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Comunicação e Expressão (NOVA VERSÃO) (UniFatecie)
Comunicação e Expressão (NOVA VERSÃO) (UniFatecie)
Expressão
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
EduFatecie
E D I T O R A
20 by Editora EduFatecie
Copyright do Texto © 20 Os autores
Copyright © Edição 20 Editora EduFatecie
o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a
ISBN 978-65-87911-36-6
UNIFATECIE Unidade 1
Reitor EQUIPE EXECUTIVA
Prof Ms.
Editora-Chefe
Diretor de Ensino Prof
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UNIFATECIE Unidade 3
Tatiane Viturino de
Oliveira
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Coordenação Adjunta de
Extensão
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Educação a Distância
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Revisão Textual www.unifatecie.edu.br/
editora-edufatecie
e Diagramação edufatecie@fatecie.edu.br
AUTORA
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Conceitos de Comunicação
UNIDADE II.................................................................................................... 18
Linguagem Oral X Linguagem Escrita
UNIDADE III................................................................................................... 33
Questões Formais no Uso da Língua Portuguesa
UNIDADE IV................................................................................................... 51
Produção Textual
UNIDADE I
Conceitos de Comunicação
Professora Esp. Lucimari de Campos Monteiro
Plano de Estudo:
● Comunicação nas relações humanas;
● Comunicação e interação pela linguagem;
● Elementos da interação pela linguagem.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as várias maneiras de comunicação;
● Compreender como se dá o processo comunicativo.
3
INTRODUÇÃO
Comunicação pode ser entendido como todo o processo em que há troca de infor-
mações entre duas ou mais pessoas. Temos comunicação em todos os lugares, seja por
meio de publicidades expostas nas ruas, nos smartphones, na internet de modo geral, na
tv, enfim, respiramos comunicação.
Mas quando pensamos em comunicação entre pessoas que convivem ou que
estabelecem algum vínculo de contato, temos as relações humanas, ou interpessoais, que
pode ser no ambiente de trabalho, escolar, acadêmico, familiar, amoroso etc.
O processo comunicativo mostra que para que haja interação e reconhecimento
da mensagem, é necessário relação. Quando se fala em relação pode-se apontar as mais
variadas formas de se relacionar e de se fazer entendido em um ato comunicativo, afinal,
relação é o reflexo de interação que há entre pessoas, e pessoas possuem as mais variadas
formas de se expressar.
As relações interpessoais podem ser entendidas como aquelas em que se esta-
belecem trocas, sejam de experiências, de mensagens, de atos, de diálogos e de todo e
qualquer canal e forma de emitir e receber informação. Mantém-se relação afetiva, amorosa,
profissional e pessoal, e entre todas não há como classificar o grau de importância, todas
são, em algum momento, importantes nas suas devidas proporções e intensidades.
Por isso, manter uma relação é viajar no interior do outro, é tentar se fazer enten-
dido quando o processo de conhecimento do lado de lá está apenas em seu início e para
A comunicação por meio da linguagem pode acontecer das mais variadas maneiras.
Primeiramente, vamos conceituar linguagem: tudo o que fazemos com o objetivo de emitir
uma informação, pode ser gesto, palavra, sons, imagens etc.
Se temos vários tipos de linguagem, significa que temos várias opções de comuni-
cação ou várias maneiras de estabelecer essa comunicação, tudo vai depender do contexto
inserido.
Vamos pensar na língua portuguesa como se fosse uma roupa. Se você está se
preparando para uma festa de gala, vai trajar as peças necessárias para tal evento, mas se
o seu evento for casual, você usará peças que correspondam com a realidade do que você
participará.
Assim também acontece com a nossa forma de comunicar e de se expressar, se
você está em uma conversa entre amigos, se sentirá mais à vontade, já em um local que
exija um discurso formal, sua postura será diferente.
Em língua portuguesa temos o estudo das funções da linguagem, tais funções
existem para que sejam analisados o ponto de partida de quem produz a mensagem e cada
uma delas possui um objetivo.
No tópico seguinte vamos conhecer um pouco sobre os elementos essenciais do
processo de comunicação, tais elementos estão diretamente ligados às funções da lingua-
gem que vamos conhecer agora. Vejamos:
Cada uma das funções está associada com os elementos da comunicação que
vimos. Vejamos na figura a seguir de forma mais clara:
Função Referencial:
Referente
Função Metalinguística:
Código
Fonte: a autora.
Falar em comunicação é sempre uma atividade de reflexão e busca por conceitos, afi-
nal encontramos informações o tempo todo, em todos os lugares e das mais variadas maneiras.
Mas já parou para pensar como se dá esse processo de troca de informações?
Para que você receba uma mensagem é preciso que alguém tenha enviado esse conteúdo.
Isso acontece tão automaticamente desde que nascemos que, possivelmente, você nunca
tenha parado para analisar de onde vem esse processo comunicativo ou como ele funciona
de fato.
Antes de nos aprofundarmos no assunto vamos ver o que o dicionário on-line
Michaelis nos traz como definição para a palavra linguagem: “qualquer meio sistemático
de comunicar ideias ou sentimentos por meio de signos convencionais, sonoros, gráficos,
gestuais etc.” ou ainda “Conjunto de sinais falados, escritos ou gesticulados de que se
serve o homem para exprimir esses pensamentos e sentimentos”.
