local do acidente, porque você pode se tornar outra se suspeitar de algum tipo de traumatismo (história de
vítima. Por isso, preste atenção se existe incêndio ou queda ou acidente ao mergulhar), mantenha sempre
cheiro de combustível antes de qualquer tentativa de reta e imobilizada a cabeça da vítima;
socorro;
inicie imediatamente a respiração boca-a-boca;
pegue o extintor de incêndio de um carro que não este-
ja envolvido no acidente e coloque-o em ação, mesmo aqueça o acidentado;
que não haja fogo;
leve-o ao hospital mais próximo, o mais rápido possível.
afaste os curiosos;
Asfixia
examine o acidentado e veja se ele está respirando. Se a
vítima estiver consciente, faça-lhe perguntas para che-

93
É o bloqueio ou a dificuldade de respiração por qual- mais baixa que o tronco. A cabeça deve ser sustentada
quer forma de impedimento da entrada de ar nos pul- com a mão, em torno do queixo e tórax. O ideal é que o
mões; pode ser também a impossibilidade de troca socorrista descanse o braço sobre sua própria coxa;
gasosa (oxigênio por gás carbônico) eficiente. Este im-
golpeie 4 vezes, rapidamente, com a outra mão, entre
pedimento pode ser causado por afogamento, inalação
de fumaça ou produtos tóxicos, objetos (sacos plásticos, as omoplatas (ossos protuberantes das costas, próxi-
objetos inalados), compressão do pescoço (enforca- mos aos ombros);
mento, esmagamento) ou ausência da respiração por em seguida, ponha a mão livre nas costas da criança, de
problemas orgânicos. modo que fique "ensanduichada" entre as duas mãos —
uma sustentando o tórax, pescoço e queixo, e a outra
Sinais e sintomas
apoiando o dorso;
Como ajudar?
então vire a criança de uma vez e coloque-a sobre a
 Engasgamento de lactentes coxa com a cabeça mais baixa que o tronco;
 Engasgamento de crianças
faça 4 compressões seguidas no tórax (esterno).
 Sinais e sintomas
 dificuldade respiratória; É recomendável que estas manobras sejam feitas já a
 ruídos durante a respiração; caminho do hospital ou pronto-socorro, para que todos
 agitação ou prostração; os procedimentos necessários sejam tomados o quanto
 palidez ou arroxeamento da pele; antes.
 perda da consciência;
 parada cárdio-respiratória. Engasgamento de crianças

Como ajudar? Para proceder o socorro às crianças maiores, siga estes


passos:
Coloque a vítima em um ambiente arejado. Caso você
saiba que a pessoa se engasgou com alguma coisa, pro- posicione-se atrás da criança e coloque os braços em
ceda as manobras devidas para este caso (descritas torno de sua cintura. Deixe que a cabeça, os braços e
abaixo). Se tiver havido afogamento ou inalação de parte do tronco fiquem pendentes para frente;
fumaça e o acidentado não responder aos estímulos ou aperte o punho de uma mão com a outra, e coloque
apresentar parada das respirações, inicie as manobras sobre o estômago da criança, bem acima do umbigo, na
de reanimação cárdio-respiratória. Não perca tempo — linha da cintura (abaixo das costelas);
leve o acidentado ao hospital mais próximo o mais rápi-
do possível. comprima rapidamente o punho contra o estômago,
como um golpe. Repita 4 vezes este procedimento, ou
Engasgamento de lactentes até que o corpo estranho seja expelido. Complete com
4 compressões torácicas (sob o esterno);
Em caso de asfixia em bebês, proceda da seguinte for-
ma: se a criança for muito grande para esta manobra, deite-
a de costas, ajoelhe-se sobre ela e faça pressão com as
coloque a criança no colo ou deitada de costas, e posi-
mãos cruzadas, bruscamente, logo acima da linha da
cione os dedos indicador e médio de ambas as mãos no
cintura. Peça que outra pessoa fique atenta para remo-
final do osso esterno (do tórax), próximo ao abdômen;
ver o corpo estranho da boca. Se a criança vomitar, gire
empurre o abdômen contra o diafragma, comprimindo- todo o corpo para o lado, a fim de evitar asfixia.
o de maneira súbita e vigorosa;
Choque elétrico
posicione a vítima "à cavaleiro" (com as pernas encai-
xadas no braço do socorrista), estendida, com a cabeça Como em todos os acidentes, a prevenção é sempre a
melhor forma de evitar problemas. Por isso, mantenha

94
protegidas as tomadas no local onde houver crianças,  febre (em crianças pequenas);
não deixe fios de eletrodomésticos desencapados e não  traumas de crânio;
tente consertar fiações elétricas sem a presença de um  doenças neurológicas;
profissional.  infecções do sistema nervoso;
 distúrbios do metabolismo corporal;
Como ajudar?
 intoxicações.
ligue para o Corpo de Bombeiros da sua cidade;
Sinais
procure não tentar mexer com a vítima presa ao cabo
 Durante a crise, o paciente pode apresentar:
elétrico; só o faça se você tiver treinamento para isto,
 movimentos ritmados em todo o corpo ou em
caso contrário você poderá se tornar outra vítima;
algum membro isoladamente;
se souber a localização da chave geral, desligue-a ime-  perda da consciência;
diatamente;  salivação;
 vômitos;
busque socorro imediato para desligar a pessoa da fon-
 febre.
te de energia. Quanto menor for o tempo da vítima em
contato com a eletricidade, maior será sua chance de Como ajudar?
sobrevivência;
 retire roupas apertadas do paciente;
aproxime-se apenas de materiais secos não-condutores  proteja a pessoa contra objetos duros, ásperos
de eletricidade; caso contrário, use uma vara, ramo, ou pontiagudos;
corda ou um pano secos para afastar ou empurrar o fio  coloque a vítima em local seguro, de onde não
da vítima. Se isto não for possível, chame imediatamen- possa cair — no chão ou em uma cama cercada,
te quem entenda do assunto; por exemplo;
observe se a vítima está respirando e se existe algo em  retire travesseiros e lençóis, para evitar o risco
sua boca que esteja atrapalhando a passagem de ar. de asfixia;
Comece a respiração boca-a-boca;  coloque a pessoa deitada de lado (em decúbito
dorsal), para permitir a drenagem de saliva e
certifique-se de que a língua do paciente não esteja vômito;
obstruindo a passagem do ar. Caso esteja, eleve o quei-  não introduza lenço ou objetos entre os dentes
xo da vítima ou posicione-o na lateral, para a respiração — é inútil e perigoso;
voltar ao normal;  leve o enfermo ao hospital mais próximo sem
demora.
leve a vítima ao hospital.
Para evitar a crise convulsiva, deve-se diminuir a febre
Convulsões com banhos e medicações prescritas pelo médico. O
primeiro procedimento não deve ser realizado durante
A convulsão ocorre devido a uma descarga elétrica súbi-
a convulsão, devido ao risco de aspiração.
ta e atípica dos neurônios, que se manifesta mais co-
mumente por movimentos anormais de diversos tipos.
Epilepsia
Esses movimentos incomuns e incontroláveis podem
surgir de forma localizada ou generalizada, dependendo É uma perturbação neurológica que afeta as funções
da causa do distúrbio neurológico. O quadro pode vir cerebrais. Os neurônios transmitem informações desor-
acompanhado por perda ou alteração da consciência. ganizadas uns para os outros, provocando um confron-
to e a completa confusão das mensagens nervosas.
Causas
Sinais e sintomas
 Há diversas delas, entre as quais:

95
 perda de consciência e desmaio; Causas
 contrações musculares bruscas e involuntárias;
 emoções bruscas;
 olhos revirados;
 cansaço;
 excesso de salivação.
 fome;
Como ajudar?  nervosismo;
 traumatismo;
posicione a vítima na lateral, para que não se engasgue
 hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue);
com o excesso de salivação;
 queda de pressão;
não coloque panos entre os dentes ou na boca do paci-  arritmia cardíaca (qualquer desvio da normali-
ente, pois o risco de sufocamento é muito grande fren- dade no ritmo das contrações cardíacas).
te ao pequeno benefício de proteger a língua do mes-
Sinais e sintomas
mo;
 pele pálida;
apóie a cabeça do paciente em uma almofada ou algo
 sudorese;
similar. Não tente impedir os movimentos convulsivos;
 pulso e respiração fracos.
apenas afaste os objetos em volta que possam machu-
car a vítima; Como ajudar?
alargue as roupas da vítima; deite a vítima e eleve as pernas;
nunca administre nenhum medicamento sem prescri- afrouxe as roupas da pessoa;
ção médica;
verifique o pulso do paciente. Caso não consiga sentir a
preste atenção aos movimentos convulsivos — o relato
pulsação, apalpe a artéria carótida, na lateral do pesco-
da testemunha sobre a crise é essencial para um bom
ço;
diagnóstico clínico;
caso o desmaio persista por mais de 1 ou 2 minutos,
acomode a pessoa confortavelmente quando a convul- aqueça a vítima, chame o médico imediatamente ou
são parar;
leve a pessoa ao hospital.
deixe-a dormir, se ela quiser;
Obs: Caso você sinta que vai desmaiar ao ver sangue ou
verifique se a respiração está normal; ferimentos, por exemplo, deite-se e eleve as pernas; ou
sente-se e curve o tronco para frente, colocando a ca-
leve o paciente ao médico ou ao hospital. beça no meio das pernas, abaixo dos joelhos, e respire
profundamente, pressionando a nuca.
Desmaios
Estado de choque
O desmaio é a perda temporária de consciência, que
pode ser provocada por fatores diversos. O importante Os casos de estado de choque são provocados geral-
é manter a calma e tentar ajudar a vítima. mente por lesões graves, tais como:

Causas  hemorragias ou emoções intensas;


 queimaduras graves;
Sinais e sintomas
 ferimentos graves ou extensos;
Como ajudar  choque elétrico;
 intoxicação por produtos químicos ou alimen-
Estado de choque
tos;
Importante  parada cárdio-respiratória;
 exposição excessiva ao calor ou ao frio;

96
 dor profunda; erga a cabeça do paciente e coloque-a sobre vários
 infecções; travesseiros;
 fraturas.
aplique compressas de água morna sobre o ouvido do-
Sinais e sintomas lorido e dê um analgésico para amenizar a dor;

 pele pálida e fria; não permita que a pessoa assoe o nariz, pois a pressão
 sudorese nas mãos e na testa; pode agravar a dor;
 sensação de frio; procure o médico assim que puder. Somente use outros
 náuseas e vômitos; medicamentos se receitados pelo especialista.
 dificuldade respiratória;
 visão nublada; Fraturas
 pulso fraco e rápido.
 Descrição
Como ajudar?  Fraturas na coluna vertebral
 Sinais e sintomas
 examine o estado da vítima;
 Como imobilizar a vítima
 mantenha a pessoa deitada e aquecida;
 Como ajudar?
 alargue as roupas da vítima;
 Material para imobilização
 remova da boca qualquer objeto que atrapalhe
a respiração (dentadura, goma de mascar) e
Fraturas nos braços
mantenha a vítima respirando;
 posicione a cabeça na lateral, para o caso de ela Descrição
vomitar,
 levante as pernas da vítima, mas somente se As fraturas são ocasionadas pela ruptura completa ou
não houver suspeita de fraturas; parcial na continuidade dos ossos. Podem ser classifica-
 mantenha a cabeça do paciente em posição das em:
mais baixa que o tronco, de preferência;
fechadas: quando a pele do local fraturado não se rom-
 leve-o ao hospital. pe;
Importante abertas ou expostas: quando a pele se rompe e o osso
fica exposto. Esta ruptura pode ser causada por algum
NUNCA:
objeto cortante ou pelos próprios fragmentos ósseos.
 dê bebidas alcoólicas à vítima; Neste caso, a probabilidade de infecção é muito grande,
 dê líquido a uma pessoa inconsciente ou semi- e por isso a fratura deve ser examinada com atenção
inconsciente; pelo médico.
 dê líquidos se suspeitar de lesão abdominal ou
Ainda se pode classificar a fratura por sua extensão:
se o acidentado estiver em estado grave.
 completa: envolve toda a espessura do osso;
Dor de ouvido  incompleta: envolve apenas uma parte do diâ-
metro do osso.
Apesar de parecer uma ocorrência simples, a dor de
ouvido pode ser sinal de infecção local, com possibili-
Sinais e sintomas
dade de atingir o sistema nervoso central. Veja como
agir.  dor profunda na área fraturada;
 hematoma (ruptura de vasos sanguíneos, com
Como agir
acúmulo de sangue no local);
 paralisia por lesão dos nervos;

97
 movimentos com estalos (semelhantes ao som  formigamento em alguma parte do corpo, prin-
de amassar de papel). cipalmente nas pernas;
 dor no pescoço e na região lombar.
Como ajudar?  Como ajudar?
 não tente colocar o osso da vítima no lugar;  não deixe a vítima se mexer; qualquer movi-
 procure não limpar os ferimentos. Movimentos mento inadequado pode trazer consequências
desnecessários podem provocar complicações gravíssimas;
sérias e infecções;  chame a emergência imediatamente.
 dê analgésico via oral, para amenizar a dor;
Como imobilizar a vítima?
 coloque compressa de gelo na área traumatiza-
da para diminuir a dor e o inchaço;  identifique a área lesada, cortando a roupa;
 caso não tenha certeza da fratura, trate a vítima  retire anéis e braceletes que possam vir a com-
como se a ruptura realmente tivesse ocorrido, prometer a circulação;
imobilizando a região;  cubra as lesões com curativos;
 chame o médico o mais rápido possível, ou leve  acolchoe imobilizadores que possam machucar
a vítima ao hospital. a vítima;
 imobilize a área acima e abaixo da articulação
Fraturas nos braços lesada, de forma que a vítima não possa movi-
mentar a região.
 se o osso não estiver exposto, faça compressa
com gelo Material usado para imobilização
 caso a fratura seja exposta, enfaixe com gazes;
 imobilize com materiais improvisados, como ti- imobilizadores rígidos: são materiais flexíveis que, mol-
ras de pano e pedaços de madeira; dados ao corpo, conservam a estabilidade. Podem ser
 coloque o membro fraturado no material usado de madeira, papelão ou alumínio. Sua fixação no mem-
para a imobilização; bro lesado é feita com bandagens;
 enrole a tala com as ataduras, para que fique
bandagem: é o material usado para fixar um curativo
bem firme;
sobre a ferida. Deve ser suficientemente justa para re-
 leve o paciente imediatamente ao hospital; duzir a dor e os sangramentos, e frouxa o bastante para
 caso a fratura seja nos braços, faça uma tipóia, permitir a circulação sanguínea. As bandagens mais
como mostra a figura abaixo: usadas são as triangulares.
 Coloque uma atadura triangular, uma camisa ou
pano sobre o tórax da vítima, e amarre as pon- Hemorragias
tas.
São conseqüência de um rompimento, cisão ou dilace-
Fraturas na coluna vertebral ração dos vasos sangüíneos, veias ou artérias, o que
provoca a perda de sangue circulante para dentro ou
A coluna vertebral é responsável por várias funções para fora do corpo. As medidas a serem tomadas para
importantíssimas, como respiração e movimentação. reter uma hemorragia dependerão do local afetado.
Portanto, a fratura da coluna pode provocar lesões im-
portantes, principalmente na medula óssea, causando Existem dois tipos básicos de hemorragia:
danos irreversíveis.
Hemorragia venosa: é identificada pelo sangue de cor
Sinais e sintomas mais escura, por ser rico em gás carbônico, e sangra-
mento contínuo;
 incapacidade ou problemas com a movimenta-
ção de membros; Hemorragia arterial: é qualificada fundamentalmente
 perda de sensibilidade nas pernas; pelo sangramento em jatos de cor vermelho vivo. É

98
considerada mais séria que a hemorragia venosa, por Esta hemorragia se caracteriza pela ruptura de vasos ou
possuir uma maior pressão sangüínea. órgãos internos. Já que o sangramento não pode ser
visto, é necessário que se preste muita atenção aos
Sinais e sintomas sinais e sintomas específicos, para evitar o choque da
 Hemorragia externa vítima e ter tempo hábil de encaminhá-la ao socorro
adequado.
 Hemorragia interna
 Hemorragia nasal
Sinais e sintomas
Sinais e sintomas
 pele pálida e fria;
 enjôos e vômitos;  dedos e mãos (extremidades) arroxeados pela
 ritmo cardíaco acelerado; redução de circulação sangüínea;
 pulso fino (que mal se pode sentir);  mucosas dos olhos e boca esbranquiçadas;
 respiração rápida e superficial;  tonteira;
 sede;  sudorese.
 sudorese;
 desmaios;
Como ajudar?
 diminuição da temperatura, ocasionando frio e  Para a retenção da hemorragia (hemostasia):
calafrios;
 acalme a vítima, se estiver consciente;
 estado de choque;
 posicione-a com a cabeça em um nível mais
 tonteira;
baixo que o corpo;
 mucosas sem cor.  aqueça a vítima com cobertor ou algo similar;
Hemorragia externa  interrompa o consumo de líquidos;
 leve a vítima ao hospital imediatamente.
Esta forma de hemorragia é o sangramento de estrutu-
ras superficiais. Normalmente, pode ser contida com Hemorragia nasal
regras básicas de primeiros socorros.
Esta é a hemorragia que mais acontece entre adultos e
Como ajudar? crianças. É causada pela ruptura dos vasos sangüíneos
do nariz, devido à exposição excessiva ao sol, trabalho
 deite a vítima imediatamente; sob temperaturas elevadas, atividades físicas muito
 use luvas para tratá-la, se possível; desgastantes e redução da pressão atmosférica, como
 eleve o membro lesado a uma altura superior à também por causa de outras doenças.
do coração, para que se dificulte a vazão do
sangue, pela própria pressão; Às vezes até uma crise hipertensiva pode acarretar esta
 aplique um curativo com gaze ou pano limpo hemorragia; nestes casos, é preciso medir a pressão
sobre a área ferida, e comprima-o firmemente arterial. É recomendável a consulta imediata ao médico,
por pelo menos 10 minutos; para um exame mais detalhado e um diagnóstico cor-
 coloque uma bandagem por cima do curativo; reto.
 caso o sangramento persista, faça pressão so-
Como ajudar?
bre a artéria mais próxima do local afetado;
 quando o sangramento parar, deixe a parte afe-  alargue as roupas que estejam apertando o tó-
tada em repouso; rax e o pescoço da vítima;
 não faça garroteamento no local;  acalme-a;
 leve a vítima ao hospital.  sente-a em lugar arejado;
 solicite à vítima que respire pela boca;
Hemorragia interna
 não permita que ela assoe o nariz;

99
 faça pressão com os dedos sobre a narina que caso os sinais e sintomas persistam por mais de 1 hora,
estiver sangrando, durante 5 a 10 minutos; leve a vítima ao médico ou ao hospital;
 coloque um chumaço de algodão na narina em
nos casos mais graves — febre alta (acima de 38º), vô-
sangramento, para fazer de tampão;
mitos ou convulsões — leve a vítima ao hospital imedia-
 faça compressa com gelo no nariz;
tamente.
 caso não pare o sangramento, leve a vítima ao
hospital. Intoxicações

Insolação Podem ocorrer por várias vias, entre elas:

Ocorre após uma grande exposição ao sol, em dias de Oral: com o consumo de qualquer substância tóxica
calor intenso. O corpo desidrata mais rápido por causa pela boca;
do excesso de suor. Fenômenos como o golpe de calor
Cutânea: no contato da pele com qualquer produto
podem ocorrer quando a regulação da temperatura é
tóxico;
incapaz de dissipar o acúmulo de calor corporal. Este
fenômeno é muito grave e potencialmente fatal. Respiratória: pela inalação de gases ou vapores libera-
dos por produtos tóxicos.
Por isso, o tempo de exposição ao calor ou ao sol deve
ser criteriosamente observado. Muitas vezes, um curto Sinais e sintomas
período de tempo — 15 a 30 minutos, por exemplo — é
suficiente para causar sérios danos se a temperatura a Contaminação pelos olhos
que se está exposto for muito alta, como freqüente-
Como ajudar?
mente ocorre em países tropicais como o nosso.
 Tóxico ingerido
Sinais e sintomas
 Intoxicação por plantas
 mal-estar;  Contaminação pela pele
 dor de cabeça forte;  Tóxico inalado
 calor;
Vítima inconsciente ou com crise convulsiva
 ardor;
 febre; Sinais e sintomas
 redução da quantidade de urina;
 sede em excesso; Estes dependerão das vias de penetração e da substân-
 vermelhidão por todo o corpo, em alguns casos cia tóxica. Contudo, de uma maneira geral, podemos
com o aparecimento de bolhas d'água; observar:
 convulsão nos casos mais sérios. vestígios na boca ou na pele, indicando ingestão, inala-
ção ou contato da vítima com substâncias tóxicas;
Como ajudar?
odor incomum no hálito, devido à aspiração ou ingestão
transporte a vítima para um local arejado, fresco e de
de algum produto químico nocivo;
preferência em frente a um ventilador. Nunca permita
que ela permaneça em um ambiente abafado e quente;  alteração na coloração dos lábios;
aplique compressas frias pelo corpo;  lesões na pele;
 redução da capacidade respiratória;
dê um banho na vítima (com água em temperatura  queimação na boca, garganta ou estômago;
ambiente, mas sempre fresca);  sonolência;
 cólica;
faça-a beber bastante líquido;
 diarréia;

100
 sangue nas fezes; ferrugem ou desodorantes. Isto porque, da mesma
 náuseas e vômitos; forma que, ao entrar no organismo provoca-lhe danos
 confusão mental e estado de coma. durante o trajeto, a substância tóxica fará o mesmo
quando sair em forma de vômito;
Como ajudar?
 a rapidez é imprescindível: trate a vítima antes
 leve a vítima imediatamente ao hospital; que seu organismo absorva o veneno;
 observe-a com atenção, para explicar ao médi-  remova os resíduos restantes da planta da boca
co como ocorreu a intoxicação; da vítima, lavando-a com bastante água;
 em caso de intoxicação por produto químico,  não permita que a vítima ande;
encontre a respectiva caixa, na qual você pode-  dê-lhe leite ou clara de ovo;
rá saber a composição do produto e qual é o  observe a língua e a garganta, para verificar a
antídoto adequado; dimensão da irritação provocada;
 se possível, leve o produto tóxico para o médico  mantenha a vítima aquecida;
no frasco original;  guarde a planta para identificação futura;
 em caso de intoxicação alimentar ou por plan-  leve a vítima para o hospital mais próximo.
tas, leve para o médico uma amostra do ali-
mento ou planta; Tóxico ingerido — Sinais e Sintomas
 dê bastante líquido à vítima;
 enjôo;
 nunca ofereça medicação para segurar a diar-
réia, pois esta é o mecanismo de defesa do or-  vômito;
ganismo, que elimina as toxinas através das fe-  diarréia;
zes.  suor;
 Auxílio pelo telefone: Centro de Assistência To-  palidez;
xicológica do Hospital das Clínicas de São Paulo  febre;
(CEATOX). Está disponível 24 horas para infor-  tonteira.
mações sobre intoxicação.
Como ajudar?
 A ligação é gratuita: 0800-148110.
Veja a seção Intoxicação por plantas, e siga os mesmos
Intoxicação por plantas procedimentos.
Plantas tóxicas existem em todos os ambientes, e po- Tóxico inalado — Sinais e sintomas
dem ser muito perigosas quando manuseadas ou até
ingeridas, especialmente por crianças.  enjôo;
 vômito;
Sinais e sintomas
 diarréia;
 Variam conforme as diversas espécies de plan-  suor;
tas. Porém, os mais comuns são:  palidez;
 náuseas;  sufocamento;
 vômitos;  febre.
 diarréia e desidratação.
Como ajudar?
Como ajudar?
 coloque a vítima em local arejado;
não provoque o vômito na vítima, muito menos se tiver  mantenha a vítima respirando, e verifique a
ingerido soda cáustica, derivados do petróleo (querose- respiração;
ne, gasolina, líquido de isqueiro, removedores), ácidos,
água de cal, amônia, alvejantes de uso doméstico, tira-

101
 posicione o queixo da vítima para cima o quan- Mordidas de animais raivosos
to puder, e sopre em sua boca ou nariz de 12 a
18 vezes por minuto; A hidrofobia, ou raiva, pode afetar todos os mamíferos,
 conserve a vítima aquecida; e não só os cães e gatos. A doença atua no sistema ner-
 leve-a ao hospital. voso central, através de um vírus, provocando sinais e
sintomas de encefalite (inflamação no cérebro), e pode
Contaminação pela pele — Sinais e Sintomas ser fatal.

 queimação ou resfriamento; O vírus tem uma característica particular, que o faz ain-
 diarréia; da mais perigoso: ele penetra no organismo humano
 vômito; através dos nervos, e não pela corrente sanguínea. Ou
 salivação intensa; seja, enquanto estiver fazendo este trajeto, as defesas
 náuseas; do corpo não conseguem notar sua presença. A produ-
 dificuldade respiratória; ção de anticorpos só se iniciará quando o vírus atingir
 perda de consciência. seu alvo, o cérebro, e aí já é mais difícil evitar a morte
da vítima.
Como ajudar?
O animal contaminado pode transmitir o vírus ao ho-
 leve a vítima para o chuveiro ou jato de água mem através da saliva. Por isso, lembre-se: um arra-
corrente, enquanto remove toda a roupa; nhão ou uma simples lambida em um ferimento é o
 coloque roupas limpas na pessoa; suficiente para o contágio. É importante reforçar que a
 não medique a vítima; raiva pode ser transmitida não só por cão e gato, mas
 leve-a ao hospital. também por outros mamíferos.

Contaminação pelos olhos — Sinais e Sin-  Sinais e sintomas


 dificuldades para engolir;
tomas
 alteração de comportamento;
 ardência;  sensibilidade à luz (fotofobia);
 lacrimejamento;  medo de água (hidrofobia);
 dor.  paralisia.
 Como ajudar?
Como ajudar?
 lave os olhos imediatamente após o acidente,
porque a demora no atendimento pode aumen- lave a ferida com água e sabão em abundância, de pre-
tar a gravidade da lesão; ferência detergente; o sabão é responsável pela des-
 afaste as pálpebras da vítima e lave bem os truição do invólucro do microorganismo, reduzindo
olhos com água corrente (de 15 a 20 minutos); desta forma sua capacidade de reprodução;
 não use colírio;
leve a vítima ao hospital mais próximo, mesmo que
 leve a vítima ao hospital.
você conheça o animal ou que ele esteja vacinado con-
Vítima inconsciente ou com crise convulsiva tra a raiva. Isto porque aproximadamente 5% dos cães
não reagem apropriadamente à vacina;
 Siga estas orientações gerais:
 examine a respiração da vítima; em caso de ataque, não sacrifique o animal. Coloque-o
 verifique se a língua não está atrapalhando a em local seguro para um intervalo de observação (10
respiração; dias para cães e gatos).
 posicione a vítima lateralmente para evitar que
O que é a vacina anti-rábica?
se engasgue com o vômito espontâneo;
 leve-a imediatamente ao hospital.

102
É o vírus inativo, ou seja, morto. Ao ser injetado no or-  Sinais e sintomas
ganismo, provoca uma resposta imunológica, que é a  Respiração boca-a-boca
produção de anticorpos para defesa. Também existe o  Como ajudar?
soro anti-rábico, que é o anticorpo já pronto, mas só é
utilizado quando o estado da vítima pede um tratamen- Reanimação cárdio-pulmonar
to de ação mais rápida.
Descrição
Vacinação para os cães
A parada cardíaca acontece quando há interrupção ou
A primeira dose deve administrada a partir dos 3 meses diminuição significativa dos batimentos do coração, o
de idade, com reforço 45 dias depois. A partir daí, é que provoca a redução da quantidade satisfatória de
preciso aplicar doses anuais. sangue circulante. Como costuma ocorrer simultanea-
mente à parada respiratória, daí tem-se a parada cár-
Overdose dio-respiratória.

Como a própria tradução já diz, é uma superdosagem A parada cárdio-respiratória (PCR) é o tipo mais comum
de qualquer substância — isto é, a utilização de alguma de emergência médica. É importante ressaltar que, no
droga (medicação ou substância) acima dos níveis tera- entanto, uma pode ser conseqüencia da outra; tanto a
pêuticos. parada cardíaca quanto a respiratória podem ocorrer de
forma isolada, levando rapidamente ao aparecimento
 Sinais e sintomas da outra ocorrência.
 confusão mental;
 desmaios; O tempo para o socorrista identificar o ocorrido e tratar
 convulsões; a vítima é de poucos minutos. E o sucesso no atendi-
 parada cárdio-respiratória. mento conta com a agilidade e a perfeição com que são
feitas as manobras de socorro.
Como ajudar?
Os motivos de uma parada cárdio-respiratória são os
Leve a vítima imediatamente ao hospital mais próximo; mais distintos possíveis, mas os mais comuns são:
somente lá ela receberá o tratamento adequado. Este é
o procedimento mais apropriado, independentemente  Intoxicações;
da substância ingerida.  Choque elétrico;
 Asfixia;
Quando não for overdose  Afogamento;
 Ataque cardíaco.
Às vezes o indivíduo tem apenas alucinações, angústia
 Sinais e sintomas
ou depressão, devido ao consumo de drogas como áci-
 incapacidade ou ausência respiratória;
do, chá de cogumelos ou maconha. Nestes casos:
 midríase (dilatação das pupilas);
 leve a vítima para um local tranqüilo;  perda de consciência;
 fale com ela até que a crise passe;  falta de pulso;
 mantenha a calma, para não desesperar ainda  cianose (as extremidades dos dedos e dos lá-
mais a pessoa. bios tornam-se roxas);
 Se não tiver controle da situação, leve a vítima  ausência de batimentos cardíacos.
imediatamente ao hospital mais próximo.
Como ajudar?
Parada cárdio-respiratória
 verifique se a vítima ainda respira, e analise seu
 Descrição estado de consciência;
 Massagem cardíaca

103
 remova resíduos alimentares e próteses dentá- devem ficar abertos, sem tocar a parede do tó-
rias; rax;
 faça a respiração boca-a-boca tantas vezes  a seguir, faça pressão, com bastante vigor, para
quantas forem necessárias, até o restabeleci- que se abaixe o esterno, comprimindo o cora-
mento dos movimentos respiratórios; ção de encontro à coluna vertebral;
 mantenha sempre o mesmo ritmo: 15 massa-  descomprima em seguida;
gens para 2 sopros;  repita a manobra quantas vezes forem necessá-
 examine o pulso e observe suas características rias (cerca de 60 vezes por minuto);
(batimentos acelerados ou pouco perceptíveis,  leve a vítima ao hospital.
por exemplo);
CUIDADOS: Nas crianças com peso inferior a 30kg, de-
 realize a massagem cardíaca;
ve-se fazer pressão apenas com uma das mãos, e utili-
 se necessário, continue o atendimento de pri-
zando os dedos, a fim de que não ocorram fraturas ós-
meiros socorros durante o transporte para o
seas no esterno ou costelas.
hospital.
Reanimação cárdio-pulmonar (RCP)
Respiração boca-a-boca
 verifique a respiração;
 deite a vítima com a cabeça inclinada e o queixo
 examine o pulso;
elevado;
 quando a vítima apresentar dispnéia (dificulda-
 pressione a narina da vítima com o polegar e o
de respiratória) grave ou ausência de movimen-
indicador da mesma mão usada para inclinar a
tos respiratórios, comece rapidamente o aten-
cabeça, e passe a outra mão por trás do pesco-
dimento com a respiração boca-a-boca;
ço, para dar apoio (veja a figura);
 encontre a área de compressão que está locali-
 retire da boca as próteses incompletas ("denta-
zada um pouco abaixo do meio do osso do tó-
duras", "pontes", etc.) e alimentos (chicletes e
rax (esterno); pressione esta parte;
balas, por exemplo);
 faça a massagem cardíaca;
 coloque sua boca sobre a boca da vítima e faça
duas ventilações (sopros para dentro da boca  faça respiração boca-a-boca;
da vítima), até notar que o peito se levanta; pa-  leve a vítima ao hospital.
ra que isto aconteça, é preciso soprar com bas-
Instruções para a reanimação
tante força. Cada ventilação deve durar em
média de 1 segundo a 1 segundo e meio;  coloque a vítima de barriga para cima sobre
 em crianças, as ventilações devem durar 4 se- uma superfície lisa e rígida;
gundos e, nos recém-nascidos, 3 segundos. A  ajoelhe-se do lado da vítima, na altura de seus
boca do socorrista cobre a boca e o nariz da cri- ombros;
ança ao mesmo tempo, por ser impossível fazer  examine o estado de consciência da vítima;
da mesma forma que com os adultos;  faça o exame primário, diagnosticando a parada
 permita que a vítima expire livremente; cárdio-respiratória;
 repita o movimento 15 vezes por minuto;  faça a respiração boca-a-boca em duas ventila-
 chame o médico ou leve a vítima para o hospi- ções, cada uma com a duração de 1 a 5 segun-
tal. dos;
 descubra o tórax da vítima;
Massagem cardíaca
 identifique o ponto de compressão da seguinte
 coloque a vítima deitada de costas sobre uma forma: localize o fim do osso esterno (o osso do
superfície dura; tórax, abaixo do estômago), dê a distância de
 coloque as mãos sobrepostas na metade inferi- um palmo e mais duas polpas digitais; imedia-
or do esterno (osso no meio do tórax). Os dedos tamente acima deste nível, coloque as mãos pa-

104
ra iniciar a massagem cardíaca. Veja as figuras Profundidade da queimadura: pode ser difícil de se
abaixo; avaliar nos primeiros dias do acidente, pois pode evoluir
 realize 15 compressões torácicas seguidas, com de um grau para outro.
uma freqüência aproximada de 80 por minuto;
Graus de profundidade da queimadura
 mantenha a relação de 15 compressões para 2
ventilações; Agentes causadores da lesão
 examine o pulso após 1 minuto de reanimação
cárdio-pulmonar, e depois, a cada 3 minutos; Como ajudar?
 chame o médico ou leve a vítima ao hospital.
Graus de profundidade da queimadura
Em caso de dois socorristas
1° grau: vermelhidão;
Siga estes passos:
2° grau superficial: vermelhidão e bolhas;
 o socorrista líder faz o contato inicial e o exame
primário; 2° grau profunda: bolhas, pele branco-rosada e úmida;
 um dos socorristas se responsabiliza pela venti- 3° grau: pele nacarada, cinzenta e seca.
lação e o outro, pela compressão do tórax;
 começar com 2 ventilações, fazendo em segui- Agentes causadores da lesão
da 5 compressões no tórax para cada ventila-
ção;  Físicos: calor, frio, radiações, eletricidade;
 contar as compressões em voz alta;  Químicos: ácidos, álcalis;
 deve-se fazer uma pausa entre as compressões  Biológicos: picada de insetos.
para permitir a ventilação;
Os acidentes mais freqüentes são os causados por líqui-
 o socorrista a cargo da ventilação verifica a efi-
dos superaquecidos. As queimaduras químicas necessi-
cácia das compressões no tórax, através do
tam de lavagem exaustiva com água. Já a característica
controle do pulso da vítima;
primordial da queimadura elétrica é sua evolução pro-
 depois do primeiro minuto, e a cada 3 minutos
gressiva. Nos casos em que há concomitante inalação
de RCP, verificar o retorno da atividade cardía-
de vapores aquecidos, pode haver comprometimento
ca;
pulmonar variável.
 deve-se chamar o médico ou levar a vítima ao
hospital. Como ajudar?

Como saber se a RCP funcionou? Os cuidados serão determinados pelas características


da região e pelo risco de seqüelas, dependendo da área
 Observe com muita atenção, durante o proces- acometida (face, mãos, pés, genitais e pregas de flexão,
so de reanimação: como joelhos e cotovelos). No entanto, há algumas
 se o tórax está se expandindo; medidas essenciais a serem tomadas em cada caso:
 se pulso está presente.
Queimaduras pequenas:
Queimaduras
 deixe correr água fria sobre a lesão durante 10
A queimadura se caracteriza pela lesão de tecidos, po- minutos;
dendo ter várias repercussões no organismo, mais ou  lave com água e sabonete neutro;
menos graves, dependendo de vários fatores. Alguns  coloque uma camada fina de vaselina estéril
deles são listados a seguir: sobre o local;
Extensão da área queimada: quanto maior a área da  cubra a ferida com gaze esterilizada, para pro-
queimadura, mais grave é o paciente; tegê-la das bactérias.

105
Roupas em chamas:  Não resfrie demais a vítima se ela tiver queima-
duras graves; isto pode levar à hipotermia (re-
 faça a vítima se deitar o mais rápido possível, dução anormal da temperatura corporal).
com o lado queimado voltado para cima;
 apague as chamas com água, a menos que haja Traumatismos
aparelho elétrico próximo;
 jogue água ao longo do corpo, de cima para  Luxação
baixo, para impedir que as chamas atinjam o  Torção
rosto;  Contusão
 se não for possível usar água, enrole a vítima
Luxação
em cobertores, casacos grossos ou tapetes, pa-
ra que as chamas não sejam mais alimentadas É quando o osso se desloca parcial ou totalmente de
com oxigênio. Não use tecidos inflamáveis sua articulação. Normalmente é seguida de sérias le-
(nylon, tecidos sintéticos e outros). sões nos ligamentos articulares adjacentes. A luxação
pode ser dividida em total (completo deslocamento dos
Queimaduras extensas e/ou profundas:
ossos articulados) e parcial (quando os ossos da articu-
 chame imediatamente a ambulância; lação ainda continuam em contato).
 deite a vítima e jogue água fria sobre a água
Sinais e sintomas
afetada por 10 minutos ou até que o socorro
chegue;  dor profunda;
 verifique se a pessoa está respirando e tome  sangramento intenso;
seu pulso;  movimento anormal da articulação.
 corte ou tire delicadamente as roupas caso es-
tejam aderindo à área queimada. Como ajudar?
 Se a queimadura foi causada por material supe-
 procure imobilizar a vítima em uma posição que
raquecido ou produto químico, lave o local em
amenize a dor e facilite o transporte;
água corrente, e dirija-se a um hospital. O tra-
 dê analgésico via oral, para aliviar a dor;
tamento pode ser feito com a internação do
 não faça compressa com calor ou massagem no
acidentado, ou por atendimento ambulatorial
local do trauma;
com curativos diários feitos no hospital. Depen-
 leve a pessoa ao médico ou ao hospital mais
dendo do tipo de lesão, o médico poderá orien-
próximo.
tar o paciente a proceder os curativos e cuida-
dos em casa, e marcar consultas de revisão. Torção

NÃO faça: É a distensão dos nervos e ligamentos — tecidos que


ajudam a manter os ossos na posição correta — devido
 Não aplique substâncias, loção ou gordura na
a uma movimentação forçada da articulação. Acontece
área;
com mais freqüência nos joelhos, tornozelos, punhos,
 Não coloque emplastro ou curativo adesivo na
dedos e pescoço.
queimadura;
 Não use algodão ou qualquer tipo de tecido que Sinais e sintomas
solte fiapos para cobrir a queimadura;
 Não remova nada que esteja grudado na ferida.  dor profunda em torno da articulação;
Isto pode provocar danos posteriores à pele ou  incapacidade de movimentação. Pode até ocor-
aos tecidos, e ainda causar uma infecção; rer sangramento na parte interna do local lesa-
do.

Como ajudar?

106
 coloque compressa fria no local;
 imobilize a área traumatizada;
 dê analgésico via oral, para amenizar a dor;
 chame o médico ou leve a pessoa ao hospital.

Contusão

É resultado de um forte impacto na superfície do corpo.


Pode acontecer de o local da contusão ficar arroxeado,
com dor e inchaço; isto é sinal de que houve hemorra-
gia ou derrame por debaixo da pele.

Sinais e sintomas

 pele do local arroxeada;


 dor na região de contato.

Como ajudar?

 faça compressa de gelo no local;


 dê analgésico via oral, para amenizar a dor;
 consulte o médico.

107
Política Nacional de Resíduos Sólidos I - acordo setorial: ato de natureza contratual fir-
mado entre o poder público e fabricantes, importadores,
distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implan-
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. tação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida do produto;
Institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos; altera II - área contaminada: local onde há contamina-
Regulamento a Lei no 9.605, de 12 de ção causada pela disposição, regular ou irregular, de
fevereiro de 1998; e dá quaisquer substâncias ou resíduos;
outras providências.
III - área órfã contaminada: área contaminada cu-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o jos responsáveis pela disposição não sejam identificá-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte veis ou individualizáveis;
Lei:
IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que
envolvem o desenvolvimento do produto, a obtenção de
TÍTULO I matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o
consumo e a disposição final;
DISPOSIÇÕES GERAIS
V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos
CAPÍTULO I previamente segregados conforme sua constituição ou
composição;
DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO
VI - controle social: conjunto de mecanismos e
o
Art. 1 Esta Lei institui a Política Nacional de Re- procedimentos que garantam à sociedade informações
síduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objeti- e participação nos processos de formulação, implemen-
vos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relati- tação e avaliação das políticas públicas relacionadas
vas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos aos resíduos sólidos;
sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades
dos geradores e do poder público e aos instrumentos VII - destinação final ambientalmente adequada:
econômicos aplicáveis. destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reci-
clagem, a compostagem, a recuperação e o aproveita-
§ 1o Estão sujeitas à observância desta Lei as mento energético ou outras destinações admitidas pelos
pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou priva- órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa,
do, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração entre elas a disposição final, observando normas opera-
de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relaci- cionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à
onadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
resíduos sólidos. ambientais adversos;

§ 2o Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioati- VIII - disposição final ambientalmente adequada:
vos, que são regulados por legislação específica. distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observan-
do normas operacionais específicas de modo a evitar
danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a mi-
Art. 2o Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do nimizar os impactos ambientais adversos;
disposto nesta Lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro
de 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28
de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físi-
do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do cas ou jurídicas, de direito público ou privado, que ge-
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do ram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária incluído o consumo;
(Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normali-
zação e Qualidade Industrial (Sinmetro). X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto
de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas
CAPÍTULO II de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destina-
ção final ambientalmente adequada dos resíduos sóli-
dos e disposição final ambientalmente adequada dos
DEFINIÇÕES rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão inte-
grada de resíduos sólidos ou com plano de gerencia-
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: mento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;

108
XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjun- padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do
to de ações voltadas para a busca de soluções para os Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;
resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
política, econômica, ambiental, cultural e social, com XIX - serviço público de limpeza urbana e de ma-
controle social e sob a premissa do desenvolvimento nejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades previs-
sustentável; tas no art. 7º da Lei nº 11.445, de 2007.

XII - logística reversa: instrumento de desenvol- TÍTULO II


vimento econômico e social caracterizado por um con-
junto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLI-
setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo DOS
ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada; CAPÍTULO I

XIII - padrões sustentáveis de produção e con- DISPOSIÇÕES GERAIS


sumo: produção e consumo de bens e serviços de for-
ma a atender as necessidades das atuais gerações e Art. 4o A Política Nacional de Resíduos Sólidos
permitir melhores condições de vida, sem comprometer reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos,
a qualidade ambiental e o atendimento das necessida- diretrizes, metas e ações adotados pelo Governo Fede-
des das gerações futuras; ral, isoladamente ou em regime de cooperação com
Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares,
XIV - reciclagem: processo de transformação dos com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento am-
resíduos sólidos que envolve a alteração de suas pro- bientalmente adequado dos resíduos sólidos.
priedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com
vistas à transformação em insumos ou novos produtos, Art. 5o A Política Nacional de Resíduos Sólidos
observadas as condições e os padrões estabelecidos integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-
pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do se com a Política Nacional de Educação Ambiental,
SNVS e do Suasa; regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com
a Política Federal de Saneamento Básico, regulada
XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de es- pela Lei nº 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6
gotadas todas as possibilidades de tratamento e recupe- de abril de 2005.
ração por processos tecnológicos disponíveis e econo-
micamente viáveis, não apresentem outra possibilidade CAPÍTULO II
que não a disposição final ambientalmente adequada;
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS
XVI - resíduos sólidos: material, substância, obje-
to ou bem descartado resultante de atividades humanas
Art. 6o São princípios da Política Nacional de
em sociedade, a cuja destinação final se procede, se
Resíduos Sólidos:
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos
estados sólido ou semissólido, bem como gases conti-
dos em recipientes e líquidos cujas particularidades I - a prevenção e a precaução;
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d‘água, ou exijam para isso solu- II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
ções técnica ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia disponível; III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos só-
lidos, que considere as variáveis ambiental, social, cul-
XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo tural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
de vida dos produtos: conjunto de atribuições individua-
lizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, IV - o desenvolvimento sustentável;
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização
de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qua- serviços qualificados que satisfaçam as necessidades
lidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produ- humanas e tragam qualidade de vida e a redução do
tos, nos termos desta Lei; impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a
um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sus-
tentação estimada do planeta;
XVIII - reutilização: processo de aproveitamento
dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica,
física ou físico-química, observadas as condições e os

109
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do tados, como forma de garantir sua sustentabilidade ope-
poder público, o setor empresarial e demais segmentos racional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de
da sociedade; 2007;

VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo XI - prioridade, nas aquisições e contratações


de vida dos produtos; governamentais, para:

VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutili- a) produtos reciclados e recicláveis;


zável e reciclável como um bem econômico e de valor
social, gerador de trabalho e renda e promotor de cida- b) bens, serviços e obras que considerem crité-
dania; rios compatíveis com padrões de consumo social e am-
bientalmente sustentáveis;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
XII - integração dos catadores de materiais reuti-
X - o direito da sociedade à informação e ao con- lizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a respon-
trole social; sabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produ-
tos;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
XIII - estímulo à implementação da avaliação do
Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Re- ciclo de vida do produto;
síduos Sólidos:
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas
I - proteção da saúde pública e da qualidade am- de gestão ambiental e empresarial voltados para a me-
biental; lhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento
dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o apro-
veitamento energético;
II - não geração, redução, reutilização, recicla-
gem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como dis-
posição final ambientalmente adequada dos rejeitos; XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao con-
sumo sustentável.
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis
de produção e consumo de bens e serviços; CAPÍTULO III

IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento DOS INSTRUMENTOS


de tecnologias limpas como forma de minimizar impac-
tos ambientais; Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, entre outros:
V - redução do volume e da periculosidade dos
resíduos perigosos; I - os planos de resíduos sólidos;

VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em II - os inventários e o sistema declaratório anual


vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos deri- de resíduos sólidos;
vados de materiais recicláveis e reciclados;
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística re-
VII - gestão integrada de resíduos sólidos; versa e outras ferramentas relacionadas à implementa-
ção da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
VIII - articulação entre as diferentes esferas do vida dos produtos;
poder público, e destas com o setor empresarial, com
vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento
integrada de resíduos sólidos; de cooperativas ou de outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
IX - capacitação técnica continuada na área de
resíduos sólidos; V - o monitoramento e a fiscalização ambiental,
sanitária e agropecuária;
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e
universalização da prestação dos serviços públicos de VI - a cooperação técnica e financeira entre os
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com setores público e privado para o desenvolvimento de
adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que pesquisas de novos produtos, métodos, processos e
assegurem a recuperação dos custos dos serviços pres- tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, trata-

110
mento de resíduos e disposição final ambientalmente DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍ-
adequada de rejeitos; DUOS SÓLIDOS

VII - a pesquisa científica e tecnológica; CAPÍTULO I

VIII - a educação ambiental; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

IX - os incentivos fiscais, financeiros e credití- Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos


cios; sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de priori-
dade: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fun- tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambi-
do Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi- entalmente adequada dos rejeitos.
co;
§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos,
Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir); desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técni-
ca e ambiental e com a implantação de programa de
monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado
XII - o Sistema Nacional de Informações em Sa- pelo órgão ambiental.
neamento Básico (Sinisa);
§ 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que as Políticas de Resíduos Sólidos dos Estados, do Distri-
couber, os de saúde; to Federal e dos Municípios serão compatíveis com o
disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as de-
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados mais diretrizes estabelecidas nesta Lei.
ao controle social dos serviços de resíduos sólidos ur-
banos; Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Muni-
cípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Re- nos respectivos territórios, sem prejuízo das competên-
síduos Perigosos; cias de controle e fiscalização dos órgãos federais e
estaduais do Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como
XVI - os acordos setoriais; da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de
resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
XVII - no que couber, os instrumentos da Política
Nacional de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões Art. 11. Observadas as diretrizes e demais de-
de qualidade ambiental; terminações estabelecidas nesta Lei e em seu regula-
mento, incumbe aos Estados:
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Po-
tencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos I - promover a integração da organização, do pla-
Ambientais; nejamento e da execução das funções públicas de inte-
resse comum relacionadas à gestão dos resíduos sóli-
dos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e
e microrregiões, nos termos da lei complementar esta-
Instrumentos de Defesa Ambiental;
dual prevista no § 3º do art. 25 da Constituição Federal;

d) a avaliação de impactos ambientais;


II - controlar e fiscalizar as atividades dos gerado-
res sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão esta-
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio dual do Sisnama.
Ambiente (Sinima);
Parágrafo único. A atuação do Estado na forma
f) o licenciamento e a revisão de atividades efeti- do caput deve apoiar e priorizar as iniciativas do Muni-
va ou potencialmente poluidoras; cípio de soluções consorciadas ou compartilhadas entre
2 (dois) ou mais Municípios.
XVIII - os termos de compromisso e os termos de
ajustamento de conduta; XIX - o incentivo à adoção de Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e
consórcios ou de outras formas de cooperação entre os os Municípios organizarão e manterão, de forma conjun-
entes federados, com vistas à elevação das escalas de ta, o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão
aproveitamento e à redução dos custos envolvidos. dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e
o Sinima.
TÍTULO III

111
Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distri- a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de
to Federal e aos Municípios fornecer ao órgão federal suas características de inflamabilidade, corrosividade,
responsável pela coordenação do Sinir todas as infor- reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenici-
mações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera dade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam
de competência, na forma e na periodicidade estabele- significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambi-
cidas em regulamento. ental, de acordo com lei, regulamento ou norma técni-
ca;
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos
sólidos têm a seguinte classificação: b) resíduos não perigosos: aqueles não enqua-
drados na alínea ―a‖.
I - quanto à origem:
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art.
a) resíduos domiciliares: os originários de ativi- 20, os resíduos referidos na alínea ―d‖ do inciso I
dades domésticas em residências urbanas; do caput, se caracterizados como não perigosos, po-
dem, em razão de sua natureza, composição ou volu-
me, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da poder público municipal.
varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e ou-
tros serviços de limpeza urbana;
CAPÍTULO II
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas
alíneas ―a‖ e ―b‖; DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e Seção I


prestadores de serviços: os gerados nessas atividades,
excetuados os referidos nas alíneas ―b‖, ―e‖, ―g‖, ―h‖ e Disposições Gerais
―j‖;
Art. 14. São planos de resíduos sólidos:
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento
básico: os gerados nessas atividades, excetuados os I - o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
referidos na alínea ―c‖;
II - os planos estaduais de resíduos sólidos;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos
produtivos e instalações industriais;
III - os planos microrregionais de resíduos sólidos
e os planos de resíduos sólidos de regiões metropolita-
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos nas ou aglomerações urbanas;
serviços de saúde, conforme definido em regulamento
ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama
e do SNVS; IV - os planos intermunicipais de resíduos sóli-
dos;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas
construções, reformas, reparos e demolições de obras V - os planos municipais de gestão integrada de
de construção civil, incluídos os resultantes da prepara- resíduos sólidos;
ção e escavação de terrenos para obras civis;
VI - os planos de gerenciamento de resíduos só-
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas lidos.
atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os
relacionados a insumos utilizados nessas atividades; Parágrafo único. É assegurada ampla publicida-
de ao conteúdo dos planos de resíduos sólidos, bem
j) resíduos de serviços de transportes: os originá- como controle social em sua formulação, implementa-
rios de portos, aeroportos, terminais alfandegários, ro- ção e operacionalização, observado o disposto na Lei
doviários e ferroviários e passagens de fronteira; no 10.650, de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei nº
11.445, de 2007.
k) resíduos de mineração: os gerados na ativida-
de de pesquisa, extração ou beneficiamento de miné- Seção II
rios;
Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos
II - quanto à periculosidade:
Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação
do Ministério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de

112
Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indetermina- Art. 16. A elaboração de plano estadual de resí-
do e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a duos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condi-
cada 4 (quatro) anos, tendo como conteúdo mínimo: ção para os Estados terem acesso a recursos da União,
ou por ela controlados, destinados a empreendimentos
I - diagnóstico da situação atual dos resíduos só- e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou
lidos; para serem beneficiados por incentivos ou financiamen-
tos de entidades federais de crédito ou fomento para tal
finalidade. (Vigência)
II - proposição de cenários, incluindo tendências
internacionais e macroeconômicas;
§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos
da União referidos no caput os Estados que instituírem
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, microrregiões, consoante o § 3o do art. 25 da Constitui-
entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resí- ção Federal, para integrar a organização, o planejamen-
duos e rejeitos encaminhados para disposição final am- to e a execução das ações a cargo de Municípios limí-
bientalmente adequada; trofes na gestão dos resíduos sólidos.

IV - metas para o aproveitamento energético dos § 2o Serão estabelecidas em regulamento nor-


gases gerados nas unidades de disposição final de re- mas complementares sobre o acesso aos recursos da
síduos sólidos; União na forma deste artigo.

V - metas para a eliminação e recuperação de li- § 3o Respeitada a responsabilidade dos gerado-


xões, associadas à inclusão social e à emancipação res nos termos desta Lei, as microrregiões instituídas
econômica de catadores de materiais reutilizáveis e conforme previsto no § 1o abrangem atividades de cole-
recicláveis; ta seletiva, recuperação e reciclagem, tratamento e des-
tinação final dos resíduos sólidos urbanos, a gestão de
VI - programas, projetos e ações para o atendi- resíduos de construção civil, de serviços de transporte,
mento das metas previstas; de serviços de saúde, agrossilvopastoris ou outros resí-
duos, de acordo com as peculiaridades microrregionais.
VII - normas e condicionantes técnicas para o
acesso a recursos da União, para a obtenção de seu Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos se-
aval ou para o acesso a recursos administrados, direta rá elaborado para vigência por prazo indeterminado,
ou indiretamente, por entidade federal, quando destina- abrangendo todo o território do Estado, com horizonte
dos a ações e programas de interesse dos resíduos de atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (qua-
sólidos; tro) anos, e tendo como conteúdo mínimo:

VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão I - diagnóstico, incluída a identificação dos princi-
regionalizada dos resíduos sólidos; pais fluxos de resíduos no Estado e seus impactos soci-
oeconômicos e ambientais;
IX - diretrizes para o planejamento e demais ati-
vidades de gestão de resíduos sólidos das regiões inte- II - proposição de cenários;
gradas de desenvolvimento instituídas por lei comple-
mentar, bem como para as áreas de especial interesse III - metas de redução, reutilização, reciclagem,
turístico; entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resí-
duos e rejeitos encaminhados para disposição final am-
X - normas e diretrizes para a disposição final de bientalmente adequada;
rejeitos e, quando couber, de resíduos;
IV - metas para o aproveitamento energético dos
XI - meios a serem utilizados para o controle e a gases gerados nas unidades de disposição final de re-
fiscalização, no âmbito nacional, de sua implementação síduos sólidos;
e operacionalização, assegurado o controle social.
V - metas para a eliminação e recuperação de li-
Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos xões, associadas à inclusão social e à emancipação
Sólidos será elaborado mediante processo de mobiliza- econômica de catadores de materiais reutilizáveis e
ção e participação social, incluindo a realização de au- recicláveis;
diências e consultas públicas.
VI - programas, projetos e ações para o atendi-
Seção III mento das metas previstas;

Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos VII - normas e condicionantes técnicas para o
acesso a recursos do Estado, para a obtenção de seu

113
aval ou para o acesso de recursos administrados, direta Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de
ou indiretamente, por entidade estadual, quando desti- Resíduos Sólidos
nados às ações e programas de interesse dos resíduos
sólidos; Art. 18. A elaboração de plano municipal de ges-
tão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão por esta Lei, é condição para o Distrito Federal e os
consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos; Municípios terem acesso a recursos da União, ou por
ela controlados, destinados a empreendimentos e servi-
IX - diretrizes para o planejamento e demais ati- ços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resí-
vidades de gestão de resíduos sólidos de regiões me- duos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos
tropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; ou financiamentos de entidades federais de crédito ou
fomento para tal finalidade. (Vigência)
X - normas e diretrizes para a disposição final de
rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as § 1o Serão priorizados no acesso aos recursos
disposições estabelecidas em âmbito nacional; da União referidos no caput os Municípios que:

XI - previsão, em conformidade com os demais I - optarem por soluções consorciadas intermuni-


instrumentos de planejamento territorial, especialmente cipais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a
o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou
costeiro, de: que se inserirem de forma voluntária nos planos micror-
regionais de resíduos sólidos referidos no § 1o do art.
16;
a) zonas favoráveis para a localização de unida-
des de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição
final de rejeitos; II - implantarem a coleta seletiva com a participa-
ção de cooperativas ou outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis forma-
b) áreas degradadas em razão de disposição das por pessoas físicas de baixa renda.
inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem
objeto de recuperação ambiental;
§ 2o Serão estabelecidas em regulamento nor-
mas complementares sobre o acesso aos recursos da
XII - meios a serem utilizados para o controle e a União na forma deste artigo.
fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação
e operacionalização, assegurado o controle social.
Art. 19. O plano municipal de gestão integrada
o de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:
§ 1 Além do plano estadual de resíduos sólidos,
os Estados poderão elaborar planos microrregionais de
resíduos sólidos, bem como planos específicos direcio- I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos
nados às regiões metropolitanas ou às aglomerações gerados no respectivo território, contendo a origem, o
urbanas. volume, a caracterização dos resíduos e as formas de
destinação e disposição final adotadas;
§ 2o A elaboração e a implementação pelos Es-
tados de planos microrregionais de resíduos sólidos, ou II - identificação de áreas favoráveis para dispo-
de planos de regiões metropolitanas ou aglomerações sição final ambientalmente adequada de rejeitos, obser-
urbanas, em consonância com o previsto no § 1 o, dar- vado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da
se-ão obrigatoriamente com a participação dos Municí- Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se
pios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer houver;
das prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por
esta Lei. III - identificação das possibilidades de implanta-
ção de soluções consorciadas ou compartilhadas com
§ 3o Respeitada a responsabilidade dos gerado- outros Municípios, considerando, nos critérios de eco-
res nos termos desta Lei, o plano microrregional de nomia de escala, a proximidade dos locais estabeleci-
resíduos sólidos deve atender ao previsto para o plano dos e as formas de prevenção dos riscos ambientais;
estadual e estabelecer soluções integradas para a cole-
ta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento IV - identificação dos resíduos sólidos e dos ge-
e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos e, radores sujeitos a plano de gerenciamento específico
consideradas as peculiaridades microrregionais, outros nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa
tipos de resíduos. na forma do art. 33, observadas as disposições desta
Lei e de seu regulamento, bem como as normas estabe-
Seção IV lecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;

114
V - procedimentos operacionais e especificações XVII - ações preventivas e corretivas a serem
mínimas a serem adotados nos serviços públicos de praticadas, incluindo programa de monitoramento;
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluí-
da a disposição final ambientalmente adequada dos XVIII - identificação dos passivos ambientais re-
rejeitos e observada a Lei nº 11.445, de 2007; lacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas conta-
minadas, e respectivas medidas saneadoras;
VI - indicadores de desempenho operacional e
ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de XIX - periodicidade de sua revisão, observado
manejo de resíduos sólidos; prioritariamente o período de vigência do plano pluria-
nual municipal.
VII - regras para o transporte e outras etapas do
gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o art. § 1o O plano municipal de gestão integrada de
20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos resíduos sólidos pode estar inserido no plano de sane-
do Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinen- amento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de
tes da legislação federal e estadual; 2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos inci-
sos do caput e observado o disposto no § 2o, todos
VIII - definição das responsabilidades quanto à deste artigo.
sua implementação e operacionalização, incluídas as
etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a § 2o Para Municípios com menos de 20.000 (vin-
que se refere o art. 20 a cargo do poder público; te mil) habitantes, o plano municipal de gestão integrada
de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma
IX - programas e ações de capacitação técnica do regulamento.
voltados para sua implementação e operacionalização;
§ 3o O disposto no § 2o não se aplica a Municí-
X - programas e ações de educação ambiental pios:
que promovam a não geração, a redução, a reutilização
e a reciclagem de resíduos sólidos; I - integrantes de áreas de especial interesse tu-
rístico;
XI - programas e ações para a participação dos
grupos interessados, em especial das cooperativas ou II - inseridos na área de influência de empreen-
outras formas de associação de catadores de materiais dimentos ou atividades com significativo impacto ambi-
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas ental de âmbito regional ou nacional;
de baixa renda, se houver;
III - cujo território abranja, total ou parcialmente,
XII - mecanismos para a criação de fontes de ne- Unidades de Conservação.
gócios, emprego e renda, mediante a valorização dos
resíduos sólidos;
§ 4o A existência de plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos não exime o Município ou
XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação o Distrito Federal do licenciamento ambiental de aterros
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo sanitários e de outras infraestruturas e instalações ope-
de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança racionais integrantes do serviço público de limpeza ur-
desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007; bana e de manejo de resíduos sólidos pelo órgão com-
petente do Sisnama.
XIV - metas de redução, reutilização, coleta sele-
tiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a § 5o Na definição de responsabilidades na forma
quantidade de rejeitos encaminhados para disposição do inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao
final ambientalmente adequada; serviço público de limpeza urbana e de manejo de resí-
duos sólidos a realização de etapas do gerenciamento
XV - descrição das formas e dos limites da parti- dos resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo
cipação do poder público local na coleta seletiva e na com a respectiva licença ambiental ou com normas es-
logística reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de tabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do
outras ações relativas à responsabilidade compartilhada SNVS.
pelo ciclo de vida dos produtos;
§ 6o Além do disposto nos incisos I a XIX
XVI - meios a serem utilizados para o controle e a do caput deste artigo, o plano municipal de gestão inte-
fiscalização, no âmbito local, da implementação e ope- grada de resíduos sólidos contemplará ações específi-
racionalização dos planos de gerenciamento de resí- cas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da
duos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de administração pública, com vistas à utilização racional
logística reversa previstos no art. 33; dos recursos ambientais, ao combate a todas as formas

115
de desperdício e à minimização da geração de resíduos to exigências específicas relativas ao plano de gerenci-
sólidos. amento de resíduos perigosos.

§ 7o O conteúdo do plano municipal de gestão in- Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos
tegrada de resíduos sólidos será disponibilizado para o sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:
Sinir, na forma do regulamento.
I - descrição do empreendimento ou atividade;
§ 8o A inexistência do plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos não pode ser utilizada II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou
para impedir a instalação ou a operação de empreendi- administrados, contendo a origem, o volume e a carac-
mentos ou atividades devidamente licenciados pelos terização dos resíduos, incluindo os passivos ambien-
órgãos competentes. tais a eles relacionados;

§ 9o Nos termos do regulamento, o Município III - observadas as normas estabelecidas pelos


que optar por soluções consorciadas intermunicipais órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver,
para a gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o o plano municipal de gestão integrada de resíduos sóli-
plano intermunicipal preencha os requisitos estabeleci- dos:
dos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser
dispensado da elaboração de plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos. a) explicitação dos responsáveis por cada etapa
do gerenciamento de resíduos sólidos;
Seção V
b) definição dos procedimentos operacionais rela-
tivos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos
Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sóli- sob responsabilidade do gerador;
dos
IV - identificação das soluções consorciadas ou
Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de compartilhadas com outros geradores;
gerenciamento de resíduos sólidos:
V - ações preventivas e corretivas a serem exe-
I - os geradores de resíduos sólidos previstos nas cutadas em situações de gerenciamento incorreto ou
alíneas ―e‖, ―f‖, ―g‖ e ―k‖ do inciso I do art. 13; acidentes;

II - os estabelecimentos comerciais e de presta- VI - metas e procedimentos relacionados à mini-


ção de serviços que: mização da geração de resíduos sólidos e, observadas
as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
a) gerem resíduos perigosos; SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados VII - se couber, ações relativas à responsabilida-
como não perigosos, por sua natureza, composição ou de compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na
volume, não sejam equiparados aos resíduos domicilia- forma do art. 31;
res pelo poder público municipal;
VIII - medidas saneadoras dos passivos ambien-
III - as empresas de construção civil, nos termos tais relacionados aos resíduos sólidos;
do regulamento ou de normas estabelecidas pelos ór-
gãos do Sisnama; IX - periodicidade de sua revisão, observado, se
couber, o prazo de vigência da respectiva licença de
IV - os responsáveis pelos terminais e outras ins- operação a cargo dos órgãos do Sisnama.
talações referidas na alínea ―j‖ do inciso I do art. 13 e,
nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas § 1o O plano de gerenciamento de resíduos sóli-
pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as dos atenderá ao disposto no plano municipal de gestão
empresas de transporte; integrada de resíduos sólidos do respectivo Município,
sem prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do
V - os responsáveis por atividades agrossilvopas- Sisnama, do SNVS e do Suasa.
toris, se exigido pelo órgão competente do Sisnama, do
SNVS ou do Suasa. § 2o A inexistência do plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a
Parágrafo único. Observado o disposto no Capí- implementação ou a operacionalização do plano de
tulo IV deste Título, serão estabelecidas por regulamen- gerenciamento de resíduos sólidos.

116
§ 3o Serão estabelecidos em regulamento: Seção I

I - normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do Disposições Gerais


plano de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à
atuação de cooperativas ou de outras formas de associ- Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a
ação de catadores de materiais reutilizáveis e reciclá- coletividade são responsáveis pela efetividade das
veis; ações voltadas para assegurar a observância da Política
Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais
II - critérios e procedimentos simplificados para determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regu-
apresentação dos planos de gerenciamento de resíduos lamento.
sólidos para microempresas e empresas de pequeno
porte, assim consideradas as definidas nos incisos I e II Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpe-
do art. 3oda Lei Complementar no 123, de 14 de dezem- za urbana e de manejo de resíduos sólidos é responsá-
bro de 2006, desde que as atividades por elas desen- vel pela organização e prestação direta ou indireta des-
volvidas não gerem resíduos perigosos. ses serviços, observados o respectivo plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos, a Lei nº
Art. 22. Para a elaboração, implementação, ope- 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu regu-
racionalização e monitoramento de todas as etapas do lamento.
plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas in-
cluído o controle da disposição final ambientalmente Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas
adequada dos rejeitos, será designado responsável no art. 20 são responsáveis pela implementação e ope-
técnico devidamente habilitado. racionalização integral do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na
Art. 23. Os responsáveis por plano de gerencia- forma do art. 24.
mento de resíduos sólidos manterão atualizadas e dis-
poníveis ao órgão municipal competente, ao órgão li- § 1o A contratação de serviços de coleta, arma-
cenciador do Sisnama e a outras autoridades, informa- zenamento, transporte, transbordo, tratamento ou desti-
ções completas sobre a implementação e a operaciona- nação final de resíduos sólidos, ou de disposição final
lização do plano sob sua responsabilidade. de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas
referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que
§ 1o Para a consecução do disposto no caput, vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequa-
sem prejuízo de outras exigências cabíveis por parte do dos respectivos resíduos ou rejeitos.
das autoridades, será implementado sistema declarató-
rio com periodicidade, no mínimo, anual, na forma do § 2o Nos casos abrangidos pelo art. 20, as eta-
regulamento. pas sob responsabilidade do gerador que forem realiza-
das pelo poder público serão devidamente remuneradas
§ 2o As informações referidas no caput serão pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, obser-
repassadas pelos órgãos públicos ao Sinir, na forma do vado o disposto no § 5o do art. 19.
regulamento.
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domicilia-
Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos res tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos
sólidos é parte integrante do processo de licenciamento com a disponibilização adequada para a coleta ou, nos
ambiental do empreendimento ou atividade pelo órgão casos abrangidos pelo art. 33, com a devolução.
competente do Sisnama.
Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiari-
§ 1o Nos empreendimentos e atividades não su- amente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo
jeitos a licenciamento ambiental, a aprovação do plano que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambi-
de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autorida- ente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento
de municipal competente. de resíduos sólidos.

§ 2o No processo de licenciamento ambiental re- Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano


ferido no § 1o a cargo de órgão federal ou estadual do ressarcirão integralmente o poder público pelos gastos
Sisnama, será assegurada oitiva do órgão municipal decorrentes das ações empreendidas na forma
competente, em especial quanto à disposição final am- do caput.
bientalmente adequada de rejeitos.
Seção II
CAPÍTULO III
Da Responsabilidade Compartilhada
DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADO-
RES E DO PODER PÚBLICO

117
Art. 30. É instituída a responsabilidade comparti- III - recolhimento dos produtos e dos resíduos
lhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implemen- remanescentes após o uso, assim como sua subse-
tada de forma individualizada e encadeada, abrangendo quente destinação final ambientalmente adequada, no
os fabricantes, importadores, distribuidores e comerci- caso de produtos objeto de sistema de logística reversa
antes, os consumidores e os titulares dos serviços pú- na forma do art. 33;
blicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sóli-
dos, consoante as atribuições e procedimentos previs- IV - compromisso de, quando firmados acordos
tos nesta Seção. ou termos de compromisso com o Município, participar
das ações previstas no plano municipal de gestão inte-
Parágrafo único. A responsabilidade comparti- grada de resíduos sólidos, no caso de produtos ainda
lhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo: não inclusos no sistema de logística reversa.

I - compatibilizar interesses entre os agentes Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas
econômicos e sociais e os processos de gestão empre- com materiais que propiciem a reutilização ou a recicla-
sarial e mercadológica com os de gestão ambiental, gem.
desenvolvendo estratégias sustentáveis;
§ 1o Cabe aos respectivos responsáveis assegu-
II - promover o aproveitamento de resíduos sóli- rar que as embalagens sejam:
dos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou
para outras cadeias produtivas; I - restritas em volume e peso às dimensões re-
queridas à proteção do conteúdo e à comercialização do
III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o des- produto;
perdício de materiais, a poluição e os danos ambien-
tais; II - projetadas de forma a serem reutilizadas de
maneira tecnicamente viável e compatível com as exi-
IV - incentivar a utilização de insumos de menor gências aplicáveis ao produto que contêm;
agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabi-
lidade; III - recicladas, se a reutilização não for possível.

V - estimular o desenvolvimento de mercado, a § 2o O regulamento disporá sobre os casos em


produção e o consumo de produtos derivados de mate- que, por razões de ordem técnica ou econômica, não
riais reciclados e recicláveis; seja viável a aplicação do disposto no caput.

VI - propiciar que as atividades produtivas alcan- § 3o É responsável pelo atendimento do disposto


cem eficiência e sustentabilidade; neste artigo todo aquele que:

VII - incentivar as boas práticas de responsabili- I - manufatura embalagens ou fornece materiais


dade socioambiental. para a fabricação de embalagens;

Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabeleci- II - coloca em circulação embalagens, materiais
das no plano de gerenciamento de resíduos sólidos e para a fabricação de embalagens ou produtos embala-
com vistas a fortalecer a responsabilidade compartilha- dos, em qualquer fase da cadeia de comércio.
da e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distri-
buidores e comerciantes têm responsabilidade que
abrange: Art. 33. São obrigados a estruturar e implemen-
tar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma inde-
I - investimento no desenvolvimento, na fabrica- pendente do serviço público de limpeza urbana e de
ção e na colocação no mercado de produtos: manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importado-
res, distribuidores e comerciantes
a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, de: (Regulamento)
à reutilização, à reciclagem ou a outra forma de destina-
ção ambientalmente adequada; I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, as-
sim como outros produtos cuja embalagem, após o uso,
b) cuja fabricação e uso gerem a menor quanti- constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
dade de resíduos sólidos possível; gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei
ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos
II - divulgação de informações relativas às formas do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técni-
de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associ- cas;
ados a seus respectivos produtos;

118
II - pilhas e baterias; § 5o Os comerciantes e distribuidores deverão
efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importado-
III - pneus; res dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos
na forma dos §§ 3o e 4o.
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embala-
gens; § 6o Os fabricantes e os importadores darão des-
tinação ambientalmente adequada aos produtos e às
embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e encaminhado para a disposição final ambientalmente
mercúrio e de luz mista; adequada, na forma estabelecida pelo órgão competen-
te do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componen- gestão integrada de resíduos sólidos.
tes.
§ 7o Se o titular do serviço público de limpeza
o
§ 1 Na forma do disposto em regulamento ou urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo
em acordos setoriais e termos de compromisso firmados setorial ou termo de compromisso firmado com o setor
entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas empresarial, encarregar-se de atividades de responsabi-
previstos no caput serão estendidos a produtos comer- lidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e
cializados em embalagens plásticas, metálicas ou de comerciantes nos sistemas de logística reversa dos
vidro, e aos demais produtos e embalagens, conside- produtos e embalagens a que se refere este artigo, as
rando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto ações do poder público serão devidamente remunera-
à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gera- das, na forma previamente acordada entre as partes.
dos.
§ 8o Com exceção dos consumidores, todos os
o
§ 2 A definição dos produtos e embalagens a participantes dos sistemas de logística reversa mante-
que se refere o § 1o considerará a viabilidade técnica e rão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal com-
econômica da logística reversa, bem como o grau e a petente e a outras autoridades informações completas
extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambien- sobre a realização das ações sob sua responsabilida-
te dos resíduos gerados. de.

§ 3o Sem prejuízo de exigências específicas fi- Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de com-
xadas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas promisso referidos no inciso IV do caput do art. 31 e no
pelos órgãos do Sisnama e do SNVS, ou em acordos § 1o do art. 33 podem ter abrangência nacional, regio-
setoriais e termos de compromisso firmados entre o nal, estadual ou municipal.
poder público e o setor empresarial, cabe aos fabrican-
tes, importadores, distribuidores e comerciantes dos § 1o Os acordos setoriais e termos de compro-
produtos a que se referem os incisos II, III, V e VI ou misso firmados em âmbito nacional têm prevalência
dos produtos e embalagens a que se referem os incisos sobre os firmados em âmbito regional ou estadual, e
I e IV do caput e o § 1otomar todas as medidas neces- estes sobre os firmados em âmbito munici-
sárias para assegurar a implementação e operacionali- pal. (Vide Decreto nº 9.177, de 2017)
zação do sistema de logística reversa sob seu encargo,
consoante o estabelecido neste artigo, podendo, entre
outras medidas: § 2o Na aplicação de regras concorrentes conso-
ante o § 1o, os acordos firmados com menor abrangên-
cia geográfica podem ampliar, mas não abrandar, as
I - implantar procedimentos de compra de produ- medidas de proteção ambiental constantes nos acordos
tos ou embalagens usados; setoriais e termos de compromisso firmados com maior
abrangência geográfica. (Vide Decreto nº
II - disponibilizar postos de entrega de resíduos 9.177, de 2017)
reutilizáveis e recicláveis;
Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de co-
III - atuar em parceria com cooperativas ou outras leta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada
formas de associação de catadores de materiais reutili- de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os con-
záveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1 o. sumidores são obrigados a:

§ 4o Os consumidores deverão efetuar a devolu- I - acondicionar adequadamente e de forma dife-


ção após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos renciada os resíduos sólidos gerados;
produtos e das embalagens a que se referem os incisos
I a VI do caput, e de outros produtos ou embalagens II - disponibilizar adequadamente os resíduos só-
objeto de logística reversa, na forma do § 1 o. lidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolu-
ção.

119
Parágrafo único. O poder público municipal pode nômica, além de condições para prover os cuidados
instituir incentivos econômicos aos consumidores que necessários ao gerenciamento desses resíduos.
participam do sistema de coleta seletiva referido
no caput, na forma de lei municipal. Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com
resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerencia-
Art. 36. No âmbito da responsabilidade comparti- mento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Naci-
lhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular onal de Operadores de Resíduos Perigosos.
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano mu- o
§ 1 O cadastro previsto no caput será coorde-
nicipal de gestão integrada de resíduos sólidos: nado pelo órgão federal competente do Sisnama e im-
plantado de forma conjunta pelas autoridades federais,
I - adotar procedimentos para reaproveitar os re- estaduais e municipais.
síduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de § 2o Para o cadastramento, as pessoas jurídicas
resíduos sólidos; referidas no caput necessitam contar com responsável
técnico pelo gerenciamento dos resíduos perigosos, de
II - estabelecer sistema de coleta seletiva; seu próprio quadro de funcionários ou contratado, devi-
damente habilitado, cujos dados serão mantidos atuali-
III - articular com os agentes econômicos e soci- zados no cadastro.
ais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo
dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos § 3o O cadastro a que se refere o caput é parte
dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resí- integrante do Cadastro Técnico Federal de Atividades
duos sólidos; Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais e do Sistema de Informações previsto no art.
IV - realizar as atividades definidas por acordo 12.
setorial ou termo de compromisso na forma do § 7 o do
art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor em- Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38
presarial; são obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de
resíduos perigosos e submetê-lo ao órgão competente
V - implantar sistema de compostagem para resí- do Sisnama e, se couber, do SNVS, observado o conte-
duos sólidos orgânicos e articular com os agentes údo mínimo estabelecido no art. 21 e demais exigências
econômicos e sociais formas de utilização do composto previstas em regulamento ou em normas técnicas.
produzido;
§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos peri-
VI - dar disposição final ambientalmente adequa- gosos a que se refere o caput poderá estar inserido no
da aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públi- plano de gerenciamento de resíduos a que se refere o
cos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sóli- art. 20.
dos.
§ 2o Cabe às pessoas jurídicas referidas no art.
o
§ 1 Para o cumprimento do disposto nos incisos 38:
I a IV do caput, o titular dos serviços públicos de limpe-
za urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a I - manter registro atualizado e facilmente acessí-
organização e o funcionamento de cooperativas ou de vel de todos os procedimentos relacionados à imple-
outras formas de associação de catadores de materiais mentação e à operacionalização do plano previsto
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas no caput;
de baixa renda, bem como sua contratação.
II - informar anualmente ao órgão competente do
§ 2o A contratação prevista no § 1o é dispensável Sisnama e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a
de licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei natureza e a destinação temporária ou final dos resí-
no 8.666, de 21 de junho de 1993. duos sob sua responsabilidade;

CAPÍTULO IV III - adotar medidas destinadas a reduzir o volu-


me e a periculosidade dos resíduos sob sua responsabi-
DOS RESÍDUOS PERIGOSOS lidade, bem como a aperfeiçoar seu gerenciamento;

Art. 37. A instalação e o funcionamento de em- IV - informar imediatamente aos órgãos compe-
preendimento ou atividade que gere ou opere com resí- tentes sobre a ocorrência de acidentes ou outros sinis-
duos perigosos somente podem ser autorizados ou li- tros relacionados aos resíduos perigosos.
cenciados pelas autoridades competentes se o respon-
sável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e eco-

120
§ 3o Sempre que solicitado pelos órgãos compe- V - estruturação de sistemas de coleta seletiva e
tentes do Sisnama e do SNVS, será assegurado acesso de logística reversa;
para inspeção das instalações e dos procedimentos
relacionados à implementação e à operacionalização do VI - descontaminação de áreas contaminadas,
plano de gerenciamento de resíduos perigosos. incluindo as áreas órfãs;

§ 4o No caso de controle a cargo de órgão fede- VII - desenvolvimento de pesquisas voltadas para
ral ou estadual do Sisnama e do SNVS, as informações tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos;
sobre o conteúdo, a implementação e a operacionaliza-
ção do plano previsto no caput serão repassadas ao
poder público municipal, na forma do regulamento. VIII - desenvolvimento de sistemas de gestão
ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resí-
Art. 40. No licenciamento ambiental de empre- duos.
endimentos ou atividades que operem com resíduos
perigosos, o órgão licenciador do Sisnama pode exigir a
contratação de seguro de responsabilidade civil por Art. 43. No fomento ou na concessão de incenti-
danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública, vos creditícios destinados a atender diretrizes desta Lei,
observadas as regras sobre cobertura e os limites má- as instituições oficiais de crédito podem estabelecer
ximos de contratação fixados em regulamento. critérios diferenciados de acesso dos beneficiários aos
créditos do Sistema Financeiro Nacional para investi-
mentos produtivos.
Parágrafo único. O disposto
no caput considerará o porte da empresa, conforme
regulamento. Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, no âmbito de suas competências, pode-
rão instituir normas com o objetivo de conceder incenti-
Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras vos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as
esferas governamentais, o Governo Federal deve estru- limitações da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de
turar e manter instrumentos e atividades voltados para 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:
promover a descontaminação de áreas órfãs.
I - indústrias e entidades dedicadas à reutiliza-
Parágrafo único. Se, após descontaminação de ção, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos
sítio órfão realizada com recursos do Governo Federal produzidos no território nacional;
ou de outro ente da Federação, forem identificados os
responsáveis pela contaminação, estes ressarcirão in-
tegralmente o valor empregado ao poder público. II - projetos relacionados à responsabilidade pelo
ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria
com cooperativas ou outras formas de associação de
CAPÍTULO V catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis forma-
das por pessoas físicas de baixa renda;
DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS
III - empresas dedicadas à limpeza urbana e a
Art. 42. O poder público poderá instituir medidas atividades a ela relacionadas.
indutoras e linhas de financiamento para atender, priori-
tariamente, às iniciativas de: Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos
termos da Lei no 11.107, de 2005, com o objetivo de
I - prevenção e redução da geração de resíduos viabilizar a descentralização e a prestação de serviços
sólidos no processo produtivo; públicos que envolvam resíduos sólidos, têm prioridade
na obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo
II - desenvolvimento de produtos com menores Federal.
impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em
seu ciclo de vida; Art. 46. O atendimento ao disposto neste Capítu-
lo será efetivado em consonância com a Lei Comple-
III - implantação de infraestrutura física e aquisi- mentar nº 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fis-
ção de equipamentos para cooperativas ou outras for- cal), bem como com as diretrizes e objetivos do respec-
mas de associação de catadores de materiais reutilizá- tivo plano plurianual, as metas e as prioridades fixadas
veis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa pelas leis de diretrizes orçamentárias e no limite das
renda; disponibilidades propiciadas pelas leis orçamentárias
anuais.
IV - desenvolvimento de projetos de gestão dos
resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou, nos ter- CAPÍTULO VI
mos do inciso I do caput do art. 11, regional;
DAS PROIBIÇÕES

121
Art. 47. São proibidas as seguintes formas de ta Lei, das cooperativas ou outras formas de associação
destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
rejeitos:
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, indepen-
I - lançamento em praias, no mar ou em quais- dentemente da existência de culpa, reparar os danos
quer corpos hídricos; causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou
jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta
II - lançamento in natura a céu aberto, excetua- Lei ou de seu regulamento sujeita os infratores às san-
dos os resíduos de mineração; ções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei
no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que ―dispõe sobre
as sanções penais e administrativas derivadas de con-
III - queima a céu aberto ou em recipientes, insta- dutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá ou-
lações e equipamentos não licenciados para essa finali- tras providências‖, e em seu regulamento.
dade;
Art. 52. A observância do disposto no caput do
IV - outras formas vedadas pelo poder público. art. 23 e no § 2o do art. 39 desta Lei é considerada obri-
gação de relevante interesse ambiental para efeitos
§ 1o Quando decretada emergência sanitária, a do art. 68 da Lei nº 9.605, de 1998, sem prejuízo da
queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada, aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal
desde que autorizada e acompanhada pelos órgãos e administrativa.
competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber,
do Suasa. Art. 53. O § 1o do art. 56 da Lei nº 9.605, de 12
de fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte
§ 2o Assegurada a devida impermeabilização, as redação:
bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais
ou de mineração, devidamente licenciadas pelo órgão ―Art. 56. .........................................................
competente do Sisnama, não são consideradas corpos
hídricos para efeitos do disposto no inciso I do caput.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição
final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades: I - abandona os produtos ou substâncias referidos
no caput ou os utiliza em desacordo com as normas
ambientais ou de segurança;
I - utilização dos rejeitos dispostos como alimen-
tação;
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta,
transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a
II - catação, observado o disposto no inciso V do resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em
art. 17; lei ou regulamento.

III - criação de animais domésticos; Art. 54. A disposição final ambientalmente ade-
quada dos rejeitos, observado o disposto no § 1 o do art.
IV - fixação de habitações temporárias ou perma- 9o, deverá ser implantada em até 4 (quatro) anos após a
nentes; data de publicação desta Lei.

V - outras atividades vedadas pelo poder públi- Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vi-
co. gor 2 (dois) anos após a data de publicação desta Lei.

