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Aula 8:

Inferência sobre Dados Quantitativos


Testes para comparar dois grupos de dados quantitativos
BIOE - 2023/2024 44
Inferência sobre Dados
Quantitativos:
médias da população
TEST T STUDENT
Testes paramétricos
Test t student:
One-sample t test
Independent t test
Paired t test

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Distribuição t-student
Propriedades
 A distribuição t-student é semelhante à distribuição Normal, contudo aqui existem uma séria
de curvas e cada uma é determinada por um parâmetro chamado Grau De Liberdade.
 Quando se usa a distribuição t para estimar a média da população, os GRAUS DE LIBERDADE
são iguais ao tamanho da amostra menos um: g.l. = n-1
 A área (ou probabilidade) sob a curva é de 100% ou 1.
 Média, moda e mediana da distribuição t = 0
 À medida que os g.l. aumentam, a distribuição t aproxima-se da distribuição Normal (> 30 g.l.)

Assim: o número de graus de liberdade é igual ao número de “observações” menos o número de


relacionamentos necessários entre as observações (por exemplo, o número de estimativas de
parâmetros). Para um teste t para 1 amostra, um grau de liberdade é utilizado na estimativa da
média, e os restantes n - 1 graus de liberdade estimam a variabilidade.

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t test ou teste t de Student
(William Sealy Gosset)
Quanto maior t mais confiança temos ao rejeitar a hipótese nula, ou
seja, mais certeza temos ao afirmar que x̄ > µ0

x̄ Média da amostra;
µ0 - Valor fixo usado para comparação com a
média da amostra;
S - Desvio padrão amostral;
n - Tamanho da amostra.

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Tabela
t-student
Passos:
- calcular o valor de t (formula do
teste t) e procurar na tabela o
respetivo valor de prova p
ou
- a partir dos gl e valor de prova
que quero obter, procurar a
probabilidade na tabela para poder
calcular os IC

A entrada na tabela para C é o


valor crítico t necessário para o
nível de confiança C.

Para aproximar os valores P de um


e dois lados, compara-se o valor da
estatística t com os valores críticos
de t que correspondem aos valores
P dados na parte inferior da tabela.

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Inferência sobre Dados
Quantitativos:
médias da população
ONE-SAMPLE T TEST
A temperatura corporal média dos
doentes com hipotermia profunda
(<24° C), é a mesma que a
temperatura do ar na sala onde
está a realizar o seu tratamento e
que é de 24,3° C?

Curiosidade?
https://blog.bjcvs.org/single-
post/2019/12/19/a-importancia-da-
hipotermia-durante-a-realizacao-de-
procedimentos-cardiacos/

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Inferência sobre Dados
Quantitativos
One-sample t-test
Exemplo: Vamos considerar a temperatura corporal de 25 doentes
cardíacos que foram submetidos a cirurgia numa sala a 24,3 ° C, e cuja
hipotermia profunda (< 24 ° C) é uma prática usada nesse tipo de doentes.
Podemos perguntar se a temperatura corporal média dessas pessoas é a
mesma que a temperatura do ar na sala que é de 24,3 ° C.
Portanto,
H0: μ = 24,3 ° C
Ha: μ ≠ 24,3 ° C
α = 0,05

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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sobre Comunicação da Evidência 53
Inferência sobre Dados
Quantitativos
One-sample t-test
Primeiro devemos verificar as condições de inferência:
Não temos uma amostra aleatória simples real da população de todos as pessoas
sujeitas ao mesmo tratamento no país. Consideraremos que essa amostra deve ser
representativa das pessoas sujeitas ao mesmo tratamento naquela região e mesmo
nas regiões com populações semelhantes.

Não podemos olhar para a população, mas podemos examinar a amostra.

Observações (Histograma): têm distribuição Normal

Neste histograma: podemos verificar se há distorção clara, outliers …


O histograma não mostra uma forte saída da normalidade. Além disso, o teorema do
limite central nos diz que um tamanho de amostra de 25 é grande o suficiente para
superar desvios moderados da Normalidade para realizar inferências.