Diante das definições que acabamos de saber fica evidente que linguagem é tudo
o que podemos usar para nos comunicar, emitir e receber mensagens.
No final da década de 1960, um linguista russo chegou ao Brasil e começou seu
contato com a Língua Portuguesa, Roman Jakobson deixou um legado importantíssimo de
estudos e é considerado um dos mais importantes nomes da linguística do século XX. A
partir de seus estudos foi possível identificar como se organizava esse processo comunica-
tivo e principalmente como as funções da linguagem seriam estabelecidas.
Vamos agora conhecer com mais detalhes cada um desses seis itens estabelecidos
por Jakobson:
É ele que de fato recebe a mensagem, esse recebimento pode ser intencional ou não.
Referente
Código
Canal
Fonte: a autora.
Fica evidente, portanto, que para que seja possível uma comunicação completa
e eficaz todos os seis elementos estipulados por Jakobson precisam estar em harmonia.
Quando um deles não se encaixa no todo há uma quebra no processo comunicativo e a
mensagem é quebrada, chegando de forma equivocada, causando ambiguidade, interpre-
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
REFLITA
Até mais!
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que
você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o
nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
“Pois não?”
“Um... como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma
coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma
volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na
ponta tem outra volta, só que está e mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de,
como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte
que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Enten-
de?”
“Infelizmente, cavalheiro...”
“Ora, você sabe do que eu estou falando.”
“Estou me esforçando, mas...”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro.”
“Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não
saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.”
“Sim senhor. Pontudo numa ponta.”
“Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?”
“Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem
sabe o senhor desenha para nós?”
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma nega-
ção em desenho.”
LIVRO
Título: O corpo fala
Autor: Pierre Weil e Roland Tompakow
Ano: 2015
Editora: Vozes
Sinopse: O livro tenta desvendar a comunicação não-verbal do
corpo humano, primeiramente analisando os princípios subterrâ-
neos que regem e conduzem o corpo. A partir desses princípios
aparecem as expressões, gestos e atos corporais que, de modos
característicos estilizados ou inovadores, expressam sentimentos,
concepções, ou posicionamentos internos. Acompanham 350
ilustrações.
FILME/VÍDEO
Título: Cidadão Kane
Ano: 1941
Sinopse: O longa narra a ascensão de Charles Foster Kane, um
mito da comunicação norte-americana. De garoto pobre do interior
a magnata mundial de um império do jornalismo e da publicidade,
a história da personagem é contada a partir da sua morte. Um jor-
nalista recebe a tarefa de investigar qual era, afinal, o significado
da última palavra proferida por Kane: “Rosebud”. Inspirado na vida
do milionário William Randolph Hearst, é um filme obrigatório para
qualquer profissional da área. Uma referência sobre como criar
uma narrativa eficaz.
Plano de Estudo:
● Aspectos socioculturais da fala e da escrita;
● Relações e distanciamento entre oralidade e escrita;
● Aspectos do texto oral e do texto escrito.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as várias maneiras de comunicação;
● Compreender como se dá o processo comunicativo.
18
INTRODUÇÃO
A origem da escrita é datada em 3500 anos a.C. e seus primeiros registros podem
ser encontrados na Mesopotâmia com a escrita cuneiforme, como ficou conhecida. Um
emaranhado de símbolos e figuras que deram início à escrita e que foi fundamental para
os registros da época. Sua principal função era registrar tudo que estava relacionado à
administração e contabilidade, e seus mais de dois mil símbolos eram fundamentais para
tais registros.
Um pouco depois da escrita cuneiforme, é inventada a escrita egípcia, os
hieróglifos. Hieróglifo (ηιερογλυφικοσ) quer dizer, literalmente, gravura sagra-
da. A escrita nasce, no Egito, não a serviço do comércio, como aconteceu
com outras escritas, mas de um poder onde o religioso e o político são in-
dissociáveis; lá, é considerada como um dom de Deus e uma vocação que
garante a ordem do mundo (ROJO, 2006, p. 12).
Tempos depois, a escrita egípcia nasce com o objetivo religioso, não comercial
como se tinha até então. Essa transformação da história da humanidade foi um verdadeiro
divisor de águas, afinal o que temos de registros mais precisos hoje foram aqueles que
passaram a ser registrados pós-escrita.
Já a escrita como transcrição ou representação da fala se deu ao longo dos tempos
com a tentativa de representar aquilo que se queria dizer, essa evolução no processo de
comunicação foi, obviamente, sendo modificada e se alterando ao longo dos anos.
O que de fato nos interessa aqui é a forma como a escrita acontece no processo
de ensino aprendizagem e como a fala está aliada em todo esse contexto comunicacional.
Em termos gerais podemos dizer que a fala e a escrita são elementos da comuni-
cação que se estabelecem da seguinte maneira:
● Modalidade oral e escrita;
● Registro formal e informal;
● Variedade padrão e não-padrão.
Por meio das modalidades podemos identificar a linguagem expressa da seguinte
maneira:
● Oral: linguagem falada (espontânea);
● Escrita: linguagem que se utiliza de signos (planejada).