Art. 49. É proibida a importação de resíduos só- Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos
lidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos de que tratam os incisos V e VI do caput do art. 33 será
cujas características causem dano ao meio ambiente, à implementada progressivamente segundo cronograma
saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que estabelecido em regulamento.
para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recupe-
ração.
Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua
TÍTULO IV
publicação.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Brasília, 2 de agosto de 2010; 189o da Inde-


pendência e 122o da República.
Art. 50. A inexistência do regulamento previsto
no § 3o do art. 21 não obsta a atuação, nos termos des-

122
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AM- I - meio ambiente, o conjunto de condi-
BIENTE ções, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite,
Art 2º - A Política Nacional do Meio abriga e rege a vida em todas as suas for-
Ambiente tem por objetivo a preservação, mas;
melhoria e recuperação da qualidade ambi-
ental propícia à vida, visando assegurar, no II - degradação da qualidade ambien-
País, condições ao desenvolvimento sócio- tal, a alteração adversa das características
econômico, aos interesses da segurança do meio ambiente;
nacional e à proteção da dignidade da vida
humana, atendidos os seguintes princípios: III - poluição, a degradação da qualida-
de ambiental resultante de atividades que
I - ação governamental na manutenção direta ou indiretamente:
do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a) prejudiquem a saúde, a segurança e
a ser necessariamente assegurado e prote- o bem-estar da população;
gido, tendo em vista o uso coletivo;
b) criem condições adversas às ativi-
II - racionalização do uso do solo, do dades sociais e econômicas;
subsolo, da água e do ar;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
Ill - planejamento e fiscalização do uso
dos recursos ambientais; d) afetem as condições estéticas ou
sanitárias do meio ambiente;
IV - proteção dos ecossistemas, com a
preservação de áreas representativas; e) lancem matérias ou energia em de-
sacordo com os padrões ambientais estabe-
V - controle e zoneamento das ativida- lecidos;
des potencial ou efetivamente poluidoras;
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídi-
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa ca, de direito público ou privado, responsá-
de tecnologias orientadas para o uso racio- vel, direta ou indiretamente, por atividade
nal e a proteção dos recursos ambientais; causadora de degradação ambiental;

VII - acompanhamento do estado da V - recursos ambientais: a atmosfera,


qualidade ambiental; as águas interiores, superficiais e subterrâ-
neas, os estuários, o mar territorial, o solo, o
VIII - recuperação de áreas degrada- subsolo, os elementos da biosfera, a fauna
das; (Regulamento) e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804,
de 1989)
IX - proteção de áreas ameaçadas de
degradação; DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIO-
NAL DO MEIO AMBIENTE
X - educação ambiental a todos os ní-
veis de ensino, inclusive a educação da Art 4º - A Política Nacional do Meio
comunidade, objetivando capacitá-la para Ambiente visará:
participação ativa na defesa do meio ambi-
ente. I - à compatibilização do desenvolvi-
mento econômico-social com a preservação
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, da qualidade do meio ambiente e do equilí-
entende-se por: brio ecológico;

123
II - à definição de áreas prioritárias de DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AM-
ação governamental relativa à qualidade e BIENTE
ao equilíbrio ecológico, atendendo aos inte-
resses da União, dos Estados, do Distrito Art 6º - Os órgãos e entidades da Uni-
Federal, dos Territórios e dos Municípios; ão, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como as
III - ao estabelecimento de critérios e fundações instituídas pelo Poder Público,
padrões de qualidade ambiental e de nor- responsáveis pela proteção e melhoria da
mas relativas ao uso e manejo de recursos qualidade ambiental, constituirão o Sistema
ambientais; Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,
assim estruturado:
IV - ao desenvolvimento de pesquisas
e de tecnologias nacionais orientadas para I - órgão superior: o Conselho de Go-
o uso racional de recursos ambientais; verno, com a função de assessorar o Presi-
dente da República na formulação da políti-
V - à difusão de tecnologias de manejo ca nacional e nas diretrizes governamentais
do meio ambiente, à divulgação de dados e para o meio ambiente e os recursos ambi-
informações ambientais e à formação de entais;
uma consciência pública sobre a necessi-
dade de preservação da qualidade ambien- II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho
tal e do equilíbrio ecológico; Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finali-
dade de assessorar, estudar e propor ao Conselho
de Governo, diretrizes de políticas governamentais
VI - à preservação e restauração dos para o meio ambiente e os recursos naturais e deli-
recursos ambientais com vistas à sua utili- berar, no âmbito de sua competência, sobre normas
zação racional e disponibilidade permanen- e padrões compatíveis com o meio ambiente ecolo-
te, concorrendo para a manutenção do equi- gicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade
de vida;
líbrio ecológico propício à vida;
III - órgão central: a Secretaria do Meio
VII - à imposição, ao poluidor e ao pre-
Ambiente da Presidência da República, com
dador, da obrigação de recuperar e/ou in-
a finalidade de planejar, coordenar, supervi-
denizar os danos causados e, ao usuário,
sionar e controlar, como órgão federal, a
da contribuição pela utilização de recursos
política nacional e as diretrizes governa-
ambientais com fins econômicos.
mentais fixadas para o meio ambien-
te;
Art 5º - As diretrizes da Política Nacio-
nal do Meio Ambiente serão formuladas em
IV - órgãos executores: o Instituto Bra-
normas e planos, destinados a orientar a
sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
ação dos Governos da União, dos Estados,
Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto
do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Chico Mendes de Conservação da Biodiver-
Municípios no que se relaciona com a pre-
sidade - Instituto Chico Mendes, com a fina-
servação da qualidade ambiental e manu-
lidade de executar e fazer executar a políti-
tenção do equilíbrio ecológico, observados
ca e as diretrizes governamentais fixadas
os princípios estabelecidos no art. 2º desta
para o meio ambiente, de acordo com as
Lei.
respectivas competências;
Parágrafo único - As atividades empre- V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades
sariais públicas ou privadas serão exercidas estaduais responsáveis pela execução de progra-
em consonância com as diretrizes da Políti- mas, projetos e pelo controle e fiscalização de ativi-
ca Nacional do Meio Ambiente. dades capazes de provocar a degradação ambien-
tal;

VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades


municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização

124
dessas atividades, nas suas respectivas jurisdi-
ções;
IV - homologar acordos visando à
§ 1º - Os Estados, na esfera de suas transformação de penalidades pecuniárias
competências e nas áreas de sua jurisdição, na obrigação de executar medidas de inte-
elaborarão normas supletivas e complemen- resse para a proteção ambien-
tares e padrões relacionados com o meio tal; (VETADO);
ambiente, observados os que forem estabe-
lecidos pelo CONAMA. V - determinar, mediante representa-
ção do IBAMA, a perda ou restrição de be-
§ 2º O s Municípios, observadas as nefícios fiscais concedidos pelo Poder Pú-
normas e os padrões federais e estaduais, blico, em caráter geral ou condicional, e a
também poderão elaborar as normas men- perda ou suspensão de participação em
cionadas no parágrafo anterior. linhas de financiamento em estabelecimen-
tos oficiais de crédito;
§ 3º Os órgãos central, setoriais, sec-
cionais e locais mencionados neste artigo VI - estabelecer, privativamente, nor-
deverão fornecer os resultados das análises mas e padrões nacionais de controle da
efetuadas e sua fundamentação, quando poluição por veículos automotores, aerona-
solicitados por pessoa legitimamente inte- ves e embarcações, mediante audiência
ressada. dos Ministérios competentes;
§ 4º De acordo com a legislação em VII - estabelecer normas, critérios e
vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar padrões relativos ao controle e à manuten-
uma Fundação de apoio técnico científico ção da qualidade do meio ambiente com
às atividades do IBAMA. vistas ao uso racional dos recursos ambien-
tais, principalmente os hídricos.

Parágrafo único. O Secretário do Meio


DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO Ambiente é, sem prejuízo de suas funções,
AMBIENTE o Presidente do Conama.
Art. 8º Compete ao CONAMA:

I - estabelecer, mediante proposta


DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NA-
do IBAMA, normas e critérios para o licenci-
CIONAL DO MEIO AMBIENTE
amento de atividades efetiva ou potencial-
mente poluídoras, a ser concedido pelos
Art 9º - São instrumentos da Política
Estados e supervisionado pelo IBA-
Nacional do Meio Ambiente:
MA;
I - o estabelecimento de padrões de
II - determinar, quando julgar necessá-
qualidade ambiental;
rio, a realização de estudos das alternativas
e das possíveis conseqüências ambientais
II - o zoneamento ambien-
de projetos públicos ou privados, requisi-
tal; (Regulamento)
tando aos órgãos federais, estaduais e mu-
nicipais, bem assim a entidades privadas,
III - a avaliação de impactos ambien-
as informações indispensáveis para apreci-
tais;
ação dos estudos de impacto ambiental, e
respectivos relatórios, no caso de obras ou
IV - o licenciamento e a revisão de ati-
atividades de significativa degradação am-
vidades efetiva ou potencialmente poluido-
biental, especialmente nas áreas conside-
ras;
radas patrimônio nacional.

125
V - os incentivos à produção e instala- preservar, conservar ou recuperar os recur-
ção de equipamentos e a criação ou absor- sos ambientais existentes, instituindo servi-
ção de tecnologia, voltados para a melhoria dão ambiental.
da qualidade ambiental;
§ 1o O instrumento ou termo de insti-
VI - a criação de espaços territoriais tuição da servidão ambiental deve incluir, no
especialmente protegidos pelo Poder Públi- mínimo, os seguintes itens:
co federal, estadual e municipal, tais como
áreas de proteção ambiental, de relevante I - memorial descritivo da área da ser-
interesse ecológico e reservas extrativis- vidão ambiental, contendo pelo menos um
tas; ponto de amarração georreferencia-
do;
VII - o sistema nacional de informa-
ções sobre o meio ambiente; II - objeto da servidão ambien-
tal;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambi- III - direitos e deveres do proprietário
ental; ou possuidor instituidor;

IX - as penalidades disciplinares ou IV - prazo durante o qual a área per-


compensatórias ao não cumprimento das manecerá como servidão ambien-
medidas necessárias à preservação ou cor- tal.
reção da degradação ambiental.
§ 2o A servidão ambiental não se apli-
X - a instituição do Relatório de Quali- ca às Áreas de Preservação Permanente e
dade do Meio Ambiente, a ser divulgado à Reserva Legal mínima exigi-
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio da.
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA; § 3o A restrição ao uso ou à explora-
ção da vegetação da área sob servidão am-
XI - a garantia da prestação de infor- biental deve ser, no mínimo, a mesma esta-
mações relativas ao Meio Ambiente, obri- belecida para a Reserva Legal. .
gando-se o Poder Público a produzí-las,
quando inexistentes; § 4o Devem ser objeto de averbação
na matrícula do imóvel no registro de imó-
XII - o Cadastro Técnico Federal de veis competente:
atividades potencialmente poluidoras e/ou
utilizadoras dos recursos ambien- I - o instrumento ou termo de instituição
tais. da servidão ambiental;

XIII - instrumentos econômicos, como II - o contrato de alienação, cessão ou


concessão florestal, servidão ambiental, transferência da servidão ambien-
seguro ambiental e outros. tal.

§ 5o Na hipótese de compensação de
Reserva Legal, a servidão ambiental deve
Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor ser averbada na matrícula de todos os imó-
de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, veis envolvidos.
por instrumento público ou particular ou por
termo administrativo firmado perante órgão § 6o É vedada, durante o prazo de vi-
integrante do Sisnama, limitar o uso de toda gência da servidão ambiental, a alteração
a sua propriedade ou de parte dela para da destinação da área, nos casos de trans-

126
missão do imóvel a qualquer título, de des- III - os direitos e deveres do proprietá-
membramento ou de retificação dos limites rio instituidor e dos futuros adquirentes ou
do imóvel. sucessores;

§ 7o As áreas que tenham sido institu- IV - os direitos e deveres do detentor


ídas na forma de servidão florestal, nos da servidão ambiental;
termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15
de setembro de 1965, passam a ser consi- V - os benefícios de ordem econômica
deradas, pelo efeito desta Lei, como de ser- do instituidor e do detentor da servidão am-
vidão ambiental. biental;

Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá VI - a previsão legal para garantir o seu
ser onerosa ou gratuita, temporária ou per- cumprimento, inclusive medidas judiciais
pétua. necessárias, em caso de ser descumpri-
do.
§ 1o O prazo mínimo da servidão am-
biental temporária é de 15 (quinze) § 2o São deveres do proprietário do
anos. imóvel serviente, entre outras obrigações
estipuladas no contrato:
§ 2o A servidão ambiental perpétua
equivale, para fins creditícios, tributários e I - manter a área sob servidão ambien-
de acesso aos recursos de fundos públicos, tal;
à Reserva Particular do Patrimônio Natural -
RPPN, definida no art. 21 da Lei no 9.985, II - prestar contas ao detentor da servi-
de 18 de julho de 2000. dão ambiental sobre as condições dos re-
cursos naturais ou artifici-
§ 3o O detentor da servidão ambiental ais;
poderá aliená-la, cedê-la ou transferi-la, to-
tal ou parcialmente, por prazo determinado III - permitir a inspeção e a fiscalização
ou em caráter definitivo, em favor de outro da área pelo detentor da servidão ambien-
proprietário ou de entidade pública ou pri- tal;
vada que tenha a conservação ambiental
como fim social. IV - defender a posse da área servien-
te, por todos os meios em direito admiti-
Art. 9o-C. O contrato de alienação, dos.
cessão ou transferência da servidão ambi-
ental deve ser averbado na matrícula do § 3o São deveres do detentor da ser-
imóvel. vidão ambiental, entre outras obrigações
estipuladas no contrato:
§ 1o O contrato referido no caput deve
conter, no mínimo, os seguintes I - documentar as características ambi-
itens: entais da propriedade;

I - a delimitação da área submetida a II - monitorar periodicamente a proprie-


preservação, conservação ou recuperação dade para verificar se a servidão ambiental
ambiental; está sendo mantida;

II - o objeto da servidão ambien- III - prestar informações necessárias a


tal; quaisquer interessados na aquisição ou aos
sucessores da proprieda-
de;

127
IV - manter relatórios e arquivos atuali- III - a outras iniciativas que propiciem a racio-
zados com as atividades da área objeto da nalização do uso de recursos ambientais.
servidão;
Parágrafo único - Os órgãos, entidades, e pro-
gramas do Poder Público, destinados ao incentivo
V - defender judicialmente a servidão das pesquisas científicas e tecnológicas, considera-
ambiental. rão, entre as suas metas prioritárias, o apoio aos
projetos que visem a adquirir e desenvolver conhe-
cimentos básicos e aplicáveis na área ambiental e
ecológica.
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades defini-
funcionamento de estabelecimentos e atividades
das pela legislação federal, estadual e municipal, o
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou po-
não cumprimento das medidas necessárias à preser-
tencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
vação ou correção dos inconvenientes e danos cau-
forma, de causar degradação ambiental dependerão
sados pela degradação da qualidade ambiental sujei-
de prévio licenciamento ambiental.
tará os transgressores:

§ 1o Os pedidos de licenciamento, sua reno- I - à multa simples ou diária, nos valores cor-
vação e a respectiva concessão serão publicados no respondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a
jornal oficial, bem como em periódico regional ou 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro
local de grande circulação, ou em meio eletrônico de Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidên-
comunicação mantido pelo órgão ambiental compe- cia específica, conforme dispuser o regulamento,
tente. vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido
aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou
Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONA- pelos Municípios.
MA normas e padrões para implantação, acompa-
nhamento e fiscalização do licenciamento previsto no II - à perda ou restrição de incentivos e benefí-
artigo anterior, além das que forem oriundas do pró- cios fiscais concedidos pelo Poder Público;
prio CONAMA. (Redação dada pela
Lei nº 7.804, de 1989)
III - à perda ou suspensão de participação em
linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais
§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização de crédito;
e controle a análise de projetos de entidades, públi-
cas ou privadas, objetivando a preservação ou a
IV - à suspensão de sua atividade.
recuperação de recursos ambientais, afetados por
processos de exploração predatórios ou poluidores.
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades
previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, inde-
Art 12 - As entidades e órgãos de financiamen-
pendentemente da existência de culpa, a indenizar
to e incentivos governamentais condicionarão a
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
aprovação de projetos habilitados a esses benefícios
terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério
ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumpri-
Público da União e dos Estados terá legitimidade
mento das normas, dos critérios e dos padrões ex-
para propor ação de responsabilidade civil e criminal,
pedidos pelo CONAMA.
por danos causados ao meio ambiente.
Parágrafo único - As entidades e órgãos referi-
§ 2º - No caso de omissão da autoridade esta-
dos no " caput " deste artigo deverão fazer constar
dual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio
dos projetos a realização de obras e aquisição de
Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias
equipamentos destinados ao controle de degradação
previstas neste artigo.
ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambi-
ente.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos II e III
deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou
Art 13 - O Poder Executivo incentivará as ativi-
suspensão será atribuição da autoridade administra-
dades voltadas ao meio ambiente, visando:
tiva ou financeira que concedeu os benefícios, incen-
tivos ou financiamento, cumprindo resolução do CO-
I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas NAMA.
e processos tecnológicos destinados a reduzir a
degradação da qualidade ambiental;

II - à fabricação de equipamentos antipoluido-


res;

128
§ 5o A execução das garantias exigidas do po- Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
luidor não impede a aplicação das obrigações de IBAMA, a serem aplicados em âmbito nacional, con-
indenização e reparação de danos previstas no § forme Anexo a esta Lei.(Incluído pela Lei nº 9.960,
1o deste artigo. de 2000) (Vide Medida Provisória nº 687, de 2015)

Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a inco- Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e
lumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tor- Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o
nando mais grave situação de perigo existente, fica exercício regular do poder de polícia conferido ao
sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) Naturais Renováveis – IBAMA para controle e fiscali-
MVR. zação das atividades potencialmente poluidoras e
utilizadoras de recursos natu-
§ 1º A pena e aumentada até o dobro rais. (Redação dada pela Lei nº 10.165,
se: de 2000) (Vide Medida Provisória nº
687, de 2015)
I - resultar:
§ 1o Revogado. (Redação dada
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao pela Lei nº 10.165, de 2000)
meio ambiente;
§ 2o Revogado. (Redação dada
b) lesão corporal grave; pela Lei nº 10.165, de 2000)

II - a poluição é decorrente de atividade Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo


industrial ou de transporte; aquele que exerça as atividades constantes do Ane-
xo VIII desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 10.165, de 2000)
III - o crime é praticado durante a noite,
em domingo ou em feriado.
§ 1o O sujeito passivo da TCFA é obrigado a
entregar até o dia 31 de março de cada ano relatório
§ 2º Incorre no mesmo crime a autoridade
das atividades exercidas no ano anterior, cujo mode-
competente que deixar de promover as medidas
lo será definido pelo IBAMA, para o fim de colaborar
tendentes a impedir a prática das condutas acima
com os procedimentos de controle e fiscaliza-
descritas.
ção. (Redação dada pela Lei nº
10.165, de 2000)
Art. 17. Fica instituído, sob a administração do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
§ 2o O descumprimento da providência deter-
Naturais Renováveis - IBAMA:
minada no § 1o sujeita o infrator a multa equivalente
a vinte por cento da TCFA devida, sem prejuízo da
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e exigência desta. (Redação dada
Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro pela Lei nº 10.165, de 2000)
obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se
dedicam a consultoria técnica sobre problemas eco-
§ 3o Revogado. (Redação dada
lógicos e ambientais e à indústria e comércio de
pela Lei nº 10.165, de 2000)
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados
ao controle de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras; (Incluído pela Lei nº 7.804, Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimen-
de 1989) to e os seus valores são os fixados no Anexo IX des-
ta Lei. (Redação dada pela Lei nº
10.165, de 2000)
II - Cadastro Técnico Federal de Atividades Po-
tencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais, para registro obrigatório de pessoas § 1o Para os fins desta Lei, consideram-
físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades po- se: (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000)
tencialmente poluidoras e/ou à extração, produção,
transporte e comercialização de produtos potencial- I – microempresa e empresa de pequeno por-
mente perigosos ao meio ambiente, assim como de te, as pessoas jurídicas que se enquadrem, respecti-
produtos e subprodutos da fauna e flo- vamente, nas descrições dos incisos I e II
ra. (Incluído pela Lei nº 7.804, de do caput do art. 2o da Lei no 9.841, de 5 de outubro
1989) de 1999; (Incluído pela Lei nº 10.165,
de 2000)
Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos
serviços e produtos do Instituto Brasileiro do Meio

129
II – empresa de médio porte, a pessoa jurídica mos: (Redação dada pela Lei nº
que tiver receita bruta anual superior a R$ 10.165, de 2000)
1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) e
igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões I – juros de mora, na via administrativa ou judi-
de reais); (Incluído pela Lei nº 10.165, cial, contados do mês seguinte ao do vencimento, à
de 2000) razão de um por cen-
to; (Redação dada pela Lei nº
III – empresa de grande porte, a pessoa jurídi- 10.165, de 2000)
ca que tiver receita bruta anual superior a R$
12.000.000,00 (doze milhões de re-
ais). (Incluído pela Lei nº 10.165, de II – multa de mora de vinte por cento, reduzida
2000) a dez por cento se o pagamento for efetuado até o
último dia útil do mês subseqüente ao do vencimen-
to; (Redação dada pela Lei nº
§ 2o O potencial de poluição (PP) e o grau de 10.165, de 2000)
utilização (GU) de recursos naturais de cada uma
das atividades sujeitas à fiscalização encontram-se
definidos no Anexo VIII desta III – encargo de vinte por cento, substitutivo da
Lei. (Incluído pela Lei nº 10.165, de condenação do devedor em honorários de advoga-
2000) do, calculado sobre o total do débito inscrito como
Dívida Ativa, reduzido para dez por cento se o pa-
gamento for efetuado antes do ajuizamento da exe-
§ 3o Caso o estabelecimento exerça mais de cução. (Incluído pela Lei nº 10.165, de
uma atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa 2000)
relativamente a apenas uma delas, pelo valor mais
elevado. (Incluído pela Lei nº 10.165,
de 2000) § 1o-A. Os juros de mora não incidem sobre o
valor da multa de mora. (Incluído
pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-E. É o IBAMA autorizado a cancelar
débitos de valores inferiores a R$ 40,00 (quarenta
reais), existentes até 31 de dezembro de § 1o Os débitos relativos à TCFA poderão ser
1999. (Incluído pela Lei nº 9.960, de parcelados de acordo com os critérios fixados na
2000) legislação tributária, conforme dispuser o regulamen-
to desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-F. São isentas do pagamento da TCFA
as entidades públicas federais, distritais, estaduais e
municipais, as entidades filantrópicas, aqueles que Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que
praticam agricultura de subsistência e as populações exerçam as atividades mencionadas nos incisos I e II
tradicionais. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de do art. 17 e que não estiverem inscritas nos respecti-
2000) vos cadastros até o último dia útil do terceiro mês
que se seguir ao da publicação desta Lei incorrerão
em infração punível com multa
Art. 17-G. A TCFA será devida no último dia de: (Redação dada pela Lei nº
útil de cada trimestre do ano civil, nos valores fixados 10.165, de 2000)
no Anexo IX desta Lei, e o recolhimento será efetua-
do em conta bancária vinculada ao IBAMA, por in-
termédio de documento próprio de arrecadação, até I – R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa físi-
o quinto dia útil do mês subseqüen- ca; (Incluído pela Lei nº 10.165, de
te. (Redação dada pela Lei nº 10.165, 2000)
de 2000)
II – R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se mi-
Parágrafo único. Revoga- croempresa; (Incluído pela Lei nº
10.165, de 2000)
do. (Redação dada pela Lei nº
10.165, de 2000)
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa
o de pequeno porte; (Incluído pela
§ 2 Os recursos arrecadados com a TCFA te- Lei nº 10.165, de 2000)
rão utilização restrita em atividades de controle e
fiscalização ambiental. (Incluído pela
Lei nº 11.284, de 2006) IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se
empresa de médio porte; (Incluído
pela Lei nº 10.165, de 2000)
Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e
nas condições estabelecidas no artigo anterior será
cobrada com os seguintes acrésci-

130
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa MA. (Redação dada pela Lei nº
de grande porte. (Incluído pela Lei 10.165, de 2000)
nº 10.165, de 2000)
§ 3o Para efeito de pagamento parcelado, ne-
Parágrafo único. Revogado.(Redação dada pe- nhuma parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cin-
la Lei nº 10.165, de 2000) qüenta reais). (Redação dada pela
Lei nº 10.165, de 2000)

§ 4o O inadimplemento de qualquer parcela


Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro, ensejará a cobrança de juros e multa nos termos dos
autorizações, concessões e permissões relacionadas incisos I e II do caput e §§ 1o-A e 1o, todos do art. 17-
à fauna, à flora, e ao controle ambiental são de com- H desta Lei. (Redação dada pela Lei
petência exclusiva dos órgãos integrantes do Siste- nº 10.165, de 2000)
ma Nacional do Meio Ambien-
te. (Incluído pela Lei nº 9.960, de § 5o Após a vistoria, realizada por amostragem,
2000) caso os dados constantes do ADA não coincidam
com os efetivamente levantados pelos técnicos do
Art. 17-M. Os preços dos serviços administrati- IBAMA, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, conten-
vos prestados pelo IBAMA, inclusive os referentes à do os dados reais, o qual será encaminhado à Se-
venda de impressos e publicações, assim como os cretaria da Receita Federal, para as providências
de entrada, permanência e utilização de áreas ou cabíveis. (Redação dada pela Lei
instalações nas unidades de conservação, serão nº 10.165, de 2000)
definidos em portaria do Ministro de Estado do Meio
Ambiente, mediante proposta do Presidente daquele Art. 17-P. Constitui crédito para compensação
Instituto. (Incluído pela Lei nº 9.960, com o valor devido a título de TCFA, até o limite de
de 2000) sessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o
montante efetivamente pago pelo estabelecimento
Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do ao Estado, ao Município e ao Distrito Federal em
Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA, assim razão de taxa de fiscalização ambien-
como os para venda de produtos da flora, serão, tal. (Incluído pela Lei nº 10.165, de
também, definidos em portaria do Ministro de Estado 2000)
do Meio Ambiente, mediante proposta do Presidente
daquele Instituto. (Incluído pela Lei nº § 1o Valores recolhidos ao Estado, ao Municí-
9.960, de 2000) pio e ao Distrital Federal a qualquer outro título, tais
como taxas ou preços públicos de licenciamento e
Art. 17-O. Os proprietários rurais que se bene- venda de produtos, não constituem crédito para
ficiarem com redução do valor do Imposto sobre a compensação com a TCFA. (Incluído
Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato pela Lei nº 10.165, de 2000)
Declaratório Ambiental - ADA, deverão recolher
ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do § 2o A restituição, administrativa ou judicial,
Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, qualquer que seja a causa que a determine, da taxa
a título de Taxa de Vistoria. (Redação de fiscalização ambiental estadual ou distrital com-
dada pela Lei nº 10.165, de 2000) pensada com a TCFA restaura o direito de crédito do
IBAMA contra o estabelecimento, relativamente ao
§ 1o-A. A Taxa de Vistoria a que se refere valor compensado. (Incluído pela
o caput deste artigo não poderá exceder a dez por Lei nº 10.165, de 2000)
cento do valor da redução do imposto proporcionada
pelo ADA. (Incluído pela Lei nº Art. 17-Q. É o IBAMA autorizado a celebrar
10.165, de 2000) convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal para desempenharem atividades de fiscali-
§ 1o A utilização do ADA para efeito de redu- zação ambiental, podendo repassar-lhes parcela da
ção do valor a pagar do ITR é obrigató- receita obtida com a TCFA. (Incluído pela Lei nº
ria. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)
10.165, de 2000)
Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis nºs
o 5.357, de 17 de novembro de 1967, e 7.661, de 16
§ 2 O pagamento de que trata o caput deste
artigo poderá ser efetivado em cota única ou em de maio de 1988, a receita proveniente da aplicação
parcelas, nos mesmos moldes escolhidos pelo con- desta Lei será recolhida de acordo com o disposto
tribuinte para o pagamento do ITR, em documento no art. 4º da Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de
próprio de arrecadação do IBA- 1989. (Incluído pela Lei nº 7.804,
de 1989))

131
Art 20 - Esta Lei entrará em vigor na data de
sua publicação.

Art 21 - Revogam-se as disposições em con-


trário.

Brasília, em 31 de agosto de 1981; 160º da In-


dependência e 93º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Mário David Andreazza

132
Relações humanas com educação, e se não poder ajudar o próximo,
não o atrapalhar.

O problema é que essas regras morais não


são exatas e podem ser burladas com certa facili-
As relações humanas entre indivíduos têm
dade, e quando um indivíduo se sen-
vida própria e peculiar, que ultrapassa as caracte-
rísticas de seus componentes e se manifesta não te injustamente denegrido por outro, há um início
só na relação de um grupo com outro, mas tam- de problema de relacionamento entre as partes.
bém, e principalmente, nas relações que os mem-
bros de um grupo mantêm entre si. O problema maior é que
na sociedade ocorre casos de pessoas que inven-
Do ponto de vista teórico, as relações hu- tam estarem sendo injustiçadas, com o motivo
manas resultam da mútua interação interindividu- primário de fazer a sociedade culpar uma pessoa-
al. Esta interação gera uma dinâmica que é uma alvo, assim como há pessoas que realmente estão
área das ciências sociais, em particular sendo injustiçadas, mas ao reclamarem, não re-
cebe atenção maior das autoridades e dos com-
da sociologia e da psicologia, chamada
panheiros.
de dinâmica de grupos. Esta procura apli-
car métodos científicos ao estudo dos fenômenos Autoridade
grupais.
A autoridade é o ser que tem mai-
Do ponto de vista aplicado ou técnico, as re-
or poder em um ambiente (lugar) na sociedade, e
lações humanas são medidas e direcionadas pela
por consequência, ganha função de coordenar o
dinâmica de grupos, que é o método de trabalho
relacionamento entre pessoas (trabalhadores,
baseado na teoria do relacionamento interpessoal
crianças, estudantes, pedestres), uma vez que os
e intermodal.
subordinados o prestam obediência.

Há ocasiões em que pessoas tentam entrar


em harmonia de interesses com a autoridade, com
Relacionamento interpessoal. a finalidade de iniciar uma parceria e tirar proveito
do grau de poder do parceiro.
O relacionamento entre pessoas é a forma
como eles se tratam e se comunicam. Quando Para ser uma autoridade, o indivíduo não
os indivíduos se comunicam bem, e o gostam de precisa necessariamente ter o consentimento dos
outros (apesar de que este é um fator que ajuda),
fazer, diz-se que há um bom relacionamento entre
as partes. Quando os indivíduos se tratam mal, e ele precisa apenas de ter o direito de, pelas regras
sociais, assumir determinado poder.
pelo menos um deles não gosta de entrar em con-
tacto com os restantes, diz-se que há um mau
relacionamento. Assim, um indivíduo pode usar
a violência para ser reconhecido como autorida-
Parceria de, e determinar o que é certo e o que é errado
pela ação do medo, assim como as novas rela-
Parceria é o trabalho em conjunto que as ções sociais.
pessoas fazem para alcançar um objetivo comum.
Liderança
Para existir parceria entre os indivíduos,
quase sempre eles devem possuir harmonia de Liderança é a autoridade não imposta, mas,
interesses, ou seja, alguém sempre vai ter que conquistada. O grupo consente em dar autoridade
para um indivíduo, mesmo que informalmente.O
ceder (perder) em alguma vantagem para manter
a cooperação funcionando. bom líder é aquele que consegue influenciar sem
imposição, mas, pelo seu serviço e ideais. Quando
um indivíduo não é uma autoridade formal, mas
De acordo com as moralidades, todas as informalmente exerce o poder , costuma-se dizer
pessoas que estiverem se encontrando proposi- que ele ainda assim assume a liderança.
talmente ou acidentalmente devem, no mínimo, se
respeitarem, ou seja, tratar uma à outra

133
Algumas formas de se chegar à liderança
são através do carisma, da harmonia de interes-
ses, do companheirismo, do consentimento.

Alguns obstáculos preconceituosos que aju-


dam ou atrapalham um indivíduo a obter carisma e
liderança são a beleza, o nível acadêmico,
a riqueza e a classe social.

Problemas de relacionamento

O problema de relacionamento começa


quando um indivíduo se sente desmoralizado por
outro, e procura evitá-lo. Pesquisas recentes de-
monstram que a falta de sexo é o factor número
um dessa causa.

Quando dois indivíduos se antagonizam, por


muitas vezes a sociedade não sabe quem é o res-
ponsável pela inimizade, uma vez que não acom-
panha por completo a vida dos dois, e talvez não
viu o incidente.

Por isso, a maioria dos infratores costumam


ficar a sós com a vítima e pessoas de interesses
comuns, evitando cometer um incidente na frente
da autoridade, e principalmente na frente de um
líder ou amigo da vítima.

Quando o infrator agride a vítima repetitiva-


mente com discriminação, com apoio de outros, e
sem a sociedade dar atenção ou assistência para
a vítima, o caso passa a ser chamado de bullying.
O bullying ocorre principalmente em lugares que a
vítima é obrigada a conviver com o autor (em ca-
sa, no trabalho ou na escola) e a autoridade não
dá assistência para as reclamações da vítima.

134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE j) aos direitos e garantias legais assegurados
1965. ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº
6.657,de 05/06/79)
Regula o Direito de Re-
presentação e o processo Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
de Responsabilidade Ad-
ministrativa Civil e Penal, a) ordenar ou executar medida privativa da li-
nos casos de abuso de berdade individual, sem as formalidades legais ou
autoridade. com abuso de poder;

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber b) submeter pessoa sob sua guarda ou custó-
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a dia a vexame ou a constrangimento não autorizado
seguinte Lei: em lei;

Art. 1º O direito de representação e o processo c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz


de responsabilidade administrativa civil e penal, con- competente a prisão ou detenção de qualquer pes-
tra as autoridades que, no exercício de suas fun- soa;
ções, cometerem abusos, são regulados pela pre-
sente lei. d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de
prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
Art. 2º O direito de representação será exerci-
do por meio de petição: e) levar à prisão e nela deter quem quer que se
proponha a prestar fiança, permitida em lei;
a) dirigida à autoridade superior que tiver com-
petência legal para aplicar, à autoridade civil ou mili- f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade
tar culpada, a respectiva sanção; policial carceragem, custas, emolumentos ou qual-
quer outra despesa, desde que a cobrança não te-
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que nha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto
tiver competência para iniciar processo-crime contra ao seu valor;
a autoridade culpada.
g) recusar o carcereiro ou agente de autorida-
Parágrafo único. A representação será feita em de policial recibo de importância recebida a título de
duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer
do abuso de autoridade, com todas as suas circuns- outra despesa;
tâncias, a qualificação do acusado e o rol de teste-
munhas, no máximo de três, se as houver. h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de
pessoa natural ou jurídica, quando praticado com
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
atentado:
i) prolongar a execução de prisão temporária,
a) à liberdade de locomoção; de pena ou de medida de segurança, deixando de
expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
b) à inviolabilidade do domicílio; mente ordem de liberdade. (Incluído pela Me-
dida Provisória nº 111, de 1989)
c) ao sigilo da correspondência;
i) prolongar a execução de prisão temporária,
de pena ou de medida de segurança, deixando de
d) à liberdade de consciência e de crença; expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade. (Incluído pela
e) ao livre exercício do culto religioso; Lei nº 7.960, de 21/12/89)

f) à liberdade de associação; Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos


desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
g) aos direitos e garantias legais assegurados pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transi-
ao exercício do voto; toriamente e sem remuneração.

h) ao direito de reunião; Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu


autor à sanção administrativa civil e penal.
i) à incolumidade física do indivíduo;

170
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários
acordo com a gravidade do abuso cometido e con- Públicos Civis da União).
sistirá em:
§ 3º O processo administrativo não poderá ser
a) advertência; sobrestado para o fim de aguardar a decisão da
ação penal ou civil.
b) repreensão;
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha
c) suspensão do cargo, função ou posto por funcional da autoridade civil ou militar.
prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de
vencimentos e vantagens; Art. 9º Simultaneamente com a representação
dirigida à autoridade administrativa ou independen-
d) destituição de função; temente dela, poderá ser promovida pela vítima do
abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas,
da autoridade culpada.
e) demissão;

Art. 10. Vetado


f) demissão, a bem do serviço público.

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas


§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar
do Código de Processo Civil.
o valor do dano, consistirá no pagamento de uma
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
Art. 12. A ação penal será iniciada, indepen-
dentemente de inquérito policial ou justificação por
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo
denúncia do Ministério Público, instruída com a re-
com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e
presentação da vítima do abuso.
consistirá em:

Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a


a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
representação da vítima, aquele, no prazo de qua-
renta e oito horas, denunciará o réu, desde que o
b) detenção por dez dias a seis meses; fato narrado constitua abuso de autoridade, e reque-
rerá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designa-
c) perda do cargo e a inabilitação para o exer- ção de audiência de instrução e julgamento.
cício de qualquer outra função pública por prazo até
três anos. § 1º A denúncia do Ministério Público será
apresentada em duas vias.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior
poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamen- Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso
te. de autoridade houver deixado vestígios o ofendido
ou o acusado poderá:
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente
de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer a) promover a comprovação da existência de
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou tais vestígios, por meio de duas testemunhas qualifi-
acessória, de não poder o acusado exercer funções cadas;
de natureza policial ou militar no município da culpa,
por prazo de um a cinco anos.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas
antes da audiência de instrução e julgamento, a de-
Art. 7º recebida a representação em que for so- signação de um perito para fazer as verificações
licitada a aplicação de sanção administrativa, a auto- necessárias.
ridade civil ou militar competente determinará a ins-
tauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu re-
latório e prestarão seus depoimentos verbalmente,
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiên-
normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais cia de instrução e julgamento.
ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o
respectivo processo.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a
representação poderá conter a indicação de mais
§ 2º não existindo no município no Estado ou duas testemunhas.
na legislação militar normas reguladoras do inquérito
administrativo serão aplicadas supletivamente, as
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de
invés de apresentar a denúncia requerer o arquiva-

171
mento da representação, o Juiz, no caso de conside- (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente,
rar improcedentes as razões invocadas, fará remes- no local que o Juiz designar.
sa da representação ao Procurador-Geral e este
oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualifi-
Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no ar- cação e o interrogatório do réu, se estiver presente.
quivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente
oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores
admitida ação privada. O órgão do Ministério Público termos do processo.
poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva e intervir em todos os termos Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o
do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao
caso de negligência do querelante, retomar a ação Ministério Público ou ao advogado que houver subs-
como parte principal. crito a queixa e ao advogado ou defensor do réu,
pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorro-
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do gável por mais dez (10), a critério do Juiz.
prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho,
recebendo ou rejeitando a denúncia.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
imediatamente a sentença.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia,
o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audi- Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão la-
ência de instrução e julgamento, que deverá ser vrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que
realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias. conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações
da acusação e da defesa, os requerimentos e, por
§ 2º A citação do réu para se ver processar, extenso, os despachos e a sentença.
até julgamento final e para comparecer à audiência
de instrução e julgamento, será feita por mandado Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o repre-
sucinto que, será acompanhado da segunda via da sentante do Ministério Público ou o advogado que
representação e da denúncia. houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor
do réu e o escrivão.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa
poderão ser apresentada em juízo, independente- Art. 27. Nas comarcas onde os meios de
mente de intimação. transporte forem difíceis e não permitirem a obser-
vância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
de precatória para a audiência ou a intimação de
testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14,
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis
letra "b", requerimentos para a realização de diligên- as normas do Código de Processo Penal, sempre
cias, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em que compatíveis com o sistema de instrução e jul-
despacho motivado, considere indispensáveis tais gamento regulado por esta lei.
providências.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o sentenças, caberão os recursos e apelações previs-
porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare tas no Código de Processo Penal.
aberta a audiência, apregoando em seguida o réu,
as testemunhas, o perito, o representante do Ministé-
rio Público ou o advogado que tenha subscrito a Art. 29. Revogam-se as disposições em contrá-
queixa e o advogado ou defensor do réu. rio.

Parágrafo único. A audiência somente deixará Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da In-
de realizar-se se ausente o Juiz. dependência e 77º da República.

Art. 20. Se até meia hora depois da hora mar- H. CASTELLO BRANCO
cada o Juiz não houver comparecido, os presentes Juracy Magalhães
poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do
livro de termos de audiência. Este texto não substitui o publicado no DOU de
13.12.1965
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento
será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz,
e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito

172
LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014. I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios
públicos do Município;
Dispõe sobre o Estatuto II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância,
Geral das Guardas Muni- bem como coibir, infrações penais ou administrativas
cipais. e atos infracionais que atentem contra os bens, ser-
viços e instalações municipais;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- III - atuar, preventiva e permanentemente, no
guinte Lei: território do Município, para a proteção sistêmica da
população que utiliza os bens, serviços e instalações
municipais;
CAPÍTULO I
IV - colaborar, de forma integrada com os ór-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES gãos de segurança pública, em ações conjuntas que
contribuam com a paz social;
Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para as
guardas municipais, disciplinando o § 8o do art. 144 V - colaborar com a pacificação de conflitos
da Constituição Federal. que seus integrantes presenciarem, atentando para
o respeito aos direitos fundamentais das pessoas;
Art. 2o Incumbe às guardas municipais, insti-
tuições de caráter civil, uniformizadas e armadas VI - exercer as competências de trânsito que
conforme previsto em lei, a função de proteção mu- lhes forem conferidas, nas vias e logradouros muni-
nicipal preventiva, ressalvadas as competências da cipais, nos termos da Lei no 9.503, de 23 de setem-
União, dos Estados e do Distrito Federal. bro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de
forma concorrente, mediante convênio celebrado
CAPÍTULO II com órgão de trânsito estadual ou municipal;
DOS PRINCÍPIOS VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico,
o cultural, arquitetônico e ambiental do Município, in-
Art. 3 São princípios mínimos de atuação das clusive adotando medidas educativas e preventivas;
guardas municipais:
VIII - cooperar com os demais órgãos de defe-
I - proteção dos direitos humanos fundamen- sa civil em suas atividades;
tais, do exercício da cidadania e das liberdades pú-
blicas; IX - interagir com a sociedade civil para dis-
cussão de soluções de problemas e projetos locais
II - preservação da vida, redução do sofrimen- voltados à melhoria das condições de segurança das
to e diminuição das perdas; comunidades;
III - patrulhamento preventivo; X - estabelecer parcerias com os órgãos esta-
duais e da União, ou de Municípios vizinhos, por
IV - compromisso com a evolução social da meio da celebração de convênios ou consórcios,
comunidade; e
com vistas ao desenvolvimento de ações preventivas
integradas;
V - uso progressivo da força.
XI - articular-se com os órgãos municipais de
CAPÍTULO III
políticas sociais, visando à adoção de ações inter-
disciplinares de segurança no Município;
DAS COMPETÉNCIAS
XII - integrar-se com os demais órgãos de po-
Art. 4o É competência geral das guardas mu-
der de polícia administrativa, visando a contribuir
nicipais a proteção de bens, serviços, logradouros
para a normatização e a fiscalização das posturas e
públicos municipais e instalações do Município.
ordenamento urbano municipal;
Parágrafo único. Os bens mencionados
XIII - garantir o atendimento de ocorrências
no caput abrangem os de uso comum, os de uso
emergenciais, ou prestá-lo direta e imediatamente
especial e os dominiais.
quando deparar-se com elas;
o
Art. 5 São competências específicas das
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, dian-
guardas municipais, respeitadas as competências
te de flagrante delito, o autor da infração, preservan-
dos órgãos federais e estaduais:
do o local do crime, quando possível e sempre que
necessário;

173
XV - contribuir no estudo de impacto na segu- te, o qual deverá ser ajustado à variação populacio-
rança local, conforme plano diretor municipal, por nal, nos termos de lei municipal.
ocasião da construção de empreendimentos de
grande porte; Art. 8o Municípios limítrofes podem, mediante
consórcio público, utilizar, reciprocamente, os servi-
XVI - desenvolver ações de prevenção primá- ços da guarda municipal de maneira compartilhada.
ria à violência, isoladamente ou em conjunto com os
demais órgãos da própria municipalidade, de outros Art. 9o A guarda municipal é formada por ser-
Municípios ou das esferas estadual e federal; vidores públicos integrantes de carreira única e plano
de cargos e salários, conforme disposto em lei muni-
XVII - auxiliar na segurança de grandes even- cipal.
tos e na proteção de autoridades e dignatários; e
CAPÍTULO V
XVIII - atuar mediante ações preventivas na
segurança escolar, zelando pelo entorno e partici- DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA
pando de ações educativas com o corpo discente e
docente das unidades de ensino municipal, de forma Art. 10. São requisitos básicos para investidu-
a colaborar com a implantação da cultura de paz na ra em cargo público na guarda municipal:
comunidade local.
I - nacionalidade brasileira;
Parágrafo único. No exercício de suas compe-
tências, a guarda municipal poderá colaborar ou II - gozo dos direitos políticos;
atuar conjuntamente com órgãos de segurança pú-
blica da União, dos Estados e do Distrito Federal ou III - quitação com as obrigações militares e
de congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóte- eleitorais;
ses previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo,
diante do comparecimento de órgão descrito IV - nível médio completo de escolaridade;
nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Fe-
deral, deverá a guarda municipal prestar todo o V - idade mínima de 18 (dezoito) anos;
apoio à continuidade do atendimento.
VI - aptidão física, mental e psicológica; e
CAPÍTULO IV
VII - idoneidade moral comprovada por inves-
DA CRIAÇÃO tigação social e certidões expedidas perante o Poder
Judiciário estadual, federal e distrital.
Art. 6o O Município pode criar, por lei, sua
guarda municipal. Parágrafo único. Outros requisitos poderão
ser estabelecidos em lei municipal.
Parágrafo único. A guarda municipal é subor-
dinada ao chefe do Poder Executivo municipal. CAPÍTULO VI

Art. 7o As guardas municipais não poderão ter DA CAPACITAÇÃO


efetivo superior a:
Art. 11. O exercício das atribuições dos car-
I - 0,4% (quatro décimos por cento) da popula- gos da guarda municipal requer capacitação especí-
ção, em Municípios com até 50.000 (cinquenta mil) fica, com matriz curricular compatível com suas ativi-
habitantes; dades.

II - 0,3% (três décimos por cento) da popula- Parágrafo único. Para fins do disposto
ção, em Municípios com mais de 50.000 (cinquenta no caput, poderá ser adaptada a matriz curricular
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nacional para formação em segurança pública, ela-
desde que o efetivo não seja inferior ao disposto no borada pela Secretaria Nacional de Segurança Pú-
inciso I; blica (Senasp) do Ministério da Justiça.

III - 0,2% (dois décimos por cento) da popula- Art. 12. É facultada ao Município a criação de
ção, em Municípios com mais de 500.000 (quinhen- órgão de formação, treinamento e aperfeiçoamento
tos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja dos integrantes da guarda municipal, tendo como
inferior ao disposto no inciso II. princípios norteadores os mencionados no art. 3 o.

Parágrafo único. Se houver redução da popu- § 1o Os Municípios poderão firmar convênios


lação referida em censo ou estimativa oficial da Fun- ou consorciar-se, visando ao atendimento do dispos-
dação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística to no caput deste artigo.
(IBGE), é garantida a preservação do efetivo existen-

174
§ 2o O Estado poderá, mediante convênio Art. 15. Os cargos em comissão das guardas
com os Municípios interessados, manter órgão de municipais deverão ser providos por membros efeti-
formação e aperfeiçoamento centralizado, em cujo vos do quadro de carreira do órgão ou entidade.
conselho gestor seja assegurada a participação dos
Municípios conveniados. § 1o Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcio-
namento, a guarda municipal poderá ser dirigida por
§ 3o O órgão referido no § 2o não pode ser o profissional estranho a seus quadros, preferencial-
mesmo destinado a formação, treinamento ou aper- mente com experiência ou formação na área de se-
feiçoamento de forças militares. gurança ou defesa social, atendido o disposto
no caput.
CAPÍTULO VII
§ 2o Para ocupação dos cargos em todos os
DO CONTROLE níveis da carreira da guarda municipal, deverá ser
observado o percentual mínimo para o sexo femini-
Art. 13. O funcionamento das guardas muni- no, definido em lei municipal.
cipais será acompanhado por órgãos próprios, per-
manentes, autônomos e com atribuições de fiscaliza- § 3o Deverá ser garantida a progressão funci-
ção, investigação e auditoria, mediante: onal da carreira em todos os níveis.

I - controle interno, exercido por corregedoria, Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado
naquelas com efetivo superior a 50 (cinquenta) ser- o porte de arma de fogo, conforme previsto em lei.
vidores da guarda e em todas as que utilizam arma
de fogo, para apurar as infrações disciplinares atribu- Parágrafo único. Suspende-se o direito ao
ídas aos integrantes de seu quadro; e porte de arma de fogo em razão de restrição médica,
decisão judicial ou justificativa da adoção da medida
II - controle externo, exercido por ouvidoria, in- pelo respectivo dirigente.
dependente em relação à direção da respectiva
guarda, qualquer que seja o número de servidores Art. 17. A Agência Nacional de Telecomunica-
da guarda municipal, para receber, examinar e en- ções (Anatel) destinará linha telefônica de número
caminhar reclamações, sugestões, elogios e denún- 153 e faixa exclusiva de frequência de rádio aos
cias acerca da conduta de seus dirigentes e inte- Municípios que possuam guarda municipal.
grantes e das atividades do órgão, propor soluções,
oferecer recomendações e informar os resultados Art. 18. É assegurado ao guarda municipal o
aos interessados, garantindo-lhes orientação, infor- recolhimento à cela, isoladamente dos demais pre-
mação e resposta. sos, quando sujeito à prisão antes de condenação
definitiva.
§ 1o O Poder Executivo municipal poderá criar
órgão colegiado para exercer o controle social das CAPÍTULO IX
atividades de segurança do Município, analisar a
alocação e aplicação dos recursos públicos e moni- DAS VEDAÇÕES
torar os objetivos e metas da política municipal de
segurança e, posteriormente, a adequação e even- Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda
tual necessidade de adaptação das medidas adota- municipal não pode utilizar denominação idêntica à
das face aos resultados obtidos. das forças militares, quanto aos postos e gradua-
ções, títulos, uniformes, distintivos e condecora-
§ 2o Os corregedores e ouvidores terão man- ções.
dato cuja perda será decidida pela maioria absoluta
da Câmara Municipal, fundada em razão relevante e CAPÍTULO X
específica prevista em lei municipal.
DA REPRESENTATIVIDADE
Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I
do caput do art. 13, a guarda municipal terá código Art. 20. É reconhecida a representatividade
de conduta próprio, conforme dispuser lei municipal. das guardas municipais no Conselho Nacional de
Segurança Pública, no Conselho Nacional das Guar-
Parágrafo único. As guardas municipais não das Municipais e, no interesse dos Municípios, no
podem ficar sujeitas a regulamentos disciplinares de Conselho Nacional de Secretários e Gestores Muni-
natureza militar. cipais de Segurança Pública.

CAPÍTULO VIII CAPÍTULO XI

DAS PRERROGATIVAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS

175
Art. 21. As guardas municipais utilizarão uni-
forme e equipamentos padronizados, preferencial-
mente, na cor azul-marinho.

Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas


municipais existentes na data de sua publicação, a
cujas disposições devem adaptar-se no prazo de 2
(dois) anos.

Parágrafo único. É assegurada a utilização de


outras denominações consagradas pelo uso, como
guarda civil, guarda civil municipal, guarda metropoli-
tana e guarda civil metropolitana.

Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de


sua publicação.

Brasília, 8 de agosto de 2014; 193o da Inde-


pendência e 126o da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Miriam Belchior
Gilberto Magalhães Occhi

Este texto não substitui o publicado no DOU de


11.8.2014 - Edição extra

176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE ção, de uso permitido, sem autorização e em desa-
2003. cordo com determinação legal ou regulamentar:

Dispõe sobre registro, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,


posse e comercialização e multa.
Texto compilado de armas de fogo e mu-
nição, sobre o Sistema Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
Regulamento Nacional de Armas – inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
Sinarm, define crimes e registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
dá outras providências.
Disparo de arma de fogo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar muni-
seguinte Lei: ção em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa
CAPÍTULO IV conduta não tenha como finalidade a prática de outro
crime:
DOS CRIMES E DAS PENAS
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos,
Posse irregular de arma de fogo de uso per- e multa.
mitido
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, Posse ou porte ilegal de arma de fogo de
no interior de sua residência ou dependência desta, uso restrito
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
empresa: receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
multa. acessório ou munição de uso proibido ou restrito,
sem autorização e em desacordo com determinação
Omissão de cautela legal ou regulamentar:

Art. 13. Deixar de observar as cautelas neces- Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
sárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos multa.
ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre
seja de sua propriedade: quem:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e I – suprimir ou alterar marca, numeração ou


multa. qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
proprietário ou diretor responsável de empresa de II – modificar as características de arma de
segurança e transporte de valores que deixarem de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de ex- ou de qualquer modo induzir a erro autoridade polici-
travio de arma de fogo, acessório ou munição que al, perito ou juiz;
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
quatro) horas depois de ocorrido o fato. III – possuir, detiver, fabricar ou empregar arte-
fato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
Porte ilegal de arma de fogo de uso permiti- desacordo com determinação legal ou regulamentar;
do
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui- qualquer outro sinal de identificação raspado, supri-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob mido ou adulterado;
guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou muni-

192
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autori-


zação legal, ou adulterar, de qualquer forma, muni-
ção ou explosivo.

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,


conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, mon-
tar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou indus-
trial, arma de fogo, acessório ou munição, sem auto-
rização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e


multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade co-


mercial ou industrial, para efeito deste artigo, qual-
quer forma de prestação de serviços, fabricação ou
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exerci-
do em residência.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada


ou saída do território nacional, a qualquer título, de
arma de fogo, acessório ou munição, sem autoriza-
ção da autoridade competente:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e


multa.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18,


a pena é aumentada da metade se a arma de fogo,
acessório ou munição forem de uso proibido ou res-
trito.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,


16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se fo-
rem praticados por integrante dos órgãos e empre-
sas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e


18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide
Adin 3.112-1)

193
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE ou em desacordo com determinação legal ou regu-
2006. lamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Institui o Sistema Nacional § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso


de Políticas Públicas so- indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)
bre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e
prevenção do uso indevi- multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
Mensagem de veto do, atenção e reinserção
social de usuários e de-
pendentes de drogas; § 3o Oferecer droga, eventualmente e sem ob-
Regulamento estabelece normas para jetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento,
repressão à produção não para juntos a consumirem:
autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas; define Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um)
crimes e dá outras provi- ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
dências. quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas pre-
vistas no art. 28.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a § 4o Nos delitos definidos no caput e no §
seguinte Lei: 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de
um sexto a dois terços, vedada a conversão em pe-
CAPÍTULO II nas restritivas de direitos, desde que o agente seja
DOS CRIMES primário, de bons antecedentes, não se dedique às
atividades criminosas nem integre organização cri-
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
minosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamen-
autorização ou em desacordo com determinação
te, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer
legal ou regulamentar:
objeto destinado à fabricação, preparação, produção
ou transformação de drogas, sem autorização ou em
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze)
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
mil) dias-multa.

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica,


Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,
para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qual-
tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda,
quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
e 34 desta Lei:
desacordo com determinação legal ou regulamentar,
matéria-prima, insumo ou produto químico destinado
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
à preparação de drogas;
pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e du-
zentos) dias-multa.
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem auto-
rização ou em desacordo com determinação legal ou
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput
regulamentar, de plantas que se constituam em ma-
deste artigo incorre quem se associa para a prática
téria-prima para a preparação de drogas;
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza


Art. 36. Financiar ou custear a prática de
de que tem a propriedade, posse, administração,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele
1o, e 34 desta Lei:
se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização

194
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos,
e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000
(quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com gru-


po, organização ou associação destinados à prática
de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
e § 1o, e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e


pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)
dias-multa.

195
CONCEITO
Maria Sylvia Zanella:
"Ramo do Direito Público que tem por objeto
os órgãos e pessoas jurídicas administrativas
que integram a Administração Pública, a ativi-
dade jurídica não contenciosa que exerce e os
bens de que se utiliza para a consecução de
seus fins, de natureza pública".

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA.

Conceito Estado – segundo ensina a doutrina


tradicional, o Estado é uma associação huma-
na (povo), radicada em base espacial (territó-
rio), que vive sob o comando de uma autorida-
de (poder), não sujeita a qualquer outra.

Povo – corresponde a um conceito jurídico po-


lítico. (São os natos + naturalizados).
População (conceito numérico) número de
pessoas existentes em determinado espaço
territorial em certo tempo.
Cidadão – povo no exercício do direito político.

Território corresponde a um conceito jurídico


e, não meramente geográfico. Navios e aero-
naves pertencentes ao Governo brasileiro, ou a
seu serviço são considerados território nacio-
nal onde quer que se encontrem.

196
Organização – União; Estados; DF e Municí- – serviço público (prestação);
pios – todos autônomos. Art 18 CF/88. – intervenção na atividade econô-
mica.
Conceito de Governo – na verdade, o governo
ora se identifica com os Poderes e órgãos • Fontes
supremos do Estado, ora se apresenta nas – Lei – É a fonte primária. (sentido
funções originárias desses Poderes amplo Constituições, Leis ...)
– Doutrina; Jurisprudência; Costu-
O governo atua mediante atos de soberania mes.
ou, pelo menos, de autonomia política na “Art. 37 - A administração pública direta e in-
condução dos negócios públicos. É Poder direta de qualquer dos Poderes da União, dos
político – temporal. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e efi-
ciência”.
Sua principal característica é serem de ob-
servância obrigatória a União, Estados, Distri-
to Federal e Municípios. São eles :
L EGALIDADE
I IMPESSOALIDADE
M ORALIDADE
P UBLICIDADE
E FICIÊNCIA

PRINCÍPIOS PREVISTOS NA LEI DO PRO-


CESSO ADMINISTRATIVO
A Lei nº 9.784, de 29.01.1999, art. 2º, prevê
que A Administração Pública obedecerá, den-
tre outros, aos princípios da :
supremacia do interesse público sobre o inte-
resse particular
indisponibilidade
finalidade,
motivação,
razoabilidade e proporcionalidade,
ampla defesa e contraditório,
Conceito de Administração Pública - é todo o segurança jurídica,
aparelhamento do Estado preordenado à rea- autotutela
lização de serviços visando a satisfação das
necessidades coletivas. Não pratica atos de
governo, mas tão-somente atos de execução. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATI-
(são os chamados atos administrativos). VA
Sentido Subjetivo e Objetivo
a) Sentido Subjetivo (orgânico ou formal) – A organização político-administrativa bra-
“Quem realiza”. sileira compreende a União, os Estados, o
- Entes que exercem a atividade administrati-
Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
va (atividade jurídica não contenciosa) =>
nomos nos termos da Constituição (CF/88,
compreende pessoas jurídicas, órgãos e
agentes públicos. art. 18, caput).
b) Sentido Objetivo (material ou funcional) – A administração Direta e Indireta de qual-
“O que realiza”. quer dos Poderes da União dos Estados, do
– fomento; Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
– polícia administrativa; aos princípios da legalidade, impessoalida-

197
de, moralidade, publicidade e eficiên- • Chefias do Executivos – Presidência
cia.....”.(CF/88, art. 37, caput) Assim, em da República, Governadorias, Prefei-
uma primeira classificação a Administração turas.
Pública compreende a : • Tribunais de Contas – da União, dos
 Administração Federal; Estados, dos Municípios
 Administração Estadual, ÓRGÃOS AUTÔNOMOS: são os localizados
 Administração do Distrito Federal; e na cúpula da Administração, imediatamente
 Administração Municipal. abaixo dos órgãos independentes e direta-
Cada uma destas Administrações se mente subordinados a seus chefes. Têm
subdivide em : Administração Direta e Admi- ampla autonomia administrativa, financeira e
nistração Indireta. técnica, caracterizando-se como órgãos di-
ÓRGÃOS PÚBLICOS retivos com funções precípuas de planeja-
• Para Hely Meirelles órgãos públicos mento, supervisão, coordenação e controle
“são centros de competência instituí- das atividades que constituem sua área de
dos para o desempenho de funções competência. São exemplos :
estatais, através de seus agentes, cu-  Ministérios, Secretarias Estaduais,
ja atuação é imputada à pessoa jurídi- Secretarias Municipais.
ca a que pertencem”. Por isso mes-  Advocacia-Geral da União, Procura-
mo, os órgãos não têm personalidade dorias dos Estados e Municípios.
jurídica nem vontade própria, que são ÓRGÃOS SUPERIORES: não gozam de auto-
atributos do corpo e não das partes". nomia administrativa nem financeira, que
Classificação dos órgãos públicos são atributos dos órgãos independentes e
Hely Meirelles classifica os órgãos públi- dos autônomos a que pertencem. Sua liber-
cos quanto á posição estatal, ou seja, re- dade funcional restringe-se ao planejamento
lativamente á posição ocupada pelos e soluções técnicas, dentro de sua área de
mesmos na escala governamental ou competência, com responsabilidade pela
administrativa, em : independentes, au- execução, geralmente a cargo de seus ór-
tônomos, superiores e subalternos. gãos subalternos.
ÓRGÃOS INDEPENDENTES : são os ori- São exemplos:
ginários da Constituição, colocados no  Gabinetes;
ápice da pirâmide governamental, sem  Procuradorias Administrtivas e Judi-
qualquer subordinação hierárquica ou ciais;
funcional, e só sujeitos aos controles  Coordenadorias;
constitucionais de um Poder pelo outro.  Departamentos;
São chamados de órgãos primários do  Divisões.
Estado. Esses órgãos detêm e exercem ÓRGÃOS SUBALTERNOS: destinam-se á
as funções políticas, judiciais e quase- realização de serviços de rotina, tarefas de
judiciais outorgadas diretamente pela formalização de atos administrativos, com
Constituição, para serem desempenha- reduzido poder decisório e predominância
das diretamente pelos seus membros de atribuições de execução, a exemplo das
(agentes políticos, distintos de seus ser- atividades-meios e atendimento ao público
vidores, que são agentes administrati- São exemplos .
vos).  Portarias;
São exemplos :  Seções de expediente
• Casas legislativas - Congresso Naci-
onal, Câmara dos Deputados, Senado
Federal, Assembleias Legislativas,
Câmaras de Vereadores.

198
 o Presidente do Banco Central do
Brasil. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 419, de 2008)

Autarquias
Definição do art. 5º, I, do DL 200/67: "o serviço
autônomo, criado por lei, com personalidade
jurídica, patrimônio e receita próprios, para exe-
 DescENTralização é a distribuição de cutar atividades típicas de administração pública,
competências entre Entidades de uma que requeiram para seu melhor funcionamento,
para outra pessoa, ou seja, pressupõe gestão administrativa e financeira descentraliza-
a existência de duas pessoas, entre da".
as quais se repartem as competên- => Só podem ser criadas por lei específica (art.
37, XIX, CF) .
cias.
Ex: Bacen, INSS, CVM, USP, etc.
 DescOncentração é a distribuição de
competências entre Órgãos dentro da Fundações Públicas
mesma pessoa jurídica, para descon-  Fundações são pessoas de direito público de
gestionar, desconcentrar, um volume natureza autárquica. Lei complementar deve de-
grande de atribuições, e permitir o finir sua área de atuação.
seu mais adequado e racional desem- Criação autorizada por lei (art 37, XIX, CF), com
penho. registro em órgão competente;
 Regime de pessoal - Estatutário (L 8112/90) ou
Celetista (L 9962/01).
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO:  Exs.: ENAP; IBGE, FUNAI, IPEA (Inst de pesq.
Administração Direta e Indireta: Econ. Aplicada).
A Administração direta é composta pelos
órgãos integrantes da Presidência da Empresas Públicas.
República e pelos Ministérios.  Capital – 100% público;
LEI Nº 10.683, DE 28 DE MAIO DE 2003  Assume forma societária admitida em direito;
Parágrafo único. São Ministros de Estado: => Justiça Federal é competente para julgar
ações em que é parte empresa pública federal.
 os titulares dos Ministérios,
=> Deve-se entender que a supremacia acionária
 o Chefe da Casa Civil da Presi-
esteja na órbita Federal .
dência da República,  Art. 173, § 1º - CF => Estabelece que lei criará
 o Chefe do Gabinete de Segurança um estatuto jurídico das SEM e EP.
Institucional da Presidência da  Criação e Extinção: art. 37, XIX exige-se lei
República, específica para a autorização de sua instituição.
 o Chefe da Secretaria-Geral da Logo só por lei podem ser extintas.
Presidência da República,  Exs.: ECT; CEF; EMBRAPA.
 o Chefe da Secretaria de Relações Sociedade de Economia Mista.
Institucionais da Presidência da  capital 50% + 1 ação é pública;
República,  forma societária, S/A
 o Chefe da Secretaria de Comuni-  seus feitos são julgados na justiça estadual;
cação Social da Presidência da  Criação e Extinção: art. 37, XIX exige-se lei
República, específica para a autorização de sua instituição.
Logo só por lei podem ser extintas.
 o Chefe da Secretaria Especial de
SEM => prestadoras de serviço público não estão
Políticas de Promoção da Igualda-
sujeitas à falência (art. 242 da lei nº 6.404).
de Racial,
 o Advogado-Geral da União, As Diferenças entre EP x SEM
 o Ministro de Estado do Controle e a) EP => só recursos de pessoas jurídicas de
da Transparência e direito público e entidades de administração indi-
reta.

199
SEM => recursos públicos e privados (>50% + cargo em comissão pelo fato de não titularizar
uma na esfera federal) cargo público.
b) EP => podem adotar qualquer forma societária.
SEM => sociedade anônima. Emprego Público. É o trabalho, o ofício, exercido
c) EP (federal) => feitos perante a Justiça Federal por um servidor em caráter permanente, sob o
(art. 109, CF) regime da Consolidação das Leis do trabalho.
SEM => feitos perante a Justiça Estadual.

Pontos comuns das Entidades PODERES ADMINISTRATIVOS


a) patrimônio próprio; Trata-se de um instrumento que a ordem jurídi-
b) personalidade jurídica; ca coloca a disposição do poder público, que tem
c) lei de licitações; por finalidade tornar efetiva sua atuação.
d) supervisão Ministerial; PODERES ADMINISTRATIVOS:
e) controle pelo TCU;  Poder Vinculado;
f) Art. 37, II - concurso público para ingresso.  Poder discricionário;
 Poder Hierárquico;
AGENTES PÚBLICOS: espécies e classificação,  Poder Disciplinar;
poderes, deveres e prerrogativas; cargo, empre-  Poder Regulamentar;
go e função pública.  Poder de Polícia;

Uso e Abuso do Poder.

Poder Vinculado: É aquela situação em que o agir


do agente da administração pública está previsto
em lei, ou seja, ele age pré-condicionado emitin-
do uma carga menor de valor.

Poder Discricionário: o que prepondera é um


juízo de valor em termos de oportunidade e con-
veniência, ou seja, a ordem jurídica coloca à dis-
posição do agente a possibilidade de opção.

Poder Hierárquico: é aquele que tem por finalida-


de ordenar os órgãos e cargos públicos em ní-
Poderes, deveres e prerrogativas dos veis gerando a atribuição de fiscalizar, avocar,
Agentes Públicos. controlar, supervisionar, etc.

Subdivide-se em: Poder disciplinar: tem por finalidade a punição


 dever de eficiência; ou não do servidor, art. 5º inciso LIV, LV CF/88. O
 dever de probidade (Lei 8429/92); exercício do poder disciplinar pressupõe a exis-
 dever de prestar contas. tência de regular processo administrativo em que
se assegure contraditório e a ampla defesa.
Cargo – são lugares criados, por lei nos órgãos,
para serem providos por gentes que exercerão as Poder Regulamentar: ver art. 84 inciso IV CF/88.
suas funções na forma legal, podendo ser tempo- Art. 49 inciso V, CF/88. Tem por finalidade explici-
rário ou efetivo. O cargo é do órgão e o agente é tar o conteúdo da Lei, possibilitando a sua efeti-
investido no cargo. vação, ou seja, dar condições a que se exercite o
direito previsto na Lei.
Função – é a atribuição ou conjunto de atribui-
ções que a administração confere a cada catego- É de se notar que a CF/88, art. 84, inc VI;
ria profissional ou comete individualmente a de- (acrescentado pela EC n. 32/2000) possibili-
terminados servidores para a execução de servi- tou a edição de decretos autônomos
ços eventuais. Diferencia-se, basicamente, do
Poder de Polícia: ―Considera-se poder de polícia a
atividade da administração pública que, limitando

200
o disciplinando direito, interesse ou liberdade, CONCEITO
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em H.LM – “é toda manifestação unilateral de
razão de interesse público...” (Código Tributário vontade da Administração Pública que, agin-
Nacional, art. 78, primeira parte)‖ do nessa qualidade, tenha por fim imediato
adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex-
tinguir e declarar direitos, ou impor obriga-
ções aos administrados ou a si própria”.

Características do ato administrativo:


a) declaração jurídica que produz efei-
tos jurídicos;
b) provém do Estado ou de quem esteja in-
vestido em prerrogativas estatais;
c) é exercido no uso de prerrogativas públi-
cas, portanto, de autoridade, sob regência do
Direito Público;
d) providências jurídicas complementares da
Características ou Atributos do Poder de Polícia: lei ou excepcionalmente da Constituição;
 Discricionariedade; e) sujeita-se a exame de legitimidade por ór-
 auto-executoriedade; e gão jurisdicional.
 coercibilidade .
Perfeição, Validade e Eficácia
- perfeição - ato produzido em absoluta con-
formidade - situação do ato cujo ciclo de for-
mação está concluído;
- validade - observadas as exigências do sis-
tema normativo;
- eficácia - disponível para produzir efeitos
próprios, típicos (não depende de termo,
O abuso do poder ocorre quando a autorida- condição).
de, embora competente para praticar o ato, ultra-
passa os limites de suas atribuições ou se desvia Elementos ou requisitos do Ato Administrativo
das finalidades administrativas. - Competência (sujeito) - autor do ato;
O constituinte trouxe o mandado de seguran- - Finalidade - bem jurídico a que o ato deve
ça, cabível contra ato de qualquer autoridade (CF, atender
art. 5º, LXIX, e Lei 1.533/51), e assegurou a toda - Forma - revestimento externo do ato;
pessoa o direito de representação contra abusos - Motivo - situação objetiva que autoriza ou
de autoridades (art. 5º XXXIV, e a Lei 4.898/65 ). exige a prática do ato(de fato e de direito);
- Objeto (conteúdo) - disposição jurídica ex-
pressada pelo ato;
ATO ADMINISTRATIVO:
 Conceito, Teorias dos Motivos Determinantes - enunciados
 requisitos, os motivos pelo agente, estes aderem ao ato,
 perfeição, devendo ser provado que ocorreram e que justi-
 validade, ficaram o ato.
 eficácia,
 atributos, Atributos dos Atos Administrativos
 extinção, a) presunção de legitimidade;
 desfazimento e sanatória, b) imperatividade;
 classificação, c) exigibilidade;
 espécies e exteriorização, d) executoriedade ou auto-executoriedade;
 vinculação e discricionariedade. e) tipicidade.

201
Classificação dos Atos Administrativos

QUANTO AO DESTINATÁRIO
Atos Gerais  ato abstrato - alcança um nú-
mero indeterminado de pessoas e situações.
Ex.: regulamento; edital de concurso público.
Atos Individuais ato concreto - alcança um
único caso. Ex.: exoneração de um servidor;
QUANTO AO ALCANCE:
Atos internos e externos
QUANTO À PRERROGATIVA:
Atos de gestão, de império e de expediente
QUANTO AO REGRAMENTO:
- Discricionários  há margem de liberdade
para a Administração decidir. Ex.: porte de
arma;
- Vinculados - não há liberdade para a Admi-
nistração decidir. Ex.: aposentadoria, a pedi-
do, por ter completado o tempo para aposen-
tadoria Atos Ordinatórios: são os que visam a
disciplinar o funcionamento da Adminis-
Quanto aos efeitos:
tração e a conduta funcional de seus
- constitutivos. A administração reconhece o
direito que não era comprovado. Ex.: tempo agentes; emanam do poder hierárquico;
de serviço sem carteira. só atuam no âmbito interno das reparti-
- declaratórios. O direito já existe, a adminis- ções e só alcançam os servidores hierar-
tração atesta, certidão de tempo de serviço quizados à chefia que os expediu; dentre
com carteira. os atos ordinatórios merecem exame:

Quanto à composição da vontade produtora do


ato:
- ato simples - declaração jurídica de um ór-
gão;
- atos complexos - conjugação da vontade de
dois ou mais órgãos. Ex.:Decreto do Executi-
vo referendado pelo Ministro de Estado.
- ato composto – declaração jurídica de um
órgão formando um ato, porém sem eficácia
que depende da verificação por parte de ou-
tro para se tornar exeqüível. PGR - MSZD

ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO


Normativos - são aqueles que contém um
comando geral do executivo visando a corre-
ta aplicação da lei. Ex.: Decretos; Regulamen-
tos; Regimentos e Resoluções.

202
Atos Negociais: são todos aqueles que cular ao seu enunciado; dentre os mais
contêm uma declaração de vontade da comuns estão os seguintes:
Administração apta a concretizar deter-
minado negócio jurídico ou a deferir cer-
ta faculdade ao particular, nas condições
impostas ou consentidas pelo Poder Pú-
blico; enquadram-se os seguintes atos
administrativos:

Certidões (Administrativas): são cópias


ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos
ou fatos constantes no processo, livro ou
documento que se encontre nas reparti-
ções públicas; o fornecimento de certi-
dões é obrigação constitucional de toda
repartição pública, desde que requerida
pelo interessado; devem ser expedidas
no prazo improrrogável de 15 dias, con-
tados do registro do pedido. (Lei 9051/95)

Atestados: são atos pelos quais a Adminis-


tração comprova um fato ou uma situação de
que tenha conhecimento por seus órgãos
competentes.

Pareceres: são manifestações de órgão téc-


nicos sobre assuntos submetidos à sua
consideração; tem caráter meramente opina-
tivo;

Normativo: é aquele que, ao ser aprovado


pela autoridade competente, é convertido em
norma de procedimento interno;

Técnico: é o que provém de órgão ou agente


especializado na matéria, não podendo ser
contrariado por leigo ou por superior hierár-
Atos enunciativos: são todos aqueles em quico.
que a Administração se limita a certificar
ou atestar um fato, ou emitir uma opinião
sobre determinado assunto, sem se vin-

203
Apostilas: são atos enunciativos ou declara-  por invalidação,
tórios de uma situação anterior criada por  por cassação,
lei.  por caducidade, e
 por contraposição.
Atos Punitivos: são os que contêm uma san-
ção imposta pela Administração àqueles que Extinção: As formas mais usuais de extinção
infringem disposições legais, regulamenta- do ato administrativo são a revogação e anu-
res ou ordinatórias dos bens e serviços pú- lação.
blicos; visam a punir e reprimir as infrações A revogação - é a supressão de um ato
administrativas ou a conduta irregular dos administrativo legítimo e eficaz, realizada
servidores ou dos particulares perante a pela Administração. A revogação opera
Administração. efeitos “ex nunc”, ou seja, não retroage.
Vale de sua decretação em diante.
Anulação – pode ser decretada pela pró-
pria Administração ou pelo judiciário.
Sua fundamentação sempre será a ilega-
lidade do ato. Opera efeitos “ex tunc”, ou
seja, retroage à data da produção do ato.

Recusa
A recusa não se confunde com a re-
núncia. Na recusa, rejeita-se o que ainda
não se possui; na renúncia, rejeita-se o
que já se possui.

Extinção, desfazimento e sanatória.


Revogação da revogação e repristina-
Extinção do ato eficaz
 O ato eficaz é o que esta produzin-
ção.
do os efeitos para os quais foi pre- O ato de revogação pode ser revoga-
ordenado. Essa espécie de ato ex- do? A resposta é não. O ato de revoga-
tingue-se: ção é um ato administrativo consumado,
 pelo cumprimento de seus efeitos; e como tal não existe mais. A ressalva é
 pelo desaparecimento do sujeito feita para o caso de no ato revogador
da relação jurídica; constar a hipótese de restauração do ato
 pelo desaparecimento do objeto da revogado.
relação jurídica;
 pela retirada do ato;
 e pela renúncia. Sanatória – a sanatória do ato adm. é o
seu conserto e aproveitamento, ou seja, a
superação de seus defeitos, para que se
Retirada alcance sua validade, eficácia e exeqüibi-
A edição de um ato administra- lidade.
tivo cujo objeto é a retirada de outro do or-
denamento jurídico impõe a esse ato a sua Convalidação – é o suprimento da invali-
extinção. dade de um ato com efeitos retroativos.
A retirada pode dar-se: - Há de haver interesse público;
 por revogação, - Não prejudicar terceiros de boa-fé;

204
É poder discricionário da Administração, II – os controles e critérios de avaliação
art. 55, Lei Federal, 9.784/99 “regula o de desempenho, direitos, obrigações e
processo administrativo no âmbito da responsabilidade dos dirigentes;
Administração Pública Federal”. III – a remuneração do pessoal”.
- Somente os atos anuláveis podem ser
convalidados.
Diante desse panorama, pode-se separar
três situações distintas frente ao instituto
contrato de gestão:
- contrato entre o Poder Público e enti-
dades da Administração Indireta;
- “contrato” entre órgãos;
- contrato entre o Poder Público e “or-
ganizações sociais”.

A organização social
A organização social é uma qualificação,
um título, que a Administração outorga a
uma entidade privada, sem fins lucrati-
vos, para que ela possa receber determi-
nados benefícios do Poder Público (do-
tações orçamentárias, isenções fiscais
etc.), para a realização de seus fins, que
devem ser necessariamente de interesse
CONTRATO DE GESTÃO da comunidade.
Foi a denominação que o legislador re-
solveu outorgar àquelas entidades, em
Com o objetivo de alcançar melhores re-
substituição ao desmoralizado título de
sultados na Administração Pública, cria-
utilidade pública, concedido a entidades
ram-se novos instrumentos no âmbito do
assistenciais que de beneficentes só ti-
Direito Público, para conferir maior auto-
nham o rótulo, por servirem a interesses
nomia aos entes administrativos ou esta-
particulares.
belecer parcerias com entidades privadas
Nos termos da Lei federal n. 9.637, de
sem fins lucrativos. Dentre tais medidas,
18.5.1998, o Poder Executivo poderá qua-
sobressai o contrato de gestão.
lificar como organizações sociais pesso-
as jurídicas de direito privado, sem fins
Com a Emenda Constitucional nº 19/98, o
lucrativos, cujas atividades sociais sejam
contrato de gestão passou para a alçada
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica,
constitucional com previsão no art. 37, §
ao desenvolvimento tecnológico, à pro-
8º: “a autonomia gerencial, orçamentária
teção e preservação do meio ambiente, à
e financeira da administração direta e in-
cultura e à saúde, atendidos os requisi-
direta poderá ser ampliada mediante con-
tos previstos nesse mesmo diploma.
trato, a ser firmado entre seus adminis-
tradores e o poder público, que tenha por
objeto a fixação de metas de desempe-
Quais são os requisitos básicos?
nho para o órgão ou entidade, cabendo à
 Não podem ter finalidade lucrativa e
lei dispor sobre:
todo e qualquer legado ou doação re-
I – o prazo de duração do contrato;
cebida deve ser incorporado ao seu pa-
trimônio; de igual modo, os excedentes

205
financeiros decorrentes de suas ativi- gados, sob normas e controles estatais, pa-
dades; ra satisfazer necessidades essenciais ou
 Finalidade social em qualquer das secundárias da coletividade ou simples con-
áreas previstas na lei: ensino, saúde, veniência do Estado‖.
cultura, ciência, tecnologia e meio am- Nessa definição, três elementos são es-
biente; senciais para configurar o serviço público,
 Possuir órgãos diretivos colegiados, quais sejam:
com a participação de representantes  o elemento subjetivo,
do Poder Público e da comunidade;  o formal e
 publicidade de seus atos;  o material.
 Submissão ao controle do Tribunal de O elemento subjetivo caracteriza a com-
Contas dos recursos oficiais recebidos petência do Estado para definir o termo ser-
(o que já existe); viço público (artigo 175, da Constituição Fe-
 Celebração de um contrato de gestão deral).
com o Poder Público, para a formação Quanto ao aspecto formal, verifica-se
da parceria e a fixação das metas a se- que o serviço público é regido pelo regime
rem atingidas e o controle dos resulta- jurídico de direito público, podendo, quando
dos. a lei permitir, utilizar-se de instituto de direito
privado.
Os Estados e Municípios perante a Lei Por fim, o elemento material é aquele
federal n. 9.637/98? que considera o serviço público como uma
Na verdade, os Estados e Municí- atividade de interesse público, ou seja, tem
pios, se quiserem se utilizar dessa nova por objetivo primordial o atendimento às ne-
forma de parceria na sua administração cessidades públicas. Serviços públicos –
deverá aprovar suas próprias leis. Deve- propriamente ditos, são os que a Adminis-
se lembrar que a matéria diz respeito à tração presta diretamente à comunidade,
forma de prestação de serviços de com- por reconhecer sua essencialidade e neces-
petência da respectiva entidade estatal. sidade para a sobrevivência do grupo social
Por conseguinte, somente a entidade es- e do próprio Estado.
tatal competente pode legislar sobre o
tema. Serviços de utilidade pública – são os
A Lei n. 9.637/98 não é uma lei naci- que a Administração, reconhecendo a sua
onal, cujas normas gerais seriam aplicá- conveniência (não essencialidade, nem ne-
veis aos Estados e Municípios, tanto as- cessidade) para os membros da coletivida-
sim que ela não faz menção ao assunto, de, presta-os diretamente ou aquiesce em
como ocorre, por exemplo, com a Lei Ge- que sejam prestados por terceiros (conces-
ral de Licitações e Contratos (Lei n. sionários, permissionários ou autorizatários),
8.666/93, art. 1º, parágrafo único). nas condições regulamentadas e sob seu
controle, mas por conta e risco dos presta-
dores, mediante remuneração dos usuários.
Ex.: serviços de transporte coletivo, energia
SERVIÇOS PÚBLICOS elétrica, gás, telefone.
Serviços próprios do Estado - são
SERVIÇOS PÚBLICOS; conceito, classifi- aqueles que se relacionam intimamente com
cação, regulamentação e controle; for- as atribuições do Poder Público (segurança,
mas, meios e requisitos; delegação; con- polícia, higiene e saúde pública) e para a
cessão, permissão e autorização. execução dos quais a Administração usa da
sua supremacia sob os administrados. Por
Definição de HLM: ―É todo aquele pres- esta razão só podem ser prestados por ór-
tado pela Administração ou por seus dele-

206
gãos ou entidades da Administração Públi-  Regularidade – (ser segundo padrões
ca, sem delegação a particulares. de qualidade e quantidade impostos
Serviços impróprios do Estado – são pela administração pública, tendo em
vista o número e as exigências dos
os que não afetam substancialmente as ne-
usuários);
cessidades da comunidade, mas satisfazem  Modicidade – (taxas ou tarifas justas,
interesses comuns de seus membros, e, por pagas pelos usuários para remunerar
isso, a Administração os presta remunera- o prestador);
damente por seus órgãos ou entidades des-  Mutabilidade do regime- pode alterar
centralizadas (autarquias, empresas públi- o regime de prestação sem consultar
cas, sociedades de economia mista, funda- os agentes e os usuários; e
 Generalidade – (ser igual para todos
ções governamentais), ou delega sua pres-
– art. 37, CF – impessoalidade e
tação a concessionários, permissionários ou igualdade).
autorizatários.
Serviços administrativos - são os que O controle do serviço público e sua de-
a Administração executa para atender a su- vida regulamentação
as necessidades internas É o poder público quem tem a tarefa
Serviços industriais - são os que pro- de controlar e regular os serviços públi-
duzem renda para quem os presta, median- cos. Mesmo quando o Estado delega a
te a remuneração da utilidade usada ou terceiro a execução de determinada ativi-
consumida, remuneração,esta, que, tecni- dade, tem este o dever de regular e con-
camente se denomina tarifa ou preço públi- trolar o que irá ser exercido.
co, por ser sempre fixada pelo Poder Públi- Assim, qualquer irregularidade ou
co. não cumprimento das condições impos-
Serviço “uti universi” ou gerais – são tas gerará a imediata intervenção do Po-
aqueles que a administração presta sem ter der Público.
usuários determinados, para atender a cole-
tividade no seu todo. Ex.: de polícia, ilumi- Da competência
nação pública, calçamento e outros. Em relação á competência para rea-
Serviço “uti singuli” ou individuais – lização do serviço público, esta se divide
são os que têm usuários determinados e uti- em competência: executiva e legislativa.
lização particular mensurável para cada des-
tinatário. Ex.: telefone, água e energia elétri-
ca domiciliares.

