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Sumário

As mensagens de Deltan Dallagnol e os guardas da esquina ..................................................... 2


Pontos centrais do texto .................................................................................................................... 5
Análise entre o enfoque teórico dogmático ou zetético jurídico ................................................. 6

Revolução silenciosa: mudanças e riscos na adoção de IA generativa na internet ............. 8


Pontos centrais do texto ..................................................................................................................12
Análise entre o enfoque teórico dogmático ou zetético jurídico ...............................................13

Prova obtida por meio de acesso ilegal ao celular do réu deve ser anulada .........................14
Pontos centrais do texto ..................................................................................................................15
Análise entre o enfoque teórico dogmático ou zetético jurídico ...............................................16
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As mensagens de Deltan Dallagnol e os guardas da esquina

Denúncias propositalmente longas, falta de provas dissimuladas por slogans para a


mídia, vazamento de informações, uso das funções públicas para perseguição de adversários.
Esses os ingredientes das conversas de Deltan Dallagnol com outros procuradores da operação
“lava jato”, divulgadas em Reportagem da revista piauí deste mês.

São diálogos impressionantes, descortinam os bastidores de uma operação que se


apresentava como vanguarda de uma heroica luta contra a corrupção. Chocam o leigo, mas,
infelizmente, não representam novidade alguma para quem milita na área criminal, que se
depara cotidianamente com práticas para lá de escusas em nome do combate ao crime.

A primeira delas é a longa e enfadonha descrição das condutas criminosas pela denúncia.
Para narrar os fatos, muitas peças de acusação são prolixas e repetitivas, com enxurradas de
transcrições e citações, que poderiam ser resumidas em poucos parágrafos. No caso da denúncia
contra Lula, referente ao triplex, um procurador chegou a alertar a Deltan que a “reduziria a
metade, o que não foi contado em trinta folhas, ou no máximo em cinquenta, não merece ser
contado”.

Não foi ouvido. A denúncia foi apresentada com 149 páginas

Denúncias enormes não são novidade no mundo do processo penal. Não se trata apenas
de má redação, mas de um ato deliberado de acoplar aos atos narrados o maior número de
adjetivos e advérbios, com o objetivo de confundir o juiz e a opinião pública. Como rejeitar
uma denúncia com centenas páginas com expressões tão fortes, e tantos documentos anexados,
sem passar por irresponsável aos olhos da população?

Gilmar Mendes ressalta os problemas das denuncias exageradas,

“que fragmentam a análise, tornando dificultosa a identificação


específica de cada conduta imputada (…) que sob o argumento de
descrever o contexto, embaralhava o conjunto de atos suporte da ação
penal, com finalidades nem sempre compatíveis com a boa-fé objetiva
exigida dos agentes procedimentais” (STF, voto Mendes nos autos do RE
1.384.414)

Por mais que se trate de um texto repetitivo, que poderia ser apresentado em poucos
parágrafos, por mais que os anexos amontoem contratos sociais, transações bancárias e dados
telefônicos, que espremidos resultariam em poucas páginas de informações relevantes, o
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conjunto assusta o magistrado, impele a abertura do processo, e joga para os anos seguintes a
análise mais apurada dos fatos.

Não raro, após longo tempo de calvário dos réus, percebe-se o vazio das acusações, o
nada embaixo das palavras de ordem, e decide-se pela absolvição. Tardia, noticiada em pés de
páginas, em rodapés de matérias, nos últimos cadernos de jornais, não é capaz de restituir
carreiras destruídas, imagens desgastadas e remir saúdes e vidas perdidas.

Outro fenômeno comum, revelado pelas mensagens, é o deliberado encobrimento da


falta de provas com estratégias de marketing. Na ausência de indícios claros dos ilícitos, bate-
se o tambor com mantras repetitivos, como se notas à imprensa e entrevistas pudessem ocupar
o lugar de documentos, testemunhas ou laudos.

Argumentos são substituídos por estratégias de comunicação, sustentações orais por


coletivas de imprensa, teses jurídicas por power points.