Falar em oralidade e escrita é muito bom para que seja possível identificar o que é
característica de um tipo de texto e de outro. Primeiramente, vamos definir a oralidade e a
escrita enquanto comunicação:
● Oralidade: forma de se comunicar por meio da fala, expondo opiniões, argu-
mentos e considerações sobre um determinado assunto e em um determinado contexto
comunicativo. É espontânea, requer domínio apenas da fala e é preciso que o receptor da
mensagem esteja dentro do contexto da mensagem para que haja entendimento;
● Escrita: no contexto comunicativo a escrita é tudo aquilo que se utiliza de pala-
vras escritas, seja um bilhete, um texto maior, uma narração ou qualquer elemento que faça
uso de palavras. A combinação de várias palavras dá origem a uma frase/oração, várias
frases a um parágrafo e vários parágrafos em um texto.
Ou seja, a linguagem não verbal pode ser utilizada em situações em que não é
recomendado o uso de palavras ou mesmo quando não há condições de seu uso, seja por
qual motivo for.
Portanto, a relação entre a oralidade e a escrita se estabelece em determinadas
situações. Se o foco do estudo e da análise for uma situação de comunicação, como um
diálogo, por exemplo, será possível identificar o uso da linguagem oral e verbal através das
palavras, bem como em momentos específicos o uso da linguagem não verbal através de
expressões e gestos. Pode acontecer ainda, e é muito comum durante um diálogo, que haja
mistura dos dois tipos de linguagem, enquanto se fala algo, se representa com mímica ou
enfatiza com gestos e expressões durante a fala.
Já quando o foco de estudo e de análise for textual, pensando agora em um contex-
to escolar, o que se deve sempre levar em consideração é que os textos escritos possuem
suas características voltadas para a gramática tradicional ou a gramática normativa.
Nessa gramática, as regras que se exigem na construção do texto se baseia nor-
malmente em:
● Coesão;
● Coerência;
● Intertextualidade;
● Denotação;
Esses itens são imprescindíveis para a construção correta do seu texto, seja de
qual gênero ou tipo for. É válido ressaltar que temos:
Tipos textuais:
● Narração;
● Descrição;
● Dissertação;
● Injuntivo.
Gêneros textuais:
● Artigo de opinião; ● Conto maravilhoso;
● Autobiografia; ● Conto;
● Biografia; ● Curriculum vitae;
● Carta de leitor; ● Diário;
● Carta de solicitação; ● Editorial;
● Conto de fadas; ● Ensaio;
● Entrevista; ● Fábula;
● Relato de viagem; ● Lenda;
● Relato histórico; ● Ficção científica;
● Relatório científico; ● Palestra;
● Resenhas críticas; ● Piada;
● Romance; ● Regulamento.
Percebe-se, portanto, que os tipos são apenas quatro, mas os gêneros são infinitos
e estão diretamente relacionados aos tipos, por exemplo, a Fábula é um gênero textual que
pertence ao tipo “narração”.
Há aqui um delicado e tênue limite entre o que é “certo e errado”. Essa concepção
se dá através do estudo da Gramática normativa que temos no ambiente escolar. Tais
regras se estabelecem para que a forma padrão da língua portuguesa seja aprendida pelos
alunos e colocada em prática na construção de textos escritos, normalmente tudo o que é
padrão e formalizado, como documentos, redações, processos de seleção de vestibulares
e concursos.
O que acontece, de fato, é que os alunos têm acesso durante sua vida escolar, a
partir das regras gramaticais, às divisões em classes e todas às características e pré-requi-
sitos que a língua exige na construção textual.
Com o surgimento dos estudos do texto, o enfoque vai deixando de fixar- se
apenas no produto e se desloca para o processo. A linguagem deixa de ser
vista como mera verbalização e passa a ser incorporada, nas análises tex-
tuais, a observação das condições de produção de cada atividade interacio-
nal. A elaboração do texto escrito – assim como do oral – envolve um objetivo
ou intenção do locutor. Contudo, o entendimento desse texto não diz respeito
apenas ao conteúdo semântico, mas à percepção das marcas de seu proces-
so de produção. Essas marcas orientam o interlocutor no momento da leitura,
na medida em que são pistas linguísticas para a busca do efeito de sentido
pretendido pelo produtor (PAULA, 2018, on-line).
Portanto, fica evidente que os aspectos dos textos orais se diferenciam dos textos
escritos. Enquanto na oralidade temos alguns tipos de textos mais voltados para o público,
na escrita essas características aumentam. Vejamos alguns tipos de gêneros orais:
● discussão em grupo: coloca-se um tema em discussão e os integrantes do
grupo expõem sua opinião baseados em argumentos;
● exposição oral: normalmente acontece de forma individual e há a exposição so-
bre um assunto que foi estudado previamente, pode ser utilizado em ambiente corporativo
ou acadêmico;
● seminário: muito utilizado na apresentação de trabalhos acadêmicos ou escola-
res, o seminário possui características específicas em que são avaliados: postura, tom de
voz, organização do conteúdo pelo grupo etc.;
● entrevista oral: perguntas e respostas, elas podem se dividir em espontâneas
ou direcionadas através de perguntas previamente formuladas pelo entrevistador;
● debate regrado: com um mediador sempre à frente, o debate possui temática
específica e tem o objetivo de expor um assunto de interesse coletivo.