Requisitos do Serviço e Direitos do


Usuário:
 Cortesia – (um bom tratamento);
 Continuidade – (não pode sofre solu-
ção de continuidade);
 Eficiência – (bom resultado, sem des-
perdiço, obter o máximo com o míni-
mo);
 Segurança – (não se deve colocar em
risco o usuário. Peças impróprias de-
vem ser removidas o renovar o equi-
pamento);
 Atualidade – (utilização de equipa-
mentos modernos, oferecer o que há
de melhor, dentro das possibilidades
da outorga);

207
Forma de prestação dos serviços pú- mum dos partícipes.” (Hely Lopes Meirel-
blicos - O serviço público pode ser realiza- les).
do de forma centralizada, descentralizada, Consórcios – LEI Nº 11.107, DE 6 DE
desconcentrada, de execução direta ou indi- ABRIL DE 2005.
reta. Esta Lei dispõe sobre normas gerais
A forma centralizada ocorre quando é para a União, os Estados, o Distrito Fede-
de exclusiva responsabilidade do Poder ral e os Municípios contratarem consór-
Público a execução do serviço público, cios públicos para a realização de objeti-
sendo que este o exerce com seus pró- vos de interesse comum e dá outras pro-
prios órgãos. vidências.
A descentralização do serviço se dá Consórcios – LEI Nº 11.107, DE 6 DE
quando o Poder Público transfere a ou- ABRIL DE 2005.
trem a titularidade ou execução do servi- § 1o O consórcio público constituirá
ço, sendo esta caracterizada com a ou- associação pública ou pessoa jurídica de
torga ou delegação da execução á autar- direito privado.
quias, entidades paraestatais, empresas § 2o A União somente participará de
privadas ou particulares individualmente. consórcios públicos em que também fa-
A outorga é caracterizada pela trans- çam parte todos os Estados em cujos ter-
ferência do serviço através de lei, en- ritórios estejam situados os Municípios
quanto a delegação configura a transfe- consorciados.
rência mediante contrato (concessão) ou Art. 5o O contrato de consórcio públi-
ato unilateral (permissão ou autorização). co será celebrado com a ratificação, me-
O serviço desconcentrado é aquele diante lei, do protocolo de intenções.
onde a Administração Pública o executa Art. 6o O consórcio público adquirirá
de forma centralizada, no entanto, o dis- personalidade jurídica:
tribui entre vários órgãos da mesma enti- I – de direito público, no caso de
dade, facilitando, dessa forma, sua ob- constituir associação pública, mediante a
tenção pelos usuários. vigência das leis de ratificação do proto-
A execução direta do serviço é aquela colo de intenções;
realizada pelos meios da pessoa respon- II – de direito privado, mediante o
sável por sua prestação. Há a realização atendimento dos requisitos da legislação
pr quem tem o dever direto de fazê-lo. Já civil.
a execução indireta é realizada por tercei- Art. 6o
ros. § 1o O consórcio público com
Há outorga quando o Estado cria uma personalidade jurídica de direito público
entidade (autarquia, fundação pública ou integra a administração indireta de todos
estatais) e a ela transfere, por lei, deter- os entes da Federação consorciados.
minado serviço público ou de utilidade § 2o No caso de se revestir de
pública. personalidade jurídica de direito privado,
Há delegação quando o Estado trans- o consórcio público observará as normas
fere, por contrato (concessão) ou ato uni- de direito público no que concerne à rea-
lateral (permissão ou autorização), lização de licitação, celebração de con-
tratos, prestação de contas e admissão
Convênios administrativos de pessoal, que será regido pela Conso-
a) Conceitos lidação das Leis do Trabalho - CLT.
– “acordos firmados por entidades Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112
públicas de qualquer espécie, ou entre da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,
estas e organizações particulares, para passam a vigorar com a seguinte reda-
realização de objetivos de interesse co- ção:

208
"Art.23. pela Administração (são as cláusulas
......................................................... exorbitantes);
§ 8o No caso de consórcios públicos, c) é bilateral por enlaçar direitos e
aplicar-se-á o dobro dos valores mencio- obrigações recíprocas;
nados no caput deste artigo quando for- d) delega-se apenas a execução do
mado por até 3 (três) entes da Federação, serviço, de tal sorte que a titularidade
e o triplo, quando formado por maior continua a pertencer ao Poder Público,
número." (NR) que regulamenta e fiscaliza a forma como
"Art. 24. o particular executa o ajuste. O serviço é
................................................................ realizado em seu nome, por sua conta e
XXVI – na celebração de contrato de risco, sendo remunerado por tarifas (pa-
programa com ente da Federação ou com gas pelos usuários do serviço);
entidade de sua administração indireta, e) o ajuste celebrado é intuitu perso-
para a prestação de serviços públicos de nae ou “em razão da pessoa”, o que sig-
forma associada nos termos do autoriza- nifica dizer que o particular não poderá
do em contrato de consórcio público ou transferir a responsabilidade pela execu-
em convênio de cooperação. ção do serviço a outrem, sem autorização
Parágrafo único. Os percentuais refe- expressa da Administração Pública”.
ridos nos incisos I e II do caput deste ar-
tigo serão 20% (vinte por cento) para PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO.
compras, obras e serviços contratados Segundo as lições de Celso
por consórcios públicos, sociedade de Antonio Bandeira de Mello, “é o ato unila-
economia mista, empresa pública e por teral e precário, intuito personae, através
autarquia ou fundação qualificadas, na do qual o Poder Público transfere a al-
forma da lei, como Agências Executivas." guém o desempenho de serviço de sua
(NR) alçada, proporcionando, à moda do que
faz a concessão,a possibilidade de co-
CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO brança de tarifas dos usuários.”
PÚBLICO
Conceito e Noções Gerais Principais características da permissão
O art. 175 da CF dispõe que “incumbe
de serviço público:
ao poder público, na forma da lei, direta-
a) exige licitação – art. 175 CF/88 e art.
mente ou sob regime de concessão ou
2o da Lei 8666/93.
permissão, sempre através de licitação, a b) celebrado por meio de contrato de
prestação de serviços públicos”. adesão que, apesar desse nome, permite a
A concessão pode ser contratual ou revogação e alteração unilateral do ajuste
legal. É contratual quando se concede a pela Administração;
prestação de serviços públicos aos parti- c) é unilateral, discricionário e precário:
culares. É legal quando a concessão é podendo, dessa forma, ser alterado unilate-
feita a entidades autárquicas e paraesta- ralmente pela Administração Pública, inclu-
tais. sive revogando-o por motivo de conveniên-
cia e oportunidade, sem que o permissioná-
Principais características da concessão
rio nada possa fazer;
de serviço público: d) tal qual a concessão, delega-se apenas
a) exige licitação – art. 2o da Lei a execução do serviço, de tal sorte que a
8666/93 e art. 175, caput; titularidade continua a pertencer ao Poder
b) natureza jurídica contratual sujeito Público, que regulamenta e fiscaliza a forma
ao regime jurídico de Direito Público. como o particular executa o ajuste;
Possibilita alteração unilateral do ajuste

209
e) o ajuste celebrado é intuitu personae
ou “em razão da pessoa”, idêntico à conces-
são.

Autorização de Serviço Público


“A autorização de serviço público é ato
unilateral pelo qual a Administração, dis-
cricionariamente, faculta o exercício de
atividade material, tendo, como regra, ca-
ráter precário.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-


BLICA
Art. 37. A administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da Uni-
ão, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princí- O controle administrativo deriva do po-
pios: der-dever de autotutela que a Adminis-
l egalidade, tração tem sobre seus próprios atos e
I mpessoalidade, agentes.
m oralidade, Controle interno – é todo aquele realiza-
p ublicidade, e do pela entidade ou órgão responsável
e ficiência e, também, ao seguin- pela atividade controlada, no âmbito da
te: própria Administração.
Controle externo - é o que se realiza por
órgão estranho à Administração respon-
PODERES ADMINISTRATIVOS: sável pelo ato controlado, como p. ex.: a
 Poder Vinculado; apreciação das contas do Executivo e do
 Poder discricionário; Judiciário pelo Legislativo; a auditoria
 Poder Hierárquico; do Tribunal de Contas sobre a efetivação
 Poder Disciplinar; de determinada despesa do Executivo;
 Poder Regulamentar; anulação de um ato do Executivo por de-
 Poder de Polícia; terminação do Judiciário; a sustação de
 Uso e Abuso do Poder. ato normativo do Executivo pelo Legisla-
 Poder Hierárquico: é aquele que tivo (CF, art. 49, V).
tem por finalidade ordenar os ór-
gãos e cargos públicos em níveis
gerando a atribuição de fiscalizar,
avocar, controlar, supervisionar,
etc.

210
Meios de Controle Administrativo

Os meios de controle administrativo, de


um modo geral dividem-se em:
 fiscalização hierárquica;
 supervisão ministerial; e
 recursos administrativos.

Controle do Judiciário
ART. 5º ...............................................
XXXV - a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
É o exercido privativamente pelos órgãos
do Poder Judiciário sobre os atos admi-
nistrativos do Executivo, do Legislativo e
do próprio Judiciário, quando realiza ati-
vidades administrativas.
Controle do Judiciário - É um controle a
posteriori, unicamente de legalidade, por
restrito à verificação da conformidade do
ato com a norma legal que o rege.
Não pode o Judiciário pronunciar-se so-
bre conveniência e oportunidade ou efi-
ciência do ato em exame, ou seja, sobre
o mérito administrativo.

211
Controle Legislativo
É o exercido pelos órgãos le-
gislativos (Congresso Nacional, Assem-
bléias Legislativas e Câmaras de Verea-
dores) inclusive suas comissões parla-
mentares sobre determinados atos do
Executivo na dupla linha da legalidade e
da conveniência pública, pelo quê carac-
teriza-se como um controle eminente-
mente político, objetivando os superiores
interesses do Estado e da comunidade.

Controle Legislativo
Segundo Caio Tácito “ o controle do
Legislativo sobre a Administração Públi-
ca, especialmente nos governos presi-
dencialistas, é caracteristicamente de
efeito indireto.
Não pode o Congresso Nacional anu-
lar atos administrativos ilegais, nem
exercer sobre as autoridades executivas
poderes de hierarquia ou de tutela”.
Art. 49. É da competência exclusiva
do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tra-
tados, acordos ou atos internacionais
que acarretem encargos ou compromis-
sos gravosos ao patrimônio nacional;
IV - aprovar o estado de defesa e a in-
tervenção federal, autorizar o estado de
sítio, ou suspender qualquer uma dessas
medidas;

212
V - sustar os atos normativos do Po- Art. 58. O Congresso Nacional e suas
der Executivo que exorbitem do poder Casas terão comissões permanentes e
regulamentar ou dos limites de delega- temporárias, constituídas na forma e com
ção legislativa; as atribuições previstas no respectivo
IX - julgar anualmente as contas pres- regimento ou no ato de que resultar sua
tadas pelo Presidente da República e criação.
apreciar os relatórios sobre a execução § 2º Às comissões, em razão da maté-
dos planos de governo; ria de sua competência, cabe:
X - fiscalizar e controlar, diretamente, II - realizar audiências públicas com
ou por qualquer de suas Casas, os atos entidades da sociedade civil;
do Poder Executivo, incluídos os da ad- III - convocar Ministros de Estado para
ministração indireta; prestar informações sobre assuntos ine-
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o rentes a suas atribuições;
Senado Federal, ou qualquer de suas IV - receber petições, reclamações,
Comissões, poderão convocar Ministro representações ou queixas de qualquer
de Estado ou quaisquer titulares de ór- pessoa contra atos ou omissões das au-
gãos diretamente subordinados à Presi- toridades ou entidades públicas;
dência da República para prestarem, V - solicitar depoimento de qualquer
pessoalmente, informações sobre assun- autoridade ou cidadão;
to previamente determinado, importando VI - apreciar programas de obras, pla-
crime de responsabilidade a ausência nos nacionais, regionais e setoriais de
sem justificação adequada. desenvolvimento e sobre eles emitir pa-
§ 1º Os Ministros de Estado poderão recer.
comparecer ao Senado Federal, à Câmara § 3º As comissões parlamentares de
dos Deputados ou a qualquer de suas inquérito, que terão poderes de investi-
comissões, por sua iniciativa e mediante gação próprios das autoridades judiciais,
entendimentos com a Mesa respectiva, além de outros previstos nos regimentos
para expor assunto de relevância de seu das respectivas Casas, serão criadas pe-
Ministério. la Câmara dos Deputados e pelo Senado
§ 2º As Mesas da Câmara dos Depu- Federal, em conjunto ou separadamente,
tados e do Senado Federal poderão en- mediante requerimento de um terço de
caminhar pedidos escritos de informação seus membros, para a apuração de fato
a Ministros de Estado ou a qualquer das determinado e por prazo certo, sendo su-
pessoas referidas no caput deste artigo, as conclusões, se for o caso, encami-
importando em crime de responsabilida- nhadas ao Ministério Público, para que
de a recusa, ou o não atendimento, no promova a responsabilidade civil ou cri-
prazo de trinta dias, bem como a presta- minal dos infratores.
ção de informações falsas.
Art. 51. Compete privativamente à
Câmara dos Deputados: Da Fiscalização Contábil, Financeira e
I - autorizar, por dois terços de seus Orçamentária
membros, a instauração de processo Art. 70. A fiscalização contábil, fi-
contra o Presidente e o Vice-Presidente nanceira, orçamentária, operacional e pa-
da República e os Ministros de Estado; trimonial da União e das entidades da
II - proceder à tomada de contas do administração direta e indireta, quanto à
Presidente da República, quando não legalidade, legitimidade, economicidade,
apresentadas ao Congresso Nacional aplicação das subvenções e renúncia de
dentro de sessenta dias após a abertura receitas, será exercida pelo Congresso
da sessão legislativa; Nacional, mediante controle externo, e

213
pelo sistema de controle interno de cada são à Câmara dos Deputados e ao Senado
Poder. Federal;
Parágrafo único. Prestará contas XI - representar ao Poder competente
qualquer pessoa física ou jurídica, públi- sobre irregularidades ou abusos apura-
ca ou privada, que utilize, arrecade, dos.
guarde, gerencie ou administre dinheiros, § 1º No caso de contrato, o ato de sus-
bens e valores públicos ou pelos quais a tação será adotado diretamente pelo Con-
União responda, ou que, em nome desta, gresso Nacional, que solicitará, de imedia-
assuma obrigações de natureza pecuniá- to, ao Poder Executivo as medidas cabí-
ria. veis.
Art. 71. O controle externo, a cargo § 2º Se o Congresso Nacional ou o Po-
do Congresso Nacional, será exercido der Executivo, no prazo de noventa dias,
com o auxílio do Tribunal de Contas da não efetivar as medidas previstas no pa-
União, ao qual compete: rágrafo anterior, o Tribunal decidirá a res-
II - julgar as contas dos administra- peito.
dores e demais responsáveis por dinhei-
ros, bens e valores públicos da adminis-
tração direta e indireta, incluídas as fun- Do Ministério Público
dações e sociedades instituídas e manti- Art. 127. O Ministério Público é institui-
das pelo poder público federal, e as con- ção permanente, essencial à função ju-
tas daqueles que derem causa a perda, risdicional do Estado, incumbindo-lhe:
extravio ou outra irregularidade de que a defesa da ordem jurídica,
resulte prejuízo ao erário público; do regime democrático; e
III - apreciar, para fins de registro, a dos interesses sociais e individuais in-
legalidade dos atos de admissão de pes- disponíveis.
soal, a qualquer título, na administração Art. 129. São funções institucionais do
direta e indireta, incluídDo Ministério Pú- Ministério Público:
blico I - promover, privativamente, a ação pe-
IV - realizar, por iniciativa própria, da nal pública, na forma da lei;
Câmara dos Deputados, do Senado Fede- II - zelar pelo efetivo respeito dos pode-
ral, de comissão técnica ou de inquérito, res públicos e dos serviços de relevância
inspeções e auditorias de natureza con- pública aos direitos assegurados nesta
tábil, financeira, orçamentária, operacio- Constituição, promovendo as medidas
nal e patrimonial, nas unidades adminis- necessárias a sua garantia;
trativas dos Poderes Legislativo, Execu- III - promover o inquérito civil e a ação ci-
tivo e Judiciário, e demais entidades refe- vil pública, para a proteção do patrimônio
ridas no inciso II; público e social, do meio ambiente e de
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso outros interesses difusos e coletivos;
de ilegalidade de despesa ou irregularida- IV - promover a ação de inconstituciona-
de de contas, as sanções previstas em lei, lidade ou representação para fins de in-
que estabelecerá, entre outras comina- tervenção da União e dos Estados, nos
ções, multa proporcional ao dano causa- casos previstos nesta Constituição;
do ao erário; V - defender judicialmente os direitos e
IX - assinar prazo para que o órgão ou interesses das populações indígenas;
entidade adote as providências necessá- VI - expedir notificações nos procedimen-
rias ao exato cumprimento da lei, se veri- tos administrativos de sua competência,
ficada ilegalidade; requisitando informações e documentos
X - sustar, se não atendido, a execução para instruí-los, na forma da lei comple-
do ato impugnado, comunicando a deci- mentar respectiva;

214
VII - exercer o controle externo da ativi- ponsabilidade do Estado é (objetiva), não
dade policial, na forma da lei complemen- precisa comprovar dolo ou culpa do
tar mencionada no artigo anterior; agente causador do prejuízo experimen-
VIII - requisitar diligências investigatórias tado pelo terceiro. Basta tão somente,
e a instauração de inquérito policial, indi- que este terceiro, demonstre a relação de
cados os fundamentos jurídicos de suas causa e efeito existente entre a ação do
manifestações processuais; agente público e o prejuízo experimenta-
IX - exercer outras funções que lhe forem do por ele.
conferidas, desde que compatíveis com Assim o fazendo o Estado é obrigado a
sua finalidade, sendo-lhe vedada a repre- indenizá-lo. Porém, caberá ação de re-
sentação judicial e a consultoria jurídica gresso do Estado contra o agente; só
de entidades públicas. que agora deverá existir dolo ou culpa do
agente (subjetiva).

RESPONSABILIDADE

CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO
Esta responsabilidade se relaciona à re-
paração de danos causados a terceiros
em decorrência das atividades ou omis-
sões do Estado, como por exemplo :
acidente de trânsito provocado por veícu-
lo oficial ou buracos em vias públicas.
A doutrina atribui outros nomes a esta
matéria tais como :
 responsabilidade extracontratual
do Estado (Maria Sylvia Zanella
di Pietro);
 responsabilidade patrimonial ex-
tracontratual do Estado (Celso
Antônio);
 responsabilidade civil do Estado
(José dos Santos Carvalho Fi-
lho)
Trata-se de responsabilidade objetiva ou
sem culpa, com base na teoria do risco CAUSAS DE EXCLUSÃO TOTAL OU
administrativo. PARCIAL DA RESPONSABILIDADE OB-
A Constituição da República Federativa JETIVA
do Brasil de 05/10/1988, no § 6º do art. 37
: TEORIA DO RISCO INTEGRAL - ocorrên-
cia de força maior- expressa em fatos da
“ As pessoas jurídicas de direito público
natureza, irresistíveis tais como : terre-
e as de direito privado prestadoras de moto, chuva de granizo, tornado, queda
serviços públicos responderão pelos da- de raio, inundação;
nos que seus agentes, nessa qualidade,  culpa exclusiva da vítima;
causarem a terceiros, assegurado o direi-  culpa de terceiros;
to de regresso contra o responsável nos  Culpa recíproca.
casos de dolo ou culpa”
Ação regressiva – ação do Estado contra
o agente causador do dano. Como a res-

215
BENS todos os outros são particulares, seja
qual for a pessoa a que pertencerem.
CONCEITO: Art. 99. São bens públicos:
Em sentido amplo, bem é aquilo que I -os de uso comum do povo, tais
pode ser suscetível de se tornar objeto como rios, mares, estradas, ruas e pra-
do direito. ças;
Em sentido restrito significam ape- II - os de uso especial, tais como edi-
nas as coisas que são objeto do direito, fícios ou terrenos destinados a serviço
que formam nosso patrimônio, a nossa ou estabelecimento da administração fe-
riqueza, com valor econômico. deral, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;
DOMINIO PÚBLICO: III - os dominicais, que constituem o
Conceito: patrimônio das pessoas jurídicas de di-
em sentido amplo é o poder de domi- reito público, como objeto de direito pes-
nação ou de regulamentação que o Estado soal, ou real, de cada uma dessas enti-
exerce sobre os bens de seu patrimônio dades.
(bens públicos) ou sobre os bens do patri- Parágrafo único. Não dispondo a lei
mônio privado (bens particulares de interes- em contrário, consideram-se dominicais
se público) ou sobre as coisas inapropriá- os bens pertencentes às pessoas jurídi-
veis (rios, lagos, ar, natureza) individualmen- cas de direito público a que se tenha da-
te, mas de fruição geral da coletividade. do estrutura de direito privado.
Dominus: domínio = dono = senhor
Domínio Eminente: é geral, sobre
todas as coisas de seu território (sobera- UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS
nia nacional interna)
Domínio Patrimonial: é sobre os Utilização dos bens públicos: se
bens pertencentes as entidades públicas destinam ao uso comum do povo ou a
(direito de propriedade) uso especial, o Estado interfere como
Jus utendi: usar poder administrador, disciplinando e po-
Jus fruendi: fruir (colher frutos) liciando a conduta do público e dos usu-
Jus abutendi: abusar (dispor livre- ários especiais;
mente). Uso Comum do Povo: é todo aquele
Enquanto o domínio patrimonial se que se reconhece à coletividade em geral
restringe aos bens públicos, o domínio sobre os bens públicos, sem discrimina-
eminente é geral, em todo território. ção de usuários ou ordem especial para
sua fruição; não exige qualquer qualifi-
BENS PÚBLICOS cação ou consentimento especial; os
Conceito: usuários são anônimos, indeterminados,
em sentido amplo são todas as coi- e os bens utilizados o são por todos os
sas corpóreas ou incorpóreas, móveis membros da coletividade.
ou imóveis, semoventes, créditos, direito Uso Especial: é todo aquele que, por
e ações que pertençam a qualquer título um título individual, a Administração
as entidades estatais, fundacionais, au- atribui a determinada pessoa para fruir
tárquicas e paraestatais. de um bem público com exclusividade,
Código Civil nas condições convencionadas.
Dos Bens Públicos
Art. 98. São públicos os bens do As formas administrativas para o uso
domínio nacional pertencentes às pesso- especial são:
as jurídicas de direito público interno; Autorização de uso: é o ato unilate-
ral, discricionário e precário pelo qual a

216
Administração consente na prática de de- vel diante de sua inaliebilidade e impe-
terminada atividade individual incidente nhorabilidade.
sobre um bem público.
Permissão de uso: é o ato negocial, Aquisição de bens pela Administra-
unilateral, discricionário e precário atra- ção: são feitas contratualmente, pelos
vés do qual é facultado ao particular a instrumentos comuns de Direito Privado,
utilização individual de determinado bem sob forma de compra, permuta, doação,
público. dação em pagamento, ou se realizam
Cessão de uso: é a transferência compulsoriamente, por desapropriação
gratuita da posse de um bem público de ou adjudicação em execução de senten-
uma entidade ou órgão para outro, a fim ça, ou ainda, se efetivam por força de lei,
de que o cessionário o utilize nas condi- na destinação de áreas públicas nos lo-
ções estabelecidas no respectivo termo, teamentos e na concessão de domínio de
por tempo certo ou indeterminado. terras devolutas; a aquisição onerosa de
Concessão de uso: é o contrato ad- imóvel depende de autorização legal e
ministrativo pelo qual é atribuída a utili- avaliação prévia; deve constar de pro-
zação exclusiva de um bem de seu domí- cesso regular no qual se especifiquem as
nio a particular, para que o explore se- coisas a serem adquiridas e sua destina-
gundo sua destinação específica. ção.
Concessão de direito real de uso: é
o contrato pelo qual é transferido o uso
renumerado ou gratuito de terreno públi-
co a particular, como direito real resolú- ALIENAÇÃO
vel, para que dele se utilize em fins espe- Alienação é toda transferência de
cíficos de urbanização, industrialização, propriedade, remunerada ou gratuita, sob
edificação, cultivo ou qualquer outra ex- a forma de venda, permuta, doação, da-
ploração de interesse social. ção em pagamento, investidura, legitima-
Enfiteuse ou aforamento: é o institu- ção de posse ou concessão de domínio.
to civil que permite ao proprietário atribu- Em princípio, toda alienação de bem
ir a outrem o domínio útil de imóvel, pa- público depende de lei autorizadora, de
gando a pessoa que o adquire (enfiteuta) licitação e de avaliação da coisa a ser ali-
ao senhorio direto uma pensão ou foro, enada, mas casos há de dispensa dessas
anual, certo e invariável. (CC, art. 678). formalidades.

Impenhorabilidade e não oneração DESAFETAÇÃO


dos Bens Públicos: os bens públicos são é a passagem ou a transferência por
em regra, imprescritíveis, impenhoráveis lei, de bens da categoria dos indisponí-
e não sujeitos a oneração. veis para a categoria dos disponíveis, vi-
Imprescritibilidade: decorre como sando uma subseqüente alienação
conseqüência lógica de sua inaliebilidade Art. 100. Os bens públicos de uso
originária; se os bens são inalienáveis, comum do povo e os de uso especial são
ninguém pode os adquirir enquanto inalienáveis, enquanto conservarem a
guardarem essa condição. sua qualificação, na forma que a lei de-
Impenhorabilidade: decorre de pre- terminar.
ceito constitucional que dispões sobre a Art. 101. Os bens públicos domini-
forma pela qual serão executadas as sen- cais podem ser alienados, observadas as
tenças judiciárias contra a Fazenda Pú- exigências da lei.
blica. Doação é o contrato pelo qual uma
Não oneração: a impossibilidade de pessoa (doador), por liberalidade, trans-
oneração dos bens públicos é indiscutí- fere um bem do seu patrimônio para o de

217
outra (donatário), que o aceita (CC, art. bens públicos, não podem ser adquiridos
1.165). por usucapião.
A doação só se aperfeiçoa com a A imprescritibilidade dos bens públicos
aceitação do donatário, seja pura ou com decorre como conseqüência lógica de sua
encargo. inalienabilidade originária. E é fácil demons-
Dação em pagamento é a entrega de trar a assertiva: se os bens públicos são ori-
um bem que não seja dinheiro para sol- ginariamente inalienáveis, segue-se que
ver dívida anterior. ninguém os pode adquirir enquanto guarda-
A coisa dada em pagamento pode rem essa condição. A impenhorabilidade
ser de qualquer espécie e natureza, des- dos bens públicos decorre de preceito
de que o credor consinta no recebimento constitucional que dispõe sobre a forma
em substituição da prestação que lhe era pela qual serão executadas as sentenças
devida (CC, art. 995). judiciárias contra a Fazenda Pública, sem
Permuta, troca ou escambo é o con- permitir a penhora de seus bens.
trato pelo qual as partes transferem e re- Admite, entretanto, o seqüestro da
cebem um bem, uma da outra, bens, es- quantia necessária à satisfação do débi-
ses, que se substituem reciprocamente to, desde que ocorram certas condições
no patrimônio dos permutantes. processuais (CF, art. 100).
Investidura é a incorporação de uma
área pública, isoladamente inconstruível,
ao terreno particular confinante que ficou
afastado do novo alinhamento em razão
de alteração do traçado urbano.
Esse clássico conceito doutrinário
merece, atualmente, ampliação, no senti-
do de abranger qualquer área inaprovei-
tável isoladamente, remanescente ou re-
sultante de obra pública (art. 15, § 2º, do
Dec.-lei 2.300/86) uma vez que esta pode
afetar também os terrenos rurais.
Os bens públicos são, em regra, im-
prescritíveis, impenhoráveis e não sujei-
tos a oneração. Vejamos a razão de ser
desses atributos, que tem fundamentos
constitucionais e legais, além de encon-
trarem plena justificação na prática ad-
ministrativa.
Art. 100. Os bens públicos de uso
comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a
sua qualificação, na forma que a lei de-
terminar.
Art. 101. Os bens públicos domini-
cais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão
sujeitos a usucapião.
STF Súmula nº 340
Desde a vigência do Código Civil,
os bens dominicais, como os demais

218
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE E aos Estados e Municípios só cabem
ATUAÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO as medidas de polícia administrativa, de
condicionamento do uso de propriedade
Os fundamentos da intervenção na
ao bem-estar social e de ordenamento
propriedade e atuação no domínio eco-
das atividade econômicas, nos limites
nômico repousam na necessidade de
das normas federais, a intervenção no
proteção do Estado aos interesses da
domínio só pode ser feita por delegação
comunidade; os interesses coletivos re-
do Governo Federal, que é o detentor de
presentam o direito de maior número e,
todo poder nesse setor.
por isso mesmo, quando em conflito com
os interesses individuais, estes cedem
I - Intervenção na Propriedade
àqueles, em atenção ao direito da maio-
ria, que é a base do regime democrático e
É todo ato do Poder Público que
do Direito Civil moderno.
compulsoriamente retira ou restringe di-
Propriedade e domínio econômico:
reitos dominiais privados ou sujeita o
A propriedade é um direito individual,
uso de bens particulares a uma destina-
mas condicionado ao bem estar da co-
ção de interesse público; pode ter fun-
munidade; admite limitações ao seu uso
damento na necessidade ou utilidade pú-
e restrições ao seu conteúdo em benefí-
blica, ou no interesse social (expresso
cio da comunidade.
em lei federal).
A CF garante a propriedade, mas
Desapropriação: A doutrina domi-
permite a desapropriação; e lhe atribui a
nante define a desapropriação como
função social; No domínio econômico a
sendo, um procedimento pelo qual o Po-
CF assegura a liberdade de iniciativa,
der Público ou seus delegados, mediante
mas, no interesse do desenvolvimento
prévia declaração de necessidade públi-
nacional e da justiça social, impondo re-
ca, utilidade pública ou interesse social,
gras.
retira compulsoriamente a propriedade
de alguém, mediante prévio e justo pa-
A intervenção na propriedade incide
gamento de indenização.
sobre os bens;
A intervenção no domínio econômi-
Desapropriação:
co incide sobre a atividade lucrativa
A Constituição Federal garante a
exercida pela empresa, como instrumen-
propriedade privada nos arts. 5º, caput, e
to de iniciativa privada.
5º, XXII, e 170, III.
Bem-estar social: é o bem comum, o
Reconhece, todavia, como uma
bem do povo em geral; é o escopo da
tendência irreversível do Estado moder-
justiça social e só pode ser alcançado
no, a possibilidade da interferência do
através do desenvolvimento nacional;
Poder Público na mudança compulsória
para propiciar isso, o Poder Público pode
da destinação de um bem, ajustando aos
intervir na propriedade privada e nas ati-
interesses sociais, mediante a desapro-
vidades econômicas, nos limites da
priação, o confisco ou a requisição.
competência atribuídas a cada uma das
entidades estatais, através de normas
legais e atos administrativos adequados
ao objeto da intervenção.
Competência para a intervenção: a
legislação sobre direito de propriedade e
intervenção no domínio econômico é pri-
vativa da União;

219
Desapropriação: Desapropriação:
procedimento: Art. 5º, XXIV, CF Inúmeras teorias procuram fun-
competência para legislar sobre: damentar e justificar o instituto da desa-
Art. 22, II, CF propriação, sendo as principais:
por interesse social: Art. 184 e §§ 1º a) coletivista;
a 5º, CF b) do domínio eminente do Estado;
de glebas com culturas ilegais: Art. c) do pacto social;
243, CF d) da prevalência do interesse pú-
Consideram-se casos de necessi- blico sobre o privado, ou teoria da coli-
dade pública; são de direitos;
I - a defesa do território nacionaL. e) da função social da propriedade;
II - a segurança pública. f) da alienação compulsória. A
III - os socorros públicos, nos casos Constituição Federal trata de dois tipos
de calamidade. de desapropriação, que os doutrinadores
IV - a salubridade pública. chamavam de ordinária e extraordinária.

Consideram-se casos de utilidade A desapropriação ordinária vem inserida


pública: no texto constitucional no capítulo "dos
I - a fundação de povoação e de es- direitos e deveres individuais e coleti-
tabelecimentos de assistência, educação vos", mais precisamente no artigo 5º,
ou instrução pública. XXIV, que esclarece o seguinte:
II - a abertura, alargamento ou pro- " desapropriação por necessidade ou
longamento de ruas, praças, canais, es- utilidade pública, ou por interesse so-
tradas de ferro e, em geral, de quaisquer cial, mediante justa e prévia indeniza-
vias públicas. ção em dinheiro, ressalvados os casos
III - a construção de obras, ou esta- previstos nesta Constituição.".
belecimentos, destinados ao bem geral
de uma localidade, sua decoração e higi- A desapropriação ordinária poderá ser
ene. declarada pela União, Estados-
IV - a exploração de minas". Membros como pelos Municípios, o
que será feito mediante lei ordinária.
Daí dizer-se que o instituto da desa-
Desapropriação: propriação tem fundamento infraconsti-
Na legislação ordinária, temos: tucional .
Decreto-Lei nº 3.365, de 21.6.1941,
que dispõe sobre desapropriação por uti- A desapropriação extraordinária
lidade pública; vem tratada no artigo 184 da Constituição
Lei nº 4.132, de 10.9.1962, que defi- Federal, com o seguinte teor:
ne os casos de desapropriação por inte- "Compete à União desapro-
resse social e dispõe sobre sua aplica- priar por interesse social, para fins
ção; de reforma agrária, o imóvel rural
Decreto-Lei nº 554, de 25.4.1969 que não esteja cumprindo sua
(revogado pela Lei Complementar nº 76 função social, mediante prévia e
de 6 de julho de 1993), que dispõe sobre justa indenização em títulos da dí-
desapropriação, por interesse social, de vida agrária, com cláusula de pre-
imóveis rurais, para fins de reforma agrá- servação do valor real, resgatáveis
ria; no prazo de até vinte anos, a partir
Decreto-Lei nº 1.075, de 22.1.1970, do segundo ano de sua emissão, e
que regula a imissão de posse. cuja utilização será definida em lei
.”

220
Quanto à desapropriação extraordi-
nária é aquela que somente à União
competirá desapropriar por interesse so-
cial, para fins de reforma agrária, sendo
declarado de interesse social o imóvel
rural que não esteja cumprindo a sua
função social.

Com relação à indenização, será


prévia e justa, mas em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até
vinte anos, a partir do segundo ano de
emissão, nos termos do artigo 184 da
Constituição Federal.

221
Classes de palavras: Os numerais cardinais que variam em gêne-
ro são um/uma, dois/duas e os que indicam cente-
1- NUMERAL nas deduzentos/duzentas em dian-
te:trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas
Numeral é a palavra que indica os seres em
, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc.
termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc.
seres ou os situa em determinada sequência.
Os demais cardinais são invariáveis.
Exemplos:
Os numerais ordinais variam em gênero e nú-
1. Os quatro últimos ingressos mero:
foramvendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico primeiro segundo milésimo
de "ingresso"]
2. Eu quero café duplo, e vo- primeira segunda milésima
cê?
...[duplo: numeral = atributo numérico primei- milési-
de "café"] segundos
ros mos
3. A primeira pessoa da fila
pode entrar, por favor!
primei- milési-
segundas
...[primeira: numeral = situa o ser ras mas
"pessoa" na sequência de "fila"]
Note bem: os numerais traduzem, em pala- Os numerais multiplicativos são invariáveis
vras, o que os números indicam em relação aos se- quando atuam em funções substantivas:
res. Assim, quando a expressão é colocada em nú-
meros (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas Por exemplo:
sim de algarismos. Fizeram o dobro do esforço e conse-
Além dos numerais mais conhecidos, já que guiram o triplo de produção.
refletem a ideia expressa pelos números, existem Quando atuam em funções adjetivas, esses
mais algumas palavras consideradas numerais por- numerais flexionam-se em gênero e número:
que denotam quantidade, proporção ou ordenação.
São alguns exem- Por exemplo:
plos:década, dúzia, par, ambos(as), novena. Teve de tomar doses triplas do medi-
Classificação dos Numerais camento.

Cardinais: indicam contagem, medida. É o Os numerais fracionários flexionam-se em


número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc. gênero e número. Observe:
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa um terço/dois terços
série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centé-
simo, etc. uma terça parte
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a duas terças partes
divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois
quintos, etc. Os numerais coletivos flexionam-se em nú-
mero. Veja:
Multiplicativos: expressam ideia de multipli-
cação dos seres, indicando quantas vezes a quanti- uma dúzia
dade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quín- um milheiro
tuplo, etc.
duas dúzias
Leitura dos Numerais
dois milheiros
Separando os números em centenas, de trás
para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em for- É comum na linguagem coloquial a indicação
ma de centenas e, no início, também de dezenas ou de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou
unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as especialização de sentido. É o que ocorre em frases
unidades ligam-se pela conjunção e. como:
Por exemplo: Me empresta duzentinho...
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecen- É artigo de primeiríssima qualidade!
tos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. O time está arriscado por ter caído
na segundona. (= segunda divisão de futebol)
FLEXÃO DOS NUMERAIS

222
Emprego dos Numerais significação dentro de um contexto, o qual nos per-
mite recuperar a referência exata daquilo que está
Para designar papas, reis, imperadores, sécu-
sendo colocado por meio dos pronomes no ato da
los e partes em que se divide uma obra, utilizam-se
comunicação. Com exceção dos pronomes interroga-
os ordinais até décimo e a partir daí os cardinais,
tivos e indefinidos, os demais pronomes têm por
desde que o numeral venha depois do substantivo:
função principal apontar para as pessoas do discurso
Ordinais Cardinais ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa caracterís-
tica, os pronomes apresentam uma forma específi-
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) ca para cada pessoa do discurso.
Exemplos:
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
1. Minha carteira estava vazia
quando eu fui assaltada.
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele
que fala]
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) 2. Tua carteira estava vazia
quando tu foste assaltada?
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três) [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a
quem se fala]
Para designar leis, decretos e portarias, utiliza- 3. A carteira dela estava vazia
se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante: quando ela foi assaltada.
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de
quem se fala]
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Em termos morfológicos, os pronomes
Ambos/ambas são considerados numerais.
são palavras variáveis em gênero (masculino ou
Significam "um e outro", "os dois" (ou "uma e outra",
feminino) e em número (singular ou plural). Assim,
"as duas") e são largamente empregados para reto-
espera-se que a referência através do pronome seja
mar pares de seres aos quais já se fez referência.
coerente em termos de gênero e número (fenômeno
Por exemplo: da concordância) com o seu objeto, mesmo quando
este se apresenta ausente no enunciado.
Pedro e João parecem ter finalmente
percebido a importância da solidarieda- Exemplos:
de. Ambos agora participam das atividades
1. [Fala-se de Roberta]
comunitárias de seu bairro.
2. Ele quer participar do desfile
Obs.: a forma "ambos os dois" é conside-
da nossa escola neste ano.
rada enfática. Atualmente, seu uso indica afeta-
ção, artificialismo. [nossa: pronome que qualifica "escola" = con-
cordância adequada]
2- PRONOME
[neste: pronome que determina "ano" = con-
Pronome é a palavra que se usa em lugar do
cordância adequada]
nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha
o nome qualificando-o de alguma forma. [ele: pronome que faz referência à "Roberta" =
concordância inadequada]
Exemplos:
Existem seis tipos de pronomes: pessoais,
1. A moça era mesmo boni-
possessivos, demonstrativos, indefinidos, relati-
ta. Ela morava nos meus sonhos!
vos e interrogativos.
[substituição do nome]
Pronomes Pessoais
2. A moça que morava nos
meus sonhos era mesmo bonita! São aqueles que substituem os substanti-
vos, indicando diretamente as pessoas do discurso.
[referência ao nome]
Quem fala ou escreve assume os prono-
3. Essa moça morava nos mes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, vo-
meus sonhos! cê ou vocês para designar a quem se dirige e ele,
ela, eles ou elas para fazer referência à pessoa ou
[qualificação do nome]
às pessoas de quem fala.
Grande parte dos pronomes não possuem
significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem

223
Os pronomes pessoais variam de acordo Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é
com as funções que exercem nas orações, podendo uma forma variante do pronome pessoal do caso
ser do caso reto ou do caso oblíquo. reto. Essa variação indica a função diversa que
eles desempenham na oração: pronome reto
Pronome Reto
marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Pronome pessoal do caso reto é aquele que,
na sentença, exerce a função Os pronomes oblíquos sofrem variação de
de sujeito ou predicativo do sujeito. acordo com a acentuação tônica que possuem,
podendo ser átonosou tônicos.
Por exemplo:
Nós lhe ofertamos flores.
Pronome Oblíquo Átono
Os pronomes retos apresentam flexão de nú-
mero, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sen- São chamados átonos os pronomes oblíquos
do essa última a principal flexão, uma vez que marca que não são precedidos de preposição.
a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos Possuem acentuação tônica fraca.
pronomes retos é assim configurado:
Por exemplo:
- 1ª pessoa do singular: eu
Ele me deu um presente.
- 2ª pessoa do singular: tu
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é as-
- 3ª pessoa do singular: ele, ela
sim configurado:
- 1ª pessoa do plural: nós
- 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do plural: vós
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do plural: eles, elas
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
Atenção: esses pronomes não - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
costumam ser usados como comple-
mentos verbais na língua-padrão. Fra- Observações:
ses como "Vi ele na rua" , "Encontrei ela
O lhe é o único pronome oblíquo átono que já
na praça", "Trouxeram eu até aqui", co-
se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a
muns na língua oral cotidiana, devem
união entre o pronomeo ou a e preposiçãoa oupara.
ser evitadas na língua formal escrita ou
Por acompanhar diretamente uma preposição, o
falada. Na língua formal, devem ser usa-
pronome lhe exerce sempre a função de objeto indi-
dos os pronomes oblíquos correspon-
reto na oração.
dentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na
praça", "Trouxeram-me até aqui". Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto
ser objetos diretos como objetos indiretos.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusiva-
mente como objetos diretos.
Obs.: frequentemente observamos
a omissão do pronome reto em Língua Portugue- Saiba que:
sa. Isso se dá porque as próprias formas verbais
marcam, através de suas desinências, as pesso- Os pronomes me, te, lhe, nos,
as do verbo indicadas pelo pronome reto. vos e lhes podem combinar-se com os prono-
mes o, os, a, as, dando origem a formas co-
Por exemplo: mo mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos,
Fizemos boa viagem. (Nós) lha, lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-
los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas
Pronome Oblíquo nos exemplos que seguem:
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele
que, na sentença, exerce a função de complemento - Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a
verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento vocês?
nominal.
Por exemplo: - Sim, entreguei- - Não, não no-la contaram.
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) toaindahá pouco.

224
gunda pessoa (ti). As demais repetem a forma do
No português do Brasil, essas combina- pronome pessoal do caso reto.
ções não são usadas; até mesmo na língua literá-
- As preposições essenciais introduzem sem-
ria atual, seu emprego é muito raro.
pre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca
pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos
Atenção: que exigem o uso da língua formal, os pronomes
costumam ser usados desta forma:
Os pronomes o, os, a, as assumem formas
especiais depois de certas terminações verbais. Não há mais nada entre mim e ti.
Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome Não se comprovou qualquer ligação en-
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo tre ti e ela.
que a terminação verbal é suprimida.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Por exemplo: Não vá sem mim.

fiz + o = fi-lo

Atenção:
fazeis + o = fazei-lo
Há construções em que a pre-
dizer + a = dizê-la posição, apesar de surgir anteposta a
um pronome, serve para introduzir
uma oração cujo verbo está no infini-
Quando o verbo termina em som nasal, o pro- tivo. Nesses casos, o verbo pode ter
nome assume as formas no, nos, na, nas. sujeito expresso; se esse sujeito for
um pronome, deverá ser do caso reto.
Por exemplo:

viram + o: viram-no

repõe + os = repõe-nos

Por exemplo:
retém + a: retém-na

Trouxeram vários vestidos pa-


tem + as = tem-nas
ra eu experimentar.

Não vá sem eu mandar.


Pronome Oblíquo Tônico
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre - A combinação da preposição "com" e alguns
precedidos por preposições, em geral as preposi- pronomes originou as formas especiais comigo,
ções a, para, de ecom. Por esse motivo, os prono- contigo, consigo, conosco e convosco. Tais pro-
mes tônicos exercem a função de objeto indireto da nomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a
oração. Possuem acentuação tônica forte. função de adjunto adverbial de companhia.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é Por exemplo: Ele carregava o documen-
assim configurado: to consigo.
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo - As formas "conosco" e "convosco" são
substituídas por "com nós" e "com vós" quando os
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo pronomes pessoais são reforçados por palavras
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou
algum numeral.
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Por exemplo:
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
- Observe que as únicas formas próprias do Você terá de viajar com nós todos.
pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e se-

225
conquista.
Estávamos com vós outros quando chega-
ram as más notícias. Por exemplo:
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si,
Ele disse que iria com nós três. consigo.

Pronome Reflexivo Por exemplo:


São pronomes pessoais oblíquos que, embora
funcionem como objetos direto ou indireto, referem- Eles se conheceram.
se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica
e recebe a ação expressa pelo verbo. Elas deram a si um dia de folga.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim
configurado: A Segunda Pessoa Indireta
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. A chamada segunda pessoa indireta se mani-
Por exemplo: festa quando utilizamos pronomes que, apesar de
indicarem nosso interlocutor ( portanto, a segunda
pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o
Eu não me vanglorio disso. caso dos chamados pronomes de tratamento, que
podem ser observados no quadro seguinte:
Olhei para mim no espelho e não gostei do Pronomes de Tratamento
que vi.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Por exemplo:

Vossa Reverendís- V. Re-


Assimtu te prejudicas. sacerdotes e bispos
sima vma.(s)

Conhece a ti mesmo. altas autoridades e


Vossa Excelência V. Ex.ª (s)
oficiais-generais
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si,
consigo. Vossa Magnificên- V. reitores de universi-
cia Mag.ª (s) dades
Por exemplo:

Vossa Majestade V. M. reis e rainhas


Guilherme já se preparou.

Vossa Majestade
Ela deu a si um presente. V. M. I. Imperadores
Imperial

Antônio conversou consigo mesmo. Vossa Santidade V. S. Papa

- 1ª pessoa do plural (nós): nos. tratamento cerimoni-


Vossa Senhoria V. S.ª (s)
oso
Por exemplo:
Vossa Onipotência V. O. Deus
Lavamo-nos no rio.
Também são pronomes de tratamento o se-
nhor, a senhora e você, vocês. "O senhor" e "a
- 2ª pessoa do plural (vós): vos. senhora" são empregados no tratamento cerimonio-
so; "você" e "vocês", no tratamento famili-
Por exemplo: ar. Você e vocês são largamente empregados no
português do Brasil; em algumas regiões , a for-
Vós vos beneficiastes com a esta ma tu é de uso frequente, em outras, é muito pouco

226
empregada. Já a forma vós tem uso restrito à lin- me-ei nos teus cabelos. (correto)
guagem litúrgica, ultra formal ou literária.
Observações: Pronomes Possessivos
a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os São palavras que, ao indicarem a pessoa
pronomes de tratamento que possuem "Vossa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de
(s)" são empregados em relação à pessoa com posse de algo (coisa possuída).
quem falamos. Por exemplo: Este caderno é meu. (meu =
possuidor: 1ª pessoa do singular)
Observe o quadro:
Por exemplo:
NÚMERO PESSOA PRONOME
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
compareça a este encontro. singular primeira meu(s), minha(s)

Emprega-se "Sua (s)" quando se fa- singular segunda teu(s), tua(s)


la a respeito da pessoa.

singular terceira seu(s), sua(s)


Por Exemplo:
Todos os membros da C.P.I. afirmaram
que Sua Excelência, o Senhor Presidente plural primeira nosso(s), nossa(s)
da República, agiu com propriedade.
plural segunda vosso(s), vossa(s)
- Os pronomes de tratamento representam
uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos
plural terceira seu(s), sua(s)
interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa
Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando
à excelência que esse deputado supostamente tem Note que:
para poder ocupar o cargo que ocupa.
A forma do possessivo depende da pessoa
b) 3ª pessoa: embora os pronomes de trata- gramatical a que se refere; o gênero e o número
mento se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância concordam com o objeto possuído.
deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os
Por exemplo:
pronomes possessivos e os pronomes oblíquos em-
pregados em relação a eles devem ficar na 3ª pes- Ele trouxe seu apoio
soa. e sua contribuição naquele momento difícil.
Por exemplo: Observações:
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça par- 1 - A forma seu não é um possessivo quando
te das suas promessas, para resultar da alteração fonética da palavra senhor.
que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
Por exemplo:
c) Uniformidade de Tratamento: quando es-
crevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido - Muito obrigado, seu José.
mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento 2 - Os pronomes possessivos nem sempre in-
escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se co- dicam posse. Podem ter outros empregos, como:
meçamos a chamar alguém de "você", não podere-
mos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, a) indicar afetividade.
verbo na terceira pessoa. Por exemplo:
Por exemplo: - Não faça isso, minha filha.
b) indicar cálculo aproximado.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-
me-ei nos teus cabelos. (errado) Por exemplo:
Ele já deve ter seus 40 anos.
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-
me-ei nos seus cabelos. (correto) c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
Por exemplo:
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu
gosto muito dela.

227
3- Em frases onde se usam pronomes de tra- Este ano está sendo bom para nós. O prono-
tamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa. me este refere-se ao ano presente.
Por exemplo: Esse ano que passou foi razoável. O prono-
me esse refere-se a um passado próximo.
Vossa Excelência trou-
xe sua mensagem? Aquele ano foi terrível para todos. O prono-
me aquele está se referindo a um passado distante.
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o
possessivo concorda com o mais próximo.
Por exemplo: - Os pronomes demonstrativos podem ser va-
riáveis ou invariáveis, observe:
Trouxe-me seus livros e anotações.
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s),
5- Em algumas construções, os pronomes
aquele(s), aquela(s).
pessoais oblíquos átonos assumem valor de posses-
sivo. Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Por exemplo: - Também aparecem como pronomes demons-
trativos:
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou se-
guir seus passos.) o (s), a (s): quando estiverem antecedendo
o que e puderem ser substituídos por aquele(s),
Pronomes Demonstrativos
aquela(s), aquilo.
Os pronomes demonstrativos são utilizados
Por exemplo:
para explicitar a posição de uma certa palavra em
relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode Não ouvi o que disseste. (Não ou-
ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso. vi aquilo que disseste.)
No espaço: Essa rua não é a que te indiquei. (Esta
rua não é aquela que te indiquei.)
Compro este carro (aqui). O prono-
me este indica que o carro está perto da pessoa que mesmo (s), mesma (s):
fala.
Por exemplo:
Compro esse carro (aí). O prono-
me esse indica que o carro está perto da pessoa
Estas são as mesmas pessoas que o procu-
com quem falo, ou afastado da pessoa que fala.
raram ontem.
Compro aquele carro (lá). O prono-
próprio (s), própria (s):
me aquele diz que o carro está afastado da pessoa
que fala e daquela com quem falo. Por exemplo:
Os próprios alunos resolveram o pro-
blema.
Atenção: em situações de fala direta (tanto
semelhante (s):
ao vivo quanto por meio de correspondên-
cia, que é uma modalidade escrita de fala), Por exemplo:
são particularmente importantes o este e Não compre semelhante livro.
o esse - o primeiro localiza os seres em tal, tais:
relação ao emissor; o segundo, em relação
ao destinatário. Trocá-los pode causar am- Por exemplo:
biguidade. Tal era a solução para o problema.
Note que:
a) Não raro os demonstrativos aparecem na
frase, em construções redundantes, com finalidade
Exemplos:
expressiva, para salientar algum termo anterior. Por
exemplo:
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de
solicitar informações sobre o concurso vestibular. Manuela, essa é que dera em cheio
(trata-se da universidade destinatária). casando com o José Afonso. Desfrutar das
belezas brasileiras, issoé que é sorte!
Reafirmamos a disposição desta universidade
em participar no próximo Encontro de Jovens. (trata- b) O pronome demonstrativo neutro o pode
se da universidade que envia a mensagem). representar um termo ou o conteúdo de uma oração
inteira, caso em que aparece, geralmente, como
No tempo:
objeto direto, predicativo ou aposto.

228
Por exemplo: Por exemplo:
O casamento seria um desastre. To- O referido deputado e o Dr. Alcides
dos o pressentiam. eram amigos íntimos: aquele casado, soltei-
ro este. [ou en-
c) Para evitar a repetição de um verbo anteri-
tão: estesolteiro, aquele casado.]
ormente expresso, é comum empregar-se, em tais
casos, o verbofazer, chamado, então, verbo vicário e) O pronome demonstrativo tal pode ter cono-
(= que substitui, que faz as vezes de). tação irônica.
Por exemplo: Por exemplo:
Ninguém teve coragem de falar antes A menina foi a tal que ameaçou o pro-
que ela o fizesse. fessor?
Diz-se corretamente: f) Pode ocorrer a contração das preposições a,
de, em com pronome demonstrativo: àquele, àque-
Não sei que fazer. Ou: Não sei o que fazer.
la, deste, desta, disso, nisso, no, etc.
Mas:
Por exemplo:
Tenho muito que fazer. (E não: Tenho muito o
Não acreditei no que estava vendo.
que fazer.)
(no = naquilo)
d) Em frases como a seguinte, este refere-se
à pessoa mencionada em último lugar, aquele à
mencionada em primeiro lugar.

Pronomes Indefinidos

São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso)
ou expressando quantidade indeterminada.
Por exemplo: Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.
Não é difícil perceber que "alguém" indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa,
portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente
existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer revelar.
Classificam-se em:
Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada
de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.

Por exemplo:

Algo o incomoda?

Quem avisa amigo é.

Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção


de quantidade aproximada.
São eles: cada, certo(s), certa(s).

Por exemplo:

Cada povo tem seus costumes.

Certas pessoas exercem várias profissões.

Note que:
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:

229
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s),
muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns,
uma(s), vários, várias.

Por exemplo:

Menos palavras e mais ações.

Alguns contentam-se pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe o quadro:

Variáveis

Singular Plural Invariáveis

Masculino Feminino Masculino Feminino

algum alguma alguns algumas


nenhum nenhuma nenhuns nenhumas alguém
todo toda todos todas ninguém
muito muita muitos muitas outrem
pouco pouca poucos poucas tudo
vário vária vários várias nada
tanto tanta tantos tantas algo
outro outra outros outras cada
quanto quanta quantos quantas

qualquer quaisquer

São locuções pronominais indefinidas:


cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, se-
ja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra,
etc.
Por exemplo:
Cada um escolheu o vinho desejado.

Indefinidos Sistemáticos
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos que existem alguns
grupos que criamoposição de sentido. É o caso de:
algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sen-
tido negativo;
todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma to-
talidade negativa;
alguém/ninguém, que se referem a pessoa, e algo/nada, que se referem a coisa;
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.
Essas oposições de sentido são muito importantes na construção de frases e textos
coerentes, pois delas muitas vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos ex-
postos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados im-
primem às afirmações de que fazem parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prático.

230
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pessoas quaisquer.

Pronomes Relativos
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se
relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.
Por exemplo:
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).
O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a
palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.
Por exemplo:
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Por exemplo:
Quem casa, quer casa.
Observe o quadro abaixo:

Quadro dos Pronomes Relativos

Variáveis
Invariáveis
Masculino Feminino

o qual os quais a qual as quais quem


que
cujo cujos cuja cujas
onde
quanto quantos quanta quantas

Note que:
a) O pronome que é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.

Por exemplo:

O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)

A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)

Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)

As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)

b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados di-
daticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pro-
nomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de
determinadas preposições:

Por exemplo:

231
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso
de queneste caso geraria ambiguidade.)

Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar que depois
desobre.)

c) O relativo "que" às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração.

Por exemplo:

Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.

d) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a do qual,
da qual, dos quais, das quais.
Por exemplo:

estão rasga-
Este é o caderno cujas folhas
das.

(antecedente) (consequente)

e) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações)
etudo:
Por exemplo:

Emprestei tantos quantos foram necessários.

(antecedente)

Ele fez tudo quanto havia falado.

(antecedente)

f) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


Por exemplo:

É um professor a quem muito devemos.

(preposição)

g) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lu-
gar.
Por exemplo:
A casa onde morava foi assaltada.
h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que.
Por exemplo:
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.
i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
- como (= pelo qual)

232
Por exemplo:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.
- quando (= em que)
Por exemplo: Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.
Por exemplo:
O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo que.
Por exemplo: A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava.

Importância nada relativa


Não é difícil perceber que os pronomes relativos são peças fundamentais à boa articulação de frases
e textos: sua capacidade de atuar como pronomes e conectivos simultaneamente favorece a síntese e
evita a repetição de termos.

Pronomes Interrogativos
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini-
dos, referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
variações), quanto (e variações).

Por exemplo:

Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.

Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.

Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desem-


barcaram.

Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos


Pronomes Substantivos são aqueles que substituem um substantivo ao qual se referem.

Por exemplo:

Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.)

Aquilo me deixou alegre.

Obs.: ao assumir para si as características do nome que substitui, o pronome seguirá todas as de-
mais concordâncias (gênero - número - pessoa do discurso - marca de sujeito inanimado - marca de situ-
ação no espaço).
Pronomes Adjetivos são aqueles que acompanham o substantivo com o qual se relacionam, juntando-lhe
uma característica.
Por exemplo:
Este moço é meu irmão.
Alguma coisa me deixou

233
alegre.
Observação: a classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classifica-
ção específica.
Por exemplo:
Muita gente não me entende. (muita = pronome adjetivo indefinido).

Trouxe o meu ingresso e o teu. (meu = pronome adjetivo possessivo / teu = pronome substantivo
possessivo).

234
3- VERBO  auxiliares: juntam-se ao verbo prin-
cipal ampliando sua significação. Presentes
Conceito: É uma classe gramatical que atribui nos tempos compostos e locuções verbais;
ação ou estado ao sujeito.
 certos verbos possuem pronomes
Os verbos apresentam três conjugações. Em pessoais átonos que se tornam partes inte-
função da vogal temática, podem-se criar três para- grantes deles. Nesses casos, o pronome não
digmas verbais. De acordo com a relação dos verbos tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se,
com esses paradigmas, obtém-se a seguinte classifi- queixar-se etc.);
cação:  formas rizotônicas (tonicidade no ra-
dical - eu canto) e formas arrizotônicas (toni-
 regulares: seguem o paradigma
cidade fora do radical - nós cantaríamos).
verbal de sua conjugação;
 irregulares: não seguem o paradig- Quanto à flexão verbal, temos:
ma verbal da conjugação a que pertencem.
As irregularidades podem aparecer no radical  número: singular ou plural;

ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar -  pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;

estou/estão);  tempo: referência ao momento em


que se fala (pretérito, presente ou futuro). O
Entre os verbos irregulares, destacam-se os modo imperativo só tem um tempo, o presen-
anômalos que apresentam profundas irregularida- te;
des. São classificados como anômalos em todas as  voz: ativa, passiva e reflexiva;
gramáticas os verbos ser e ir.  modo: indicativo (certeza de um fato
ou estado), subjuntivo (possibilidade ou dese-
 defectivos: não são conjugados em
jo de realização de um fato ou incerteza do
determinadas pessoas, tempo ou modo (falir -
estado) e imperativo (expressa ordem, adver-
no presente do indicativo só apresenta a 1ª e
tência ou pedido).
a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribu-
em-se em três grupos: impessoais, unipesso- As três formas nominais do verbo (infinitivo,
ais (vozes ou ruídos de animais, só conjuga- gerúndio e particípio) não possuem função exclusi-
dos nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibili- vamente verbal. Infinitivo é antes substantivo, o par-
dade de confusão com outros verbos; ticípio tem valor e forma de adjetivo, enquanto o
 abundantes - apresentam mais de gerúndio equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas
uma forma para uma mesma flexão. Mais circunstâncias que exprime.
freqüente no particípio, devendo-se usar o
particípio regular com ter e haver; já o irregu- Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os

lar com ser e estar (aceito/aceitado, acendi- seguintes valores:

do/aceso - tenho/hei aceitado ≠ é/está acei-


 presente do indicativo: indica um
to);
fato real situado no momento ou época em
que se fala;

235
 presente do subjuntivo: indica um  Acudir (alternância vocálica o/u) -
fato provável, duvidoso ou hipotético situado presente do indicativo - acudo, acodes... e
no momento ou época em que se fala; pretérito perfeito do indicativo - com u (= bulir,
 pretérito perfeito do indicativo: in- consumir, cuspir, engolir, fugir) / Adequar (de-
dica um fato real cuja ação foi iniciada e con- fectivo) - só possui a 1ª e a 2ª pessoa do plu-
cluída no passado; ral no presente do indicativo
 pretérito imperfeito do indicativo:  Aderir (alternância vocálica e/i) -
indica um fato real cuja ação foi iniciada no presente do indicativo - adiro, adere... (= ad-
passado, mas não foi concluída ou era uma vertir, cerzir, despir, diferir, digerir, divergir,
ação costumeira no passado; ferir, sugerir)
 pretérito imperfeito do subjuntivo:  Agir (acomodação gráfica g/j) - pre-
indica um fato provável, duvidoso ou hipotéti- sente do indicativo - ajo, ages... (= afligir, co-
co cuja ação foi iniciada mas não concluída agir, erigir, espargir, refulgir, restringir, transi-
no passado; gir, urgir)
 pretérito mais-que-perfeito do in-  Agredir (alternância vocálica e/i) -
dicativo: indica um fato real cuja ação é an- presente do indicativo - agrido, agrides, agri-
terior a outra ação já passada; de, agredimos, agredis, agridem (= prevenir,

 futuro do presente do indicativo: progredir, regredir, transgredir) / Aguar (regu-

indica um fato real situado em momento ou lar) - presente do indicativo - águo, águas..., -

época vindoura; pretérito perfeito do indicativo - agüei, aguas-

 futuro do pretérito do indicativo: te, aguou, aguamos, aguastes, aguaram (=

indica um fato possível, hipotético, situado desaguar, enxaguar, minguar)

num momento futuro, mas ligado a um mo-  Aprazer (irregular) - presente do in-

mento passado; dicativo - aprazo, aprazes, apraz... / pretérito

 futuro do subjuntivo: indica um fato perfeito do indicativo - aprouve, aprouveste,

provável, duvidoso, hipotético, situado num aprouve, aprouvemos, aprouvestes, aprouve-

momento ou época futura; ram


 Argüir (irregular com alternância vo-
Alguns verbos da língua portuguesa apresen- cálica o/u) - presente do indicativo - arguo (ú),
tam problemas de conjugação. A seguir temos uma argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem - pre-
lista, seguida de comentários sobre essas dificulda- térito perfeito - argüi, argüiste... (com trema)
des de conjugação.  Atrair (irregular) - presente do indi-
cativo - atraio, atrais... / pretérito perfeito -
 Abolir (defectivo) - não possui a 1ª
atraí, atraíste... (= abstrair, cair, distrair, sair,
pessoa do singular do presente do indicativo,
subtrair)
por isso não possui presente do subjuntivo e
 Atribuir (irregular) - presente do in-
o imperativo negativo. (= banir, carpir, colorir,
dicativo - atribuo, atribuis, atribui, atribuímos,
delinqüir, demolir, descomedir-se, emergir,
atribuís, atribuem - pretérito perfeito - atribuí,
exaurir, fremir, fulgir, haurir, retorquir, urgir)

236
atribuíste, atribuiu... (= afluir, concluir, destitu- pretérito perfeito indicativo - construí, constru-
ir, excluir, instruir, possuir, usufruir) íste...
 Averiguar (alternância vocálica o/u)  Crer (irregular) - presente do indica-
- presente do indicativo - averiguo (ú), averi- tivo - creio, crês, crê, cremos, credes, crêem -
guas (ú), averigua (ú), averiguamos, averi- pretérito perfeito indicativo - cri, creste, creu,
guais, averiguam (ú) - pretérito perfeito - ave- cremos, crestes, creram - imperfeito indicati-
rigüei, averiguaste... - presente do subjuntivo vo - cria, crias, cria, críamos, críeis, criam
- averigúe, averigúes, averigúe... (= apazi-  Falir (defectivo) - presente do indica-
guar) tivo - falimos, falis - pretérito perfeito indicati-
 Cear (irregular) - presente do indica- vo - fali, faliste... (= aguerrir, combalir, foragir-
tivo - ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais, ceiam - se, remir, renhir)
pretérito perfeito indicativo - ceei, ceaste, ce-  Frigir (acomodação gráfica g/j e al-
ou, ceamos, ceastes, cearam (= verbos ter- ternância vocálica e/i) - presente do indicativo
minados em -ear: falsear, passear... - alguns - frijo, freges, frege, frigimos, frigis, fregem -
apresentam pronúncia aberta: estréio, es- pretérito perfeito indicativo - frigi, frigiste...
tréia...)  Ir (irregular) - presente do indicativo -
 Coar (irregular) - presente do indica- vou, vais, vai, vamos, ides, vão - pretérito
tivo - côo, côas, côa, coamos, coais, coam - perfeito indicativo - fui, foste... - presente sub-
pretérito perfeito - coei, coaste, coou... (= juntivo - vá, vás, vá, vamos, vades, vão
abençoar, magoar, perdoar) / Comerciar (re-  Jazer (irregular) - presente do indica-
gular) - presente do indicativo - comercio, tivo - jazo, jazes... - pretérito perfeito indicati-
comercias... - pretérito perfeito - comerciei... vo - jazi, jazeste, jazeu...
(= verbos em -iar , exceto os seguintes ver-  Mobiliar (irregular) - presente do in-
bos: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odi- dicativo - mobílio, mobílias, mobília, mobilia-
ar) mos, mobiliais, mobíliam - pretérito perfeito
 Compelir (alternância vocálica e/i) - indicativo - mobiliei, mobiliaste... / Obstar (re-
presente do indicativo - compilo, compeles... - gular) - presente do indicativo - obsto, obs-
pretérito perfeito indicativo - compeli, compe- tas... - pretérito perfeito indicativo - obstei,
liste... obstaste...
 Compilar (regular) - presente do in-  Pedir (irregular) - presente do indica-
dicativo - compilo, compilas, compila... - pre- tivo - peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pe-
térito perfeito indicativo - compilei, compilas- dem - pretérito perfeito indicativo - pedi, pe-
te... diste... (= despedir, expedir, medir) / Polir (al-
 Construir (irregular e abundante) - ternância vocálica e/i) - presente do indicativo
presente do indicativo - construo, constróis - pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem -
(ou construis), constrói (ou construi), constru- pretérito perfeito indicativo - poli, poliste...
ímos, construís, constroem (ou construem) -  Precaver-se (defectivo e pronomi-
nal) - presente do indicativo - precavemo-nos,

237
precaveis-vos - pretérito perfeito indicativo - Caber
precavi-me, precaveste-te... / Prover (irregu-
lar) - presente do indicativo - provejo, provês,  presente do indicativo: caibo, ca-

provê, provemos, provedes, provêem - preté- bes, cabe, cabemos, cabeis, cabem;

rito perfeito indicativo - provi, proveste, pro-  presente do subjuntivo: caiba, cai-

veu... / Reaver (defectivo) - presente do indi- bas, caiba, caibamos, caibais, caibam;

cativo - reavemos, reaveis - pretérito perfeito  pretérito perfeito do indicativo:

indicativo - reouve, reouveste, reouve... (ver- coube, coubeste, coube, coubemos, coubes-

bo derivado do haver, mas só é conjugado tes, couberam;

nas formas verbais com a letra v)  pretérito mais-que-perfeito do in-

 Remir (defectivo) - presente do indi- dicativo: coubera, couberas, coubera, cou-

cativo - remimos, remis - pretérito perfeito in- béramos, coubéreis, couberam;

dicativo - remi, remiste...  pretérito imperfeito do subjuntivo:

 Requerer (irregular) - presente do coubesse, coubesses, coubesse, coubésse-

indicativo - requeiro, requeres... - pretérito mos, coubésseis, coubessem;

perfeito indicativo - requeri, requereste, re-  futuro do subjuntivo: couber, cou-

quereu... (derivado do querer, diferindo dele beres, couber, coubermos, couberdes, cou-

na 1ª pessoa do singular do presente do indi- berem.

cativo e no pretérito perfeito do indicativo e


derivados, sendo regular)
 Rir (irregular) - presente do indicativo
Dar
- rio, rir, ri, rimos, rides, riem - pretérito perfei-
to indicativo - ri, riste... (= sorrir)  presente do indicativo: dou, dás,
 Saudar (alternância vocálica) - pre- dá, damos, dais, dão;
sente do indicativo - saúdo, saúdas... - preté-  presente do subjuntivo: dê, dês,
rito perfeito indicativo - saudei, saudaste... dê, demos, deis, dêem;
 Suar (regular) - presente do indicati-  pretérito perfeito do indicativo:
vo - suo, suas, sua... - pretérito perfeito indi- dei, deste, deu, demos, destes, deram;
cativo - suei, suaste, sou... (= atuar, continu-  pretérito mais-que-perfeito do in-
ar, habituar, individuar, recuar, situar) dicativo: dera, deras, dera, déramos, déreis,
 Valer (irregular) - presente do indica- deram;
tivo - valho, vales, vale... - pretérito perfeito  pretérito imperfeito do subjuntivo:
indicativo - vali, valeste, valeu... desse, desses, desse, déssemos, désseis,
dessem;
Também merecem atenção os seguintes ver-
 futuro do subjuntivo: der, deres,
bos irregulares:
der, dermos, derdes, derem.

 Pronominais: Apiedar-se, dignar-se,


Dizer
persignar-se, precaver-se

238
 presente do indicativo: digo, dizes,  pretérito imperfeito do subjuntivo:
diz, dizemos, dizeis, dizem; estivesse, estivesses, estivesse, estivésse-
 presente do subjuntivo: diga, di- mos, estivésseis, estivessem;
gas, diga, digamos, digais, digam;  futuro do subjuntivo: estiver, esti-
 pretérito perfeito do indicativo: veres, estiver, estivermos, estiverdes, estive-
disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, rem;
disseram;
Fazer
 pretérito mais-que-perfeito do in-
dicativo: dissera, disseras, dissera, disséra-
 presente do indicativo: faço, fazes,
mos, disséreis, disseram;
faz, fazemos, fazeis, fazem;
 futuro do presente: direi, dirás, dirá,
 presente do subjuntivo: faça, fa-
etc.;
ças, faça, façamos, façais, façam;
 futuro do pretérito: diria, dirias, di-
 pretérito perfeito do indicativo: fiz,
ria, etc.;
fizeste, fez, fizemos, fizestes, fizeram;
 pretérito imperfeito do subjuntivo:
 pretérito mais-que-perfeito do in-
dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos,
dicativo: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fi-
dissésseis, dissessem;
zéreis, fizeram;
 futuro do subjuntivo: disser, disse-
 pretérito imperfeito do subjuntivo:
res, disser, dissermos, disserdes, disserem;
fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizés-
seis, fizessem;
Seguem esse modelo os derivados bendizer,
 futuro do subjuntivo: fizer, fizeres,
condizer, contradizer, desdizer, maldizer, predizer.
fizer, fizermos, fizerdes, fizerem.
Os particípios desse verbo e seus derivados
são irregulares: dito, bendito, contradito, etc. Seguem esse modelo desfazer, liquefazer e
satisfazer.
Estar
Os particípios desse verbo e seus derivados
 presente do indicativo: estou, es- são irregulares: feito, desfeito, liquefeito, satisfeito,
tás, está, estamos, estais, estão; etc.

 presente do subjuntivo: esteja, es-


Haver
tejas, esteja, estejamos, estejais, estejam;
 pretérito perfeito do indicativo: es-
 presente do indicativo: hei, hás,
tive, estiveste, esteve, estivemos, estivestes,
há, havemos, haveis, hão;
estiveram;
 presente do subjuntivo: haja, ha-
 pretérito mais-que-perfeito do in-
jas, haja, hajamos, hajais, hajam;
dicativo: estivera, estiveras, estivera, estivé-
 pretérito perfeito do indicativo:
ramos, estivéreis, estiveram;
houve, houveste, houve, houvemos, houves-
tes, houveram;

239
 pretérito mais-que-perfeito do in-  pretérito mais-que-perfeito do in-
dicativo: houvera, houveras, houvera, hou- dicativo: pudera, puderas, pudera, pudéra-
véramos, houvéreis, houveram; mos, pudéreis, puderam;
 pretérito imperfeito do subjuntivo:  pretérito imperfeito do subjuntivo:
houvesse, houvesses, houvesse, houvésse- pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos,
mos, houvésseis, houvessem; pudésseis, pudessem;
 futuro do subjuntivo: houver, hou-  futuro do subjuntivo: puder, pude-
veres, houver, houvermos, houverdes, houve- res, puder, pudermos, puderdes, puderem.
rem.
Pôr
Ir
 presente do indicativo: ponho,
 presente do indicativo: vou, vais, pões, põe, pomos, pondes, põem;
vai, vamos, ides, vão;  presente do subjuntivo: ponha, po-
 presente do subjuntivo: vá, vás, nhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham;
vá, vamos, vades, vão;  pretérito imperfeito do indicativo:
 pretérito imperfeito do indicativo: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis,
ia, ias, ia, íamos, íeis, iam; punham;
 pretérito perfeito do indicativo: fui,  pretérito perfeito do indicativo:
foste, foi, fomos, fostes, foram; pus, puseste, pôs, pusemos, pusestes, puse-
 pretérito mais-que-perfeito do in- ram;
dicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, fo-  pretérito mais-que-perfeito do in-
ram; dicativo: pusera, puseras, pusera, puséra-
 pretérito imperfeito do subjuntivo: mos, puséreis, puseram;
fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fos-  pretérito imperfeito do subjuntivo:
sem; pusesse, pusesses, pusesse, puséssemos,
 futuro do subjuntivo: for, fores, for, pusésseis, pusessem;
formos, fordes, forem.  futuro do subjuntivo: puser, puse-
res, puser, pusermos, puserdes, puserem.
Poder
Todos os derivados do verbo pôr seguem exa-
 presente do indicativo: posso, po- tamente esse modelo: antepor, compor, contrapor,
des, pode, podemos, podeis, podem; decompor, depor, descompor, dispor, expor, impor,
 presente do subjuntivo: possa, indispor, interpor, opor, pospor, predispor, pressupor,
possas, possa, possamos, possais, possam; propor, recompor, repor, sobrepor, supor, transpor
 pretérito perfeito do indicativo: são alguns deles.
pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes,
puderam; Querer

240
 presente do indicativo: quero, que-  presente do subjuntivo: seja, sejas,
res, quer, queremos, quereis, querem; seja, sejamos, sejais, sejam;
 presente do subjuntivo: queira,  pretérito imperfeito do indicativo:
queiras, queira, queiramos, queirais, queiram; era, eras, era, éramos, éreis, eram;
 pretérito perfeito do indicativo:  pretérito perfeito do indicativo: fui,
quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, foste, foi, fomos, fostes, foram;
quiseram;  pretérito mais-que-perfeito do in-
 pretérito mais-que-perfeito do in- dicativo: fora, foras, fora, fôramos, fôreis, fo-
dicativo: quisera, quiseras, quisera, quisé- ram;
ramos, quiséreis, quiseram;  pretérito imperfeito do subjuntivo:
 pretérito imperfeito do subjuntivo: fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fos-
quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos, sem;
quisésseis, quisessem;  futuro do subjuntivo: for, fores, for,
 futuro do subjuntivo: quiser, quise- formos, fordes, forem.
res, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem;
As segundas pessoas do imperativo afirmativo
Saber são: sê (tu) e sede (vós).

 presente do indicativo: sei, sabes, Ter


sabe, sabemos, sabeis, sabem;
 presente do indicativo: tenho, tens,
 presente do subjuntivo: saiba, sai-
tem, temos, tendes, têm;
bas, saiba, saibamos, saibais, saibam;
 presente do subjuntivo: tenha, te-
 pretérito perfeito do indicativo:
nhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham;
soube, soubeste, soube, soubemos, soubes-
tes, souberam;  pretérito imperfeito do indicativo:
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham;
 pretérito mais-que-perfeito do in-
 pretérito perfeito do indicativo: ti-
dicativo: soubera, souberas, soubera, sou-
béramos, soubéreis, souberam; ve, tiveste, teve, tivemos, tivestes, tiveram;

 pretérito imperfeito do subjuntivo:  pretérito mais-que-perfeito do in-


dicativo: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, ti-
soubesse, soubesses, soubesse, soubésse-
mos, soubésseis, soubessem; véreis, tiveram;

 futuro do subjuntivo: souber, sou-  pretérito imperfeito do subjuntivo:

beres, souber, soubermos, souberdes, sou- tivesse, tivesses, tivesse, tivéssemos, tivés-
seis, tivessem;
berem.
 futuro do subjuntivo: tiver, tiveres,
Ser tiver, tivermos, tiverdes, tiverem.

 presente do indicativo: sou, és, é, Seguem esse modelo os verbos ater, conter,
somos, sois, são; deter, entreter, manter, reter.

241
Trazer Seguem esse modelo os derivados antever,
entrever, prever, rever. Prover segue o modelo acima
 presente do indicativo: trago, tra- apenas no presente do indicativo e seus tempos
zes, traz, trazemos, trazeis, trazem; derivados; nos demais tempos, comporta-se como
 presente do subjuntivo: traga, tra- um verbo regular da segunda conjugação.
gas, traga, tragamos, tragais, tragam;
 pretérito perfeito do indicativo: Vir

trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxes-


 presente do indicativo: venho,
tes, trouxeram;
vens, vem, vimos, vindes, vêm;
 pretérito mais-que-perfeito do in-
 presente do subjuntivo: venha, ve-
dicativo: trouxera, trouxeras, trouxera,
nhas, venha, venhamos, venhais, venham;
trouxéramos, trouxéreis, trouxeram;
 pretérito imperfeito do indicativo:
 futuro do presente: trarei, trarás,
vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vi-
trará, etc.;
nham;
 futuro do pretérito: traria, trarias,
 pretérito perfeito do indicativo:
traria, etc.;
vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram;
 pretérito imperfeito do subjuntivo:
 pretérito mais-que-perfeito do in-
trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxésse-
dicativo: viera, vieras, viera, viéramos, vié-
mos, trouxésseis, trouxessem;
reis, vieram;
 futuro do subjuntivo: trouxer, trou-
 pretérito imperfeito do subjuntivo:
xeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trou-
viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis,
xerem.
viessem;

Ver  futuro do subjuntivo: vier, vieres,


vier, viermos, vierdes, vierem;
 presente do indicativo: vejo, vês,  particípio e gerúndio: vindo.
vê, vemos, vedes, vêem;
 presente do subjuntivo: veja, vejas, Seguem esse modelo os verbos advir, convir,

veja, vejamos, vejais, vejam; desavir-se, intervir, provir, sobrevir.

 pretérito perfeito do indicativo: vi,


O emprego do infinitivo não obedece a regras
viste, viu, vimos, vistes, viram;
bem definidas.
 pretérito mais-que-perfeito do in-
dicativo: vira, viras, vira, víramos, víreis, vi-
O impessoal é usado em sentido genérico ou
ram;
indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, o
 pretérito imperfeito do subjuntivo:
pessoal refere-se às pessoas do discurso, depen-
visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vis-
dendo do contexto. Recomenda-se sempre o uso da
sem;
forma pessoal se for necessário dar à frase maior
 futuro do subjuntivo: vir, vires, vir,
clareza e ênfase.
virmos, virdes, virem.

242
Usa-se o impessoal:
prio advérbio.

 sem referência a nenhum sujeito: É


proibido fumar na sala; Às vezes, um advérbio pode se referir a uma
oração inteira; nessa situação, normalmente transmi-
 nas locuções verbais: Devemos ava- tem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o
liar a sua situação; conteúdo da oração.
Por exemplo:
 quando o infinitivo exerce função de
As providências tomadas foram infrutí-
complemento de adjetivos: É um problema feras, lamentavelmente.
fácil de solucionar; Quando modifica um verbo, o advérbio pode
acrescentar várias ideias, tais como:
 quando o infinitivo possui valor de
Tempo: Ela chegou tarde.
imperativo - Ele respondeu: "Marchar!"
Lugar: Ele mora aqui.
Modo: Eles agiram mal.
Usa-se o pessoal:
Negação: Ela não saiu de casa.

 quando o sujeito do infinitivo é dife- Dúvida: Talvez ele volte.

rente do sujeito da oração principal: Eu não te


culpo por saíres daqui; Observações:
 quando, por meio de flexão, se quer - Os advérbios que se relacio-
realçar ou identificar a pessoa do sujeito: Foi nam ao verbo são palavras que ex-
pressam circunstâncias do processo
um erro responderes dessa maneira; verbal, podendo assim, ser classifica-
dos como determinantes.
 quando queremos determinar o sujei-
to (usa-se a 3ª pessoa do plural): - Escutei
baterem à porta.
Por exemplo:
7- ADVÉRBIO Ninguém manda aqui!
Compare estes exemplos: mandar: verbo
O ônibus chegou. aqui: advérbio de lugar = determinante do
O ônibus chegou ontem. verbo

A palavra ontem acrescentou ao ver- - Quando modifica um adjetivo, o advérbio


bo chegou uma circunstância de tempo: ontem é acrescenta a ideia de intensidade.
um advérbio. Por exemplo:
Marcos jogou bem. O filme era muito bom.
Marcos jogou muito bem. - Na linguagem jornalística e publicitária atu-
A palavra muito intensificou o sentido do ad- ais, têm sido frequentes os advérbios associados a
vérbio bem: muito, aqui, é um advérbio. substantivos:

A criança é linda. Por exemplo:

A criança é muito linda. " Isso é simplesmente futebol" - disse


o jogador.
A palavra muito intensificou a qualidade con- "Orgulhosamente Brasil" é o que diz a nova
tida no adjetivo linda: muito, nessa frase, é um ad- campanha publicitária ufanista.
vérbio.

Advérbio é uma palavra invariável que mo- IMPORTANTE: Toda estrutura adverbial será
difica o sentido do verbo, do adjetivo e do pró- uma circunstância e toda circunstância sempre será

243
uma estrutura adverbial. As circunstâncias mais usu- ais são:

Lugar Tempo Modo Causa Conseqüência


Condição Proporção Finalidade Negação Afirmação
Companhia Ausência Meio Matéria Comparação
Concessão Conformidade Intensidade Oposição Instrumento

244
- Subordinativas - ligam duas orações depen-

Exemplos: dentes, subordinando uma à outra. Apresentam dez


tipos:
Ex: Amanhã iremos de avião com nossos pais
a São Paulopara uma festa anual.
 causais: porque, visto que, já que,
 Amanhã  advérbio de tempo
uma vez que, como, desde que;
 iremos  verbo*
 de avião  locução adverbial de
meio Palavra que liga orações basicamente, estabe-
 Com nossos pais  locução adver- lecendo entre elas alguma relação (subordinação ou
bial de companhia
coordenação). As conjunções classificam-se em:
 a São Paulo  locução adverbial de
lugar (destino)
 para uma festa  locução adverbial  comparativas: como, (tal) qual, as-
de finalidade
sim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +)
 anual.  adjetivo
que;
 condicionais: se, caso, contanto
4- CONJUNÇÃO
que, desde que, salvo se, sem que (= se
É a palavra que liga orações basicamente, es-
não), a menos que;
tabelecendo entre elas alguma relação (subordina-
 consecutivas (conseqüência, resul-
ção ou coordenação). As conjunções classificam-se
tado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão
em:
etc. - indicadores de intensidade), de modo
que, de maneira que, de sorte que, de manei-
- Coordenativas, aquelas que ligam duas ora-
ra que, sem que;
ções independentes (coordenadas), ou dois termos
 conformativas (conformidade, ade-
que exercem a mesma função sintática dentro da
quação): conforme, segundo, consoante, co-
oração. Apresentam cinco tipos:
mo;

 aditivas (adição): e, nem, mas tam-  concessiva: embora, conquanto,


bém, como também, bem como, mas ainda; posto que, por muito que, se bem que, ainda

 adversativas (adversidade, oposi- que, mesmo que;

ção): mas, porém, todavia, contudo, antes (=  temporais: quando, enquanto, logo

pelo contrário), não obstante, apesar disso; que, desde que, assim que, mal (= logo que),

 alternativas (alternância, exclusão, até que;

escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ...  finais - a fim de que, para que, que;

quer;  proporcionais: à medida que, à


 conclusivas (conclusão): logo, por- proporção que, ao passo que, quanto mais (+
tanto, pois (depois do verbo), por conseguin- tanto menos);
te, por isso;  integrantes - que, se.
 explicativas (justificação): - pois
As conjunções integrantes introduzem as ora-
(antes do verbo), porque, que, porquanto.
ções subordinadas substantivas.

245
Por exemplo: regido, aquele que cumpre o regime estabelecido
pelo antecedente.
Espero que você volte. (Espero sua
volta.) Exemplos:
Não sei se ele voltará. (Não sei da sua vol-
1. A hora das refeições é sa-
ta.)
grada.
hora das refeições: elementos ligados por
Locução Conjuntiva preposição
Recebem o nome de locução conjuntiva os de + as = das: preposição
conjuntos de palavras que atuam como conjunção.
hora: termo antecedente = rege a construção
Essas locuções geralmente terminam
"das refeições"
em "que". Observe os exemplos:
refeições: termo consequente = é regido pela
construção "hora da"
visto que
2. Alguém passou por aqui.
desde que
passou por aqui: elementos ligados por pre-
ainda que posição
por mais que por: preposição
à medida que passou: termo antecedente = rege a constru-
à proporção que ção "por aqui"
logo que aqui: termo consequente = é regido pela cons-
trução "passou por"
a fim de que
As preposições são palavras invariáveis, pois
não sofrem flexão de gênero, número ou variação
9- PREPOSIÇÃO em grau como os nomes, nem de pessoa, número,
Preposição é a palavra que estabelece uma tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No
relação entre dois ou mais termos da oração. Essa entanto, em diversas situações as preposições se
relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os combinam a outras palavras da língua (fenômeno
elementos ligados pela preposição não há sentido da contração) e, assim, estabelecem uma relação
dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o de concordância em gênero e número com essas
sentido da expressão é dependente da união de palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se
todos os elementos que a preposição vincula. trata de uma variação própria da preposição, mas
sim da palavra com a qual ela se funde.
Exemplos:
Por exemplo:
1. Os amigos de João estranha
ram o seu modo de vestir. de + o = do

amigos de João / modo de vestir: por + a = pela


elementos ligados por preposição em + um = num
de: preposição
As preposições podem introduzir:
2. Ela esperou com entusiasmo
a) Complementos Verbais
aquele breve passeio.
esperou com entusiasmo: elementos Por exemplo:
ligados por preposição Eu obedeço "aos meus pais".
com: preposição b) Complementos Nominais
Esse tipo de relação é considerada Por exemplo:
uma conexão, em que os conectivos cumprem a
função de ligar elementos. A preposição é um des- Continuo obediente "aos meus pais".
ses conectivos e se presta a ligar palavras entre si c) Locuções Adjetivas
num processo de subordinação denominado regên-
cia. Por exemplo:
Diz-se regência devido ao fato de que, na re- É uma pessoa "de valor".
lação estabelecida pelas preposições, o primeiro
elemento – chamado antecedente – é o termo que d) Locuções Adverbiais
rege, que impõe um regime; o segundo elemento, Por exemplo:
por sua vez – chamado consequente – é o termo

246
Tive de agir "com cautela".
to (=por).
e) Orações Reduzidas
Por exemplo:
"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.
Classificação das Preposições
Saiba que:
As palavras da Língua Portuguesa que atu-
am exclusivamente como preposição são chama- As preposições essenciais regem
das preposições essenciais. São elas: sempre a forma oblíqua tônica dos pro-
nomes pessoais:
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, Por exemplo:
entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre,
Não vá sem mim à escola.
trás
As preposições acidentais, por
sua vez, regem a forma reta desses
Observações:
mesmos pronomes:
1) A preposição após, acidentalmente, pode
Por exemplo:
ser advérbio, com a significação de atrás, depois.
Todos, exceto eu, prefe-
Por exemplo:
rem sorvete de chocolate.
Os noivos passaram, e os convidados
os seguiram logo após.
2) Dês é o mesmo que desde e ocorre com
pouca frequência em autores modernos.
Por exemplo: Locução Prepositiva
Dês que começaste a me visitar, sinto- É o conjunto de duas ou mais palavras que
me melhor. têm o valor de uma preposição. A última palavra
dessas locuções é sempre uma preposição.
3) Trás, modernamente, só se usa em locu-
ções adverbiais e prepositivas: por trás, para Principais locuções prepositivas:
trás, para trás de.Como preposição simples, apare-
ce, por exemplo, no antigo ditado:
abaixo de acima de acerca de
Trás mim virá quem bom me fará.
4) Para, na fala popular, apresenta a forma
sincopada pra. a fim de além de a par de

Por exemplo:
apesar de antes de depois de
Bianca, alcance aqueles li-
vros pra mim.
5) Até pode ser palavra denotativa de inclu- ao invés de diante de em fase de
são.
Por exemplo: em vez de graças a junto a
Os ladrões roubaram-lhe até a roupa
do corpo. junto com junto de à custa de
Há palavras de outras classes gramaticais
que, em determinadas situações, podem atuar como
preposições. São, por isso, chamadas preposições defronte de através de em via de
acidentais:
de encontro a em frente de em frente a

como (= na qualidade de), conforme (= de sob pena de a respeito de ao encontro de


acordo com), segundo (= confor-
me), consoante (= conforme), durante, sal-
vo, fora, mediante, tirante, exceto, senão, vis-
Combinação e Contração da Preposição

247
Quando as preposi-  Autoria - Esta música é de Roberto
ções a, de, em e per unem-se a certas palavras, Carlos.
formando um só vocábulo, essa união pode ser por:
 Lugar - Estou em casa.
Combinação: ocorre quando a preposição, ao
unir-se a outra palavra, mantém todos os seus fone-  Tempo -Eu viajei durante as férias.
mas.  Modo ou conformidade - Vamos
Por exemplo: preposição a + artigo masculi- escolher por sorteio.
no o = ao  Causa - Estou tremendo de frio
preposição a + artigo masculino os = aos
 Assunto - Não gosto de fa-
Contração: ocorre quando a preposição sofre lar sobre política.
modificações na sua estrutura fonológica ao unir-se
a outra palavra. As preposições de e em, por exem-  Fim ou finalidade - Eu
plo, formam contrações com os artigos e com diver- vim para ficar
sos pronomes. Veja:
 Instrumento - Paulo feriu- se com a
faca.
do dos da das  Companhia - Hoje vou sa-
ir com meus amigos.
num nuns numa numas  Meio - Voltarei a andar a cavalo.
 Matéria - Devolva-me meu
disto disso daquilo anel de prata.
 Posse - Este é o carro de João.
naquele naqueles naquela naquelas  Oposição - O Flamengo jo-
gou contra Fluminense.
Observe outros exemplos:  Conteúdo - Tomei um co-
po de (com) vinho.
em + a = na em + aquilo = naquilo
 Preço - Vendemos o filhote de nosso
de + aquela = daquela de + onde = donde
cachorro a (por) R$ 300,00.
Por exemplo:
per + o = pelo

FLEXÃO NOMINAL –Substantivos.


