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Cartografia
Índice
Introdução: .................................................................................................................................. 3
Objectivos ................................................................................................................................... 3
Metodologia: ............................................................................................................................... 3
Geodesia ..................................................................................................................................... 4
Dimensões da Terra .................................................................................................................... 4
A figura da Terra ........................................................................................................................ 6
Conclusão: .................................................................................................................................. 8
Referências: ................................................................................................................................ 9
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Introdução:
A Terra, nosso planeta natal, tem sido objeto de estudo e fascínio ao longo da história da
humanidade. Compreender suas dimensões e sua forma é fundamental não apenas para a ciência
geográfica, mas também para diversas outras áreas do conhecimento, incluindo a astronomia, a
geologia e a geodésia. Neste trabalho, investigaremos as dimensões precisas da Terra e sua
figura, explorando as contribuições de cientistas renomados ao longo dos séculos e os métodos
utilizados para alcançar essa compreensão.
Objectivos
Geral
Específicos
Metodologia:
Os métodos utilizados para determinar as dimensões e a figura da Terra incluem observações
astronômicas, medições geodésicas e análises satelitais. Observações detalhadas da posição das
estrelas, do Sol e da Lua forneceram dados cruciais para calcular o tamanho e a forma da Terra.
Além disso, técnicas modernas de sensoriamento remoto e GPS permitem medições
extremamente precisas da superfície terrestre e sua forma.
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Geodesia
Geodésia é a ciência que tem por objetivo determinar a forma e as dimensões da Terra, bem
como os parâmetros definidores de seu campo da gravidade e suas variações temporais
(Gemael, 1999, p.19). A clássica definição de Helmert, apresentada em 1880, na qual consta:
“é a ciência das medições e mapeamento da superfície terrestre” é ainda fundamental para a
Geodésia. A forma da Terra depende substancialmente do campo de gravidade terrestre, e
grande parte das observações geodésicas está associada a esse campo (Torge, 2001, p.1). Dessa
forma, a definição clássica, ao ser acrescida do termo “variações temporais”, passa a estar de
acordo com a definição válida atualmente.
Dimensões da Terra
Desde os tempos antigos, os seres humanos têm especulado sobre a forma da Terra. No entanto,
foi somente no século III a.C. que Eratóstenes realizou as primeiras medições precisas da
circunferência terrestre. Ele afirmava que a Terra era uma esfera menor do que o Sol e maior
do que a Lua e sugeria que a sua circunferência teria uma dimensão máxima de 300.000 estádios
(estádio era uma unidade de medida que podia valer de 147 a 192 metros).
Eratóstenes de Alexandria, nascido em Cirene, norte da África, em 276 a.C., realizou o primeiro
experimento científico para medição da circunferência da Terra.
A engenhosa idéia de Eratóstenes era baseada na hipótese de que, caso a Terra fosse esférica, a
sombra de uma bastão observada no mesmo instante em locais diferentes permitiria, a partir de
considerações geométricas, o cálculo do diâmetro da esfera.
O valor por ele obtido, apesar da precariedade dos métodos de medição utilizados para estimar
a distância entre os dois pontos de medida, foi de 250.000 estádios.
Um século mais tarde, Posidônio determinou o raio terrestre por um método semelhante, mas
utilizando a posição de uma estrela, obtendo um valor de 240.000 estádios para o comprimento
da circunferência.
Claudio Ptolomeu, no século II d.C., autor do sistema geocêntrico, atribuiu ao planeta um valor
similar ao de Posidônio, reafirmando a esfericidade da Terra.
Pois, se ela fosse côncava, as estrelas que nascem apareceriam primeiro às pessoas do Ocidente;
e se fosse plana, as estrelas nasceriam e se poriam para todas as pessoas ao mesmo tempo; e se
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ela fosse uma pirâmide, um cubo ou qualquer outra figura poligonal, ela apareceria ao mesmo
tempo para todos os observadores na mesma linha reta. Mas nenhuma dessas coisas parece
acontecer. E está claro, ademais, que não poderia ser cilíndrica com a superfície curva voltada
ao nascimento e ocaso e as bases do plano voltadas para os pólos do universo, o que alguns
acham mais plausível. Pois assim, nenhuma estrela nunca estaria visível a nenhum dos
habitantes da superfície curva e, ao invés disso, ou todas as estrelas nasceriam e se poriam para
os observadores, ou as mesmas estrelas seriam sempre invisíveis para uma mesma distância de
qualquer um dos pólos a todos os observadores. E, ainda, quanto mais se avança para o pólo
norte, mas as estrelas do sul se escondem e as do norte aparecem. Deste modo, está claro aqui
que a curvatura da Terra, cobrindo uniformemente as partes em direções oblíquas, prova sua
forma esférica de cada lado. (...) [ Ptol.Alm. 1.5 ]
Depois de Ptolomeu, somente no séc. IX é que outra tentativa para a determinação das
dimensões da Terra foi realizada, pelos árabes. O valor obtido, em milhas árabes, daria algo em
torno de 42.840 km para a circunferência terrestre, considerando que uma milha árabe
corresponde a 2,16 km.