Os textos orais e escritos se diferem por terem objetivos distintos, mesmo dentro das
características de um ou de outro, os objetivos são muito específicos e a sua utilização também.
Portanto, os gêneros e tipos textuais são muito diferentes e usados para finalidades
específicas, tudo depende do seu objetivo.
SAIBA MAIS
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação dis-
tintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais
espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é
acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias.
A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema
mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas
e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes
da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
REFLITA
“Morre lentamente quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou
não conversa com quem não conhece”
(MARTHA MEDEIROS).
Características da oralidade:
● Ideia de maior proximidade entre locutor e receptor;
● Relação direta entre falantes;
● Contexto interfere;
● Uso de recursos extralinguísticos, tais como: gestos, expressões faciais,
postura, entonação;
● Possibilidade de refazer a mensagem, caso não seja interpretada adequadamente;
● Transmissão maior de ideias, reflexões e emoções;
● Preocupação maior com a assimilação da mensagem do que a forma que ela
será transmitida.
Características da escrita:
● Segue as normas cultas de linguagem padrão do idioma;
● Objetividade e clareza nas ideias;
● Registro documental;
● Rigor gramatical;
● Apuração do vocabulário;
● Exigência de elaboração e esforço de apresentação;
● Busca evitar a ambiguidade;
● Prevê questionamentos e explora abrangência nas ideias para sanar dúvidas.
LIVRO
Título: Oralidade na Educação Básica. O que Saber, Como Ensinar
Autor: Robson Santos de Carvalho e Celso Ferrarezi Junior
Ano: 2018
Editora: Parábola
Sinopse: Oralidade na educação básica: o que saber, como ensi-
nar é o último tomo de uma trilogia sobre o que seria a prática de
uma pedagogia da comunicação. Depois de discutir as deficiências
do ensino de língua materna no país e as consequências que delas
decorrem na vida de milhões de estudantes silenciados, extorqui-
dos de sua língua e dos direitos de saber ler e escrever compe-
tentemente, não poderíamos deixar de apresentar caminhos para
sanar tais problemas. Os tomos precedentes são produzir textos
na educação básica: o que saber, como fazer (2015) e de alunos a
leitores: o ensino da leitura na educação básica (2017), todos pela
parábola editorial. Agora, com esta obra sobre o ensino da oralida-
de (ouvir e falar), completamos nossa proposta de possibilidades
concretas de desenvolvimento das competências comunicativas
na educação básica brasileira. A grande quantidade de atividades
práticas e progressivas sugeridas permitirá o desenvolvimento da
oralidade nas crianças e adolescentes desde os primeiros contatos
com a escola, de forma planejada, sistemática e eficiente.
FILME/VÍDEO
Título: Os inconfidentes
Ano: 1972
Sinopse: Lançado por Joaquim Pedro de Andrade, Os Inconfiden-
tes é uma coprodução entre Brasil e Itália que narra a história da
Inconfidência Mineira. Um grupo de intelectuais e membros da alta
elite brasileira se juntam para libertar o país da opressão portugue-
sa. De todos, Tirandentes (José Wilker) é aquele que está disposto
a ir até o fim, custe o que custar.
O filme foi baseado nos livros Os Autos da Devassa e Romanceiro
da Inconfidência. Apresenta a reconstrução do período e influen-
ciou diversas produções literárias.
Além de ilustrar um importante momento da história brasileira, a
obra também é interessante por contar acontecimentos políticos
que influenciaram fortemente o trabalho de autores como Santa
Rita Durão, Tomás Antônio Gonzaga e Basílio da Gama. Também
vale a pena conferir o roteiro de Cecília Meireles, Eduardo Escorel
e do próprio Joaquim Pedro de Andrade!
Plano de Estudo:
● A frase como unidade de composição;
● Texto como unidade de sentido;
● Gênero discursivo como produto da interação verbal.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as várias maneiras de comunicação;
● Compreender como se dá o processo comunicativo.
33
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo co-
nhecimento.
Nesta unidade vamos conhecer o conceito de frase, oração e período, bem como
entender como essas diferenças são fundamentais na construção do sentido.
Veremos ainda sobre o texto e o sentido no que diz respeito aos critérios de cons-
trução textual, o que usar e não usar, como e quando aplicar algumas características. Os
vícios de linguagem, denotação, conotação, ambiguidade entre tantos outros elementos
pertinentes à construção textual.
Por fim, vamos conhecer os conceitos de Mikhail Bakhtin e suas definições sobre
os gêneros do discurso, bem como sua aplicabilidade na prática.
O estudo da língua é dividido em partes e cada uma delas é responsável por uma
característica específica na estrutura do todo. A língua se organiza em cinco áreas, sendo:
a fonética, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. A fonética se divide em três partes,
que estudam: o aparelho fonador, onde o som é produzido; a variedade de sons que podem
ser produzidos e o significado desses sons. Já a fonética é o conjunto da anatomia humana
com os sons dos signos.
A fonologia, por sua vez, estuda o valor que o som tem para a sociedade, é fun-
cional. A morfologia estuda o processo de formação das palavras, a divisão das classes
gramaticais.