Obs.: as formas pelo, pela, pelos, pe-
las resultam da contração da antiga preposi-
ção per com os artigos definidos.  FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS

O substantivo é uma classe variável. A palavra


Encontros Especiais é variável quando sofre flexão (variação). A pala-
vra menino, por exemplo, pode sofrer variações
A contração da preposição a com os artigos para indicar:
ou pronomes demonstrativos a, as ou com
o "a" inicial dos prono-  Plural: meninos
mes aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo resul  Feminino: menina
ta numa fusão de vogais a que se chama de crase -  Aumentativo: meninão
que deve ser assinalada na escrita pelo uso do acen-  Diminutivo: menininho
to grave.  Flexão de Gênero
Por exemplo: Gênero é a propriedade que as palavras têm
de indicar sexo real ou fictício dos seres. Na língua
a+a=à
portuguesa, há dois gêne-
Exemplos: ros: masculino e feminino.
às - àquela - àquelas - àquele - Pertencem ao gênero masculino os substan-
àqueles - àquilo tivos que podem vir precedidos dos artigos o, os,
um, uns. Veja estes títulos de filmes:
Principais Relações estabelecidas pelas
Preposições

248
- O velho e o mar Formação do Feminino dos Substantivos
- Um Natal inesquecível Biformes

- Os reis da praia a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -


a.
Por exemplo:
Pertencem ao gênero feminino os substanti-
vos que podem vir precedidos dos artigos a, as, aluno - aluna
uma, umas:
b) Substantivos terminados em -
ês: acrescenta-se -a ao masculino.
A história sem fim Por exemplo:
Uma cidade sem passado freguês - freguesa
As tartarugas ninjas c) Substantivos terminados em -ão: fazem o
feminino de três formas:
 Substantivos Biformes e Substan- - troca-se -ão por -oa.
tivos Uniformes
Por exemplo:
Substantivos Biformes (= duas formas): ao in-
patrão - patroa
dicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da
palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, - troca-se -ão por -ã.
portanto, duas formas, uma para o masculino e outra
para o feminino. Observe: Por exemplo:
campeão - campeã
 gato - gata
 homem - mulher -troca-se -ão por ona.
 poeta - poetisa Por exemplo:
 prefeito - prefeita
solteirão - solteirona
Substantivos Uniformes: são aqueles que
apresentam uma única forma, que serve tanto para o Exceções:
masculino quanto para o feminino. Classificam-se
barão – baronesa
em:
ladrão- ladra
Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bi-
chos. sultão - sultana
Por exemplo: a cobra macho e a cobra fê- d) Substantivos terminados em -or:
mea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- acrescenta-se -a ao masculino.
Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam
Por exemplo:
pessoas.
doutor - doutora
Por exemplo: a criança, a testemunha, a víti-
ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo. - troca-se -or por -triz:
Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das imperador - imperatriz
pessoas por meio do artigo.
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -
Por exemplo: o colega e a colega, o doente e isa:
a doente, o artista e a artista.
Saiba que: - Substantivos de origem grega -esa - -essa- -isa-
terminados em -ema ou - oma são masculinos.
Por exemplo: o axioma, o fonema, o poema,
cônsul abade
o sistema, o sintoma, o teorema. poeta
consule- abades-
- Existem certos substantivos que, variando de poetisa
sa sa
gênero, variam em seu significado.
Por exemplo:
conde
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação duque profeta
emissora) condes-
duquesa profetisa
o capital (dinheiro) e a capital (cidade) sa

249
f) Substantivos que formam o feminino trocan-
do o -e final por -a: a criatura João é uma boa criatura.
elefante - elefanta
g) Substantivos que têm radicais diferentes no Maria é uma boa criatura.
masculino e no feminino:
bode – cabra
boi - vaca o cônjuge O cônjuge de João faleceu.

h) Substantivos que formam o feminino de


maneira especial, isto é, não seguem nenhuma das O cônjuge de Marcela faleceu.
regras anteriores:
czar – czarina Comuns de Dois Gêneros:
réu - ré Observe a manchete:

Formação do Feminino dos Substantivos Motorista tem acidente idêntico 23 anos


Uniformes depois.

Epicenos:
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma
Observe: mulher?
É impossível saber apenas pelo título da no-
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pi- tícia, uma vez que a palavra motorista é um subs-
nheiros. tantivo uniforme. O restante da notícia nos informa
que se trata de um homem.
Não é possível saber o sexo do jacaré em A distinção de gênero pode ser feita através
questão. Isso ocorre porque o substanti- da análise do artigo ou adjetivo, quando acompa-
vo jacaré tem apenas uma forma para indicar o nharem o substantivo.
masculino e o feminino.
Exemplos:
Alguns nomes de animais apresentam uma só
o colega - a colega
forma para designar os dois sexos. Esses substanti-
vos são chamados de epicenos. No caso dos epice- o imigrante - a imigrante
nos, quando houver a necessidade de especificar o
um jovem - uma jovem
sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
artista famoso - artista famosa
Por exemplo: a cobra
repórter francês - repórter francesa
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na ba-
naneira. Substantivos de Gênero Incerto
Sobrecomuns: Existem numerosos substantivos de gênero
incerto e flutuante, sendo usados com a mesma sig-
nificação, ora como masculinos, ora como femininos.
Entregue as crianças à natureza.

erro comum, superstição,


A palavra crianças refere-se tanto a a abusão
crendice
seres do sexo masculino, quanto a se-
res do sexo feminino.
Nesse caso, nem o artigo nem um sedimentos deixados pelas
possível adjetivo permitem identificar o a aluvião águas, inundação, grande
sexo dos seres a que se refere a pala- numero
vra. Veja:
A criança chorona chamava-se João. a cólera ou cólera-
doença infecciosa
A criança chorona chamava-se Maria. morbo
Outros substantivos sobrecomuns:
a personagem pessoa importante, pessoa

250
que figura numa história
Masculinos

intriga, conluio, maquinação,


a trama o tapa o clã
cilada
o eclipse o Hosana

a xerox (ou xérox) cópia xerográfica, xerocópia o lança-perfume o herpes


o dó (pena) o pijama
refeição que os cristãos o sanduíche o suéter
o ágape faziam em comum, banque-
o clarinete o soprano
te de confraternização
o champanha o proclama

o caudal torrente, rio o sósia o pernoite


o maracajá o púbis
o diabetes ou diabe-
doença
te o grama (peso) o epigrama
o quilograma o telefonema
o jângal floresta própria da Índia o plasma o estratagema
o apostema o dilema
mamífero ruminante da fa-
o lhama o diagrama o teorema
mília dos camelídeos

soldado às ordens de um a dinamite a pane


o ordenança
oficial a áspide a mascote
a derme a gênese
o praça soldado raso a hélice a entorse
a Alcione a libido
o preá pequeno roedor
a filoxera a cal
a clâmide a faringe
Note que:
a omoplata a cólera (doença)
1. A palavra personagem é usada indistinta-
mente nos dois gêneros. a cataplasma a ubá (canoa)
a) Entre os escritores modernos nota-se acen-
tuada preferência pelo masculino: Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o
Por exemplo: O menino descobriu nas nu- Havre.
vens os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o Gênero e Significação:
feminino:
O problema está nas mulheres de mais idade, Muitos substantivos têm uma significação no
que não aceitam a personagem. masculino e outra no feminino. Observe:
Não cheguei assim, nem era minha intenção,
a criar uma personagem.
o baliza (soldado que, a baliza (marco, estaca;
2. Ordenança, praça (soldado) e sentinela que à frente da tropa, sinal que marca um limite
(soldado, atalaia) são sentidos e usados na língua indica os movimentos ou proibição de trânsito)
atual, como masculinos, por se referirem, ordinaria- que se deve realizar em
mente, a homens. conjunto; o que vai à
3. Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) frente de um bloco car-
modelo fotográfico Ana Belmonte. navalesco, manejando
um bastão)

251
o cabeça (chefe) a cabeça (parte do cor- Flexão de Número do Substantivo
po) Em português, há dois números gramaticais:
o cisma (separação reli- a cisma (ato de cismar, O singular, que indica um ser ou um grupo de
giosa, dissidência) desconfiança) seres;
O plural, que indica mais de um ser ou grupo
o cinza (a cor cinzenta) a cinza (resíduos de de seres.
combustão)
A característica do plural é o
o capital (dinheiro) a capital (cidade)
s final.
o coma (perda dos senti- a coma (cabeleira)
dos)
Plural dos Substantivos Simples
o coral (pólipo, a cor a coral (cobra venenosa)
vermelha, canto em coro) a) Os substantivos terminados
em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo
o crisma (óleo sagrado, a crisma (sacramento da acréscimo de s.
usado na administração confirmação) Por exemplo:
da crisma e de outros
sacramentos) pai – pais
ímã – ímãs
o cura (pároco) a cura (ato de curar)
hífen - hifens (sem acento, no plural).
o estepe (pneu sobres- a estepe (vasta planície Exceção: cânon - cânones.
salente) de vegetação)
b) Os substantivos terminados em m fazem o
plural em ns.
o guia (pessoa que guia a guia (documento, pena
outras) grande das asas das Por exemplo:
aves) homem - homens.
o grama (unidade de a grama (relva) c) Os substantivos terminados em r e z fazem
peso) o plural pelo acréscimo de es.
Por exemplo:
o caixa (funcionário da a caixa (recipiente, setor
caixa) de pagamentos) revólver – revólveres
raiz - raízes
o lente (professor) a lente (vidro de aumen-
to) Atenção: O plural de caráter é caracteres.
d) Os substantivos terminados
o moral (ânimo) a moral (honestidade, em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando
bons costumes, ética) o l por is.
Por exemplo:
o nascente (lado onde a nascente (a fonte)
nasce o Sol) quintal - quintais
caracol – caracóis
o maria-fumaça (trem a maria-
como locomotiva a vapor) fumaça (locomotiva mo- hotel - hotéis
vida a vapor) Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.

o pala (poncho) a pala (parte anterior do e) Os substantivos terminados em il fazem o


boné ou quepe, anteparo) plural de duas maneiras:
- Quando oxítonos, em is.
o rádio (aparelho recep- a rádio (estação emisso-
tor) ra) Por exemplo:
canil - canis
o voga (remador) a voga (moda, populari-
- Quando paroxítonos, em eis.
dade)

252
O plural dos substantivos compostos cujos
Por exemplo: elementos são ligados por hífen costuma provocar
míssil - mísseis. muitas dúvidas e discussões. Algumas orientações
são dadas a seguir:
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plu-
ral de duas maneiras: a) Flexionam-se os dois elementos, quando
formados de:
répteis ou reptis (pouco usada).
substantivo + substantivo = couve-flor e cou-
f) Os substantivos terminados em s fazem o ves-flores
plural de duas maneiras:
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amo-
- Quando monossilábicos ou oxítonos, me- res-perfeitos
diante o acréscimo de es.
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gen-
Por exemplo: tis-homens
ás – ases numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-
retrós - retroses feiras

- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, fi- b) Flexiona-se somente o segundo elemento,


cam invariáveis. quando formados de:
Por exemplo: verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-
o lápis - os lápis roupas

o ônibus - os ônibus. palavra invariável + palavra variável = alto-


falante e alto-falantes
g) Os substantivos terminados em ão fazem o
plural de três maneiras. palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e
reco-recos
- substituindo o -ão por -ões:
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento,
Por exemplo: quando formados de:
ação - ações substantivo + preposição clara + substantivo =
- substituindo o -ão por -ães: água-de-colônia e águas-de-colônia

Por exemplo: substantivo + preposição oculta + substantivo


= cavalo-vapor e cavalos-vapor
cão - cães
substantivo + substantivo que funciona como
- substituindo o -ão por -ãos: determinante do primeiro, ou seja, especifica a fun-
Por exemplo: ção ou o tipo do termo anterior.

grão - grãos Exemplos:

h) Os substantivos terminados palavra-chave - palavras-chave


em x ficam invariáveis. bomba-relógio - bombas-relógio
notícia-bomba - notícias-bomba
Por exemplo: homem-rã - homens-rã
o látex - os látex. peixe-espada - peixes-espada
d) Permanecem invariáveis, quando formados
de:
Plural dos Substantivos Compostos
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
A formação do plural dos substantivos com- verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os
postos depende da forma como são grafados, do saca-rolhas
tipo de palavras que formam o composto e da rela-
ção que estabelecem entre si. Aqueles que são e) Casos Especiais
grafados sem hífen comportam-se como os subs- o louva-a-deus e os louva-a-deus
tantivos simples:
o bem-te-vi e os bem-te-vis
aguardente e aguardentes
o bem-me-quer e os bem-me-queres
girassol e girassóis
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
pontapé e pontapés
malmequer e malmequeres
pãe(s) + zinhos pãezinhos

253
animai(s) + zinhos animaizinhos
os jipes os esportes
botõe(s) + zinhos botõezinhos
chapéu(s) + zinhos chapeuzinhos as toaletes os bibelôs
farói(s) + zinhos faroizinhos
os garçons os réquiens
tren(s) + zinhos trenzinhos
colhere(s) + zinhas colherezinhas
Observe o exemplo:
flore(s) + zinhas florezinhas
Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.

Obs.: são anômalos os plurais pastori-


nhos(as), papelinhos, florzinhas, florinhas, co-
lherzinhas e mulherzinhas, correntes na língua Plural com Mudança de Timbre
popular, e usados até por escritores
de renome.
Certos substantivos formam o plural com mu-
Plural dos Nomes Próprios Personativos dança de timbre da vogal tônica
(o fechado / o aberto). É um fato fonético chama-
do metafonia.
Devem-se pluralizar os nomes próprios de
pessoas sempre que a terminação
se preste à flexão. Singular Plural Singular Plural

Por exemplo: corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó)
esforço esforços ovo ovos
Os Napoleões também são derrota- fogo fogos poço poços
dos. forno fornos porto portos
As Raquéis e Esteres. fosso fossos posto postos
imposto impostos rogo rogos
olho olhos tijolo tijolos

Plural dos Substantivos Estrangeiros

Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, al-


Substantivos ainda não aportuguesados de-
moços, bolsos, esposos, estojos,
vem ser escritos como na língua
globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
original, acrescentando-se s (exceto quando termi-
nam em s ou z).
Obs.: distinga-se molho (ô), caldo (molho
de carne), de molho (ó), feixe (molho de lenha).
Por exemplo:
os shows Particularidades sobre o Número dos Subs-
os shorts tantivos

os jazz
a) Há substantivos que só se usam no singu-
lar:
Substantivos já aportuguesados flexionam-se
de acordo com as regras de Por exemplo:
nossa língua:
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé,
etc.
Por exemplo: os clubes os chopes
b) Outros só no plural:

254
Por exemplo: O adjetivo varia em gênero, número e grau.
as núpcias, os víveres, os pêsames, Gênero dos Adjetivos
as espadas/os paus (naipes de baralho), as
fezes. Os adjetivos concordam com o substantivo
a que se referem (masculino e feminino). De for-
ma semelhante aos substantivos, classificam-se
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido dife-
em:
rente do singular:
Biformes - têm duas formas, sendo uma pa-
Por exemplo: ra o masculino e outra para o feminino.

bem (virtude) e bens (riquezas) Por exemplo:

honra (probidade, bom nome) e hon- ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
ras (homenagem, títulos) Se o adjetivo é composto e biforme, ele fle-
xiona no feminino somente o último elemento.

d) Usamos às vezes, os substantivos no sin- Por exemplo:


gular mas com sentido de plural: o moço norte-americano, a moça norte-
americana.
Por exemplo: Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Aqui morreu muito negro. Uniformes - têm uma só forma tanto para o
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes masculino como para o feminino.
em capelas improvisadas.
Por exemplo:
Juntou-se ali uma população de retirantes
que, entre homem, mulher e menino, ia homem feliz e mulher feliz.
bem cinquenta mil."
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica
invariável no feminino.
Flexão de Grau do Substantivo
Por exemplo:
Grau é a propriedade que as palavras têm de
exprimir as variações de tamanho dos seres. Clas- conflito político-social e desavença políti-
sifica-se em: co-social.
Grau Normal - Indica um ser de tamanho con- Número dos Adjetivos
siderado normal. Por exemplo: casa Plural dos adjetivos simples
Grau Aumentativo - Indica o aumento do ta- Os adjetivos simples flexionam-se no plural
manho do ser. Classifica-se em: de acordo com as regras estabelecidas para a
Analítico = o substantivo é acompanhado de flexão numérica dos substantivos simples.
um adjetivo que indica grandeza.
Por exemplo:
Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um su- mau e maus
fixo indicador de aumento.
Por exemplo: casarão. feliz e felizes
Grau Diminutivo - Indica a diminuição do ta-
manho do ser. Pode ser: ruim e ruins
Analítico = substantivo acompanhado de um
adjetivo que indica pequenez. boa e boas

Por exemplo: casa pequena. Caso o adjetivo seja uma palavra que tam-
Sintético = é acrescido ao substantivo um su- bém exerça função de substantivo, ficará invariá-
fixo indicador de diminuição. vel, ou seja, se a palavra que estiver qualificando
um elemento for, originalmente, um substantivo,
Por exemplo: casinha. ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a pa-
lavra cinza é originalmente um substantivo, po-
rém, se estiver qualificando um elemento, funci-
FLEXÃO DOS ADJETIVOS onará como adjetivo. Ficará, então invariável.
Logo: camisas cinza, ternos cinza.

255
Por exemplo: camisas cinza, ternos cinza. Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar
a intensidade da qualidade do ser. São dois os graus
do adjetivo: o comparativo e o superlativo.
Veja outros exemplos:
Comparativo
Motos vinho (mas: motos verdes) Nesse grau, comparam-se a mesma caracte-
rística atribuída a dois ou mais seres ou duas ou
Paredes musgo (mas: paredes brancas). mais características atribuídas ao mesmo ser. O
comparativo pode ser de igualdade,
de superioridade ou de inferioridade. Observe os
Comícios monstro (mas: comícios grandio-
exemplos abaixo:
sos).
1) Sou tão alto como você. Comparativo De
Igualdade
Adjetivo Composto
No comparativo de igualdade, o segundo ter-
Adjetivo composto é aquele formado por dois mo da comparação é introduzido pelas pala-
ou mais elementos. Normalmente, esses elementos vras como, quanto ouquão.
são ligados por hífen. Apenas o último elemento
concorda com o substantivo a que se refere; os de- 2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo
mais ficam na forma masculina, singular. Caso um De Superioridade Analítico
dos elementos que formam o adjetivo composto seja No comparativo de superioridade analítico, en-
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto tre os dois substantivos comparados, um tem quali-
ficará invariável. dade superior. A forma é analítica porque pedimos
Por exemplo: a palavra rosa é originalmente auxílio a "mais...do que" ou "mais...que".
um substantivo, porém, se estiver qualificando um 3) O Sol é maior (do) que a Ter-
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a ra. Comparativo De Superioridade Sintético
outra palavra por hífen, formará um adjetivo compos-
to; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo Alguns adjetivos possuem, para o comparativo
composto inteiro ficará invariável. de superioridade, formas sintéticas, herdadas do
latim. São eles:

Por exemplo: bom-melhor pequeno-menor

Camisas rosa-claro. mau-pior alto-superior

Ternos rosa-claro.
grande-maior baixo-inferior
Olhos verde-claros.
Observe que:
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. a) As formas menor e pior são comparativos
de superioridade, pois equivalem a mais pequeno e
Telhados marrom-café e paredes verde- mais mau, respectivamente.
claras. b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas
sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em
comparações feitas entre duas qualidades de
um mesmo elemento, deve-se usar as formas analí-
Obs.: ticas mais bom, mais mau,mais grande e mais
pequeno.
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravi-
oleta e qualquer adjetivo composto inicia- Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo -
do por cor-de-... são sempre invariáveis. Comparação de dois elementos.
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e Pedro é mais grande que pequeno -
pele-vermelha têm os dois elementos fle- comparação de duas qualidades de um mesmo
xionados. elemento.
4) Sou menos alto (do)
que você. Comparativo De Inferioridade
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Grau do Adjetivo
Superlativo

256
O superlativo expressa qualidades num grau
muito elevado ou em grau máximo. O grau superlati- magnífico magnificentíssimo
vo pode serabsoluto ou relativo e apresenta as
seguintes modalidades:
magro macérrimo ou magríssimo
Superlativo Absoluto: ocorre quando a quali-
dade de um ser é intensificada, sem relação com
outros seres. Apresenta-se nas formas: manso mansuetíssimo
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio
de palavras que dão ideia de intensidade (advér-
bios). mau péssimo

Por exemplo:
nobre nobilíssimo
O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do
acréscimo de sufixos. pequeno mínimo

Por exemplo:
pobre paupérrimo ou pobríssimo
O secretário é inteligentíssimo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
preguiçoso pigérrimo

benéfico beneficentíssimo próspero prospérrimo

bom boníssimo ou ótimo sábio sapientíssimo

célebre celebérrimo sagrado sacratíssimo

comum comuníssimo Superlativo Relativo: ocorre quando a quali-


dade de um ser é intensificada em relação a um
conjunto de seres. Essa relação pode ser:
cruel crudelíssimo
De Superioridade: Clara é a mais bela da sa-
la.
difícil dificílimo De Inferioridade: Clara é a menos bela da sa-
la.Note bem:
doce dulcíssimo 1) O superlativo absoluto analítico é expresso
por meio dos advérbios muito,
extremamente, excepcionalmente, etc., ante-
fácil facílimo
postos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta
fiel fidelíssimo sob duas formas : uma erudita, de origem latina,
outra popular, de origem vernácula. A forma erudita
é constituída pelo radical do adjetivo latino + um dos
frágil fragílimo sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: fide-
líssimo, facílimo, paupérrimo.
frio friíssimo ou frigidíssimo A forma popular é constituída do radical do ad-
jetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agi-
líssimo.
humilde humílimo
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo,
precariíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na lin-
jovem juveníssimo guagem atual, as formas seríssimo, precaríssimo,
necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.

livre libérrimo Flexão do Advérbio

257
. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é,
não apresentam variação em gênero e número. Al-
guns advérbios, porém, admitem a variação em grau.
Observe:
Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do
mesmo modo que o comparativo do adjetivo:
de igualdade: tão + advérbio + quanto (como)
Por exemplo:
Renato fala tão alto quanto João.
de inferioridade: menos + advérbio + que (do
que)
Por exemplo:
Renato fala menos alto do que João.
de superioridade:
Analítico: mais + advérbio + que (do que)
Por exemplo:
Renato fala mais alto do que João.
Sintético: melhor ou pior que (do que)
Por exemplo:
Renato fala melhor que João.
Grau Superlativo
O superlativo pode ser analítico ou sintéti-
co:
Analítico: acompanhado de outro advérbio.
Por exemplo:
Renato fala muito alto.
muito = advérbio de intensidade
alto = advérbio de modo
Sintético: formado com sufixos.
Por exemplo:
Renato fala altíssimo

Obs.: as formas diminutivas


(cedinho, pertinho, etc.) são co-
muns na língua popular.
Observe:
Maria mora pertinho daqui.
(muito perto)
A criança levantou cedinho.
(muito cedo)

258
– VOZES VERBAIS
Obs. : o agente da passiva geralmente é
acompanhado da preposição por, mas pode
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo ocorrer a construção com a preposição de.
para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da
ação. São três as vozes verbais:
a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a Por exemplo:
ação expressa pelo verbo. A casa ficou cercada de soldados.
Por exemplo: - Pode acontecer ainda que o agente da passiva não
esteja explícito na frase.
Ele fez o trabalho. Por exemplo:
A exposição será aberta amanhã.
sujeito agente ação objeto (paciente) - A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ção das frases seguintes:
ação expressa pelo verbo.
Por exemplo: Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)

O trabalho foi feito por ele. O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do
indicativo)

sujeito paciente ação agente da passiva


Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)

c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo


agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Por exemplo:
O menino feriu-se. Ele fará o trabalho. (futuro do presente)

O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)


Obs.: não confundir o emprego reflexivo
do verbo com a noção de reciprocidade.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as-
sume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte:
Por exemplo:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerún-
Formação da Voz Passiva dio)
A voz passiva pode ser formada por dois proces-
sos: analítico e sintético.
Obs.: é menos frequente a construção
1- Voz Passiva Analítica da voz passiva analítica com outros verbos
Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + parti- que podem eventualmente funcionar como
cípio do verbo principal. auxiliares.

Por exemplo:
A escola será pintada
O trabalho é feito por ele. Por exemplo:
A moça ficou marcada pela doença.
2- Voz Passiva Sintética
A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se
com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassiva-

259
dor SE. conservando o mesmo tempo. Observe mais exem-
plos:
Por exemplo:
- Os mes-
Abriram-se as inscrições para o concurso. tres têm constantemente aconselhado os
Destruiu-se o velho prédio da escola. alunos.
Os alunos têm sido constantemente acon-
selhados pelos mestres.
- Eu o acompanharei.
Obs.: o agente não costuma
vir expresso na voz passiva sinté- Ele será acompanhado por mim.
tica.
Curiosidade Obs.: quando o sujeito da voz ativa
A palavra passivo possui a mesma for indeterminado, não haverá complemen-
raiz latina de paixão (la- to agente na passiva.
tim passio, passionis) e ambas se
relacionam com o significado so- Por exemplo:
frimento, padecimento. Daí vem o - Prejudicaram-me.Fui prejudicado.
significado de voz passiva como
sendo a voz que expressa a ação Saiba que:
sofrida pelo sujeito. 1) Aos verbos que não são ativos nem passi-
Na voz passiva temos dois elemen- vos ou reflexivos, são chamados neutros.
tos que nem sempre aparecem: Por exemplo:
SUJEITO PACIENTE e AGENTE DA
O vinho é bom.
PASSIVA.
Aqui chove muito.
2) Há formas passivas com sentido ativo:
Por exemplo:
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva É chegada a hora. (= Chegou a hora.)Eu
ainda não
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem al- era nascido. (= Eu ainda não tinha nasci-
terar substancialmente o sentido da frase. do.)És um homem
Por exemplo: lido e viajado. (= que leu e viajou)
3) Inversamente, usamos formas ativas com
(Voz Ativa) sentido passivo:
Por exemplo:

Gutenberg inventou a imprensa Há coisas difíceis de entender. (= se-


rem entendidas)Mandou-o lançar na prisão.
(= ser lançado)
Sujeito da
Objeto Direto 4) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-
Ativa
se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são conside-
rados passivos, logo o sujeito é paciente.
(Voz Passiva) Por exemplo:
Chamo-me Luís.
A imprensa foi inventada por Gutenberg Batizei-me na Igreja do Carmo.
Operou-se de hérnia.
Vacinaram-se contra a gripe.
Sujeito da Agente da Passi-
Passiva va

Observe que o objeto direto será o sujeito


da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da
passiva e overbo ativo assumirá a forma passiva,

260
Ex.: João e eu visitamos a moça / Jessé ou
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO José casará com ela? / Estão aqui o seu di-
nheiro e sua bolsa!
Frase - todo enunciado de sentido completo, capaz
de estabelecer comunicação. Podem ser nominais Observação
ou verbais.
nos casos de inversão do suj. a verbos
Oração - enunciado que se estrutura em torno de um intransitivos (aparecer, chegar, correr,
verbo ou locução verbal. restar, surgir...), pode-se confundi-lo
com objeto. Deve-se sempre examinar
Período - constitui-se de uma ou mais orações. Po- a natureza do verbo, para não se deixar
dem ser simples ou compostos. enganar - apareceu, enfim, o cortejo
real
Observação
 sujeito oculto, elíptico ou desinencial - de-
haverá num período tantas orações quanto terminado, mas implícito na desinência ver-
forem os verbos, considerando locuções verbais bal (DNP) ou subentendido através de uma
e tempos compostos como um só verbo. frase anterior. Deve-se atentar para a 3ª
pessoa do plural, onde não há sujeito oculto
eles ou elas e sim um caso de sujeito inde-
terminado.
SUJEITO
Ex.: Vivemos felizes / "Antes de iniciar este
O verbo mantém relação de concordância com seu livro, imaginei construí-lo pela divisão do tra-
sujeito. A composição do sujeito explícito pode ser balho" - G. Ramos / Beba esse leite, menino!
uma única palavra ou um conjunto de palavras (onde
se deve determinar o núcleo ou núcleos), incluindo  indeterminado - quando não se pode (ou não
também as orações substantivas subjetivas.
se quer) precisar que elemento é o sujeito.
Ocorre de duas maneiras: verbo na 3ª pes-
Podem ser núcleo do sujeito: substantivo ou um soa do plural, sem sujeito explícito ou 3ª
equivalente dele (pronomes substantivos, numerais pessoa do singular (exceto VTD) + SE.
substantivos ou palavras substantivadas). (Nunca lhe ofereceram emprego / Precisa-se
de empregados)
Tipos de sujeito
Observação
Os tipos de sujeito são basicamente dois, segundo
Pasquale e Ulisses, determinado (simples, composto
a oração de suj. indeterminado com a
e oculto) e indeterminado (indeterminado e oração
partícula se não pode ser transformada
sem sujeito).
em voz pass. analítica. Havendo essa
possibilidade, a palavra se deve ser
 simples - possui um núcleo. interpretada como pronome apassiva-
dor - celebrou-se a missa - a missa foi
Ex.: Maria esteve aqui / Alguém me viu / Du- celebrada
as vieram
 oração sem sujeito - o processo verbal en-
Observação cerra-se em si mesmo, sem atribuição a ne-
nhum ser. Ocorre sempre com verbos im-
o pronome oblíquo átono pode funcio- pessoais nos seguintes casos: verbos que
nar como suj. de um verbo no infinitivo. exprimem fenômenos da natureza; verbos
Isso ocorre quando se tem na 1ª oração fazer, ser, ir e estar indicando tempo crono-
um verbo causativo (deixar, mandar, lógico ou clima (no caso do ser, também dis-
fazer...) ou sensitivos (ver, ouvir, sen- tância); verbo haver = existir ou em referên-
tir...) - o chefe mandou-o trabalhar / não cia a tempo decorrido.
o vimos entrar
Ex.: Choveu demais / São três anos de soli-
dão / Há cem voluntários / Há muitos anos
 composto - possui mais de um núcleo, inde-
não o vejo / Vai para dois meses de espera
pendente de sua ordem na frase.

261
Observação É formado por um verbo de ligação acrescido de um
nome (substantivo, adjetivo ou pronome), dito predi-
cativo do sujeito. O núcleo deste predicado é o pre-
os verbos impessoais não apresentam
dicativo, uma vez que o verbo somente estabelece
sujeito e devem permanecer na 3ª pes-
ligação.
soa do singular (exceto o verbo ser, que
também admite a 3ª pessoa do plural).
Quando um verbo auxiliar se junta a um Ex.: O rapaz estava apreensivo. / Ela caiu de cama. /
verbo impessoal, a impessoalidade é A mãe virou bicho naquele dia.
transmitida a ele.
Predicado verbal

PREDICADO É formado por um verbo transitivo ou intransitivo, isto


é, um verbo que não seja de ligação. Neste caso, o
Apresenta-se em três tipos: verbo será sempre significativo, constituindo o núcleo
do predicado verbal
 verbal - núcleo é um verbo significativo, no-
cional que traz uma idéia nova ao sujeito Ex.: Os passageiros desceram. / Comprei flores. /
(transitivo ou intransitivo) Comprei-lhe flores.
 nominal - núcleo do predicado é um nome
(predicativo). O verbo não é significativo, Predicado verbo-nominal
funcionando apenas como ligação entre o
sujeito e o predicativo Encerra em si mesmo uma união de predicados.
 verbo-nominal - contém dois núcleos: verbo Apresenta um verbo significativo (núcleo do predica-
significativo e um predicativo do verbal) e um predicativo (núcleo do predicado
nominal), portanto dois núcleos.
Observação
Ex.: Ela entrou risonha na sala. / João abaixou os
Quando houver verbo de ligação, o predicado olhos pensativo. / Considero inexeqüível o projeto
será necessariamente nominal e quando houver exposto.
predicativo do objeto, o predicado será verbo-
nominal sempre. A regência verbal é importante para se compreender
que os verbos devem ser classificados em função do
Para se classificar o predicado, torna-se indispensá- contexto em que se apresentam. Há casos de verbos
vel o estudo dos tipos de verbos (transitivos, intransi- que aparecem com transitividades diferentes se os
tivos e de ligação). contextos foram trocados.

Verbos Ex.: Perdoai sempre. - intransitivo / Perdoai as ofen-


sas - transitivo direto / Perdoai aos inimigos - transiti-
vo indireto / Perdoai as ofensas aos inimigos. - tran-
 ligação - expressam estado permanente ou sitivo direto e indireto
transitório, mudança ou continuidade de es-
tado, aparência de estado (ser, estar, per-
manecer, ficar, continuar, parecer, andar =
estar). Deve-se entender que estes verbos
não serão mais de ligação se não estabele-
cerem relação entre sujeito e seu predicati-
vo. (Ando preocupado / Andei cem metros,
Fiquei triste / Fiquei na sala, Permaneceu
suspensa / Permaneceu no cargo)
 intransitivo - quando a significação verbal es-
tá inteiramente contida no verbo, não neces-
sitando de complementação.
 transitivo - pedem complementos verbais pa-
ra completarem a sua significação. Podem
ser transitivos diretos, indiretos e diretos e
indiretos, dependendo do complemento.

Predicado nominal

262
CAPÍTULO 9 –TERMOS DA ORAÇÃO E DO PERÍ- Estas serão sintaticamente classifi-
ODO cadas como “ADJUNTO ADNOMI-
NAL”
Introdução à Sintaxe
Ex1: Os meu dois lindos cachorros / são
Quando vamos estabelecer a comunicação, fazemos idosos.
uma frase, período ou oração. Há várias classes
gramaticais para estabelecer a comunicação. Cada Os = artigo
palavra vai exercer uma função, podendo uma ser Meus = pronome possessivo
mais importante que as outras. Na Análise Sintática Dois = numeral
um ―serve‖, o outro é ―servido‖. Lembre-se que na Lindos = adjetivo
Análise Morfológica há 4 classes gramaticais para Cachorros = substantivo  Sintaticamente:
servir ao substantivo. Não existe adjetivo sem que núcleo do sujeito.
exista um substantivo. O mesmo acontece com o Sintaticamente: Os/ meus/ dois/ lindos  to-
artigo, numeral e pronome. dos são adjuntos adnominais.

Sintaxe conceito: caracteriza-se por analisar a Ex2: Os dois amigos meus/ chegarão ama-
função de um termo perante outros termos de uma
nhã.
mesma construção gramatical.
. Os = artigo
A análise sintática é fundamentada nos Termos Es- . Dois = numeral
senciais. Preste atenção na classificação de Ma- . Amigos = substantivo  sintaticamente:
chado de Assis, são 3 termos essenciais, sem eles NÚCLEO DO SUJEITO, porque todos os
outros elementos referem-se a este substan-
não há comunicação em regra.
tivo.
. Meus = pronome
**Sintaticamente, todos os demais elementos
Os ―TERMOS ESSENCIAS serão ADJUNTOS ADNOMINAIS.

o Sujeito É válido saber que as classes gramaticais


o Predicado o Preposição
o Predicativo, que pode ser do Sujeito o Conjunção
ou do Objeto. o Interjeição
Nunca apresentarão funções sintáti-
cas.
 SUJEITO **OBS: locução, são 2 ou mais ter-
mos. Se a preposição não tem clas-
sificação sintática, a locução prepo-
 OBS: é um termo essencial e sempre que tal sitiva também não pode ter função
estrutura sintática possuir mais de um termo, sintática.
deverá localizar o ―Núcleo do sujeito‖. Isso também vale para as respecti-
vas locuções:
Ex: Cachorros / fazem bem ao emocional de  Locução prepositiva
todos.  Locução conjuntiva
Classificação: cachorros = substantivo = su-  Locução Interjetiva
jeito.

 OBS: Dentro daestrutura de sujeito, se antes OBJETO DIRETO


ou após o núcleo tivermos as classes grama-
ticais:
É um complemento verbal solicitado pelo verbo não
o ARTIGO,
havendo preposição na pergunta. Para que tenha-
o ADJETIVO,
mos tal complemento, o verbo só poderá realizar
o NUMERAL
duas possíveis perguntas:
o PRONOME,
 O que? – para coisa.  Algo, alguma coisa.

263
 Quem? - para pessoa.  alguém.
**Note: como não tem preposição na pergun-
ta, então não existirá na resposta. Por isso é **antes de ―Que? Quem?‖ usam-se as preposi-
O.D.( objeto direto) ções (várias preposições)
**Não se analisa olhando para o complemen-
Importante: verbos que fazem qualquer uma dessas
to. Você analisa verbo e complemento
perguntas serão sintaticamente classificados como
olhando o verbo!
V.T.I. (verbo transitivo indireto).
OBS: verbos que fazem qualquer uma destas per-
VTI  OI
guntas serão sintaticamente classificados como:
V.T.D. (verbo transitivo direto) Estrutura sintática com mais de um termo, temos
que localizar o núcleo, porque os outros termos além
V.T.D.  O.D.
do núcleo terão uma função sintática. Com exceção
OBS: Toda a resposta dada à pergunta do verbo da preposição. Então, na hipótese de que quando
será a estrutura de O.D., logo havendo mais de um há 2 termos, e um deles não tem função sintática,
termo na estrutura de O.D., deveremos localizar o não é necessário achar o núcleo. No O.I. há prepo-
―Núcleo do O.D.‖. sição, que não tem função sintática, então, não é
preciso localizar o ―núcleo‖, aliás, nem existe o nú-
Ex: Adoro (o quê?) cães. cleo, porque só 1 elemento tem função sintática..

 Adoro: verbo/ V.T.D. Ex: Gosto / de cães. VTI  OI


**Toda a resposta é sintaticamente O.D.:.
 Cães: substantivo/ OD  Gosto (de que?) = VTI
 De cães = preposição + substantivos.
OBS: Dentro da estrutura de O.D. , se tivermos antes **De = não tem função sintática. Como não
ou após o núcleo as classes gramaticais: há função sintática para a preposição, o
Substantivo é OI. Se ao lado do substantivo
 Artigo houver um adjetivo, ai sim teremos que dife-
 Numeral renciar as funções sintáticas, bem como lo-
 Pronome calizar o núcleo. E a preposição continua
não tendo função sintática.
Estas serão sintaticamente ADJUNTO ADNOMINAL.
**Note que nessa OBS, ao contrário da OBS de su- OBS: Dentro da estrutura de O.I., se antes ou após
jeito, não tem adjetivo (este pode assumir duas fun- o núcleo tivermos as classes gramaticais:
ções, veremos depois)
o Artigo
Ex: (EU) /Amo / os meus cinco cães.  Sujeito Ocul- o Adjetivo
to/ Predicado V.T.D./ O.D. o Numeral
o Pronome
 Amo = verbo/ (o que?) V.T.D.
 Os = artigo/ adj. adnominal. Estas serão sintaticamente ―ADJUNTO ADNOMI-
 Meus = pronome possessivo/ adj. adnominal. NAL‖
 Cinco = numeral cardinal/ adj. adnominal.
 Cães = substantivo/ núcleo do O.D. Ex: Assistimos / a uns três ótimos filmes/ nesse fim
de semana. VTI/ OI / estrutura adverbial
OBJETO INDIRETO
 Assistimos (no sentido de ver/ presenciar) =
É um complemento verbal solicitado pelo verbo ha- VTI = exige preposição A.  assistimos a
vendo obrigatoriamente preposição na pergunta para quê?
que tenhamos este complemento o verbo fará as  O Objeto é tudo aquilo que foi perguntado
seguintes e possíveis perguntas: pelo verbo: OI = / a uns três ótimos filmes/
 A = preposição = NÃO POSSUI FUNÇÃO
o A
SINTÁTICA.
o DE
 Uns = artigo indefinido = adjunto adnominal
o COM QUE?
 Três = numeral = adjunto adnominal
o PARA QUEM?
 Ótimos = adjetivo = adjunto adnominal
o EM

264
 Filmes = substantivo = núcleo do OI  André = substantivo  VOCATIVO.
**Todos os demais elementos, que não o  Quem viajou? Aline, que é o sujeito.
núcleo do OI, serão adjuntos adnominais.
**Com exceção a preposição que não possui Ex2: A Aline, André, viajou neste mês para o exteri-
função sintática. or.

**Regra: nunca se separa o sujeito de ser verbo


PREDICATIVO DO SUJEITO
com vírgula, mesmo quando deslocado. **essas
―Qualquer palavra que está no predicado que se vírgulas não pertencem a ―Aline‖, mas, sim, a André.
refere ao sujeito. Assim, o substantivo pode ser Pre- Se tirarmos o termo ― André‖, as vírgulas desapare-
dicativo do Sujeito. Quem mais? Adjetivo (em maio- cerão .
ria), além de pronome e numeral.‖

Ex: Aquele cara / é /o Lula./ sujeito/ VL/ predicati-


Ex3: Aline viajou neste mês, André,para o exterior.
vo do sujeito
Lembrando: Para = destino permanente/ A = destino
 Aquele = pronome demonstrativo/Adj. Ad-
provisório
nominal
 Cara = substantivo/ núcleo do sujeito Ex4: Aline viajou neste mês para o exterior, André.
 É = VL
 O = artigo/ Adj. Adnominal.  Vocativo pode ser deslocado por toda a
 Lula = substantivo, que se refere ao Cara sentença.
(que é o núcleo do sujeito), então Lula =
predicativo do sujeito. **Para dizer se o vocativo está na estrutura do sujei-
to/predicado devo analisar período por período?
**Núcleo é a estrutura mais importante da estrutura Não, pois vocativo é um termo independente, não
do sujeito, ou seja, ele é o sujeito propriamente dito. pertence a estrutura nem de um nem de outro.
O mesmo ocorre no Objeto. Observe que somente
filmes é núcleo do O.I. . Todos os demais elementos  É válido saber que o vocativo é uma estrutu-
são adjuntos adnominais. ra que não faz parte nem da estrutura do su-
jeito, nem da do predicado, pois é um TER-
 A classe gramatical ARTIGO só conseguirá, MO INDEPENDENTE em qualquer estrutura.
em toda a Língua Portuguesa, desempe- (Vocativo pode deslocar por toda a senten-
nhar a função sintática de ADJUNTO AD- ça).
NOMINAL.
APOSTO
Importante: É válido lembrar que o PREDICATIVO
DO SUJEITO virá, em maioria, representado pelo Aposto: sempre será um substantivo se referindo a
adjetivo, mas podendo também vir por um substanti- outro substantivo dentro da mesma estrutura de su-
vo, numeral ou pronome. jeito ou de predicado.

VOCATIVO ( Os 2 substantivos têm que estar dentro do sujeito


ou dentro do predicado, porque se um estivesse no
―É uma estrutura bem simples, geralmente cobra-se sujeito e o outro no predicado, seria predicativo do
uma curiosidade, ―pega‖: vocativo é um termo in- sujeito (termo no predicado que se refere ao sujeito))
dependente. Vocativo é um elemento que invo-
ca/chama o interlocutor. Em documentos oficiais,  Dentro da estrutura de aposto se o núcleo for
carta*..redação oficial, começa o texto pelo vocativo. antecedido ou sucedido pelas classes gra-
*(não é a carta ao leitor que é dissertativo, argumen- maticais:
tativo em que uma pessoa conversa com o leitor)‖  Artigo
 Adjetivo
Conceito: É um substantivo que invoca o interlocutor
 Numeral
(com quem se fala) para a comunicação.
 Pronome
Ex: André,/ A Aline / viajou neste mês para o exteri- Estas serão sintaticamente ADJUN-
or/  Vocativo/ Sujeito/ Predicado TO ADNOMINAL.

O aposto pode ser classificado de 4 formas:

265
 APOSTO ESPECIFICATIVO (sem vírgula)  Anos = substantivo  núcleo do aposto ex-
 APOSTO EXPLICATIVO (com vírgula) plicativo
 APOSTO ENUMERATIVO (com vírgula)  23 anos = é uma característica do Fabiano.
 APOSTO RESUMITIVO (com vírgula)  APOSTO EXPLICATIVO.
 OBS: APOSTO RESUMITIVO é o Quem é núcleo? Toda vez que tiver mais de
único tipo de aposto que virá sendo um termo, tenho que localizar o núcleo, que
representado por um pronome (to- neste caso é ANOS.
do, nada, alguém, ninguém, todos) **Numeral : quantifica substantivo. Então 23
**concordância verbal , o verbo con- = numeral = adjunto adnominal; 23 serve a
cordará com o aposto resumitivo. anos, nunca a substantivo serve o numeral.

Ex: O mecânico Fábio / é o melhor da cidade. Ex4: André, Fábio, Ronaldo, ninguém / o ajudou.

O aposto não é preso em estrutura nenhuma: pode  Sujeito Composto:


aparecer no sujeito, ou predicado. Para que haja o  André = subst.  núcleo 1
aposto teremos 2 substantivos (juntos) ou no sujeito  Fábio = subst.  núcleo 2
ou no predicado.  Ronaldo = subst.  núcleo 3
 Ninguém = pronome APOSTO RESUMI-
 O = artigo  adjunto adnominal. TIVO.
 Mecânico = substantivo  núcleo do sujeito  **Ninguém = relação negativa, está no lugar
 Fábio = substantivo aposto especificati- dos 3 substantivos (ideias) e o resume em
vo. uma só palavra.
 É = verbo  Ajudou concorda com o aposto resumitivo
 O = artigo (ninguém)  REGRA: regência  o verbo
 Melhor = adjetivo concorda com o aposto resumitivo.
 O melhor = predicativo do sujeito  Ajudou. = verbo. Ajudou quem? VTD. Daí a
 Da = preposição gramática manda trazer o pronome oblíquo
 Cidade = substantivo. para perto dele.
 O = pronome = OD; Regra: Não pode ser
Quem é o núcleo do sujeito?! É uma palavra na es-
ELE, porque ele não pode ser OD.
trutura que não serve ninguém, ele é servida. Nesse
 Vamos colocar outro exemplo? André, Fábio,
caso Fábio serve a mecânico. Especificar/ apontar/
Ronaldo, ninguém ajudou Fernanda.
caracterizar/ determinar. Qual mecânico é o melhor
 André, Fábio, Ronaldo, todos ajudaram Fer-
da cidade?! Fábio não explica a palavra mecânico,
nanda. (Regra de regência)
mas, sim, específica!
Ex5: Algazarras, festas, viagens, nada / agradou
Ex2: Fábio, mecânico,/ é o melhor da cidade.
os turistas.
APOSTO EXPLICATIVO: é caracterizador, é uma
característica dada ao núcleo do sujeito (Fábio). Ou  Algazarras, festas, viagens = substantivos;
seja, explica quem é Fábio, ou seja, o que ele faz. Núcleo 1;2;3
 Nada = pronome – está resumindo os outros 3
OBS: Dentro da estrutura (sintática) de aposto, se
substantivos  APOSTO RESUMITIVO
antes ou após o núcleo tivermos as classes gramati-
 Agradou = verbo, concorda c/ aposto.
cais (as mesmas do sujeito)
Ex6: Os turistas / queriam várias coisas: festas,
 Artigo
bebedeiras e algazarras.
 Adjetivo
 Numeral  Os = artigo = adj. adnominal.
 Pronome  Turistas = substantivo = núcleo do sujeito.
Estas serão sintaticamente ADJUNTO AD-  Queriam = verbo = queriam o que? VTD
NOMINAL.  Várias coisas  OD
 Várias = pronome = adj. adnominal.
Ex3: Fabiano, 23 anos, / formou-se em direito.
 Coisas = substantivo = núcleo do OD
 Fabiano = substantivo  núcleo do sujeito.  festas, bebedeiras e algazarras. = substantivos
 23 = numeral  adj. adnominal.  APOSTO ENUMERATIVO, está enumerando

266
as várias coisas. Ou seja, serve ao substantivo Eles se respeitam muito.
―coisas‖. Seu projeto é muito interessante.

COMPLEMENTO NOMINAL O time jogou muito mal.


Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de
intensidade. No primeiro caso, intensifica a for-
―Foi falado em Complemento Nominal como uma ma verbalrespeitam, que é núcleo do predicado
estrutura(preposição + substantivo) referindo-se a verbal. No segundo, intensifica
um outro substantivo (somente abstrato); comple- o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicati-
vo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica
menta a ideia de um nome.‖
o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial
de modo.
Conceito: É uma estrutura gramatical iniciada por
preposição e com um núcleo substantivo que com- Veja o exemplo abaixo:
pletará o sentido de um: Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.

 Substantivo (abstrato) Os termos em destaque estão indicando as seguin-


tes circunstâncias:
 Adjetivo
 Advérbio amanhã indica tempo;
de bicicleta indica meio;
**Então há situações que o núcleo pode ser repre-
sentado por um pronome, mas este está no lugar no àquela velha praça indica lugar.
substantivo. (Somente pronome pode substituir o Sabendo que a classificação do adjunto adverbial
substantivo – para que não haja repetição de ideias, se relaciona com a circunstância por ele expressa,
palavras.) os termos acima podem ser classificados, respecti-
vamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto
Ex1: A emoção (da garota) (pela morte) (do pai) / adverbial de meio eadjunto adverbial de lugar.
chocou a todos. O adjunto adverbial pode ser expresso por:

 A = artigo – adj. adnominal. 1) Advérbio: O balão caiu longe.


 emoção = substantivo abstrato (sentimento) – 2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
núcleo do sujeito
3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.
 da = preposição (de + a)
 garota = substantivo Observação: nem sempre é possível apontar
com precisão a circunstância expressa por um
 Locução = da garota – serve a emoção – pratica
adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes
ação – ADJUNTO ADNOMINAL possibilidades de interpretação dão origem a
 pela = preposição (por + a) orações sugestivas.
 morte = substantivo abstrato. (estado de vi-
Por Exemplo:
da/morte/viúves)
 Locução: pela morte – serve a emoção – recebe Entreguei-me calorosamente àquela cau-
ação – COMPLEMENTO NOMINAL sa.
 do = preposição (de + o) É difícil precisar se calorosamente é um adjun-
 pai = pai substantivo concreto to adverbial de modo ou de intensidade. Na ver-
 Locução = do pai – serve morte. – como está dade, parece ser uma fórmula de expressar ao
servindo o substantivo abstrato, dá na mesma, mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é
fundamental levar em conta o contexto em que
pode ser adj. adnominal ou complento nominal.;
surgem os adjuntos adverbiais.
―O pai morreu‖ – pratica ação, então é ADJUN-
TO ADNOMINAL. Classificação do Adjunto Adverbial
Listamos abaixo algumas circunstâncias que o ad-
junto adverbial pode exprimir. Não deixe de observar
ADJUNTO ADVERBIAL os exemplos.
Acréscimo
É o termo da oração que indica
uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, Por Exemplo:
modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é
o termo que modifica o sentido de um verbo, de Além da tristeza, sentia profundo cansaço.
um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases Afirmação
abaixo:
Por Exemplo:

267
Sim, realmente irei partir. Intensidade
Ele irá com certeza.
Por Exemplo:
Assunto
A atleta corria bastante.
Por Exemplo: O remédio é muito caro.
Falávamos sobre futebol. (ou de fute- Limite
bol, ou a respeito de futebol).
Por Exemplo:
Causa
A menina andava correndo do quarto à sa-
Por Exemplo: la.
Com o calor, o poço secou. Lugar
Não comentamos nada por discrição.
Por Exemplo:
O menor trabalha por necessidade.
Nasci em Porto Alegre.
Companhia
Estou em casa.
Por Exemplo: Vive nas montanhas.
Viajou para o litoral.
Fui ao cinema com sua prima.
"Há, em cada canto de minh’alma, um altar
Com quem você saiu?
a um Deus diferente." (Álvaro de Campos)
Sempre contigo irei estar.
Matéria
Concessão
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Compunha-se de substâncias estranhas.
Apesar do estado precário do gramado, o
Era feito de aço.
jogo foi ótimo.
Meio
Condição
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Fui de avião.
Sem minha autorização, você não irá.
Viajei de trem.
Sem erros, não há acertos.
Enriqueceram mediante fraude.
Conformidade
Modo
Por Exemplo:
Por Exemplo:
Fez tudo conforme o combinado. (ou segundo o
combinado) Foram recrutados a dedo.
Fiquem à vontade.
Dúvida
Esperava tranquilamente o momento deci-
Por Exemplo: sivo.
Talvez seja melhor irmos mais tarde. Negação
Porventura, encontrariam a solução da cri-
Por Exemplo:
se?
Quiçá acertemos desta vez. Não há erros em seu trabalho.
Não aceitarei a proposta em hipótese al-
Fim, finalidade
guma.
Por Exemplo:
Preço
Ela vive para o amor.
Por Exemplo:
Daniel estudou para o exame.
Trabalho para o meu sustento. As casas estão sendo vendidas a preços
Viajei a negócio. muito altos.
Frequência Substituição ou troca
Por Exemplo: Por Exemplo:
Sempre aparecia por lá. Abandonou suas convicções por privilégios
Havia reuniões todos os dias. econômicos.
Instrumento Tempo
Por Exemplo: Por Exemplo:
Rodrigo fez o corte com a faca. O escritório permanece aberto das 8h às
O artista criava seus desenhos a lápis. 18h.

268
Beto e Mara se casarão em junho.
Ontem à tarde encontrou um velho amigo. Oração Coordena-
Oração da (2) (Com relação Oração
Coordenada à 1ª.) e Oração Subordinada
CAPÍTULO 10–PERÍODO COMPOSTO POR CO- (1) Principal (Com (3)
ORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO relação à 3ª.)

6 - PERÍODO COMPOSTO Classificação das Orações Coordenadas Sindéti-


cas
Coordenação e Subordinação
De acordo com o tipo de conjunção que as intro-
Quando um período é simples, a oração de que é cons- duz, as orações coordenadas sindéticas podem
tituído recebe o nome de oração absoluta. ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusi-
Por Exemplo: vas ou explicativas.

A menina comprou chocolate. a) Aditivas

Quando um período é composto, ele pode apresentar Expressam ideia de adição, acrescentamento.
os seguintes esquemas de formação: Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou pen-
samentos dispostos em sequência. As conjunções
a) Composto por Coordenação: ocorre quando é cons- coordenativas aditivas típicas são "e" e "nem" (= e
tituído apenas de orações independentes, coordenadas + não). Introduzem as orações coordenadas sindéti-
entre si, mas sem nenhuma dependência sintática. cas aditivas.
Por Exemplo: Por Exemplo:
Saímos de manhã e voltamos à noite. Discutimos várias propostas e analisamos
b) Composto por Subordinação: ocorre quando é possíveis soluções.
constituído de um conjunto de pelo menos duas orações, As orações sindéticas aditivas podem também estar
em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamen- ligadas pelas locuções não só... mas (também),
te da outra (Principal). tanto...como, e semelhantes. Essas estruturas cos-
Por Exemplo: tumam ser usadas quando se pretende enfatizar o
conteúdo da segunda oração. Veja:

Não fui à aula porque estava doente. Chico Buarque não só canta, mas tam-
bém (ou como também) compõe muito
bem.
Oração Principal Oração Subordinada Não só provocaram graves proble-
mas, mas (também) abandonaram os proje-
c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas tos de reestruturação social do país.
e subordinadas. Obs.: como a conjunção "nem" tem o valor da
Por Exemplo: expressão "e não", condena-se na língua culta a
forma "enem" para introduzir orações aditivas.
e busquei que estava Por Exemplo:
Fui à escola
minha irmã esperando. Não discutimos várias propostas, nem (= e
não) analisamos quaisquer soluções.
Oração Co- Oração Co- Oração Su- b) Adversativas
ordenada ordenada bordinada
Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao
que se declara na oração coordenada anterior, esta-
belecendocontraste ou compensação. "Mas" é a
Obs.: qualquer oração (coordenada ou subordinada) conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-
será ao mesmo tempo principal, se houver outra que se: porém, contudo, todavia, entretanto e as locu-
dela dependa. ções no entanto, não obstante, nada obstan-
te. Introduzem as orações coordenadas sindéti-
Por Exemplo: cas adversativas.
Veja os exemplos:
Fui ao mer- e comprei os pro- que estavam
cado dutos faltando. "O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer
ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O país é extremamente rico; o po-
vo, porém, vive em profunda miséria.

269
Tens razão, contudo controle-se. Aquela substância é toxica, logo deve ser
Renata gostava de cantar, todavia não manuseada cautelosamente.
agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não e) Explicativas
conseguiu a vitória. Indicam uma justificativa ou
uma explicação referente ao fato expresso na decla-
Saiba que: ração anterior. As conjunções que merecem desta-
que são: que, porque e pois (obrigatoriamente an-
- Algumas vezes, a adversidade pode ser introdu- teposto ao verbo). Introduzem as orações coordena-
zida pela conjunção "e". Isso ocorre normalmen- das sindéticas explicativas.
te em orações coordenadas que possuem sujei-
tos diferentes. Exemplos:
Por Exemplo: Vou embora, que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansa-
Deus cura, e o médico manda a conta. do, porque estudou o dia inteiro.
Nesse ditado popular, é clara a intenção de se Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversá-
criar um contraste. Observe que equivale a uma rio.
frase do tipo: "Quem cura é Deus, mas é o médi-
co quem cobra a conta!" Atenção:
- A conjunção "mas" pode aparecer com va- Cuidado para não confundir as orações coorde-
lor aditivo. nadas explicativas com as subordinadas ad-
Por Exemplo: verbiaiscausais. Observe a diferença entre elas:

Camila era uma menina estudi- - Orações Coordenadas Explicati-


osa, mas principalmente esperta. vas: caracterizam-se por fornecer um motivo,
explicando a oração anterior.

c) Alternativas Por Exemplo:

Expressam ideia de alternância de fa- A criança devia estar doente, porque


tos ou escolha. Normalmente é usada a conjun- chorava muito. (O choro da criança não
ção "ou". Além dela, empregam-se também os pa- poderia ser a causa de sua doença.)
res: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, etc. - Orações Subordinadas Adverbiais Cau-
Introduzem as orações coordenadas sindéti- sais: exprimem a causa do fato.
cas alternativas.
Por Exemplo:
Exemplos:
Henrique está triste porque perdeu seu
Diga agora ou cale-se para sempre. emprego. (A perda do emprego é a cau-
Ora age com calma, ora trata a todos com sa da tristeza de Henrique.)
muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não Note-se também que há pausa (vírgula, na escri-
permita. ta) entre a oração explicativa e a precedente e
que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não
Obs.: nesse último caso, o par "quer...quer" está acontece com a oração adverbial causal.
coordenando entre si duas orações que, na ver-
dade, expressam concessão em relação
a "Estarei lá". É como disséssemos: "Embora PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
você não permita, estarei lá". Classificação das Orações Subordinadas
d) Conclusivas As orações subordinadas dividem-se em três grupos,
Exprimem conclusão ou consequência referentes de acordo com a função sintática que desempenham
à oração anterior. As conjunções típicas são: logo, e a classe de palavras a que equivalem. Podem
portantoe pois (posposto ao verbo). Usa-se ain- ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Para
da: então, assim, por isso, por conseguinte, de notar as diferenças que existem entre esses três
modo que, em vista disso, etc. Introduzem as ora- tipos de orações, tome como base a análise do perí-
ções coordenadas sindéticas conclusivas. odo abaixo:
Exemplos:
Só depois disso percebi a profundidade das pa-
Não tenho dinheiro, portanto não posso pa- lavras dele.
gar.
A situação econômica é delicada; deve-
Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na termina-
mos, pois, agir cuidadosamente.
ção verbal da palavra "percebi". "A profundidade
O time venceu, por isso está classificado.
das palavras dele" é objeto direto da forma ver-

270
bal "percebi". O núcleo do objeto direto Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
é "profundidade".Subordinam-se ao núcleo desse
"Eu sinto que em meu gesto existe o teu
objeto os adjuntos adnominais "a" e "das palavras
dele ". No adjunto adnominal "das palavras dele", o gesto."
núcleo é o substantivo "palavras", ao qual se pren- Oração Principal Oração Subordinada
dem os adjuntos adnominais "as" e "dele". "Só
Observe que na Oração Subordinada temos o ver-
depois disso" é adjunto adverbial de tempo.
bo "existe", que está conjugado na terceira pessoa
É possível transformar a expressão "a profundi- do singular do presente do indicativo. As orações
dade das palavras dele", objeto direto, em oração. subordinadas que apresentam verbo em qualquer
Observe: dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo,
subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações
Só depois disso percebi que as palavras dele desenvolvidas ouexplícitas.
eram profundas. Podemos modificar o período acima. Veja:
Eu sinto existir em meu gesto o teu
Nesse período composto, o complemento da forma gesto.
verbal "percebi" é a oração "que as palavras dele
eram profundas". Ocorre aqui um período com- Oração Principal Oração Subordinada
posto por subordinação, em que uma oração de- Observe que a análise das orações continua sendo a
sempenha a função de objeto direto do verbo da mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto
outra oração. O objeto direto é uma função subs- direto é a oração subordinada "existir em meu ges-
tantiva da oração, ou seja, é função desempenhada to o teu gesto". Note que a oração subordinada
por substantivos e palavras de valor substantivo. É apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a
por isso que a oração subordinada que desempenha conjunção que, conectivo que unia as duas orações,
esse papel é chamada de oração subordinada desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo
substantiva. surge numa das formas nominais (infinitivo - flexio-
Pode-se também modificar o período simples original nado ou não - , gerúndio ou particípio) chama-
transformando em oração o adjunto adnominal do mos orações reduzidas ou implícitas.
núcleo do objeto direto, "profundidade". Observe: Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas
por conjunções nem pronomes relativos. Podem
Só depois disso percebi a "profundidade" que as ser, eventualmente, introduzidas por preposição.
palavras dele continham. 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
A oração subordinada substantiva tem valor
Nesse período, o adjunto adnominal de "profundida-
de substantivo e vem introduzida, geralmente, por
de" passa a ser a oração "que as palavras dele
continham". O adjunto adnominal é conjunção integrante (que, se).
uma função adjetiva da oração, ou seja, é função Por Exemplo:
exercida por adjetivos, locuções adjetivas e outras
palavras de valor adjetivo. É por isso que são cha-
madas de subordinadas adjetivasas orações que, Suponho que você foi à biblioteca hoje.
nos períodos compostos por subordinação, atuam
como adjuntos adnominais de termos das orações Oração Subordinada Substantiva
principais.
Outra modificação que podemos fazer no período Você sabe se o presidente já chegou?
simples original é a transformação do adjunto ad-
verbial de tempo em uma oração. Observe:
Oração Subordinada Substantiva
Só quando caí em mim, percebi a profundidade
das palavras dele. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) tam-
bém introduzem as orações subordinadas substanti-
Nesse período composto, "Só quando caí em vas, bem como os advérbios interrogativos (por que,
mim" é uma oração que atua como adjunto adverbial quando, onde, como). Veja os exemplos:
de tempo do verbo da outra oração. O adjunto ad-
verbial é uma função adverbial da oração, ou seja, O garoto perguntou qual era o telefone da moça.
é função exercida por advérbios e locuções adverbi-
ais. Portanto, são chamadas de subordinadas ad-
verbiais as orações que, num período composto por Oração Subordinada Substanti-
subordinação, atuam como adjuntos adverbiais do va
verbo da oração principal.
Forma das Orações Subordinadas

271
ocorrer - acontecer
Não sabemos por que a vizinha se mudou.

Por Exemplo:
Oração Subordinada Substantiva
Convém que não se atrase na entrevista.
Classificação das Orações Subordinadas Subs- Obs.: quando a oração subordinada substantiva
tantivas é subjetiva, o verbo da oração principal está
sempre na 3ª. pessoa do singular.
De acordo com a função que exerce no período, a
oração subordinada substantiva pode ser: b) Objetiva Direta
a) Subjetiva A oração subordinada substantiva objetiva dire-
ta exerce função de objeto direto do verbo da oração
É subjetiva quando exerce a função sintática principal.
de sujeito do verbo da oração principal. Observe:
Por Exemplo:
É fundamental o seu comparecimento à reunião. Todos querem sua aprovação no vestibular.
Objeto Dire-
Sujeito to

É fundamental que você compareça à reunião. Todos querem que você seja aprova-
do. (Todos querem isso)
Oração Principal Oração Subordinada Subs-
Oração Princi- Oração Subordinada Substan-
tantiva Objetiva Direta
pal tiva Subjetiva

As orações subordinadas substantivas objetivas


Atenção: diretas desenvolvidas são iniciadas por:
Observe que a oração subordinada substantiva 1- Conjunções integrantes "que" (às vezes elípti-
pode ser substituída pelo pronome " isso". As- ca) e "se":
sim, temos um período simples:
Por Exemplo:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
A professora verificou se todos alunos esta-
Dessa forma, a oração correspondente vam presentes.
a "isso" exercerá a função de sujeito. 2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quan-
to (às vezes regidos de preposição), nas interro-
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na gações indiretas:
oração principal:
Por Exemplo:
1- Verbos de ligação + predicativo, em constru-
O pessoal queria saber quem era o dono do
ções do tipo:
carro importado.

É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece 3- Advérbios como, quando, onde, por que,
certo - É claro - Está evidente - Está comprovado quão (às vezes regidos de preposição), nas inter-
rogações indiretas:
Por Exemplo: Por Exemplo:
É bom que você compareça à minha festa. Eu não sei por que ela fez isso.
2- Expressões na voz passiva, como:
Orações Especiais
Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta- Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados
se - É sabido - Foi anunciado - Ficou provado auxiliares causativos) e ver, sentir, ouvir, perce-
ber(chamados auxiliares sensitivos) ocorre um
tipo interessante de oração subordinada substan-
Por Exemplo:
tiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Obser-
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. ve:
3- Verbos como: Deixe-me repousar.
Mandei-os sair.
convir - cumprir - constar - admirar - importar -

272
Ouvi-o gritar. Observe que as orações subordinadas subs-
tantivas objetivas indiretas integram o sentido de
Nesses casos, as orações destacadas são to-
um verbo,enquanto que orações subordinadas
das objetivas diretas reduzidas de infinitivo. E, o
substantivas completivas nominais integram o
que é mais interessante, os pronomes oblíquos
sentido de um nome.Para distinguir uma da ou-
atuam todos como sujeitos dos infinitivos ver-
tra, é necessário levar em conta o termo com-
bais. Essa é a única situação da língua portugue-
plementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
sa em que um pronome oblíquo pode atuar como
objeto indireto e o complemento nominal: o pri-
sujeito. Para perceber melhor o que ocorre, con-
meiro complementa um verbo, o segundo, um
vém transformar as orações reduzidas em ora-
nome.
ções desenvolvidas:
Deixe que eu repouse. e) Predicativa
Mandei que eles saíssem. A oração subordinada substanti-
Ouvi que ele gritava. va predicativa exerce papel de predicativo do sujei-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois
Nas orações desenvolvidas, os pronomes oblí- do verbo ser.
quos foram substituídos pelas formas retas cor-
respondentes. É fácil compreender agora que se Por Exemplo:
trata, efetivamente, dos sujeitos das formas ver- Nosso desejo era sua desistência.
bais das orações subordinadas. Predicativo do Sujeito

c) Objetiva Indireta Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso


desejo era isso.)
A oração subordinada substantiva objetiva indire- Oração Subordinada Substantiva
ta atua como objeto indireto do verbo da oração Predicativa
principal. Vem precedida de preposição.
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição ex-
Por Exemplo: pletiva "de" para realce. Veja o exemplo:
Meu pai insiste em meu estudo. A impressão é de que não fui bem na prova.
Objeto Indireto
f) Apositiva
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai
A oração subordinada substantiva apositiva exerce
insiste nisso)
função de aposto de algum termo da oração princi-
Oração Subordinada Substantiva
pal.
Objetiva Indireta
Por Exemplo:
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar
elíptica na oração. Fernanda tinha um grande sonho: a chegada
do dia de seu casamento.
Por Exemplo:
Marta não gosta (de) que a chamem de Aposto
senhora. (Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
Oração Subordinada Substanti-
va Objetiva Indireta
Fernanda tinha um grande sonho: que o dia
d) Completiva Nominal
do seu casamento chegasse.
A oração subordinada substantiva completiva no- Oração Subordinada
minal completa um nome que pertence à oração Substantiva Apositiva
principal e também vem marcada por preposição.
Por Exemplo: Saiba mais:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Apesar de a NGB não fazer referência, podem
Complemento Nomi- ser incluídas como orações subordinadas subs-
nal tantivas aquelas que funcionam como agente da
passiva iniciadas por "de" ou "por" , + pronome
Sentimos orgulho de que você se compor- indefinido. Veja os exemplos:
tou. (Sentimos orgulho disso.) O presente será dado por quem o comprou.
Oração Subordinada Subs-
tantiva Completiva Nominal O espetáculo foi apreciado por quantos o assis-
tiram .
Lembre-se:
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

273
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que pos- uma oraçãosubordinada adjetiva reduzida de infini-
sui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele tivo: não há pronome relativo e seu verbo está no
equivale. As orações vêm introduzidas por pronome infinitivo.
relativo e exercem a função de adjunto adnominal do
Classificação das Orações Subordinadas Adjeti-
antecedente.Observe o exemplo:
vas
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Na relação que estabelecem com o termo que carac-
Substantivo Adjetivo (Adjun-
terizam, as orações subordinadas adjetivas podem
to Adnominal)
atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas
Note que o substantivo redação foi caracterizado que restringem ou especificam o sentido do termo
pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível a que se referem, individualizando-o. Nessas ora-
formarmos outra construção, a qual exerce exata- ções não há marcação de pausa, sendo chama-
mente o mesmo papel. Veja: das subordinadas adjetivasrestritivas. Existem
também orações que realçam um detalhe
Esta foi uma redação que fez suces-
ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se
so.
encontra suficientemente definido, as quais denomi-
Oração Principal Oração Subor-
nam-se subordinadas adjetivas explicativas.
dinada Adjetiva
Exemplo 1:
Perceba que a conexão entre a oração subordina-
da adjetiva e o termo da oração principal que ela Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de
modifica é feita pelo pronome relativo que. Além de um homem que passava naquele momento.
conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome
relativo desempenha uma função sintática na oração Oração Subordinada Adjetiva
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo Restritiva
termo que o antecede.
Nesse período, observe que a oração em desta-
Obs.: para que dois períodos se unam num perí- que restringe e particulariza o sentido da pala-
odo composto, altera-se o modo verbal da se- vra "homem": trata-se de um homem específico,
gunda oração. único. A oração limita o universo de homens, isto é,
não se refere a todos os homens, mas sim àquele
Atenção: que estava passando naquele momento.

Vale lembrar um recurso didático para reconhe- Exemplo 2:


cer o pronome relativo que: ele sempre pode ser
substituído por: O homem, que se considera racional, muitas vezes
age animalescamente.
o qual - a qual - os quais -as quais Oração Subordinada Adjetiva Explica-
Por Exemplo: tiva

Refiro-me ao aluno que é estudioso. Nesse período, a oração em destaque não tem
sentido restritivo em relação à palavra "homem": na
Essa oração é equivalente a: verdade, essa oração apenas explicita uma ideia que
já sabemos estar contida no conceito de "homem".
Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Saiba que:
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
A oração subordinada adjetiva explicativa é
Quando são introduzidas por um pronome relativo e
separada da oração principal por uma pausa,
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo,
que, na escrita, é representada pela vírgula. É
as orações subordinadas adjetivas são chama-
comum, por isso, que a pontuação seja indicada
das desenvolvidas. Além delas, existem as orações
como forma de diferenciar as orações explicati-
subordinadas adjetivas reduzidas, que não são
vas das restritivas: de fato, as explicativas vêm
introduzidas por pronome relativo (podem ser intro-
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
duzidas por preposição) e apresentam o verbo numa
das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí-
pio). Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é
necessário levar em conta as diferenças de signi-
Por Exemplo: ficado que as orações restritivas e as explicativas
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. implicam. Em muitos casos, a oração subordina-
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. da adjetiva será explicativa ou restritiva de acor-
do com o que se pretende dizer.
No primeiro período, há uma oração subordinada
adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo Exemplo 1:
pronome relativo "que" e apresenta verbo conjugado Mandei um telegrama para meu irmão que
no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há mora em Roma.

274
No período acima, podemos afirmar com segurança é desenvolvida, pois é introduzida por uma-
que a pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, conjunção subordinativa (quando) e apre-
dois irmãos, um que mora em Roma e um que mora senta uma forma verbal do modo indicativo
em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ("vi", do pretérito perfeito do indicativo). Se-
ter seu sentido limitado, ou seja, é preciso restringir ria possível reduzi-la, obtendo-se:
seu universo. Para isso, usa-se uma oração subordi-
Ao ver a estátua, senti uma das
nada adjetiva restritiva.
maiores emoções de minha vida.
Exemplo 2:
A oração em destaque é reduzida, pois
Mandei um telegrama para meu irmão, que apresenta uma das formas nominais do ver-
mora em Roma. bo ("ver" no infinitivo) e não é introduzida
por conjunção subordinativa, mas sim por
Nesse período, é possível afirmar com segurança
uma preposição ("a", combinada com o arti-
que a pessoa que fala ou escreve tem ape-
go "o").
nas um irmão, o qual mora em Roma. A informação
de que o irmão more em Roma não é uma particula- Obs.: a classificação das orações subor-
ridade, ou seja, não é um elemento identificador, dinadas adverbiais é feita do mesmo mo-
diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar. do que a classificação dos adjuntos ad-
verbiais. Baseia-se
Observações:
na circunstância expressa pela oração.
As orações subordinadas adjetivas podem:
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subor-
a) Vir coordenadas entre si; dinadas Adverbiais
Por Exemplo: a) Causa
É uma realidade que degrada e assusta a A ideia de causa está diretamente ligada àquilo
sociedade. que provoca um determinado fato, ao motivo do que
se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele
e = conjunção que determina um acontecimento".
b) Ter um pronome como antecedente.
Por Exemplo: Principal conjunção subordina-
tiva causal: PORQUE
Não sei o que vou almoçar.
o = antecedente Outras conjunções e locuções cau-
sais: como (sempre introduzido na oração anteposta
que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva
à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez
Restritiva
que, visto que.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Exemplos:
Uma oração subordinada adverbial é aquela que
exerce a função de adjunto adverbial do verbo da As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi
muito forte.
oração principal. Dessa forma, pode exprimir circuns-
Como ninguém se interessou pelo proje-
tância
de tempo, modo, fim, causa, condição, hipótese, to, não houve alternativa a não ser cancelá-
lo.
etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma
Já que você não vai, eu também não vou.
das conjunções subordinativas (com exclusão das
Por ter muito conhecimen-
integrantes). Classifica-se de acordo com a conjun-
to (= Porque/Como tem muito conhecimen-
ção ou locução conjuntiva que a introduz. Observe
os exemplos abaixo: to), é sempre consultado. (Oração Reduzida
de Infinitivo)
Naquele momento, senti uma das maiores
b) Consequência
emoções de minha vida.
Adjunto Adverbial As orações subordinadas adverbi-
ais consecutivas exprimem um fato que
Quando vi a estátua, senti uma das maiores é consequência, que é efeito do que se declara na
emoções de minha vida. oração principal. São introduzidas pelas conjunções
Oração Subordinada Adverbial e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto
que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que,
No primeiro período, "naquele momento" é
tamanho... que.
um adjunto adverbial de tempo, que modifica
a forma verbal "senti". No segundo período,
esse papel é exercido pela oração "Quando Principal conjunção subordinativa conse-
vi a estátua", que é, portanto, uma oração cutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão,
subordinada adverbial temporal. Essa oração tamanho)

275
Exemplos: Irei mesmo que ele não vá.
É feio que dói. (É tão feio que, em conse- A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
quência, causa dor.) irei de qualquer maneira, independentemente de sua
Nunca abandonou seus ideais, de sorte ida. A oração destacada é, portanto, subordinada
que acabou concretizando-os. adverbial concessiva.
Não consigo ver televi-
Observe outros exemplos:
são sem bocejar. (Oração Reduzida de Infi-
nitivo) Embora fizesse calor, levei agasalho.
Sua fome era tanta que comeu com casca e Conquanto a economia tenha crescido, pelo
tudo. menos metade da população continua à
margem do mercado de consumo.
c) Condição
Foi aprovado sem estudar (= sem que estu-
Condição é aquilo que se impõe como necessário dasse / embora não estudasse). (reduzida de
para a realização ou não de um fato. As orações infinitivo)
subordinadas adverbiais condicionais exprimem o
e) Comparação
que deve ou não ocorrer para que se realize ou dei-
xe de se realizar o fato expresso na oração principal. As orações subordinadas adverbi-
ais comparativas estabelecem
Principal conjunção subordi- uma comparação com a ação indicada pelo verbo
nativa condicional: SE da oração principal.

Outras conjunções condicionais: caso, contanto Principal conjunção subordinativa comparati-


que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser va: COMO
que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida
de verbo no subjuntivo). Por Exemplo:
Exemplos: Ele dorme como um urso.
Se o regulamento do campeonato for bem Utilizam-se com muita frequência as seguintes estru-
elaborado, certamente o melhor time será turas que formam o grau comparativo dos adjetivos e
campeão. dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que,
Uma vez que todos aceitem a propos- menos (do) que. Veja os exemplos:
ta, assinaremos o contrato.
Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteli-
Caso você se case, convide-me para a festa.
gência.
Não saia sem que eu permita.
Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os O orador foi mais brilhante do que profundo.
alunos), o professor não os teria punido.
(Oração Reduzida de Gerúndio) Saiba que:
d) Concessão
É comum a omissão do verbo nas orações su-
As orações subordinadas adverbi- bordinadas adverbiais comparativas.
ais concessivas indicam concessão às ações do
Por exemplo:
verbo da oração principal, isto é, admitem uma con-
tradição ou um fato inesperado. A ideia Agem como crianças. (agem)
de concessão está diretamente ligada aocontraste, Oração Subordinada Adverbial Compara-
à quebra de expectativa. tiva
No entanto, quando se comparam ações diferen-
Principal conjunção subordinativa concessi- tes, isso não ocorre.
va: EMBORA
Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (compara-
ção do verbo falar e do verbo fazer).
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as
locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se
bem que, posto que, apesar de que. f) Conformidade

Observe este exemplo: As orações subordinadas adverbi-


ais conformativas indicam ideia de conformidade,
Só irei se ele for. ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado
A oração acima expressa uma condição: o fato de para a execução do que se declara na oração princi-
"eu" ir só se realizará caso essa condição for satisfei- pal.
ta.
Principal conjunção subordinativa conformati-
Compare agora com:

276
va: CONFORME equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido
deve ser usada.
Outras conjunções conformativas: como, consoan- Por Exemplo:
te e segundo (todas com o mesmo valor Na medida em que não há provas contra esse ho-
de conforme). mem, ele deve ser solto.
Exemplos: Atenção: não use as formas ―à medida em que‖ ou
―na medida que‖.
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os ci- i) Tempo
dadãos têm direitos iguais. As orações subordinadas adverbi-
Segundo atesta recente relatório do Banco ais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao
Mundial, o Brasil é o campeão mundial de fato expresso na oração principal, podendo exprimir
má distribuição de renda. noções de simultaneidade, anterioridade ou posterio-
g) Finalidade ridade.

As orações subordinadas adverbiais finais indicam a


intenção, a finalidade daquilo que se declara na Principal conjunção subordinativa tempo-
oração principal. ral: QUANDO

Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE Outras conjunções subordinativas tempo-


QUE rais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim
que, logo que, todas as vezes que, antes que,
depois que, sempre que, desde que, etc.
Outras conjunções finais: que, porque (= para que)
e a locução conjuntiva para que. Exemplos:

Por Exemplo: Quando você foi embora, chegaram outros


convidados.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
amigos. Mal você saiu, ela chegou.
Felipe abriu a porta do carro para que sua Terminada a festa, todos se retiraram.
namorada entrasse. (= Quando terminou a festa) (Oração Redu-
h) Proporção zida de Particípio)

As orações subordinadas adverbi-


ais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou
seja, um fato simultâneo ao expresso na oração
principal.

Principal locução conjuntiva subordinativa pro-


porcional: À PROPORÇÃO QUE

Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medi-


da que, ao passo que. Há ainda as estrutu-
ras: quanto maior... (maior), quanto mai-
or... (menor), quanto menor... (maior), quanto me-
nor... (menor), quanto mais...(mais), quanto
mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos).
Exemplos:
À proporção que estudávamos, acertávamos mais
questões.
Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
Lembre-se:
À medida que é uma conjunção que expressa ideia
de proporção; portanto, pode ser substituída por "à
proporção que".
Na medida em que exprime uma ideia de causa e

277
REGÊNCIA VERBAL Ex: Não pise na grama.
Pise = VTI = (em quê?)
Esquema: VERBOS Na grama = OI

Ação: Ex3: Todos / aguardaram/ você / durante 2 horas. 


Sujeito/ VTD/ OD/ Locução adverbial de tempo.
 VTD – Verbo Transitivo direto  pede um
complemento verbal sem preposição na per-  Todos = sujeito
gunta  OD (Objeto direto)  Aguardaram = VTD
 VTI – Verbo Transitivo indireto  pede um  Você = OD
complemento verbal com preposição na per-  Durante 2 horas = Locução adverbial de
gunta  OI (Objeto indireto) tempo = Locução adverbial (iniciada por pre-
 VTDI - Verbo Transitivo direto e indireto  posição e com núcleo substantivo);
pede 2 complementos verbais  OD e OI OBS: O verbo aguardar pode também ser
 VI – Verbo Intransitivo  não pede um com- utilizado com VTI: Aguardar (Por) – só pode
plemento verbal, pois possui sentido comple- ser utilizado com a preposição por – sem
to. mudança de significado:
Todos/ aguardaram/ por você/ durante 2 ho-
Estado: ras.  Sujeito/ VTI/ OI/ Locução adverbial de
tempo.
 VL – Verbo de Ligação  só existirá se hou- **não precisa encontrar o núcleo do OD,
ver junto a ele ―Predicativo do Sujeito‖, ou porque preposição não tem função sintática.
seja, VL + PRED. SUJEITO.
ESTUDO DOS V.L.
**REGÊNCIA: Verbo pisar = pisar algo/ pisar em
algo. São verbos que só podem ser chamados como
tal se junto a eles houver predicativo do sujeito.
A Língua Portuguesa nos oferece uma lista de
ESTUDO DOS V.T.D. verbos que nasceram para serem VL:

 SER
Conceito: são verbos de sentido incompleto
 ESTAR
e devido a isso pedem complemento verbal
 FICAR
sem que haja preposição a pergunta.
 PERMANECER
 CONTINUAR
**Assistir – prestar ajuda/dar assistência/ prestar  PARECER
socorro. – é VTD..  ANDAR (sentido de ―estar‖ Ex: eu andei
doente, andei cansado...)
Ex: A enfermeira/ assistiu / o enfermo / com paciên-  TORNAR-SE
cia.  Sujeito/ VTD/ OD/ Adj. Adverbial de modo.  VIRAR

 Assistiu quem? VTD – sentido de prestar **―E se eu usar o verbo e não ter predicativo? Todo
ajuda. verbo que nasceu para ser VL e não tiver predicativo
 O enfermo = OD do sujeito é VI‖
 com paciência. = locução adverbial de modo
= adjunto adverbial de modo. VL + PREDICATIVO DO SUJEITO.

Ex2: Não pise / a grama. Importantíssimo: Todo verbo que nasceu para
ser de ligação e não possui predicativo do sujeito
 Pise o que? – VTD – sentido de esmagar; será, então, um verbo intransitivo.
 A grama = OD
OBS: O verbo pisar recentemente foi regis- Ex: Os alunos /permaneceram /atentos.
trado como VTI (com preposição ―em‖).
 Alunos = substantivo = sujeito
Dica: Em uma boa gramática: Pisar (em)
 Permaneceram = VL
quer dizer que só pode ser usado com a
 Atentos = adjetivo  é uma característica do
preposição ―em‖.
sujeito predicativo do sujeito.

278
Ex: Os alunos /permaneceram /em sala. Exemplos: Pesquei muito hoje/ Comi muito./
Estudei bem hoje.
 Alunos = substantivo = sujeito
 Permaneceram = VI Em sala = adj. adverbi-  Todos pescaram muito hoje.
al de lugar. o Pecaram = VI
**O verbo ―permanecer‖ nasceu para ser VL, o Muito = adjunto adverbial de intensi-
mas como não há predicativo ele é VI. dade (a ação de pescar que foi in-
**VI não pede complemento, mas geralmen- tensificada, e não a quantidade do
te pede a circunstância da ação produto da pesca, ou seja, o peixe.)
o Ontem = adj. adv. de tempo
 Devemos lembra que os VL:  Observe a diferença em:
 Nunca pedem complemento verbal. Todos pescaram (o quê?) muitos peixes.
 São semanticamente nulos, ou seja, não VTD/ OD
conseguem atribuir ação.
 Verbos utilizados no sentido de
VERBOS INTRANSITIVOS fenômeno da natureza, serão VI.