Na “lava jato”, mensagens apontam que falhas na denúncia contra Lula, como a
dificuldade de provar o conhecimento da origem criminosa dos valores por parte de
empreiteiros, e a existência de teses “capengas”, foram ocultadas por táticas de marketing
judicial, pela distribuição de releasings para a imprensa para “definir as primeiras manchetes”:
“É ele que dará o tom e pautará a imprensa de cara”, disse Deltan.

Emile Zola, a pretexto das acusações infundadas contra Dreyfuss, na França do final do
século 19, apontava ser “um crime ludibriar a opinião, utilizá-la para uma tarefa de morte,
pervertendo-a até fazê-la delirar”.

Essa perversão e delírio pautaram matérias, manchetes e capas de revista no Brasil há


poucos anos. Em lugar de fatos, versões, em lugar de provas, expressões de impacto, em lugar
de nomes, apelidos com repercussão midiática, em lugar da consistência, o açodamento diante
dos holofotes.

Por fim, as mensagens revelam que vazamentos seletivos de informações sigilosas


acompanharam a “lava jato”. Agentes públicos, aos quais foi delegada a solene atribuição de
guardar segredo sobre dados sensíveis, organizavam metodologicamente sua distribuição para
órgãos da imprensa, para fragilizar inimigos e fortalecer suas posições corporativas.

Há mensagens sobre “soltar os podres” e “tocar o terror” contra inimigos na polícia


federal, “ir queimando aos poucos” pessoas e atos contrários aos interesses dos integrantes da
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força-tarefa, e sobre formas de forçar colaborações por meio da divulgação de dados em segredo
de Justiça.

O granjeiro não pode negociar com raposas a distribuição das galinhas que jurou
proteger. Muito menos em nome do combate a corrupção e de Deus.

A propósito, muitas das ações parecem ter sido praticadas em nome de Deus. “Vejo Deus
agir nesse caso desde o começo”, “Eu creio que Deus quer que a igreja alavanque essa
mudança”, afirmou Deltan.

Não creio que o Criador tenha outorgado a ele qualquer procuração, mas, se
eventualmente o fez, deve estar bastante insatisfeito com o resultado do trabalho.

Tempo e dinheiro, que poderiam ter sido empregados para juntar provas relevantes,
identificar desvios de recursos públicos, e punir empresários e políticos envolvidos em
corrupção, acabaram gastos em projetos político-partidários, megalomanias individuais e
arroubos messiânicos.

A doença infantil da vaidade apressou acusações mal construídas, e jogou na lata do lixo
trabalhos que poderiam ter esclarecido malfeitos, se manejados de forma responsável e
competente.

Carrara afirmava que “quando a política entra as portas do Templo da Justiça, esta foge
pela janela, para librar-se ao céu”.

“Meus vazamentos objetivam sempre com que pensem que as investigações são
inevitáveis e incentivar colaboração (sic)”. Palavras de Deltan Dallagnol. Não é frase que se
espere de um fiscal da lei, de alguém que, no momento de posse, prometeu solenemente
respeitar a Constituição.

No caso, a Justiça cedeu, não sem resmungos, e deu espaço à política, que tirou para
dançar procuradores e juízes, ao som de propostas legislativas de enfurecimento da legislação,
da busca por fundos e recursos para promoção pessoal, e de candidaturas.

A montanha da “lava jato”, com seus bumbos e carreatas, pariu ratos. Em especial, ratos
no mundo político, em diversos e relevantes cargos.

O mais triste, no entanto, é notar que tais estratégias não são fenômenos isolados, exceções ou
pontos fora da curva.
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As prolixas denúncias, o manejo da imprensa para encobrir falhas de acusação, e o


vazamento seletivo de dados sigilosos, embora não generalizados, são práticas repetidas nos
foros, repartições e esquinas, em investigações grandes e pequenas, por todo o território
nacional. Difícil encontrar advogadas ou advogados sem histórias para contar a esse respeito.

Mas, há sempre um resto de esperança

Ao final das mensagens, Deltan sugere a alguém que não se incomode com as críticas à
“lava jato”, e cita Churchill ao afirmar que “se parar para atirar pedra em cada cão que passa
pelo caminho, não chegaremos ao nosso destino”.

