Você está na página 1de 105

1

UNIVESIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PÓS GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO

CÁRITA ROSIANE PIAUILINO NEGREIROS

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE ISOLECTINAS TERMOESTÁVEIS


DAS SEMENTES DE Mauritia flexuosa L.f. AGLUTINANTE DE Saccharomyces
cerevisiae.

Petrolina – PE
2016
2

CÁRITA ROSIANE PIAUILINO NEGREIROS

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE ISOLECTINAS TERMOESTÁVEIS


DAS SEMENTES DE Mauritia flexuosa L.f. AGLUTINANTE DE Saccharomyces
cerevisiae.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em


Recursos Naturais do Semiárido da Universidade Federal do
Vale do São Francisco – UNIVASF, como requisito para
obtenção do título de Mestre em Recursos Naturais do
Semiárido.
Área de concentração: Química e atividade biológica.

Orientador: Prof. Dr. Wagner Pereira Felix

Petrolina – PE

2016
3

Negreiros, Cárita Rosiane Piauilino


N385i Isolamento e caracterização parcial de isolectinas
termostáveis das sementes de Mauritia flexuosa L. f.
aglutinante de Saccharomyces cerevisiae / Cárita Rosiane
Piauilino Negreiros – Petrolina, 2016.
xii, 102 f.: il.; 29 cm.

Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais do


Semiárido) - Universidade Federal do Vale do São Francisco,
Campus Petrolina, Petrolina- PE, 2016.
Orientador: Prof. Dr. Wagner Pereira Felix.

1. Mauritia flexuosa - Detecção. 2. Lectina -


Propriedades. 3. Saccharomyces cerevisiae. I. Título. II.
Felix, Wagner Pereira. III. Universidade Federal do Vale do
São Francisco.

CDD 581.5
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da UNIVASF.
Bibliotecária: Luciana Souza Oliveira CRB5/1731
4

CÁRITA ROSIANE PIAUILINO NEGREIROS

ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE ISOLECTINAS TERMOESTÁVEIS


DAS SEMENTES DE Mauritia flexuosa L.f. AGLUTINANTE DE Saccharomyces
cerevisiae.

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do


título de Mestre em Recursos Naturais do Semiárido, pela
Universidade Federal do Vale do São Francisco.

Aprovado em ___/___/____

_______________________________
Prof. Dr. Wagner Pereira Felix
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Orientador

_____________________________________
Prof. Dr. Dráulio Costa da Silva
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Examinador externo

_____________________________________
Prof.ª Dr. Francineyde Alves da Silva
Universidade Estadual de Pernambuco
Examinador externo
5

Na Índia, são ensinadas quatro leis da espiritualidade:

A primeira lei diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa”.

Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo
com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.

A segunda diz: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”.

Nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra
forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum “se eu tivesse feito tal coisa…” ou
“aconteceu que um outro…”. Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e
foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que
acontecem em nossas vidas são perfeitas.

A terceira diz: “Toda vez que você iniciar é o momento certo”.

Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar
algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

E a quarta e última afirma: “Quando algo termina, ele termina”.

Estamos nessa vida para viver inúmeras experiências, e se continuarmos sempre voltando as
mesmas páginas deixaremos de ler outros livros maravilhosos que só estão aguardando por
uma chance para entrar em nossas vidas. Por isso vire a última página sem dor no coração e
pegue o próximo livro.

Surpresas maravilhosas estarão te esperando, basta você abrir o livro e começar a ler esse
novo capítulo da sua vida.