São verbos de sentidos completos, logo não admi-


Verbos Transitivos Indiretos (VTI)
tem completo verbal.
São verbos de sentido incompleto e devido a isto,
OBS: Sobre os V é importante saber que:
pedem complemento havendo obrigatoriamente pre-
posição na pergunta.
 Em maioria estarão associados às circuns-
** O Artigo ―pessoaliza‖ a opinião emitida (Com o uso
tâncias da ação (estruturas adverbiais).
do artigo entende-se que existe uma relação mais
próxima, pessoal.), por isso, Figuras bíblicas (como
―Santos‖, ―Deus‖) e políticos, não admitem o artigo.
Ex: MORAR
o Lugar  ―em‖ Exemplos:
o Modo  ―de‖
o Companhia  ―com‖  Chamei /por Deus/ naquela hora  VTI/OI/
o Ausência  ―sem‖ Adj. adv. de tempo
Ex: Assisto / em Goiânia. VI/ Adj. Adver- o Chamei por quem?  No sentido de
bial de lugar. invocar ou chamar = VTI
o Naquela (em + aquela)
Cuidado: Não confundir. *Deve-se sempre
buscar o referencial.  Assistimos/ a um péssimo filme.  VTI/ OI
Ex: Namorei com você durante 10 anos.  o Assistimos A que?  no sentido de
VI (Processo da ação/ ―tratar a relação‖) / ver/presenciar = VTI
Adjunto adverbial de companhia.
Ex: Namoro /Adriana há 8 anos.  Namoro
(quem?) = VTD/ Adriana = OD
OBS: Assistir no sentido de
Há verbos intransitivos que pela necessidade  Assistir = ver/visualizar = VTI  pede prepo-
do contexto trabalham como VTD. sição A
Exemplos: ―Verbos naturalmente intransiti-  Assistir = ter direito = VTI  pede preposi-
vos‖ ção A  neste caso, o sujeito obrigatoria-
o Estudar mente deve vir após o verbo.
o Pescar
o Chorar Ex: Assiste / ao trabalhador / o 13º salário. 
o Comer (Assiste A = ―ter direito‖)
o Beber VTI/ OI / Sujeito.
** (AO = Preposição A + Artigo O)
Dica: Em caso de dúvida, utilizar (aplicar) o verbo em
questão em várias situações sem complemento e
observar se isto é possível:

279
Ex: Necessitamos /de mais algum tempo/  Eu/ chamei/ o teu filho / à atenção  Sujeito/
para cumprir o acordo.  VTI/ OI/ adj. adv. VTDI/ OD (pessoa)/ OI (coisa)  Relação
de finalidade. incomum ( ―repreender‖)

OBS: Há VTDI que ao mudarem ―a relação‖ não


Verbos Transitivos Diretos e Indiretos – incorrerão na mudança de significados.
VTDI
Ex: Ensinei/-o/ aestudar para a prova.  VTDI/ OD
São verbos de sentido incompleto e devido a isso (pessoa)/ OD oracional  Relação incomum.
pedem complemento verbal.
Ensinei/-lhe/ estudar para a prova.  VTDI/ OI (pes-
Importante: É válido saber que VTDI é um verbo que soa)/ OD oracional
―comporta‖ os dois tipos de complementos, mas o
**Ensinei o que? A quem? Se já foi feito uma pergun-
uso destes será determinado pelo contexto.
ta ccom preposição, a outra pergunta deverá ser
OBS: A maioria dos VTDI utiliza a relação comum: feita sem preposição.

 OD  COISA - Ideia de coisa.


 OI  PESSOA - Ideia de pessoa.
ACONSELHAR (TD e I)

Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo


DAR
Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo
MOSTRAR O que?  OD  coisa
ENTREGAR
AGRADAR
AGRADECER A quem?  OI  pessoa
FAZER No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto
QUERER
direto - não tem preposição).

Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro.


 Ex: Mostreias fotos do meu filho a todos.
o Mostrei = VTDI Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.
o Mostrei o quê? As fotos = OD (coisa)
o Mostrei a quem? a todos = OI (pes-
soa)
No sentido de ser agradável, satisfazer (pede
OBS: Há verbos VTDI que admitem relação inco- objeto indireto - tem preposição "a").
mum:
Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca
 OD = pessoa agradam ao povo.
 OI = coisa
AGRADECER
OBS: Há verbos VTDI que ao alternarmos sua rela-
ção mudam de significado. TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre
será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Lembre-se: Verbos que nasceram para ser de VL,
mas não estão acompanhados de predicativo do Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes .
sujeito, se tornam VI.
Agradeceu o presente ao seu namorado.
Exemplos:
ASPIRAR
 Eu/ chamei /a atenção /do teu filho.  sujeito
No sentido sorver, absorver (pede objeto direto -
/ VTDI/ OD (coisa)/ OI (pessoa)  Relação
não tem preposição)
comum (―Se fazer notado‖)
 O brinquedo/ chamou/ a atenção/ do teu filho Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.
 Sujeito/ VTDI/ OD (coisa)/ OI (pessoa)
No sentido de almejar, objetivar (pede objeto
indireto - tem preposição "a")

280
Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol CHEGAR, IR (Intrans.)

ASSISTIR Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de


destino, e DE, na indicação de procedência.
No sentido de ver ou ter direito (TI - prep. A).
Observação
Ex.: Assistimos a um bom filme.
quando houver a necessidade da prep. A, segui-
Assiste ao trabalhador o descanso semanal da de um substantivo feminino (que exija o artigo
remunerado. a), ocorrerá crase (Vou à Bahia);no emprego mais
freqüente, usam a preposição A e não EM
No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI -
com a prep. A) Ex.: Cheguei tarde à escola.

Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhi- Foi ao escritório de mau humor.
nhos.
se houver idéia de permanência, o verbo ir se-
Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhi- gue-se da preposição PARA.
nhos.
Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília.

quando indicam meio de transporte no qual se


No sentido de morar é intransitivo, mas exige chega ou se vai, então exigem EM.
preposição EM.
Ex.: Cheguei no ônibus da empresa.
Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir
em Brasília.. A delegação irá no vôo 300.

AGUARDAR (TD ou TI) COGITAR

Ex.: Eles aguardavam o espetáculo . Pode ser TD ou TI, com a prep. EM, ou com a prep.
DE.
Eles aguardavam pelo espetáculo.
Ex.: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral.
CHAMAR
Hei de cogitar no caso.
- TD, quando significar convocar.
O diretor cogitou de demitir-se.
Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da
reunião. COMPARECER (Intrans.)

- TI, com a prep. POR, quando significar invocar. Ex.: Compareceram na sessão de cinema.

Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me Compareceram à sessão de cinema.
ouviu.
ENSINAR - TD e I
- TDe I, com a prep. A, quando significar repreen-
der. Ex.: Ensinei-o a falar português.

Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava con- Ensinei-lhe o idioma inglês
versando durante a aula.
FALTAR, RESTAR E BASTAR
Chamei-o à atenção.
Podem ser intransitivos ou TI, com a prep. A.
Observação
Ex.: Muitos alunos faltaram hoje.
A expressão "chamar a atenção de alguém" não
Três homens faltaram ao trabalho hoje .
significa repreender, e sim fazer se notado.
Resta aos vestibulandos estudar bastante.
EX. O cartaz chamava a atenção de todos que por
ali passavam.

281
SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI) impaciência com;
medo a, de;
obediência a;
Com a preposição COM. Não são pronominais, por-
ojeriza a, por;
tanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar- se. proeminência sobre;
respeito a, com, para com, por.
Ex.: Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo
com o irmão dela.
Observação: O substantivo medo rege também a
preposição "a", mas surge mais freqüente-
SOBRESSAIR (TI) mente acompanhado da preposição "de".

ADJETIVOS
Com a preposição EM. Não é pronominal, portanto
não existe sobressair-se. Acessível a;
contíguo a;

Ex.: Quando estava no colegial, sobressaía em todas Generoso com;


acostumado a, com;
as matérias.
contrário a;
grato a, por;
CAPÍTULO 12–REGÊNCIA NOMINAL afável com, para com;
curioso de, por;
Regência Nominal é a relação existente en- hábil em;
tre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) agradável a;
e os termos regidos por esse nome. A Regência descontente com;
Nominal determina qual é a preposição que de- habituado a;
vemos usar. Observe que não há regras especí- alheio a, de;
ficas, pois a regência de uma palavra é um caso desejoso de;
particular. Cada palavra pede seu complemento idêntico a;
e rege sua preposição. análogo a;
diferente de;
Exemplos:
impróprio para;
Ela fez referência (substantivo) a este evento ansioso de, para, por;
(complemento nominal). entendido em;
(Quem faz referência faz referência a alguma indeciso em;
coisa) apto a, para;
equivalente a;
Eles têm necessidade (substantivo) de di- insensível a;
nheiro (complemento nominal). ávido de;
(Quem tem necessidade tem necessidade de al- escasso de;
guma coisa) liberal com;
benéfico a;
essencial a, para;
natural de;
SUBSTANTIVOS
capaz de, para;
Admiração a, por; Fácil de;
aversão a, para, por; necessário a;
atentado a, contra; compatível com;
bacharel em; fanático por;
capacidade de, para; nocivo a;
devoção a, para com, por; contemporâneo a, de;
doutor em; favorável a;
dúvida acerca de, em, sobre; paralelo a;
horror a; parco em, de;

282
propício a; Comentário: O pronome oblíquo proclítico
semelhante a;
passível de; “o” faz referência ao sintagma verbal “com-
próximo a, de; pre um carro”; logo o item está incorreto.
sensível a;
preferível a;
relacionado com;
prejudicial a; 2) Mesóclise: colocação do pronome no meio do
relativo a; verbo.
suspeito de;
prestes a;
(STF/ SUPERIOR/ CESPE/ 2008) A função sintática
vazio de;
satisfeito com, de, em, por. exercida por “a mim mesmo”, em “Tratarei a mim
mesmo” corresponde a me e, por essa razão, tam-
ADVÉRBIOS:
bém seria gramaticalmente correta a seguinte reda-
longe de; perto de. ção: Tratarei-me. TEXTO:Tratarei a mim mesmo
Os advérbios terminados em "-mente" ten- como um objeto.
dem a seguir o regime dos adjetivos de que
são formados:
Comentário: Neste item, houve um erro de
paralela a, paralelamente a; colocação pronominal em “tratarei-me”; sendo
relativa a, relativamente a.
assim, a alternativa está incorreta. Visto que o
verbo “tratarei” está no futuro do presente,
deverá, então, ocorrer a mesóclise. A forma
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
correta seria “tratar-me-ei”, pois se observa o
A colocação pronominal está diretamente ligada à uso do pronome oblíquo mesoclítico “me”.
posição que os pronomes oblíquos átonos ocupam
em relação aos verbos, podendo apresentar-se em
casos de próclise, mesóclise e ênclise. 3) Ênclise: colocação do pronome depois do verbo.
(TELEBRAS/ SUPERIOR/ CESPE) Estaria mantida
PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS a correção gramatical do texto caso fosse inserido,
(sem preposição) logo apos a forma verbal “dizendo”, o pronome lhe
1ª ME NOS
2ª TE VOS ― dizendo-lhe ―, elemento que exerceria a função
3ª O, A, SE, LHE OS, AS, SE, LHES de complemento indireto do verbo, retomando, por
coesão, “Marconi”. TEXTO:Em busca de mais re-
Agora é hora de posicionar corretamente esses pro- cursos, Marconi escreveu ao governo italiano, mas
nomes:
um funcionário descartou a ideia, dizendo que era
melhor apresentá-la em um manicômio.
1) Próclise: colocação do pronome antes do verbo.
Comentário: Observe-se que caberia perfeita-
(PRF/ TÉCNICO/ CESPE) No período ―Mas não o
mente o pronome “lhe” após a forma verbal
faça sem conhecimento de causa‖ , o elemento ―o‖,
“dizendo”, retomando o termo “Marconi”; por
que estabelece coesão com os períodos anteriores,
isso o item está correto. Note-se ainda que se
marca a elipse do sintagma nominal ―um carro‖ (R.1).
tem o uso do pronome oblíquo enclítico.
TEXTO: Se você quiser, compre um carro; é um
conforto admirável. Mas não o faça sem conheci-
mento de causa, a fim de evitar desilusões futuras.

283
IMPORTANTE: Lembre-se de que o pronome pes- Comentário: No trecho “que se fazer esforço”,
soal oblíquo átono jamais poderá iniciar uma frase. ocorre um exemplo de próclise. A alternativa
propõe que, nos sintagmas verbais “aumenta-
O novo milênio — designado como era do conheci- se”, “notam-se” e “Destacam-se”, desloca-se o
mento, da informação — é marcado por mudanças pronome “se” para antes das formas verbais,
de relevante importância e por impactos econômicos, colocando-os em função proclítica. Entretanto,
políticos e sociais. Em épocas de transformações tão não possível fazer essa inversão porque o pro-
radicais e abrangentes como essa, caracterizada nome do caso oblíquo átono nunca poderá ini-
pela transição de uma era industrial para uma base- ciar uma frase. Logo, o item está incorreto.
ada no conhecimento, aumenta-se o grau de indefi-
nições e incertezas. Há, portanto, que se fazer es-
forço redobrado para identificar e compreender es-
ses novos processos — o que exige o desenvolvi-
mento de um novo quadro conceitual e analítico que CASOS DE PRÓCLISE OBRIGATÓRIA

permita captar, mensurar e avaliar os elementos que Será o obrigatório o uso do pronome proclítico quan-
determinam essas mudanças — e para distinguir, do houver um fator de atração, isto é, um vocábulo
entre as características e tendências emergentes, as ou expressão que atraia o pronome oblíquo átono
que são mais duradouras das que são transitórias, para antes do verbo.
ou seja, lidar com a necessidade do que Milton San-
tos resumiu como distinguir o modo da moda. SÃO FATORES DE PRÓCLISE (ATRAÇÃO)
No novo padrão técnico-econômico, notam-se a 1) ADVÉRBIOS

crescente inovação, intensidade e complexidade dos (TRANSPETRO / SUPERIOR/ ADAPTADA/ CES-

conhecimentos desenvolvidos e a acelerada incorpo- GRANRIO) Segundo a norma culta, é possível inver-

ração desses nos bens e serviços produzidos e co- ter a colocação do pronome em ―se sabia‖ por ―sa-
mercializados pelas organizações e pela sociedade. bia-se‖. TEXTO: Como já se sabia, o ser humano
Destacam-se, sobretudo, a maior velocidade, a con- adapta-se rapidamente a novas condições de vida.
fiabilidade e o baixo custo de transmissão, armaze- Comentário: O vocábulo “já” é um advérbio de
namento e processamento de enormes quantidades tempo, e exige que o pronome oblíquo “se”
de conhecimentos codificados e de outros tipos de venha obrigatoriamente antecedido do verbo;
informação. logo, o item está incorreto.
Helena Maria Martins Lastres et al. Desafios e opor-
tunidades da era do conhecimento.
In: São Paulo em Perspectiva, 16(3), 2002, p. 60-1 2) PALAVRAS NEGATIVAS
(com adaptações). A Carta de Pero Vaz de Caminha
De ponta a ponta é toda praia rasa, muito plana e
(SERPRO/ SUPERIOR/ CESPE) A correção grama- bem formosa. Pelo sertão, pareceu-nos do mar muito
tical do texto seria mantida, caso a mesma forma de grande, porque a estender a vista não podíamos ver
colocação do pronome "se" no segmento "que se senão terra e arvoredos, parecendo-nos terra muito
fazer esforço" - anteposição à forma verbal - fosse longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja
empregada em "aumenta-se", "notam-se" e "Desta- ouro nem prata, nem nenhuma coisa de metal, nem
cam-se". de ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si é muito
boa de ares, tão frios e temperados, como os de

284
Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, lares, com matizes ideológicos mais pronunciados,
assim os achávamos como os de lá. Águas são mui- surgiram apenas em uma fase mais recente da histó-
tas e infindas. De tal maneira é graciosa que, que- ria do país, como consequência do processo de in-
rendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das dustrialização, que se acelerou a partir dos anos 50
águas que tem. do século passado.
(In: Cronistas e viajantes. São Paulo: Abril Edu-
Comentário: a partícula “que” é um pronome
cação, 1982. p. 12-23. Literatura Comentada. Com
relativo, que exige próclise. Obrigatoriamente,
adaptações)
o pronome “se” deverá localizar-se antes da
(DETRAN-RN/ ANALISTA/ FGV) Uma opção correta
forma verbal “acelerou”; portanto, o item está
de acordo com a norma culta seria substituir ―nem as incorreto.
vimos‖ por ―nem vimos elas‖.

Comentário: alternativa incorreta. O pronome


5) PRONOMES INDEFINIDOS
pessoal do caso reto “elas” somente exercerá
(MINISTÉRIO DA DEFESA/ MÉDIO/ ADAPTADA/
função sintática de sujeito ou no máximo de
VUNESP) O pronome está posicionado em confor-
predicativo do sujeito. Como complemento do
midade com a norma-padrão da língua na expressão
verbo, deve-se utilizar os pronomes pessoais do
―ninguém recusou-se‖. TEXTO: Ninguém recusou-se
caso oblíquo; logo, a substituição ocasionaria
a arrumar as malas no carro.
erro gramatical na estrutura. Note-se, ainda, que
Comentário: o vocábulo “ninguém” é um prono-
o termo “nem” é uma palavra negativa e exige a
me indefinido, e exige que o pronome oblíquo
próclise.
“se” seja inserido antes da forma verbal “recu-
sou”. Sendo assim a alternativa está incorreta.

3) PRONOMES DEMONSTRATIVOS
(CORREIOS/ ANALISTA/ ADAPTADA/ CESPE) No 6) CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
segmento ―isto me obrigaria a escrever outra mensa- (TJ-SP/ MÉDIO/ ADAPTADA/ VUNESP) A coloca-
gem para explicar a mudança‖, o pronome me pode- ção do pronome no trecho ―quando teme-se‖ está de
ria sem prejuízo gramatical ser escrito também após acordo com o português padrão. TEXTO: O efeito
a forma verbal ―obrigaria‖, tendo-se, portanto, a se- ocorre sobretudo quando teme-se uma doença ou o
guinte reescritura: isto obrigaria-me a escrever tratamento a ser enfrentado.
outra mensagem.
Comentário: o termo “quando” é um conjunção
Comentário: Deve-se utilizar a próclise, pois o subordinativa adverbial temporal, que exige a
vocábulo “isto” é um pronome demonstrativo e próclise. O pronome “se” deve se alocado antes
atrai o pronome para antes do verbo. Dessa da forma verbal “teme”; por isso o item está
forma, a alternativa está incorreta. errado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

4) PRONOMES RELATIVOS 1 – Verbos no infinitivo sempre admitirão a ênclise.

(TJ-RO/TÉCNICO/ CESPE) Seria mantida a corre- (STF/ MÉDIO/ CESPE) No trecho ―o não importar-se

ção gramatical do texto caso o trecho ―que se acele- com o que ocorra‖, é opcional a colocação do pro-

rou‖ fosse substituído por que acelerou-se. TEXTO: nome ―se‖ antes de ―importar-se‖: o não se importar

Os partidos de massa, vinculados às camadas popu- com o que ocorra. TEXTO: É o medo que engendra

285
a omissão, o não importar-se com o que ocorra, ou o 1) Verbos no futuro do presente.
não assumir-se em nada. Dar-te-ei as flores quando chegares.

2) Verbos no futuro do pretérito.


Comentário: mesmo que haja o fator de atração,
Realizar-se-ia uma nova proposta para deixar o pro-
ou seja, o advérbio “não”, o verbo no infinitivo
sempre admitirá a ênclise. Isto quer dizer que o jeto mais claro.

pronome poderá se posicionar antes ou depois


APOSSÍNCLISE
do verbo; por isso o item está correto.
Consiste na colocação do pronome oblíquo átono
entre duas palavras atrativas.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA/ CES-
2 – Verbos no futuro e no particípio jamais admitirão
PE)A colocação pronominal no português do Brasil é
a ênclise.
variável, por isso, em ―quase se não pode extratar
(PETROBRAS/ SUPERIOR/ ADAPTADA/ CES-
nada‖, estaria gramaticalmente correta qualquer uma
GRANRIO) A colocação do pronome átono destaca-
destas opções: quase não se pode extratar nada
do está incorreta na sentença a seguir: ―Disse que,
ou quase não pode-se extratar nada.
por vezes, temos equivocado-nos nesse assunto‖.

Comentário: a forma verbal “equivocado” está Comentário: note-se que os vocábulos “quase”

no particípio; por isso o pronome oblíquo átono e “não” são palavras atrativas; neste caso,

“nos” deverá localizar-se antes desse verbo. ocorre a chamada apossínclise por haver dois

Portanto, a construção correta seria: Disse que, fatores de atração. É possível fazer as seguintes

por vezes, temos nos equivocado. construções: quase não se pode extratar nada
ou quase se não pode extratar nada. No entanto,
o item está incorreto por afirma que poderia

3 – A expressão ―em + verbo no gerúndio‖ exige a deslocar o pronome para após a forma verbal

próclise.
(BRB/ MÉDIO/ ADAPTADA/ INSTITUTO DATA
RIO) Na expressão ―em se tratando‖, o pronome
oblíquo átono ―se‖ respeita as regras de colocação
dos pronomes. TEXTO:Em se tratando de denúncias
contra funcionários do alto escalão, nada o impedia
de divulgar informações esclarecedoras.

Comentário: note-se que foi usado de forma cor-


reta o pronome oblíquo átono “se”, pois, quando
houver preposição “em” com verbo no gerúndio,
deve-se utilizar a próclise. O item, portanto, está

4 – Frases que exprimem desejo exigem a próclise.


Bons ventos a levem, Marta!

MESÓCLISE

286
CONCORDÂNCIA NOMINAL
9. Pronome de tratamento (referindo-se a uma pes-
1. Substantivo + Substantivo... + Adjetivo
soa de sexo masculino) + verbo de ligação + adjetivo
EX: Ternura e amor humano. masculino

EX: Amor e ternura humana. - Quando um adjetivo modifica um pronome de tra-


tamento que se refere a pessoa do sexo masculino,
EX: Ternura e amor humanos. vai para o masculino.

2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ... Exemplos:


Sua Santidade está esperançoso.
EX: Mau lugar e hora.
Referindo-se ao Governador, disse que Sua Exce-
EX: Má hora e lugar. lência era generoso.

3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ... 10. Nós / Vós + verbo + adjetivo

EX: Estudo as línguas inglesa e portuguesa. Quando um adjetivo modifica os pronomes "nós /
vós", empregados no lugar de "eu / tu", vai para sin-
EX: Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa. gular.

EX: Os poderes temporal e espiritual.

EX: O poder temporal e (o) espiritual. Exemplos:


Vós (= tu) estais enganado.
4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo
Nós (= eu) fomos acolhido muito bem.
EX: A primeira e segunda lição. Sejamos (nós = eu) breve.

EX: A primeira e segunda lições.

5. Substantivo + Ordinal + Ordinal + ... CAPÍTULO 15–CONCORDÂNCIA VERBAL

EX: As cláusulas terceira, quarta e quinta. Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar
com seu sujeito.
6. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo a) Sujeito Simples

EX: Um e outro aspecto. Regra Geral


O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo
EX: Nem um nem outro argumento. em número e pessoa. Veja os exemplos:

7. Um e outro + Substantivo + Adjetivo A orquestra tocou uma valsa lon-


ga.
EX: Um e outro aspecto obscuros. 3ª p. Singular 3ª p. Singular

EX: Uma e outra causa juntas. Os pares que rodeavam a nós dançavam
bem.
8. Substantivo + é bom / é preciso / é proibido 3ª p. Plural 3ª p. Plural

EX: Maçã é bom para a saúde.


Casos Particulares
EX: É preciso cautela.
Há muitos casos em que o sujeito simples é constitu-
EX: É proibido entrada. ído de formas que fazem o falante hesitar no mo-
mento de estabelecer a concordância com o verbo.
Às vezes, a concordância puramente gramatical é
OBS: Quando há determinação do sujeito, a concor-
contaminada pelo significado de expressões que nos
dância efetua-se normalmente: transmitem noção de plural, apesar de terem forma
de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar
EX: É proibida a entrada de meninas. com cuidado os casos a seguir.

287
1) Quando o sujeito é formado por Alagoas impressiona pela beleza das
uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o praias.
grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte As Minas Gerais são inesquecíveis.
de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou Minas Gerais produz queijo e poesia de pri-
pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou meira.
no plural. Os Sertões imortalizaram Euclides da Cu-
nha.
Por Exemplo:
4) Quando o sujeito é um pronome interrogati-
A maioria dos jornalistas aprovou / aprova-
vo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, pou-
ram a ideia.
cos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de
Metade dos candidatos não apresentou /
nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com
apresentaram nenhuma proposta interes-
o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural)
sante.
ou com o pronome pessoal. Veja:
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos ca-
Quais de nós são / somos capazes?
sos dos coletivos, quando especificados:
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Por Exemplo: Vários de nós propuseram / propuse-
mos sugestões inovadoras.
Um bando de vândalos destruiu / destruí-
ram o monumento.

Obs.: nesses casos, o uso do verbo Obs.: veja que a opção por uma
no singular enfatiza a unidade do conjun- ou outra forma indica
to; já a forma plural confere destaque aos a inclusão ou a exclusão do emis-
elementos que formam esse conjunto. sor. Quando alguém diz ou escre-
ve "Alguns de nós sabíamos de
tudo e nada fizemos", esta pessoa
está se incluindo no grupo dos
2) Quando o sujeito é formado por expressão que omissos. Isso não ocorre quando
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, alguém diz ou escreve "Alguns de
menos de, perto de...) seguida de numeral e subs- nós sabiam de tudo e nada fize-
tantivo, o verbo concorda com o substantivo. Ob- ram.", frase que soa como uma
serve: denúncia.
Cerca de mil pessoas participaram da ma-
nifestação.
Perto de quinhentos alu-
nos compareceram à solenidade. Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
ver no singular, o verbo ficará no singular.
Mais de um atleta estabeleceu novo recor-
de nas últimas Olimpíadas. Por Exemplo:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.
Obs.: quando a expressão "mais de um" se
associar a verbos que exprimem reciprocida- 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
de, o plural é obrigatório: indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve
concordar com o substantivo.
Exemplos:
Por Exemplo:
25% do orçamento do país deve destinar-se à
Mais de um colega se ofenderam na tumul- Educação.
tuada discussão de ontem. (ofenderam um 85% dos entrevistados não aprovam a adminis-
ao outro) tração do prefeito.
3) Quando se trata de nomes que só existem no 1% do eleitorado aceita a mudança.
plural, a concordância deve ser feita levando-se em 1% dos alunos faltaram à prova.
conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, Quando a expressão que indica porcentagem não é se-
o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no guida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú-
plural, o verbo deve ficar o plural. mero. Veja:
Exemplos: 25% querem a mudança.
Os Estados Unidos possuem grandes uni- 1% conhece o assunto.
versidades. 6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concor-

288
dância em número e pessoa é feita com oantecedente 9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
do pronome. verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Exemplos: Por Exemplo:
Fui eu que paguei a conta. Vossa Excelência é diabético?
Fomos nós que pintamos o muro. Vossas Excelências vão renunciar?
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na dá de acordo com o numeral.
presença de um homem.
Por Exemplo:
7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir
a forma plural. Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Por Exemplo:
Ademir da Guia foi um
dos jogadores que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor, cer- Obs.: caso o sujeito da oração seja a
tamente lerá seu novo romance. palavra relógio, sino, torre, etc., o ver-
bo concordará com esse sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça
matriz dá nove horas.
Atenção:
A tendência, na linguagem corrente, é a
concordância no singular. O que se
ouve efetivamente, são construções 11) Verbos Impessoais: por não se referirem a ne-
como: nhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do
singular. São verbos impessoais:
"Ele foi um
dos deputados que mais lutou p Haver no sentido de existir;
ara a aprovação da emenda". Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natu-
Ao compararmos com um caso em que reza.
se use um adjetivo, temos:
Exemplos:
"Ela é uma das alunas
mais brilhante da sala." Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
A análise da construção acima torna Chovia ontem à tarde.
evidente que a forma no singular é
inadequada. Assim, as formas aceitá- b) Sujeito Composto
veis são: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver-
" Das alunas mais brilhantes da sala, bo, a concordância se faz no plural:
ela é uma." Exemplos:
" Dos deputados que mais lutaram pela Pai e filho conversavam longamente.
aprovação da emenda, ele é um". Sujeito
Pais e filhos devem conversar com fre-
quência.
Sujeito
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
gramaticais diferentes, a concordância ocorre da
8) Quando o sujeito é o pronome relativo seguinte maneira: a primeira pessoa do plural preva-
"quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa lece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, pre-
do singular ou em concordância com o antecedente valece sobre a terceira. Veja:
do pronome. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Exemplos: Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Fui eu quem pagou a conta. /
Fui eu quem paguei a conta. Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fo- Segunda Pessoa do Plural (Vós)
mos nós quem pintamos o muro.

289
Pais e filhos precisam respeitar-se. no plural se a declaração contida no predicado pu-
Terceira Pessoa do Plural (Eles) der ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a es-
sência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a
resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder
Obs.: quando o sujeito é composto, for- ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se
mado por um elemento da segunda pes- osnúcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar
soa e um da terceira, é possível empregar no singular.
o verbo na terceira pessoa do Por Exemplo:
ral. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus
irmãos tomarão a decisão." Roma ou Buenos Aires será a sede da pró-
xima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será esco-
lhido um)
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, 4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um
passa a existir uma nova possibilidade de concor- nem outro", a concordância costuma ser feita no
dância: em vez de concordar no plural com a totali- singular, embora o plural também seja praticado.
dade do sujeito, o verbo pode estabelecer concor-
dância com o núcleo do sujeito mais próximo. Por Exemplo:
Convém insistir que isso é uma opção, e não uma Um e outro compareceu / compareceram à
obrigação. festa.
Por Exemplo: Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
Faltaram coragem e competência. 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos
Faltou coragem e competência. por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse ca-
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, so, os núcleos recebem um mesmo grau de impor-
a concordância é feita obrigatoriamente tância e a palavra "com" tem sentido muito próximo
no plural.Observe: ao de "e". Veja:
Abraçaram-se vencedor e vencido. O pai com o filho montaram o brinquedo.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. O governador com o secretaria-
do traçaram os planos para o próximo se-
mestre.
Casos Particulares Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular,
se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar O pai com o filho montou o brinquedo.
noplural ou no singular. O governador com o secretariado traçou os
planos para o próximo semestre.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu
comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, o verbo pode ficar
no plural ou concordar com o último núcleo do
sujeito.
Por Exemplo:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto,
um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza
a unidade de sentido que há na combinação. No
segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último
elemento da série gradativa.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são uni-
dos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar

290
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha
Obs.: com o verbo no singular, verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e
não se pode falar em sujeito indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintéti-
composto. O sujeito é simples, ca. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujei-
uma vez que as expressões "com to da oração.
o filho" e "com o secretariado"
são adjuntos adverbiais de com- Exemplos:
panhia. Na verdade, é como se Construiu-se um posto de saúde.
houvesse uma inversão da or- Construíram-se novos postos de saúde.
dem. Veja: Não se pouparam esforços para despoluir o
"O pai montou o brinque- rio.
do com o filho." Não se devem poupar esforços para despo-
"O governador traçou os luir o rio.
planos para o próximo 2) O Verbo "Ser"
semestre com o secretari-
ado." A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e
o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa con-
cordância pode ocorrer também entre o verbo e
o predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos a) Quando o sujeito for representado pelos prono-
por expressões correlativas como: "não mes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e
só...mas ainda", "não somente"..., "não ape- o predicativo estiver noplural.
nas...mas também", "tanto...quanto", o verbo con-
corda de preferência no plural. Exemplos:

Não só a seca, mas também o pouco ca- Isso são lembranças inesquecíveis.
so castigam o Nordeste. Aquilo eram problemas gravíssimos.
Tanto a mãe quanto o fi- O que eu admiro em você são os
lho ficaram surpresos com a notícia. seus cabelos compridos.

7) Quando os elementos de um sujeito composto são b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir
resumidos por um aposto recapitulativo, a concor- a coisas, e o predicativo for um substantivo
dância é feita com esse termo resumidor. no plural.

Por Exemplo: Exemplos:

Filmes, novelas, boas conver- Nosso


sas, nada o tirava da apatia. ram só guloseimas.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito Sujeito Predica-
importante na vida das pessoas. tivo do Sujeito

Outros Casos Sua rotina eram só alegrias.


Sujeito Predicativo do Sujei-
to
1) O Verbo e a Palavra "SE"
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há esse sujeito.
duas de particular interesse para a concordância
verbal: Por Exemplo:

a) quando é índice de indeterminação do su- Gustavo era só decepções.


jeito; Minhas alegrias é esta criança.
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito,
o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos
indiretose de ligação, que obrigatoriamente são con-
jugados na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em
civilizar o país.

291
Obs.: admite-se a concordância
no singular quando se deseja fazer pre-
valecer um elemento sobre o outro.
Por Exemplo:
A vida é ilusões.

c) Quando o sujeito for pronome interrogati-


vo que ou quem.
Por Exemplo:
Que são esses papéis?
Quem são aquelas crianças?

3) O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admi-
te duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexio-
na o infinitivo.
Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele
momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infiniti-
vo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele
momento.

Obs.: a primeira construção é


considerada corrente, enquan-
to a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o
verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece
que as paredes têm
ouvidos.)

292
Interpretação de texto
Prova 1

293
Guarda Metropolitana

294
Prova 2

295
Guarda Metropolitana

296
297
Guarda Metropolitana

298
Prova 3

299
Guarda Metropolitana

300
Prova 4

301
Guarda Metropolitana

302
Prova 5

303
Guarda Metropolitana

304
305
Guarda Metropolitana

306
307
Guarda Metropolitana

Prova 6

308
309
Guarda Metropolitana

Prova 7

310
311
Guarda Metropolitana

312
Prova 8

313
Guarda Metropolitana

314
315
Guarda Metropolitana

316
GABARITO PROVA 1

GABARITO PROVA 2

GABARITO PROVA 3

GABARITO PROVA 4

GABARITO PROVA 5

317
Guarda Metropolitana

GABARITO PROVA 6

GABARITO PROVA 7

GABARITO PROVA 8

318
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ex. r: 8 é ímpar.
I . PROPOSIÇÃO
¬r:
 Conjunto de palavras ou símbolos que expri-
mem um pensamento de sentido completo. ~r:
 São: declarativas, afirmativas ou negativas:
 Não são: interrogativas, exclamativas ou im-
perativas:
 Assumi obrigatoriamente, um único valor- Ex. A: 8 + 3 = 10
lógico ou valor-verdade que é ou Verdadeiro
(V) ou Falso (F). ~A:
 As proposições são representadas por letras
do alfabeto: a, b, c, ..., p, q, r, s,...

Ex. B: 5 + 3 < 10
Ex.Indique as proposições(P) e as expressões(E):
~B:
a) O gato é um animal anfíbio. ( )
b) 3 + 3. ( )
c) 2 + 3x5 = 25 ( ) III. CONECTIVOS LÓGICOS
d) Bom dia!( )
e) O avião não é um meio de transporte.( )  Conjunção:  ( e ) “p e q”, ou “p  q”
f) A idade do professor Augusto.( )  Disjunção:  ( ou ) “p ou q”, ou “p  q”
g) Ele é formado em Física quântica.( )  Condicional simples:  ( se... então ) “Se p
h) O que significa STF?( ) então q”, ou “p  q”.
i) Estude e será aprovado no concurso.( )  Bicondicional:  ( se, e somente se ) “p se, e
j) O valor de A + B é negativo.( ) somente se q”, ou “p  q”.
k) A expressão x – y e positiva para x = 3 e y = 10.(
 Disjunção exclusiva:  ( ou... ou...) “ou p, ou
)
l) Prado é engenheiro.( ) q”, ou “p  q”.
m) Sou inocente, sou inocente! Gritava o mensaleiro
Dirceu. ( )
n) Quem descobriu o Brasil? Foi Américo Vespúcio.( Obs.:
)
o) Existe vida após a morte. ( )

II. O MODIFICADOR LÓGICO(ou negação)


Na negação de uma proposição p, iremos usar
o sinal de til (~) ou (¬) antes da letra que representa a
proposição original. Ou seja:

p ~p ou ¬p
V
F

Ex. p: João é médico.

¬p:

~p:

~p:

Ex. q: A porta está aberta.

¬q:

~q:

319
Guarda Metropolitana
d) Ana é alta e 4 é ímpar, consequentemente Diná é
médica.
ESCREVENDO NA FORMA SIMBÓLICA

e) Se Ana é alta, então ou Beto é gordo ou 4 é par.

Considere as proposições simples:


f) Ana não é alta e Beto é gordo, se Diná não é médi-
co.
p:Ricardo é rico.

q: Pedro é pobre.
g) Ana não é alta só, e só, se 4 é par.
Escrevendo as proposições compostas na forma sim-
bólica. h) Tanto 4 é ímpar como Diná é médica, logo Ana é
alta.
 Ricardo é ricoouPedro é pobre.
Forma simbólica: p  q
i) Tanto não é verdade que 4 é impar como não é
 SeRicardo é rico,entãoPedro não é pobre. falso que Ana é alta, se Beto não é gordo.
Forma simbólica: p  ¬q

SeRicardo é rico, entãoRicardo é ricoePedro é pobre.

Forma simbólica: p  (p  q) (CESPE)Supondo que A simboliza a proposição ―Alice


perseguiu o Coelho Branco‖ e B simboliza a proposi-
 Ricardo é ricoouPedro é pobrese, e somente ção ―O Coelho Branco olhou o relógio‖, julgue os itens
se,Ricardo é pobreePedro é rico.
a seguir.
Forma simbólica: (p  q)  (¬p  ¬q)
02. A proposição ―Se o Coelho Branco não olhou o
Nem Ricardo é rico nem Pedro é pobre, conseqüen- relógio, então Alice não perseguiu o Coelho Branco‖
temente Pedro é pobre. pode ser simbolizada por (¬B)(¬A).

Forma simbólica: (¬p  ¬q)  q


(CESPE)Com relação à lógica formal, e considerando
a proposição P: ―Mário pratica natação e judô‖, julgue
os itens seguintes.
EXERC ÍC IO S
03. Simbolizando a proposição P por AB, então a
01. Considere as proposições simples: proposição Q: ―Mário pratica natação mas não pratica
A:Ana é alta. judô‖ é corretamente simbolizada por A(¬B).

B: Beto é gordo. 04. A proposição ―Tanto João não é norte-americano


como Lucas não é brasileiro, se Alberto é francês‖
C:4 é par. poderia ser representada por uma expressão do tipo
P[(¬Q)  (¬R)].
D: Diná é médica.

05. Se A for a proposição Joaquim é agricultor, e B,


a proposição Marieta é empresária, então a sentença
Escreva cada uma das proposições abaixo na for- verbal correspondente à proposição B(¬A) será Ma-
ma simbólica. rieta é empresária e Joaquim não é agricultor.

a) Ana é alta, então 4 não é par.


06. A sentença ―O Departamento Cultural do Itama-
raty realiza eventos culturais e o Departamento de
b) Beto é gordo se, e somente se Diná é médica. Promoção Comercial não estimula o fluxo de turistas
para o Brasil‖ é uma proposição que pode ser simboli-
zada na forma A(¬B).
c) Ana não é alta mas Beto é gordo.

07. Considere que letras maiúsculas do alfabeto sim-


bolizam proposições e que os símbolos ¬, , , →

320
representam, respectivamente, os conectores não, e, 17. A terceira frase é uma proposição lógica compos-
ou, se...então. Nessa situação, assinale a opção cor- ta.
respondente à expressão que representa simbolica- 18. A quarta frase é uma proposição lógica em que
mente a proposição: ―O corpo técnico da CG não auxi- aparecem dois conectivos lógicos.
liou o Ministério Público Estadual e gerou quatro rela-
tórios‖
A) (¬A) → B 19. Na lista de frases apresentadas a seguir há exa-
B) (¬A)  B tamente três proposições.
C) ¬(A → B) ―A frase dentro destas aspas é uma mentira.‖
D) (¬A)  B
E) ¬(A  B) A expressão X + Y é positiva.

O valor de 4 + 3 = 7.
Considerando que cada proposição lógica simples
seja representada por uma letra maiúscula e utilizando Pelé marcou dez gols para a seleção brasilei-
os símbolos usuais para os conectivos lógicos, julgue ra.
os itens seguintes.
O que é isto?
08. A sentença ―Maria é mais bonita que Sílvia, pois
Maria é Miss Universo e Sílvia é Miss Brasil‖ é repre- 20. Considere as seguintes sentenças:
sentada corretamentepela expressão simbólica (P  I. O Acre é um estado da Região Nordeste.
Q)  R. II. Você viu o cometa Halley?
09. A sentença ―Homens e mulheres, ou melhor, to- III. Há vida no planeta Marte.
dos da raça humana são imprevisíveis‖ é representa- IV. Se x < 2, então x + 3 > 1.
da corretamente pela expressão simbólica (P  Q)  Nesse caso, entre essas 4 sentenças, apenas du-
R. as são proposições.
10. A sentença ―Trabalhar no TRT é o sonho de mui-
tas pessoas e, quanto mais elas estudam, mais chan- 21. Considere a seguinte lista de sentenças:
ces elas têm de alcançar esse objetivo‖ é representa- I. Qual é o nome pelo qual é conhecido o Ministério
da corretamente pela expressão simbólica S  T. das Relações Exteriores?
II. O Palácio Itamaraty em Brasília é uma bela cons-
trução do século XIX.
(CESPE)Com relação à lógica formal, julgue os itens III. As quantidades de embaixadas e consulados ge-
subsequentes. rais que o Itamaraty possui são, respectivamente,
x e y.
11. A proposição ―O SEBRAE facilita e orienta o IV. O barão do Rio Branco foi um diplomata notável.
acesso a serviços financeiros‖ é uma proposição sim- Nessa situação, é correto afirmar que entre as senten-
ples. ças acima, apenas uma delas não é uma proposição.
12. A frase ―Pedro e Paulo são analistas do SEBRAE‖
é uma proposição simples. 22. Há duas proposições no seguinte conjunto de
13. A negação da proposição ―2 + 5 = 9‖ é a proposi- sentenças:
ção ―2 + 5 = 7‖. I. O BB foi criado em 1980.
14. A proposição ―João viajou para Paris e Roberto II. Faça seu trabalho corretamente.
viajou para Roma‖ é um exemplo de proposição for- III. Manuela tem mais de 40 anos de idade.
mada por duas proposições simples relacionadas por
um conectivo de conjunção.
Em cada um dos itens abaixo são apresentadas frases
que deverão ser julgadas como CERTO, se caracteri-
(CESPE) zarem uma proposição, e como ERRADA, em caso
contrário.
Filho meu, ouve minhas palavras e atenta para
meu conselho. A resposta branda acalma o cora- 23. Se lançarmos o produto até a próxima semana,
ção irado. O orgulho e a vaidade são as portas de teremos vantagem na disputa do mercado com a con-
entrada da ruína do homem. Se o filho é honesto corrência.
então o pai é exemplo de integridade. 24. Traga o relatório contábil para a reunião dessa
sexta para subsidiar nossa decisão.
25. Quando será realizado o curso sobre avaliação de
investimentos?
Tendo como referência as quatro frases acima, julgue
o itens seguintes.
Com relação às proposições lógicas, julgue os próxi-
15. A primeira frase é composta por duas proposições mos itens.
lógicas simples unidas pelo conectivo de conjunção.
16. A segunda frase é uma proposição lógica simples.

321
Guarda Metropolitana
26. A expressão ―Viva Mandela, viva Mandela! gritava
a multidão entusiasmada‖ estará corretamente repre-
sentada na forma PQ, em que P e Q sejam proposi-  CONJUNÇÃO: ( e )
ções lógicas adequadamente escolhidas.
27. A frase ―A religião produz um cerceamento da
liberdade individual e a falta de religião torna a socie- A B AB
dade consumista e degradada‖ estará representada,
V V
de maneira logicamente correta, na forma PQ, em
V F
que P e Q sejam proposições convenientemente esco-
F V
lhidas.
28. A frase ―O perdão e a generosidade são provas F F
de um coração amoroso‖ estará corretamente repre-
sentada na forma PQ, em que P e Q sejam proposi-
ções lógicas convenientemente escolhidas. A B A B
29. A frase ―Todo ato de violência tem como conse-
quência outro ato de violência‖ estará simbolicamente
representada, de maneira correta, na forma P→Q, em
que P e Q sejam proposições lógicas conveniente-
mente escolhidas.

IV. TABELAS VERDADES E DIAGRAMAS

Importante: para determinar o números de linha de


uma tabela verdade ou numero de valorações, é 2 n ,
onde n é o numero de proposições simples.

Ex.: O numero de linhas da tabela verdade de: Ex.

a) A  B ―4 é número par e 8 é número primo.‖ ( )


b) A (B  C)
c) (A  B) (C  D)
d) A (~A B) ―4 é número par e 7 é número primo.‖ ( )
e) João viajou para Paris ou Roberto viajou para Ro-
ma.

f) Mais seis meses e logo virá o verão. ―2 é número ímpar e 3 é número par.‖ ( )

―2 + 2 = 5 e 2 x 2 = 4.‖( )

322
 CONDICIONAL SIMPLES:  ( se... então )

 DISGUNÇÃO:  ( ou )
A B AB
V V
A B AB V F
V V F V
V F F F
F V
F F
A B A B

A B A B

Ex.

―Se 4 é número par então 7 é número primo.‖ ( )

Ex. ―Se 4 é número par então 8 é número primo.‖ ( )

―4 é número par ou 8 é número primo.‖ ( )

―Se 2 é número ímpar então 3 é número par.‖ ( )

―4 é número par ou 7 é número primo.‖ ( )

―Se 2 + 2 = 5 então 2 x 2 = 4.‖( )

―2 é número ímpar ou 3 é número par.‖ ( )

―2 + 2 = 5 ou2 x 2 = 4.‖( )

Obs.: A é condição suficiente para B.

B é condição necessária para A.

323
Guarda Metropolitana
 BICONDICIONAL:  (se, e somente se)

A B  (A – B)  (B – A)
p q pq
V V
V F
F V
F F
A B A = B

Ex.

―Ou 4 é número par, ou 8 é número primo.‖ ( )

―Ora 4 é número par, ora 7 é número primo.‖ ( )


Ex.

―4 é n° par se, e somente se 7 é n° primo.‖ ( )


―Ou 2 é número ímpar, ou 3 é número par.‖ ( )

―4 é n° par se, e somente se 8 é n° primo.‖ ( )


―Ou 2 + 2 = 5, ou 2 x 2 = 4.‖( )

―2 é n° ímpar se, e somente se 3 é n° par.‖ ( )

―2 + 2 = 5 se, e somente se2 x 2 = 4.‖( )

Obs.: A é condição necessária e suficiente para B.


 DISJUNÇÃO EXCLUSIVA: (ou... ou...)

A B A B
V V
V F
F V
F F

324
EXERC ÍC IO S A) F, F, F B) F, V, F

C) V, F, F D) V, V, F

Considerando que R e T são proposições lógicas sim-


ples, julgue os itens a seguir, acerca da construção de
35. Assinale a alternativa que apresenta uma propo-
tabelas-verdade.
sição composta cujo valor lógico é verdadeiro.
(A) 42 = 24 (−3)2 = −9
30. Se a expressão lógica envolvendo R e T for (R 
T)  R, a tabela-verdade correspondente será a se-
(B) 2 + 3 = 6  21 é primo
guinte.
R T (R  T)  R
(C) 7 ≤ 7  −1 < −2
V V V
V F F
(D) 32 = 8  1 < 2
F V V
F F F
(E) 3 − 2 = 1  4 ≤ 3
31. Se a expressão lógica envolvendo R e T for (R 
T)  (¬ R), a tabela-verdade correspondente será a
seguinte.
R T (R  T)  ( R) 36. Todas as proposições abaixo envolvem implica-
V V V ções lógicas. A única que representa uma proposição
V F F VERDADEIRA é:
F V V A) (42 – 1 = 15) (50 + 1 = 62 + 4);
F F V
B) (52 + 1 = 26) (2 + 3 . 5 = 25);

32. Sejam as proposições a: 2q é par, sendo q  Z e C) (70 – 1 = 0) (110= 10);


b: √ > 5, determine os valores lógicos (V – verdadeiro
2
e F – falso) das proposições: D) (5 + 1 = 11) (2 + 3 . 5 = 25);
( ) a b ( )ab ( )a
b E) (2 + 3 . 5 = 17) (12 + 1 = 3).

Marque a alternativa que tem a seqüência, respectiva,


correta:
37. Paloma fez as seguintes declarações:
− “Sou inteligente e não trabalho.”
A) V, V, F B) F, V, F
− “Se não tiro férias, então trabalho.”
C) F, V, V D) V, F, V
Supondo que as duas declarações sejam verdadeiras,
é FALSO concluir que Paloma
33. Marque a alternativa que contenha o valor lógico
INCORRETO: (A) é inteligente.
B) P1: 2 + 2 = 4 ⟶ 2 + 3 = 6
C) P2: Todo número multiplicado por 2 gera um núme- (B) tira férias.
ro par.
C) P3: As diagonais de um quadro são iguais. (C) trabalha.

D) P4: 3 + 1 = 4 ⟶ 1 + 1 = 2 (D) não trabalha e tira férias.

(E) trabalha ou é inteligente.

34. Determine o valor lógico de cada uma das propo-


sições abaixo, marcado (V) para verdadeiro e (F) para
falso: 38. Certo dia, três bibliotecárias foram incumbidas de
( ) 1 + 2 = 3 e (10%)2 = 100% catalogar os livros de um lote recebido. Ao final do
trabalho, duas delas fizeram as seguintes declara-
ções:
( )√ = 50% ou 32 é ímpar
Aline: Bia catalogou livros do lote, mas Cacilda não os
( ) Se 3 é primo então qualquer inteiro é ímpar catalogou.

Marque a sequência correta, de cima para baixo: Bia: Se Aline não catalogou livros do lote, então Ca-
cilda os catalogou.

325
Guarda Metropolitana
Considerando que as duas declarações são verdadei- E) apenas I e IV são falsas.
ras, então os livros desse lote foram catalogados:
45. Certo dia, cinco Técnicosde um mesmo setor do
(A) pelas três bibliotecárias. Ministério Publico do Estado de São Paulo - Amarilis,
Benivaldo, Corifeu, Divino e Esmeralda - foram convo-
(B) por uma única bibliotecária. cados para uma reunião em que se discutiria a implan-
tação de um novo serviço de telefonia. Após a realiza-
(C) apenas por Bia e Cacilda. ção dessa reunião, alguns funcionários do setor fize-
ram os seguintes comentários:
(D) apenas por Aline e Cacilda. - "Se Divino participou da reunião, então Esmeralda
também participou";
(E) apenas por Aline e Bia. - "Se Divino não participou da reunião, então Corifeu
participou";
Com relação à lógica formal, julgue os itens subse- - "Se Benivaldo ou Corifeu participaram, então Amari-
quentes. lis não participou";
- "Esmeralda não participou da reunião".
39. Considerando-se que A e B sejam proposições
ambas V ou sejam ambas F, então a proposição Considerando que as afirmações contidas nos quatro
¬((¬A)B) será F. comentários eram verdadeiras, pode-se concluir com
40. Considerando que as proposições ―Seu chefe lhe certeza que, além de Esmeralda, não participaram de
passa uma ordem‖ e ―Você não aceita a ordem sem tal reunião
questioná-la‖ sejam V, a proposição ―Se seu chefe lhe (A) Amarilis e Benivaldo.
passa uma ordem, então você aceita a ordem sem (B) Amarilis e Divino.
questioná-la‖ é julgada como F.
(C) Benivaldo e Corifeu.
41. O número de valorações possíveis para (Q  ¬R)
(D) Benivaldo e Divino.
 P é inferior a 9.
42. A proposição ―Se 3 + 3 = 9, então Pelé foi o pior (E) Corifeu e Divino.
jogador de futebol de todos os tempos‖ é valorada
como F. 46. Considere as seguintes proposições:
A 3 + 4 = 7 ou 7 – 4 = 3

43. No final de semana, Chiquita não foi ao parque. B 3 + 4 = 7 ou 3 + 4 > 8


Ora, sabe-se que sempre que Didi estuda, Didi é
aprovado. Sabe-se, também, que, nos finais de sema- C 32 = – 1ou 32 = 9
na, ou Dadá vai à missa ou vai visitar tia Célia. Sem-
pre que Dadá vai visitar tia Célia, Chiquita vai ao par- D 32 = – 1 ou 32 = 1
que, e sempre que Dadá vai à missa, Didi estuda.
Então, no final de semana, Nesse caso, entre essas 4 proposições, apenas
a) Dadá foi à missa e Didi foi aprovado. duas são V.
b) Didi não foi aprovado e Dadá não foi visitar tia Cé-
lia. 47. Considere as seguintes proposições:
c) Didi não estudou e Didi foi aprovado. A: 6 – 1 = 7 ou 6 + 1 > 2
d) Didi estudou e Chiquita foi ao parque.
B: 6 + 3 > 8 e 6 – 3 = 4
e) Dadá não foi à missa e Didi não foi aprovado.
C: 9 × 3 > 25 ou 6 × 7 < 45
44. Dadas as sentenças,
I. 1 = 2  2 = 3. D: 5 + 2 é um número primo e todo número primo
II. 1 = 2 ou 2 = 3. é ímpar.
III. 1 = 2 e 2 = 3.
IV. 1 = 2  2 = 3. Nesse caso, entre essas 4 proposições, apenas
lembrando que ―‖ é o conector condicional se então duas são F.
e ―‖ é o conector condicional se, somente se. É cor-
reto afirmar que 48. Considere as proposições.
A: 4 > 1; B: 3 < 6;
A) todas as sentenças são falsas.
C: 5 > 9; D: 8 > 11;
B) nenhuma sentença é falsa.
E: AB; F: AC;
C) apenas I é verdadeira.
G: AD; H: CD;
D) apenas II e III são falsas.
I: CB.

326
Nesse caso, é correto afirmar que, nessa lista de A→B, em que A representa ―ser rico‖ e B representa
9 proposições, 4 são V. ―ser médico‖.
56. A proposição ―Ser cantor é condição necessária
49. Considere que as proposições B e A(¬B) sejam para um artista ser famoso‖ é corretamente simboliza
V. Nesse caso, o único valor lógico possível para A é na forma P→Q, em que P representa ―um artista ser
V. famoso‖ e Q represente ―ser cantor‖.

50. Se Frederico é francês, então Alberto não é ale- 57. Em uma reunião de um grupo de colegas que
mão. Nem Egídio é espanhol nem Isaura é italiana.Se estudam matemática, Paulo, após uma leitura apurada
Pedro não é português, então Frederico é francês.Ora sobre um problema que esse grupo procura resolver
Albertoé alemão, ora Egídio é espanhol. Logo: faz as três seguintes afirmações: ― A >B e C <D ‖ ; ― A
a) Pedro é português e Frederico é francês >D e B >D , se e somente se D >C ‖ ; ― E ≠ B , se e
somente se D = A ‖. Após uma breve discussão o gru-
b) Pedro é português e Alberto é alemão po passa a considerar as afirmações de Paulo como
verdadeiras e conclui corretamente que
c) Pedro não é português e Alberto é alemão A) A >D >B >C

d) Egídio é espanhol ou Frederico é francês B) A >E >D >C

e) Se Alberto é alemão, Frederico é francês C) C <D <A <E

51. Sabe-se que Beto beber é condição necessária D) A >B >C >E
para Carmem cantar e condição suficiente para Deni-
se dançar. Sabe-se, também, que Denise dançar é E) B <A <C <D
condição necessária e suficiente para Ana chorar.
Assim, quando Carmem canta, 58. Considere as seguintes premissas:
a) Beto não bebe ou Ana não chora. p : Trabalhar é saudável
b) Denise dança e Beto não bebe.
c) Denise não dança ou Ana não chora. q : O cigarro mata.
d) nem Beto bebe nem Denise dança.
e) Beto bebe e Ana chora. A afirmação ―Trabalhar não é saudável ou o cigarro
mata‖ é FALSA se

52. O Rei ir à caça é condição necessária para o Du- (A) p é falsa e ~q é falsa.
que sair do castelo, e é condição suficiente para a
Duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o Conde encon- (B) p é falsa e q é falsa.
trar a Princesa é condição necessária e suficiente para
o Barão sorrir e é condição necessária para a Duque- (C) p e q são verdadeiras.
sa ir ao jardim. A Duquesa não vai ao jardim. Logo:
a) O Barão não sorrir ou o Conde não encontrou a (D) p é verdadeira e q é falsa.
Princesa.
b) Se o Duque não saiu do castelo, então o Conde (E) ~p é verdadeira e q é falsa.
encontrou a Princesa.
c) O Rei não foi à caça e o Conde não encontrou a 59. Se Marcos não estuda, João não passeia. Logo:
Princesa. a) Marcos estudar é condição necessária para João
d) O Rei foi à caça e a Duquesa foi ao jardim. não passear.
e) O Duque não saiu do castelo e o rei não foi à caça. b) Marcos estudar é condição suficiente para João
passear.
c) Marcos não estudar é condição necessária para
53. A proposição ―Se as reservas internacionais em João não passear.
moeda forte aumentam, então o país fica protegido de d) Marcos não estudar é condição suficiente para João
ataques especulativos‖ pode também ser corretamen- passear.
te expressa por ―O país ficar protegido de ataques e) Marcos estudar é condição necessária para João
especulativos é condição necessária para que as re- passear.
servas internacionais aumentem‖.
54. Considerando que A e B simbolizem, respectiva-
mente, as proposições a ―a Amazônia é rica‖ e ―o Bra- 60. Considere a afirmação P:―A ou B‖
sil é soberano‖, então a proposição A→B é uma sim- Onde A e B, por sua vez, são as seguintes afirma-
bolização correta para a proposição ―Uma condição ções:
suficiente para o Brasil ser soberano é que a Amazô-
nia é rica‖. A: ―Carlos é dentista‖
55. A proposição ―Ser médico é condição suficiente
para ser rico‖ é corretamente simbolizada na forma B: ―Se Enio é economista, então Juca é arquiteto‖.

327
Guarda Metropolitana
Ora, sabe-se que a afirmação P é falsa. Logo: 64. Se M = 2x + 3y, então M = 4p + 3r. Se M = 4p +
3r, então M = 2w – 3r. Por outro lado, M = 2x + 3y, ou
a) Carlos não é dentista; Enio não é economista; Juca M = 0. Se M = 0, então M+H = 1. Ora, M+H ≠ 1. Logo,
não é arquiteto. a) 2w – 3r = 0
b) Carlos não é dentista; Enio é economista; Juca não
é arquiteto. b) 4p + 3r ≠ 2w – 3r
c) Carlos não é dentista; Enio é economista; Juca é
arquiteto. c) M ≠ 2x + 3y
d) Carlos é dentista; Enio não é economista; Juca não
é arquiteto. d) 2x + 3y ≠ 2w – 3r
e) Carlos é dentista; Enio é economista; Juca não é
arquiteto. e) M = 2w – 3r

65. Três pessoas estão sendo acusados por um erro


61. Considere as seguintes premissas: técnico: Arnaldo, Ernaldo e Irnaldo. O erro pode ter
p: Estudar é fundamental para crescer sido cometido por um deles ou por mais de um deles.
profissionalmente. Conhecendo as seguintes afirmações,
I. Se Irnaldo é inocente, então Ernaldo é culpado;
q: O trabalho enobrece. II. Ou Arnaldo é culpado ou Ernaldo é culpado;
III. Arnaldo cometeu um erro técnico.
A afirmação "Se o trabalho não enobrece, então Podemos concluir que
estudar não é fundamental para crescer
profissionalmente" é, com certeza, FALSA quando: A) somente Irnaldo não cometeu erro.

(A) p é falsa e q é falsa. B) o único que errou foi Ernaldo.

(B) p é verdadeira e q é verdadeira. C) somente Arnaldo cometeu erro.

(C) p é falsa e q é verdadeira. D) tanto Arnaldo como Ernaldo cometeram erros.

(D) p é verdadeira e q é falsa. E) Arnaldo e Irnaldo cometeram erro.

(E) p é falsa ou q é falsa.

62. A afirmação ―Alda é alta, ou Bino não é baixo, ou 66. Considere falsa a proposição "Se X dirige em alta
Ciro é calvo‖ é falsa. Segue-se, pois, que é verdade velocidade e avança o sinal vermelho, então é multa-
que: do" e analise as afirmações
a) se Bino é baixo, Alda é alta, e se Bino não é baixo, I. X dirige em alta velocidade, avança o sinal verme-
Ciro não é calvo. lho e não é multado.
b) se Alda é alta, Bino é baixo, e se Bino é baixo, Ciro II. Se X dirige em alta velocidade e não é multado,
é calvo. então avança o sinal vermelho.
c) se Alda é alta, Bino é baixo, e se Bino não é baixo, III. X é multado se, e somente se, dirige em alta velo-
Ciro não é calvo. cidade ou avança o sinal vermelho.
d) se Bino não é baixo, Alda é alta, e se Bino é baixo, Dessa análise, pode-se concluir que é verdadeira a
Ciro é calvo. alternativa
e) se Alda não é alta, Bino não é baixo, e se Ciro é
calvo, Bino não é baixo. A) apenas I.

B) apenas II.
63. André é inocente ou Beto é inocente. Se Beto é
inocente, então Caio é culpado. Caio é inocente se e C) apenas III.
somente se Dênis é culpado. Ora, Dênis é culpado.
Logo: D) apenas I e II.
a) Caio e Beto são inocentes
E) I, II e III.
b) André e Caio são inocentes

c) André e Beto são inocentes


67. Se a proposição A for F e a proposição (A) B
d) Caio e Dênis são culpados for V, então, obrigatoriamente, a proposição B é V.
68. Considere as proposições A, B e C a seguir.
e) André e Dênis são culpados A: Se Jane é policial federal ou procuradora de justiça,
então Jane foi aprovada em concurso público.

328
B: Janefoi aprovada em concurso público. b) ¬(p  q)(¬p¬q)

C: Jane é policial federal ou procuradora de justiça. EXERC ÍC IO S

Nesse caso, se A e B forem V, então C também será (CESPE)Considere a proposição: Se meu cliente fos-
V. se culpado, então a arma do crime estaria no carro.
Simbolizando por P o trecho meu cliente fosse culpa-
69. Uma proposição simbolizada por P(P  Q) pos-
do e simbolizando por Q o trecho a arma estaria no
sui um único valor lógico F para todos os possíveis
valores lógicos atribuídos às proposições P e Q. carro, obtém-se uma proposição implicativa, ou sim-
plesmente uma implicação, que é lida: Se P então Q,
e simbolizada por P  Q. Uma tautologia é uma pro-
Considere as proposições simples e compostas apre- posição que é sempre V (verdadeira). Uma proposição
sentadas abaixo, denotadas por A, B e C, que podem que tenha a forma P  Q é V sempre que P for F
ou não estar de acordo com o artigo 5.º da Constitui- (falsa) e sempre que P e Q forem V. Com base nessas
ção Federal. informações e na simbolização sugerida, julgue os
itens subsequentes.
A: A prática do racismo é crime afiançável.
72. A proposição ―Se meu cliente fosse culpado, en-
B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo tão a arma do crime estaria no carro. Portanto, se a
Estado. arma do crime não estava no carro, então meu cliente
não é culpado.‖ É uma tautologia.
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime políti- 73. A proposição ―Se meu cliente fosse culpado, en-
co em território brasileiro será extraditado. tão a arma do crime estaria no carro. Portanto, ou meu
cliente não é culpado ou a arma do crime estaria no
De acordo com as valorações V ou F atribuídas corre- carro.‖ não é uma tautologia.
tamente às proposições A, B e C, a partir da Constitui-
ção Federal, julgue os itens a seguir.
74. Considerando que P e Q sejam proposições e que
70. Para a simbolização apresentada acima e seus  ,  ,  e  sejam os conectores lógicos que re-
correspondentes valores lógicos, a proposição BC é presentam, respectivamente, ―e‖, ―ou‖, ―negação‖ e o
V. ―conectivo condicional‖, assinale a opção que não
71. De acordo com a notação apresentada acima, é apresenta uma tautologia.
correto afirmar que a proposição (A) (C) tem valor a) P  (P  Q)
lógico F. b) (P  Q)  (P  Q)
c) (¬ P  ¬ Q)  (¬ P)
d) (P  Q)  Q

V. TAUTOLOGIA 75. Um exemplo de Tautologia é:


a) Se João é alto, então João é alto e Guilherme é
gordo.
b) Se João é alto, então João é alto ou Guilherme é
São proposições compostas que são sempre
gordo.
verdadeira, independente dos valores lógicos das c) Se João é alto ou Guilherme é gordo, então Gui-
proposições simples que as compõem. lherme é gordo.
d) Se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é
alto e Guilherme é gordo.
e) Se João é alto ou não é alto, então Guilherme é
Ex.: a proposição (p  q)  (~p  q) gordo.

p ~p q pq ~pq (p  q)  (~p  q)


V F V 76. Dizemos que uma sentença composta é uma
V F F tautologia se seu valor lógico é sempre verdadeiro.
Considere que P e Q sejam proposições e que "",
F V V
"", "" e "" sejam os conectores lógicos que repre-
F V F sentam, respectivamente, "e", "ou", "negação" e o
"conector condicional". Qual das sentenças compostas
abaixo não é uma tautologia?
Ex.: Verifiquese as proposições abaixo são Tautologi- A) P (P).
as.
B)  (P (P)).
a) (p  q)( p q)
C) (P Q) (P Q).

329
Guarda Metropolitana
D) (P Q) (P Q).

E) (P Q)  (P Q).

77. A proposição (AB)  (¬A  B) é uma tautologia.


78. Considerando as proposições P e Q e os símbo-
los lógicos: (negação);  (ou);  (e);  (se, ... en-
tão), é correto afirmar que a proposição ( P) Q 
(P) Q é uma tautologia.

79. A proposição [(PQ)(QR)](PR) é uma


tautologia.
80. A proposição simbólica (AB)(¬(A(¬B))) é
sempre julgada como V, independentemente de A e B
serem V ou F.

81. Na tabela abaixo, a proposição


[AB][(¬B)(¬A)] é uma tautologia.
A B A B AB (B)(A) [AB][(B)(A)]
V V
V F
F V
F F

82. Se A e B são proposições, completando a tabela


abaixo, se necessário, conclui-se que a proposição
(A  B)  (A B) é uma tautologia.
A B A   (AB A (AB)(A
B A B ) B B)
V V
V F
F F
F V

83. A sentença ―No Palácio Itamaraty há quadros de


Portinari ou no Palácio Itamaraty não há quadros de
Portinari‖ é uma proposição sempre verdadeira.

84. Abaixo são apresentadas 3 proposições compos-


tas.
I. p p

II. p p

III. p  p

É(São) tautologia(s) APENAS

(A) I.

(B) II.

(C) I e II.

(D) I e III.

(E)) II e III.

330
VI.CONTRADIÇÃO 88. Considere a seguinte proposição: "na eleição para
a prefeitura, o candidato A será eleito ou não será
eleito‖. Do ponto de vista lógico, a afirmação da pro-
posição caracteriza:
São proposições compostas que são falsas
(A) um silogismo.
independentemente dos valores lógicos das proposi-
ções simples que as compõem. (B) uma tautologia.

Ex.: a proposição (p  q)  (~p  q) (C) uma equivalência.

p ~p q pq ~pq (p  q)  (~p  q) (D) uma contingência.


V F V (E) uma contradição.
V F F
F V V
F V F
Ex.: Verifiquese a proposição abaixo e Contradição. 89. Considerando as seguintes afirmações:
 p: Chove e não chove;
a) ¬p  (p  ¬q)  q: x é par, para x número inteiro;
 r: x + 1 é ímpar, para x número inteiro;
 s: Se 5 >3 , então 3 < 5 .
Então, é correto afirmar que

(A) p é uma tautologia e s é uma contradição.


EXERC ÍC IO S (B) q e r são proposições e s é uma contradição
(C) q e r são proposições, uma a negação da outra.
(D) q e r são sentenças abertas, p é uma contradição
85. Em relação às proposições A:√ = 4 e B: 9 é
e s é uma tautologia.
par, a proposição composta AB é uma contradição.
(E) q e r são sentenças abertas, p é uma tautologia e
s é uma contradição.
86. Considerando todos os possíveis valores lógicos
V ou F atribuídos às proposições A e B, assinale a
opção correspondente à proposição composta que
tem sempre valor lógico F.
A) [A(¬B)](AB)

B) [A(¬B)]A

C) A[(¬B)A]

D) [A(¬B)][(¬A)B]
VII. PROPOSIÇÕES EQUIVALENTES
E) (AB)[(¬A)(¬B)]

Duas ou mais proposições são equivalentes


87. Denomina-se contradição a proposição composta quando formadas pelas mesmas proposições simples
que é SEMPRE FALSA, independendo do valor lógico resultam tabelas-verdades idênticas.
de cada uma das proposições simples que compõem
a tal proposição composta. Sejam p e q duas proposi- Ex.: As proposição (p  q)e (~p  q) são
ções simples e p e q, respectivamente, suas nega- equivalentes, pois:
ções. Assinale a alternativa que apresenta uma con-
tradição.
(A) p  q
p ~p q pq ~pq
(B) q p V F V V V
V F F F F
(C) p q
F V V V V
F V F V V
(D) p  q

(E) p  p

331
Guarda Metropolitana
Tabelas idênticas

EXERC ÍC IO S

Importante: 90. A sentença ―penso, logo existo‖ é logicamente


equivalente a:
Equivalências a) Penso e existo.
b) Nem penso, nem existo.
ASSOCIATIVA c) Não penso ou existo.
d) Penso ou não existo.
(p q)  rp(q r) e) Existo, logo penso.

(p q)  rp(q r)
91. Considere verdadeira a seguinte proposição com-
posta: ―Se Mariana chegar, então Antônio dormirá.‖ É
correto concluir que
DISTRIBUTIVA (A) se Mariana não chegar, então Antônio dormirá.

(B) se Mariana não chegar, então Antônio não dormi-


p (qr)  (pq)  (pr)
rá.
p (qr)  (pq)  (pr)
(C) se Antônio dormir, então Mariana chegou.

(D) se Antônio não dormir, então Mariana chegou.


DUPLA NEGAÇÃO (E) se Antônio não dormir, então Mariana não chegou.

~(~p) p

92. Uma afirmação equivalente à afirmação ―Se be-


bo, então não dirijo” é
CONDICIONAL (A) Se não bebo, então não dirijo.

pq ~pq (B) Se não dirijo, então não bebo.

pq ~pq ou pq ~ qp (C) Se não dirijo, então bebo.

(D) Se não bebo, então dirijo.

(E) Se dirijo, então não bebo.

0BS: Um teorema muito importante para as provas de


concurso é o teorema contra-recíproco, ou seja:
93. Se Alceu tira férias, então Brenda fica trabalhan-
do. Se Brenda fica trabalhando, então Clóvis chega
mais tarde ao trabalho. Se Clóvis chega mais tarde ao
trabalho, então Dalva falta ao trabalho. Sabendo-se
pq ~q  ~p
que Dalva não faltou ao trabalho, é correto concluir
que
(A) Alceu não tira férias e Clóvis chega mais tarde ao
trabalho.
Ex.: Afirmar que: (B) Brenda não fica trabalhando e Clóvis chega mais
tarde ao trabalho.
Se Bertrand não entende de lógica, então (C)Clóvis não chega mais tarde ao trabalho e Alceu
George é culpado. não tira férias.
(D)Brenda fica trabalhando e Clóvis chega mais tarde
ao trabalho.
(E) Alceu tira férias e Brenda fica trabalhando.
É equivalente afirmar que:

Se George não é culpado, então Bertrand 94. Dizer que “Pedro não é pedreiro ou Paulo é pau-
entende de lógica. lista” é do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer
que:
a) Se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista;

332
b) Se Paulo não é paulista, então Pedro não é pedrei- (C) se x não é primo, então x = 3
ro;
c) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista; (D) se x ≠ 3, então x é primo
d) Pedro é pedreiro e Paulo não é paulista;
e) Se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulis- (E) se x ≠ 3, então x não é primo
ta.

101.Se Lauro sair cedo do trabalho, então jantará com


95. Dizer que “André é artista ou Bernardo não é en- Lúcia. Se Lúcia janta com Lauro, então não come na
genheiro” é logicamente equivalente a dizer que: manhã seguinte. Sabendo-se que, essa manhã, Lúcia
a) André é artista se e somente se Bernardo não é comeu, conclui-se que
engenheiro; (A) Lúcia jantou na noite anterior.
b) Se André é artista, então Bernardo não é engenhei-
ro; (B) Lúcia jantará esta noite.
c) Se André não é artista, então Bernardo é engenhei-
ro; (C) Lauro jantou na noite anterior.
d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista;
e) André não é artista e Bernardo é engenheiro. (D) Lauro não saiu cedo do trabalho.

(E) Lauro saiu cedo do trabalho.


96. As tabelas-verdade das proposições ―Se Maria
não vier de vestido branco, então ela não é casada‖ e
―Se Maria é casada, então ela virá de vestido branco‖
são iguais. Duas proposições são equivalentes quando têm a
mesma tabela verdade. Com base nessas informa-
ções, julgue os itens a seguir.
97. Qual, dentre as proposições abaixo, é uma propo-
sição logicamente equivalente a p q ?
102.A proposição AB é equivalente à proposição
(A) p  q
¬B¬A.
103.A coluna da tabela-verdade da proposição com-
(B) p q
posta (AB)((¬B)(¬A)) conterá somente valores
lógicos V, independentemente dos valores lógicos de
(C) q p
A e B.
(D) q  p
104.Considerando que os números naturais x e y se-
(E) q p jam tais que ―se x é ímpar, então y é divisível por 3‖, é
correto afirmar que,
A)se x é par, então y não é divisível por 3.

98. A proposição ―Se o Coelho Branco olhou o reló- B)se y é divisível por 3, então x é ímpar.
gio, então Alice não perseguiu o Coelho Branco‖ é
equivalente à proposição ―O Coelho Branco não olhou C)se y = 9, então x é par.
o relógio ou Alice não perseguiu o Coelho Branco‖.
D) se y = 10, então x é par.

99. X e Y são números tais que: Se X  4, então Y >


7. Sendo assim:
a) Se Y  7, então X > 4. 105.As proposições compostas A(¬B) e B(¬A)
têm exatamente os mesmos valores lógicos, indepen-
b) Se Y > 7, então X ≥ 4. dentemente das atribuições V ou F dadas às proposi-
ções simples A e B.
c) Se X ≥ 4, então Y < 7. 106.Se o valor lógico da proposição ―Se as operações
de crédito no país aumentam, então os bancos ga-
d) Se Y < 7, então X ≥ 4. nham muito dinheiro‖ é V, então é correto concluir que
o valor lógico da proposição ―Se os bancos não ga-
e) Se X  4, então Y ≥ 7. nham muito dinheiro, então as operações de crédito
no país não aumentam‖ é também V.

100.Considere verdadeira a seguinte proposição: ―Se


x = 3, então x é primo‖. Pode-se concluir que 107.Se Adriana foi ao teatro, Isabelle e Jeane nãofo-
(A) se x é primo, então x = 3 ram ao teatro. Se Jeane não foi ao teatro, Samuel foi
ao teatro. Se Samuel foi ao teatro, há uma mulher
(B) se x não é primo, então x ≠ 3 linda na sala. Ora, não há uma mulher linda nesta
sala; logo,

333
Guarda Metropolitana
A) Jeane e Samuel não foram ao teatro. Uma proposição logicamente equivalente à proposição
dada é:
B) Jeane não foi ao teatro ou Samuel foi ao teatro.
(A) É falso que, uma pessoa não melhora o seu de-
C) Jeane e Isabelle não foram ao teatro. sempenho profissional ou faz cursos de aperfeiço-
amento na sua área de trabalho.
D) Adriana e Isabelle foram ao teatro. (B) Não é verdade que, uma pessoa não faz cursos de
aperfeiçoamento profissional e não melhora o seu
E) Adriana e Samuel não foram ao teatro. desempenho profissional.
(C)Se uma pessoa não melhora seu desempenho
profissional, então ela não faz cursos de aperfeiço-
amento na sua área de trabalho.
108.Se Marcos não viaja com Selma, então Selma vai (D)Uma pessoa melhora o seu desempenho profissio-
ao culto. Se Selma vai ao culto, então Morgana fica nal ou não faz cursos de aperfeiçoamento na sua
em casa. Se Morgana fica em casa, então Júnior beija área de trabalho.
Morgana. Ora, Junior não beija Morgana; logo, (E) Uma pessoa não melhora seu desempenho profis-
A) Morgana não fica em casa e Selma vai ao culto. sional ou faz cursos de aperfeiçoamento na sua
área de trabalho.
B) Selma vai ao culto e Marcos viaja com Selma.

C) Selma não vai ao culto e Marcos viaja com Selma. 112.Dizer que ―X é azul ou Y não é vermelho‖ é logi-
camente equivalente a dizer que
D) Morgana não fica em casa e Marcos não viaja com A) se X é azul, então Y não é vermelho.
Selma.
B) X é azul se e somente se Y não é vermelho.
E) Morgana fica em casa e Selma vai ao culto.
C) se X não é azul, então Y é vermelho.

D) se Y é vermelho, então X é azul.


109.Uma sequência lógica equivalente a "Se o cachor-
ro é bravo, então o gato é gordo" é: E) X não é azul e Y é vermelho.
A) se o gato é gordo, o cachorro é bravo.
113.A proposição "um número inteiro é par se e so-
B) se o cachorro não é bravo, então o gato é gordo. mente se o seu quadrado for par" equivale logicamen-
te à proposição:
C) se o gato não é gordo, então o cachorro não é bra- a) se um número inteiro for par, então o seu quadrado
vo. é par, e se um número inteiro não for par, então o
seu quadrado não é par.
D) o cachorro é bravo ou o gato é gordo. b) se um número inteiro for ímpar, então o seu qua-
drado é ímpar.
E) o cachorro é bravo ou o gato não é gordo. c) se o quadrado de um número inteiro for ímpar, en-
tão o número é ímpar.
d) se um número inteiro for par, então o seu quadrado
não é par, e se o quadrado de um número inteiro for
110. Assinale a alternativa que apresenta uma propo-
par, então o número não é par.
sição logicamente equivalente a p  q. e) se um número inteiro for par, então o seu quadrado
(A) p  q é par.

(B) p q 114.As proposições "Se o delegado não prender o


chefe da quadrilha, então a operação agarra não será
(C) q p bem-sucedida" e "Se o delegado prender o chefe da
quadrilha, então a operação agarra será bem-
(D) q  p sucedida" são equivalentes.

(E) q p

111.Considere a seguinte proposição:


"Se uma pessoa não faz cursos de aperfeiçoamen- VIII. COMO NEGAR PROPOSIÇÕES
to na sua área de trabalho, então ela não melhora o
seu desempenho profissional."
 Conjunção: ( e )

334
proposição negação Ex.: Ou compro um sorvete ou me caso.
peq não p ou não q
pq ¬p¬q Negação: Compro um sorvete se, e somente se eu
casar.

Ex.: Pedro é pobre e Ricardo é rico.

Negação: Pedro não é pobre ou Ricardo não é rico.

 Disjunção: ( ou ) EXERC ÍC IO S

115.Se A é a proposição ―O soldado Vítor fará a ronda


proposição negação noturna e o soldado Vicente verificará os cadeados
p ou q não p e não q das celas‖, então a proposição ¬A estará corretamente
escrita como: ―O soldado Vítor não fará a ronda notur-
pq ¬p¬q
na nem o soldado Vicente verificará os cadeados das
celas‖.
Ex. O Réu é culpado ou a testemunha mente.
116.A negação da afirmativa condicional ”Se estiver
frio, eu levo o casaco” é:
Negação: O Réu não é culpado e a testemunha não
A) não está frio e eu levo o casaco.
mente.
B) não está frio e eu não levo o casaco.

C) se estiver frio, eu não levo o casaco.


 Condicional simples: ( se.. então..)
D) está frio e eu não levo o casaco.

proposição negação E) se não estiver frio, eu levo o casaco.


Se p, entãoq p e não q
pq p  ¬q
117.Analise as seguintes afirmativas:
I. A negação de ―Você é linda ou é rica‖ é ―Você
Ex. Se eu comprar sorvete, então eu caso. não é linda e não é rica‖.
II. A negação de ―Se eu como muito pão, então eu
Negação: Eu compro sorvete e não caso. sou gordo‖ é ―Eu como muito pão e não sou gor-
do‖.
III. A negação de ―Eu gosto de ervilhas e gosto de
pizza‖ é ―Eu não gosto de ervilhas ou gosto de
 Bicondicional:  ( se, e somente se ) pizza‖.
Podemos afirmar corretamente que:

A) Todas as afirmativas estão corretas.


Proposição Negação
p se, e somente se q p e não q ou q e não p
B) Todas as afirmativas estão incorretas.
p  q (p ¬q)  (q ¬p)
C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

Ex.: Vou viajar se, e somente se eu estiver de férias. D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

Negação: Estou viajando e não estou de férias ou


estou de férias e não viajo. 118.A negação da proposição ―O juiz determinou a
libertação de um estelionatário e de um ladrão‖ é
expressa na forma ―O juiz não determinou a liberta-
ção de um estelionatário nem de um ladrão‖.
 Disjunção exclusiva:  ( ou... ou... )
119.A negação de "x > y e z = w" é
(A) x = y e z > w.
proposição negação (B) x < y e z ≠ w.
Ou p ou q p se, e somente se q (C) x < y e z ≠ w.
p  q p  q (D) x < y ou z ≠ w.
(E) x ≤ y ou z ≠ w.

335
Guarda Metropolitana
120.A negação da proposição ―Se o candidato estu- 125.Se A e B são proposições, então ¬(AB) tem as
da, então não passa no concurso‖ é mesmas valorações que [(¬A)(¬B)][(¬B)(¬A)].
(A) o candidato não estuda e passa no concurso.

(B) o candidato estuda e passa no concurso. 126.Com base nas informações do texto I, é correto
afirmar que, para todos os possíveis valores lógicos, V
(C) se o candidato estuda, então não passa no con- ou F, que podem ser atribuídos a P e a Q, uma propo-
curso. sição simbolizada por ¬[P(¬Q)] possui os mesmos
valores lógicos que a proposição simbolizada por
(D) se o candidato não estuda, então passa no con- A) (¬P)Q.
curso.
B) (¬Q)P.
(E) se o candidato não estuda, então não passa no
concurso. C) ¬[(¬P)(¬Q)].

D) ¬[¬(PQ)].
121.Marcos declarou:
Sábado vou ao teatro ou domingo vou ao cinema. E) PQ.

Conclui-se que ele mentiu se ele

(A) for ao teatro no sábado e não for ao cinema no 127.A negação da proposição ―Mário é brasileiro ou
domingo. Maria não é boliviana‖ é
(B) for ao cinema no sábado e for ao teatro no domin- (A) Mário não é brasileiro e Maria é boliviana.
go.
(C)for ao teatro no sábado e também no domingo. (B) Mário não é brasileiro ou Maria é boliviana.
(D)não for ao teatro no sábado e não for ao cinema no
domingo. (C) Mário não é brasileiro e Maria não é boliviana.
(E) não for ao cinema no sábado e nem for ao cinema
no domingo. (D) Mário é brasileiro e Maria não é boliviana.

(E) Mário é brasileiro ou Maria é boliviana.


122.Considere as proposições:
A: O cachorro mordeu a bola;

B: O prédio do MCT fica na Esplanada. 128.Considerando todos os possíveis valores lógicos,


V ou F, atribuídos às proposições simples A e B, é
Nesse caso, um enunciado correto da proposição correto afirmar que a proposição composta
¬(AB) é: O cachorro não mordeu a bola nem o ¬[(¬A)(¬B)] possui exatamente dois valores lógicos
prédio do MCT fica na Esplanada. V.

129.Dizer que não é verdade que“Pedro é pobre e


123.Considere como V as seguintes proposições. Alberto é alto”, é logicamente equivalente a dizer que
A: Jorge briga com sua namorada Sílvia. é verdade que:
a) Pedro não é pobre ou Alberto não é alto.
B: Sílvia vai ao teatro. b) Pedro não é pobre e Alberto não é alto.
c) Pedro é pobre ou Alberto não é alto.
Nesse caso, ¬(AB) é a proposição C: ―Se Jorge d) Se Pedro é pobre, então Alberto não é alto.
e) Se Pedro não é pobre, então Alberto não é alto.
não briga com sua namorada Sílvia, então Sílvia
não vai ao teatro‖.
130.A única das proposições abaixo que pode ser
124.Considere as seguintes proposições. considerada uma negação de ―se fico exposto ao sol,
A: Jorge briga com sua namorada Sílvia. então fico vermelho‖ é:
A) não fico exposto ao sol ou fico vermelho;
B: Sílvia vai ao teatro.
B) fico exposto ao sol e não fico vermelho;
Nesse caso, independentemente das valorações
V ou F para A e B, a expressão ¬(AB) corres- C) se não fico exposto ao sol, então não fico verme-
pondente à proposição C: ―Jorge não briga com lho;
sua namorada Sílvia e Sílvia não vai ao teatro‖.
D) não fico exposto ao sol e fico vermelho;

336
E) fico exposto ao sol e fico vermelho. a) É verdade que ‗Pedro está em Roma e Paulo está
em Paris‘.
b) Não é verdade que ‗Pedro está em Roma ou Paulo
não está em Paris‘.
Para cumprir as determinações do parágrafo único do c) Não é verdade que ‗Pedro não está em Roma ou
artigo 3.º do Decreto n.º 4.553/2002 — que estabelece Paulo não está em Paris‘.
que toda autoridade responsável pelo trato de dados d) Não é verdade que ―Pedro não está em Roma ou
Paulo está em Paris‘.
ou informações sigilosos, no âmbito da administração
e) É verdade que ‗Pedro está em Roma ou Paulo está
pública federal, deve providenciar para que o pessoal em Paris‘.
sob suas ordens conheça integralmente as medidas
de segurança estabelecidas, zelando pelo seu fiel 136.A proposição: ―Não é verdade que a Seleção Bra-
cumprimento —, o chefe de uma repartição que traba- sileira de Futebol é hexacampeã ou o Brasil é o país
lha com material sigiloso fixou no mural de avisos a do futebol‖. É logicamente igual a:
seguinte determinação: ―no fim do expediente, cada A) A Seleção Brasileira de Futebol não é hexacampeã
servidor deve triturar todos os papéis usados como e o Brasil não é o país do futebol.
B) A Seleção Brasileira de Futebol é hexacampeã e o
rascunho ou que não tenham mais serventia para o
Brasil é o país do futebol.
desenvolvimento dos trabalhos que esteja realizando C) A Seleção Brasileira de Futebol é hexacampeã ou
ou que tenha realizado‖. o Brasil é o país do futebol.
D) A Seleção Brasileira de Futebol não é hexacampeã
e o Brasil é o país do futebol.