Talvez os cães fossem aqueles que ladravam pelo respeito ao Estado de Direito,
incomodando seu impávido caminho em direção à glória política. Levaram pedradas, ganiram,
mas seguiram latindo. E, ao final, a caravana tombou. Seus efeitos ainda grassam pelo país, mas
não faltarão cães a ladrar, em cada esquina, a incomodar quem quer que abuse de suas funções.

Pontos centrais do texto:

1. Críticas à Operação Lava Jato:


• O texto aborda críticas diretas à Operação Lava Jato, destacando as conversas
vazadas entre os procuradores, liderados por Deltan Dallagnol.
• São mencionadas práticas consideradas questionáveis, como a elaboração de
denúncias excessivamente longas e prolixas, bem como o uso de estratégias de
marketing para encobrir a falta de provas concretas.

2. Prolixidade e Falta de Provas:


• Critica-se a prolixidade das denúncias apresentadas, apontando que isso muitas
vezes confunde o juiz e a opinião pública, embora não acrescente evidências
substanciais ao caso.
• Destaca-se a falta de provas concretas para sustentar algumas acusações, o que leva
os procuradores a recorrerem a estratégias de comunicação e marketing para
fortalecer seus argumentos.
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3. Vazamentos Seletivos:
• O texto aponta para o uso de vazamentos seletivos de informações sigilosas durante
a Operação Lava Jato, sugerindo que isso era feito para fragilizar inimigos e
fortalecer a posição dos procuradores.
• São mencionadas mensagens que indicam a manipulação da imprensa para criar
manchetes favoráveis à operação.

4. Críticas Éticas e Políticas:


• O autor expressa preocupações éticas e políticas sobre o uso abusivo do poder e das
funções públicas durante a operação, sugerindo que houve desvios de conduta em
nome do combate à corrupção.
• Aponta-se para uma busca por promoção pessoal, manipulação da opinião pública
e desrespeito aos princípios do Estado de Direito.

5. Referências Históricas e Culturais:


• O texto faz referências históricas, como o caso Dreyfus na França, para ilustrar a
gravidade das acusações infundadas e manipulações da opinião pública.
• Também há citações de Churchill para destacar a persistência dos críticos da
operação, que continuam a questionar os abusos de poder.

6. Conclusão:
• O autor conclui com uma nota de esperança, sugerindo que os críticos da operação
continuam a se manifestar, apesar das tentativas de silenciá-los, e que a verdade
acabará por prevalecer.

Este texto apresenta uma análise crítica da conduta dos procuradores da Operação Lava
Jato, destacando preocupações éticas, políticas e legais em relação às práticas adotadas durante
a investigação.

Analisando a predominância do enfoque teórico dogmático jurídico ou zetético jurídico:

• O texto foca principalmente em criticar práticas específicas relacionadas à atuação dos


procuradores na Operação Lava Jato, destacando a maneira como as investigações
foram conduzidas e os resultados alcançados.
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• Há uma abordagem mais crítica e reflexiva sobre as consequências das ações dos
procuradores, apontando para questões éticas, políticas e legais envolvidas.
• Não há uma busca ativa por novas evidências ou questionamentos diretos sobre o
funcionamento do sistema jurídico, mas sim uma análise crítica das práticas existentes.

Conclusão: Predominância do enfoque teórico dogmático jurídico, pois o texto se concentra


principalmente na análise crítica de práticas jurídicas existentes, sem buscar novas evidências
ou questionar diretamente o sistema jurídico.
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Revolução silenciosa: mudanças e riscos na adoção de IA generativa na internet

Há poucos dias, ao utilizar uma rede social, me deparei aleatoriamente com um pequeno
vídeo em que uma mãe estava arrumando o cabelo de sua filha, conversando sobre algo que a
pré-adolescente não sabia o significado.

Prontamente a mãe disse: “não sabe? Procura no Google o que é…”. E assim foi
instaurado um diálogo interessantíssimo onde a filha afirmou que “ninguém mais usa o Google,
só gente velha igual a você, mãe”.

