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Body Waves: Corpos ocupando espaços e espaços ocupando corpos

Nome: Barbara Israel da Silva


Nome: Caio Ferreira da Silva
Nome: Iris Bonfim Pereira
Nome: Maria Luiza Fernandes Tiene
Nome: Melissa Dos Santos Lima
Nome: Rafaela Biancardi Valente Barbosa
Orientadora: Talita de Jesus Noronha Sanchez

RESUMO

PALAVRA-CHAVE: Corpo. Idades. Espaços. Incentivar. Físico. Relacionar

INTRODUÇÃO

Essa pesquisa surgiu a partir da percepção de que os integrantes do grupo se


interessavam por dois temas: a arte e o corpo. Em nossos primeiros encontros, no
momento de juntar vivências e experiências em comum, percebemos que não só a
arte, mas especificamente a dança estava presente em diversas áreas das nossas
vidas nos atravessando e nos formando como sujeitos únicos com experiências
únicas. Percebemos, também, que ainda que em uma coletividade, éramos
formados por diferentes corpos.

Com o objetivo de aproximar esses dois temas, compartilhamos algumas


experiências e nos demos conta de que a sociedade estereotipa nossos corpos;
nossa forma de nos expressar; e a forma pela qual manifestamos arte por meio de
nossos corpos. Assim, surgiu a ideia de expormos ao público nossas reflexões por
meio de apresentações artísticas sobre nossa composição (diferentes seres e
corpos existentes).

Ao realizar atividades criativas e críticas acerca de nós mesmos no início do ano


letivo, nós percebemos que estávamos mais próximos da área de atuação que utiliza
o corpo como um agente transformador que também é transformado. Com encontros
mensais, junto às tutoras responsáveis pelo grupo, fomos lapidando a nossa ideia
analisando caminhos viáveis e não viáveis para se realizar um trabalho que está
tentando fugir de uma categorização padrão seguindo caminhos diferentes a um
“projeto de dança”.

Neste artigo apresentamos o desenvolvimento de nossa pesquisa que tanto foi


teórica, a partir da leitura de textos, análises de obras artísticas, quanto prática na
observação dos espaços, de nossos corpos e na elaboração de uma coreografia e
de um espetáculo que exponha o que foi estudado ao longo do ano.

OBJETIVO

O objetivo do projeto é alcançar pessoas que também se sentem nesse lugar da


insegurança com o próprio corpo dando a elas outras oportunidades de lidar com
seu próprio ser, onde quer que estejam e compartilhar a consciência corporal que
pode atravessar as diversas idades, formas de existir em um espaço, além de
incentivar as pessoas a ocuparem fisicamente o ambiente e relacionar-se com os
sujeitos a sua volta. Através de leituras de livros que abordam as práticas corporais
como o “O tabu do corpo” (José Carlos Rodrigues, 1979) e “Um corpo estranho”
(Guacira Lopes Louro,2004), pretendemos realizar práticas que intensifiquem e
demonstrem como cada indivíduo tem o seu processo de autoconhecimento e as
diversas maneiras que os diferentes corpos podem se expressar.

O objetivo dessa pesquisa é estudar a relação entre corpo, arte e dança. Nosso
objetivo é o de criar espaços para experimentação, reflexão e compartilhamento de
experiências sobre nossos corpos. Para tanto será necessário:
- Levantamento a respeito das violências sofridas por diferentes corpos;
- Estudar sobre artes do corpo;
- Realizar práticas que auxiliem na descoberta de expressões pelo corpo;
- Potencializar a consciência corporal

METODOLOGIA
O projeto utiliza as pesquisas qualitativas, exploratórias, explicativas e
bibliográficas. Buscamos compreender e explicar de maneira os fenômenos
relacionados ao corpo e sua interação com o ambiente e as dinâmicas sociais. As
obras de referência para nossa pesquisa são "O Tabu do Corpo", de José Carlos
Rodrigues, e "Marcas do Corpo", de Guacira Lopes Louro, ambos os autores
fornecem perspectivas valiosas sobre a complexa relação entre corpos e ambientes,
evidenciando como essas interações são bidirecionais, ou seja, os corpos são
afetados pelos ambientes e, simultaneamente, também influenciam esses espaços.
Nossa escolha por essas obras se justifica pela riqueza de seus conteúdos,
que dialogam diretamente com os objetivos de nossa pesquisa. Acreditamos que a
análise crítica proposta por esses autores contribuirá significativamente para a
construção de um embasamento teórico consistente e atualizado.
Destacamos, ainda, que nosso projeto tem uma abordagem inovadora,
incorporando o conceito de "teatro do silêncio". Essa perspectiva busca explorar as
narrativas não verbais, as expressões corporais e as linguagens não convencionais
como meio de comunicação artística. Acreditamos que essa abordagem
proporcionará uma compreensão mais profunda e sensível das experiências
relacionadas ao corpo e ao ambiente.
Cabe ressaltar que a formação do Body Waves, com base nos materiais
fornecidos pela professora tutora, é um elemento central para o desenvolvimento de
nosso trabalho. A diversidade de perspectivas e experiências dentro do grupo
enriquece nossas análises e reflexões, permitindo uma abordagem mais abrangente
do tema em questão.
DESENVOLVIMENTO