Considerando as regras da lógica sentencial, julgue os


itens a seguir, a partir da proposição contida na de- 137.A proposição: ―Não é verdade que João é alto e
terminação do chefe citado na situação apresentada Pedro é médico.‖. É logicamente igual a:
acima. A) João é alto ou Pedro não é médico.

131.A negação da proposição ―estes papéis são ras- B) João não é alto e Pedro é médico.
cunhos ou não têm mais serventia para o desenvolvi-
mento dos trabalhos‖ é equivalente a ―estes papéis C) João não é alto ou Pedro não é médico.
não são rascunhos e têm serventia para o desenvol-
vimento dos trabalhos‖. D) João é alto ou Pedro é médico.
132.A proposição ―um papel é rascunho ou não tem
mais serventia para o desenvolvimento dos trabalhos‖
é equivalente a ―se um papel tem serventia para o 138.Uma proposição equivalente a "Se alimento e
desenvolvimento dos trabalhos, então é um rascunho‖. vacino as crianças, então reduzo a mortalidade infan-
til" é
A) Alimento e vacino as crianças ou não reduzo a
133.A negação da afirmativa ―Me caso e não compro mortalidade infantil.
sorvete‖ é: B) Se não reduzo a mortalidade infantil, então alimen-
a) me caso e não compro sorvete; to ou vacino as crianças.
b) não me caso ou não compro sorvete; C) Não alimento ou não vacino as crianças e não re-
c) não me caso e não compro sorvete; duzo a mortalidade infantil.
d) não me caso ou compro sorvete; D) Alimento e vacino as crianças e não reduzo a mor-
e) se me casar, não compro sorvete. talidade infantil.
E) Se não reduzo a mortalidade infantil, então não
alimento ou não vacino as crianças.
134.A negação de ―Marcelo gosta de pizza ou Luana
gosta de hambúrguer‖ é 139.Observe as seguintes proposições:
(A) ―Marcelo gosta de pizza e Luana não gosta de r: O Brasil é um país em desenvolvimento.
hambúrguer‖.
(B) ―Marcelo não gosta de pizza e Luana gosta de q: O cidadão brasileiro é feliz.
hambúrguer‖.
(C)―Marcelo não gosta de pizza ou Luana gosta de Marque a alternativa que corresponde a: [(r q)]
hambúrguer‖.
(D)―Marcelo gosta de pizza ou Luana não gosta de A) O Brasil não é um país em desenvolvimento ou o
hambúrguer‖. cidadão brasileiro é feliz.
(E) ―Marcelo não gosta de pizza e Luana não gosta de B) O Brasil é um país em desenvolvimento ou o cida-
hambúrguer‖. dão brasileiro é feliz.
C) O Brasil é um país em desenvolvimento e o cida-
dão brasileiro é feliz.
135.A afirmação ―Não é verdade que, se Pedro está D) O Brasil é um país em desenvolvimento e o cida-
em Roma, então Paulo está em Paris‖ é logicamente dão brasileiro não é feliz.
equivalente à afirmação:

337
Guarda Metropolitana
140.A negação da proposição ―x é positivo e y é ím- Julgue os itens seguintes.
par‖ é
(A) x é negativo e y é par. 146.As proposições "Não precisa mais capturar nem
digitar o código de barras" e "Não precisa mais captu-
(B) x é negativo ou y é par. rar ou digitar o código de barras" são equivalentes.
147.considerando todas as possibilidade de julgamen-
(C) x é negativo ou y não é ímpar. to V ou F das proposições simples que formam a pro-
posição "Se Pedro for aprovado no concurso, então
(D) x não é positivo e y é par. ele comprará uma bicicleta", é correto afirmar que há
apenas uma possibilidade de essa proposição ser
(E) x não é positivo ou y é par. verdadeira.
148.considerando todas as possibilidades de julga-
mento V ou F das proposições simples que formam a
proposição "O SERPRO processará as folhas de pa-
141.A negação de p q é gamentos se e somente se seus servidores estiverem
(A) p  q treinados para isso", é correto afirmar que há apenas
uma possibilidade de essa proposição ser julgada
(B) p  q como V.

(C) p  q
149.Uma proposição logicamente equivalente à nega-
ção da proposição ―se o cão mia, então o gato não
(D) p q
late‖ é a proposição
(A) o cão mia e o gato late.
(E) p  q
(B) o cão mia ou o gato late.

(C) o cão não mia ou o gato late.


A noção de equivalência de proposições refere-se à
possibilidade de expressar de diferentes formas uma (D) o cão não mia e o gato late.
mesma afirmação. Do ponto de vista formal, diz-se
que duas proposições são logicamente equivalentes (E) o cão não mia ou o gato não late.
quando possuem tabelas de valorações idênticas.

A respeito desse assunto, julgue os itens que se se-


guem. 150.A negação da proposição ―O presidente é o mem-
bro mais antigo do tribunal e o corregedor é o vice-
142.A negação da proposição "Não dirija após ingerir presidente‖ é ―O presidente é o membro mais novo do
bebidas alcoólicas ou você pode causar um acidente tribunal e o corregedor não é o vice-presidente‖.
de trânsito" é, do ponto de vista lógico, equivalente à
afirmação "Dirija após ingerir bebidas alcoólicas e
você não causará um acidente de trânsito". 151.Considere a seguinte proposição: "Se chove ou
143.A afirmação "Não dirija após ingerir bebidas al- neva, então o chão fica molhado". Sendo assim, pode-
coólicas ou você pode causar um acidente de trânsito" se afirmar que:
é, do ponto de vista lógico, equivalente à proposição a) Se o chão está molhado, então choveu ou nevou.
"Se você dirige após ingerir bebidas alcoólicas, então
você pode causar um acidente de trânsito". b) Se o chão está molhado, então choveu e nevou.

c) Se o chão está seco, então choveu ou nevou.


144.A negação da proposição "Pedro não sofreu aci-
dente de trabalho ou Pedro está aposentado" é "Pedro d) Se o chão está seco, então não choveu ou não
sofreu acidente de trabalho ou Pedro não está apo- nevou.
sentado".
145.Considere que a proposição "O Ministério da Sa- e) Se o chão está seco, então não choveu e não ne-
úde cuida das políticas públicas de saúde do Brasil e a vou.
educação fica a cargo do Ministério da Educação" seja
escrita simbolicamente na forma P  Q. Nesse caso, a IX. QUANTIFICADORES
negação da referida proposição é simbolizada corre-
 ( Todo )
tamente na forma P Q, ou seja: "O Ministério da
Saúde não cuida das políticas públicas de saúde do  ~ ( Nenhum )
Brasil nem a educação fica a cargo do Ministério da   ( Algum, Existe, Existe pelo menos um, Existe um

Educação". )
DIAGRAMAS LÓGICOS E NEGAÇÕES

338
 odo A é B. Importante: Os diagramas acima um é negação do
outro, ou seja:
B
A
AeB
B–A proposição negação
Algum A é B Nenhum A é B
~Ae ~B
Nenhum A é B Algum A é B

Representando em símbolos teremos:

proposição negação
 Algum A não é B.
(xA)(P(x)) (xA) (P(x))
(xA) (P(x)) (xA)(P(x))
A B
B–A
AeB
A–B
EXERC ÍC IO S
~Ae ~B

152.Se todo B é C e nenhum C é D, é possível conclu-


ir corretamente que:
Importante: Os diagramas acima um é negação do A) Nenhum C é B
outro, ou seja:
B) Nenhum B é D
proposição negação
Todo A é B Algum A não é B C) Todo B é D
Algum A não é B Todo A é B
D) Todo D é C

Representando em símbolos teremos:


153.Se é verdade que "Alguns A são R" e que "Ne-
proposição negação
nhum G é R", então é necessariamente verdadeiro
(xA)(P(x)) (xA)(~P(x)) que
(xA)(~P(x)) (xA)(P(x)) a) algum A não é G

b) algum A é G
 Algum A é B
c) nenhum A é G

d) algum G é A
A–B AeB B–A
e) nenhum G é A

~Ae ~B
154.Existe pelo menos um X que é Y. Todo Y é Z.
Segue-se, portanto, necessariamente, que:
 Nenhum A é B A) Algum X é Z.

B B) Todo Z é Y.

C) Todo Z é X.
A
D) Nada que não seja Z é X.

~Ae ~B

339
Guarda Metropolitana
155.Se é verdade que ―Alguns soldados são covardes‖
e que ―Nenhum herói é covarde‖, então, também é
necessariamente verdade que: De acordo com essas definições, julgue os itens a
a) Nenhum herói é soldado. seguir.
b) Alguns heróissão covardes.
c) Todo soldado não é covarde. 160.Independentemente da valoração V ou F atribuída
d) Alguns soldados não são heróis. às proposições A e B, é correto concluir que a propo-
e) Nenhum soldado é herói. sição (A  B)  (A  B) é sempre V.
161.Se a afirmativa "todos os beija-flores voam rapi-
damente" for considerada falsa, então a afirmativa
156.Se é verdade que "Alguns gansos são brancos e "algum beija-flor não voa rapidamente" tem de ser
que nenhum pato é branco", então é necessariamente considerada verdadeira.
verdadeiro que
A) algum pato é branco.
Com referência ao texto I, julgue os itens a seguir.
B) nenhum pato é branco.
162.Considerando-se como premissas as proposições
C) algum ganso não é pato. ―Nenhum pirata é bondoso‖ e ―Existem piratas que são
velhos‖, se a conclusão for ―Existem velhos que não
D) algum ganso é pato. são bondosos‖, então essas três proposições consti-
tuem um raciocínio válido.
E) nenhum ganso é pato 163.Considere como premissas as proposições ―To-
dos os hobits são baixinhos‖ e ―Todos os habitantes
da Colina são hobits‖, e, como conclusão, a proposi-
157.Se não é verdade que ―Alguma professora univer- ção ―Todos os baixinhos são habitantes da Colina‖.
sitária não dá aulas interessantes‖, então é verdade Nesse caso, essas três proposições constituem um
que: raciocínio válido.
a) Todas as professoras universitárias dão aulas inte-
ressantes. 164.A negação de ―Todos os elementos do conjunto A
b) Nenhuma professora universitária dá aulas interes- são números positivos‖ é:
santes. (A) Todos os elementos do conjunto A são números
c) Nenhuma aula interessante é dada por alguma negativos.
professora universitária. (B) Todos os elementos do conjunto A não são núme-
d) Nem todas as professoras universitárias dão aulas ros positivos.
interessantes. (C) Pelo menos um dos elementos do conjunto A é
e) Todas as aulas interessantes são dadas por pro- um número negativo.
fessoras universitárias. (D) Pelo menos um dos elementos do conjunto A não
é um número positivo.
(E) Pelo menos um dos elementos do conjunto A é o
158.Considere verdadeira a premissa: ―se viajo, então zero.
estou de férias‖.
Analise as afirmativas a seguir.
165.Se todo X é Y e se existe algum X que também é
I. Se não viajo, então não estou de férias. Z, então, é certo que
II. Se estou de férias, viajo. (A) existe algum Y que também é Z.
III. Estou de férias, logo não viajo.
Com base na premissa, (B) existe algum Y que não é X.

A) é correto concluir I, apenas. (C) existe algum Z que não é Y.


B) é correto concluir II, apenas.
C) é correto concluir III, apenas. (D) existe algum Z que não é X.
D) é correto concluir I, II e III.
E) não é correto concluir qualquer das três afirmati- (E) existe algum X que não é Y.
vas.

Tendo como base o texto, julgue os itens seguintes, a 166.A negação da proposição ―Ninguém aqui é brasili-
respeito de lógica. ense‖ é a proposição ―Todos aqui são brasilienses‖.

159.Considere que as proposições ―Alguns flamen-


guistas são vascaínos‖ e ―Nenhum botafoguense é 167.Considere verdadeiras as seguintes declarações:
vascaíno‖ sejam valoradas como V. Nesse caso, tam- "Todos os professores de matemática gostam de lógi-
bém será valorada como V a seguinte proposição: ca."
―Algum flamenguista não é botafoguense‖.

340
"Existem mulheres que gostam de lógica." 173.Considere a proposição: ―Todo brasileiro é religio-
so‖. Admitindo que ela seja verdadeira, pode-se inferir
Com base nas declarações, pode-se concluir que que:
A) se André é religioso, então é brasileiro;
(A) há mulheres que são professoras de matemática. B) se Beto não é religioso, então pode ser brasileiro;
(B) se uma pessoa gosta de lógica, então essa pessoa C) se Carlos não é religioso, então não pode ser brasi-
é um professor de matemática. leiro;
(C)se uma pessoa é mulher, então essa mulher gosta D) pode existir brasileiro que não seja religioso;
de lógica. E) se Ivan não é brasileiro, então não pode ser religio-
(D)se uma mulher é professora de matemática, então so.
essa mulher gosta de lógica.
(E) há mulheres que não gostam de lógica.
174.Se não é verdade que “Algum ator de televisão
não dá entrevistas inteligentes”, então é verdade que
168.A negação de ―Todos viajaram e retornaram todos A) todas as entrevistas inteligentes são dadas por
na terça-feira‖ é atores de televisão.
(A) Ninguém viajou, portanto não retornaram todos na B) todos os atores de televisão dão entrevistas inteli-
terça -feira. gentes.
(B) Ninguém viajou ou ninguém retornou na terça-feira. C) nenhum ator de televisão dá entrevistas inteligen-
(C)Pelo menos um não viajou ou alguém não retornou tes.
na terça-feira. D) nenhuma entrevista inteligente é dada por algum
(D)Pelo menos um não viajou e alguém não retornou ator de televisão.
na terça-feira. E) nem todos os atores de televisão dão entrevistas
(E) Pelo menos um não viajou ou ninguém retornou na inteligentes.
terça-feira.

175.Assinale a frase que contradiz a seguinte senten-


Considere a seguinte proposição: ―Ninguém será con- ça: Nenhum juiz é corrupto.
siderado culpado ou condenado sem julgamento.‖ A) Algum corrupto não é juiz.
Julgue os itens que se seguem, acerca dessa proposi-
B) Algum juiz não é corrupto.
ção.
C) Algum juiz é corrupto.
169.A proposição ―Existe alguém que será considera-
do culpado ou condenado sem julgamento‖ é uma
D) Nenhum corrupto é juiz
proposição logicamente equivalente à negação da
proposição acima.
E) Todo juiz não é corrupto

170.Considerando que P seja a proposição ―Todo


jogador de futebol será craque algum dia‖, então a
proposição ¬P é corretamente enunciada como ―Ne- 176.Se é verdade que ―Alguns escritores são poetas‖
nhum jogador de futebol será craque sempre‖. e que ―Nenhum músico é poeta‖, então, também é
necessariamente verdade que:
a) Nenhum músico e escritor.
b) Algum escritor é músico.
171.Considere as seguintes afirmações: Se “alguns
c) Algum músico é escritor.
felinos são leões” e “Todos os leões são ferozes‖,
então,necessariamente, d) Algum escritor não é músico.
e) Nenhum escritor é músico.
A) algum felino é um animal feroz.

B) nenhum animal feroz é felino.


177.Todos os elementos do conjunto R são elementos
do conjunto S e todos os elementos do conjunto R
C) nenhum felino não é feroz.
gozam da propriedade p. Sabendo que R não é um
conjunto vazio, conclui-se que
D) todo animal feroz é um leão.
(A) todos os elementos do conjunto S gozam da pro-
priedade p.
E) todo leão é felino.
(B) existem elementos do conjunto S que não gozam
da propriedade p.
(C)pelo menos um elemento do conjunto S goza da
propriedade p.
172.A negação da proposição ―Existe banco brasileiro
(D)todos os elementos que gozam da propriedade p
que fica com mais de 32 dólares de cada 100 dólares
são elementos de R.
investidos‖ pode ser assim redigida: ―Nenhum banco
(E) qualquer elemento de S não goza da propriedade
brasileiro fica com mais de 32 dólares de cada 100
p. 30
dólares investidos.‖

341
Guarda Metropolitana
178.―Todo abacaxi é azedo‖, cuja negação é c) nenhum médico é economista
(A) nem todo abacaxi é azedo.
d) pelo menos um médico não é economista
(B) nem todo abacaxi é doce.
e) todos os não médicos são não economistas
(C) nenhum abacaxi é doce.

(D) nenhum abacaxi é azedo.


183.Numa determinada escola de idiomas, todos os
(E) todo abacaxi é doce. alunos estudam alemão ou italiano. Sabe-se que
aqueles que estudam inglês estudam espanhol e os
que estudam alemão não estudam nem inglês nem
espanhol, conforme indicado no diagrama a seguir.
179.Considerando as afirmações: "Nenhum Presiden-
te é bonito" e "Alguns homens são bonitos", pode-se
corretamente concluir que
A) alguns homens não são presidentes.

B) nenhum homem é presidente.

C) alguns presidentes são homens.


Pode-se concluir que:
D) alguns homens são presidentes.
A) Todos os alunos que estudam espanhol estudam
E) nenhum presidente é homem.
inglês.
B) Todos os alunos que estudam italiano estudam
inglês.
C) Alguns alunos que estudam espanhol não estudam
180.Se é verdade que ―nenhum médico é artista‖,
italiano.
então também será verdade que:
D) Alguns alunos que estudam italiano não estudam
A) todos não médicos são não artistas.
inglês.
E) Alguns alunos que estudam alemão estudam italia-
B) nenhum artista é não médico. no.
C) nenhum médico é não artista.
184.Admita as frases seguintes como verdadeiras.
D) pelo menos um não artista é médico. I. Existem futebolistas (F) que surfam (S) e alguns
desses futebolistas também são tenistas (T).
E) nenhum não artista é médico. II. Alguns tenistas e futebolistas também jogam vô-
lei (V).
III. Nenhum jogador de vôlei surfa.
181.Qual é a negação da proposição ―Alguma lâm-
pada está acesa e todas as portas estão fecha- A representação que admite a veracidade das frases
das‖?
é:
A) Todas as lâmpadas estão apagadas e alguma por-
ta está aberta.
B) Todas as lâmpadas estão apagadas ou alguma
porta está aberta.
C) Alguma lâmpada está apagada e nenhuma porta
está aberta.
D) Alguma lâmpada está apagada ou nenhuma porta (A) (B)
está aberta.
E) Alguma lâmpada está apagada e todas as portas
estão abertas.

182.Dizer que a afirmação ―todos os economistas são


médicos‖ é falsa, do ponto de vista lógico, equivale a
dizer que a seguinte afirmação é verdadeira:
a) pelo menos um economista não é médico
(C) (D)
b) nenhum economista é médico

342
(D) I e II.

(E) II e III.

Considere como premissas as proposições abaixo,


que foram construídas a partir de alguns artigos do
(E) Código Municipal de Posturas da Prefeitura Municipal
de Teresina:
Direito
Direito
A: Todos os estabelecimentos comerciais devem
Juízes Mara Juízes dispor de lixeira para uso público.
Jonas B: Todo proprietário de estabelecimento comercial é
responsável pela manutenção da ordem no esta-
belecimento.
C: Se Mário é o proprietário do terreno, então Mário é
o responsável pelo escoamento das águas pluvi-
Nos diagramas acima, estão representados dois con- ais que atingirem o terreno.
juntos de pessoas que possuem o diploma do curso D: João tem mais de 18 anos ou João não pode
superior de direito, dois conjuntos de juízes e dois comprar bebidas alcoólicas.
elementos desses conjuntos: Mara e Jonas. Julgue os Considerando como V as proposições A, B, C e D e,
itens subsequentes tendo como referência esses dia- com base nas definições acima, julgue os itens sub-
gramas e o texto. sequentes.

185.A proposição ―Mara é formada em direito e é 188.Considerando-se também como premissa, além
juíza‖ é verdadeira. da proposição B, a proposição "Jorge é responsável
186.A proposição ―Se Jonas não é um juiz, então pela manutenção da ordem no estabelecimento", en-
Mara e Jonas são formados em direito‖ é falsa. tão, está correto colocar como conclusão a proposição
"Jorge é proprietário de estabelecimento comercial".
189.A negação da proposição A é "Existem estabele-
187.Uma pesquisa foi feita em uma sala de aula para cimentos comerciais que não dispõem de lixeira para
saber qual a utilização do jornal impresso e da TV na uso público".
obtenção de notícias. Na figura abaixo, o retângulo 190.Se a proposição "Mário não é o responsável pelo
representa a sala. O círculo da esquerda representa escoamento das águas pluviais que atingirem o terre-
as pessoas dessa sala que se informam através do no" for também V, então a proposição "Mário não é o
jornal impresso. O círculo da direita representa as proprietário do terreno" é também V.
pessoas dessa sala que se informam através da TV. 191.A sequência de proposições que tem como pre-
missas a proposição D e a proposição "João não pode
comprar bebidas alcoólicas", e tem como conclusão a
proposição "João não tem mais de 18 anos", constitui
um raciocínio lógico correto.
192.Considere que as proposições "Nenhum proprie-
tário de terreno está isento de mantê-lo limpo" e "Todo
proprietário de terreno paga imposto territorial pela
sua propriedade" sejam as premissas de um argumen-
to. Neste caso, se uma conclusão for a proposição
Nesse contexto, analise as afirmativas abaixo sobre
"Nenhuma pessoa que paga imposto territorial pela
as regiões assinaladas na figura. propriedade de terreno está isenta de mantê-lo limpo",
então essa sequência de proposições não constitui um
I. A região P corresponde às pessoas dessa sala raciocínio lógico correto.
que, para se informar, utilizam o jornal impresso,
mas não utilizam a TV.
II. A região Q corresponde às pessoas dessa sala
que, para se informar, utilizam o jornal impresso X. LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
e a TV. ARG U MENT O
III. A região R corresponde às pessoas dessa sala
que, para se informar, utilizam ou a TV ou o jor-
nal impresso.
Está correto APENAS o que se afirma em É um conjunto de proposições(premissas do
argumento, p 1 , p 2 , p 3 ,..., p n ) que tem como conse-
(A) I.
qüência outra proposição(conclusão do argumento q)
(B) II.
Podemos representar por: p1
(C) III.
p2

343
Guarda Metropolitana
p3 p 2 : Todos os Q são R

  q : Alguns R são P

pn

Exemplo(2):
 q

p 1 : Todos os gatos são cobras.


Exemplo:
p 2 : Todos as cobras têm patas.
p 1 : Se eu comprarsorvete, então irei casar.
 q : Todos os gatos têm patas.
p 2 :Comprei sorvete.

 q : Irei casar
C P
p 1 : Todos os brasileiros tem memória curta. G

p 2 : Todos os baianos são brasileiro.


Estrutura:
 q : Todos os baianos tem memória curta.
p 1 : Todos os G são C

p 2 : Todos os C têm P
VAL ID AD E DE U M ARG UM ENT O
 q : Todos os G têm P

Conforme estudamos anteriormente, uma


proposição pode ser ou verdadeira(V) ou falsa(F). No Exemplo(3):
caso de um argumento, ele pode ser válido ou não-
válido. p 1 : Todos os gatos são cobras.

A validade de um argumento depende da for-


p 2 : Todos as cobras são cães.
ma(estrutura) lógica que as premissas se relaciona
com a conclusão e não com o valor lógico das pre- q : Todos os gatos são cães.

missas e da conclusão(ou seja, pouco importa o
conteúdo delas).
C K
G

Exemplo(1):

p 1 : Todas as quitinetes são pequenas.


Estrutura:
p 2 :Todas as quitinetes são residências. p 1 : Todos os G são C

 q : Algumas residências são pequenas.


p 2 : Todos os C são K

 q : Todos os G são K
R P
Q

Exemplo(4):

Estrutura: p 1 : Se lógica é fácil, então Sócrates foi mico de circo.

p 1 : Todos os Q são P
p 2 :Lógica é fácil.

344
 q : Sócrates foi mico de circo.

S
L

Logo, esse argumento é não-válido ou falácias, pois


as premissas não sustentam a conclusão.
Estrutura:

p 1 : L S
Exemplo(6):
p2 : L
p 1 : Se lógica é fácil, então Sócrates foi mico de circo.
 q :S
p 2 : Sócrates foi mico de circo.
Dica: L S é o mesmo que todo L é S, logo se ocorre
L obrigatoriamente ocorre S.  q : Lógica é fácil

Todos os argumentos acima são válidos, pois


se suas premissas fossem verdadeiras, então as con-
S
clusões também as seriam. L

Observe que em cada exemplo foi montado a


estrutura e substituído o conteúdo pelas letras C, G,
Estrutura:
K, L, P e S. Logo, o que é importante é a forma do
argumento e não o conhecimento(no mundo real) de
p 1 : L S
C, G, K, L, P e S.

Exemplo(5): p2 : S

p 1 : Todos os mamíferos são mortais.  q :L

p 2 : Todos os gatos são mortais.

 q : Todos os gatos são mamíferos.


Dica: L S é o mesmo que todo L é S, e saber que
nem todo S é L, logo se ocorre em p 2 :S necessaria-
Estrutura: mente  q : L, pode ser ou não, logo as premissas
não sustentam a conclusão, e o argumento não-válido.
p 1 : Todos os Ma são Mo

p 2 : Todos os Ga são Mo

 q : Todos os Ga são Ma
Exemplo(7):

p 1 : Se eu passar no concurso, então serei feliz.

Ga Mo Ma Mo
p 2 : Não passei no concurso.
Ma Ga
 q : Não serei feliz.

F
C
Mo Mo
Ma Ga Ma Ga

345
Guarda Metropolitana
Estrutura: Premissa 2: João é funcionário e não conhece conta-
bilidade.
p 1 : C F
Conclusão: João não sabe lidar com orçamento.
p2 :  C

 q : F
196.A seguinte argumentação é válida.
Premissa 1: Toda pessoa honesta paga os impostos
devidos.
Dica: Se C(passaram no concurso) e F(feliz), e que
Premissa 2: Carlos paga os impostos devidos.
todo C é F, e nem todo F é C, logo nem todos que são
Felizes passaram no concurso. Com isso o argumento Conclusão:Carlos é uma pessoa honesta.
não-válido, as premissas não sustentam a conclusão.
A seguinte forma de argumentação é conside-
rada válida. Para cada x, se P(x) é verdade, então
Q(x) é verdade e, para x = c, se P(c) é verdade, então
EXERC ÍC IO S
se conclui que Q(c) é verdade. Com base nessas in-
formações, julgue os itens a seguir.
Uma proposição é uma frase afirmativa que pode ser
julgada como verdadeira ou falsa, mas não ambos. 197.Considere o argumento seguinte.
Uma dedução lógica é uma sequência de proposições, Toda prestação de contas submetida ao TCU
e é considerada correta quando, partindo-se de pro- que expresse, de forma clara e objetiva, a exatidão
posições verdadeiras, denominadas premissas, dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimi-
dade e a economicidade dos atos de gestão do res-
obtêm-se proposições sempre verdadeiras, sendo a
ponsável é julgada regular. A prestação de contas da
última delas denominada conclusão. Considerando
Presidência da República expressou, de forma clara e
essas informações, julgue os itens a seguir, a respeito
objetiva, a exatidão dos demonstrativos contábeis, a
de proposições.
legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos
193.Considere verdadeiras as duas premissas abaixo: de gestão do responsável. Conclui-se que a prestação
O raciocínio de Pedro está correto, ou o jul- de contas da Presidência da República foi julgada
gamento de Paulo foi injusto. regular.
O raciocínio de Pedro não está correto.
Nesse caso, o argumento não é válido.
Portanto, se a conclusão for a proposição, O jul-
gamento de Paulo foi injusto, tem-se uma de- 198.Considere o seguinte argumento.
dução lógica correta. Cada prestação de contas submetida ao TCU
194.Considere a seguinte sequência de proposições: que apresentar ato antieconômico é considerada irre-
(1) Se o crime foi perfeito, então o criminoso não gular. A prestação de contas da prefeitura de uma
foi preso. cidade foi considerada irregular. Conclui-se que a
prestação de contas da prefeitura dessa cidade apre-
(2) O criminoso não foi preso.
sentou ato antieconômico.
(3) Portanto, o crime foi perfeito.
Nessa situação, esse argumento é válido.
Se (1) e (2) são premissas verdadeiras, então a
199.Assinale a alternativa que apresenta o argumento
proposição (3), a conclusão, é verdadeira, e a se-
válido.
quência é uma dedução lógica correta. (A) Todo leite é branco. Toda neve é branca. Portanto,
todo leite é neve.
A forma de uma argumentação lógica consiste (B) Eu vou passar no concurso ou vou parar de estu-
de uma sequência finita de premissas seguidas por dar. Eu vou parar de estudar. Logo, eu não vou
uma conclusão. Há formas de argumentação lógica passar no concurso.
consideradas válidas e há formas consideradas inváli- (C)Toda mulher é sentimental. Existem homens que
das. A respeito dessa classificação, julgue os itens são sentimentais. Logo, existem homens que são
seguintes. mulheres.
(D)Todo fusca é amarelo. Tudo que é amarelo é caro.
195.A seguinte argumentação é inválida. Tudo que é caro é raro. Portanto, todo fusca é raro.
Premissa 1: Todo funcionário que sabe lidar com (E) Todo matemático fala alemão. Todo filósofo fala
alemão. Conclui-se que todo matemático é filósofo.
orçamento conhece contabilidade.

346
200.Observe a construção de um argumentoA: Se Célia tiver um bom currículo, então ela
P1: Todos os cachorros têm asas. conseguirá um emprego.

P2: Todos os animais de asas são aquáticos. Ela conseguiu um emprego.

P3: Existem gatos que são cachorros. Portanto, Célia tem um bom currículo.

Q : Existem gatos que são aquáticos. Os itens a seguir apresentam argumentos formados
por duas premissas seguidas por uma conclusão.
Sobre o argumento A, as premissas P e a conclusão
Julgue se a conclusão apresentada em cada item é
Q, é correto dizer que: necessariamente verdadeira, sempre que as premis-
sas forem verdadeiras.
(A) A não é válido, P é falso e Q é verdadeiro.

(B) A não é válido, P e Q são falsos. 207.Sempre que como feijoada passo mal. Hoje co-
merei feijoada. Logo, passarei mal.
208.Quando faço prova sem estudar tiro nota baixa.
(C) A é válido, P e Q são falsos.
Na última prova tirei nota baixa. Logo, não estudei.
209.Todo planeta é verde. A Terra é conhecida como
(D) A é válido, P ou Q são verdadeiros.
planeta azul. Logo, o planeta azul é verde.
(E) A é válido se P é verdadeiro e Q é falso.
O sustentáculo da democracia é que todos têm o direi-
Uma noção básica da lógica é a de que um argumento
to de votar e de apresentar a sua candidatura. Mas,
é composto de um conjunto de sentenças denomina-
enganoso é o coração do homem. Falhas administrati-
das premissas e de uma sentença denominada con-
vas e maior tempo no poder andam de mãos dadas.
clusão. Um argumento é válido se a conclusão é ne-
Por isso, todos precisam ser fiscalizados. E a alter-
cessariamente verdadeira sempre que as premissas
nância no poder é imprescindível. Considerando o
forem verdadeiras. Com base nessas informações,
argumento citado, julgue os itens subsequentes.
julgue os itens que se seguem.
210.A afirmação ―E a alternância no poder é impres-
201.Toda premissa de um argumento válido é verda-
cindível‖ é uma premissa desse argumento.
deira.
211.Esse é um argumento válido.
202.Se a conclusão é falsa, o argumento não é válido.
212.A sentença ―Falhas administrativas e maior tempo
203.Se a conclusão é verdadeira, o argumento é váli-
no poder andam de mãos dadas‖ é uma premissa
do.
desse argumento.
204.É válido o seguinte argumento: Todo cachorro é
verde, e tudo que é verde é vegetal, logo todo cachor-
ro é vegetal.
Um entrevistador obteve de um suspeito a seguinte
declaração: ―Ora, se eu fosse um espião, então eu
Na lógica sentencial, denomina-se proposição uma não amaria o meu país, pois eu amo o meu país, ou
frase que pode ser julgada como verdadeira(V) ou sou um traidor da pátria, já que não é possível aconte-
falsa(F), mas não como ambas. Assim, frases como cer as duas coisas ao mesmo tempo. Agora, se eu
―Como está o tempo hoje‖ e ―Esta frase é falsa‖ não não fosse um traidor da pátria, então eu amaria o meu
são proposições porque a primeira é pergunta e a país. Logo, eu não sou um espião e amo o meu país.‖
segunda não pode ser nem V nem F. As proposições
Considerando a lógica sentencial apresentada, julgue
são representadas simbolicamente por letras maiúscu-
os itens subsequentes.
las do alfabeto – A, B, C etc. Considerando as infor-
mações contidas no texto acima, julgue os itens sub- 213.O argumento do suspeito é um argumento válido.
sequentes. 214.A negação da conclusão do argumento utilizado
pelo suspeito é equivalente à seguinte proposição: ―eu
205.É correto o raciocínio lógico dado pela sequência sou um espião ou não amo o meu país”.
de proposições seguintes:
Se Antônio for bonito ou Maria for alta, então
José será aprovado no concurso. 215.Considere a seguinte sentença: “Mônica viajará à
Europa, pois ela é rica e pessoas ricas viajam à Euro-
Maria é alta. pa”. Podemosconcluir pelo argumento expresso por
esta sentença que
Portanto, José será aprovado no concurso. A) Mônica é rica ou existem pessoas ricas.

206.É correto o raciocínio lógico dado pela sequência B) Mônica é rica.


de proposições seguintes:
C) existem pessoas ricas.

347
Guarda Metropolitana
D) Mônica viajará à Europa. D) existe ciumento trabalhador.

E) pessoas ricas viajam à Europa. E) Stefany é trabalhador.

216.Considere a seguinte afirmação: “Se Romildo 220.André é mais alto que Sinval. Péricles é mais alto
gosta de viajar, então ele é namorador”. Portanto, que Mateus. Sinval é mais alto que Péricles. Conside-
podemos dizer que rando as quatro pessoas, é correto afirmar que:
A) se Romildo não gosta de viajar, então ele não é A) Sinval é o mais alto.
namorador.
B) se Romildo gosta de viajar, então ele não é namo- B) Péricles é o mais baixo.
rador.
C) se Romildo não é namorador, então ele não gosta C) Mateus é mais alto que Sinval.
de viajar.
D) se Romildo é namorador, então ele gosta de viajar. D) André é mais alto que Péricles.
E) se Romildo é namorador, então ele não gosta de
viajar. 221.Se Abdias toca flauta, então Ricardo acorda cedo
e Valúcia não consegue estudar. Mas Valúcia conse-
gue estudar. Segue-se logicamente que:
217.Considere as seguintes premissas: “Quem não A) Ricardo acorda cedo.
bebe fala a verdade.” “Nenhum padre bebe.” Então
podemos concluirque B) Ricardo não acorda cedo.
A)quem fala a verdade é padre.
C) Abdias toca flauta.
B)todo padre fala a verdade.
D) Abdias não toca flauta.
C) nenhum padre fala a verdade.
222.Considere verdadeira a seguinte afirmação:
D) quem bebe não fala a verdade. ―Todas as mulheres casadas gostam de viajar.‖

E) algum padre não fala a verdade. Com base na afirmação acima, conclui-se que

218.Se amanhã for domingo, então hoje Mário irá ao (A) Alice gosta de viajar.
cinema. Ora, amanhã não será domingo. É correto
afirmar que (B) se uma mulher é solteira, então gosta de viajar.
A) Mário somente vai ao cinema em véspera de Do-
mingo. (C) Maria, que é solteira, não gosta de viajar.

B) Mário nunca vai ao cinema no domingo. (D) Murilo não gosta de viajar.

C) Mário não irá ao cinema hoje. (E) a esposa de Murilo gosta de viajar.

D) Mário irá ao cinema hoje.

E) é possível que Mário vá ao cinema hoje. 223.Considere a declaração ―Todos os alunos estuda-
rão‖. Para que essa declaração seja FALSA, é neces-
sário que
(A) mais da metade dos alunos não estude.
219.Considerando as seguintes premissas,
• Todo marido é ciumento. (B) alguns alunos não estudem.

• Todo marido é trabalhador. (C) dois alunos não estudem.

• Stefany é ciumento. (D) um único aluno não estude.

• Pedro é trabalhador. (E) nenhum aluno estude.

podemos concluir que 224.Admitindo a validade da sentença: ―Todo historia-


dor viaja muito. Ricardo nunca viajou‖. Podemos afir-
A) todos os trabalhadores são ciumentos. mar que
A)Ricardo é historiador.
B) Pedro é ciumento.
B) nenhum historiador conhece Ricardo.
C) não existe ciumento trabalhador.
C) existe um historiador que nunca viajou.

348
D) Ricardo ainda não é um historiador. No ambiente de trabalho, é comum se ouvir o seguinte
dito popular: "Quem trabalha pouco erra pouco. Quem
E) Ricardo nunca será um historiador. não trabalha não erra. Quem não erra é promovido.
Logo, quem não trabalha é promovido." Com relação
225.Em certo planeta, todos os Aleves são Bleves,
ao argumento desse dito popular, julgue os itens que
todos os Cleves são Bleves, todos os Dleves são Ale-
ves, e todos os Cleves são Dleves. Sobre os habitan- se seguem.
tes desse planeta, é correto afirmar que
(A) Todos os Dleves são Bleves e são Cleves. 231.Do ponto de vista lógico, o argumento apresenta-
(B) Todos os Bleves são Cleves e são Dleves. do no dito popular é válido.
(C) Todos os Aleves são Cleves e são Dleves. 232.Admitindo-se que a negação da sentença "aquela
(D) Todos os Cleves são Aleves e são Bleves. pessoa trabalha pouco" possa ser expressa por "aque-
(E) Todos os Aleves são Dleves e alguns Aleves po- la pessoa trabalha muito", das premissas do argumen-
dem não ser Cleves. to do referido dito popular é correto concluir que
"quem trabalha muito erra muito".

226.Num grupo de cinco mulheres, quatro são magras


e uma é gorda. Além disso, dessas cinco mulheres 233.Sempre que faz sol, Isabel passeia no parque.
três são casadas e duas são solteiras. Três dessas Com base nessa informação, é possível concluir que,
cinco mulheres são infelizes. Duas são felizes. A mu- se
lher gorda é casada e feliz. Uma das mulheres magras
é feliz. Das mulheres magras, duas são casadas. Das (A) Isabel passeia no parque, então é um dia de sol.
mulheres magras e solteiras, apenas uma é infeliz.
Podemos concluir que (B) Isabel passeia no parque, então não é um dia de
A) as duas magras solteiras são felizes. sol.

B) das mulheres magras duas são felizes. (C) Isabel não passeia no parque, então não está fa-
zendo sol.
C) as mulheres magras casadas são infelizes.
(D) não está fazendo sol, Isabel passeia no parque.
D) das mulheres magras duas são infelizes.
(E) não está fazendo sol, Isabel não está passeando
E) as mulheres magras casadas são felizes. no parque.

Julgue os itens os itens subsequentes.


Considerando a sentença "sempre que um motorista 234.Considere que um delegado, quando foi interrogar
passar em excesso de velocidade por um radar, se o Carlos e José, já sabia que, na quadrilha à qual estes
radar não estiver danificado ou desligado, o motorista pertenciam, os comparsas ou falavam sempre a ver-
levará uma multa", julgue os itens subsecutivos. dade ou sempre mentiam. Considere, ainda, que, no
interrogatório, Carlos disse: José só fala a verdade, e
227.Se forem falsas as afirmações "o radar estava José disse: Carlos e eu somos de tipos opostos. Nes-
desligado" e "o motorista levou uma multa", então a se caso, com base nessas declarações e na regra da
sentença "se um motorista passou em excesso de contradição, seria correto o delegado concluir que
velocidade por um radar e este não estava danificado Carlos e José mentiram.
ou desligado, então o motorista levou uma multa" será 235.Se A for a proposição "Todos os policiais são
verdadeira, independentemente dos valores lógicos honestos", então a proposição A estará enunciada
das outras proposições simples que a compõem. corretamente por "Nenhum policial é honesto".
228.A sentença "o radar não está danificado ou desli- 236.A sequência de proposições a seguir constitui
gado" é logicamente equivalente à sentença "o radar uma dedução correta.
não está danificado e também não está desligado". Se Carlos não estudou, então ele fracassou na
229.A afirmação do enunciado é logicamente equiva- prova de Física.
lente à sentença "se um motorista passar em excesso Se Carlos jogou futebol, então ele não estudou.
de velocidade por um radar e este não estiver danifi- Carlos não fracassou na prova de Física.
cado ou desligado, então o motorista levará uma mul-
Carlos não jogou futebol.
ta".
230.Se forem verdadeiras a afirmação do enunciado e
a sentença "um motorista levou uma multa", então, do
ponto de vista lógico, é correto concluir que tal moto-
237.Considere as afirmações:
rista passou em excesso de velocidade por um radar,
I. Todo peixe é animal que voa.
que o radar não está danificado e também que o radar
não está desligado.
II. Nem todo animal que voa é ave.

III. Zitriz é uma ave.

349
Guarda Metropolitana
Com base nessas afirmações, assinale a alternativa
correta.

(A) Zitriz voa.

(B) Se Zitriz não voa, então Zitriz não é peixe.

(C) Se Zitriz é peixe, então Zitriz não voa.

(D) Zitriz é um peixe.

(E) Zitriz não voa.

350
Guarda Metropolitana
27. C 65. E 103. C
GABARITO
28. E 66. D 104. D
01.
29. E 67. C 105. C
a) A →(¬C)
30. E 68. E 106. C
b) B ↔ D
31. C 69. E 107. E
c) ¬A ᴧ B 32. D 70. E 108. C
d) [A ᴧ (¬C)]→ D 33. D 71. E 109. C
e) A →(B  C) 34. B 72. C 110. ANULADA
f) ¬D→(¬A ᴧ B) 35. D 73. E 111. E
g) ¬A ↔ C 36. D 74. B 112. D

h) (¬C ᴧ D) → A 37. C 75. B 113. A

i) ¬B → (C ᴧ A) 38. E 76. D 114. E


39. E 77. C 115. E
40. C 78. C 116. D
02. C
41. C 79. C 117. C
03. E
42. E 80. E 118. E
04. C
43. A 81. C 119. E
05. E
44. D 82. C 120. B
06. C
45. B 83. C 121. D
07. D
46. E 84. E 122. C
08. C
47. C 85. E 123. E
09. E
48. C 86. D 124. C
10. E
49. E 87. E 125. E
11. E
50. B 88. B 126. E
12. C
51. E 89. D 127. A
13. E
52. E 90. C 128. E
14. C
53. C 91. E 129. A
15. E
54. C 92. E 130. B
16. C
55. E 93. C 131. C
17. E
56. C 94. B 132. C
18. E
57. B 95. D 133. D
19. E
58. D 96. C 134. E
20. E
59. E 97. D 135. D
21. E
60. B 98. C 136. A
22. C
61. D 99. A 137. C
23. C
62. C 100. B 138. E
24. E
63. B 101. D 139. C
25. E
64. E 102. C 140. E
26. E

351 http://ead.gpscursos.com.br
Guarda Metropolitana
141. E 179. A 217. B
142. C 180. D 218. E
143. C 181. B 219. D
144. E 182. A 220. D
145. E 183. D 221. D
146. E 184. E 222. E
147. E 185. E 223. D
148. E 186. C 224. D
149. A 187. D 225. D
150. E 188. E 226. C
151. E 189. C 227. E
152. B 190. C 228. C
153. A 191. E 229. C
154. A 192. E 230. E
155. D 193. C 231. C
156. C 194. E 232. E
157. A 195. E 233. C
158. E 196. E 234. C
159. C 197. E 235. E
160. C 198. E 236. C
161. C 199. D 237. B
162. C 200. C
163. E 201. E
164. D 202. E
165. A 203. E
166. E 204. C
167. D 205. C
168. C 206. E
169. C 207. C
170. E 208. E
171. A 209. C
172. C 210. E
173. C 211. C
174. B 212. C
175. C 213. E
176. D 214. C
177. C 215. D
178. A 216. C

352
1 - NÚMEROS RELATIVOS INTEIROS E
FRACIONÁRIOS, OPERAÇÕES E PRO- Sinais diferentes  o produto é negativo
PRIEDADES.  5    3    15
 5    3    15
1.1 - Números Inteiros:
Multiplicação com mais de dois fatores
Módulo de um Número Inteiro
  4     3     10    120
O módulo de + 8 é 8 e indica-se por |+ 8| = 8
 5    8    2    5    400
O módulo de - 3 é 3 e indica-se por |- 3| = 3
Propriedades da Multiplicação
Números Inteiros Opostos ou Simétricos A multiplicação de dois números inteiros é
O oposto de 6 é – 6, ou seja, | 6 | = |- 6| = 6 sempre um número inteiro;
O oposto de – 9 é 9, ou seja, |- 9| = | 9 | = A multiplicação de dois números inteiros é
9 cumulativa;
A multiplicação de três números inteiros é
Comparação de Números Inteiros associativa;
O conjunto dos números inteiros (Z) pode ser re- O número ―+ 1‖ é elemento neutro da multi-
presentado por uma reta: plicação de números inteiros.

Divisão de Números Inteiros


- - - - - - -
0 1 2 3 4 5 6 7 Sinais iguais  o quociente é positivo
7 6 5 4 3 2 1
 20     10   2
Ao compararmos dois números inteiros, o maior  30     10   3
será sempre o que estiver mais a direita na reta.
+7>+3 Sinais diferentes  o quociente é negativo
+5 > 0  50    50  1
-2>-6  300    60  5
Adição de Números Inteiros 1.2 - Números Racionais:
Sinais iguais : Adição e Subtração Algébrica de Números Fracio-
 3    6    9  nários:
 3    6    9  a)
4

3

2

4 6  3 3  2 2

24  9  4

28  9

19
5 10 15 30 30 30 30
sinais diferentes : 10 3 2 10  4  3  1  2  2 40  3  4 39  3 13
b)      
 3    6    3  3 12 6 12 12 12  3 4
1 2  2  6 1 3 2  12  3
 3    6    3 
1 2 1 11
c)     
9 3 6 18 18 18
Subtração de Números Inteiros 4 3 1 2 4 3 11 92 4  6  3  3  11  12  92  2
d)   2  3     
10 20 5 30 10 20 5 30 60
Subtrair dois números inteiros ―a‖ e ―b‖ nessa or-
24  9  132  184 85  5 17
dem, significa adicionar ―a‖ ao oposto de ―b‖.   
(  16) - (  5)  (  16)  (- 5)   11 60 60  5 12

(  4) - (-1 2)  (  4)  (  1 2)   1 6 Multiplicação de Números Fracionários:


e ) 3  {12  7  [14  23  (  10  7 )  20 ]  15 }  3
1
4
1
6
2
1 1 2 7 8 15
a)       
f ) 32  {19  8  [ 7  3  12  ( 4  10 )  8 ]  20 }  30  8 2 9 2 7 3 1 4 7 28 28

g )  60  {[ 40  15  (10  50 )  30 ]  100 }  2 5 8 2 20 24 20  100  144 24


b)  4  3       
h )  18  42  [10  26  11 ]  15  3 6 5 3 6 5 30 30
1 1 5 1 11 14 1 154 15  616  601
c )1  2 3       
Multiplicação de Números Inteiros 4 5 3 4 5 3 4 15 60 60
1 6 1 10 24 10 288  10 278 139
Sinais iguais  o produto é positivo d )4         
 5    3    15
3 2 8 9 6 72 72 72 36

 5    3    15
Divisão de Números Fracionários:

353
Guarda Metropolitana

8 4 2 6 8 14 2 10 112 20 10 36  10 26 ele próprio (2 divisores). Em Z um número


a)           4   
7 14 3 10 7 4 3 6 28 18 9 9 9
primo(p) tem 4 divisores : -1,-p,1 e p .
1 2 4 1 3 4 12 2
b)       
9 3 5 9 2 5 90 15
Portanto, são primos em N:
1 3  5 3   1 14   1 1 1 2  1 2 1 2 1
c )                   
 7 14   6 10  7 3  2 2 1 3  4 3 4 12 6
P  2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, ... 
1 3 5  7  3 2  2 6 8 6 1 6
d )    4       4       
2 4 2  2  8 5  7 40 7 5 7 35
São primos em Z:
Tipos de Frações
P   2,  3,  5,  7,  11,  13,  17,  19,  23,  29, ... 
4
 Frações Próprias – o nume- 
8
rador é menor que o denominador
1. Reconhecimento de um número primo.
 Frações Impróprias – quando 6
o numerador é maior que o denomina-  4 41 é primo?
dor
 Frações Aparentes – são as 4
frações impróprias em que o numera-  2
dor é múltiplo do denominador
4
 Frações equivalentes – são
6
duas ou mais frações que representam 
2
a mesma parte da unidade e
3 Observe que todas as divisões não apre-
sentam restos nulos, portanto, 41 é primo.
Simplificação de Frações
Outro exemplo: 23 é primo?
Simplificar uma fração é dividir seus termos por
um mesmo número e obter termos menores que os
iniciais.
4 4 1 1
:4   
8 8 4 8

Redução de Frações a um mesmo Denomina-


dor Observe que todas as divisões não apre-
4 6 sentam restos nulos, portanto, 23 é primo.
e
3 2
1º) Verificar o menor denominador comum
M.M.C. (3, 2) = 6
Um número composto é todo número que pode ser
2º) Multiplicar o numerador de cada fração pelo decomposto como um produto de fatores primos.
quociente entre o denominador comum e o denomina- Todo número que não é primo pode ser decompos-
dor inicial da fração. to . Exemplo de números compostos:
8 18 4,6,8,9,10,12,14,15,...
e
6 6

2 - MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO


DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM. COMUM. 2.2 - Decomposição em fatores primos:

2.1 - Números Primos e Compostos:

Em N para que um número seja primo só


pode apresentar como divisores a unidade e

354
O MDC de dois ou mais números é o pro-
duto dos fatores primos comuns, elevado ao
menor expoente.

Mínimo Múltiplo Comum (MMC)


30  2  3  5
O MMC de dois ou mais números o prod u-
25  5
2

to dos fatores comuns e não comuns com o


maior dentre seus expoentes.

Propriedade:

MDC (a, b) . MMC (a, b)  a.b , com a e b  IN*

1) Dados os números 30 e 25, temos que


50  2  5
2 o seu MDC e MMC, serão:
35  5  7

20  2 5
2

2.3 - Divisibilidade:

Regras de divisibilidade: 30  2  3  5

25  5
2

Por 2: Um número é divisível por dois


quando é par : MDC  30 , 25   5

MMC  30 , 25   2 35
2
 150
Exemplo: 252 ,1024 ,100 ,58 , 70 .
2) Dados os números 50, 35 e 20, temos
Por 3: Um número é divisível por três
que o seu MDC e MMC, serão:
quando a soma dos algarismos é múltipla de
3.

Exemplo: 234 , 156 , 978 , 1704 .

Por 4: Um número é divisível por quatro


quando os dois últimos algarismos que fo r-
mam o número é divisível por 4.
50  2  5
2

Exemplo: 1736 ,2072 , 504 , 125648 . 35  5  7

20  2 5
2
Por 5: Um número é divisível por cinco
quando termina em 0 ou 5. MDC  50 , 35 , 20   5

Exemplo: 105 , 1260 , 530 , 485 .


MMC  50 , 35 , 20   2
2
7 5
2
 700

2.4 - Máximo Divisor Comum e Mínimo Múltiplo


Comum:

Máximo Divisor Comum (MDC)

355
Guarda Metropolitana

3 - NÚMEROS REAIS: RADICIAÇÃO


Potenciaçã o:
Definição :
definição :
a  b  b  a
n n

 a  a  a  ...  a
n
a
8  2  2  8
3 3

Propriedad es da potenciaçã o:
  10 
3
 1000   10    1000
3

m n mn

a  a  a
m n mn
Pr opriedades :
a  a  a 1  n a 
n
b 
n
ab
a   a
n
m n
m
n
a a
n n
2  n  n

b
a b
b

     , a  0, b  0
3 n m
a 
nm
a
b  
a n p
m m
4  a
m p

n
a
m

a
n
 n
a n

5  n
a
m
 a m
Exercícios :
2 48 6   2 
3  2 3  2 3  2 3
4 6 8 12 4
a )2 Exemplos :

5 5
3 4
3 4   6  76 a) 2  3  5  235  30
 5  5  5
13
b) 6
5 6
4  5    5  16  125 
3 2 2 6 3 6 2 3 6 6
b) 4 5 4 2000
3 3 3
 3  5 5 125
c )         
3
81 81
  27  3
3
3 c) 3
 5  3 3 27 3
3 3

5 2   5
3
23 6
d)  5 6
d ) 1024 
62
2
10  2

3
2
5

3
32
2
23 6
64    2
9 3 6 6
e) 73  7 e) 2 2
2

4 8 3 3
8
2 3
64 4
f )
2 
4    5  3

453

6 f )     2
5
2 2 2 1
4 4 2
2 3 2
4
2

4 - EXPRESSÕES NUMÉRICAS.

Calcular :

a) 5  3 - [20  (14 - 8) - 11] 


b) 13  {10 - [36 - 45 - (10 - 8)  6] - 2} 

c) 40  10 - {7 - [4  (5 - 13) - 9]  18} 
d) 100 - [200  (80 - 300)] 
e ) 3  {12  7  [14  23  (  10  7 )  20 ]  15 } 

f ) 32  {19  8  [ 7  3  12  ( 4  10 )  8 ]  20 }  30 

g )  60  {[ 40  15  (10  50 )  30 ]  100 } 

h )  18  42  [10  26  11 ]  15 

356
i ) 5  3 [( 8  6 )  4 ]  e ) 3  {12  7  [14  23  (  10  7 )  20 ]  15 } 
j )12  2 { 8  4 [ 4  6 ( 9  12 )  5 ]  7 }   3  {12  7  [14  23  3  20 ]  15 } 
k ) 60  45  5 [ 7  3 (12  8 )  7 ]   3  {12  7  [ 34  26 ]  15 } 
l ) 80  8 [10  30 (  2  4 )]   3  {12  7  8  15 } 
m ) 5    3     7     20     4    3  { 20  22 } 
n )   25     3     35     7    3 2 
o )   32     4   6   10   ( 9  6  3 )  1
----------------------------------------------------------
f ) 32  {19  8  [ 7  3  12  ( 4  10 )  8 ]  20 }  30 
RESOLUÇÃO:
 32  {19  8  [ 7  3  12  (  6 )  8 ]  20 }  30 

a)  5  3 - [20  (14 - 8) - 11]   32  {19  8  [ 7  3  12  6  8 ]  20 }  30 

 5  3 - [20  6 - 11]   32  {19  8  [ 25  11 ]  20 }  30 

 5  3 - 15   32  {19  8  14  20 }  30 

 32  { 33 }  30 
 8 - 15 
 62  33 
 -7
 29
----------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------
b)  13  {10 - [36 - 45 - (10 - 8)  6] - 2} 
g )  60  {[ 40  15  (10  50 )  30 ]  100 } 
 13  {10 - [36 - 45 - 2  6] - 2} 
  60  {[ 40  15  40  30 ]  100 } 
 13  {10 - [42 - 47] - 2} 
  60  {[ 40  85 ]  100 } 
 13  {10 - [-5] - 2} 
  60  {  45  100 } 
 13  {10  5 - 2} 
  60  55 
 13  {15 - 2} 
 5
 13  13 
h )  18  42  [10  26  11 ]  15 
 26
  18  42  [ 21  26 ]  15 
c)  40  10 - {7 - [4  (5 - 13) - 9]  18} 
  18  42  [  5 ]  15 
 40  10 - {7 - [4  (-8) - 9]  18} 
  18  42  5  15 
 40  10 - {7 - [4 - 8 - 9]  18} 
  33  47 
 40  10 - {7 - [-13]  18} 
 14
 40  10 - {7  13  18} 
----------------------------------------------------------
 40  10 - {38} 
i ) 5  3 [( 8  6 )  4 ] 
 50 - 38 
 5  3[ 2  4 ] 
 12
 5  3   2  
----------------------------------------------------------
 5 6 
d)  100 - [200  (80 - 300)] 
 1
 100 - [200  (-220)] 
----------------------------------------------------------
 100 - [200 - 220] 
 100 - [-20] 
 100  20 
 1 20

----------------------------------------------------------

357
Guarda Metropolitana

j )12  2 { 8  4 [ 4  6 ( 9  12 )  5 ]  7 }  NÚMEROS E GRANDEZAS DIRETA-


 12  2 { 8  4 [ 4  6 (  3 )  5 ]  7 }  MENTE E INVERSAMENTE PROPOR-
 12  2 { 8  4 [ 4  18  5 ]  7 }  CIONAIS.
 12  2 { 8  4 [ 4  23 ]  7 } 

 12  2 { 8  4 [  19 ]  7 } 
8.1-Razões:
 12  2 { 8  76  7 } 
O quociente entre dois números quais-
 12  2 { 91 }  quer, não necessariamente inteiro, chama -
 12  182  se razão. A razão entre duas grandezas é
  170 uma generalização do conceito de fração.
---------------------------------------------------------- Sendo a e b as duas grandezas anotamos a
razão de a para b como a:b. a é chamado
k ) 60  45  5 [ 7  3 (12  8 )  7 ] 
também de antecedente e b de conseqüen-
 60  45  5 [ 7  3 ( 4 )  7 ]  te.
 60  45  5 [ 7  12  7 ] 
Razão do número a para o número b
 60  45  5 [ 2 ] 
0) é o quociente de a por b, isto é:
 60  45  10 

 70  45  ou a: b
 25 Exemplos:
----------------------------------------------------------
1) A razão de 8 para 2 é , que é igual a
l ) 80  8 [10  30 (  2  4 )] 
4.
 80  8 [10  30 ( 2 )] 
 80  8 [10  60 ]  2) A razão de 50 para 20 é , que é igual
 80  8 [  50 ] 
a 2,5.
 80  400 
 480
8.2-Razões inversas:
----------------------------------------------------------
Duas razões são inversas entre si quando
m ) 5    3     7     20     4   uma é igual ao inverso multiplicativo da ou-
 5  21  5  21 tra.
n )   25     3     35     7  
Note que:
 75    5    75  5   70
se a e b são números reais não -nulos,
o )   32     4     6   10   ( 9  6  3 )  então são razões inversas;
   8     6   10   ( 9  18 ) 
a b
  48  10   (  9 )   1
b a
 38    9  

  342
Exemplo:

6 10
As razões e são chamadas inver-
10 6
sas entre si.

358
6 1 a b
Note que:  , isto é, uma das razões   1, 2
10 10 3 4
6 a
 1, 2  a  3  1, 2  3 , 6
é igual ao inverso multiplicativo da outra. 3
b
Exercícios:  1, 2  b  4  1, 2  4 ,8
4
1). Os números 2a + b e a + b formam, 3 a  2 b  3  3 , 6  2  4 , 8  10 , 8  9 , 6  20 , 4
6
entre si uma razão de . 8.3 - Proporções:
5
Uma igualdade entre duas razões é dita
―proporção‖ observe:
Pode-se afirmar que, se a e b não são n u-
A razão de 5 para 4 e a razão de 15 para
los, então:
12 exprimem mesmo quociente, então diz e-
a) a = b mos que essas razões formam uma propo r-
ção.
b
b) a = Lemos:
2
5 está para 4, assim como, 15 e stá para
b 12.
c) a =
3
Genericamente:
b
d) a = Os números a, b, c e d, todos diferentes
4 de zero, formam nessa ordem uma propo r-
e) a = 4b a
ção se, e somente se, a razão é igual à
b
Solução:
c
razão .
2a  b 6 d

a  b 5
5 2 a  b   6 a  b  Essa proporção é indicada por:

10 a  5 b  6 a  6 b a c

10 a  6 a  6 b  5 b b d
4a  b
onde a e d são chamadas extremos e b e
b
a  c são chamados meios.
4
Exemplo:
2) Duas grandezas a e b foram divididas,
respectivamente, em partes diretamente 20
proporcionais a 3 e 4 na razão 1,2. O valor A razão de 20 para 40 é , que é igual a
40
de 3a + 2b é:
1
;
2
a) 6,0 b) 8,2 c) 8,4 d) 14,4 e) 20,4
15
Solução: A razão entre 15 e 30 é , que é igual a
30
1
.
2

359
Guarda Metropolitana

20 15 1) Dividir o nº 420 em três partes diretamente pro-


Logo,  . porcionais a 2, 3 e 5.
40 30

Portanto, os números 20 , 40 , 15 e 30 Solução:


formam, nessa ordem, uma proporção. x y z x  y  z 420
     42
2 3 5 2  3  5 10
Propriedade Fundamental das Proporções x
 42  x  2  42  84
2
Em toda proporção, o produto dos extr e-
y
mos é igual ao produto dos meios.  42  y  3  42  126
3
z
Assim, se a, b, c e d são números reais  42  z  5  42  210
5
não-nulos e formam, nessa ordem, uma pr o-
porção, então a . d = b . c: 2) A sociedade criada por Pedro, Paulo e
Padilha não durou muito. Padilha perman e-
a c
  a d  b c ceu na sociedade por 15 meses e Paulo, 21,
b d Pedro, único sócio que nunca deixara a s o-
Exemplo:
ciedade, extinguiu a empresa 28 meses
após a sua criação, por causa do prejuízo
4 12 acumulado de R$ 32.000,00. Sabendo que
 formam uma proporção, pois
9 27 esse prejuízo foi dividido entre os sócios
4  27  9  12
proporcionalmente ao tempo de permanê n-
cia de cada sócio na sociedade, a ssinale a
Propriedade das Proporções Múltiplas opção correta.

Somando-se ou subtraindo-se os numera- a) Pedro arcou com 50% do prejuízo.


dores de uma proporção, em qualquer o r-
dem, e fazendo o mesmo com os respect i- b) Paulo arcou com 30% do prejuízo.
vos denominadores, a proporção se mant e-
c) Padilha arcou com 20% de prejuízo.
rá:
d) A soma dos prejuízos de Paulo e de Pad i-
Exemplo:
lha corresponde a mais de 50% do prejuízo
total.
4 12
Se  , obteremos uma nova razão
9 27 e) A diferença entre os prejuí zos de Pedro e
4  12 4 12 4  12 4  12 de
fazendo ou    ou
9  27 9 27 9  27 9  27
4 12 16  8
ainda    que guarda evidente
9 27 36  18 Padilha corresponde a menos de 20% do
proporção com as razões anteriores. prejuízo total.

Solução:

8.4 - Divisão em partes diretamente pro-


porcionais:

Para se dividir um certo valor em partes


proporcionais (ou em partes DIRETAMENTE
PROPORCIONAIS) basta escrever a propo r-
ção, como fizemos até agora.

Exemplos:

360
x y z x  y  z 32000 2) Para estimular a assiduidade, uma pro-
     500
15 21 28 15  21  28 64 fessora primária promete distribuir 600 fig u-
x rinhas aos alunos de suas três classes. A
 500  x  15  500  7500 ( Padilha )
15
distribuição será feita de modo inversame n-
y
 500  y  21  500  10500 ( Paulo ) te proporcional ao número de faltas de cada
21
classe durante 1 mês. Após esse tempo, as
z
 500  z  28  500  14000 ( Pedro ) falta foram: 8, 12 e 24. Achar a quantidade
28
A soma dos prejuízos de Paulo e de Padil ha de figurinhas que cada classe recebeu:
correspond e a mais d e 50 % do preju ízo total
a) 100, 200, 300
32000
pois 7500  10500 
2 b) 100, 300, 200
8.5 - Divisão em partes inversamente pro- c) 200, 300, 100
porcionais:
d) 300, 200, 100
Dividir um número em partes inve r-
samente proporcionais a outros números e) 300, 100, 200
dados é achar parcelas desse número
que sejam diretamente proporcionais
aos inversos dos números dados e que,
Solução:
somadas, reproduzam o número.

Consideremos, agora, o inverso dos n ú-


meros dados. No restante, mantém -se o que x y z x y z
  
foi visto. 1 1 1 1 1 1
8 12 24  
8 12 24
Exemplo: 600 600 24
   600   2400
3 2 1 6 6
1)Dividir o nº 7400 em partes inversame n-
24 24
te proporcionais a 8, 10 e 12.
x 1
 2400  x   2400  300
1 8
Solução: 8
y 1
 2400  y   2400  200
x y z x y z 1 12
   12
1 1 1 1 1 1
8 10 12   z 1
8 10 12  2400  z   2400  100
1 24
7400 7400 120 24
   7400   24000
15  12  10 37 37 Re sposta item D
120 120
x 1
 24000  x   24000  3000
1 8
8
y 1
 24000  y   24000  2400
1 10
10
z 1
 24000  z   24000  2000
1 12
12

361
Guarda Metropolitana

120 80

9 - REGRA DE TRÊS SIMPLES x 60
8 x  7 2 0 x  9 0 min
1) Cem quilogramas de arroz com casca fornecem
o u x  1 h 3 0 min
96 kg de arroz sem casca. Quantos quilogramas
de arroz com casca serão necessários para produ-
zir 300 kg de arroz sem casca?Resolução:
4) Uma roda d‘água dá 390 voltas em 13 minutos.
Solução:
Quantas voltas terá dado em uma hora e meia?

R Solução::

100 96
  x  312,5 quilos
x 300
390 13
2) Em 8 dias, 5 pintores pintam um prédio inteiro.   x  2700 voltas
x 90
Se fossem 3 pintores a mais, quantos dias seriam
necessários para pintar o mesmo prédio?

Solução: 5) Duas rodas dentadas estão engrenadas uma na


outra. A menor delas tem 12 dentes e a maior tem
78 dentes. Quantas voltas terá dado a menor
quando a maior der 10 voltas?

Solução:::

8 8

x 5
logo x  5 dias

x 78
  12x  780
3) Um veículo trafegando com uma velocidade 10 12
média de 60 km/h, faz determinado percurso em x  65
duas horas. Quanto tempo levaria um outro veículo
para cumprir o mesmo percurso se ele mantivesse
uma velocidade média de 80 km/h?
6) Qual é a altura de um edifício que projeta uma
Solução: 2 horas = 120 minutos sombra de 12m, no mesmo instante, uma estaca
vertical de 1,5m projeta uma sombra de 0,5m?

Solução:::R

362
H 12 Mais dentes implica menos voltas (gr an-
  0,5H  18 dezas inversamente proporcionais)
1,5 0,5
H  36 m

7) Um comerciante comprou duas peças de um


mesmo tecido. A mais comprida custou R$ 660,00
enquanto a outra, 12 metros mais curta, custou R$
528,00. Quanto media a mais comprida?
x 78

R Solução: 10 12
780
x   65 voltas
12

10)Um comerciante comprou duas peças


de um mesmo tecido. A mais comprida cu s-
tou R$ 660,00 enquanto a outra, 12 metros
660 x mais curta, custou R$ 528,00. Quanto media

528 x  12 a mais comprida?
6 6 0 x 7 9 2 0  5 2 8 x
Solução:
6 6 0 x 5 2 8 x  7 9 2 0
132x 7920 Mais metros implica maior custo (grande-
zas diretamente proporcionais).
x  7 9 2 0 1 3 2
x  6 0 metro s

8) Um navio tinha víveres para uma viagem de 15 Metros Preço


dias. Três dias após o início da viagem, contudo, o
capitão do navio recebe a notícia de que o mau X 660
tempo previsto para o resto da viagem deve atra-
sá-la em mais 4 dias. Para quanto terá de ser re- 12 660-528
duzida a ração de cada tripulante?
x 660

R Solução:: 12 660  528
x 660

12 132
12  660
x   60 metros
132

12 x%

16 100%
x  75 % 11) Um criador tem milho para alimentar 48
aves durante 12 dias. No fim de dois dias
9) Duas rodas dentadas estão engrenadas ele compra mais 32 aves. Se a ração não é
uma na outra. A menor delas, tem 12 dentes diminuída, quantos dias deverá durar o m i-
e a maior tem 78 dentes. Quantas voltas lho restante?
terá dado a menor quando a maior der 10
voltas? Solução:

Solução:
Guarda Metropolitana

Número de Dias para alimen-


aves tar

48 12-2=10

48+32=80 x

10 80

x 48
480
x   6 dias
80

12)A guarnição de uma fortaleza é form a-


da de 1.600 homens que tem víveres para
60 dias. No fim de 15 dias, chega um refo r-
ço de 400 homens. Para quantos dias dev e-
rão durar os víveres restantes?

Solução:

Homens Dias

1600 45

2000 x

45 2000

x 1600
45  1600
x   36 dias
2000

364
Guarda Metropolitana
7 15 100
 
10. REGRA DE TRÊS COMPOS- x 40 75
TA x 
7  40  75
 14 dias
15  100
01) Para pintar 20m de muro de 80cm de
altura foram gastas 5 latas de tintas.
Quantas latas serão gastas para pintar 03) Uma família de 6 pessoas consome em
16m de muro de 60cm de altura? 2 dias 3kg de pão. Quantos quilos serão
necessários para alimentá -la durante 5 di-
Solução:
as estando ausente 2 pessoas?
Mais metros de muro implica mais latas
de tinta (grandezas diretamente proporci o-
nais) Solução:

Maior altura do muro implica mais latas Mais pessoas mais kg de pães (grand e-
de tinta (grandezas diretamente proporcio- zas diretamente proporciona is).
nais) Mais dias mais kg de pães (grandezas d i-
retamente proporcionais).

Metros de muro Altura do muro Latas de tinta Número de pessoas Dias Kg de pães

20 80 5 6 2 3

16 60 x 6-2 5 x

3 6 2
 
x 4 5
5 20 80
  34 5
x 16 60 x   5 kg de pães
62
5  16  60
x   3 latas de tinta.
20  80
04) Sabe-se que 4 máquinas, operando 4
horas por dia, durante 4 dias, produzem 4
02) Em 7 dias, 40 cachorros consomem toneladas de certo produto. Q uantas tone-
100 kg de ração. Em quantos dias 15 c a- ladas do mesmo produto seriam produz i-
chorros consumirão 75 kg de ração? das por 6 máquinas daquele tipo, operando
6 horas por dia, durante 6 dias?
Solução:
Maior número de cachorros implica ra- Solução:
ção durar menos dias (grandezas invers a- Mais máquinas implica mais toneladas
mentemente proporcionais). (grandezas diretamente proporcionais)
Comprar mais quilos de ração implica Mais dias implica mais toneladas (gra n-
durar mais dias (grandezas diretamente dezas diretamente proporcionais)
proporcionais)
Mais horas pordias implica mais tonela-
das (grandezas diretamente proporcionais)
Número de Número de cachor- Kg de ra-
dias ros ção
Máquinas Dias Horas por Toneladas
7 40 100 dia
4 4 4
x 15 75 4
6 6 x
6

365 http://ead.gpscursos.com.br
Guarda Metropolitana
4 4 4 4 1, 5 1, 5 1, 5
    
x 6 6 6 18 9 x
466 6
x   13 , 5 toneladas 18  1 , 5  1 , 5 40 , 5
444 x    3 minutos
9  1, 5 13 , 5

05) Para asfaltar 1km de estrada, 30 h o-


mens gastaram 8 horas por dia. 20 ho- 07) Se 2/5 de um trabalho foram feitos em
mens, para asfaltar 2km da mesma estr a- 10 dias por 24 operários que trabalhavam
da, gastarão quantas horas por dia? 7 horas por dia, então quantos dias serão
necessários para terminar o trabalho, s a-
Solução:
bendo que 4 operários foram dispensados
Considerando-se a mesma quantidade e que os restantes agora trabalham 6 h o-
de homens, mais km de estrada para asfa l- ras por dia?
tar implica mais horas de trabalho por dia
Solução:
(grandezas diretamente proporcionais).
Base de cálculo: dias de trabalho.
Considerando-se a mesma quantidade
de km de estrada, mais homens para tr a-
balhar implicam menos horas de trabalho Fração do Dias de Horas Operários
por dia (grandezas inversamente proporc i- trabalho trabalho por dia 24
onais).
2/5 10 7 20
Km de estradas Homens Horas por dia 3/5 x 6
1 30 8
2 20 x
10 2/5 6 20
  
8 1 20 x 3/5 7 24
 
x 2 30 10 2 6 20
  
8  2  30 x 3 7 24
x   24 horas por dia
1  20 10  3  7  24
x   21 dias de trabalho
06) Um gato e meio come uma sardinha e 2  6  20
meia em um minuto e meio. Enquanto te m- 08) Uma turma de 15 operários pretende
po 9 gatos comerão uma dúzia e meia de terminar em 14 dias certa obra. Ao cabo de
sardinhas? 9dias, entretanto, fizeram somente 1/3 da
Solução: obra. Com quantos operários a turma or i-
Mais gatos comerá mais sardinhas ginal deverá ser reforçada para que a obra
(grandezas diretamente proporcionais). seja concluída no tempo fixado?
Mais tempo mais sardinhas serão com i- Solução:
das (grandezas diretamente proporcio- Base de cálculo: núme ro de operários.
nais).
Operários Dias Fração da obra
15 9 1/3
Gatos Sardinhas Tempo em minu- x 5 2/3
1,5 1,5 tos

9 18 1,5
x

366
15 1/3 5 Solução:
 
x 2/3 9
15 1 5
  Número de aves Dias para alimentar
x 2 9
48 12-2=10
15  2  9
x   54
15
48+32=80 x
54  15  39 operários 10 80

09) Se quatorze operários, em 10 dias de 9 x 48

horas de trabalho diário perfuram 15m 3 de x 


480
 6 dias
um túnel, quantos metros cúbicos do me s- 80
mo túnel 21 operários perfurariam em 6 12) A guarnição de uma fortaleza é form a-
dias de 8 horas? da de 1.600 homens que tem víveres para
Solução: 60 dias. No fim de 15 dias, chega um re-
Base de cálculo: m 3 de túnel. forço de 400 homens. Para quantos dias
deverão durar os víveres restantes?
Operários M 3 de Dias de Horas Solução:
14 túnel trabalho por dia

21 15 10 9
x 6 8 Homens Dias
1600 45
15 14 10 9
   2000 x
x 21 6 8
15  21  6  8 45 2000
x   12 m
3
de túnel 
14  10  9 x 1600

10) Doze operários em, 90 dias, trabalha n- 45  1600


x   36 dias
do 8 horas por dia fazem 36m de certo t e- 2000
cido. Quantos dias levarão para fazer 12m
do mesmo tecido com o dobro de largura,
quinze operários trabalhando 6 horas por
dia?
Solução:
Base de cálculo : dias de trabalho.

Operá- Dias de Ho- Me- Largu-


rios traba- ras tros ra
12 lho por de 1
90 dia tecido
15 2
x 8 36
6 12

90 15 6 36 1
   
x 12 8 12 2
90  12  8  12  2
x   64 dias
15  6  36  1

11) Um criador tem milho para alimentar 48


aves durante 12 dias. No fim de dois dias
ele compra mais 32 aves. Se a ração não é
diminuída, quantos dias deverá durar o
milho restante?
Guarda Metropolitana
(Exemplo 02) Uma família com 5 pessoas pos-
Análise Combinatória sui um automóvel de 5 lugares. Sabendo que somente
2 pessoas sabem dirigir, de quantos modos poderão
se acomodar para uma viagem?
A Análise Combinatória visa desenvolver méto- Solução :
dos que permitam contar - de uma forma indireta - o Número de pessoas que poderão ser motorista  2  K1
número de elementos de um conjunto, estando esses Número de pessoas que poderão ocupar 2ª vaga  4  K 2
elementos agrupados sob certas condições.
Número de pessoas que poderão ocupar 3ª vaga  3  K 3

Fatorial Número de pessoas que poderão ocupar 4ª vaga  2  K 4

Número de pessoas que poderão ocupar 5ª vaga 1 K


Seja n um número inteiro não negativo. Defini- 5

mos o fatorial de n (indicado pelo símbolo n!) como T  K1  K 2


 K 3
 K 4
 K 5
 2  4  3  2  1  48 possibilid ades.

sendo: (Exercício 03) Em uma cidade, as placas dos automó-


veis são formadas por duas das 26 letras do alfabeto,
seguidas de 4 algarismos. Placas com letras iguais
n !  n   n  1    n  2   ...  4  3  2  1
são proibidas, mas não há qualquer restrição quanto
0!  1 e 1!  1 aos algarismos. Quantas placas diferentes são possí-
veis?
Exemplos:
Solução :
a) 5! = 5.4.3.2.1 = 120
b) 4! = 4.3.2.1 = 24 26  25  10  10  10  10  6500000 
c) observe que 6! = 6.5.4!
 6 , 5  10
5
d) 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 possibilid ades.
e) 12! = 12.11.10.9.8.7.6.5!
f) 20! = 20.19.18! (Exemplo 04) Uma prova compõe-se de 6 ques-
tões de múltipla escolha com 5 alternativas cada. De
Princípio Fundamental da Contagem quantos modos um aluno pode preencher o quadro de
respostas, escolhendo as alternativas ao acaso?
(PFC)
Solução :
Se determinado acontecimento ocorre em n
etapas diferentes, e se a primeira etapa pode ocorrer Existem 5 possibilid ades de resposta para cada questão.
de k1 maneiras diferentes, a segunda de k2 maneiras Total de possibilid ades da prova :
diferentes, e assim sucessivamente, então o número
555555  5  15625
6
possibilid ades.
total T de maneiras de ocorrer o acontecimento é dado
(Exemplo 05) Sabe-se que os telefones de uma cida-
por:
de são números de seis dígitos, onde o primeiro nunca
é zero. Supondo-se que os números dos telefones
T  K1  K 2
 K 3
K 4
K 5
passem a ter sete dígitos, determine o aumento possí-
vel na quantidade de telefones dessa cidade.
(Exemplo 01) A quantidade de números inteiros Solução :
positivos menores que 400 que podemos formar, utili- Total de telefones com 6 dígitos :
zando somente os algarismos 1,2,3,4 e 5, de modo
que não figurem algarismos repetidos, é: 9  10  10  10  10  10  900.000
a) 36 b) 56 c) 61 d) 85 e) 65 Total de telefones com 7 dígitos :

9  10  10  10  10  10  10  9.000.000
Solução :
Aumento  9000000 - 900000  8.100.000
Possibilid ades de números
(Exemplo 6). A senha para um programa de
com um algarismo  5
computador consiste em uma seqüência LLNNN, onde
Possibilid ades de números "L" representa uma letra qualquer do alfabeto normal
com dois algarismos  5  4  20
de 26 letras e "N" é um algarismo de 0 a 9. Tanto le-
tras como algarismos podem ou não ser repetidos,
Possibilid ades de números mas é essencial que as letras sejam introduzidas em
com três algarismos (  400 )  3  4  3  36 primeiro lugar, antes dos algarismos. Sabendo que o
programa não faz distinção entre letras maiúsculas e
Total  5  20  36  61
minúsculas, o número total de diferentes senhas pos-
Re sposta C síveis é dado por:

368 http://ead.gpscursos.com.br
Solução : (Exemplo 10) Provenientes das permutações
dos algarismos 1, 2, 2, 2, 3, 4, quantos números pares
26  26  10  10  10  26  10
2 3
de 6 algarismos existem?
Solução :
Permutações Simples Terminando com o 2 :
Permutações simples de n elementos distintos
são os agrupamentos formados com todos os n ele- 5! 120
P5    60
2

mentos e que diferem uns dos outros pela ordem de 2! 2


seus elementos. Terminando com o 4 :

O número total de permutações simples de n 5! 120


P5    20
3

elementos distintos é dado por n!, isto é 3! 6


Total  60  20  80 números.
P n  n!
Arranjos Simples
Dado um conjunto com n elementos, chama-se
Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento for-
arranjo simples de taxa k, a todo agrupamento de k
mado pelas letras de uma palavra, que podem ter ou
elementos distintos dispostos numa certa ordem.
não significado na linguagem comum.

(Exemplo 07) Formados e dispostos em ordem


crescente todos os números que se obtêm permutan- n!
do os algarismos 3, 5, 7, 9, o número 7.953 ocupa a n- A n ,k 
ésima posição. O valor de n é: ( n  k )!
a) 18 b) 16 c) 17 d) 19 e) 20
Dois arranjos diferem entre si, pela ordem de colocação dos
Solução : elementos. Assim, no conjunto
E = {a,b,c}, teremos:
Possibilid ades de N  7000 :
P 2  P 3  2 ! 3!  2  1  3  2  1  12 a) arranjos de taxa 2: ab, ac, bc, ba, ca, cb.
b) arranjos de taxa 3: abc, acb, bac, bca, cab, cba.
Possibilid ades de 7000  N  7953 :
(Exemplo 11) Quantos números de algarismos
P 3  3!  3  2  1  6 diferentes, situados entre 100 e 2000, podem ser for-
mados com os algarismos ímpares?
Posição do número 7953  12ª  6ª  18ª posição.
Solução :
(Exemplo 08) De quantos modos podemos dis- Os algarismos ímpares são : 1,3,5,7,9.
por em linha e alternadamente, 5 rapazes e 6 moças?
Total de números entre 100 e 999 :
Solução :
5! 5! 120
P 5  P 4  5 ! 4 !  120  24  2880 A 5 ,3     60
( 5  3 )! 2! 2

Permutações com Elementos Repetidos Total de números entre 1000 e 2000 :

Obs : O algarismo 1 ocupará a 1ª posição :


Se entre os n elementos de um conjunto, existem a
elementos repetidos, b elementos repetidos, c elementos 4! 4! 24
A 4 ,3     24
repetidos e assim sucessivamente, o número total de permu- ( 4  3 )! 1! 1
tações que podemos formar é dado por:
Total  84 números.
(Exemplo 12) Quantos são os números de 5 al-
n! garismos distintos, menores que 30.000, formados

( a , b , c ,...)
Pn com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5?
a ! b ! c !...
Solução :
(Exemplo 09) Quantos são os anagramas for- Apenas dois algarismos podem ocupar a 1ª posição : 1 ou 2.
mados com as letras da palavra BATATA?
2! 4! 2! 4! 2 24
A A        48
 2  1 !  4  4 !
2,1 4,4
Solução : 1! 0! 1 1

6! 720 720 Ou pelo princípio multiplica tivo :


    60
(3,2 )
P6
3! 2 ! 62 12 2  4  3  2  1  48 possibilid ades.
Guarda Metropolitana
Combinações Simples Solução :
Denominamos combinações simples de n ele- C 7,2  C 7,3  C 7,4  C 7,5  C 7,6  C 7,7 
mentos distintos tomados k a k (taxa k) aos subcon-
 2  C 7,0  C 7,1  128  1  7  120
7
juntos formados por k elementos distintos escolhidos
entre os n elementos dados. Observe que duas com-
binações são diferentes quando possuem elementos (Exemplo 17) Um salão tem 6 portas. De quan-
distintos, não importando a ordem em que os elemen- tos modos distintos esse salão pode estar aberto?
tos são colocados. Solução :
C 6,1  C 6,2  C 6,3  C 6,4  C 6,5  C 6,6 
n!

k
 2  C 6,0  64  1  63
6
C n
k ! ( n  k )!
(Exemplo 18) Uma empresa é formada por 6 só-
Exemplo: cios brasileiros e 4 japoneses. De quantos modos
podemos formar uma diretoria de 5 sócios, sendo 3
No conjunto E = {a,b.c,d} podemos considerar: brasileiros e 2 japoneses?
Solução :
a) combinações de taxa 2: ab, ac, ad,bc,bd, cd. 6! 4! 720 24
b) combinações de taxa 3: abc, abd,acd,bcd. C 6,3
C 4,2
     120
c) combinações de taxa 4: abcd. 3!3! 2 !2 ! 36 4
(Exemplo 19). Uma empresa possui 20 funcio-
(Exemplo 13) Sobre uma circunferência são nários, dos quais 10 são homens e 10 são mulheres.
marcados 9 pontos, dois a dois distintos. Quantos Desse modo, o número de comissões de 5 pessoas
triângulos podem ser construídos com vértices nos 9 que se pode formar com 3 homens e 2 mulheres é:
pontos marcados?
Solução :
S olução :
9! 9  8  7  6! 504 10 ! 10 ! 10  9  8 10  9
C9 
3
   84 triângulo s. C 10,3  C 10,2      5400
3! ( 9  3 )! 3  2  1  6! 6 3!7 ! 2 !8 ! 3 21 21
(Exemplo 14) As retas r e s são distintas e paralelas
entre si. São dados 5 pontos distintos na reta r e 4
pontos distintos sobre a reta s. Quantos são os triân- (Exemplo 20) Dispõe-se de 6 jogadores de vo-
gulos determinados pelos pontos dados? leibol, entre os quais o jogador A. Quantas duplas
Solução : diferentes podemos formar nas quais não apareça o
jogador A?
C 5,2  C 4 ,1  C 5,1  C 4,2
b) 5 c) 10 d) 6 e) 16
a) 8
5! 4! 5! 4!
   
2!3! 1!3! 1!4! 2!2! Solução :

120 24 120 24 6! 5! 65 5


    C 6,2
 C 5,1      10
12 6 24 4 2 !4 ! 1!4 ! 21 1
10  4  5  6  40  30  70 (Exemplo 21) Quantas diagonais contêm o he-
xaedro constituído por 6 faces triangulares obtido pela
união de duas pirâmides triangulares?
(Exemplo 15) Seja M um conjunto com 20 ele-
mentos. O número de subconjuntos de M que possu- Solução :
em exatamente 18 elementos é: Obs : O hexaedro possui 9 arestas.
a) 360 b) 190 c) 180 d) 120 e) 18
5! 5 4
C 5,2  6   6   9  10  9  1
Solução : 2 !3! 21
(Exemplo 22) Consideram-se 7 pontos num pla-
20 ! 20  19
C 20,18
   190 no, dos quais 3 quaisquer não colineares; consideram-
18 !2 ! 21 se, ainda, dois outros pontos fora do plano, tais que a
(Exemplo 16) Um coquetel é preparado com du- reta por eles definida não contenha qualquer dos 7
as ou mais bebidas distintas. Se existem 7 bebidas anteriores, e seja reversa com qualquer reta definida
distintas, quantos coquetéis diferentes podem ser pelos mesmos 7 pontos. Quantos tetraedros distintos
preparados? podemos formar com vértices nos pontos considera-
dos?