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados
Quantitativos
One-sample t-test

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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one-sample t test
A estatística para one-sample t test é:

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Output from SPSS: Analyse → Compare means → One-Sample t test
FASE EMPÍRICA
Passo 3 – Interpretação dos resultados
Inferência sobre Dados Quantitativos

Output from SPSS: Analyse → Compare means → One Sample t test

H0: μ = 24,3 ° C
Ha: μ ≠ 24,3 ° C
α = 0,05
t = 2,713 com 24 graus de liberdade (df=Degree of Freedom = n-1)
Valor P = 0,012
Como valor P <α, rejeita-se H0.
O programa SPSS arredonda o valor P para três casas decimais, o que significa
que às vezes vemos resultados como "0,000". Isso não significa que o valor P
seja zero, mas seja menor que 0,001, ou seja, leia-se como:
"P <0,001".
Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários
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Inferência sobre Dados
Quantitativos
One-sample t-test
Output from SPSS: Analyse → Descriptive Statistic → Explore …

O intervalo de confiança de 95% da média μ = (24,47 a 25,58 ° C)


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Inferência sobre Dados
Quantitativos
One-sample t-test
Relatório
Objetivo: O objetivo do estudo foi descobrir se a temperatura corporal
média dos doentes cardíacos e que foram sujeitas a cirurgia é a mesma
que a temperatura do ar sala onde o tratamento foi realizado.
Métodos: Vinte e cinco doentes cardíacos foram sujeitas a cirurgia
numa sala a 24,3 ° C e foram registadas as suas temperaturas
corporais. Foi aplicado o teste t a uma amostra para comparar a
temperatura corporal dos doentes com a temperatura do ar, após
verificar a suposição necessária de que a população tem uma
distribuição normal. Foi considerada um nível de significância bilateral
de 5%. O intervalo de confiança a 95% da temperatura corporal média
foi calculado. O histograma das observações não sugeriu fortes desvios
da normalidade. A análise estatística foi realizada com o SPSS.
Resultados: A temperatura corporal média dos 25 doentes observados
foi de 25,0 ° C (desvio padrão de 1,3 ° C). A temperatura corporal média
dos doentes foi significativamente diferente da temperatura do ar a
24,3 ° C (P = 0,012, IC 95% 24,5 a 25,6 ° C).

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados Quantitativos

"Significativo" no sentido estatístico não significa "importante". Significa


simplesmente que "não é provável que aconteça por acaso".
Deve-se ter em mente que concluir a significância estatística não é o
mesmo que determinar a significância clínica.
No exemplo atrás, foi alcançada significância estatística para uma diferença
de 0,73 ° C entre a temperatura corporal média dos doentes (25,03 ° C) e a
temperatura do ar (24,3 ° C).
A questão estatística colocada é se é provável que essa magnitude da
diferença ocorra por acaso. A resposta é que é improvável (existe apenas
uma probabilidade de 0,012) e, portanto, concluímos que H0 não é
verdadeiro (e por isso rejeitamos a H0).
Agora, a questão clínica é: se uma diferença de 0,73 ° C tem significado (em
relação à fisiologia dos doentes com a doença X, …) Ou de outra forma, terá
importância clínica? ….

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados Quantitativos

Resumo da análise estatística


Foram introduzidos os princípios e práticas para testar hipóteses sobre uma população,
usando estatísticas amostrais como estimativas desses parâmetros. Também é uma boa
prática usar “intervalos de confiança“ para relatar uma estimativa da precisão com a qual
um parâmetro foi estimado.
Resumo das etapas do teste de hipóteses estatísticas:
1) Identificar o parâmetro, indicando a hipótese nula (H0) e alternativa (Há), hipóteses e
escolher o tipo de teste que se adapta à sua situação.
2) Declarar o nível de significância, α, a ser empregue
3) Verificar as condições para o teste que vai usar.
4) Calcular a estatística do teste.
5) Encontrar o valor P usando tabelas/tecnologia (p.e. SPSS)
6) Verificar os intervalos de confiança para o parâmetro populacional.
7) Escrever as conclusões em termos de significado clínico, biológico ou outro significado
prático.
Nota: Não esquecer de incluir sempre uma análise descritiva da amostra analisada.

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Atenção:
Resultado P value ≤ 0,05 P value > 0,05
Resultado Significância estatística Não há Significância
estatística

Decisão Há evidência suficiente Não há evidências suficientes


para rejeitar a hipótese para rejeitar a hipótese nula
nula e aceitar a
alternativa
Não podemos dizer que a
hipótese nula é verdadeira,
apenas que não há
evidências suficientes para
rejeitá-la.

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TesteT para amostras
independentes

INDEPENDENT-SAMPLE T TEST

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O efeito de dois medicamentos
nos tempos de coagulação do
sangue é idêntico?

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Inferência sobre Dados Quantitativos

Problemas de duas amostras


O objetivo da inferência é comparar as respostas de dois tratamentos ou
comparar as características de duas populações.
Temos uma amostra separada para cada tratamento ou cada população.

