Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A eleição de Bolsonaro não se explica pela linha causal clássica de Julho de 2013, crise,
impeachment e prisão de Lula, mas foi resultado da recusa da política oficial de se
reformar, da falta de meios de canalização da energia popular para caminhos que não
fossem a resposta institucional viável (Lava Jato) e da incapacidade da direita
tradicional de reformar a institucionalização (p. 20)
Nessa tática, o sistema político se apresenta como fundido ao Estado, e, assim, faz com
que a rejeição da população mine a legitimidade da ação estatal (p. 35)
Partido cartel (Katz e Mair): dividem recursos e fixam regras que limitam a competição
e eliminam concorrentes; o pemedebismo como cartel agravou a dificuldade em formar
quadros de oposição fora da coalizão (no presidencialismo de coalizão, a oposição é
sempre interna). Desse modo, sem uma oposição externa real, situação e oposição são
vistos como "sistema"; a polarização passa a se dar entre sistema e antissistema (pp. 69-
70)
Paolo Gerbaudo: os partidos digitais (que não se confundem com plataformas digitais,
de cunho institucionalizante/ado) são por excelência partidos de outsiders; sua
disseminação está relacionada à crise de 2008 e às dificuldades que segmentos sociais
(millennials, principalmente) passaram a sofrer em razão do encolimento do bem-estar
(p. 116)
. Hiperlíder: figura destinatária da "transmissão de confiança" do eleitor, concentra
poderes em função da desconfiança face a intermediários (estrutura partidária,
oligarquias etc)