E, quando questionada sobre como fazia as suas pesquisas, respondeu prontamente “o


que eu quero saber, busco no TikTok e o ChatGPT faz toda a pesquisa para mim. Tem também
a LuzIA no WhatsApp”.

Para a minha felicidade, sorte ou algum algoritmo de recomendação — quem sabe? —,


o mesmo tema foi aprofundado em um vídeo que conta o mesmo fenômeno sob uma perspectiva
histórica, explorando como o modelo de negócios do Google mudou e mudará ainda mais,
movimentado principalmente pela popularização de ferramentas generativas de linguagem.

Pretende-se neste artigo a retomada desses diálogos, deixando claros alguns riscos ao
não entender como as ferramentas de inteligência artificial funcionam e mostrar que problemas
já existem, como uma situação ocorrida recentemente com uma companhia aérea.

Contextualizando o leitor, o buscador do Google foi uma ferramenta revolucionária e se


destacou de seus concorrentes, restando hegemônica frente aos seus concorrentes atuais (as
pessoas com mais tempo de internet aqui vão se lembrar dos buscadores Cadê, Yahoo, entre
outros.).

A diferenciação ocorreu pela implementação superior de um sistema de ranqueamento


e referenciamento entre as melhores correspondências às palavras-chaves buscadas pelo
usuário.

Simplificando, páginas que são mais referenciadas (linkadas) em outros sites tendem a
aparecer como os primeiros resultados da busca, o que facilita aos usuários encontrar resultados
relevantes para as suas pesquisas.

Contudo, chegamos a um momento em que os profissionais decifraram o SEO (Search


Engine Optimization — otimização de mecanismos de busca) do Google, aprendendo como
destacar determinado conteúdo frente a outros similares e ranqueamentos patrocinados.
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Texto copiado e colado

Parece, porém, que estamos em um limite. Afinal, se todos sabem a mesma técnica de
melhoria, acabam utilizando a mesma fórmula: textos que repetem parcialmente conteúdos de
outros textos já publicados como forma de ancorar algumas palavras-chave.

Como resultado, encontramos sites e mais sites com versões do mesmo texto, copiado e
colado com os termos buscados, mas que simplesmente não informam ou respondem
satisfatoriamente.

Chegamos a um impasse, e a pergunta certa não é como resolver isso, mas se esse
problema realmente importa para os usuários.

Afinal, conforme pesquisa estadunidense, os mais jovens (geração Z, nascidos entre


1996-2010) estão abandonando buscadores de texto como o Google e migrando para outras
soluções, como as redes sociais e as ferramentas generativas abertas, as LLM conhecidas
popularmente como “inteligências artificiais”.

As discussões e descobertas a partir do que popularmente se entende como inteligências


artificiais (em sentido coloquial) dominaram o ano de 2023.

Promessas de novas funcionalidades e discussões regulatórias geraram um “boom” de


usuários curiosos e de empresas abrindo os seus serviços para testes com público.

Entre alguns nomes de modelos de empresas disponíveis, citemos ChatGPT, Llama,


Gemini, Bard, entre outros.

A IA é o futuro. Mas a grande maioria destes players não se perguntou sobre que tipo de
inteligência artificial estamos falando? A IA generativa (modelo generativo LLM) é apenas uma
espécie (que mesmos os especialistas divergem quanto ao fato de tratar-se efetivamente de uma
inteligência artificial).

Uma breve explicação: Large Language Model (LLM) é um modelo de aprendizado de


máquina (machine learning ou ML) treinado para aprender a partir de enormes bases de dados
públicos.

De forma simplificada, trata-se de um sistema que recebe um enorme banco de dados


de textos como parâmetro (exemplificativamente, artigos acadêmicos públicos, artigos da
Wikipedia, materiais disponíveis para uso público em geral), analisa estatisticamente quais são
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os padrões de linguagem que podem ser usados (“n-gram’s” — fragmentos de frases e mesmo
de palavras que aparecem mais vezes juntas nos bancos utilizados para treinamento).