A sintaxe é responsável pelo estudo da organização das frases, em outras palavras
é a parte da língua que se apropria das combinações entre as classes gramaticais. E a
semântica estuda o significado de cada palavra no processo de comunicação, mas nos
aprofundaremos sobre tais questões mais adiante.
Unidades de composição podem ser entendidas como tudo aquilo que se agru-
pa para a construção do texto, em outras palavras, podemos definir como os itens que
constituem e constroem o texto pouco a pouco. Temos, então, nessa construção a frase,
a oração e o período que, juntos, compõem o todo de um texto. Veremos a seguir suas
características.
Essas frases, em sua grande maioria, são formadas por uma ou duas palavras.
Portanto, podemos definir frases como uma unidade mínima de significação e contexto.
Perceba que a diferença básica entre a frase e a oração é que na oração há pre-
sença de um verbo, por obrigatoriedade, enquanto nas frases não há. Em termos gerais, se
há sentido é frase, se há sentido e um verbo é oração. Veja:
1.3 Período
O período em um texto é constituído por uma unidade sintática com uma ou mais
orações com sentido completo. Ou seja, na oralidade marcamos o início dos períodos pela
entonação, já na escrita o início dos períodos é marcado pela letra maiúscula no começo
da oração e a pontuação específica que demarca sua extensão.
Os períodos podem se dividir em dois: simples ou compostos.
É notório que o texto se qualifica como interação humana e o que vamos nos ater
aqui nesta unidade é o texto enquanto modalidade escrita e unidade de sentido. Para isso,
separamos algumas das principais características de como construir um texto com seu
sentido estruturado, veja na sequência.
2.2 Coerência
A coerência é marcada em relação ao texto como um todo. A relação que se estabe-
lece entre os parágrafos e o que está explicitado no contexto, seja ele com as informações
internas ou externas do texto em si. Para que não haja confusão, vamos a uma explicação
bem simples: a coesão diz respeito aos elementos internos do parágrafo, a coerência diz
respeito ao texto como um todo e às referências que existem dentro e fora do texto, ou seja,
o contexto.
Exemplo de falta de coerência: Peru, panetone, rabanada e nozes. Tudo pronto
para a Páscoa! (entende-se que tais alimentos são característicos do Natal, não da Páscoa).
2.3 Denotação
O sentido denotativo de um texto se refere ao seu sentido literal, ou seja, quando usa-
mos uma expressão ou termo no seu sentido real, quando queremos dizer exatamente aquilo.
Exemplo: Ela é uma mulher baixa (pouca estatura).
2.4 Conotação
Diferente do sentido denotativo, o sentido conotativo é aquele em que usamos as
palavras no seu sentido figurado, quando dizemos uma coisa querendo dizer outra, ou seja,
é o tipo de sentido muito utilizado na literatura ou quando queremos enfatizar algo.
Exemplo: Ela é uma mulher baixa (no sentido de ser sem modos, que gosta de
baixaria, barraco etc.)
2.5 Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando nos referimos a algo já existente no texto que
estamos construindo. Para que haja entendimento, o receptor dessa mensagem precisa
2.6 Ambiguidade
A ambiguidade ocorre quando uma frase ou expressão gera duplo sentido de
interpretação. Ela pode acontecer propositalmente ou não, quando a construção gera am-
biguidade sem que haja intenção é preciso ler com calma o texto produzido e substituir as
palavras ou termos que foram escolhidos e geraram essa ambiguidade. Já se a construção
foi intencional, ótimo! Agora é deixar a imaginação do leitor o levar.
Exemplo: A polícia perseguiu o bandido até a sua casa. (A casa era da polícia ou
do bandido?)
2.8 Barbarismo
É um desvio da norma gramatical, ela pode ocorrer como erro de pronúncia ou na escrita:
Exemplos:
Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)
Vamos andar de bicicreta. (bicicleta)
Eu advinhei quem ganharia o sorteio. (adivinhei)
Sou a filha mais maior de casa. (maior)
2.10 Solecismo
É o desvio de sintaxe e pode ocorrer:
Concordância
Exemplo: Haviam muitas pessoas naquela sala. (Havia)
Regência
Exemplo: Eu assisti o filme no cinema. (ao)
Colocação:
Exemplo: Pulei tanto na festa das crianças que não aguentei-me em pé no dia
seguinte. (não me aguentei em pé)
Tais elementos são importantes para uma construção adequada do texto, portanto
é imprescindível que seja feita uma correção após a escrita para verificar se há ou não
falhas na concordância dos elementos escolhidos.
Para que o ensino de línguas a partir dos gêneros discursivos fosse normalizado
no Brasil, criou-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Tais parâmetros é que
norteiam os educadores de todo país e estabelecem o que, de fato, os alunos aprenderão.
Nos PCNs é possível encontrar algumas informações sobre o trabalho com os gê-
neros discursivos, veja:
Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das inten-
ções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos,
as quais geram usos sociais que os determinam. Os gêneros são, portanto,
determinados historicamente, constituindo formas relativamente estáveis de
enunciados, disponíveis na cultura. São caracterizados por três elementos:
o conteúdo temático: o que é ou pode tornar-se dizível por meio do gênero;
a construção composicional: estrutura particular dos textos pertencentes ao
gênero; o estilo: configuráveis específicas das unidades de linguagem deriva-
das, sobretudo, da posição enunciativa do locutor; conjuntos particulares de
sequências que compõem o texto etc. (BRASIL, 1998, p. 21).