(BUDA)
6
7

AGRADECIMENTOS

Sempre em qualquer circunstância, nos momentos bons e ruins, o meu primeiro


agradecimento é a Deus, por sempre me amparar nos momentos difíceis e sempre me
mostrar o lado bom de cada situação. Obrigada Senhor!
Agradeço a meus filhos, Allane Carinne e Allan Cairo, por me dá a oportunidade
de amá-los incondicionalmente. Por sempre me inspirar a nunca desistir e sempre vencer os
obstáculos da vida juntos.
Agradeço a meu pai Carlos Washington e minha mãe Maria Rosa, por me apoiar
sempre em qualquer decisão, buscar sempre uma solução para que nossa vida fique cada
dia melhor.
Ao meu esposo Eric, que sempre esteve comigo em todos os momentos me
incentivando, sempre com paciência, dedicação e dispondo do seu tempo para que eu
conseguisse desempenhar os meus trabalhos da melhor maneira possível.
A minha irmã Carla Rossana, minha sobrinha Caren Jovanna e a meu cunhado
Josimar, por estar sempre presente em todos os momentos da minha vida.
Ao meu irmão Carlos Rossine, meu sobrinho Victor Rossine e minha cunhada
Ismenya, pelo amor e incentivo.
À todos os meus tios e primos da família Piauilino e Negreiros, que me
incentivaram, oram e mandaram sempre boas vibrações para mim. Em especial ao meu avô
Raimundo Rocha, minha avó Teresinha (in memoriam), ao meu avô Miguel (in memoriam) e
Minha avó Carmita (in memoriam).
Ao meu sogro Francisco das Chagas, minha sogra Francisca Consuelo e meus
cunhados Rafaela e Lucas, pelos momentos de descontração e orações.
Ao meu orientador e amigo professor Dr. Wagner Pereira Felix, pela paciência,
confiança, ensinamentos, orientação, pelo tempo dedicado a mim e por ter se tornado um
pai que me mostrou os meus acertos e meus erros, o que contribuiu muito para o meu
crescimento pessoal e profissional.
À profa Dra. Francineyde Alves da Silva e ao prof. Dr. Dráulio Costa da Silva por
aceitar o convite para participar da banca como examinadores externos.
À equipe do laboratório de Química dos solos, Botânica, Genética, Bromatologia
do CCA, por ter cedido equipamentos para execução deste trabalho.
À família do Laboratório de Bioquímica do CCA, Isabel, Laís, Thaís, Victor, Wiliam,
Elves, Alexandre, Rebeca, Caroline, Carla, Yasmin e Adjailson.
8

À Deize pela amizade, acompanhamento, disponibilidade, sempre prestativa


durante todos os meus testes.
À Márcia por me descontrair sempre, pela força, incentivo e pelas conversas
animadoras.
Aos professores do colegiado de Pós-graduação em Recursos Naturais do
Semiárido, por compartilhar seus conhecimentos e experiências.
Á UNIVASF, por disponibilizar a grande oportunidade de receber o título de
Mestre.
Aos meus colegas de mestrado, Inaiara (Ziziphus), Iza (Grujetia), Alice (Oxima),
Silvio (FPS), Joana Dark, Hállison (Raalison), Cristiane, João Macel, Herbert (Embrapa) e
Marcela, pelos bons momentos, pela união, pelo consolo nas provas de Bioquímica, e pela
solidariedade.
A todos meus sinceros e eternos agradecimentos.
9

RESUMO

Lectinas são proteínas ou glicoproteínas específicas, não imunes encontradas em seres