Desta forma, com bilhões ou mesmo trilhões de probabilidades mapeadas, essas


ferramentas são excelentes em criar textos e respostas muito coerentes, sem qualquer
compromisso com a verdade das afirmações feitas.

Obviamente, cada empresa faz ajustes e calibra as probabilidades em diversos contextos


para evitar textos absurdos (embora coesos), outras integram a geração de texto aos buscadores
clássicos como forma de melhorar a precisão da escolha de palavras-chave.

O modelo de negócio está aberto a qualquer companhia que se disponha a investir


recursos em desenvolvimento desta modalidade de inteligência artificial.

Voltando ao nosso ponto, esses modelos generativos de linguagem ficaram mais


acessíveis e espalhados na web, o que facilitou o trabalho de muita gente e mesmo revolucionou
(no sentido de alterar drasticamente) a forma de uso da internet.

Como vimos relatado, os mais jovens utilizam estes chatbots como fonte de pesquisa.
Empresas estão descobrindo formas escaláveis de utilizar tais modelos, considerando a
preferência de seu consumidor e o grande potencial de gerar textos e respostas ágeis de forma
automatizada. Mas será que todos estes atores compreendem os riscos deste uso?

Chatbot provoca erro

Em fevereiro deste ano, a Air Canada sofreu uma condenação judicial decorrente de um
problema causado por um chatbot com AI integrada.

Um passageiro queria remarcar um voo emergencial e, ao acessar o site, iniciou uma


conversa típica de suporte ao consumidor com um chatbot assistido por um modelo LLM (que,
segundo declarações do CIO da empresa, serviria como um teste no atendimento).

O chatbot orientou o consumidor a comprar um novo voo imediatamente e solicitar o


reembolso do que seria cancelado. Ocorre que esta orientação contraria a política da empresa
sobre remarcação de voos de emergência, que não concedem reembolso (ou seja, de alguma
forma o modelo de linguagem conhecia parte da política).

O cliente seguiu a orientação do chatbot e teve o reembolso negado. A discussão foi


parar na justiça canadense e deu razão ao consumidor. O argumento da empresa de que o chatbot
teria uma forma própria e não-auditável (inexplicável) de argumentar não prosperou na justiça.
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O importante é compreender que os LLM’s não “entendem” textos de fato. Trata-se de


um artifício muito bom quanto às probabilidades de gerar textos a partir da forma como foram
treinados, que para o usuário, cria o efeito de estar compreendendo o seu input (o que não
significa que seja possível explicar integralmente o caminho lógico para criar aquela
informação — mas isto é tema para outro texto).

Ainda no último ano, as pessoas se depararam com situações parecidas como esta,
quando uma IA generativa devolveu respostas não-críveis (situação coloquialmente chamada
de alucinação da IA), ou até mesmo conteúdos protegidos por direitos autorais (o que gera
diversos questionamentos sobre quais materiais foram usados para treinar tais linguagens).

E se os usuários não compreendem que isto não é um erro, mas um verdadeiro limite
técnico da ferramenta, podem acabar tendo problemas devido a outputs problemáticos — por
exemplo, o caso do consumidor da Air Canada.

Outro problema que surgiu dessa ampla disponibilização do dispositivo é a


multiplicação de conteúdo gerada pelas mesmas ferramentas. Lembram da fórmula de gerar
páginas mais comerciais para o ranking do Google?

Com o auxílio destas ferramentas é muito mais fácil reproduzir textos para sites e redes
sociais, seguindo os parâmetros de ancoragem SEO do Google. E, ironicamente, estes mesmos
textos voltam a treinar algumas destas ferramentas generativas. É um ciclo vicioso de
padronização de conteúdo, o que dificulta ainda mais ao usuário encontrar informações precisas
e assertivas em um mar de “lero-leros”.

Será que a pré-adolescente que gerou o relato do início deste texto, como representante
de uma parcela enorme da população, tem dimensão que estes chatbots não são fontes de
informação confiável? Acredito que não. E como resolvemos esses problemas?