Fica evidente, portanto, que Bakhtin traz um conceito sobre o que são os gêneros
discursivos e como eles podem ser aplicados em sala. O estudioso mostra ainda que o
texto em si não é uma estrutura fechada, afinal trata-se do estudo da língua e a língua é viva
e social, capaz de explanar as mais variadas características e formas.
Essa relativa estabilidade de que fala o estudioso significa que não existe um
modelo imutável de texto, uma estrutura predeterminada e canônica; pelo
contrário, os gêneros discursivos são tipos relativamente estáveis de enun-
ciados justamente porque eles constantemente evoluem para atender às ne-
cessidades imediatas dos sujeitos em qualquer situação comunicativa, como
é o caso da carta e do e-mail (ARAÚJO, 2018, on-line).
SAIBA MAIS
REFLITA
“Na realidade não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou
mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis,
etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou
vivencial”
(MIKHAIL BAKHTIN).
Nesta unidade pudemos conhecer um pouco sobre a diferença entre frase, oração
e período, bem como entender como essas diferenças são fundamentais na construção do
sentido.
Após, vimos sobre o texto e o sentido no que diz respeito aos critérios de construção
textual, o que usar e não usar, como e quando aplicar algumas características.
Por fim, conhecemos os ensinamentos de Mikhail Bakhtin e suas definições sobre
os gêneros do discurso, bem como sua aplicabilidade na prática.
Para sintetizar essa concepção do gênero textual com foco na relação entre os
aspectos textuais e discursivos, podemos destacar algumas características apresentadas
por Marcuschi (2008). Para ele, o gênero apresenta dois aspectos importantes: a gestão
enunciativa, que inclui a escolha dos planos de enunciação, modos discursivos e tipos tex-
tuais, e a composicionalidade, que diz respeito à identificação de unidades ou subunidades
textuais. Assim, o domínio de um gênero textual não significa o domínio de “uma forma
linguística e sim uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações
sociais particulares” (MARCUSCHI, 2008, p. 154).
LIVRO
Título: 1001 dicas de português: Manual descomplicado
Autor: Dad Squarisi e Paulo José Cunha
Ano: 2015
Editora: Contexto
Sinopse: Você está escrevendo aquele texto que pode mudar sua
vida, mas fica em dúvida se está utilizando a palavra correta, se
não cometeu nenhuma gafe na última frase. O que fazer? Encontre
seu tira-dúvidas neste 1001 dicas de português. De fácil consulta, é
perfeito para quem precisa de respostas rápidas para “brancos” ou
“pegadinhas” que nossa língua nos prega. E não enrola o leitor, vai
direto ao ponto, sem teoria desnecessária. Quando usar “ao invés
de” e “em vez de”? Qual a diferença, se há alguma, entre “aonde”
e “onde”? “Água-de-colônia” se escreve com hífen mesmo? Aliás,
por que tem esse nome? Para essas e muitas outras questões, o
leitor encontrará aqui respostas claras, diretas e divertidas. Como
estão em ordem alfabética, é fácil encontrar o que você precisa.
FILME/VÍDEO
Título: Escritores da Liberdade
Ano: 2007
Sinopse: Uma jovem e idealista professora chega a uma esco-
la de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade
e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de
aprender, e há entre eles uma constante tensão racial. Assim, para
fazer com que os alunos aprendam e também falem mais de suas
complicadas vidas, a professora Gruwell (Hilary Swank) lança mão
de métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos vão reto-
mando a confiança em si mesmos, aceitando mais o conhecimento
e reconhecendo valores como a tolerância e o respeito ao próximo.
Plano de Estudo:
● Critérios de textualidade;
● Aspectos gerais de textos escritos da esfera acadêmica;
● Aspectos gerais de textos orais da esfera acadêmica.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as várias maneiras de comunicação;
● Compreender como se dá o processo comunicativo.
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INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo co-
nhecimento.
No primeiro tópico vamos conhecer os critérios de textualidade e como tais ele-
mentos são importantes para a construção do seu texto, bem como enfatizar a utilização da
coesão e da coerência, vista na unidade III desta apostila.
Depois, veremos as características dos textos da esfera acadêmica dividida entre os
da oralidade e os da escrita. Cada um com sua particularidade requer atenção e o momento
certo de produção. Esperamos que seja um passo a mais na construção do conhecimento.
A produção de texto é uma das maneiras que temos de nos expressar. Indepen-
dente do contexto em que o texto será veiculado, produzir algo é a melhor forma de expor
pensamentos, argumentar e colocar o seu ponto de vista sobre determinado assunto.
Quando pensamos em produção de texto no âmbito acadêmico temos várias op-
ções e estilos, e até mesmo a divisão entre os modelos da oralidade e os modelos escritos.
Aqui vamos enfatizar alguns critérios de textualidade, ou seja, são as condições de
produção textual que devem ser entendidas para que a sua comunicação seja completa.