Um problema de duas amostras pode surgir a partir de:


uma experimentação comparativa randomizada que divide
aleatoriamente os sujeitos em dois grupos e expõe cada grupo a um
tratamento diferente.
Quando se quer comparar amostras aleatórias selecionadas
separadamente a partir de duas populações.

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados Quantitativos

Exemplo 1: uma intervenção experimental (ensaio clínico) em que um


conjunto de doentes do sexo masculino foram divididos aleatoriamente
em dois grupos, um grupo de seis e um grupo de sete. Os membros do
primeiro grupo receberam um tipo de medicamento (chamado "B") e os
membros do segundo grupo receberam outro tipo de medicamento
(chamado "G"). Retirou-se uma amostra de sangue de cada doente e
registou-se o tempo que levou o sangue a coagular.

Neste exemplo, um total de 13 pessoas de uma população doente


(adultos do sexo masculino) foram divididos aleatoriamente em dois
grupos experimentais, cada grupo recebeu tratamento com um dos
medicamentos.

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados Quantitativos

Exemplo 2: um investigador desejou comparar a média do tempo de


coagulação do sangue de doentes adultos do sexo masculino com o
sexo feminino. As amostras foram selecionadas aleatoriamente de uma
enfermaria de homens doentes (no caso dos homens) e de uma
enfermaria de mulheres (no caso das mulheres).

Nesta situação, o investigador não especifica quais doentes serão


designados como homens e quais como mulheres, isto é, o sexo de
cada um (e, portanto, o grupo experimental ao qual cada um é
designado) é determinado antes do início do experimento.

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados Quantitativos

- Assim, no primeiro exemplo, há alocação aleatória de doentes para os


dois grupos a serem comparados,
- Enquanto no segundo exemplo há amostragem aleatória de doentes
dentro de cada um dos dois grupos já estabelecidos.

As hipóteses estatísticas e o procedimento de teste estatístico são os


mesmos nas duas circunstâncias: amostras independentes

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Independent-sample t test
Sobre o 1º exemplo: Um ensaio clínico em que 13 homens doentes
foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Os dados são tempos
de coagulação do sangue (em minutos) de homens doentes que
recebem um dos dois medicamentos diferentes:

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Independent-sample t test
Output from SPSS: Analyse → Compare means → Independent-Sample t test

H0: μB = μG (μB - μG = 0); Ha: μB ≠ μB


α = 0,05
t = -2,545 com 10,7 (11) graus de liberdade
Valor P = 0,028; Como valor P <α, rejeita-se H0.
IC95% para μB - μG = (- 1,854 a -0,1314) ou IC95% para μG - μB = (0,1314 a 1,854)
Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários
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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Independent-sample t test
Relatório
Objetivo: O objetivo do estudo foi testar o efeito de dois medicamentos nos
tempos de coagulação do sangue.
Métodos: Um total de 13 membros de homens adultos do sexo masculino
foram divididos aleatoriamente em dois grupos experimentais, cada grupo para
receber tratamento com uma das drogas B e G. O sangue foi retirado de cada
homem doente e foi registado o tempo que levou o sangue a coagular. O tempo
de coagulação sanguínea foi descrito como média (± desvio padrão). O teste t
de amostras independentes foi utilizado para comparar o tempo médio de
coagulação dos dois tratamentos, após verificação das condições necessárias.
Foi utilizada um nível de significância de 5%. A análise estatística foi realizada
com o SPSS.
Resultados: Seis doentes do sexo masculino receberam a droga B e sete
receberam a droga G. O tempo médio de coagulação sanguínea com a droga B
foi de 8,75 (± 0,58) e com a droga G foi de 9,74 (± 0,82) minutos. O tempo
médio de coagulação sanguínea foi significativamente maior com o
medicamento G do que com o medicamento B (P < 0,05, IC 95% 0,13 a 1,85
minutos).

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Teste T para amostras emparelhadas
PAIRED-SAMPLE T TEST

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Um programa de treino de curta
duração aumenta a massa magra
das pernas em homens adultos
mais velhos (≥65 anos)?

BIOE - 2023/2024 73
Inferência sobre Dados Quantitativos

Uma situação muito comum para testes estatísticos é aquela em que


um investigador deseja inferir se duas médias populacionais são iguais.
Isso pode ser feito analisando a diferença entre as médias das
amostras recolhidas aleatoriamente nessas populações.
Os procedimentos para testar duas amostras aplicam-se quando as duas
amostras são independentes, o que implica que cada dado em cada
amostra não está de forma alguma associado a nenhum dado específico
na outra amostra.
No entanto, há casos em que cada observação na amostra 1 está de
alguma forma associada a uma observação na amostra 2, de modo que
se pode dizer que os dados ocorrem em pares.
(Zar, 2010).