370
Solução : previsão lógica dos resultados, são denominados ex-
perimentos aleatórios.
7! 2! 765 2
C 7,3
 C 2 ,1      70
4!3! 1!1! 3 21 1 Um experimento aleatório apresenta as seguin-
(Exemplo 23) De quantos modos podem ser tes características fundamentais:
guardados 6 objetos diferentes em duas gavetas, sen-
do 4 na primeira e 2 na segunda?  Podem repetir-se várias vezes nas mesmas condi-
Solução : ções;

6! 65
 É conhecido o conjunto de todos os resultados
C 6,4
   15 possíveis;
4 !2 ! 21
 Não se pode prever qual é o resultado.
(Exemplo 24) Dois grupos de excursionistas, um Os experimentos aleatórios estão sujeitos à lei
deles com 20 pessoas e o outro com 15, encontram-
se em um certo local de um país distante. Se todas as do acaso.
pessoas de um grupo cumprimentarem todas as pes-
soas do outro grupo, qual o número total de cumpri- Como não podemos prever o resultado, procu-
mentos? raremos descobrir as possibilidades de ocorrência de
cada experimento aleatório.
Solução :
A Teoria das Probabilidades estuda a forma
35! 20 ! 15! de estabelecer as possibilidades de ocorrência de
C 35,2  C 20 , 2  C 15,2    
2!33! 2 !18 ! 2!13! cada experimento aleatório.
35  34 20  19 15  14
   595  190  105  300 Elementos
21 21 21
 Espaço Amostral: o conjunto de todos os resultados
Probabilidade possíveis de um experimento aleatório é denominado
espaço amostral, o qual indicaremos por U.
Introdução
Exemplo:
Consideremos os seguintes experimentos: Determinar o espaço amostral nos seguintes
 Aquecimento da água contida em uma panela; experimentos.
 Queda livre de um corpo. a) Joga-se uma moeda e lê-se a figura da face voltada
para cima;
Conhecidas certas condições, podemos prever
b) Joga-se um dado comum e lê-se o número voltado
a temperatura em que a água entrará em ebulição e a
para cima;
velocidade com que o corpo atingirá o solo.

Os experimentos cujos resultados podem ser c) Joga-se duas moedas diferentes e lêem-se as figu-
ras das faces voltadas para cima.
previstos , isto é, podem ser determinados antes da
sua realização, são denominados experimentos de- Resolução:
terminísticos. a) U = { cara, coroa}
Consideramos também os experimentos: b) U = {1,2,3,4,5,6}

 Lançamento de uma moeda e leitura da figura da c) U = {(cara, cara) (cara, coroa) (coroa, coroa) (co-
face voltada para cima; roa, cara)}

 Lançamento de um dado comum e leitura do núme-  Evento: qualquer subconjunto do espaço amostral
ro voltado para cima; é chamado de evento.

 Nascimento de uma criança; Exemplo:

 Sorteio de uma carta de baralho. Uma urna contém 3 bolas pretas e 3 bolas ver-
melhas. Dessa urna são retiradas, sucessivamente, 3
Se esses experimentos forem repetidos várias bolas.
vezes, nas mesmas condições, não poderemos prever
o seu resultado.
1ª bola 2ª bola 3ª bola
Experimentos que, ao serem realizados repeti-
das vezes, nas mesmas condições, apresentarem
resultados variados, não sendo possível, portanto , a
Guarda Metropolitana
 
P   PPP
P  
 
V   PPV
P  
 
P   PVP
V  
 
V   PVV

 
P   VPP
P  
 
V   VPV
V  
 
P   VVP
V  
 
V   VVV

O espaço amostral será:

U = {(PPP), (PPV), (PVV), (VPP), (VPV), (VVP),


(VVV)}

Alguns Eventos (Exercício 2) Considere o experimento lançamento de


dois dados, um branco e outro verde, e observação da
Evento 1 – as três bolas têm a mesma cor  { (PPP), face superior; determine o número de elementos do:
(VVV)} a)espaço amostral;
Evento 2 – duas das bolas são pretas  { (PPV),
b)evento: ocorrência de números iguais nos dois lados;
(PVP), (VPP)}
c)evento: ocorrência de números cuja soma seja 5;
Evento 3 – as três bolas são vermelhas  {(VVV)}
d)evento: ocorrência de números cuja soma seja 12.
Evento 4 – o número de bolas pretas é igual ao núme-
ro de bolas vermelhas  { } ou 

(Exercício 1) Dê espaço amostral dos seguintes expe-


rimentos:
a) lançamento simultâneo de três moedas, faça C =
cara, K = coroa.

Solução :

a)n(U)  6  6  36

b)n(E A
)  6

c)n(E B
)  5

d)n(E C
) 1

Tipos de Eventos
Considere p experimento aleatório; lançamen-
b) lançamento simultâneo de um dado e uma moeda. to de um dado comum e observação do número volta-
do para cima.
O espaço amostral será U = {1,2,3,4,5,6}.

372
 Evento Certo: é o próprio espaço amostral. Evento A  ocorrência de número impar  A =
{1,3,5}
Ex: evento A  ocorrência de um número menor que
6.
Observe que: A  A = U = {1,2,3,4,5,6}
A = {1,2,3,4,5,6}
AA =
 Evento Impossível: é o subconjunto vazio do es-
paço amostral. Probabilidade de um Evento
Se, num fenômeno aleatório, o número de ele-
ex: evento B  ocorrência de um número maior que mentos do espaço amostral é n(U) e o número de
10. elementos do evento A é n(A), então a probabilidade
de ocorrer o evento A é o número P(A), tal que:
B=
n( A)
Evento União: é a reunião de dois eventos P ( A) 
n (U )
Ex: evento A  ocorrência de um número impar  A
= {1,3,5} Essa definição é válida quando o espaço amos-
tral U for equiprobabilístico, isto é, quando todos os
Evento B  ocorrência de um número par primo
elementos de U tiverem a mesma probabilidade.
 B = {2}
Conseqüências da definição de probabilidade
Evento A  B  ocorrência de um número impar
ou de um número par primo  A  B = {1,2,3,5}

 EventoIntersecção: é a intersecção de dois n ( ) 0


eventos 1) P () =   0
n (U ) n (U )
Ex: Evento A  ocorrência de um número par  A =
{2,4,6}

Evento B  ocorrência de um número múltiplo de n (U )


1
P (U) =
4  B = {4}. n (U )

Evento A  B  ocorrência de um número par e


múltiplo de 4  A  B = {4}
P() = 0 e P (U) = 1
Eventos Mutuamente Exclusivos: são aqueles que
tem conjuntos disjuntos,
2) Como o evento A é um subconjunto do espaço
Ex: Evento D  ocorrência de um número par  D = amostral U, então:
{2,4,6}
Se 0  A  U então :
Evento E  ocorrência de um número impar  E
= {1,3,5} 0  n(A)  n(U)

DE= 0 n( A) n (U )
 
 Eventos complementares: são dois eventos A e n (U ) n (U ) n (U )
A , tais que: 0  P ( A)  1

A  A = U (o evento união é o próprio espaço amos- É comum representarmos as probabilidades em


tral) porcentagem. Por exemplo, em vez de dizermos
1
A  A =  (o evento intersecção é o conjunto vazio) P(A) = , podemos dizer P(A) = 50%. Então, pela
2
conseqüência (2):
Ex: Evento A  ocorrência de número par  A =
{2,4,6,}
0%  P(A)  100%
Guarda Metropolitana
n( A) 12 1
(Exercício 3) No lançamento de um dado, determinar a P(A) =  
probabilidade de se obter: n (U ) 2652 221
a) o número 2;
b) Calculo do número de elementos do evento B: duas
b) um número par; cartas de ouros.

c) o número múltiplo de 3. Temos 13 cartas de ouros,

Resolução: O espaço amostral é U = {1,2,3,4,5,6}, portanto A 13 , 2 = 13 . 12 = 156


portanto n(U) = 6.

a) Ocorrência do número 2:
n(B ) 156 13 1
n( A) 1 P(B) =   
P(A) =  = 0,1666 ou P(A) = 16,66% n (U ) 2652 221 17
n (U ) 6
(Exercício 5) No lançamento de um dado, determine a
b) Ocorrência de número par: probabilidade de se obter:
a) o número 1;
B = {2,4,6}, portanto n(B) = 3
b) um número primo;
n(B ) 3 1
P(B) =   = 0,5 ou P(B) = 50% c) um número divisível por 2;
n (U ) 6 2
d) um número menor que 5;
c) Ocorrência de número múltiplo de 3:
e) um número maior que 6.
C = {3,6}, portanto n(C) = 2
Solução :
n (C ) 2 1
P(C) =   = 0,3333 ou P(C) = 33,33% a)Evento (A)  obter número 1 no lançamento .
n (U ) 6 3
Espaço amostral (U)  todos os resultados
(Exercício 4)De um baralho com 52 cartas tiram-se, possíveis para o lançamento do dado .
sucessivamente, sem reposição, duas cartas. Deter-
minar a probabilidade dos eventos: n(A) 1
P    0,167  16,7%
a) as duas cartas são damas n(U) 6

b) as duas cartas são de ouros b)evento (B)  obter número primo no lançamento .

B  2,3,5   n(B)  3
Resolução:
n(B) 3 1
P     0,5  50%
a) Calculo do número de elementos do espaço amos- n(U) 6 2
tral:

c)evento (C)  obter número divisível por dois.

C  2,4,6   n(C)  3
1ª possibilidade 2ª possibilidade
n(C) 3 1
52 51 P     0,5  50%
n(U) 6 2
d)evento (D)  obter número mioar que 6.

D     n(D)  0
n(U) = 52 . 51 = 2.652
n(D) 0
Calculo do número de elementos do evento A: duas P    0  0%
n(U) 6
damas.
Temos 4 damas, (Exercício 6) No lançamento simultâneo de dois da-
dos, um branco e um vermelho, determine a probabili-
portanto A 4 , 2 = 4 . 3 = 12  n(A) = 12 dade dos seguintes eventos:
a) os números são iguais;

b) a soma dos números é igual a 9.

374
Solução : (Exercício 11) Com os dígitos 1,4,7,8 e 9 são formados
números de três algarismos distintos. Um deles é escolhi-
a)A  1,1  2 , 2 ...  6 , 6 
do ao acaso. Qual a probabilidade de ele se impar?
n( A) 6 1
P     0 ,167  16 , 7 %
n (U ) 36 6 Solução :

b)B   3 , 6  4 , 5  5 , 4  6 , 3  P 
3 43

3
 0 , 6  60 %
n(B ) 4 1 5 43 5
P     0 ,111  11 ,1 %
n (U ) 36 9 (Exercício 12) Uma caixa contém 9 bilhetes numera-
dos de 1 a 9. Se 3 destes bilhetes são tirados juntos,
(Exercício 7) Você faz parte de um grupo de 10 pes- qual a probabilidade de ser impar a soma dos núme-
soas, para três das quais serão distribuídos prêmios ros?
iguais. Calcule a probabilidade de que você seja um
dos premiados. Solução :

Solução : impar  par  impar

n( A) 3 5 4 20
P    0 , 3  30 % P    0 , 277  27 , 7 %
n (U ) 10 98 72

(Exercício 13) Uma sacola contém 5 bolas brancas e


(Exercício 8)Jogando-se dois dados distintos, qual a
10 bolas pretas. Se 3 bolas são tiradas ao acaso si-
probabilidade de que a soma dos pontos obtidos seja
multaneamente, qual a probabilidade de saírem todas
menor que 4?
da mesma cor?
Solução :
Solução :
B  1,1 1, 2  2 ,1 
Possibilid ades de retirar 3 bolas brancas em 5 :
n(B) 3 1
P     0 , 0833  8 , 33 % 5! 120
n (U ) 36 12 C 5,3    10 possibilid ades.
3!2 ! 12

(Exercício 9) Lançam-se dois dados distintos com Possibilid ades de retirar 3 bolas pretas em 10 :
faces numeradas de 1 a 6. Calcule a probabilidade de 10 ! 10  9  8
que a soma obtida seja 10. C 10,3    120 possibilid ades.
3!7 ! 3 21

Solução :
Total de possibilid ades :
C   4 , 6  5 , 5  6 , 4  15 ! 15  14  13
C 15,3    455
n (C ) 3 1
P     0 , 0833  8 , 33 % 3!12 ! 3 21
n (U ) 36 12 Pobabilida de de saírem todas da mesma cor :

(Exercício 10) De um baralho com 52 cartas tira-se ao 10  120 130


P    0 , 2857  28 , 57 %
acaso uma das cartas. Determine a probabilidade de 455 455
que a carta seja:
(Exercício 14) No lançamento de dois dados iguais,
a) uma dama; qual a probabilidade de a soma dos pontos ser 8 e um
dos dados apresentar 6 pontos?
b) uma dama de paus;

c) uma carta de ouros.

Solução :

4 1
a)P  
52 13
1
b)P 
52
13 1
c)P  
52 4
Guarda Metropolitana
Solução : n( A) 21 7
P(A) =  
A   2,6  6 , 2  n (U ) 45 15
2 b) A é o evento: pelo menos uma fruta está estraga-
P   0 , 0952  9 , 52 %
da.
21
P(A) + P  A  = 1   
7
Obs : Para dados iguais o 1,2    2,1  logo o  P A 1
15
espaço amostral reduz - se a 21 elementos.
 
P A 1
7
 P A    8

(Exercício 15) Oito casais participam de uma reunião. 15 15


(Exercício 17) Considere o lançamento de dois dados.
Escolhendo duas pessoas aleatoriamente, determine
Determine:
a probabilidade de que: a) a probabilidade de se obter um total de 7 pontos.
b) a probabilidade de não se obter um total de 7 pon-
a) sejam marido e mulher; tos.
Solução :
b) uma seja do sexo masculino e a outra do sexo
feminino. n(A) 6 1
a)P(A)   
n(U) 36 6
Solução :
1 5
8 8 b)P( A )  1  P(A)  1  
a)P    0 , 0666 ...  6 , 7 % 6 6
C 16,2 120 (Exercício 18) Seja A o evento: retirada de uma carta
C 8,2  C 8,2 2  C 8,2 de paus de um baralho de 52 cartas.
56
b)P     0 , 466 ...  46 , 7 % Calcule P(A) e P  A  .
C 16,2 C 16,2 120
Solução :
Probabilidade do Evento Complementar
n(A) 13 1
a)P(A)   
Sejam A e A dois eventos de um espaço n(U) 52 4

amostral U; sendo A o evento complementar de A, 1 3


b)P( A )  1  P(A)  1  
temos: 4 4
(Exercício 19) Considere o lançamento de um dado
P(A) +P  A  = 1 equilibrado . Calcule a probabilidade de:
a) sair um múltiplo de 3.
b) não sair múltiplo de 3.
Solução :
A + A = U  n(A) + n  A  = n(U)
n(A) 2 1
n( A)

 
n A

n (U ) a)P(A) 
n(U)

6

3
n (U ) n (U ) n (U )
1 2
P(A) + P  A  = 1
b)P( A )  1  P(A)  1  
3 3
(Exercício 16) Consideramos um conjunto de 10 fru-
tas, das quais 3 estão estragadas. Escolhendo-se Probabilidade da União de dois Eventos
aleatoriamente 2 frutas desse conjunto, determinar a Sendo A e B eventos do mesmo espaço amos-
probabilidade de que: tral U, tem-se que:
a) ambas não estejam estragadas;
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A  B)
b) pelo menos uma esteja estragada.
Resolução: Demonstração: Sejam os conjuntos A, B e U:
a) Cálculo do número de maneiras pelas quais duas Sabemos que n(A B) = n(A)+n(B) – n(A  B).
frutas podem ser escolhidas. Dividindo-se por n(U), temos:
 10  10 ! 10 . 9 . 8! n( A  B ) n( A) n(B ) n( A  B )
n(U) =  =   45 maneiras   
 2  2 !8 ! 2 . 1 . 8! n (U ) n (U ) n (U ) n (U )
Cálculo do número de maneiras pelas quais duas fru-
tas não estragadas podem ser escolhidas. P(AB) = P(A) + P(B) – P(AB)
7  7! 7 . 6 . 5!
n(A) =      21 maneiras
Daí podemos concluir:
2 2 !5 ! 2 . 5!

376
A probabilidade do evento A ou B é igual à (Exercício 20) Retirando-se uma carta de um ba-
soma das probabilidades dos eventos A e B, dimi- ralho de 52 cartas, qual a probabilidade de ocorrer
nuída da probabilidade do evento A  B. um rei ou uma carta de espadas?
Solução :
Observação:
P(A   B)   P  Α     P  Β    P  Α   B 
Se A  B =  P(A  B) = P () = 0 P(rei ou espada) 

Assim, temos:   P  rei     P  espada    P  rei e espada 


(Exercí-
4 13 1
P(A  B) = P(A) +P(B) P(rei ou espada)     
52 52 52
Exemplo: Qual é a probabilidade de se jogar um dado 16 4
e se obter o número 3 ou um número impar? P(rei ou espada)  
52 13
Resolução: O espaço amostral é U = {1,2,3,4,5,6} 
n(U) = 6
cio 21)Uma urna contém 30 bolas, numeradas
de 1 a 30. Retirando-se uma bola ao acaso, qual
Os eventos são: a probabilidade de que seu número seja:
a) par?
1ª Ocorrência do número 3  A = {3}  n(A) = 1
b) ímpar?
2ª Ocorrência de número ímpar  B = { 1,3,5}  n(B) = 3
c) par ou menor que 15?

d) múltiplo de 4 ou 5?

Solução :
15 1
a)P(A)  
30 2
1 1
b ) P( A )  1  P(A)  1 - 
2 2
c)P(A   B)   P  Α     P  Β    P  Α   B 
15 14 7 22 11
A  B = {3}  n(A  B) = 1 P(A   B)      
30 30 30 30 15

P(A  B) = P(A) + P(B) – P(A  B) (Exercício 22) Uma urna contém 40 cartões, nume-
rados de 1 a 40. Se retirarmos ao acaso um cartão
n( A) n(B ) n( A  B ) dessa urna, qual a probabilidade de o número escrito
P(A  B) =  
n (U ) n (U ) n (U ) no cartão ser um múltiplo de 4 ou múltiplo de 3?
Solução :

1 3 1 3 1 M ( 3 )  3 , 6 , 9 ,12 ,15 ,18 , 21 , 24 , 27 , 30 , 33 , 36 , 39 


P(A  B) =     ou
6 6 6 6 2  n(M(3))  13

M ( 4 )  4 , 8 ,12 ,16 , 20 , 24 , 28 , 32 , 36 , 40 
P(A  B) = 50%
 n(M(4))  10
Outro Método
M ( 3 )  M ( 4 )  12 , 24 , 36 
O evento ocorrência do número 3 ou de número
ímpar é:  n( M ( 3 )  M(4))  3

P ( M ( 3 )  M(4)) 
A = {1,3,5}  n(A) = 3
 P( M ( 3 ) )  P(M(4)) - P( M ( 3 )  M(4))
Logo,
13 10 3 20 1
P ( M ( 3 )  M(4))     
n( A) 3 1 40 40 40 40 2
P(A) =  
n (U ) 6 2
(Exercício 23) Numa escola funcionam dois cursos,
um de desenho publicitário e outro de desenho artísti-
Resposta: 50% co, perfazendo um total de 90 vagas. No final da ins-
Guarda Metropolitana
crição, havia 60 alunos inscritos para desenho publici- (Exercício 25) Numa caixa estão 8 peças com pequenos
tário e 50 para desenho artístico, sendo que alguns defeitos, 12 com grandes defeitos e 15 perfeitas. Uma
optaram pelos 2 cursos. Determine, escolhendo ao peça é retirada ao acaso. Qual a probabilidade de que
acaso 1 aluno do curso, qual a probabilidade de ele esta peça seja perfeita ou tenha pequenos defeitos?
ser:
Solução :
a) aluno de desenho publicitário
A   peças com grandes defeitos   P(A)  12 35
b) aluno de desenho artístico B   peças com pequenos defeitos   P(B)  8 35

c) aluno somente de desenho publicitário C   peças perfeitas   P(C)  15 35

8 15 23
d) aluno de desenho artístico ou de desenho publicitá- P(B  C)   
35 35 35
rio

e) aluno de desenho artístico e de desenho publicitá-


rio Multiplicação de Probabilidades
Em analise combinatória, vimos o princípio fun-
Solução: damental da contagem; em probabilidade, há uma
regra análoga, denominada regra do produto.

Enunciado:

Se um acontecimento é composto por vários


eventos sucessivos e independentes, de tal modo que:
O primeiro evento é A e a sua probabilidade é
P1

O segundo evento é B e a sua probabilidade é


P2

O terceiro evento é C e a sua probabilidade é P3

. . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . .
60 2
a ) P(desenho publicitár io)   . . . . . . . . . . . . .
90 3
50 5 O K-ésimo evento é K e a sua probabilidade é
b ) P(desenho artístico)   Pk
90 9
40 4 Então a probabilidade de que os eventos A, B,
c ) P(somente desenho publicitár io)  
90 9 C, ... K ocorram nessa ordem é:
90
d ) P(desenho artístico ou publicitár io)  1 P1. P2 . P3. ... Pk
90
20 2 (Exercício 26) Uma moeda é lançada 4 vezes. Qual a
e ) P(desenho artístico e publicitár io)   probabilidade de que apareça coroa nas quatro vezes?
90 9 Solução:

(Exercício 24) Jogando-se dois dados, qual a probabi- U = { cara, coroa}


lidade de que a soma dos pontos obtidos seja 4 ou 5?
Solução : 1
1º lançamento  P1 =
A  soma 4  1, 3  2 , 2  3 ,1  2
B  soma 5  1, 4  2 , 3  3 , 2  4 ,1 
1
3 4 0 7 2º lançamento  P2 =
P(A  B)     2
36 36 36 36
1
3º lançamento P3 =
2

378
1 Solução :
4º lançamento  P4 =
2 5 4 20 10
a)P(A)    
14 13 182 91
1 1 1 1 1
Portanto: p = p1. p2. p3. p4 = . . .  9 8 72 36
2 2 2 2 16 b)P(B)    
14 13 182 91

1 5 9 45
Resposta: c)P(C)   
16 14 13 182
(Exercício 29) Retirando-se duas cartas ao acaso,
(Exercício 27) Considerem-se duas caixas I e II. Na sem reposição, de um baralho de 52 cartas. Qual a
caixa I, há 4 bolas pretas e 2 bolas azuis. Escolhe-se probabilidade de ser a primeira de paus e a segunda
ao acaso uma caixa e, em seguida, dela se tira uma de copas?
bola. Qual a probabilidade de que esta bola seja: Solução :
a) preta?
13 12 156 39
P(A)    
b) azul? 52 51 2652 663

Solução: (Exercício 30) Uma moeda é lançada 5 vezes. Qual a


probabilidade de que apareça cara nas cinco vezes?
1
Probabilidade de escolha para cada caixa  Solução :
2
1 1 1 1 1 1
Esquema: P(A)      
2 2 2 2 2 32

1 4 4
4 10  preta 4   .  (Exercício 31) Qual é a probabilidade de um casal ter
1 2 10 20 4 filhos e todos do sexo feminino?
 I 
1 6 6
6 10  azul  6  
2
. 
2 10 20 Solução :

1 8 8 1 1 1 1 1
8 10  preta 8   .  P(A)     
1 2 10 20 2 2 2 2 16
 II 
1 2 2
2 10  azul  2  
2
. 
2 10 20
(Exercício 32) Retirando-se três cartas ao acaso, com
reposição, de um baralho com 52 cartas, qual a pro-
a) a bola escolhida é preta: babilidade de ser a primeira de paus e a segunda de
ouros e a terceira de espadas?
4 8 12 3
   Solução :
20 20 20 5
13 13 13 2197
P(A)      0 ,156
b) a bola escolhida é azul: 52 52 52 140608

6 2 8 2 (Exercício 33) No lançamento de um dado e uma mo-


  
20 20 20 5 eda, qual a probabilidade de obtermos cara e número
maior que 3?
(Exercício 28) De um lote de 14 peças, das quais 5 são
defeituosas, escolhemos 2 peças, aleatoriamente, deter- Solução :
mine:
a) a probabilidade de que ambas sejam defeituosas. 1 3 3 1
P(A)    
b) a probabilidade de que ambas não sejam defeituo- 2 6 12 4
sas.
c) a probabilidade de que uma seja defeituosa. (Exercício 34) Sabe-se que, num grupo de 30 pessoas
que trabalham numa fazenda de criações de gado, 12
são alfabetizados. Se um pesquisador escolher 3 de-
las ao acaso, uma após a outra, qual a probabilidade:

a) de todas serem alfabetizadas?

b) de todas serem analfabetas?


Guarda Metropolitana
Solução : uma dessas disciplinas (isto é, em Inglês ou em Fran-
cês) é igual a:
12 11 10 11320
P(A)      0 , 464
30 29 28 24360 a) 15% b) 65% c) 75% d) 80% e) 95%

EXERCÍCIOSDE PROBABILIDADE 200  40


P  inglês ou francês  
200
1) Numa urna existem duas bolas vermelhas e seis
brancas. Sorteando-se uma bola, qual a probabilidade 160 160  40 4
    0 , 8  80 %
de ela ser vermelha? 200 200  40 5

n  número de bolas vermelhas  4) Um indivíduo retrógrado guarda dinheiro em um


P  bola vermelha  
n  total de bolas na urna  açucareiro. Este contém 2 notas de R$ 50,00, 4 de R$
10,00, 5 de R$ 5,00, 8 de R$ 2.00 e 3 de R$ 1,00. Se
2 1 o indivíduo retira do açucareiro duas notas simultane-
   0 , 25  25 %
8 4 amente e ao acaso, qual a probabilidade, aproximada,
2) Um número é escolhido ao acaso entre os 20 intei- de que ambas sejam de R$ 5,00?
ros, de 1 a 20. Qual a probabilidade de o número es-
colhido: a) 4,3% b) 5,1% c) 0,4% d) 5,0% e) 10,0%

a) Ser par? P  primeira nota de R$5,00 e segunda nota de R$5,00 


P  primeira nota de R$5,00   P segunda nota de R$5,00 
n  números pares 
P  número par   5

4

20
 0 , 04329  4 , 329 %
n  total de números  22 21 462
10 1 5) Numa cidade 30% dos homens são casados, 40%
   0 , 5  50 % são solteiros, 20% são desquitados e 10% são viúvos.
20 2
Um homem é escolhido ao acaso.
b) Ser impar? a) Qual a probabilidade de ele ser solteiro?

n  números ímpares  Resposta: 40% são solteiros


P  número ímpar  
n  total de números 
b) Qual a probabilidade de ele não ser casado?
10 1
   0 , 5  50 %
20 2 Resposta: 100%-30%=70%

c) Ser primo? c) Qual a probabilidade de ele não ser solteiro?

Resposta: 100%-40%=60%
Pr imos  2 , 3 , 5 , 7 ,11 ,13 ,17 ,19 

n  números primos  8 6) Uma cidade tem 50 habitantes e 3 jornais, A, B, e


P  número primo    C. Sabe-se que:
n  total de números  20
8 4 2 • 15 lêem o jornal A.
   0 , 4  40 %
20  4 5
• 10 lêem o jornal B.
d) Ser quadrado perfeito?
• 8 lêem o jornal C.
Quadrados Perfeitos  1 , 4 , 9 ,16  • 6 lêem os jornais A e B.
n  Quadrados Perfeitos 
P  número primo   3) • 4 lêem os jornais A e C.
n  total de números 
4 4  4 1 • 3 lêem os jornais B e C.
    0 , 2  20 %
20 20  4 5 • 1 lê os três jornais.
De um grupo de 200 estudantes, 80 estão matricula-
dos em Francês, 110 em Inglês e 40 não estão matri-
culados nem em Inglês e nem em Francês. Seleciona-
se ao acaso, um dos 200 estudantes. A probabilidade
de que o estudante seja matriculado em pelo menos

380
Uma pessoa é selecionada ao acaso. Qual a probabi-
lidade de que:
P  AeB  51 6 2
P B A       0 , 4  40 %
a) Ela leia pelo menos um jornal? P A 15 15 5

50  29 21 e) Leia o jornal C sabendo que ela Lê A?


P  AouBouC    0 , 42  42 %
50 50

b) Leia só um jornal?

6 2 2 10 1
P  ouAouBouC     0 , 2  20 %
50 50 5

c) Leia o jornal A sabendo que ela lê B?

P  CeB  31 4
P C A      0 , 266 ...  26 , 7 %
P A 15 15

7) Um colégio tem 100 alunos. Destes:


P  AeB  51 6 3
P A B       0 , 6  60 % • 20 estudam Matemática.
P B  10 10 5
• 18 estudam Física.
d) Leia o jornal B sabendo que ela lê A?
• 20 estudam Química.

• 2 estudam Matemática, Física e Química.

• 5 estudam Física e Química.

• 7 estudam somente Química.

• 5 estudam Matemática e Física.


Guarda Metropolitana
Quadrado Retângulo

Paralelogramo Triângulo

Um aluno do colégio é escolhido ao acaso. Qual a


probabilidade de:

a) Ele estudar só Matemática? Losango Trapézio

7
P  só matemática   0 , 07  7 %
100

b) Ele estudar só Física?

10
P  só física   0 ,10  10 %
100

c) Ele estudar Matemática e Química?

8 2
P  matemática e química   0 ,10  10 %
100

d) Ele não estudar nem matemática, nem Física nem


Química?

 nem matemática ,  60
P   
  0 , 60  60 %
 nem química, nem física  100

e) Ele estudar Matemática sabendo que ele estuda


Química? L  lado do triângulo equiláter o.
h  altura do triângul o equilát ero.
P  matemática 
P  matemática 
e química
química  A  área do
P  química  triângulo equiláter o.
2
8 2 10 L 3 L 3
   0 , 2  20 % h  e A 
20 20 2 4

Áreas de Figuras Planas:


Áreas dos Polígonos:

382
 3  4
2 2 2
a

a  3  4  9  16  25  5 cm
2 2

L  lado do hexágono regular.


a h  34
A  área do hexágono regular.
12 12
A hexágono regular
 A triângulo equilátero h    2 , 4 cm
a 5
2
L 3
 m a
2
A hexágono regular
 6 4
4
16  m  5
Exercícios:
16
m   3 , 2 cm
1) Na figura, o triângulo ABC é retângulo em B e BD 5
é perpendicular a AC . A área do Triângulo BCD é: Cálculo da área do triângulo  BDC :

m h 3,2  2 ,4
A    3 , 84 cm
2

22 2
Re sposta C

2) Em um trapézio a soma das bases é 24 cm, a altu-


ra é igual a metade da base maior e a base menor é
igual à altura. A área desse trapézio, em cm2, é:
a) 60 b) 72 c) 84 d) 96

Solução :

b  B  24 cm
2
a) 5,50 cm h  B  b  B  2b
2
b) 4,30 cm2 b  B  24

b  2b  24  3b  24  b  h  8cm
c) 3,84 cm2
B  2b  2  8  16cm
2
d) 3,50 cm
b  B 8  16
A  h   8  96 cm
2
2
e) 2,00 cm 2 2
Re sposta D
Solução:
3) A área de um trapézio isósceles de lados de medi-
das 2cm, 5cm, 10cm e 5cm é igual a:
a) 24 b) 22 c) 20 d) 18 e) 16
Solução:
Guarda Metropolitana
a) 63 cm2

b) 59 cm2

c) 64 cm2

d) 70 cm2

e) 58 cm2

Solução :

 L  100 cm
2 2
 h  5
2 2 2
4 A quadrado

h  25  16  9  3 cm L  100  10 cm

b  B 2  10 AE BE AE  BE L 10
A  h   3  18 cm
2
     2
2 2 1 4 1 4 5 5
Re sposta D AE
 2  AE  1  2  2 cm
1
4) A área da sala representada na figura é:
BE
 2  AE  4  2  8 cm
4
Área  A ABCD  A AEF  A BCE

AE  AF BE  BC
Área  100  
2 2
22 8  10
Área  100    100  2  40  58 cm
2

2 2
Re sposta E

a) 15m2
6) Seja D o ponto médio do lado AB do triângulo ABC.
2 Sejam E e F os pontos médios dos segmentos DB e BC,
b) 17 m
respectivamente, conforme se vê na figura. Se a área do
triângulo ABC vale 96m2, então a área do triângulo AEF
c) 19 m2 vale:

d) 20 m2

e) 21 m2

Solução :

A  7 3   7  5    3  2   21   2  1   21  2  19 m
2

Re sposta C
5) Na figura abaixo o quadrado ABCD tem área igual a
100 cm2 . Sabe-se que AE e EB estão na razão de 1 a) 42 m2
para 4 e AE  AF . A área da região sombreada é, b) 36 m2
em cm2:
c) 32 m2

d) 30 m2

e) 28 m2

Solução:

384
Consideram do  se a forma geométrica
do quadro como quadrado :

   
2 2
1 , 5 A  EF A  AB

EF  1, 5 A AB  A

AB EF

2 2  x

A 1, 5 A

2 2  x

1 1, 5
Área do triângulo  ABC : 
2 2  x
base  altura 4 y  2h
A    4 yh  96 Nova posição do quadro :
2 2
96 3 3
yh   24 m
2 2  x  2 1, 5  2  2 
4 2 2

Área do triângulo  AFE : 3  2 6


 2  2  6
base  altura 3y  h 3 3 2  2 4
A    yh   24  36 m
2

2 2 2 2 Re sposta : A
Re sposta B
8) Os pontos A, B e C determinam um triângulo eqüilá-
2
tero cuja a área é 3 m . D, E e F são pontos médios
7) Um projetor está a uma distância de 2 metros de
de AB , BC , AC , respectivamente. A medida do
uma parede. A que distância da parede deve ser colo-
cado o projetor, para que a área de um quadro proje- segmento FE é:
tado aumente 50% ? a) 1m
a) 6 mb) 2 3 m
b) 2m
c) 3 md) 4,5 m
c) 3 m
e) 3 2 m
3
d) m
2

Solução :
3
e) m
4

Solução:
Guarda Metropolitana
Área do triângul o  ABC : z  distância de M à reta BC

L 3 2x 3 z 5  34
A    x 3
2 2 12
z   2 , 4 cm
A  x 3  3  x 1m 5

Área do triângul o  DEF :

L 3 x 3 1 3 3
A    
2
m
2 2 2 2
Resposta D

9) Num triângulo ABC tem-se AB = 6 cm, AC = BC =


5 cm.
a) Ache a área do triângulo ABC

b)Sendo M o ponto médio de AB, Calcule a distância


de M à reta BC .

Solução: a)

 3  5
2 2 2
h

h  25  9  16  4 cm

Área do triângulo  ABC :

base  altura 6 4
A    12 cm
2

2 2

Solução: b)

386
Guarda Metropolitana
INFORMÁTICA computadores pessoais, embora externamente se
pareçam muito com os computadores pessoais.
Tanto microcomputadores quanto mainframes são
HARDWARE E SOFTWARE usados como estações de trabalho.
 Sistema embarcado, computador dedicado ou
Divisão: computador integrado (embedded computer) - De
menores proporções, é parte integrante de uma
Hardware: todo o equipamento, suas peças, isto é, máquina ou dispositivo. Por exemplo, uma unidade
tudo o que "pode ser tocado", denomina- de comando da injeção eletrônica de um automó-
se hardware. Alguns equipamentos: monitor, teclado vel, que é específica para atuar no gerenciamento
e mouse são também chamados de periféricos. eletrônico do sistema de injeção de combustível e
ignição. Eles são chamados de dedicados, pois
Outros exemplos de hardware: memórias, processa-
executam apenas a tarefa para a qual foram pro-
dores, gabinetes, disco rígido, etc.
gramados. Tendem a ter baixa capacidade de pro-
Software: consiste na parte que "não se pode tocar", cessamento, às vezes inferior aos microcomputa-
ou seja, toda a parte virtual, onde estão incluídos os dores.
drivers, os programas e o sistema operacional.
Nota:
Um mainframe é um computador de grande porte,
Peopleware: são pessoas que trabalham diretamente, dedicado normalmente ao processamento de um vo-
ou indiretamente, como área de processamento de lume grande de informações. Os mainframes são ca-
dados, ou mesmo com Sistema de Informação. O pazes de oferecer serviços de processamento a milha-
peopleware é a parte humana que se utiliza das diver- res de usuários através de milhares de terminais co-
sas funcionalidades dos sistemas computacionais,
nectados diretamente ou através de uma rede.
seja este usuário um Analista de sistema ou, até
mesmo, um simples cliente que faz uma consulta em Embora venham perdendo espaço para
um caixa eletrônico da Rede Bancária, como também os servidores de arquitetura PC e servidores Unix, de
uma atendente de um Supermercado. custo bem menor, ainda são muito usados em ambi-
entes comerciais e grandes empresas (bancos, em-
Computadores podem ser classificados de acordo presas de aviação, universidades, etc.).
com a função que exercem ou pelas suas dimensões
Quase todos os mainframes têm a capacidade de
(capacidade de processamento)..
executar múltiplos sistemas operacionais, e assim não
operar como um único computador, mas como um
Classificação: número de máquinas virtuais. Neste papel, um único
mainframe pode substituir dezenas ou mesmo cente-
Quanto à Capacidade de Processamento nas de servidores menores. Os mainframes surgiram
com a necessidade das empresas em executar tare-
 Microcomputador - Também chama- fas, que levavam dias para serem concluídas. Era
do Computador pessoal ouainda Computador preciso então criar um supercomputador capaz de
doméstico. executar estas tarefas em menos tempo e com mais
 Mainframe - Um computador maior em tamanho e precisão.
mais poderoso.
 Supercomputador - Muito maior em dimensões,
pesando algumas toneladas e capaz de, em alguns
casos, efetuar cálculos que levariam 100 anos para
serem calculados em um microcomputador.

Quanto às suas Funções

 Console ou videogame - Como dito não são com-


putadores propriamente ditos, mas atualmente Mainframe IBM.
conseguem realizar muitas, senão quase todas, as
funções dos computadores pessoais.
 Servidor (server) - Um computador Estação de trabalho ( Workstation) era o nome
que serve uma rede de computadores. São de di- genérico dado a computadores situados, em termos
versos tipos. Tanto microcomputadores quanto ma- de potência de cálculo, entre o computador pessoal e
inframes são usados como servidores. o computador de grande porte, ou mainframe. Algu-
 Estação de trabalho (Workstation) - Serve um mas destas máquinas eram vocacionadas para aplica-
único usuário e tende a possu- ções com requisitos gráficos acima da média, poden-
ir hardware e software não encontráveis em do então ser referidas como Estação gráfi-

387 http://ead.gpscursos.com.br
Guarda Metropolitana
ca ou Estação gráfica de trabalho (Graphical Worksta- por esta, de modo que dificilmente precisam de um
tion). alimentador exclusivo. Gabinetes, fontes e placas-mãe
precisam ser de um mesmo padrão, do contrário, aca-
No início da década de 1980, os pioneiros nesta
ba sendo praticamente impossível conectá-los. O pa-
área foram Apollo Computer e Sun Microsystems, que drão em uso atualmente é o ATX.
criaram estações de trabalho rodando UNIX em plata- As baias são aquelas "gavetinhas", no português
formas baseadas no microprocessador 68000 vulgar, localizadas na parte frontal do gabinete. Nos
da Motorola. espaços das baias é que drives de DVD e outros são
Hoje, devido ao poder de processamento muito encaixados.
maior dos PCs comuns, o termo às vezes é usado
como sinônimo de computador pessoal.

Placa-mãe

Este componente também pode ser interpretado


Bit e byte.
como a "espinha dorsal" do computador, afinal, é ele
que interliga todos os dispositivos do equipamento.
Bit (simplificação para dígito binário, "BInary digiT"
Para isso, a placa-mãe (ou, em in-
em inglês) é a menor unidade de informação que pode
glês, motherboard) possui vários tipos de conecto-
ser armazenada ou transmitida. Usada
res. O processador é instalado em seu socket, o HD é
na Computação e na Teoria da Informação. Um bit ligado nas portas IDE ou SATA, a placa de vídeo pode
pode assumir somente 2 valores, por exemplo: 0 ou 1,
ser conectada nos slots AGP 8x ou PCI-Express
verdadeiro ou falso.
16x e as outras placas (placa de som, placa de rede,
Embora os computadores tenham instruções (ou
comandos) que possam testar e manipular bits, ge- etc) pode serencaixada nos slots PCI ou, mais recen-
ralmente são idealizados para armazenar instruções temente, em entradas PCI Express (essa tecnologia
em múltiplos de bits, chamados bytes. No princípio, não serve apenas para conectar placas de vídeo).
byte tinha tamanho variável, mas atualmente tem oito Ainda há o conector da fonte, os encaixes das memó-
bits. Bytes de oito bits também são chamados rias, enfim.
de octetos. Existem também termos para referir-se a Todas as placas-mãe possuem BIOS (Ba-
múltiplos de bits usando padrões prefixados, como sic Input Output System). Trata-se de um pequeno
quilobit (Kb), megabit (Mb), gigabit (Gb) e Terabit software de controle armazenado em um chip de me-
(Tb). De notar que a notação para bit utiliza mória ROM que guarda configurações do hardware e
um "b" minúsculo, em oposição à notação pa- informações referentes à data e hora. Para manter as
configurações do BIOS, em geral, uma bateria de ní-
ra byte que utiliza um "B" maiúsculo
quel-cádmio ou lítio é utilizada. Dessa forma, mesmo
(kB, MB, GB, TB). com o computador desligado, é possível manter o
relógio do sistema ativo, assim como as configurações
de hardware.
Gabinete A imagem abaixo mostra um exemplo de placa-
mãe. Em A ficam os conectores para o mouse, para o
O gabinete é uma caixa metálica (e/ou com ele-
mentos de plástico) vertical ou horizontal, que guarda teclado, para o áudio, etc. Em B, o slot onde o pro-
todos os componentes do computador (placas, HD, cessador deve ser encaixado. Em C ficam os slots
processador, etc). onde os pentes de memória são inseridos. D mostra
No gabinete, fica localizada também a fonte de um conector IDE. Em E é possível ser os conecto-
alimentação, que serve para converter corrente alter- res SATA. Por fim, F mostra os slots de expansão
nada em corrente contínua para alimentar os compo- (onde se pode adicionar placas de som, placas de
nentes do computador. Assim, a placa-mãe, os drives, rede, entre outros), com destaque para o slot PCI
o HD e o cooler, devem ser ligados à fonte. As placas Express 16xpara o encaixe da placa de vídeo.
conectadas nos slots da placa-mãe recebem energia

388
Barramentos

Processador De maneira geral, os barramentos são responsá-


veis pela interligação e comunicação dos dispositivos
Este é o grande pivô da história. O processador, em um computador. Note que, para o processador se
basicamente, é o "cérebro" do computador. Pratica- comunicar com a memória e o conjunto de dispositivos
mente tudo passa por ele, já que é o processador o de entrada e saída, há três setas, isto é, barramentos:
responsável por executar todas as instruções neces- um se chama barramento de endereços (address
sárias. Quanto mais "poderoso" for o processador, bus); outro barramento de dados (data bus); o ter-
mais rapidamente suas tarefas serão executadas. ceiro, barramento de controle (control bus).
Todo processador deve ter um cooler (ou algum O barramento de endereços, basicamente, indica
outro sistema de controle de temperatura). Essa peça de onde os dados a serem processados devem ser
(um tipo de ventilador) é a responsável por manter a retirados ou para onde devem ser enviados. A comu-
temperatura do processador em níveis aceitáveis. nicação por este meio é unidirecional, razão pela qual
Quanto menor for a temperatura, maior será a vida útil só há seta em uma das extremidades da linha no grá-
do chip. fico que representa a sua comunicação.
Vale ressaltar que cada processador tem um nú- Como o nome deixa claro, é pelo barramento de
mero de pinos ou contatos. Por exemplo, o antigo dados que as informações transitam. Por sua vez, o
Athlon XP tem 462 pinos (essa combinação é chama- barramento de controle faz a sincronização das referi-
da Socket A) e, logo, é necessário fazer uso de uma das atividades, habilitando ou desabilitando o fluxo de
placa-mãe que aceite esse modelo (esse socket). dados, por exemplo.
Assim sendo, na montagem de um computador, a
primeira decisão a se tomar é qual processador com-
prar, pois a partir daí é que se escolhe a placa-mãe e, Para você compreender melhor, imagine que o
em seguida, o restante das peças. processador necessita de um dado presente na me-
mória. Pelo barramento de endereços, a CPU obtém a
O mercado de processadores é dominado, essen-
localização deste dado dentro da memória. Como
cialmente, por duas empresas: Intel e AMD. Eis al- precisa apenas acessar o dado, o processador indica
guns exemplos de seus processadores: Intel Core 2 pelo barramento de controle que esta é uma operação
Duo, Intel Core i7, Intel Atom (para dispositivos portá- de leitura. O dado é então localizado e inserido no
teis), AMD Athlon X2, AMD Phenom II e AMD Turion barramento de dados, por onde o processador, final-
X2 (também para dispositivos portáteis). Abaixo, a foto mente, o lê.
de um processador.

Clock interno

Em um computador, todas as atividades necessi-


tam de sincronização. O clock interno (ou ape-
nas clock) serve justamente a este fim, ou seja, basi-
camente, atua como um sinal para sincronismo.
Quando os dispositivos do computador recebem o
sinal de executar suas atividades, dá-se a esse acon-
tecimento o nome de "pulso de clock". Em cada pulso,
os dispositivos executam suas tarefas, param e vão
para o próximo ciclo de clock.
Guarda Metropolitana
A medição do clock é feita em hertz (Hz), a unida- Dependendo do processador, outra tecnologia po-
de padrão de medidas de frequência, que indica o de ser utilizada no lugar do FSB. Um exemplo é oQui-
número de oscilações ou ciclos que ocorre dentro de ckPath Interconnect (QPI), utilizado nos chips mais
uma determinada medida de tempo, no caso, segun- recentes da Intel, e o Hypertransport, aplicado nas
dos. Assim, se um processador trabalha à 800 Hz, por CPUs da AMD.
exemplo, significa que ele é capaz de lidar com 800 Uma dessas mudanças diz respeito ao já mencio-
operações de ciclos de clock por segundo. nado controlador de memória, circuito responsável por
Repare que, para fins práticos, a pala- "intermediar" o uso da memória RAM pelo processa-
vra kilohertz (KHz) é utilizada para indicar 1000 Hz, dor. Nas CPUs mais atuais da Intel e da AMD, o con-
assim como o termo megahertz (MHz) é usado para trolador está integrado ao próprio chip e não mais ao
referenciar 1000 KHz (ou 1 milhão de hertz). De igual chipset localizado na placa-mãe.
forma, gigahertz (GHz) é a denominação usada Com esta integração, os processadores passam a
quando se tem 1000 MHz e assim por diante. Com ter um barramento direto à memória. O QPI e o Hyper-
transport acabam então ficando livres para fazer a
isso, se um processador conta com, por exemplo, uma
frequência de 800 MHz, significa que pode trabalhar comunicação com os recursos que ainda são interme-
diados pelo chipset, como dispositivos de entrada e
com 800 milhões de ciclos por segundo.
saída.
Neste ponto, você provavelmente deve ter entendi-
O interessante é que tanto o Quickpath quanto o
do que é daqui que vêm expressões como "processa-
dor Intel Core i5 de 2,8 GHz", por exemplo. Hypertransport trabalham com duas vias de comuni-
cação, de forma que o processador possa transmitir e
receber dados ao mesmo tempo, já que cada ativida-
de é direcionada a uma via, beneficiando o aspecto do
FSB (Front Side Bus) desempenho. No FSB isso não acontece, porque há
apenas uma única via para a comunicação.
Você já sabe: as frequências com as quais os pro-
cessadores trabalham são conhecidas como clock
interno. Mas, os processadores também contam com
o que chamamos de clock externo ou Front Side
Bus (FSB) ou, ainda, barramento frontal.
O FSB existe porque, devido a limitações físicas,
os processadores não podem se comunicar com o
chipset e com a memória RAM - mais precisamente,
com o controlador da memória, que pode estar na
ponte norte (northbridge) do chipset - utilizando a
mesma velocidade do clock interno. Assim, quando
esta comunicação é feita, o clock externo, de frequên-
cia mais baixa, é que entra em ação.

Cache

De nada adianta ter um processador rápido se este


tem o seu desempenho comprometido por causa da
"lentidão" da memória.
Uma solução para este problema seria equipar os
computadores com um tipo de memória mais sofisti-
cado, como a SRAM (Static RAM). Esta se diferen-
cia das memórias convencionais DRAM ( Dynamic
Note que, para obter o clock interno, o processador RAM) por serem muito rápidas. Por outro lado, são
faz uso de um procedimento de multiplicação do clock muito mais caras e não contam com o mesmo nível de
externo. Para entender melhor, suponha que um de- miniaturização, sendo, portanto, inviáveis. Apesar
terminado processador tenha clock externo de 100 disso, a ideia não foi totalmente descartada, pois foi
MHz. Como o seu fabricante indica que este chip tra- adaptada para o que conhecemos como memória
balha à 1,6 GHz (ou seja, tem clock interno de 1,6 cache.
GHz), seu clock externo é multiplicado por 16: 100 x A memória cache consiste em uma pequena quan-
16 = 1600 MHz ou 1,6 GHz. tidade de memória SRAM embutida no processador.
Quando este precisa ler dados na memória RAM, um
Quickpath Interconnect (QPI) e Hypertransport circuito especial chamado "controlador de cache"

390
transfere blocos de dados muito utilizados da RAM
para a memória cache. Assim, no próximo acesso do
processador, este consultará a memória cache, que é
bem mais rápida, permitindo o processamento de da-
dos de maneira mais eficiente.
Se o dado estiver na memória cache, o processa-
dor a utiliza, do contrário, irá buscá-lo na memória
RAM. Perceba que, com isso, a memória cache atua
como um intermediário, isto é, faz com que o proces-
sador nem sempre necessite chegar à memória RAM
para acessar os dados dos quais necessita. O traba-
lho da memória cache é tão importante que, sem ela,
o desempenho de um processador pode ser seriamen- Chipset
te comprometido.
Os processadores trabalham, basicamente, com O chipset é um dos principais componentes lógicos
dois tipos de cache: cache L1 (Level 1 - Nível 1) de uma placa-mãe, dividindo-se entre "ponte norte"
(northbridge, controlador de memória, alta velocidade)
e cache L2 (Level 2 - Nível 2). Este último é, geral- e "ponte sul" (southbridge, controlador de periféricos,
mente mais simples, costuma ser ligeiramente maior baixa velocidade). A ponte norte faz a comunicação
em termos de capacidade, mas também um pouco
do processador com asmemórias, e em alguns casos
mais lento. O cache L2 passou a ser utilizado quando
o cache L1 se mostrou insuficiente. com os barramentos de alta velocidade AGP e PCI
Express. Já a ponte sul, abriga os controladores
Vale ressaltar que, dependendo da arquitetura do
processador, é possível encontrar modelos que con- de HDs (ATA/IDE eSATA),portas USB, parale-
tam com um terceiro nível de cache (L3). O processa- la, PS/2, serial, os barramentos PCI e ISA, que já
dor Intel Core i7 3770, por exemplo, possui caches L1 não é usado mais em placas-mãe modernas.
e L2 relativamente pequenos para cada núcleo: 64 KB
e 256 KB, respectivamente. No entanto, o cache L3 é
expressivamente maior - 8 MB - e, ao mesmo tempo,
compartilhado por todos os seus quatros núcleos.

Núcleos

Quando um determinado valor de clock é alcança-


do, torna-se mais difícil desenvolver outro chip com
clock maior. Limitações físicas e tecnológicas são os
principais motivos para isso. Uma delas é a questão
da temperatura: teoricamente, quanto mais megahertz
um processador tiver, mais calor o dispositivo gerará.
Uma das formas encontradas pelos fabricantes pa-
ra lidar com esta limitação consiste em fabricar e dis-
ponibilizar processadores com dois núcleos ( dual
core), quatro núcleos (quad core) ou mais (multi
core).
Nota:
núcleo core, nucleus, kernel, center, heart
Memória principal:
Um exemplo disso é a tecnologia Turbo Boost, da
Intel: se um processador quad core, por exemplo, tiver
dois núcleos ociosos, os demais podem entrar auto-
maticamente em um modo "turbo" para que suas fre- Memória ROM
quências sejam aumentadas, acelerando a execução
do processo em que trabalham.
As memórias ROM (Read-Only Memory -
A imagem abaixo exibe uma montagem que ilustra
Memória Somente de Leitura) recebem esse nome
o interior de um processador Intel Core 2 Extreme porque os dados são gravados nelas apenas uma vez.
Quad Core.:
Depois disso, essas informações não podem ser apa-
gadas ou alteradas, apenas lidas pelo computador,
exceto por meio de procedimentos especiais. Outra
característica das memórias ROM é que elas são do
tipo não volátil, isto é, os dados gravados não são
Guarda Metropolitana
perdidos na ausência de energia elétrica ao dispositi- mais recente chamado de MRAM. Eis uma breve ex-
vo. Eis os principais tipos de memória ROM: plicação de cada tipo:
- PROM (Programmable Read-Only Memory): - SRAM (Static Random-Access Memory - RAM
esse é um dos primeiros tipos de memória ROM. A Estática): esse tipo é muito mais rápido que as memó-
gravação de dados neste tipo é realizada por meio de rias DRAM, porém armazena menos dado e possui
aparelhos que trabalham através de uma reação física preço elevado se considerar o custo por megabyte.
com elementos elétricos. Uma vez que isso ocorre, os Memórias SRAM costumam ser utilizadas como cache
dados gravados na memória PROM não podem ser (saiba mais sobre cache neste artigo sobre processa-
apagados ou alterados; dores);
- EPROM (Erasable Programmable Read-Only - DRAM (Dynamic Random-Access Memory -
Memory): as memórias EPROM têm como principal RAM Dinâmica): memórias desse tipo possuem capa-
característica a capacidade de permitir que dados cidade alta, isto é, podem comportar grandes quanti-
sejam regravados no dispositivo. Isso é feito com o dades de dados. No entanto, o acesso a essas infor-
auxílio de um componente que emite luz ultravioleta. mações costuma ser mais lento que o acesso às me-
Nesse processo, os dados gravados precisam ser mórias estáticas. Esse tipo também costuma ter preço
apagados por completo. Somente depois disso é que bem menor quando comparado ao tipo estático;
uma nova gravação pode ser feita; - MRAM (Magnetoresistive Random-Access
- EEPROM (Electrically-Erasable Programma- Memory - RAM Magneto-resistiva): a memória
ble Read-Only Memory): este tipo de memória MRAM vem sendo estudada há tempos, mas somente
ROM também permite a regravação de dados, no nos últimos anos é que as primeiras unidades surgi-
entanto, ao contrário do que acontece com as memó- ram. Trata-se de um tipo de memória até certo ponto
rias EPROM, os processos para apagar e gravar da- semelhante à DRAM, mas que utiliza células magnéti-
dos são feitos eletricamente, fazendo com que não cas. Graças a isso, essas memórias consomem menor
seja necessário mover o dispositivo de seu lugar para quantidade de energia, são mais rápidas e armaze-
um aparelho especial para que a regravação ocorra; nam dados por um longo tempo, mesmo na ausência
- EAROM (Electrically-Alterable Programmable de energia elétrica. O problema das memórias MRAM
é que elas armazenam pouca quantidade de dados e
Read-Only Memory): as memórias EAROM podem são muito caras, portanto, pouco provavelmente serão
ser vistas como um tipo de EEPROM. Sua principal adotadas em larga escala.
característica é o fato de que os dados gravados po-
dem ser alterados aos poucos, razão pela qual esse
tipo é geralmente utilizado em aplicações que exigem
apenas reescrita parcial de informações;
- Flash: as memórias Flash também podem ser vistas
como um tipo de EEPROM, no entanto, o processo de
gravação (e regravação) é muito mais rápido. Além
disso, memórias Flash são mais duráveis e podem
guardar um volume elevado de dados.
Memórias secundárias, auxiliares ou de massa.
- CD-ROM, DVD-ROM e afins: essa é uma categoria
de discos ópticos onde os dados são gravados apenas
uma vez, seja de fábrica, como os CDs de músicas,
ou com dados próprios do usuário, quando o próprio Disco rígido
efetua a gravação. Há também uma categoria que
pode ser comparada ao tipo EEPROM, pois permite a Disco rígido ou disco duro, popularmente chamado
regravação de dados: CD-RW e DVD-RW e afins.
também de HD (derivação de HDD do inglêshard disk
drive) ou winchester (termo em desuso), "memória de
Memória RAM
massa" ou ainda de "memória secundária" é a parte
As memórias RAM (Random-Access Memo- do computador onde são armazenados os dados. O
ry - Memória de Acesso Aleatório) constituem uma disco rígido é uma memória não-volátil, ou seja, as
das partes mais importantes dos computadores, pois informações não são perdidas quando o computador é
são nelas que o processador armazena os dados com desligado, sendo considerado o principal meio de ar-
os quais está lidando. Esse tipo de memória tem um mazenamento de dados em massa. Por ser uma me-
processo de gravação de dados extremamente rápido, mória não-volátil, é um sistema necessário para se ter
se comparado aos vários tipos de memória ROM. No
um meio de executar novamente programas e carre-
entanto, as informações gravadas se perdem quando
não há mais energia elétrica, isto é, quando o compu- gar arquivos contendo os dados inseridos anterior-
tador é desligado, sendo, portanto, um tipo de memó- mente quando ligamos o computador. Nos sistemas
ria volátil. operativos mais recentes, ele é também utilizado para
Há dois tipos de tecnologia de memória RAM que expandir a memória RAM, através da gestão
são muitos utilizados: estático e dinâmico, isto é, de memória virtual. Existem vários tipos de interfaces
SRAM e DRAM, respectivamente. Há também um tipo

392
para discos rígidos diferentes: IDE/ATA, Serial
ATA, SCSI, Fibre channel, SAS.

Discos

As mídias de CD

Existem dois tipos distintos de CD's (mídias) com


os quais é possível gravar dados e música: CD-R
(CompactDisc Recordable) e CD-RW (Compact Disc
Recordable Rewritable). O primeiro permite que dados
sejam gravados num CD somente uma única vez, não
Placa lógica do HD sendo possível alterar ou apagar informações. O se-
gundo permite gravar e regravar um CD, apagando e
acrescentando dados novamente. O que causa a dife-
rença entre estes tipos de CD's é o material usado por
eles. O CD-R usa um tipo material que quando quei-
mado pelo laser do gravador de CD sofre uma trans-
formação que não permite mais alterá-lo, deixando a
mídia como um CD-ROM comum. Já o CD-RW usa
um material do tipo phase-change (mudança de
fase), que consiste numa espécie de partícula que
sofre ação do laser do gravador para armazenar da-
dos e depois pode sofrer outra ação para voltar ao
estado original e permitir que informações sejam gra-
Solid-State Drive (SSD)
vadas novamente. Abaixo, veja como são montados
os CD-R's e os CD-RW's.
Em aparelhos SSD, o armazenamento é feito em
um ou mais chips de memória, dispensando totalmen-
te o uso de sistemas mecânicos para o seu funciona- Digital Versatile Disc ou Digital VideoDisc
mento. Como consequência dessa característica, uni-
dades do tipo acabam sendo mais econômicas no O DVD (Digital Versatile Disc ou Digital VideoDisc)
consumo de energia, afinal, não precisam alimentar tirou o lugar das tradicionais fitas VHS em aplicações
motores ou componentes semelhantes (note, no en- de vídeo.
tanto, que há outras condições que podem elevar o :: DVD-ROM
consumo de energia, dependendo do produto). Essa O DVD-ROM é o tipo mais comum, pois é usado, por
característica também faz com que "discos" SSD (não exemplo, para armazenar filmes. Já vem com seu
se trata de um disco, portanto, o uso dessa denomina- conteúdo gravado de fábrica. Não é possível apagar
ou regravar dados nesse tipo de DVD.
ção não é correto, mas é um termo muito utilizado)
:: DVD-RAM
utilizem menos espaço físico, já que os dados são
armazenados em chips especiais, de tamanho reduzi- Este é um tipo de DVD gravável e regravável. Sua
principal vantagem em relação aos outros padrões é
do. Graças a isso, a tecnologia SSD começou a ser sua vida útil: um DVD-RAM suporta mais de 100 mil
empregada de forma ampla em dispositivos portáteis, gravações, sendo muito útil para backups (cópias de
tais como netbooks, notebooks ultrafinos e tocadores segurança) periódicos. Além disso, esse tipo de DVD
de áudio (MP3-player). geralmente pode ser usado sem um programa de gra-
vação, como se fosse um HD.
:: DVD-R
Este tipo é um dos que tem maior aceitação nos mais
diversos aparelhos. É a melhor opção para a gravação
de filmes, pois é aceito por praticamente todos os
DVD-players, com exceção para alguns dos primeiros
modelos. O DVD-R, assim como o seu antecessor
CD-R, só aceita gravação uma única vez e, após isso,
seus dados não podem ser apagados. Sua capacida-
de de armazenamento padrão é de 4,7 GB.
Guarda Metropolitana
:: DVD+R A memória Flash consome pouca energia, ocupa
Este tipo é equivalente ao DVD-R, inclusive na capa- pouquíssimo espaço físico (daí ser ideal aos dispositi-
cidade de armazenamento, que é de 4,7 GB. O vos portáteis) e costuma ser resistente, ou seja, bas-
DVD+R também só pode ser gravado uma única vez e tante durável. O grande problema da memória Flash é
não permite a eliminação de seus dados. O que o o seu preço elevado. Felizmente, a popularização
DVD-R tem de diferente do DVD+R, então? Pouca desta tecnologia está fazendo com que os seus custos
coisa, sendo a principal diferença o fato dos dados diminuam com o passar do tempo.
gravados em um DVD+R serem mais rapidamente A tecnologia Flash faz uso de chips de estado sóli-
acessados do que em um DVD-R, do (solid state) e que não possuem peças móveis, o
:: DVD-RW que evita problemas de causa mecânica. Juntando
O DVD-RW é equivalente ao CD-RW, pois permite a esse fator a recursos de proteção, como ECC ( Error
gravação e a regravação de dados. Correction Code), a memória Flash se mostra bas-
:: DVD+RW tante confiável.
Este formato tem quase as mesmas características do
seu rival DVD-RW, inclusive na capacidade de arma- Os diversos tipos de cartões de memória
zenamento, cujo padrão também é de 4,7 GB. No
DVD+RW também é necessário fechar a mídia para a Embora sejam baseados na mesma tecnologia,
execução de filmes em DVD-players. Na prática, sua contamos atualmente com cerca de uma dezena de
diferença em relação ao DVD-RW está na velocidade tipos de cartões de memória. Qual o motivo para ta-
de gravação ligeiramente maior e na possibilidade de manha quantidade? Ao contrário do que houve com
uso de tecnologias como "Lossless linking" e outras tecnologias, como o USB e o CD, os fabrican-
"Mount Rainier" que permitem, respectivamente, inter- tes de memória não entraram em um acordo para
romper uma gravação sem causar erros e alterar da- trabalhar em um padrão único de cartão. Como con-
dos de apenas um setor sem necessidade de formatar sequência, o mercado encontra hoje uma variedade
o disco. de tipos deste dispositivo. Os mais comuns são abor-
dados a seguir.
Tecnologia Blu-ray

O Blu-ray é um padrão de disco óptico criado para


aplicações de vídeos e de armazenamento de dados
em geral, assim como o é DVD. No entanto, possui
características mais avançadas que as deste último,
razão pela qual é considerado o seu substituto. A prin-
cipal diferença está na capacidade de armazenamen-
to: em sua versão mais simples, com uma camada,
pode guardar até 25 GB de dados, contra 4,7 GB do
DVD. Há também uma versão com dupla camada
capaz de armazenar 50 GB de dados. Fabricantes Memória virtual
ainda podem criar versões com capacidades diferen-
tes destas, para fins específicos. Em abril de 2010, por Memória virtual é uma técnica que usa a memória
exemplo, a indústria apresentou discos Blu-ray que secundária como uma cache para armazenamento
podem chegar a 128 GB de capacidade. secundário. Houve duas motivações principais: permi-
tir o compartilhamento seguro e eficiente da memória
entre vários programas e remover os transtornos de
Memória Flash programação de uma quantidade pequena e limitada
na memória principal.
Os cartões de memória são, essencialmente, ba-
A memória virtual consiste em recursos
seados na tecnologia Flash, um tipo de memória
EPROM (Electrically-Erasable Programmable de hardware e software com três funções básicas:
Read Only Memory) desenvolvido pela Toshiba  (i) realocação (ou recolocação), para assegurar
nos anos 1980. Os chips Flash são ligeiramente pare- que cada processo (aplicação) tenha o seu próprio
espaço de endereçamento, começando em zero;
cidos com a memória RAM (Random Access
Memory) usada nos computadores, porém suas  (ii) proteção, para impedir que um processo utilize
um endereço de memória que não lhe pertença;
propriedades fazem com que os dados não sejam
perdidos quando não há fornecimento de energia (por  (iii) paginação (paging) ou troca (swapping), que
exemplo, quando a bateria acaba ou o dispositivo é possibilita a uma aplicação utilizar mais memória
desligado). Fazendo uma comparação grosseira, o do que a fisicamente existente (essa é a função
conceito de gravação de dados em um chip Flash é mais conhecida).
semelhante ao processo de gravação de dados em
mídias CD-RW: de acordo com a intensidade de ener- Simplificadamente, um usuário ou programador vê
gia aplicada (no caso do CD-RW, laser), há gravação um espaço de endereçamento virtual, que pode ser
ou eliminação de informações. igual, maior ou menor que a memória física (normal-

394
mente chamada memória DRAM - Dynamic Random e/ou recebem dados, acessórios que se conectam
Access Memory). ao computador.

Memória buffer Barramentos

Em ciência da computação, buffer (retentor) é Barramentos (ou, em inglês, bus) são, em poucas
uma região de memória temporária utilizada para es- palavras, padrões de comunicação utilizados em com-
crita e leitura de dados. Os dados podem ser origina- putadores para a interconexão dos mais variados dis-
dos de dispositivos (ou processos) externos ou inter- positivos. Exemplo: ISA, AGP, PCI, PCI Ex-
nos ao sistema. Os buffers podem ser implementados press e AMR.
em software (mais usado) ouhardware. Normalmente
são utilizados quando existe uma diferença entre a
O barramento ISA é um padrão não mais utilizado,
taxa em que os dados são recebidos e a taxa em que
eles podem ser processados, ou no caso em que es- sendo encontrado apenas em computadores antigos.
sas taxas são variáveis. Seu aparecimento se deu na época do IBM PC e essa
Os buffers são mecanismos muito utilizados em primeira versão trabalha com transferência de 8 bits
aplicações multimídia, em especial nas aplicações por vez e clock de 8,33 MHz (na verdade, antes do
de streaming. surgimento do IBM PC-XT, essa valor era de 4,77
Streaming (fluxo) é uma forma de distribuir infor- MHz).
mação multimídia numarede através de pacotes. Ela O barramento PCI surgiu no início de 1990 pelas
é freqüentemente utilizada para distribuir conteúdo mãos da Intel. Suas principais características são a
multimídia através da Internet. capacidade de transferir dados a 32 bits e clock de 33
MHz, especificações estas que tornaram o padrão
capaz de transmitir dados a uma taxa de até 132 MB
Periféricos por segundo. Os slots PCI são menores que os slots
ISA, assim como os seus dispositivos, obviamente.
Periféricos são aparelhos ou placas que enviam O PCI-X nada mais é do que uma evolução do PCI
ou recebem informações do computador. de 64 bits, sendo compatível com as especificações
Na informática, o termo "periférico" aplica-se a qual- anteriores. A versão PCI-X 1.0 é capaz de operar nas
quer equipamento acessório que seja ligado
frequências de 100 MHz e 133 MHz. Nesta última, o
à CPU (unidade central de processamento), ou, num
padrão pode atingir a taxa de transferência de dados
sentido mais amplo, ao computador. Os exemplos-
de 1.064 MB por segundo. O PCI-X 2.0, por sua vez,
deperiféricos: impressoras,digitalizadores, leitores e
pode trabalhar também com as freqüências de 266
ou gravadores de CDs e DVDs, leitores decar-
MHz e 533 MHz.
tões e disquetes,mouses,teclados,câmeras de vídeo,
entre outros. Para lidar com o volume crescente de dados gera-
Cada periférico tem a sua função definida, desem- dos pelos processadores gráficos, a Intel anunciou em
penhada ao enviar tarefas ao computador, de acordo meados de 1996 o padrão AGP, cujo slot serve ex-
com sua função periférica. clusivamente às placas de vídeo. O AGP também
Existem vários tipos de periféricos: permite que a placa de vídeo faça uso de parte da
 De entrada: basicamente enviam informação para memória RAM do computador como um incremento de
o computador (teclado, mouse, joystick, digitaliza- sua própria memória, um recurso chamado Direct
dor); Memory Execute. Em meados de 1998, a Intel lan-
 De saída: transmitem informação do computador çou o AGP 2.0,
para o utilizador (monitor, impressora, caixa de
O padrão PCI Express (ou PCIe ou, ainda, PCI-
som);
 De processamento: processam a informação que a
EX) foi concebido pela Intel em 2004 e se destaca por
CPU (unidade central de processamento) enviou; substituir, ao mesmo tempo, os barramentos PCI e
 De entrada e saída (ou mistos): enviam/recebem AGP. O PCI Express 16x, por exemplo, é capaz de
informação para/do computador (monitor touchs- trabalhar com taxa de transferência de cerca de 4 GB
creen, drive de DVD, modem). Muitos destes peri- por segundo, característica que o faz ser utilizado por
féricos dependem de uma placa específica: no ca- placas de vídeo, um dos dispositivos que mais geram
so das caixas de som, a placa de som. dados em um computador. Com o lançamento do PCI
 De armazenamento: armazenam informações do Express 2.0, que aconteceu no início de 2007, as ta-
computador e para o mesmo (pen drive, disco rígi- xas de transferência da tecnologia praticamente do-
do, cartão de memória, etc). braram.
Os padrões AMR (Audio Modem Riser), CNR
 Externos: equipamentos que são adicionados a um
(Communications and Network Riser ) e ACR
computador, equipamentos a parte que enviam
Guarda Metropolitana
(Advanced Communications Riser) são diferen-
tes entre si, mas compartilham da ideia de permitir a
conexão à placa-mãe de dispositivos Host Signal
Processing (HSP), isto é, dispositivos cujo controle
é feito pelo processador do computador. Para isso, o
chipset da placa-mãe precisa ser compatível. Em ge-
ral, esses slots são usados por placas que exigem
pouco processamento, como placas de som, placas
de rede ou placas de modem simples.
O slot AMR foi desenvolvido para ser usado espe-
cialmente para funções de modem e áudio. Seu proje-
to foi liderado pela Intel.

ATA
Um acrónimo para a expressão inglesa Advan- SCSI
ced Technology Attachment, é um padrão para in-
SCSI (pronuncia-se "scãzi"), sigla de Small Com-
terligar dispositivos de armazenamento, como discos puter System Interface, é uma tecnologia que permite
rígidos e drives de CD-ROMs, no interior ao usuário conectar uma larga gama de periféricos,
de computadores pessoais. tais como discos rígidos, unidades CD-
ROM, impressoras e scanners.

Tecnologia USB
Barramento serial universal (USB)
Barramento externo que dá suporte à instalação
Plug and Play. Com o USB, você pode conectar e
Serial ATA, SATA ou S-ATA desconectar dispositivos sem desligar ou reiniciar o
(acrônimo para Serial AT Attachment) é uma tecno- computador. É possível usar uma única porta USB
logia de transferência de dados entre um computador para conectar até 127 dispositivos periféricos, incluin-
e dispositivos de armazenamento em massa (mass do alto-falantes, telefones, unidades de CD-ROM,
storage devices) como unidades de disco rígido e joysticks, unidades de fita, teclados, scanners e câme-
drives ópticos. ras. Uma porta USB localiza-se normalmente na parte
traseira do computador, próximo da porta serial ou da
É o sucessor da tecnologia ATA (acrônimo de AT
porta paralela.
Attachment, introduzido em 1984 pela IBM em seu
computador AT. ATA, também conhecido co-
mo IDE ou Integrated Drive Electronics) que foi reno- Plug and Play
meada para PATA (Parallel ATA) para se diferenciar Conjunto de especificações desenvolvidas pela In-
de SATA. tel para permitir que um computador detecte e configu-
Diferentemente dos discos rígidos IDE, que trans- re automaticamente um dispositivo e instale os drivers
mitem os dados através de cabos de quarenta ou oi- de dispositivos apropriados.
tenta fios paralelos, o que resulta num cabo enorme, A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde
os discos rígidos SATA transferem os dados em série. então, foi passando por várias revisões. As mais popu-
Os cabos Serial ATA são formados por dois pares de lares são as versões 1.1 e 2.0, sendo esta última ain-
fios (um par para transmissão e outro par para recep- da bastante utilizada. A primeira é capaz de alcançar,
ção) usando transmissão diferencial, e mais três fi- no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s (mega-
os terra, totalizando 7 fios, o que permite usar cabos bits por segundo), enquanto que a segunda pode ofe-
com menor diâmetro que não interferem na ventilação recer até 480 Mb/s. USB 3.0 permite velocidade de
do gabinete. até 4,8 Gb/s, que corresponde a cerca de 600 mega-
bytes por segundo, dez vezes mais que a velocidade
do USB 2.0

396
O que é Thunderbolt? sador que fica livre para realizar outras tarefas. Exis-
Tendo a Intel como principal nome por trás de seu tem 8 portas de DMA Os 8 canais DMA são numera-
desenvolvimento, mas contando também com o apoio dos de 0 a 7, sendo nos canais de 0 a3 a transferência
de companhias como Canon, Western Digital e Apple, de dados feita a 8 bits e nos demais a 16 bits. O uso
o Thunderbolt é um novo padrão de comunicação de palavras binárias de 8 bits pelos primeiros 4 canais
entre dispositivos que, em parte, aproveita recursos de DMA visa manter compatibilidade com periféricos
tecnológicos já existentes. mais antigos.
O Thunderbolt faz uso de protocolos de dois pa- Justamente por serem muito lentos, os canais de
drões conhecidos pelo mercado: PCI Express e Dis- DMA são utilizados apenas por periféricos lentos, co-
playPort. O primeiro é um barramento já bastante utili- mo drives de disquete, placas de som e portas parale-
zado para a conexão interna de dispositivos ao com- las padrão ECP. Periféricos mais rápidos, como discos
rígidos, utilizam o Bus Mastering, uma espécie de
putador, como placas de vídeo ou placas Ethernet, por
DMA melhorado. O Canal 2 de DMA é nativamente
exemplo. O segundo, por sua vez, é muito utilizado usado pela controladora de disquetes. Uma placa de
pela Apple e é tido como um concorrente do HDMI, som geralmente precisa de dois canais de DMA, um
sendo uma tecnologia para a conexão de dispositivos de 8 e outro de 16 bits, usando geralmente o DMA 1 e
de áudio e vídeo (como um monitor). 5. O DMA 4 é reservado à placa mãe. Ficamos então
O Thunderbolt pode atingir uma taxa de transferên- com os canais 3, 6 e 7 livres. Caso a porta paralela do
cia de dados de até 10 Gb/s (gigabits por segundo), micro seja configurada no Setup para operar em modo
que equivale a 1,25 gigabytes por segundo, aproxi- ECP, precisará também de um DMA, podemos então
madamente. Para efeitos comparativos, o USB 3.0 configurá-la para usar o canal 3,
pode atingir até 4,8 Gb/s, que corresponde a 600 me-
gabytes por segundo, ou seja, metade, praticamente.
O tráfego de dados pode ocorrer de manei- Pedido de interrupção
ra bidirecional, ou seja, é possível enviar e receber
informações ao mesmo tempo, já que há um canal de Um pedido de interrupção (abreviação IRQ
10 Gb/s para cada "sentido". (em inglês)) é a forma pela qual componentes de
hardware requisitam tempo computacional da CPU.
Uma única porta Thunderbolt permite a transmis-
Um IRQ é a sinalização de um pedido de interrupção
são de dados, de informações de áudio e vídeo e até
de hardware. Os computadores modernos compatíveis
mesmo de energia para alimentação dos dispositivos
com o IBM PC possuem 16 designações de IRQ (0-
conectados, dispensando, muitas vezes, uma fonte de
15), cada uma delas representando uma peça física
eletricidade exclusiva.
(ou virtual) de hardware. Por exemplo, o IRQ0 é reser-
vado para o temporizador do sistema, enquanto o
IRQ1 é reservada para o teclado. Quanto menor for o
Acesso direto à memória número do IRQ, mais prioridade ela terá para ser pro-
cessada.
O DMA é uma característica essencial dos compu-
tadores modernos. Normalmente o único componente
que acessa a memória RAM da máquina é o proces- Conexão de periféricos
sador. O recurso DMA permite que outros componen-
tes também acessem a memória RAM diretamente, Sobre o PS / 2
como discos rígidos, o que aumenta o desempenho na
transferência de grande quantidade de dados. De Nomeado em honra do IBM PS / 2 estas tomadas
outra maneira, a CPU teria que copiar todos os dados hoje são amplamente utilizados como interfaces pa-
da fonte até o destino. Isto é tipicamente mais lento do drão para o teclado e o mouse. Para a ligação do
que copiar blocos de dados dentro da memória, já que teclado utiliza-se tomada de cor violeta. Para a ligação
o acesso a dispositivo de I/O através de barramentos do mouse utiliza-se tomada de cor verde.
periféricos é mais lento que a RAM. Durante a cópia
dos dados a CPU ficaria indisponível para outras tare-
fas.
Uma transferência por DMA essencialmente copia
um bloco de memória de um dispositivo para outro. A
CPU inicia a transferência, mas não executa a transfe-
rência. Para os chamados third party DMA, como é A interface serial ou porta serial, também conhe-
utilizado normalmente nos barramentos ISA, a transfe- cida como RS-232 é uma porta decomunica-
rência é realizada pelos controladores DMA que são
tipicamente parte do chipset da placa mãe. Projetos ção utilizada para conectar pendrives
mais avançados de barramento, como o PCI, tipica- ,modems, mouses (ratos), algumasimpressoras,
mente utilizam bus-mastering DMA, onde o dispositivo scanners e outros equipamentos de hardware. Na
toma o controle do barramento e realiza a transferên- interface serial, os bits sãotransferidos em fila, ou
cia de forma independente. seja, um bit de dados de cada vez.
Um uso típico do DMA ocorre na cópia de blocos
de memória da RAM do sistema para um buffer de
dispositivo. Estas operações não bloqueiam o proces-
Guarda Metropolitana
 MP3 Player
 Celular (em Geral)

Video Graphics Array (VGA) é um padrão de grá-


Símbolo do USB.
ficos de computadores introduzido em 1987 pela IBM,
sendo também usado vulgarmente para designar o
SOFTWARE
conector associado ao padrão.

Software é uma seqüência de instruções a serem


seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecio-
namento ou modificação de um dado/informação ou
acontecimento. Software também é o nome dado ao
comportamento exibido por essa seqüência de instru-
ções quando executada em um computador ou má-
quina semelhante além de um produto desenvolvido
pela Engenharia de software, e inclui não só o pro-
grama de computador propriamente dito, mas também
A porta parale- manuais e especificações.
la éuma interfacede comunicação entre Quando um software está representado como ins-
um computador e um periférico. Quando a IBM criou truções que podem ser executadas diretamente por
seu primeiro PC("Personal Computer" ou "Computador um processador dizemos que está escrito
Pessoal"), a idéia era conectar a essa porta a em linguagem de máquina. A execução de
uma impressora, mas atualmente, são vários os peri- um software também pode ser intermediada por um
féricos que se podem utilizar desta conexão pa- programa interpretador, responsável por interpretar e
ra enviar e receber dados para o computador (exem- executar cada uma de suas instruções. Uma categoria
plos:scanners, câmeras de vídeo, unidade de disco especial e notável de interpretadores são as máquinas
removível entre outros). virtuais, como amáquina virtual Java (JVM), que simu-
lam um computador inteiro, real ou imaginado.
O dispositivo mais conhecido que dispõe de
um processador é o computador. Atualmente, com o
barateamento dos microprocessadores, existem ou-
tras máquinas programáveis, como telefone celular,
máquinas de automação industrial, calculadora etc
Eles podem ser classificados em duas grandes ca-
tegorias:[8]
1. Software de sistema que incluiu o firmware (
O BIOS dos computadores pessoais, por exem-
plo), drivers de dispositivos, o sistema operacio-
Porta USB nal e tipicamente uma interface gráfica que, em
Entre os mais conhecidos dispositivos que utilizam- conjunto, permitem ao usuário interagir com o
se da interface USB estão: computador e seus periféricos.
 Webcam 2. Software aplicativo, que permite ao usuário fazer
 Teclado uma ou mais tarefas específicas. Aplicativos po-
dem ter uma abrangência de uso de larga escala,
 Mouse
muitas vezes em AM––bito mundial; nestes casos,
 Unidades de armazenamen- os programas tendem a ser mais robustos e mais
to (HD, Pendrive, CD-ROM) padronizados. Programas escritos para um peque-
 Joystick no mercado têm um nível de padronização menor.
 Gamepad
 PDA Ainda é possível usar a categoria Software em-
 Câmera digital butido ou software embarcado, indican-
 Impressora do software destinado a funcionar dentro de uma má-
 Placa-de-Som quina que não é um computador de uso geral e nor-
 Modem malmente com um destino muito específico.

398
A versão mobile do Windows 8.1 (Windows Phone
8.1) está disponível para smartphones Nokia Lu-
Sistema operacional mia, Samsung, HTC, Blu e etc. O Windows Phone
É um programa ou um conjunto de programas cuja 8.1 utiliza um kernel semelhante ao do Windows 8.1.
função é gerenciar os recursos do sistema (definir qual Alguns aplicativos da loja são universais, rodando na
programa recebe atenção do processador, gerenciar versão 8.1 de PCs e smartphones. A atualização é
memória, criar um sistema de arquivos, etc.), forne- gratuita para dispositivos com Windows Phone 8.
cendo uma interface entre o computador e o usuário.
Embora possa ser executado imediatamente após a
máquina ser ligada, a maioria dos computadores pes- Linux é um termo popularmente utilizado para se
soais de hoje o executa através de outro programa referirsistemas operacionais que utilizem o núcleo
armazenado em uma memória não- Linux. O núcleo Linux foi desenvolvido pelo programa-
volátil ROM chamado BIOS num processo chamado dor finlandês Linus Torvalds, inspirado no siste-
"bootstrapping", conceito em inglês usado para desig- ma Minix. O seu código fonte está disponível sob a
nar processos auto-sustentáveis, ou seja, capazes de licença GPL (versão 2) para que qualquer pessoa o
prosseguirem sem ajuda externa. Após executar tes- possa utilizar, estudar, modificar e distribuir livremente
tes e iniciar os componentes da máquina (monitores, de acordo com os termos da licença.
discos, etc), o BIOS procura pelo sistema operacional
em alguma unidade de armazenamento, geralmente o Drivers
Disco Rígido, e a partir daí, o sistema operacional
São pequenos programas que fazem a comunica-
"toma" o controle da máquina. O sistema operacional
ção entre o Sistema Operacional de sua máquina e o
reveza sua execução com a de outros programas,
Hardware. Temos como exemplos de Hardware (im-
como se estivesse vigiando, controlando e orques-
pressora, mouse, placas de vídeo e rede,som, moni-
trando todo o processo computacional.
tor, pen-drives, etc...) e exemplos de Sistemas Opera-
cionais (Windows, Linux, MS-DOS, Unix, FreeBSD,
Principais sistemas operacionais: OSX, etc...). O Sistema Operacional na sua máquina
O Windows XP é uma família de sistemas opera- recebe as instruções contidas no driver, processa-as
cionais de 32 e 64-bits produzido pela Microsoft, para e, a partir daí, sabe como fazer para se comunicar
com o Hardware. Tendo como exemplo a impressora,
uso em computadores pessoais, incluindo computado- ao instalar o Driver (etapa em que vemos em outro
res residenciais e de escritórios,notebooks e media artigo), seu Sistema Operacional passa a saber em
centers. O nome "XP" deriva de eXPerience, Win- que porta ela se localiza, se ela está ou não ligada, se
dows 7 é a mais recente versão do Microsoft Win- possui papel, de que forma os dados a serem impres-
dows, uma série de sistemas operativos produzidos sos chegarão até ela, se a impressão é em preto ou
pela Microsoft para uso em computadores pessoais, colorida, entre outras coisas. Então, podemos afirmar
incluindo computadores domésticos e empresariais, que sem o Driver, nenhum Hardware poderá funcio-
nar, pois sem ele não haveria comunicação entre os
laptops e PC's de centros de mídia, entre ou-
equipamentos.
tros. Windows 7 foi lançado para empresas no dia 22
BIOS, em computaçãoBasic Input/Output System
de julho de 2009, e começou a ser vendido livremente (Sistema Básico de Entrada/Saída). O BIOS é um
para usuários comuns às 00:00 horas do dia 22 de programa de computador pré-gravado em memória
outubro de 2009, menos de 3 anos depois do lança- permanente (firmware) executado por um computador
mento de seu predecessor, Windows Vista. quando ligado. Ele é responsável pelo suporte básico
de acesso ao hardware, bem como por iniciar a carga
do sistema operacional.
O Windows 8 é um sistema operativo / operacio- Ao ligar o computador, o primeiro software que vo-
nal da Microsoft para computadores pessoais, por- cê vê a ser lido é o do BIOS. Durante a seqüência de
táteis, netbooks e tablets. É o sucessor do Windows 7. inicialização (boot), o BIOS faz uma grande quantida-
A Microsoft lançou o Windows 8 Developer Preview, de de operações para deixar o computador pronto a
primeiro a beta para o público, no dia13 de setem- ser usado. Depois de verificar a configuração na
bro de 2011, sendo seguida pela versão Consumer CMOS e carregar os manipuladores de interrupção, o
Preview no dia 29 de fevereiro de 2012. No dia 31 de BIOS determina se a placa gráfica está operacional.
maio de 2012, foi liberada para download a versão Em seguida, o BIOS verifica se trata de uma primeira
Windows 8 Release Preview. A versão final foi lança- inicialização(cold boot) ou de uma reinicialização (re-
da mundialmente em 26 de outubro de 2012. boot). Esta verifica as portas PS/2 ou portas USB à
procura de um teclado ou um rato (mouse). Procura
O Windows 8.1 (cujo codinome é Windows Blue ) igualmente por um barramento PCI (Peripheral Com-
é um sistema operacional posterior ao Windows 8 (da ponent Interconnect) e, caso encontre algum, verifica
série Windows, desenvolvida pela empre- todas as placas PCI instaladas. Se o BIOS encontrar
sa americana Microsoft), que foi anunciado no dia 14 algum erro durante o início (POST), haverá uma notifi-
de maio de 2013. A sua versão final foi lançada e dis- cação ao utilizador em forma de bipes e mensagens.
ponibilizada para consumidores e para o público em Após tudo isto são apresentados detalhes sobre o
geral em 17 de outubro de 2013. sistema:
 Processador
Guarda Metropolitana
 Unidades (drives) de disco flexível e disco rígido Aplicativos
 Memória LIBREOFFICE é uma suíte de aplicativos li-
 Versão e data do BIOS vre multiplataforma paraescritório disponível para
Software Aplicativo (normalmente referido como Windows, Unix, Solaris, Linux e Mac OS X. O
apenas Software) é um software que permite ao usua- LIBREOFFICE surgiu a partir da versão 3.3 trazendo
rio realizar uma tarefa especifica. Podemos citar vários todas as características presentes no OpenOffice.org
exemplos como o Microsoft Office,Internet Explo- 3.3, além de outras tantas exclusivas do projeto LI-
rer, Adobe Photoshop e etc. BREOFFICE.