Em termos gerais são elementos que compõe a sua construção de produção e que devem
estar facilmente delimitados. Vamos a eles:
1.1 Intencionalidade
Todo texto precisa fazer sentido para alguém, por isso a intenção que se coloca
na produção é aquela que o seu leitor terá contato, mas é válido lembrar que os recursos
utilizados para convencer o leitor ou fazê-lo acreditar em algo que se diz é o que faz toda
diferença durante a produção. O que eu quero dizer? Para quem eu quero dizer? Estou
sendo claro nos meus argumentos escolhidos? Os exemplos que utilizei foram suficientes
para exemplificar?
Esses são alguns questionamentos que podem ser feitos para que seja possível
identificar se a intencionalidade atingiu seu objetivo.
1.3 Informatividade
O primeiro passo para a construção da sua produção textual é o esboço, pois é
nesse primeiro momento que você vai afunilar as ideias e as informações que têm em mãos
para colocar no seu texto.
O tempo todo somos bombardeados de informações, por isso é preciso dosar a
quantidade e principalmente a qualidade das informações que você tem para que a sua pro-
dução textual seja rica e clara. Lembre-se de que muita informação nem sempre é sinônimo
de qualidade, portanto selecione o que de fato é relevante para o seu texto.
1.4 Aceitabilidade
Aquela famosa costura textual pode ser também chamada de aceitabilidade, ou
seja, organizar bem as informações, ser persuasivo e convincente, fazendo um encadea-
mento lógico das ideias, leva o leitor a aceitar o que você está dizendo. Afinal, é o desejo do
escritor que o seu leitor entenda a mensagem que deseja passar por meio das informações
e dos argumentos escolhidos.
Por isso, é muito importante que no seu esboço seja programado o que você deseja
colocar no texto e em que momento essas ideias vão se complementar durante a sua
produção.
Lembre-se de que o seu leitor não sabe o que você está pensando, ele apenas
sabe o que está escrito ali e para que a sua mensagem seja transmitida corretamente é
necessário que não haja ambiguidade e nem confusão nas informações que foram trans-
mitidas.
Ou seja, qualquer elemento que remeta ao contexto do texto será bem-vindo para
que o leitor esteja pronto para entender a mensagem que se quer passar.
Vale ressaltar ainda que para a produção textual ser ainda mais completa e intei-
ramente correta é preciso que haja coesão e coerência, elementos esses que vimos na
Unidade III da nossa apostila, e que devem ser sempre colocados em prática durante a
construção textual.
2.3 Monografia
O termo monografia refere-se a qualquer trabalho científico que visa aprofundar um as-
sunto específico, por isso é chamado de monografia: a escrita sobre um tema específico. Ela é
solicitada em sua grande maioria como trabalho de conclusão de curso na graduação ou em cursos
de especialização e MBA, mas varia muito de Instituição de Ensino.
As regras de formatação seguem as mesmas da ABNT, a diferença é que a monografia
possui mais páginas por ser dividida em capítulos. Sua estrutura básica é:
Fonte: a autora.
2.4 Dissertação
Já a dissertação é um tipo de produção acadêmica para um segundo momento,
quando decidimos ingressar no mestrado. Dissertação é, portanto, um tipo de trabalho
muito parecido com a monografia, porém mais aprofundada e bem mais detalhada e ex-
tensa do que a produção da graduação. Requer mais pesquisas e um mergulho no tema
escolhido, ela normalmente é dividida em capítulos, além da estrutura padrão de introdução
e conclusão, durante os quais o autor disserta sobre diferentes aspectos do tema proposto.
2.5 Tese
A tese é outro tipo de produção acadêmica escrita, mas para ao doutorado. Aqui,
a diferença básica é que a análise precisa ser original, por isso, é importante que não se
tenha na área uma proposta de estudo parecida àquela escolhida durante o doutorado.
Em todos os textos acadêmicos a formatação é parte fundamental, mas vale lem-
brar que a ABNT possui regras padrões básicas e que as instituições de ensino possuem
flexibilidade em fazer pequenas alterações na sua formatação, por isso, é possível encontrar
diferenças mínimas de uma instituição para outra.
Assim como os textos escritos acadêmicos, os orais acadêmicos também são es-
truturados dentro de um modelo e merecem nossa atenção. Muitas vezes não nos damos
conta de que um determinado tipo de texto faz parte da esfera acadêmica e como tal deve
receber sua estrutura fidedigna.
[...] A relação entre gêneros orais e gêneros escritos não é uma relação de
dicotomia. É antes uma relação de continuidade e de efeito mútuo, isto é, gê-
neros orais podem sustentar gêneros escritos; gêneros escritos podem sus-
tentar gêneros orais. Eles estão em mútua interdependência, cada gênero
oral que entra na escola, em geral, pressupõe a escrita, assim como cada
gênero escrito trabalhado na escola pressupõe o oral (SCHNEUWLY; ROJO,
2006, p. 467).
3.1 Seminário
O gênero seminário é um dos mais conhecidos no âmbito acadêmico. Segundo Se-
verino (2008, p. 90), o seminário é “um método de estudo e atividade didática específica de
cursos universitários e seu objetivo principal é levar todos os participantes a uma reflexão
aprofundada de determinado problema, a partir de textos e em equipe”.