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados Quantitativos

Um desenho de pares emparelhados é um desenho experimental


especialmente útil quando existem suspeitas de haver diferenças
substanciais entre indivíduos.
Escolher pares com a maior correspondência possível. Podem ser
indivíduos do mesmo sexo, idade, peso e estatura, por exemplo, ou
podem ser indivíduos geneticamente relacionados, como gêmeos.
Exemplo: Efeito de um programa de treino de curta duração para
aumentar a massa muscular em adultos mais velhos medida em dois
momentos (antes e depois da intervenção)
Para comparar as respostas à intervenção num desenho de pares
correspondentes, deve-se encontrar a diferença entre as respostas em
cada par. Em seguida, aplica-se o procedimento de uma amostra t para
essas diferenças.
O parâmetro μ num teste t para amostras emparelhadas é a diferença
média nas respostas aos dois tratamentos dentro dos pares de
indivíduos emparelhados correspondentes a toda a população.
Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários
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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Paired-sample t test
Exemplo: Um fisioterapeuta desejam saber se um programa de treino
de curta duração aumenta a massa magra das pernas em homens
adultos mais velhos (≥65 anos).
Os adultos iniciam a intervenção em Agosto e terminam em final de
Setembro. É medida a massa magra (kg) das pernas dos homens por
Dual-energy X-ray absorptiometry (DXA). Em setembro os homens
parecem ter mais massa magra do que tinham em agosto. Os dois pesos
de cada perna de cada pessoa constituem pares emparelhados. Vamos
aqui considerar apenas uma perna: a direita. A perna direita (PD)
constitui assim um par emparelhado consigo mesma (antes e após a
intervenção)
H0: μd (PD) = 0 g
Ha: μd (PD) ≠ 0 g
α = 0,05

(Silva, 2016) Tese de Mestrado

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Paired-sample t test
Tabela de massa magra combinada em duas amostras de pessoas (n = 10)

Massa magra Massa magra Diferença (kg) (MG


em agosto – MG
em agosto (kg) em setembro (kg)
em setembro)

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Paired-sample t test
A estatística do teste t para amostras emparelhadas é:

Em que

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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Paired-sample t test
Output from SPSS: Analyse → Compare means → Paired-Sample t test

H0: μd = 0; Ha: μd ≠ 0
α = 0,05
t = -2.612 com 9 graus de liberdade
Valor P = 0,028; Como valor P <α, rejeita-se H0.
IC95% para μd = (- 1,642 a -0,1179)
Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários
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Inferência sobre Dados
Quantitativos
Paired-sample t test
Relatório
Objetivo: Um fisioterapeuta deseja saber se um programa de treino de curta
duração aumenta a massa magra da pernas em adultos mais velhos (≥65 anos). O
objetivo do estudo foi comparar a massa magra das pessoas entre setembro e
agosto.
Métodos: As pessoas foram pesadas durante agosto e setembro. A amostra
analisada inclui pessoas medidas em agosto e medidas novamente em setembro. Os
dois pesos de cada pessoa constituem um par correspondente. O peso das pessoas
foi descrito como média (± desvio padrão). Foi utilizado o teste t para amostras
emparelhadas para comparar o peso médio das pessoas entre agosto e setembro,
após a verificação das premissas necessárias. Foi utilizada uma significância bilateral
de 5%. A análise estatística foi realizada com o recurso ao SPSS.
Resultados: Dez pessoas foram observadas em setembro e agosto. O peso médio
em agosto foi de 11,47 (± 0,81) e em setembro foi de 12,35 (± 0,63) g. O peso médio
foi significativamente maior em setembro (P < 0,05, IC 95% 0,112 a 1,64 g).
Discussão: Vários estudos anteriores indicaram que a participação regular num
programa de treino de curta duração, teve impacto positivo nas variáveis
antropométricas, como por exemplo, no aumento de massa magra (Geirsdottir et
al., 2012; Mezzaroba & Prati, 2012)

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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sobre Comunicação da Evidência 80
Inferência sobre Dados Quantitativos

Resumo da análise estatística


Foram introduzidos os princípios e práticas para testar hipóteses sobre uma população,
usando estatísticas amostrais como estimativas desses parâmetros. Também é uma boa
prática usar “intervalos de confiança“ para relatar uma estimativa da precisão com a qual
um parâmetro foi estimado.
Resumo das etapas do teste de hipóteses estatísticas:
1) Identificar o parâmetro, indicando a hipótese nula (H0) e alternativa (Há), hipóteses e
escolher o tipo de teste que se adapta à sua situação.
2) Declarar o nível de significância, α, a ser empregue
3) Verificar as condições para o teste que vai usar.
4) Calcular a estatística do teste.
5) Encontrar o valor P usando tabelas/tecnologia (p.e. SPSS)
6) Verificar os intervalos de confiança para o parâmetro populacional.
7) Escrever as conclusões em termos de significado clínico, biológico ou outro significado
prático.
Nota: Não esquecer de incluir sempre uma análise descritiva da amostra analisada.