Licenças e tipos de distribuição de software


É composto dos seguintes aplicativos:
 Writer - Editor de Texto
 Calc - Planilha
 Freeware: Freewares são softwares gratuitos, ge-
ralmente para pessoas físicas, havendo uma ver-  Impress - Editor de apresentação
são paga para uso corporativo. Geralmente propa-  Draw - Editor de Desenho
gandas ou patrocinadores mantém o projeto vivo.  Math - Editor de Fórmulas
 Shareware: São softwares que apenas funcionam  Base - Banco de Dados
por um determinado período de tempo (chamado
período de avaliação) e depois o usuário deve de-
BROFFICE era o nome adotado no Brasil da suíte
cidir se adquire ou não o produto.
para escritório gratuita e de código abertoLibreOffice.
 Demo e Trial: Versões demo e trials são versões
limitadas. As versões demo são relacionadas a jo- A Microsoft Office é uma suíte de aplicativos para
gos e geralmente são versões incompletas, mais escritório que contém programas como processador
curtas do jogo para que o jogador veja se gosta do de texto, planilha de cálculo, banco de dados (Tam-
jogo, do seu universo e jogabilidade. Versões trial bém conhecido como DB "Data Base"), apresentação
funcionam quase da mesma maneira, os progra- gráfica e gerenciador de tarefas, de e-mails e conta-
mas funcionam mas não de maneira completa, ge- tos.
ralmente não salvando ou exportando os trabalhos Em 2002, constatou-se que a suíte era líder de
realizados por completo, para utilizar todo o seu mercado, com pouco mais de 90% de market sha-
potencial o usuário deve comprar o software com- re(Krazit, 2002).
pleto ou apenas a sua licença.
Microsoft Office 2010 é a mais recente versão do
 Beta: Versões ainda em desenvolvimento ou em sistema Microsoft Office. Foi lançada em fase beta
desenvolvimento constante (como o Gmail e outras
em 2006, e em 2007 foi disponibilizada para alguns
aplicações do Google). Após a versão beta é lan- clientes, ao exemplo do que aconteceu com o Win-
çada uma versão RC (Release Candidate) que é a dows Vista.
última versão antes do lançamento oficial do sof-
tware. O Office 2007 inclui uma série de novas funcionali-
 Adware: São programas que vem junto com outros dades, a mais notável é a interface gráfica de usuário,
programas, como banners e barras de pesquisa. O completamente nova, chamada de Fluent User Inter-
adware pode ser uma limitação de um programa face, (inicialmente designada a Ribbon UI). O Office
shareware, exibindo propagandas e outros tipos de 2007 requer o Windows XP com Service Pack 2 ou
anúncio para sustentar o projeto. O banner é remo- superior, Windows Server 2003 com Service Pack 1
vido depois de comprada a licença ou superior, Windows Vista, ou Linux com a camada
 Opensource, GPL e GNU: É uma distribuição de compatibilidade CrossOverinstalada.
livre, de código-fonte aberto e disponível gratuita- O Office 2007 também inclui novas aplicações e
mente para download. O usuário tem total liberda- ferramentas do lado do servidor. Entre estas está
de para fazer suas próprias alterações e posterior- Groove, uma suite de colaboração e comunicação
mente os desenvolvedores poderão utilizar esse para pequenas empresas, que foi originalmente de-
código no projeto seguindo o mesmo padrão GPL senvolvido pela Groove Networks antes de ser adqui-
(GNU Public License) que é o formato padrão rida pela Microsoft em 2005. Também é incluído Office
Open-source. SharePoint Server 2007, uma importante revisão para
 Malware: Do inglês, Malicious Software. O termo é a plataforma de servidor de aplicativos do Office, que
utilizado para designar programas que tem como suporta "Excel Services", uma arquitetura cliente-
objetivo invadir e danificar sistemas como vírs e servidor para apoiar Excel que são compartilhados em
cavalos-de-tróia. tempo real entre várias máquinas, e também são visí-
veis e editáveis através de uma página web
 Spyware: Software que tem como objetivo monito-
rar as atividades do usuário e coletar suas informa-
ções.
.

400
quivos entre usuários (download), teleconferência
múltipla em tempo real (videoconferência), etc.

No Brasil existe o Comitê Gestor da Internet e um


órgão para o registro de domínios (FAPESP - Funda-
ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Pau-
lo).[10] No Brasil há cerca de 20 mil domínios registra-
dos.[11] No final de 1997, o Comitê Gestor liberou
novos domínios de primeiro nível, ou seja[12]:
1. .art - artes, música, pintura, folclore. etc.
2. .esp - esportes em geral;
3. .ind - provedores de informações;
4. .psi - provedores de serviços Internet;
5. .rec - atividades de entretenimento, diversão, jogos,
etc;
6. .etc - atividades não enquadráveis nas demais
categorias;
7. .tmp - eventos de duração limitada ou temporária.

Antes desses só tínhamos dois domínios:


1. .com - uso geral;
2. .org - para instituições governamentais.
INTERNET E INTRANET
De forma resumida, uma pessoa que possui um
Introdução micro computador com um aparelho chamado
"modem", utiliza a linha telefônica para conectar-se a
A Internet é o maior conglomerado de redes de um Provedor de Acesso (Oi, GVT, Net, dentre outros),
comunicações em escala mundiale dispõe milhões que possui um "link" de alta velocidade com as com-
de computadoresinterligados pelo protocolo de comu- panhias telefônicas. Estas companhias se comunicam
via satélite ou outro meio. Desta forma, se dá a cone-
nicação TCP/IP que permite o acesso a informações e xão entre dois usuários ou mais, que podem ser em-
todo tipo de transferência de dados. presas, instituições ou particulares.
A Internet distribui, através de seus servidores,
uma grande variedade de documentos, entre os quais
estão os que formam a arquitetura World Wide Web.
Protocolos
Trata-se de uma infinita quantidade de documentos
Para o funcionamento da Internet existem três ca-
hipermídia (hipertexto e multimídia) que qualquer usu-
madas de protocolos. Na camada mais baixa está
ário da rede pode acessar para consulta e que, nor- o Protocolo de Internet (Internet Protocol), que define
malmente, tem ligação com outros serviços da Inter- datagramas ou pacotes que carregam blocos de da-
net. Estes documentos são os que têm facilitado a dos de um nó da rede para outro. A maior parte da
utilização em larga escala da Internet em todo mundo, Internet atual utiliza a IPv4, quarta versão do protoco-
visto que por meio deles qualquer usuário com um lo, apesar de o IPv6 já estar padronizado, sendo usa-
mínimo de conhecimento de informática, pode acessar do em algumas redes específicas somente. Indepen-
dentemente da arquitetura de computador usada, dois
à rede.
computadores podem se comunicar entre si na Inter-
Para poder navegar na Internet ou "surfar", como é net, desde que compreendam o protocolo de Internet.
moda atualmente, é necessário dispor de um navega- Isso permite que diferentes tipos de máquinas e sis-
dor (browser). Existem diversos programas deste tipo, temas possam conectar-se à grande rede, seja
sendo os mais conhecidos na atualidade, o Microsoft um PDA conectando-se a um servidor WWW ou um
Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome, computador pessoal executando Microsoft Win-
dows conectando-se a outro computador pessoal exe-
dentre outros. Os navegadores permitem, portanto,
cutando Linux.
que os usuários da rede acessem páginas WEB de
Na camada média está o TCP, UDP e ICMP. Esses
qualquer parte do mundo e que enviem ou recebam são protocolos no qual os dados são transmitidos. O
mensagens do correio eletrônico. Existem também na TCP é capaz de realizar uma conexão virtual, forne-
rede dispositivos especiais de localização de informa- cendo certo grau de garantia na comunicação de da-
ções indispensáveis atualmente, devido à magnitude dos.
que a rede alcançou. Os mais conhecidos são Na camada mais alta estão os protocolos de apli-
o Google, Yahoo! e Ask.com. Há também outros ser- cação, que definem mensagens específicas
e formatos digitais comunicados por aplicações. Al-
viços disponíveis na rede, como transferência de ar-
guns dos protocolos de aplicação mais usados inclu-
em DNS (informações sobre domí-
Guarda Metropolitana
nio), POP3 (recebimento de e-mail), IMAP (acesso como, por exemplo, a rede de uma empresa, que só
de e-mail), SMTP (envio de e-mail), HTTP (documen- pode ser acessada por seus usuários internos.
tos da WWW) e FTP (transferência de dados). Todos
os serviços da Internet fazem uso dos protocolos de GATEWAY
aplicação, sendo o correio eletrônico e a World Wide Dispositivo conectado a várias redes TCP/IP físicas
Web os mais conhecidos. A partir desses protocolos é capaz de efetuar roteamento ou remessa de pacotes
possível criar aplicações como listas de discussão IP entre elas. Um gateway faz conversões entre proto-
ou blogs. colos de transporte ou formatos de dados diferentes
(por exemplo, IPX e IP) e geralmente é adicionado a
Conexão: uma rede principalmente por sua capacidade de con-
Os meios de acesso direto à Internet são a cone- versão.
xão dial-up, a banda larga (em cabos coaxiais, fibras
ópticas ou cabos metálicos), Wi-Fi, satélites e tele- Extranet
fones celulares com tecnologia 3G. Apesar de ser considerada uma rede interna,
a intranet, permite que microcomputadores localiza-
Backbone dos em uma filial, se conectados à internet, acessem
conteúdos que estejam em sua matriz, o que caracte-
No contexto de redes de computadores,
riza a formação de uma rede extranet. Ela cria um
o backbone (backbone traduzindo pa-
canal de comunicação direto entre a empresa e seus
ra português, espinha dorsal, embora no contexto de
funcionários, tendo um ganho significativo em termos
redes, backbone signifique rede de transporte) desig-
de segurança.
na o esquema de ligações centrais de um sistema
mais amplo, tipicamente de elevado desempenho.
Por exemplo, os operadores
de telecomunicações mantêm sistemas internos de Diferenças entre termos comuns
elevadíssimo desempenho para comutar os diferentes
tipos e fluxos de dados (voz, imagem, texto, etc). LAN: É uma rede local onde dois ou mais computado-
Na Internet, numa rede de escala planetária, podem- res se conectam ou até mesmo dividem o mesmo
se encontrar hierarquicamente divididos, vários back- acesso à internet. Neste tipo de rede, os host's se
bones: os de ligação intercontinental, que derivam nos comunicam entre si e com o resto do mundo sem "ne-
backbones internacionais, que por sua vez derivam nhum" tipo de restrição.
nos backbones nacionais. Neste nível encontram-se,
tipicamente, várias empresas que exploram o acesso Internet: É um conglomerado de redes locais, interco-
à telecomunicação — são, portanto, consideradas a nectadas e espalhadas pelo mundo inteiro, através
periferia do backbone nacional. doprotocolo de internet. Sem dúvidas ela é uma das
Dos protocolos tipicamente utilizados destacaram- melhores formas de pesquisa encontradas até hoje,
se o ATM e Frame Relay, e em termos de hardware, pois facilita o fluxo de informações espalhadas por
a fibra óptica e a comunicação sem fios, como transfe- todo o globo terrestre.
rências por microondas ou laser.
Intranet: É uma rede interna, frequentemente utilizada
Modem por empresas. Neste tipo de conexão, o acesso ao
A palavra Modem vem da junção das pala- conteúdo é geralmente restrito, assim, somente é pos-
vras modulador e demodulador. É um dispositi- sível acessá-lo localmente (ex.: sistemas de bancos,
vo eletrônico que modula um sinal digital numa onda supermercados, etc). A intranet é uma versão particu-
analógica, pronta a ser transmitida pela linha telefóni- lar da internet, podendo ou não estar conectada à ela.
ca, e que demodula o sinal analógico e reconverte-o
para o formato digital original. Utilizado pa- Extranet: É uma abrangência da intranet, ou seja, ela
ra conexão à Internet é estendida à usuários externos, como representantes
Os modems para acesso discado geralmente são ou clientes de uma empresa. Outro uso comum do
instalados internamente no computador (em slots PCI) termo extranet ocorre na designação da "parte priva-
ou ligados em uma porta serial, enquanto da" de um site, onde apenas os usuários registrados
os modems para acesso em banda larga podem (previamente autenticados por seu login e senha) po-
ser USB, Wi-Fi ou Ethernet. dem navegar. Diferentemente da intranet, a extranet
Os modems ADSL diferem dos modems para acesso precisa de conexão com a internet para existir.
discado porque não precisam converter o sinal de
digital para analógico e de analógico para digital por-
que o sinal é sempre digital (ADSL - Asymme- Rede de computadores
tric DigitalSubscriber Line).
Uma rede de computadores consiste em 2 ou
Intranet mais computadores e outros dispositivos interligados
A intranet é uma rede de computadores privada entre si de modo a poderem compartilhar recursos
que assenta sobre a suite de protocolos da Internet, físicos e lógicos, estes podem ser do ti-
porém, de uso exclusivo de um determinado local,

402
po: dados, impressoras, mensagens (e-mails),entre Um exemplo de WWAN se refere a rede de celula-
outros. res que cobre as diversas regiões do globo. A distân-
Num primeiro momento, os computadores eram in- cia alcançada é limitada apenas pela tecnologia de
terconectados nos departamentos da empresa. Sendo transmissão utilizada, uma vez que o nível do sinal vai
assim, a distância entre os computadores era peque- depender dos equipamentos de transmissão e recep-
na, limitada a um mesmo local. Por esse motivo as ção.
redes passaram a ser conhecidas como redes locais.
SAN
LAN Uma SAN (Storage Area Network) é uma rede des-
Em computação, rede de área local (ou LAN, acrô- tinada exclusivamente a armazenar dados.
nimo de local area network) é uma rede de computa-
dor utilizada na interconexão de computadores, equi-
pamentos processadores com a finalidade de troca de PAN
dados. Tais redes são denominadas locais por cobri- Uma PAN (Personal Area Network) é uma rede
rem apenas uma área limitada (10 Km no máximo, doméstica que liga recursos diversos ao longo de uma
quando passam a ser denominadas MANs), visto que, residência. Através da tecnologia Bluetooth obtém-se
fisicamente, quanto maior a distância de um nó da uma rede PAN.
rede ao outro, maior a taxa de erros que ocorrerão
devido à degradação do sinal.
GAN
As LANs são utilizadas para conectar estações,
servidores, periféricos e outros dispositivos que pos- Uma GAN (Global Area Network), é uma coleção
suam capacidade de processamento em uma casa, de redes de longa distância ao longo do globo.
escritório, escola e edifícios próximos.
CAN
MAN Uma CAN (Campus Area Network), é uma ligação
Os MAN (Metropolitan Area Network, redes metro- entre vários computadores de vários edifícios numa
politanas) interligam vários LAN geograficamente pró- determinada área (EX. Universidades, Escolas, …);
ximos (no máximo, a algumas dezenas de quilôme-
tros) com débitos importantes. Assim, um MAN permi- Os tipos de rede podem-se classificar como:
te a dois nós distantes comunicar como se fizessem Peer-to-Peer: Neste tipo de arquitetura os compu-
parte de uma mesma rede local. tadores não necessitam de qualquer tipo de sistema
operativo, e os computadores não necessitam de ter
WAN grande capacidade quer de memória como de proces-
A Wide Area Network (WAN), Rede de área alar- samento;
gada ou Rede de longa distância, também conhecida Client/Server: Neste tipo de arquitetura existem
como Rede geograficamente distribuída, é uma rede computadores dedicados, ou seja, têm recursos a que
de computadores que abrange uma grande área geo- os outros computadores (manejados pelos clientes)
gráfica, com freqüência um país ou continente. vão aceder, estes tipos de computadores, são quase
como super computadores, ou seja, computadores
com muita memória e de grande quantidade de pro-
WLAN
cessamento, e usam sistemas operativos de rede (EX.
Wireless LAN ou WLAN (Wireless Local Area Windows 2000 server).
Network) é uma rede local que usa ondas de rádio
para fazer uma conexão Internet ou entre uma rede,
ao contrário da rede fixa ADSL ou conexão-TV, que Endereço de acesso a internet
geralmente usa cabos.

Uniform Resource Locator


WMAN
Um URL (de Uniform Resource Locator), em portu-
É uma rede sem fio de maior alcance em relação a
guês Localizador-Padrão de Recursos, é o endereço
WLAN, isto é, cobre cidades inteiras ou grandes regi-
de um recurso (um arquivo, uma impressora etc.),
ões metropolitanas e centros urbanos. A WMAN é
disponível em uma rede; seja a Internet, ou uma rede
uma rede sem fio que tem um alcance de dezenas de
corporativa, uma intranet. Uma URL tem a seguinte
quilômetros. Podendo interligar, por exemplo, diversos
estrutura:
escritórios regionais, ou diversos setores de um cam-
pus universitário, sem a necessidade de uma estrutura
baseada em fibra óptica que elevaria o custo da rede. http://www.facebook.com.br

WWAN protocolo://serviço.sub-domínio.domínio.país
É uma rede sem fio de maior alcance em relação a
WAN, isto é, pode cobrir diversos países atingindo augustojams1@gmail.com
milhares de quilômetros de distancia. Para que isso
seja possível existe a necessidade de utilização de
antenas potentes para retransmissão do sinal. caixa postal @ servidor . domínio
Guarda Metropolitana
nota: os demais servem como identificador dos dispositivos
http://www.youtube.com/ conectados (PCs, impressoras, etc);
(quando não exibe país trata-se de Estados Unidos da - Os endereços IP da classe B são usados nos ca-
América) sos onde a quantidade de redes é equivalente ou se-
melhante à quantidade de dispositivos. Para isso,
http://www.unb.br/ usam-se os dois primeiros bytes do endereço IP para
identificar a rede e os restantes para identificar os
(quando não exibe domínio trata-se de área educacio-
dispositivos;
nal)
- Os endereços IP da classe C são usados em lo-
cais que requerem grande quantidade de redes, mas
Obs.: nem todo endereço inicia com http. com poucos dispositivos em cada uma. Assim, os três
ftp://ftp.datasus.gov.br/cnes/ primeiros bytes são usados para identificar a rede e o
último é utilizado para identificar as máquinas.
Endereço IP Quanto às classes D e E, elas existem por motivos
Para que o seu computador seja encontrado e especiais: a primeira é usada para a propagação de
possa fazer parte da rede mundial de computadores, pacotes especiais para a comunicação entre os com-
necessita ter um endereço único. putadores, enquanto que a segunda está reservada
O endereço IP é uma sequência de números com- para aplicações futuras ou experimentais.
posta de 32 bits. Esse valor consiste em um conjunto Vale frisar que há vários blocos de endereços re-
de quatro sequências de 8 bits. Cada uma destas é servados para fins especiais. Por exemplo, quando o
separada por um ponto e recebe o nome de octeto ou endereço começa com 127, geralmente indica uma
simplesmente byte, já que um byte é formado por 8 rede "falsa", isto é, inexistente, utilizada para testes.
bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere
que cada octeto é formado por números que podem ir à própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta
de 0 a 255, não mais do que isso. que o leva a ser chamado de localhost. Já o endereço
A divisão de um IP em quatro partes facilita a orga- 255.255.255.255 é utilizado para propagar mensagens
nização da rede os dois primeiros octetos de um ende- para todos os hosts de uma rede de maneira simultâ-
reço IP podem ser utilizados para identificar a rede, nea.
por exemplo: em uma escola que tem, por exemplo,
uma rede para alunos e outra para professores, pode- Endereços IP privados
se ter 172.31.x.x para uma rede e 172.32.x.x para a Há conjuntos de endereços das classes A, B e C
outra, sendo que os dois últimos octetos são usados que são privados. Isto significa que eles não podem
na identificação de computadores. ser utilizados na internet, sendo reservados para apli-
Para que seja possível termos tanto IPs para uso cações locais. São, essencialmente, estes:
em redes locais quanto para utilização na internet, -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255
contamos com um esquema de distribuição estabele- - Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255
cido pelas entidades IANA (Internet Assigned Num-
- Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
bers Authority) e ICANN (Internet Corporation for As-
signed Names and Numbers) que, basicamente, divide
os endereços em três classes principais e mais duas Suponha então que você tenha que gerenciar uma
complementares. São elas: rede com cerca de 50 computadores. Você pode alo-
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até car para estas máquinas endereços de 192.168.0.1
128 redes, cada uma com até 16.777.214 dispositivos até 192.168.0.50, por exemplo. Todas elas precisam
conectados; de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um
IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta co-
nectá-las a um servidor ou equipamento de rede -
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até como um roteador - que receba a conexão à internet e
16.384 redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; a compartilhe com todos os dispositivos conectados a
ele. Com isso, somente este equipamento precisará
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até de um endereço IP para acesso à rede mundial de
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos; computadores.

Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;


Máscara de sub-rede
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast
reservado. As classes IP ajudam na organização deste tipo de
endereçamento, mas podem também representar
As três primeiras classes são assim divididas para desperdício. Uma solução bastante interessante para
atender às seguintes necessidades: isso atende pelo nome de máscara de sub-rede,
recurso onde parte dos números que um octeto desti-
- Os endereços IP da classe A são usados em lo-
nado a identificar dispositivos conectados (hosts) é
cais onde são necessárias poucas redes, mas uma
"trocado" para aumentar a capacidade da rede.
grande quantidade de máquinas nelas. Para isso, o
primeiro byte é utilizado como identificador da rede e

404
Identifica-
Identifica- Máscara 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.4
Clas Endereço dor
dor de sub- 56,
se IP do com-
da rede rede O IPv6 utiliza oito sequências de até quatro carac-
putador teres separado por ':' (sinal de dois pontos) mas con-
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 siderando o sistema hexadecimal, exemplo:
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
B 172.31.101. 172.31 101.25 255.255.0.
25 0
Protocolos
C 192.168.0.1 192.168.0 10 255.255.25
0 5.0 O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comuni-
cação entre computadores em rede (também chama-
do de pilha de protocolos TCP/IP). Seu nome vem de
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado per-
dois protocolos: o TCP (Transmission Control Protocol
manentemente a um dispositivo, ou seja, seu número
- Protocolo de Controlo de Transmissão) e
não muda, exceto se tal ação for executada manual-
o IP (Internet Protocol - Protocolo de Interconexão). O
mente. Como exemplo, há casos de assinaturas de
conjunto de protocolos pode ser visto como um mode-
acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui um
lo de camadas, onde cada camada é responsável por
IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que
um grupo de tarefas, fornecendo um conjunto de ser-
um cliente se conectar, usará o mesmo IP.
viços bem definidos para o protocolo da camada supe-
rior.
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é
dado a um computador quando este se conecta à
rede, mas que muda toda vez que há conexão. Camada Exemplo
O método mais utilizado na distribuição de IPs di-
nâmicos é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configura- HTTP, HTTPS, FTP,
tion Protocol).
4 - Aplicação DNS, SMTP, POP,
O DHCP, Dynamic Host Configuration Proto-
IMAP ...
col (Protocolo de configuração dinâmica de host), é
um protocolo de serviço TCP/IP que oferece configu-
ração dinâmica de terminais, com concessão 3 - Transporte TCP, UDP
de endereços IP de host, Máscara de sub-rede, De-
fault Gateway (Gateway Padrão), Número IP de um ou 2 - Internet ou Inter - Rede IP
mais servidores DNS, Número IP de um ou mais ser-
vidores WINS e Sufixos de pesquisa do DNS. Ethernet, Wi-Fi,Modem,
1 - Interface com a Rede
etc.
DNS
O DNS (Domain Name System - Sistema de No- Ethernet é uma tecnologia de interconexão pa-
mes de Domínios) é um sistema de gerenciamento de ra redes locais - Rede de Área Local (LAN) - baseada
nomes hierárquico e distribuído operando segundo no envio de pacotes. Ela define cabeamento e sinais
duas definições: elétricos para a camada física, e formato de pacotes e
1. Examinar e atualizar seu banco de dados. protocolos para a camada de controle de acesso ao
2. Resolver nomes de domínios em endereços de meio (Media Access Control -MAC)
rede (IPs). Wi-Fi dispositivos de rede local sem fios.
Existem 13 servidores DNS raiz no mundo todo e
sem eles a Internet não funcionaria. Destes, dez estão
localizados nos Estados Unidos da América, um na TCP
Ásia e dois na Europa. Para Aumentar a base instala-
da destes servidores, foram criadas réplicas localiza- 1.Protocolo de controle de transmissão.
das por todo o mundo, inclusive no Brasil desde 2003. 2.Divide a informação em pacotes.
Ou seja, os servidores de diretórios responsáveis 3.Verifica erro de transmissão.
por prover informações como nomes e endereços das 4.Garante o envio da informação.
máquinas são normalmente chamados servidores de
nomes. Na Internet, os serviços de nomes usado é o 5.TCP aguarda mensagem de recebimento de cada
pacote para disponibilizar o próximo pacote para o
DNS, que apresenta uma arquitetura cliente/servidor,
protocolo da camada de aplicação.
podendo envolver vários servidores DNS na resposta
a uma consulta. UDP
IPv6
Complemento do TCP que oferece um serviço de
A primeira diferença que se nota entre o IPv4 e o
datagrama sem conexão que não garante nem a en-
IPv6 é o seu formato: o primeiro é constituído por 32
trega nem a seqüência correta de pacotes entregues
bits, como já informado, enquanto que o segundo é (muito semelhante ao IP).
formado por 128 bits. Com isso, teoricamente, a quan-
tidade de endereços disponíveis pode chegar a: É um protocolo de comunicação que oferece uma
quantidade limitada de serviço quando as mensagens
Guarda Metropolitana
são trocadas ente computadores em uma rede que Protocolo de gerenciamento de rede simples (SNMP)
usa Internet Protocol ( IP ).
UDP é uma alternativa para o Transmission Control Protocolo de rede usado para gerenciar redes
Protocol ( TCP ) e, com o IP, ás vezes é referido como TCP/IP. No Windows, o serviço SNMP é utilizado para
UDP / IP. fornecer informações de status sobre um host em uma
Assim como o TCP, o UDP usa o Internet Protocol rede TCP/IP.
para realmente levar uma unidade de dados ( chama-
da de datagrama ( datagram ) ) de um computador
para outro.
Protocolo de transferência de correio simples (SMTP)
Diferentimente do TCP, o UDP não fornece o servi-
ço de dividir uma mensagem em pacotes ( datagra- Participante do conjunto de protocolos TCP/IP que
mas ) e remontá – la na outra extremidade.
governa a troca de email entre agentes de transferên-
cia de mensagens.
Protocolo de transferência de hipertexto (HTTP)

O protocolo utilizado para transferir informações na Post Office protocol 3 (POP3)


World Wide Web. Um endereço HTTP (um tipo de
POP3 lida com o recebimento de e-mails. É um
localizador de recursos uniforme [URL]) tem a forma:
protocolo cliente / servidor no qual o e-mail é recebido
http://www.microsoft.com.
e guardado para você no servidor.

Secure Hipertext Transfer Protocol (HTTPS)


Protocolo de Acesso a Mensagem na Internet (IMAP)
Utiliza protocolo de segurança SSL ou TLS que uti-
Com o IMAP você vê a mensagem no servidor co-
liza criptografia para transmissão de dados e assinatu-
mo se estivesse no seu computador. Uma mensagem
ra digital.
apagada localmente ainda fica no provedor. O e-mail
pode ser mantido e lido no servidor.
Segurança da camada de transporte (TLS)

Protocolo padrão usado para fornecer comunica- Telnet


ções seguras pela Web na Internet ou em intranets.
Protocolo de emulação de terminal muito utilizado
Permite que clientes autentiquem servidores ou, opci-
na Internet para logon em computadores de rede.
onalmente, que servidores autentiquem clientes. Além
Telnet também indica o aplicativo que usa o protocolo
disso, fornece um canal seguro ao criptografar as co-
Telnet para os usuários que fazem logon de locais
municações. A TLS é a versão mais recente e segura
remotos.
do protocolo SSL.

Camada de soquetes de segurança (SSL)


OUTROS:
Padrão aberto proposto para o estabelecimento de
um canal de comunicações seguro para impedir a ARP (Protocolo de resolução de endereços).
interceptação de informações críticas, como números
RARP (Protocolo de resolução inversa de endere-
de cartão de crédito. Basicamente, permite transações
ços).
eletrônicas financeiras seguras na World Wide Web,
DNS (Serviço de nome de domínio).
embora tenha sido desenvolvido para funcionar tam-
bém em outros serviços da Internet. FINGER (Procura o usuário local /remoto).
ICMP (Protocolo de mensagens de controle da in-
ternet).
Protocolo de transferência de arquivo (FTP) LPD (Daemon de impressora de linha).
NFS (Sistema de arquivo de rede).
Membro do conjunto de protocolos TCP/IP, usado
NIS (Serviços de informações de rede).
para copiar arquivos entre dois computadores na In-
NTP (Protocolo de hora da rede).
ternet. Os dois computadores devem dar suporte às
suas respectivas funções FTP: um deles deve ser um RDISC (Protocolo de descoberta de roteador).
cliente FTP e o outro deve ser um servidor FTP. REXEC (Serviço de execução remota).
RIP (Protocolo de informações de roteamento).

406
RLOGIN (Serviço de login remoto). A maior vantagem do webmail é o facto de não ser
RPC (Chamada de procedimento remoto). necessário possuir um programa específico para a
leitura ou envio de mensagens de correio electrónico,
RSH (Serviço de shell remoto).
qualquer computador ligado à internet com
RWHO (Monitoramento remoto de usuários). um navegador é suficiente. Isto também significa que
RWALL (Transmissão de mensagem remota). ao contrário de outros protocolos de comunicação na
RADIO (Transmissor / receptor de rádio). web, como o POP3 não é necessário utilizar sempre o
mesmo computador.
SSH (Serviços shell seguros).
No entanto existe o inconveniente de ter as men-
TALK (Fala com o usuário remoto / local). sagens de correio electrónico armazenadas
TFTP (Protocolo de transferência de arquivo trivi- no servidor do ISP (Internet Service Provider- forne-
al). cedor de acesso à Internet, o que pode limitar o nú-
mero de mensagens que podemos armazenar.
WHOIS (Serviço de procura remota).
Com o crescimento do webmail surgiram vá-
rias empresas que fornecem este serviço, gratuita-
SERVIÇOS DISPONÍVEIS NA WEB mente ou não. Exemplo: Yahoo, hotmail, Google
(gmail), etc.
WWW
A World Wide Web (que em português se traduz li- CORREIO ELETRÔNICO
teralmente por teia mundial), também conhecida co- Um correio eletrônico ou e-mail ou correio-e é um
mo Web e WWW, é um sistema de documentos método que permite compor, enviar e receber mensa-
em hipermídia que são interligados e executados gens através de sistemas eletrônicos de comunicação.
na Internet. O termo e-mail é aplicado tanto aos sistemas que
Os documentos podem estar na forma de vídeos, utilizam a Internet e são baseados no protocolo SMTP,
sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informa- como aqueles sistemas conhecidos como intranets,
ção, pode-se usar um programa de computador cha- que permitem a troca de mensagens dentro de uma
mado navegador para descarregar informações (cha- empresa ou organização e são, normalmente, basea-
madas "documentos" ou "páginas") de servidores dos em protocolos proprietários.
web (ou "sítios") e mostrá-los na tela do usuário. O O envio e recebimento de uma mensagem de e-
usuário pode então seguir as hiperligações na página mail é realizada através de um sistema de correio
para outros documentos ou mesmo enviar informa- eletrônico. Um sistema de correio eletrônico é com-
ções de volta para o servidor para interagir com ele. O posto de programas de computador que suportam a
ato de seguir hiperligações é, comumente, chamado funcionalidade de cliente de e-mail e de um ou
de "navegar" ou "surfar" na Web. mais servidores de e-mail que, através de um endere-
Visualizar uma página web ou outro recurso dispo- ço de correio eletrônico, conseguem transferir uma
nibilizado normalmente inicia ou ao digitar mensagem de um usuário para outro. Estes sistemas
uma URL no navegador ou seguindo (acessando) uma utilizam protocolos de Internet que permitem o tráfego
hiperligação. Primeiramente, a parte da URL referente de mensagens de um remetente para um ou mais
ao servidor web é separada e transformada em destinatários que possuem computadores conectados
um endereço IP, por um banco de da- à Internet.
dos da Internet chamado Domain name system Cliente de e-mail é um programa de computa-
(DNS). O navegador estabelece então uma cone- dor que permite enviar, receber e personalizar mensa-
xão TCP-IP com o servidor web localizado no endere- gens de e-mail. Microsoft Outlook Express , o Mozilla
ço IP retornado. Thunderbird, Apple Mail (sistema Macintosh)
O próximo passo é o navegador enviar uma requi- , Kmail (LINUX)
sição HTTP ao servidor para obter o recurso indicado Vantagens
pela parte restante da URL (retirando-se a parte do
servidor). No caso de uma página web típica, o tex- 1. Ler e escrever e-mail offline;
to HTML é recebido e interpretado pelo navegador, 2. Armazenar o e-mail no disco rígido;
que realiza então requisições adicionais para figuras,
3. Utilizar múltiplas contas de correio electrónico ao
arquivos de formatação, arquivos de script e outros
mesmo tempo;
recursos que fazem parte da página.
4. Criar uma lista de contactos detalhada;
O navegador então renderiza a página na tela do
usuário, assim como descrita pelos arquivos que a 5. Enviar e receber mensagens encriptadas;
compõe. 6. Travar o SPAM;
Renderização é o processo pelo qual pode-se ob- 7. Configurar newsgroups facilmente;
ter o produto final de um processamento digi- 8. Enviar e-mail em formato HTML (que permite criar
tal qualquer. mensagens mais práticas e visualmente aprazíveis)

WEBMAIL
Webmail é uma interface da World Wide Web que Acesso remoto
permite ao utilizador ler e escrever e-mail usando
um navegador. O acesso remoto é um novo recurso com o qual
você pode se conectar ao seu computador via Inter-
Guarda Metropolitana
net, não importa onde você esteja. Para usar esse
recurso, o computador deve estar ligado, e o acesso VNC
remoto deve ser instalado e habilitado. Nesse caso, e Virtual Network Computing é
se você tiver configurado o acesso remoto correta- um protocolodesenhado para possibilitar interfaces
mente, será possível acessar e trabalhar no seu com- gráficas remotas. Através deste protocolo um usuário
putador usando qualquer outro computador via Inter- pode conectar-se a um computador remotamente, e
net. Não é necessário ter um acesso remoto instalado utilizar as suas funcionalidades visuais como se esti-
no computador a partir do qual você está acessando o vesse sentado em frente do computador.
seu computador. O acesso pode ser feito a partir de Algumas das aplicações práticas incluem a 'assis-
qualquer computador que possua uma conexão com a tência remota' ao usuário remoto.
Internet, de preferência via banda larga.
Uma das grandes vantagens é poder fazer a cone-
Além de permitir o uso remoto do seu computador, xão de diferentes ambientes unix(linux e outros) em
o acesso remoto também oferece outros úteis recur- winnt (windows X)
sos, incluindo:
1. Transferência de arquivos: Permite copiar arquivos
ou pastas do computador remoto para o seu pró-
prio computador e vice-versa.
2. Compartilhamento de arquivos: Permite que você
envie arquivos que, devido a características ou ta- CONCEITOS SOBRE SEGURANÇA.
manhos específicos, poderiam ser difíceis de envi-
ar por e-mail. O acesso remoto gera um link seguro
que você pode enviar a outros usuários para que Os problemas de segurança e crimes por compu-
eles façam o download de arquivos diretamente do tador são de especial importância para os projetistas e
seu computador. usuários de sistemas de informação. Com relação à
3. Convite para visitante: Útil para permitir que um segurança da informação;
colega acesse o seu computador remotamente, por Confidencialidade garantia de que as informações
exemplo, para ajudá-lo a resolver um problema. Ele
não poderão ser acessadas por pessoas não autori-
poderá ver a sua área de trabalho, controlar o
mouse e o teclado, transferir arquivos... zadas.
As comunicações entre ambos os computadores
com acesso remoto são corretamente criptografadas e
incluem uma assinatura digital para não serem inter-
ceptadas por terceiros.
Autenticidade é a capacidade de conhecer as identi-
TELNET dades das partes na comunicação.
O protocolo Telnet é um protocolo standard
de Internet que permite a interface de terminais e de Integridade é a garantia de que as informações ar-
aplicações através da Internet. Este protocolo fornece
as regras básicas para permitir ligar um cliente (siste- mazenadas ou transmitidas não sejam alteradas.
ma composto de uma afixação e um teclado) a um
intérprete de comando (do lado do servidor).O proto- Não repúdio: propriedade de evitar a negativa de
colo baseia-se numa conexão TCP para enviar dados autoria de transações por parte do usuário, garantindo
em formato ASCII codificado em 8 bits entre os quais
ao destinatário o dado sobre a autoria da informação
se intercalam sequências de controle para o Telnet.
Fornece assim um sistema orientado para a comuni- recebida.
cação, bidireccional (half-duplex), codificado em 8 bits
fácil de aplicar. Com essa conexão é possível o aces-
so remoto para qualquer máquina ou equipamento
que esteja sendo executado em modo servidor. O }
protocolo Telnet é um protocolo de transferência de
dados não seguro, o que quer dizer que os dados que
veicula circulam às claras na rede (de maneira não Disponibilidade é a garantia de que os sistemas es-
codificada).
tarão disponíveis quando necessários. Propriedade
que garante o acesso às informações através dos
SSH
sistemas oferecidos.
Em informática o SSH (Secure Shell) é, ao mesmo
tempo, um programa de computador e um protocolo
de rede que permitem a conexão com outro computa- Confiabilidade: é a garantia de que os sistemas de-
dor na rede de forma a permitir execução de coman- sempenharão seu papel com eficácia em um nível de
dos de uma unidade remota. Ele possui as mesmas
qualidade aceitável. Garantia de que o sistema se
funcionalidades do TELNET, com a vantagem
da criptografada na conexão entre o cliente e o servi- comporta como esperado, em geral após atualizações
dor. e retificações de erro.

408
res HTTP, FTP, de correio eletrônico, etc) separados
Privacidade: é a capacidade de controlar quem vê as da rede local, limitando assim o potencial dano em
informações e sob quais condições. caso de comprometimento de algum destes serviços
por um invasor. Para atingir este objetivo os computa-
dores presentes em uma DMZ não devem conter ne-
Auditoria: análise e responsabilização de erros de
nhuma forma de acesso à rede local.
usuários autorizados do sistema.
A configuração é realizada através do uso de equi-
pamentos de Firewall, que vão realizar o controle de
Virtual Private Network
acesso entre a rede local, a internet e a DMZ (ou, em
Rede Privada Virtual é uma rede de comunicações um modelo genérico, entre as duas redes a serem
privada normalmente utilizada por uma empresa ou separadas e a DMZ). Os equipamentos na DMZ po-
um conjunto de empresas e/ou instituições, construída dem estar em um switch dedicado ou compartilhar um
em cima de uma rede de comunicações pública (como switch da rede, porém neste último caso devem ser
por exemplo, a Internet). configuradas Redes Virtuais distintas dentro do equi-
pamento, também chamadas de VLANs(Ou seja, re-
VPNs seguras usam protocolos de criptografia por
des diferentes que não se "enxergam" dentro de uma
tunelamento que fornecem a confidencialidade, auten-
mesma rede - LAN).
ticação e integridade necessárias para garantir a pri-
vacidade das comunicações requeridas. Quando ade- O termo possui uma origem militar, significando a
quadamente implementados, estes protocolos podem área existente para separar dois territórios inimigos
assegurar comunicações seguras através de redes em uma região de conflito. Isto é utilizado, por exem-
inseguras. plo, para separar as Coréias do Norte e do Sul.
DeMilitarized Zone ou "zona desmilitarizada
Arquiteturas de DMZ
Three-Pronged Firewall – Designa-se assim deri-
vado da utilização de uma firewall com 3 pontos de
rede, um para a rede privada, outro para a rede públi-
ca e outro ainda para a DMZ. Esta arquitetura caracte-
riza-se por ser simples de implementar e de baixo
custo, no entanto, é mais vulnerável e tem uma per-
formance mais reduzida em comparação à DMZ com
2 firewalls.
Multiple Firewall DMZ – São utilizados diversas
firewalls para controlar as comunicações entre as re-
des externa pública e interna (privada). Com esta ar-
quitetura temos uma segurança mais efetiva podemos
balancear a carga de tráfego de dados e podemos
proteger várias DMZ's para além da nossa rede inter-
na.
De um modo geral podemos dizer que as regras de
segurança aplicadas a uma DMZ são:
1. A rede interna pode iniciar conexões a qualquer
uma das outras redes mas nenhuma das outras re-
des pode iniciar conexões nesta.
2. A rede pública (internet) não pode iniciar conexões
na rede interna mas pode na DMZ.
3. A DMZ não pode fazer conexões à rede interna
mas pode na rede pública.

DMZ, em segurança da informação, é a sigla para


de DeMilitarized Zone ou "zona desmilitarizada", em FIREWALL
português. Também conhecida como Rede de Perí-
Parede de fogo (em inglês: Firewall) é um disposi-
metro, a DMZ é uma pequena rede situada entre uma
tivo de uma rede de computadores que tem por objeti-
rede confiável e uma não confiável, geralmente entre vo aplicar uma política de segurança a um determina-
a rede local e a Internet. do ponto da rede. O firewall pode ser do tipo filtros de
A função de uma DMZ é manter todos os serviços pacotes, proxy de aplicações, etc. Os firewalls são
que possuem acesso externo (tais como servido- geralmente associados a redes TCP/IP.
Guarda Metropolitana
Este dispositivo de segurança existe na forma de estado de conexões legítimas. Simultaneamente,
de software e de hardware, a combinação de ambos os pacotes também vão sendo comparados a padrões
normalmente é chamado de "appliance". A complexi- legítimos de tráfego para identificar possíveis ataques
dade de instalação depende do tamanho da rede, da ou anomalias. A combinação permite que novos pa-
política de segurança, da quantidade de regras que
controlam o fluxo de entrada e saída de informações e drões de tráfegos sejam entendidos como serviços e
do grau de segurança desejado. possam ser adicionados às regras válidas em poucos
minutos.

Filtros de Pacotes
Firewall de Aplicação
Estes sistemas analisam individualmente os paco-
tes à medida que estes são transmitidos. As regras Com a explosão do comércio eletrônico, percebeu-
podem ser formadas indicando os endereços de rede se que mesmo a última tecnologia em filtragem de
(de origem e/ou destino) e as por- pacotes para TCP/IP poderia não ser tão efetiva quan-
tas TCP/IP envolvidas na conexão. A principal desvan- to se esperava. Com todos os investimentos dispendi-
tagem desse tipo de tecnologia para a segurança resi- dos em tecnologia de stateful firewalls, os ataques
de na falta de controle de estado do pacote, o que continuavam a prosperar de forma avassaladora. So-
permite que agentes maliciosos possam produzir pa- mente a filtragem dos pacotes de rede não era mais
cotes simulados (com endereço IP falsificado, técnica suficiente. Os ataques passaram a se concentrar nas
conhecida como IP Spoofing), fora de contexto ou características (e vulnerabilidades) específicas de
ainda para serem injetados em uma sessão válida. cada aplicação. Percebeu-se que havia a necessidade
de desenvolver um novo método que pudesse analisar
as particularidades de cada protocolo e tomar deci-
Proxy Firewall ou Gateways de Aplicação sões que pudessem evitar ataques maliciosos contra
uma rede.
O firewall de proxy trabalha recebendo o fluxo de
conexão, tratando as requisições como se fossem
PROXY
uma aplicação e originando um novo pedido sob a
responsabilidade do mesmo firewall para o servidor Proxy é um servidor intermediário que atende a
de destino. A resposta para o pedido é recebida pe- requisições repassando os dados do cliente à frente:
lo firewall e analisada antes de ser entregue para o um usuário (cliente) conecta-se a um servidor proxy,
solicitante original. requisitando algum serviço, como um arquivo, cone-
Os gateways de aplicações conectam as redes xão, página web, ou outro recurso disponível no outro
servidor.
corporativas à Internet através de estações seguras
Um servidor proxy pode, opcionalmente, alterar a
(chamadas de bastion hosts) rodando aplicativos es-
requisição do cliente ou a resposta do servidor e, al-
pecializados para tratar e filtrar os dados (os proxy gumas vezes, pode disponibilizar este recurso mesmo
firewalls). Estes gateways, ao receberem as requisi- sem se conectar ao servidor especificado. Pode tam-
ções de acesso dos usuários e realizarem uma se- bém atuar como um servidor que armazena dados em
gunda conexão externa para receber estes dados, forma de cache em redes de computadores. São ins-
acabam por esconder a identidade dos usuários nes- talados em máquinas com ligações tipicamente supe-
tas requisições externas, oferecendo uma proteção riores às dos clientes e com poder de armazenamen-
to elevado.
adicional contra a ação dos crackers.
Esses servidores têm uma série de usos, como fil-
trar conteúdo, providenciar anonimato, entre outros.
Um proxy de cache HTTP ou, em inglês, caching
Stateful Firewall (ou Firewall de Estado de Sessão) proxy, permite por exemplo que o cliente requisite um
documento na World Wide Web e o proxy procura pelo
O firewall guardava o estado de todas as últimas documento na sua caixa
transações efetuadas e inspecionava o tráfego para
evitar pacotes ilegítimos.
Esta tecnologia permite que o firewall decodifique o Sistema de detecção de intrusos
pacote, interpretando o tráfego sob a perspectiva do
cliente/servidor, ou seja, do protocolo propriamente Sistema de detecção de intrusos ou simplesmen-
dito e inclui técnicas específicas de identificação de te IDS (em inglês: Intrusion detection system) refere-
ataques. se a meios técnicos de descobrir em uma rede quando
esta está tendo acessos não autorizados que podem
Com a tecnologia SMLI/Deep Packet Inspection, indicar a acção de um cracker ou até mesmo funcioná-
o firewall utiliza mecanismos otimizados de verificação rios mal intencionados.
de tráfego para analisá-los sob a perspectiva da tabela

410
Com o acentuado crescimento das tecnologias de Criptografia (Do Grego kryptós, "escondido",
infra-estrutura tanto nos serviços quanto nos protoco- e gráphein, "escrita") é o estudo dos princípios e téc-
los de rede torna-se cada vez mais difícil a implanta- nicas pelas quais a informação pode ser transforma-
ção de sistema de detecção de intrusos. Esse fato
da da sua forma original para outra ilegível, de forma
está intimamente ligado não somente a velocidade
com que as tecnologias avançam, mas principalmente que possa ser conhecida apenas por seu destinatário
com a complexidade dos meios que são utilizados (detentor da "chave secreta"), o que a torna difícil de
para aumentar a segurança nas transmissões de da- ser lida por alguém não autorizado. Assim sendo, só o
dos. receptor da mensagem pode ler a informação com
Uma solução bastante discutida é a utilização facilidade.
de host-based IDS que analisam o tráfego de forma . Há dois tipos de chaves criptográficas: chaves si-
individual em uma rede. No host-based o IDS é insta-
métricas e chaves assimétrica. Uma informação
lado em um servidor para alertar e identificar ataques
e tentativas de acessos indevidos à própria máquina. não-cifrada que é enviada de uma pessoa (ou organi-
Honeypot zação) para outra é chamada de "texto claro" (plain-
text). Cifragem é o processo de conversão de um texto
Um honeypot é um recurso computacional de se- claro para um código cifrado e decifragem é o proces-
gurança dedicado a ser sondado, atacado ou com- so contrário, de recuperar o texto original a partir de
prometido. um texto cifrado.
Existem dois tipos de honeypots: os de baixa inte- RSA é um algoritmo de criptografia de dados, que
ratividade e os de alta interatividade. deve o seu nome a três professores do Instituto
MIT (fundadores da actual empresa RSA Data Securi-
1.1. Honeypots de baixa interatividade ty, Inc.), Ronald Rivest, Adi Shamir e Leo-
nard Adleman, que inventaram este algoritmo — até a
Em um honeypot de baixa interatividade são insta-
data (2008), a mais bem sucedida implementação
ladas ferramentas para emular sistemas operacionais
de sistemas de chaves assimétricas, e fundamenta-se
e serviços com os quais os atacantes irão interagir.
em teorias clássicas dos números. É considerado dos
Desta forma, o sistema operacional real deste tipo
mais seguros, já que mandou por terra todas as tenta-
de honeypot deve ser instalado e configurado de mo-
tivas de quebrá-lo. Foi também o primeiro algoritmo a
do seguro, para minimizar o risco de comprometimen-
possibilitarcriptografia e assinatura digital, e uma das
to.
grandes inovações em criptografia de chave pública.
O RSA envolve um par de chaves, uma chave pú-
1.2. Honeypots de alta interatividade blica que pode ser conhecida por todos e uma chave
privada que deve ser mantida em sigilo. Toda mensa-
Nos honeypots de alta interatividade os atacantes
gem cifrada usando uma chave pública só pode ser
interagem com sistemas operacionais, aplicações e
decifrada usando a respectiva chave privada. A cripto-
serviços reais.
grafia RSA atua diretamente na internet, por exemplo,
em mensagens de emails, em compras on-line e o que
Honeynet você imaginar; tudo isso é codificado e recodificado
pela criptografia RSA.
Definição 1: uma Honeynet é uma ferramenta de Em traços gerais, são gerados dois pares de núme-
pesquisa, que consiste de uma rede projetada especi- ros – as chaves – de tal forma que uma mensagem
ficamente para ser comprometida, e que contém me- criptografada com o primeiro par possa ser apenas
canismos de controle para prevenir que seja utilizada decriptada com o segundo par; mas, o segundo núme-
como base de ataques contra outras redes. ro não pode ser derivado do primeiro. Esta proprieda-
Definição 2: uma Honeynet nada mais é do que um de assegura que o primeiro número possa ser divul-
tipo de honeypot. Especificamente, é um honeypot de gado a alguém que pretenda enviar uma mensagem
alta interatividade, projetado para pesquisa e obtenção criptografada ao detentor do segundo número, já que
de informações dos invasores. É conhecido também apenas essa pessoa pode decriptar a mensagem. O
como "honeypot de pesquisa" primeiro par é designado como chave pública, e o
Uma vez comprometida, a honeynet é utilizada pa- segundo como chave secreta.
ra observar o comportamento dos invasores, possibili-
tando análises detalhadas das ferramentas utilizadas,
de suas motivações e das vulnerabilidades explora- ASSINATURA DIGITAL
das.
Assinatura ou firma digital é um método de au-
tenticação de informação digital tipicamente tratada
CRIPTOGRAFIA como análoga à assinatura física em papel. Embora
existam analogias, existem diferenças importantes. O
Guarda Metropolitana
termo assinatura eletrônica, por vezes confundido, tem Um certificado digital é um arquivo de computa-
um significado diferente: refere-se a qualquer meca- dor que contém um conjunto de informações referen-
nismo, não necessariamente criptográfico, para identi- tes a entidade para o qual o certificado foi emitido
ficar o remetente de uma mensagem eletrônica. A (seja uma empresa, pessoa física ou computador)
legislação pode validar tais assinaturas eletrônicas mais a chave pública referente a chave privada que
como endereços Telex e cabo, bem como a transmis- acredita-se ser de posse unicamente da entidade es-
são por fax de assinaturas manuscritas em papel. pecificada no certificado.
A utilização da assinatura ou firma digital providen- Um certificado digital normalmente é usado para li-
cia a prova inegável de que uma mensagem veio do gar uma entidade a uma chave pública. Para garantir
emissor. Para verificar este requisito, uma assinatura digitalmente, no caso de uma Infraestrutura de Chaves
digital deve ter as seguintes propriedades: Públicas (ICP), o certificado é assinado pe-
4. autenticidade - o receptor deve poder confirmar la Autoridade Certificadora (AC) que o emitiu e no
que a assinatura foi feita pelo emissor; caso de um modelo de Teia de Confiança (Web of
5. integridade - qualquer alteração da mensagem faz trust) como o PGP, o certificado é assinado pela pró-
com que a assinatura não corresponda mais ao pria entidade e assinado por outros que dizem confiar
documento; naquela entidade. Em ambos os casos as assinaturas
6. não repúdio ou irretratabilidade - o emissor não contidas em um certificado são atestamentos feitos
pode negar a autenticidade da mensagem. por uma entidade que diz confiar nos dados contidos
naquele certificado.
AUTORIDADE DE CERTIFICAÇÃO Um certificado normalmente inclui:
Autoridade de Certificação é o terceiro confiável 7. Informações refentes a entidade para o qual o certi-
que emite um certificado. ficado foi emitido (nome, email, CPF/CNPJ, PIS
Existem Autoridades de Certificação de dois tipos: etc.)
Autoridades de Certificação de Ra- 8. A chave pública referente a chave privada de pos-
iz (ou Autoridades de Certificação Superiores ou ain- se da entidade especificada no certificado
da Autoridades de Certificação de Maior Nível), que 9. O período de validade
emitem diretamente os certificados, e as Autoridades 10.A localização do "centro de revogação‖.
de Certificação Intermediárias (ou Autoridades de 11.A(s) assinatura(s) da(s) AC/entidade(s) que afirma
Certificação Inferiores ou ainda Autoridades de Certifi- que a chave pública contida naquele certificado
cação de Menor Nível), cujos certificados são emitidos confere com as informações contidas no mesmo
indiretamente pelas Autoridades de Certificação de
Raiz. Podemos pensar no caminho entre Criando um certificado digital
as Autoridades de Certificação de Raiz e
o Cliente como uma ramificação, já que existem 12.A entidade que deseja emitir o certificado gera um
as Autoridades de Certificação de Raiz, que emitem par de chaves criptográficas (uma chave pública e
uma chave privada).
os certificados para as Autoridades de Certificação
13.Em seguida a entidade gera um arquivo chamado
Intermediárias, se existirem, até ao Cliente (ou utiliza-
Certificate Signing Request (CSR) composto pela
dor final) que aplica o certificado. chave pública da entidade e mais algumas infor-
Caso o certificado não seja emitido por mações que a AC requer sobre a entidade e é as-
uma Autoridade de Certificação, este é auto-assinado, sinado digitalmente pela chave privada da própria
ou seja, o proprietário ocupa os lugares de Autoridade entidade e envia o CSR cifrado pela chave pública
de Certificação, Autoridade de Registo e Cliente. da AC.
14.Então é necessário o comparecimento físico de um
Exemplos de Autoridades de Certificação de Ra-
indivíduo responsável por aquela identidade em
iz são a americana VeriSign, o brasileiro Instituto de uma Autoridade de Registro (AR) (em alguns ca-
Tecnologia da Informação (órgão oficial do governo) sos a AR vai até o cliente) para confirmação dos
ou a britânica Equifax. Exemplos de Autoridades de dados contidos no CSR e se necessário o acrésci-
Certificação Intermediárias são a portuguesa Saphety, mo de mais algum dado do responsável pelo certi-
a também portuguesa Multicert e as Brasileiras Serasa ficado e emissão do certificado.
Experian e a Certisign. 15.Finalmente o CSR é "transformado" em um certifi-
cado digital assinado pela AC e devolvido ao clien-
te.
16.Então o browser/aplicativo de gerência de certifica-
dos combina o certificado + a chave privada crian-
do o conceito de "Identidade digital", normalmente
salvando a chave privada em um cofre protegido
por uma frase senha que será necessária para o
CERTIFICADO DIGITAL
posterior acesso a chave privada.

412
Backup que copia todos os arquivos selecionados
que forem alterados no dia de execução do backup
BACKUP diário. Os arquivos que sofreram backup não são mar-
cados como tal (ou seja, o atributo de arquivamento
Em informática, cópia de não é desmarcado).
ça (em inglês: backup) é a cópia de dados de Backup de cópia
um dispositivo de armazenamento a outro para que Backup que copia todos os arquivos selecionados,
possam ser restaurados em caso da perda dos dados mas não marca cada arquivo como tendo sofrido
originais, o que pode envolver apagamentos aciden- backup (em outras palavras, o atributo de arquivamen-
tais ou corrupção de dados. to não é desmarcado). A cópia é útil caso você queira
Meios difundidos de cópias de segurança inclu- fazer backup de arquivos entre os backups normal e
em CD-ROM, DVD, disco rígido, disco rígido externo incremental, pois ela não afeta essas outras opera-
(compatíveis comUSB), fitas magnéticas e a cópia de ções de backup.
segurança externa (online). Esta transporta os dados
por uma rede como a Internetpara outro ambiente,
geralmente para equipamentos mais sofisticados, de Vírus de computador e outros mal-
grande porte e alta segurança. Outra forma pouco
difundida de cópia de segurança é feita via rede. Na
wares:
própria rede local de computadores, o administrador
o que são e como agem
ou o responsável pela cópia de segurança grava os
dados em um formato de arquivo, processa e distribui
as partes constituintes da cópia nos computadores da
Introdução
rede, de forma segura (arquivos são protegidos), crip-
tografada (para não haver extração ou acesso aos Vírus de computador são pequenos programas
dados na forma original) e oculta (na maioria das ve- capazes de causar grandes transtornos a indivíduos,
zes o arquivo é ocultado) empresas e outras instituições, afinal, podem apagar
Backup normal dados, capturar informações, alterar ou impedir o fun-
cionamento do sistema operacional e assim por dian-
Backup que copia todos os arquivos selecionados te. Como se não bastasse, há ainda outros softwares
e marca cada arquivo como tendo sofrido backup (em parecidos, como cavalos de troia, worms, hijac-
outras palavras, o atributo de arquivamento é desmar- kers, spywares e outros.
cado). Com backups normais, você só precisa da có-
pia mais recente do arquivo ou da fita de backup para
restaurar todos os arquivos. Geralmente, o backup Malware
normal é executado quando você cria um conjunto de
Uma combinação das
backup pela primeira vez. ous e software que significa "programa malicioso".
Backup incremental Portanto, malware nada mais é do que um nome
Backup que copia somente os arquivos criados ou criado para quando necessitamos fazer alusão a um
alterados desde o último backup normal ou incremen- programa malicioso, seja ele um vírus, um worm, um
tal. Os arquivos que sofreram backup são marcados spyware, etc.
como tal (ou seja, o atributo de arquivamento é des-
marcado). Se você utilizar uma combinação de
Vírus de computador.
backups normais ou incrementais para restaurar os
seus dados, será preciso ter o último backup normal e Como você já sabe, um vírus é um programa com
todos os conjuntos de backups incrementais. fins maliciosos, capaz de causar transtornos com os
Backup diferencial mais diversos tipos de ações: há vírus que apagam ou
alteram arquivos dos usuários, que prejudicam o fun-
Backup que copia arquivos criados ou alterados
cionamento do sistema operacional danificando ou
desde o último backup normal ou incremental. Os alterando suas funcionalidades, que causam excesso
arquivos que sofreram backup não são marcados co- de tráfego em redes, entre outros.
mo tal (ou seja, o atributo de arquivamento não é Os vírus, tal como qualquer outro tipo de malware,
desmarcado). Se você estiver executando uma com- podem ser criados de várias formas. Os primeiros
binação de backups normal e diferencial, a restaura- foram desenvolvidos em linguagens de programação
ção de arquivos e pastas exigirá que você tenha o como C e Assembly. Hoje, é possível encontrar inclu-
último backup normal e o último backup diferencial. sive ferramentas que auxiliam na sua criação.
Backup diário
Como os vírus agem?
Guarda Metropolitana
Os vírus recebem esse nome porque possuem ca- Esse tipo de malware não é desenvolvido para se
racterísticas de propagação que lembram os vírus replicar. Quando isso acontece, geralmente trata-se
reais, isto é, biológicos: quando um vírus contamina de uma ação conjunta com um vírus.
um computador, além de executar a ação para o qual Worm (verme)
foi programado, tenta também se espalhar para outras
Os worms (ou vermes, nome pouco usado) po-
máquinas, tal como fazem os vírus biológicos nos dem ser interpretados como um tipo de vírus mais
organismos que invadem. inteligente que os demais. A principal diferença está
Antigamente, os vírus tinham um raio de ação mui- na forma de propagação: os worms podem se esplhar
to limitado: se propagavam, por exemplo, toda vez que rapidamente para outros computadores - seja pela
um disquete contaminado era lido no computador. internet, seja por meio de uma rede local - de maneira
Com o surgimento da internet, no entanto, essa situa- automática.
ção mudou drasticamente, para pior. Explica-se: para agir, o vírus precisa contar com o
Isso acontece porque, com a internet, os vírus po- "apoio" do usuário. Isso ocorre, por exemplo, quando
dem se espalhar de maneira muito mais rápida e con- uma pessoa baixa um anexo contaminado de um e-
taminar um número muito mais expressivo de compu- mail e o executa. Os worms, por sua vez, podem in-
tadores. Para isso, podem explorar vários meios, entre fectar o computador de maneira totalmente discreta,
eles: explorando falhas em aplicativos ou no próprio siste-
17.Falhas de segurança (bugs): sistemas operacio- ma operacional. É claro que um worm também pode
nais e outros programas não são softwares perfei- contar com a ação de um usuário para se propagar,
tos e podem conter falhas. Estas, quando desco- pois geralmente esse tipo de malware é criado para
bertas por pessoas com fins maliciosos, podem ser contaminar o máximo de computadores possível, fa-
exploradas por vírus, permitindo a contaminação zendo com que qualquer meio que permita isso seja
do sistema, muitas vezes sem o usuário perceber; aceitável.
18.E-mails: essa é uma das práticas mais exploradas.
O usuário recebe mensagens que tentam conven-
cê-lo a executar um arquivo anexado ou presente Spyware
em um link. Se o usuário o fizer sem perceber que
está sendo enganado, certamente terá seu compu- Spywares são programas que "espionam" as ativi-
tador contaminado; dades dos usuários ou capturam informações sobre
19.Downloads: o usuário pode baixar um arquivo de eles. Para contaminar um computador, os spywares
um determinado site sem perceber que este pode geralmente são "embutidos" em softwares de proce-
estar infectado. dência duvidosa, quase sempre oferecidos como fre-
eware ou shareware.
Os vírus também podem se propagar através de
uma combinação de meios. Por exemplo, uma pessoa Os dados capturados são posteriormente transmiti-
em um escritório pode executar o anexo de um e-mail dos pela internet. Estas informações podem ser desde
e, com isso, contaminar o seu computador. Em segui- hábitos de navegação do usuário até senhas.
da, este mesmo vírus pode tentar explorar falhas de
segurança de outros computadores da rede para in-
fectá-los. Keylogger

Keyloggers são pequenos aplicativos que podem


Outros tipos de malwares vir embutidos em vírus, spywares ou softwares de
procedência duvidosa. Sua função é a de capturar
A definição do que a praga é ou não é depende, tudo o que é digitado pelo usuário. É uma das formas
essencialmente, de suas ações e formas de propaga- utilizadas para a captura de senhas.
ção. Eis os tipos mais comuns:

Hijacker
Cavalo de troia (trojan)
Hijackers são programas ou scripts que "seques-
Cavalos de troia (ou trojans) são um tipo de mal- tram" navegadores de internet. As principais vítimas
ware que permitem alguma maneira de acesso remoto eram as versões mais antigas do Internet Explorer.
ao computador após a infecção. Esse tipo de praga Um hijacker pode, por exemplo, alterar a página inicial
pode ter outras funcionalidades, como capturar de do browser e impedir o usuário de mudá-la, exibir pro-
dados do usuário para transmití-los a outra máquina. pagandas em janelas novas, instalar barras de ferra-
Para conseguir ingressar no computador, o cavalo mentas e impedir o acesso a determinados sites (pá-
de troia geralmente se passa por outro programa ou ginas de empresas de antivírus, por exemplo). Feliz-
arquivo. O usuário pode, por exemplo, fazer um down- mente, os navegadores atuais contam com mais re-
load pensando se tratar de uma ferramenta para um cursos de segurança, limitando consideravelmente a
determinado fim quando, na verdade, se trata de um ação desse tipo de praga digital.
trojan.

414
Rootkit outras plataformas, inclusive móveis. Muitas deles
também oferecem ferramentas de verificação que
Esse é um dos tipos de malwares mais perigosos. funcionam a partir da internet.
Podem ser utilizados para várias finalidades, como
capturar dados do usuário. Até aí, nenhuma novidade.
O que torna os rootkits tão ameaçadores é a capaci- Ataque de negação de serviço
dade que possuem para dificultar a sua detecção por
antivírus ou outros softwares de segurança. Em outras Em um ataque distribuído de negação de serviço
palavras, os rootkits conseguem se "camuflar" no sis- (também conhecido comoDDoS, um acrônimoem in-
tema. Para isso, desenvolvedores de rootkits podem glêspara Distributed Denial of Service), um computa-
fazer uso de várias técnicas avançadas, como infiltrar dor mestre (denominado "Master") pode ter sob seu
o malware em processos ativos na memória, por comando até milhares de computadores ("Zombies" -
exemplo. zumbis). Neste caso, as tarefas de ataque de negação
Além de difícil detecção, os rootkits também são de de serviço são distribuídas a um "exército" de máqui-
difícil remoção. Felizmente, sua complexidade de de- nas escravizadas.
senvolvimento faz com que não sejam muito numero- O ataque consiste em fazer com que os Zumbis
sos. (máquinas infectadas e sob comando do Mestre) se
preparem para acessar um determinado recurso em
um determinado servidor em uma mesma hora de
Antivírus uma mesma data. Passada essa fase, na determinada
hora, todos os zumbis (ligados e conectados à rede)
O mercado conta com antivírus pagos e gratuitos acessarão ao mesmo recurso do mesmo servidor.
(estes, geralmente com menos recursos). Alguns pro- Como servidores web possuem um número limitado
gramas, na verdade, consistem em pacotes de segu- de usuários que pode atender simultaneamente
rança, já que incluem firewall e outras ferramentas que ("slots"), o grande e repentino número de requisições
complementam a proteção oferecida pelo antivírus. de acesso esgota esse número de slot, fazendo com
Eis uma lista com as soluções mais conhecidas: que o servidor não seja capaz de atender a mais ne-
20.AVG: mais conhecida por suas versões gratuitas, nhum pedido.
mas também possui edições paga com mais recur- Dependendo do recurso atacado, o servidor pode
sos -www.avg.com; chegar a reiniciar ou até mesmo ficar travado.
21.Avast: conta com versões pagas e gratuitas -
www.avast.com; Multimídia
22.Microsoft Security Essentials: gratuito para usuá-
rios domésticos de licenças legítimas do Windows - O termo multimídia refere-sE a tecnologias com
www.microsoft.com/security_essentials; suporte digital para criar, manipular, armazenar e pes-
23.Norton: popular antivírus da Symantec. Possui quisar conteúdos. Os conteúdos multimédia estão
versões de testes, mas não gratuitas - associados normalmente a um computador pesso-
www.norton.com; al que inclui suportes para grandes volumes de dados,
24.Panda: possui versões de testes, mas não gratui- os discos ópticos como os CDs(CD-ROM,MINI-
tas - Erro! A referência de hiperlink não é válida. CD,CD-CARD) e DVDs, abrange também nas ferra-
25.Kaspersky: possui versões de testes, mas não mentas de informática a utilização de arqui-
gratuitas - www.kaspersky.com; vos/ficheiros digitais para a criação de apresentações
empresariais, catálogos de produtos,exposição de
26.Avira AntiVir: mais conhecida por suas versões
eventos e para catálogos eletrônicos com mais facili-
gratuitas, mas também possui edições pagas com
dade e economia. Privilegiando o uso dos diversos
mais recursos - www.avira.com;
sentidos visão, audição e tacto este tipo de tecnologia
27.NOD32: possui versões de testes, mas não gratui- abrange diversas áreas de informática.
tas - www.eset.com;
28.McAfee: uma das soluções mais tradicionais do
mercado. Possui versões de testes, mas não gra- IMAGEM
tuitas -www.mcafee.com;
Com o aperfeiçoamento constante de recursos grá-
29.F-Secure: pouco conhecida no Brasil, mas bastan-
ficos, tanto de hardware quanto de software, formas e
te utilizada em outros países. Possui versões de
cores variadas passaram a fazer parte da rotina de
testes, mas não gratuitas - www.f-secure.com;
quem utiliza essas máquinas, situação que, aos pou-
30.BitDefender: conta com versões pagas e gratuitas cos, resultou no surgimento de formatos variados de
- www.bitdefender.com. imagens. Muito destes se popularizaram com a inter-
net. É o caso dos padrões JPEG, GIF e PNG.
Formato GIF
Microsoft Security Essentials
Sigla para Graphics Interchange Format, o GIF é
outro formato bastante popular na internet. Foi criado
Essa lista foi elaborada com base em soluções ofe-
pela CompuServe em 1987 e, assim como o JPEG,
recidas para os sistemas operacionais Windows, da
gera arquivos de tamanho reduzido, no entanto, seu
Microsoft, no entanto, praticamente todas os desen-
uso não é muito comum em fotografias, já que é capaz
volvedores destes softwares oferecem soluções para
de trabalhar com apenas 256 cores (8 bits). Assim,
Guarda Metropolitana
sua utilização é muito comum em ícones, ilustrações
ou qualquer tipo de imagem que não necessita de Formato TIFF
muitas cores. Sigla para Tagged Image File Format,
o TIFF consiste em um formato muito utilizado em
Formato JPEG (JPG) aplicações profissionais, como imagens para finalida-
O formato JPEG, cuja sigla significa Joint Pictures des médicas ou industriais. Criado em 1986 pela
Expert Group, teve sua primeira especificação dispo- Aldus, companhia posteriormente adquirida pela Ado-
nibilizada em 1983 por um grupo que leva o mesmo be, também é muito utilizado em atividades de digitali-
nome. É um dos padrões mais populares zação, como scanner e fax, o que, na verdade, moti-
da internetpor aliar duas características importantes: vou o seu desenvolvimento.
oferece níveis razoáveis de qualidade de imagem e O formato TIFF oferece grande quantidade de co-
gera arquivos de tamanho pequeno quando compara- res e excelente qualidade de imagem, o que aumenta
do a outros formatos, facilitando o seu armazenamen- consideravelmente o tamanho dos seus arquivos,
to e a sua distribuição. embora seja possível amenizar este aspecto com
O JPEG possibilita isso porque é um formato que compressão sem perda de informações.
utiliza compressão de imagens. Mas, o que é isso? Um detalhe interessante é que o formato TIFF su-
Em poucas palavras, compressão consiste na elimina- porta o uso de camadas, isto é, pode-se utilizar ver-
ção de dados redundantes nos arquivos. No caso de sões diferenciadas da imagem a ser trabalhada em
imagens, é possível fazer a compressão de forma que um único arquivo.
a retirada de informações não prejudique a qualidade Imagens em TIFF geralmente utilizam extensão .tif
(lossless - sem perda), assim como é possível utilizar ou .tiff e suportam "fundo transparente"
níveis maiores de compressão que causam perdas
visíveis (lossy - com perda).
Formato RAW
Este último é o que acontece no JPEG: neste for-
O formato RAW (traduzindo, algo como "cru") é um
mato, quanto maior o nível de compressão, menor
pouco diferente dos demais. Trata-se de um padrão
será o tamanho do arquivo, porém pior será a qualida-
que guarda todos os dados de uma foto, tal como esta
de da imagem. O nível de compressão pode ser de-
foi gerada na câmera digital, sem aplicação de efeitos
terminado em programas de tratamentos de imagens.
ou ajustes. Por causa disso, oferece alta qualidade de
Cada vez que uma mesma imagem JPEG é salva,
imagem e maior profundidade de cores. É claro que
costuma-se perder qualidade, já que, geralmente, o
quando uma foto RAW é comprimida pode haver per-
software utilizado para tratá-la aplica compressão,
da de qualidade, mesmo que ligeira. Apesar disso,
mesmo que mínima, toda vez que esta ação é realiza-
essa opção muitas vezes é considerada, já que ima-
da.
gens neste padrão costumam resultar em arquivos
grandes.
Formato PNG Arquivos no formato RAW admitem várias exten-
O formato PNG, sigla para Portable Network Gra- sões. Isso porque cada fabricante de câmera digital
phics, é um dos padrões mais recentes, com a sua trabalha com as suas próprias especificações.
primeira especificação surgindo em 1996. Seu desen-
volvimento foi motivado, em parte, pela restrição de
Formato SVG
patente existente no formato GIF, conforme explica o
tópico anterior. SVG é a sigla para Scalable Vector Graphics e, tal
como o nome indica, trabalha com imagens vetoriais.
O PNG reúne, portanto, as características que tor-
Trata-se de um formato aberto, desenvolvido pe-
naram o GIF tão bem aceito: animação, fundo transpa-
la W3C e que surgiu oficialmente em 2001. Em vez de
rente e compressão sem perda de qualidade, mesmo
ser baseado em pixels, isto é, os ―pontinhos‖ que for-
com salvamentos constantes do arquivo. Porém, conta
mam as imagens, tal como nos padrões mostrados
com um grande diferencial: suporta milhões de cores,
anteriormente, o SVG utiliza a linguagem XML para
não apenas 256, sendo, com isso, uma ótima opção
descrever como o arquivo deve ser.
para fotos.
Graças a isso, o SVG consegue trabalhar bem tan-
to com figuras estáticas quanto com imagens anima-
Formato Bitmap das. Além disso, por ser um padrão vetorial, imagens
O Bitmap é um dos formatos de imagens mais an- no formato podem ser ampliadas ou reduzidas sem
tigos e também um dos mais simples. Bastante utiliza- causar perda de qualidade.
do nos sistemas operacionais Microsoft Windows, as
imagens neste formato podem suportar milhões de
E o formato WebP?
cores e preservam os detalhes.
Talvez você ouça falar muito do WebP. Ou não.
No entanto, os arquivos neste padrão costumam
Trata-se de um formato de imagens apresentado pelo
ser muitos grandes, já que não utilizam compressão.
Google em outubro de 2010 que tem a proposta de
Isso até é possível em imagens com 256 cores
permitir a geração de arquivos com tamanho reduzido
ou menos, mas não é comum.
e, ao mesmo, boa qualidade de imagem.
Arquivos em Bitmap podem ter extensão .dib (De-
Para isso, o padrão utiliza um esquema de com-
vice Independent Bitmap) ou BMP (este último, padrão
pressão que faz com que a perda de qualidade seja a
do Windows) e não suportam ―fundo transparente‖.
menor possível aos olhos humanos. De acordo com o

416
Google, esse método é capaz de gerar arquivos quase Servidores subutilizados: por meio da virtualização,
40% menores que imagens em JPEG. pode-se fazer um uso mais eficiente do hardware dis-
O Google decidiu desenvolver o WebP porque, de ponível. Adotando a estratégia organizacional conhe-
acordo com suas pesquisas, cerca de 65% dos dados cida como consolidação de servidores, que advoga o
que circulam na internet correspondem a imagens, uso de máquinas virtuais para abrigar os diversos
sendo que, destas, 90% estão no padrão JPEG. servidores (de nomes, de arquivos, de e-mail, de Web)
de um determinado domínio[1];
Gerenciamento e segurança complexa dos servido-
MP3
res: também por meio da consolidação de servidores,
MP3 é um formato eletrônico que permite ouvir a manutenção de um parque computacional torna-se
músicas em computadores, com ótima qualidade.A mais simples em função da concentra-
questão chave para entender todo o sucesso do MP3 ção/centralização de sistemas em uma quantidade
se baseia no fato de que, antes dele ser desenvolvido, menor de dispositivos físicos. A virtualização também
uma música no computador era armazenada no for- tem como uma de suas principais características o
mato WAV, que é o formato padrão para arquivo de isolamento: permite isolar entre si subsistemas inde-
som em PCs, chegando a ocupar dezenas de mega- pendentes (exemplos: DNS, e-mail, web, aplicação,
bytes em disco. Na média, um minuto de música cor- banco de dados, arquivos, impressão) que executam
responde a 10 MB para uma gravação de som de 16 sobre o mesmo hardware;
bits estéreo com 44.1 KHz, o que resulta numa grande
Problemas de compatibilidade entre interfaces: a
complicação a distribuição de músicas por computado-
presença de interfaces rígidas entre hardware, siste-
res, principalmente pela internet. Com o surgimento do
mas operacionais, bibliotecas e aplicações diminui a
MP3 essa história mudou, pois o formato permite ar-
compatibilidade entre os componentes, por exemplo,
mazenar músicas no computador sem ocupar muito
não é possível executar diretamente aplicações Micro-
espaço e sem tirar a qualidade sonora das canções.
soft Windows em um sistema operacional Linux, ou
Geralmente, 1 minuto de música, corresponde a cerca
também um sistema operacional Microsoft Windows
de 1 MB em MP3.
sobre um hardware Sun SPARC. A virtualização provê
uma camada abstrata construída em software para
AVI permitir a interoperabilidade entre componentes antes
Audio Video Interleave (sigla: AVI) é um forma- incompatíveis.
toencapsulador de áudioe vídeocriado pela Micro- Data centers atingiram a capacidade máxima.
softcuja extensão oficial é avi. É um dos formatos mais O que é virtualização?
populares no mundo, nativamente reconhecido pela Virtualização, basicamente, é a técnica de sepa-
maioria das versões do Windows e por todos os leito- rar aplicação e sistema operacional dos componentes
res de DVD que são compatíveis com o codec DivX. físicos. Por exemplo, uma máquina virtual possui apli-
AVI é uma forma de associação de entrelace de cação e sistema operacional como um servidor físico,
áudio e vídeo, cada um deles em suas respectivas mas estes não estão vinculados ao software e pode
proporções e particularidades. É um espaço em que ser disponibilizado onde for mais conveniente. Uma
se guarda informação. O AVI pode conter uma faixa aplicação deve ser executada em um sistema opera-
de vídeo codificada em um codec qualquer e na mes- cional em um determinado software. Com virtualização
ma faixa é possível associar um áudio em MP3. de aplicação ou apresentação, estas aplicações po-
dem rodar em um servidor ou ambiente centralizado e
WAV ser deportada para outros sistemas operacionais e
WAV (ou WAVE), forma curta deWAVEform audio hardwares.
format, é um formato-padrão de arquivo de áudio da Soluções de virtualização
Microsofte IBMpara armazenamento de áudio em Abaixo, as formas mais comuns de virtualização:
PCs. virtualização de servidor: técnica de execução de um

Virtualização ou mais servidores virtuais sobre um servidor físico;


permite maior densidade de utilização de recursos
(hardware, espaço e etc.), enquanto permite que iso-
Em computação, virtualização é o ato de criar uma
lamento e segurança sejam mantidos;
versão virtual (em vez de real) de algo, incluindo a
simulação de uma plataforma de hardware, sistema virtualização de aplicação: a virtualização de aplica-
operacional, dispositivo de armazenamento ou recur- ção permite executar aplicações em um ambiente
sos de rede. virtualizado no desktop do usuário, isolando a aplica-
ção do sistema operacional; isso é possível através do
Cada vez mais empresas estão buscando formas
encapsulamento da aplicação no ambiente virtual —
de reduzir os custos e complexidade com o ambiente
quando a solução completa de virtualização de aplica-
de TI. A virtualização se tornou um componente chave
ções é implantada, é possível distribuir aplicações de
para o desenvolvimento de uma estratégia eficiente na
um servidor central;
busca destes objetivos. Dentre os desafios enfrenta-
dos nos ambientes de data centers, e cuja solução virtualização de desktop: consiste na execução de
pode ser encontrada na virtualização, podemos desta- múltiplos sistemas operacionais em uma única esta-
car: ção de trabalho, permitindo que uma aplicação de
linha de negócio seja executada em um sistema ope-
racional não compatível;
Guarda Metropolitana
virtualização de apresentação: a virtualização de to de elementos da memória e não pode subverter a
apresentação permite executar e manter o armaze- própria máquina virtual. Outros mecanismos de segu-
namento das aplicações em servidores centralizados, rança são aplicados no seguimento de técnicas de
enquanto provê uma interface familiar para o usuário verificação do código, verificação de pilhas, e outros
em sua estação; processos.
virtualização de dados: é uma abordagem para uni- Um Interpretador permite aos programas compostos
ficar dados de várias fontes em uma única camada de instruções de virtualização serem preparados e
para que aplicativos, ferramentas de relatórios e usuá- executados imediatamente sem sofrerem um atraso
rios finais possam acessar os dados sem precisar de potencialmente caro de compilação em código de
detalhes sobre a origem original, a localização e as máquina. Qualquer sistema de virtualização que pode
estruturas de dados;[4] ser executado pode ser interpretado, por isso a desig-
virtualização de perfil: com a virtualização de perfil, nação da coluna aqui, refere-se a questão da imple-
os usuários podem ter os documentos e perfil separa- mentação inclui provisões para uma interpretação
dos de uma máquina específica, o que permite a fácil eficiente. (para usos comuns).
movimentação do usuário para novas estações em Compilador just-in-time ou JIT, refere-se ao método
caso de roubo ou quebra de equipamento. A virtuali- de compilação do código nativo diferindo para o último
zação de perfil também permite ter uma experiência momento possível, de preferência mesmo antes ou
de desktop única quando utilizando outras tecnologias durante a execução do programa. A dificuldade do JIT
de virtualização, como VDI (virtual desktop infrastruc- têm haver mais com a implementação que arquitetura
ture). da máquina de virtualização, mesmo assim, novas
Um dos componentes críticos para a implantação teorias e implementações começaram a ter em conta
de um projeto de virtualização, independente da tec- a eficiência. A técnicas mais simples de JIT, simples-
nologia utilizada, são as ferramentas de gerenciamento. mente executam a compilação para um fragmento-
As ferramentas que gerenciam o ambiente virtual de- código de maneira similar a um compilador tradicional.
vem gerenciar tanto o ambiente físico como o virtual, As técnicas mais utilizadas, têm em conta o tipo de
assim como sistema operacional e aplicações. código especializado aos parâmetros que só são co-
As instruções de virtualização são processadas em nhecidos na altura da execução. (ver en:Adaptive opti-
variáveis locais utilizando um modelo principal modelo mization).
de computação, usualmente cada stack machine, register Pre-compilação refere-se a uma técnica mais clás-
machine, ou Random access machine são chamadas de sica de utilização de um compilador offline para gerar
máquina memória. A utilização destas três técnicas é o código nativo que não se altera durante a execução.
motivada por técnicas de otimização de máquinas Pelas razões que uma compilação agressiva e otimi-
virtuais e máquinas físicas, como a facilidade utiliza- zação podem demorar tempo, um programa pré-
ção do interpretador, compilação e verificação para a compilado pode iniciar a execução mais rápido que
segurança. outro que dependo somente da técnica JIT. As imple-
O gerenciamento de memória nestes sistemas portá- mentações JVM reduziram esta diferença do custo de
veis de virtualização inicia-se num nível superior de carregamento do programa, inicialmente utilizando
abstração que num caso típico de máquina física. interpretação, até que alguns fragmentos de código
Alguns programas de virtualização, como a popu- nativo possam ser gerados através do JIT.
lar JVM, gerem os endereços de memória numa de- Biblioteca compartilhada é uma técnica para reutilizar
terminada maneira, que requerem um seguro gerenci- os segmentos de código nativo entre vários programas
amento automático da memória permitindo à maquina que estão em execução. Nos sistemas operativos
virtual manter registos de referências indicativas, e modernos, isso geralmente significa que a memória
não permitir que o código fonte possa construir novas virtual partilha páginas de memória que contem biblio-
referências indicativas na memória. Outros tipos de tecas partilhadas de diferentes processos que estão
software de virtualização como os LLVM, são mais protegidos de outros processos através da proteção de
parecidos como uma computador tradicional, permitin- memória. É interessante que técnicas agressivas de
do o uso e manipulação de indicadores de memória. JIT como a optimização adaptativa, usualmente pro-
A CIL oferece uma solução híbrida entre as soluções duz fragmentos de código não reutilizável ou comparti-
apresentadas, oferecendo os dois tipos de controle da lhar com outros processos ou mesmo novas execução
memória (como o JVM, que permite gestão de memó- do programa, requerendo um compromisso entre efi-
ria automática), e também um modo "inseguro" que ciência do código pré-compilado e código partilhável e
permite manipulação de indicadores num modo que as vantagens do código especializado e adaptativo.
pode violar os constrangimento dos tipo e suas per- Por exemplo, algumas provisões no desenho e estru-
missões. tura do CIL estão presentes para permitir a partilha
Segurança do programa refere-se habilidade do eficiente das bibliotecas, possivelmente com o custo
software portável da virtualização executar código de código JIT mais especializado. A implementação
enquanto subscreve determinado conjunto de capaci- JVM no Mac OS X utiliza o Java Shared Archive (apple
dades. Por exemplo, uma máquina virtual pode so- docs) para dar algum benefício da técnica de comparti-
mente deixar aceder a um conjunto de instruções ou lha de biblioteca.
dados. Os mesmos controles sobre indicadores que
tornam a gestão automática da memória possível e
segurança do programa, asseguram que um fragmen-
to de código só têm acesso a um determinado conjun-

418

Você também pode gostar