unicelulares, animais e vegetais. A maioria das lectinas isoladas de vegetais é de
dicotiledôneas e pouco de monocotiledôneas. A espécie Mauritia flexuosa L. f. é conhecida
popularmente por possuir atividade antibacteriana e cicatrizante, porém seu potencial
terapêutico abre perspectiva no sentido de utilizá-lo como fitoterápico. Portanto, estudos
foram realizados em extratos de sementes de M. flexuosa, para avaliar as propriedades de
sua lectina. Para extração utilizou-se o tampão Citrato Fosfato 0,1M pH 6,5 com NaCl 0,15M.
O extrato foi submetido a fracionamento com Sulfato de Amônio 60% e foi utilizado na
cromatografia de afinidade em Quitina equilibrada com Tampão Citrato Fosfato 0,01M pH 6,5
com NaCl 0,15M. O pico retido foi submetido a coluna cromatográfica de troca iônica DEAE-
Sephadex A-50 equilibrada com Tampão Fosfato 0,01M pH 7,4, e o pico retido foi eluído com
Tampão Fosfato com 1M de NaCl. A fração 0/60 também foi submetido a autoclavagem a
120ºC por 20 minutos, e foi aplicada na coluna de afinidade em Quitina. A eletroforese em
gel de poliacrilamida na presença de Sulfato Sódico de Dodecila mostrou quatro bandas para
o pico retido em Quitina sem o tratamento térmico, três bandas no pico retido em DEAE-
Sephadex A-50 e duas bandas no pico retido em Quitina com a amostra autoclavada. As
proteínas isoladas não aglutinaram eritrócitos de coelho nem de humanos, mas aglutinam
células de Saccharomyces cerevisiae. Mesmo depois de autoclavado durante 20 minutos os
picos retidos nas cromatografias apresentaram atividade aglutinante frente células destes
fungos. Alíquotas da F 0/60 submetidas a autoclavagem a 120 ºC por 20, 40 e 60 minutos
apresentou atividade aglutinante de 256, 32 e 16 U.A. mL-1. Estas proteínas termoestáveis
foram inibidas por D-Glucose, mas não por D-Galactulose, D-Lactulose e D-Maltose. Das
isolectinas presentes no pico retido em Quitina, aproximadamente 1,2% da sua estrutura é
formada por carboidratos. Estas proteínas apresentam resíduos de Prolina e Hidroxiprolina,
mas apresentaram pouco ou nenhum resíduo de arginina e aminoácidos sulfurados. Este
estudo é de grande importância pois foram isoladas e caracterizadas isolectinas
termoestáveis de Mauritia flexuosa L.f. que são capazes de aglutinar células de
Saccharomyces cerevisiae.

Palavras chaves: Mauritia flexuosa. Lectinas. Proteínas termoestáveis. Aglutinante.


Saccharomyces cerevisiae.
10

ABSTRACT

Specific Lectins are proteins or glycoproteins, nonimmune found in unicellular plant and
animal beings. Most isolated from plant lectins is dicotyledonous and some monocots. The
species Mauritia flexuosa L. f. is popularly known to possess antibacterial and healing
activity, but its therapeutic potential open perspective towards using it as phytotherapy.
Therefore, studies were performed in M. flexuosa seed extracts to evaluate the properties of
a lectin. To extract used the phosphate 0.1M pH 6.5 citrate buffer with 0.15 M NaCl. The
extract was fractionated with ammonium sulfate and 60% was used in the chitin affinity
chromatography equilibrated with 0.01M Phosphate Citrate Buffer pH 6.5 with 0.15M NaCl.
The retained peak was subjected to ion exchange chromatographic column DEAE-Sephadex
A-50 equilibrated with phosphate buffer 0.01M pH 7.4 and the retained peak was eluted with
phosphate buffer containing 1M NaCl. The fraction 0/60 has also been subjected to
autoclaving at 120 ° C for 20 minutes, and was applied to the affinity column chitin.
Electrophoresis on polyacrylamide gel in presence of sodium sulfate dodecyl showed four
bands for the retained peak in Chitin without heat treatment, three bands at the peak
retained on DEAE-Sephadex A-50 and two bands at peak retained on Chitin with sample
autoclaved. The isolated proteins not agglutinated rabbit erythrocytes or human, but
agglutinate cells of Saccharomyces cerevisiae. Even after autoclaving for 20 minutes peaks
retained in chromatography showed binding activity against these fungi cells. Aliquots F 0/60
subjected to autoclaving at 120 ° C for 20, 40 and 60 minutes showed agglutinating activity
of 256, 32 and 16 U.A. ml-1. These thermostable proteins were inhibited by D-glucose, but
not by D-Galactulose, Lactulose-D and D-maltose. Isolectinas present in the retained peak
chitin, approximately 1.2% of the structure is formed by carbohydrates. These proteins
exhibit residues of proline and hydroxyproline, but had little or no arginine residue and the
sulfur amino acids. This study is of great importance because they were isolated and
characterized isolectinas thermostable Mauritia flexuosa L. f. which they are able to
agglutinate cells of Saccharomyces cerevisiae.