Adaptado de: Margarida F. Cardoso (2015). Seminários


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sobre Comunicação da Evidência 81
Atenção:
Resultado P value ≤ 0,05 P value > 0,05
Resultado Significância estatística Não há Significância
estatística

Decisão Há evidência suficiente Não há evidências suficientes


para rejeitar a hipótese para rejeitar a hipótese nula
nula e aceitar a
alternativa
Não podemos dizer que a
hipótese nula é verdadeira,
apenas que não há
evidências suficientes para
rejeitá-la.

BIOE - 2023/2024 82
Testes mais usuais
Testes parametricos

Testes nao parametricos

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Testes mais usuais
Como geralmente a potência de um teste paramétrico é superior a um
teste não paramétrico, a ordem da escolha dos testes deve ser:

Testes parametricos
Testes nao parametricos

BIOE - 2023/2024 84
Testes mais usuais
Uma das questoes mais importantes a determinar e a questao:
“Será que os dados de uma amostra seguem uma distribuição
Normal?”:
Se sim entao o teste a aplicar sera parametrico.
Se nao sera um teste nao parametrico.

Os testes mais usuais para testar esta hipotese sao:


Teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S)
Teste de Shapiro-Wilk (S-W) (amostras de pequena dimensão (n<30))

BIOE - 2023/2024 85
Testes não paramétricos
 Um teste não paramétrico e um procedimento estatístico que advém
da possibilidade de tirar conclusões sobre a população de onde provem
os dados sem que seja necessária conhecer a função de distribuição
em causa.

Os testes não paramétricos requerem usualmente poucos


pressupostos acerca dos dados, especialmente quando o pressuposto
da normalidade dos dados falha.

Existem diferentes testes não paramétricos para dados nominais,


ordinais e quantitativos.

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Testes mais usuais
TESTES PARAMÉTRICOS TESTES NÃO PARAMÉTRICOS

Os testes paramétricos exigem que a Os testes não paramétricos não exigem


forma da distribuição amostral seja a partida o conhecimento da
conhecida (a distribuição Normal e a mais distribuição amostral e sao uma
conhecida). alternativa aos testes parametricos.
Deve-se usar um teste não paramétrico
sempre que:
Mostra-se que de uma forma geral a ◦ Não é possível demonstrar que os dados
potência de um teste paramétrico é quantitativos tem uma distribuição
superior a um teste não paramétrico. amostral conhecida
◦ A dimensão da amostra é reduzida (< 30)
◦ A escala de medida e uma variavel
_______________________ qualitativa
◦ ___________________________
TESTES mais usuais: ◦ TESTES mais usuais:
 Teste Qui-quadrado; Teste exato de Teste U de Mann-Whitney
Fischer Teste de Kruskal Wallis
 Teste T de student (T-Test)

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Testes mais usuais (cont.)
Variável dependente

Quantitativa*
Variável Qualitativa Qualitativa
Quantitativa (testes não
independente dicotómica policotómica
paramétricos)

Teste Qui-
Qualitativa quadrado; Teste Teste Qui- Teste U de Mann-
Teste T de Student
dicotómica exato de Fischer; quadrado; Whitney
Teste binomial

Qualitativa Teste Qui- Teste Qui- Teste de Kruskal


Análise de variância
policotómica quadrado; quadrado; Wallis

Qualitativa Teste Qui- Teste Qui- Teste de Kruskal


Análise de variância
policotómica quadrado; quadrado; Wallis

* quando a distribuição da variável quantitativa não cumpre determinados critérios devem usar-se os testes não paramétricos.

BIOE - 2023/2024 88
Referências
Os assuntos destes slides pode ser encontrado nas seguintes
referências:

Baldi B. and D.S. Moore - The practice of statistics in the life sciences,
W.H. Freeman and Company, 2012.
Machin D, Campbell MJ, Walters SJ. Medical Statistics - A Textbook for
the Health Sciences. Fourth ed. England: John Wiley & Sons Ltd; 2007.
(cap.8)
Zar J.H. - Biostatistical Analysis, 5th edition, Prentice - Hall International
Inc., 2010.

BIOE - 2023/2024 89

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