Abordaremos a visão do corpo como a principal ferramenta para a expressão


artística, destacando como as emoções, dores e prazeres são vivenciados por meio
dos cincos sentidos. Nesse contexto, é crucial compreender o corpo como a
principal ferramenta de manifestação, que nos permite sentir um universo de
sentimentos e emoções. Assim, se destaca a conexão entre a autonomia do corpo e
a individualidade que cada pessoa possui.

Cada pessoa possui uma experiência corporal única, moldada por vivências,
trazendo assim, a singularidade e autenticidade de cada ser humano. Diante de
todas essas experiências e vivências, o corpo se torna uma obra de expressão
artística. Cada curva, linha e detalhe físico conta uma história única, revelando
experiências, lutas e vitórias que moldam a jornada de cada pessoa, assim podemos
assemelhar o corpo como uma tela ou quadro vivo, onde as marcas de vivências,
tempo e cicatrizes tornam uma narrativa tão rica quanto qualquer peça artística. Da
mesma forma que um artista expressa sua identidade em cada pincelada, a
personalidade de cada pessoa reflete nas expressões faciais e corporais.

Em síntese, encarar o corpo como uma obra de arte é reconhecer sua


profundidade e beleza própria. É perceber que, o corpo humano é uma expressão
única que merece ser admirada e respeitada.

Ao considerarmos o corpo como uma obra de arte, entramos uma reflexão


profunda sobre estéticas e padrões. Explora-se a ideia de que o corpo não é apenas
físico, mas também uma construção mental moldada pelos padrões sociais. Analisa-
se como a sociedade influencia na percepção individual do corpo, moldando a forma
como cada pessoa se reconhece e se posiciona no mundo.

A sociedade, muitas vezes impõe ideais estéticos que podem impactar


profundamente a autoimagem e o bem-estar emocional das pessoas. Esses ideais
estéticos podem criar um ambiente propício para a comparação e,
consequentemente, para a insatisfação com a imagem corporal, causando
problemas de autoestima, comprometendo a saúde mental. A imposição desses
padrões não afeta apenas a relação individual com o corpo, mas também conserva
estigmas e preconceitos associados aos corpos que não seguem esse ideal estético
imposto. No entanto, é essencial a conscientização sobre a necessidade de desafiar
e redefinir esses padrões sociais do corpo, afinal, esses padrões sociais do corpo
não ditam o valor de uma pessoa.

O grupo consentiu que a definição mais apropriada para o corpo é “lar”, pois
ele está sempre conosco e nos acompanhará ao longo de toda a vida. A partir de
referências musicais, como por exemplo “Triste, Louca ou Má” de Francisco, el
hombre, são tiradas ideias que coincidem com as do grupo, como no trecho:

“Eu sou meu próprio lar”.

“Você é seu próprio lar”.

Segundo a música, o corpo é considerado o bem mais precioso, sendo o lar


da essência e a fonte de felicidade e vitalidade. A música aborda temas como
autenticidade, liberdade e busca por identidade, trazendo a ideia de que não
devemos seguir e nem aceitar padrões e estigmas que a sociedade impõe.

CONCLUSÃO

Neste estudo, investigamos como o corpo, a arte e a dança se conectam,


buscando ir além dos rótulos que a sociedade coloca nos nossos corpos. A trajetória
do Body Waves mostrou a diversidade das experiências pessoais, destacando que o
corpo é uma forma única e genuína de se expressar.

Por meio de práticas criativas e da conversa sobre livros como "O Tabu do
Corpo" e "Marcas do Corpo", desenvolvemos uma consciência corporal que vai além
da aparência física, explorando as complexidades das histórias sem palavras. A
ideia do "teatro do silêncio" ajudou a entender melhor como o corpo, o ambiente e a
sociedade se relacionam.

Ao pensar no corpo como uma obra de arte, percebemos a importância de


reconhecer a singularidade e a beleza pertencente a cada pessoa. Enfrentamos a
influência prejudicial dos padrões estéticos impostos pela sociedade, entendendo
que o valor de alguém vai além dessas normas.

O grupo Body Waves, com uma abordagem colaborativa e diversificada,


destaca a necessidade de criar lugares para experimentação, reflexão e
compartilhamento das experiências corporais. Este projeto não só celebra a dança
como uma forma de se expressar, mas também se torna uma maneira de inspirar a
aceitação e valorização de todos os corpos, reconhecendo que cada um é único e
merece ser apreciado.

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