Essa pergunta está tirando o sono dos órgãos reguladores nos diversos países do mundo;
é a pergunta que está abrindo um mar de possibilidades para que empreendedores invistam
tempo em pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Independentemente das respostas, que ainda não existem, uma coisa é fato: saber como
funciona a ferramenta, investir em adaptação ao seu negócio e evitar caminhos ruins reforça
aquela velha máxima de que “conhecimento é poder”.
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Pontos centrais do texto:

1. Impacto da IA Generativa na Internet:


• O texto aborda o crescente uso de ferramentas de inteligência artificial (IA)
generativa, como ChatGPT e LuzIA, na internet, principalmente entre os jovens.
• Destaca-se a mudança de paradigma na busca por informações, com a geração mais
jovem preferindo plataformas como TikTok e ferramentas de IA para obter respostas
às suas perguntas.

2. Desafios da Abundância de Conteúdo Gerado por IA:


• São discutidos os desafios decorrentes da proliferação de conteúdo gerado por IA,
incluindo a padronização de textos, a dificuldade de distinguir informações precisas
e a saturação de conteúdo repetitivo.
• O texto menciona que o excesso de conteúdo gerado pode dificultar a identificação
de informações confiáveis e relevantes para os usuários.

3. Limitações e Riscos da IA Generativa:


• São apontadas as limitações e os riscos associados ao uso de IA generativa, como a
falta de compreensão dos usuários sobre as capacidades e limitações dessas
ferramentas.
• É destacado um caso envolvendo a Air Canada, onde um chatbot com IA integrada
deu orientações incorretas a um cliente, resultando em um problema legal para a
empresa.

4. Discussões Regulatórias e Desenvolvimento Tecnológico:


• O texto menciona as discussões regulatórias em curso em diversos países em
resposta ao aumento do uso de IA generativa e os desafios associados a ela.
• Destaca-se a necessidade de desenvolvimento tecnológico contínuo e adaptação dos
negócios para lidar com as mudanças trazidas por essas ferramentas.

5. Conscientização e Adaptação:
• Conclui-se enfatizando a importância da conscientização sobre o funcionamento das
ferramentas de IA, da adaptação dos negócios e da busca por soluções para os
desafios apresentados.
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Este texto oferece uma reflexão sobre as mudanças trazidas pela adoção de IA generativa
na internet, destacando os benefícios, os desafios e os riscos associados a essa tecnologia
emergente.

Analisando a predominância do enfoque teórico dogmático jurídico ou zetético jurídico:

• O texto aborda as mudanças trazidas pela adoção de inteligência artificial generativa


na internet, destacando os benefícios, desafios e riscos associados a essa tecnologia
emergente.
• Há uma reflexão sobre as implicações éticas e práticas do uso de IA generativa,
incluindo a necessidade de regulamentação e adaptação dos negócios para lidar com
essas mudanças.
• Embora não seja um texto jurídico estrito, há considerações sobre questões legais,
como os desafios de responsabilidade decorrentes do uso de chatbots com IA
integrada, exemplificado pelo caso da Air Canada.

Conclusão: Predominância do enfoque teórico zetético jurídico, pois o texto reflete sobre as
implicações éticas, práticas e legais do uso de inteligência artificial generativa na internet,
buscando entender e questionar as consequências dessa tecnologia emergente.
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Prova obtida por meio de acesso ilegal ao celular do réu deve ser anulada

O artigo 157, caput e §1º, do Código de Processo Penal estabelece que são inadmissíveis
as provas obtidas de forma ilícita, assim como aquelas que são originariamente lícitas, mas
derivadas das ilícitas.

Com base nesse entendimento, o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior


Tribunal de Justiça, anulou a condenação de um homem acusado de tráfico de drogas
fundamentada em provas obtidas de forma irregular, por meio de coação da Polícia Militar.

A decisão foi provocada por Habeas Corpus em que a defesa apontou a nulidade da
busca pessoal contra o réu, já que os policiais, ao fazerem a abordagem, acessaram o conteúdo
de seu celular sem a devida autorização judicial.