Valores mais precisos só foram conseguidos no séc. XV, com a medida de um arco de meridiano
por J. Picard, que obteve o valor de 6.372 km para o raio do planeta, o que corresponde a um
diâmetro médio de 40.036 km para a Terra. O valor obtido por Picard ficou famoso pelo fato
de ter sido utilizado por Isaac Newton para a verificação da Lei da Gravitação Universal.
Com a negação do sistema geocêntrico por Copérnico, admitiu-se para a Terra um movimento
de rotação e translação ao redor do Sol, o que permitiu que Newton concluísse, a partir de
estudos teóricos, que o movimento de rotação causaria um achatamento do planeta nos polos,
de forma que a razão entre o diâmetro da Terra no equador e no polo fosse de 230/229, ou seja,
o raio da Terra seria ligeiramente menor no polo. Isaac Newton propôs que a Terra era uma
esfera achatada nos polos e alargada no equador, devido à sua rotação. No século XVIII,
Charles-Marie de La Condamine contribuiu para a medição do meridiano terrestre, enquanto
Pierre-Simon Laplace e Friedrich Bessel desenvolveram teorias sobre a forma e a densidade da
Terra no século XIX.
Um fato curioso ocorreu em 1718, quando Jacques Cassini realizou uma série de medidas,
dando continuidade a um trabalho de Picard, e concluiu que a Terra deveria ser achatada no
equador, ao contrário do que a teoria newtoniana previa.
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Uma grande controvérsia foi criada na Europa a respeito destes resultados, dando origem a duas
expedições patrocinadas pela Academia de Ciências de Paris, com o objetivo de realizar
medições de um arco de meridiano próximo ao equador, no Peru, e próximo ao pólo, na
Lapônia.
O resultado das medições mostrou que um arco de 1o no equador media 110.614 m, e próximo
ao pólo, um arco de 1o correspondia a 111.949 m. Estava confirmada, assim, a teoria de
Newton, e a Terra a partir de então foi vista em primeira aproximação como um elipsóide de
revolução, com o semi-eixo menor coincidindo com o eixo de rotação terrestre.
A figura da Terra
A mais antiga atribuição de forma à Terra que se conhece é a de um disco chato.
Já no séc. VII a.C., Homero e os filósofos gregos afirmavam que a Terra era um disco
suportando o céu.
Mais tarde, no século VI a.C., Tales de Mileto e os babilônios, acreditavam que a Terra era um
disco que flutuava sobre a água.
Na mitologia Hindu, Chukwa seria a primeira e mais velha das tartarugas, que sustentaria a
Terra.
Em alguns relatos, ela carregaria um elefante, Maha-pudma, que estaria sustentando a Terra.
Para outros, como Anaxímenes, também de Mileto, o disco Terra estaria suspenso sobre um
buraco infinito, sustentado pelo ar que o circundava.
Anaxímenes (560-500 a.C.)
Anaxímenes dizia que “o ar infinito era o princípio do qual provém todas as coisas que estão a
gerar-se, e que existem, e que hão-de existir, e que os deuses e as coisas divinas, e o resto
proveniente dos seres por ele produzidos. A forma do ar é a seguinte: quando ele é igual, é
invisível à vista, mas é revelado pelo frio e pelo calor e pela umidade e pelo movimento".
Frag.144
"E todas as coisas são produzidas por uma espécie de condensação, e depois rarefação, dele (s.c. ar).
O movimento existe, e de fato, desde todo o sempre; quando o ar se comprime, logo se gera a Terra, a
primeira de as coisas completamente plana - por isso é consequentemente levada pelo ar; e o Sol e a
Lua e os demais corpos celestes têm na Terra a origem do seu nascimento. O Sol é Terra, mas que,
devido à rapidez do seu movimento, obtém calor bastante".(Frag.151)
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"O mundo uno é considerado como gerado e destrutível, por todos aqueles que dizem que há sempre
um mundo, embora não seja sempre o mesmo, mas se torne diferente em diferentes ocasiões de acordo
com determinados períodos de tempo, como afirmaram Anaxímenes e Heraclito, e posteriormente os
estoicos". (Frag.150 )
Além disso, a Terra é aproximadamente uma esferoide oblato, com uma ligeira protuberância
no equador e um achatamento nos polos.
Conclusão:
Em conclusão, este trabalho proporcionou uma visão abrangente das dimensões e da figura da
Terra, desde as contribuições pioneiras de Eratóstenes até os métodos modernos de medição. A
compreensão precisa da forma e das dimensões da Terra é essencial para a ciência e tem
implicações significativas em nossa compreensão do universo e do nosso lugar nele.
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Referências:
FORTES L. P. (2017) Seminário do GEGE de 24/03/2017.
GEMAEL C. (1999) Introdução a Geodésia Física, Editora da UFPR, 302p.
TORGE W. (2001) Geodesy, de Gruyter, 3rd Edition, Berlin, 416p.
VANIČEK P. and Krakiwsky E. (1986) Geodesy: The concepts
LEINZ, Viktor, AMARAL, S.E. do. Geologia geral. São Paulo, Cia Editora Nacional, 1996