Esse gênero oral requer pesquisa e muita atenção, normalmente é avaliado aqui
o conjunto da apresentação: voz, postura, domínio de conteúdo, tempo estipulado para a
apresentação, divisão da temática entre os participantes etc.
O gênero exposição oral tem como objetivo: informar; preparar uma reflexão; pre-
parar uma discussão.
Podemos ainda dividir esse viés acadêmico em três fases:
● a primeira corresponde ao que antecede a apresentação, que é o momento de
pesquisa e organização de informações e materiais;
● a segunda corresponde ao momento durante a apresentação e como o apre-
sentador se posicional, voz, postura, domínio do tema etc.;
● a terceira, ao momento final, que é quando a plateia pode fazer questionamen-
tos e abre-se um momento para um pequeno debate de ideias.
3.3 Debate
O debate é um gênero da oralidade que requer organização. Debater sobre deter-
minado tema é sempre uma boa maneira de conhecer o pensamento do outro.
Mas é válido lembrar que todo debate precisa de regras. Normalmente essas re-
gras são básicas, mas podem variar de contexto para contexto. É preciso que haja um
mediador conduzindo o debate e dando voz a um ou ao outro debatedor e tempo para cada
argumento exposto.
Os temas debatidos sempre apontam vários posicionamentos e mostram diferentes
pontos de vista, por isso, sempre há divergência nas argumentações.
REFLITA
“A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não
necessariamente certo. Por exemplo: dizer ‘escrever claro’ não é certo, mas é claro,
certo?”
LIVRO
Título: Uma outra escrita acadêmica: ensaios, experiências e
invenções
Autor: Cristiana Callai e Anelice Ribetto
Ano: 2016
Editora: Lamparina
Sinopse: Se há um fascínio que aprecio no exercício da escrita
é essa indefinível atração para transfigurar a vida, expandindo e
deslocando fluxos de pensamento, em uma produção existencial
e coletiva. Se esses movimentos não desprezam heranças, tidas
por muitos como perdidas, eles também não correm atrás de res-
postas certeiras, capazes de ir matando minutos, horas e dias,
por buscarem, principalmente, nas entre palavras e entrelinhas, o
que mais faísca, como perplexidades e perguntas, acendendo a
mais importante das artes: a de viver, recriando-nos e recriando a
vida em interligações viscerais, sempre efêmeras e incessantes,
sempre potentes para nos destruir, sem eliminar a possibilidade
de nos propor recomeços. Importa ressaltar que esses intervalos
e questões que levantam poeiras e instalam desassossegos e
esperanças não se deixam acomodar com equações e respostas
silogísticas e tranquilizadoras. Pelo contrário, uma vez postas em
movimento, essas interpelações à vida, à linguagem e à educação
desconhecem os caminhos de retorno às quietudes de um ponto
final e tanto podem subir espiraladas pelo tempo, como se perder
nos desertos arenosos da vida, ou, em um momento qualquer, sem
maiores anúncios, estourar em reminiscências indagadoras: o que
é escrever? Como escrever sem nos deixarmos acimentar pelos
padrões da escrita acadêmica? Como potencializar a vida e sua
capacidade de diferir e criar enquanto pensamos, conversamos,
escrevemos, vivemos? (Prefácio de Célia Linhares)
FILME/VÍDEO
Título: Sem limites
Ano: 2011
Sinopse: Eddie Morra (Bradley Cooper) sofre de bloqueio de
escritor. Um dia, ele reencontra na rua seu ex-cunhado, Vernon
(Johnny Whitworth), que lhe apresenta um remédio revolucionário
que permite o uso de 100% da capacidade cerebral. O efeito é
imediato em Eddie, pois ele passa a se lembrar de tudo que já leu,
ouviu ou viu em sua vida. A partir de então ele consegue apren-
der outras línguas, fazer cálculos complicados e escrever muito
rapidamente, mas para manter este ritmo precisa tomar o remédio
todo dia. Seu desempenho chama a atenção do empresário Carl
Van Loon (Robert De Niro), que resolve contar com sua ajuda para
fechar um dos maiores negócios da história.
CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Compa-
nhia Editora Nacional, 2008.
66
GUIMARÃES, T. de C. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2012.
KOCK, I. G. V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: contexto, 2011.
PAVIANI, N. M.; FONTANA, N. M.; AZEVEDO, T. M. de. Gêneros de texto: subsídios para o
ensino em diferentes disciplinas. Caxias do Sul: Educs, 2012.
ROJO, R. As relações entre fala e escrita: mitos e perspectivas - caderno do professor. Belo
Horizonte: Ceale, 2006.
ROJO, R.; SCHNEUWLY, B. As relações oral/escrita nos gêneros orais formais e públicos:
o caso da conferência acadêmica. Linguagem em (Dis)curso - LemD, Tubarão, v. 6, n. 3, p.
467, 2006.
67
SANTOS, L. W.; RICHE, R. C.; TEIXEIRA, C. S. Análise e produção de textos. São Paulo:
Contexto, 2012.
SOARES, M. Linguagem e Escola: uma perspectiva social. 7. ed. São Paulo: Ática, 1989.
68
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),