Key words: Mauritia flexuosa. Lectins. thermostable proteins. Binder. Saccharomyces


cerevisiae.
11

LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1 – a) Representação esquemática de uma merolectina (adaptado de VAN


DAMME et al., 1998). b) Ilustra a estrutura da heveína, lectina da espécie Hevea
brasiliensis (ANDERSEN et al.,
1993)..............................................................................................
21

Figura 2 - a) Representação de um hololectina com quatro sítios ativos homólogos


(adaptado de VAN DAMME et al., 1998). b) Ilustra a estrutura da PNA, lectina da espécie
Arachis hypogaea, com quatro monômeros idênticos de ligação a carboidratos
(RAVISHANKAR et al., 2001)........................................................................................
22

Figura 3 – a) Representação de uma quimerolectina com um domínio de


reconhecimento a carboidrato e outro que não possui função lectínica (adaptado de VAN
DAMME et al., 1998). b) Ilustra a estrutura da ricina, lectina da espécie Ricinus
communis, com dois sítios homólogos de ligação a carboidratos e um domínio
enzimático (RUTENBER et al.,
1991).........................................................................................................................
23

Figura 4 – a) Representação esquemática de uma superlectina com dois domínios


diferentes ligantes a carboidratos distintos (Adaptado de VAN DAMME et al., 1998). b)
Ilustra a lectina da espécie Musa acuminata, que possui dois domínios de
reconhecimento de carboidratos distintos (MEAGHER et al.,
2005)...........................................................
23

Figura 5 – Ilustração da lectina da semente de Parkia platicephala que desempenha


duas funções distintas: uma enzimática e outro de reconhecimento a
carboidratos...................
24

Figura 6 – Atividade Aglutinante descrita por Regente et al. (2014) de Helja com S.
cerevisiae. a. Na ausência de Helja; b. na presença de 120 µg/ml Helja; c. na presença
de 120 µg/ml Helja e 1,5 mM de D-
manose...................................................................
29

Figura 7 – Distribuição geográfica de Mauritia flexuosa no Brasil (LORENZI et al.,


2010)....
32

Figura 8 – Atividade aglutinante da lectina oriunda das sementes de Mauritia flexuosa 48


12

L.f, frente à células de Sacaromyces cerevisiae. A) Extrato Bruto: 1 - Controle Negativo


(NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 512); B) F 0/60: 1 –
Controle Negativo, 2 a 10 diluição seriada (1:2 até 1:512).
.........................................................

Figura 9 – Inibição da atividade aglutinante das lectinas de M. flexuosa e S. cerevisiae.


A) D-Glucose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluiçao seriada
(1:2 até 1: 128); B) D-Maltose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10
diluiçao seriada (1:2 até 1: 128); C) D-Lactulose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e
levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 128); D) D-Galactose: 1 - Controle
Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1:
128)............................................
52

Figura 10 – Cromatograma obtido por Cromatografia de Afinidade em Quitina. Volume


aplicado: 2,5 mL; Amostra: F 0/60; volume da coluna: 10 mL; volume das frações: 1,5
mL; fluxo: 0,5 mL.min-
1
....................................................................................................................................................
54

Figura 11 – Cromatograma obtido por Cromatografia de Afinidade em coluna de


Agarose-Manose. Volume aplicado: 22 mL; Amostra: F 0/60; volume da coluna: 3 mL;
volume das frações: 1,5 mL; Fluxo: 0,5 mL.min-
1
.............................................................................
56

Figura 12 – Cromatograma obtido por Cromatografia de Troca Iônica em Coluna de


DEAE-Sephadex A-50. Volume aplicado: 2,0 mL; Amostra: Pico retido na coluna de
quitina; volume da coluna: 10 mL; volume das frações: 1,5 mL; fluxo: 0,5 mL.min -
1
.....................
57