Ao analisar o caso, o ministro apontou que a situação narrada nos autos violou o artigo
5º, inciso XII, da Constituição Federal, o qual assegura a inviolabilidade das comunicações —
exceto nos casos em que houver quebra de sigilo telefônico, por ordem judicial, nas hipóteses
e do modo estabelecidos pela Lei 9.296/1996.

“Os dados armazenados nos aparelhos celulares decorrentes de envio ou recebimento


de dados via mensagens SMS, programas ou aplicativos de troca instantânea de mensagens
(dentre eles o WhatsApp), ou mesmo por correio eletrônico, por dizerem respeito à intimidade
e à vida privada do indivíduo, são, de toda forma, invioláveis, nos termos do art. 5°, X, da
Constituição Federal, só podendo ser acessados e utilizados mediante prévia autorização
judicial, nos termos do art. 3° da Lei n. 9.472/97 e do art. 7° da Lei n. 12.965/14”, registrou o
ministro.

Fonseca também lembrou que a jurisprudência do STJ é firme no sentido de considerar


ilícitas as provas obtidas nesse contexto. “O consentimento do acusado está embasado, única e
exclusivamente, nos depoimentos prestados pelas autoridades policiais, não existindo nenhuma
outra prova de que a senha foi fornecida pelo proprietário livre e espontaneamente.”

Diante disso, ele decidiu anular as provas obtidas contra o acusado e, consequentemente,
a condenação.
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Pontos centrais do texto:

1. Anulação da Condenação por Provas Obtidas de Forma Ilícita:


• O texto trata de uma decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior
Tribunal de Justiça, que anulou a condenação de um homem acusado de tráfico de
drogas devido a provas obtidas de forma irregular.
• As provas foram obtidas por meio de acesso ao conteúdo do celular do réu sem
autorização judicial durante uma busca pessoal realizada pela Polícia Militar.

2. Violação da Constituição e da Lei:


• O ministro fundamentou sua decisão na violação do artigo 5º, inciso XII, da
Constituição Federal, que assegura a inviolabilidade das comunicações, salvo em
casos excepcionais determinados por lei.
• Destaca-se que o acesso aos dados armazenados em dispositivos móveis, como
mensagens SMS e aplicativos de troca de mensagens, requer autorização judicial de
acordo com a legislação pertinente.

3. Jurisprudência do STJ:
• O texto menciona que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no
sentido de considerar ilícitas as provas obtidas de forma irregular, como no caso do
acesso ao celular do réu sem autorização judicial.

4. Nulidade das Provas e da Condenação:


• O ministro Fonseca decidiu anular as provas obtidas de forma ilícita contra o
acusado, o que consequentemente resultou na anulação de sua condenação.
• Destaca-se que o consentimento do réu para o acesso ao conteúdo do celular foi
questionado, pois baseou-se apenas nos depoimentos das autoridades policiais, sem
outras provas de que a senha foi fornecida voluntariamente.

Este texto aborda uma decisão judicial relevante sobre a anulação de provas obtidas de
forma ilegal, destacando a importância do respeito aos direitos constitucionais e legais dos
acusados durante investigações criminais.
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Analisando a predominância do enfoque teórico dogmático jurídico ou zetético jurídico:

• O texto trata de uma decisão judicial que anulou a condenação de um réu acusado de
tráfico de drogas devido à obtenção de provas de forma ilegal, especificamente o acesso
ao conteúdo de seu celular sem autorização judicial.
• Há uma análise jurídica direta da situação, incluindo referências aos dispositivos legais
relevantes, como o artigo 157 do Código de Processo Penal e o artigo 5º da Constituição
Federal.
• A decisão do ministro é fundamentada em princípios jurídicos estabelecidos e na
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, enfatizando a importância do respeito
aos direitos constitucionais e legais dos acusados.

Conclusão: Predominância do enfoque teórico dogmático jurídico, pois o texto se concentra na


análise jurídica direta de uma decisão judicial específica, fundamentada em princípios legais
estabelecidos e jurisprudência existente.

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