Figura 13 – Atividade aglutinante das isolectinas oriundas das sementes de Mauritia


flexuosa L.F, frente às células de Saccharomyces cerevisiae. A) F 0/60 autoclavada a
120 ºC por 20 min.: 1 – Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluição
seriada, 11 – Controle positivo com ConA; B) F 0/60 autoclavada a 120 ºC por 40 min.:
1 – Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluição seriada, 11 – Controle
positivo com ConA; C) F 0/60 autoclavada a 120 ºC por 60 min.: 1 – Controle Negativo
(NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluição seriada, 11 – Controle positivo com ConA; D)
Pico retido na cromatografia em quitina: 1 – Controle Negativo, 2 a 10 diluição seriada
(1:2 até 512); E) D) Pico retido na cromatografia em quitina da F 0/60 autoclavada: 1 –
Controle Negativo, 2 a 10 diluição seriada (1:2 até 512); F) D) Pico retido na
cromatografia em DEAE sephadex A-50 com amostra oriunda do pico retido na
cromatografia em quitina: 1 – Controle Negativo, 2 a 10 diluição seriada (1:2 até 64
13

512).................................................

Figura 14 – Perfil eletroforético em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) das proteínas


isoladas de M. flexuosa. Poço 1: Marcador Molecular; Poço 2: F 0/60; Poço 3: pII da
DEAE-Sephadex; Poço 4: pII da Quitina; Poço 5: pII da quitina autoclavado e Poço 6:
BSA e
Lisozima.....................................................................................................................
66

LISTA DE ABREVIAÇÕES

AA.mL-1: Unidade de aglutinação por Mililitro


AA: Atividade Aglutinante
AAE: Atividade Aglutinante Específica
AAT: Atividade Aglutinante Total
BSA: Albumina Sérica Bovina
CIM: Concentração Inibitória Mínima
D.O.: Densidade óptica
EB: Extrato Bruto
EDTA: Ácido etilenodiamino tetra-acético
GNA: Aglutinina de Galantus nivalis
HCl: Ácido Clorídrico
Hemoba: Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia
kDa: Kilodalton
M: Concentração Molar (Mol.L-1)
NaCl: Cloreto de sódio
NaOH: Hidróxido de Sódio
NI: Não inibidor
OH: Grupo Hidroxila
pH: Potencial Hidrogeniônico
pI: primeiro pico
pII: Segundo pico
SDS: Dodecil Sulfato de Sódio
14

SDS-PAGE: Sodium Dodecyl Sulfate Polyacrylamide Gel Electrophoresis


µL: microlitros
YEPD: Extrato de levedura peptona dextrose
OBS: as abreviaturas e os símbolos utilizados neste trabalho e que não constam nesta
relação, encontram-se descritas no texto ou são convenções adotadas universalmente.
15

SUMÁRIO

Página
1) INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16
2) Fundamentação Teórica
................................................................................ 19
2.1) Histórico das Lectinas ................................................................................ 19
2.2) Especificidade aos Carboidratos ................................................................. 20
2.3) Classificação das Lectinas Vegetais ............................................................. 21
2.3.1) Classificação Baseada no Domínio de Reconhecimento a Carboidratos ....... 21
2.3.2) Classificação Baseada na Linhagem Evolutiva ........................................... 24
2.4) Detecção de Lectinas ................................................................................ 28
2.5) Propriedades Biológicas das Lectinas .......................................................... 29
2.5.1) Inibição de Crescimento de Microrganismos ............................................. 29
2.5.2) Atividade Antitumoral ............................................................................. 29
2.5.3) Atividade Inseticida ................................................................................ 30
2.6) Lectinas de Monocotiledôneas .................................................................... 30
2.7) Considerações sobre a Família Arecaceae ................................................... 31
2.7.1) Mauritia flexuosa L.f., o “Buriti” ............................................................... 31
3) OBJETIVOS ................................................................................................. 36
4) MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 38
4.1) Coleta do Material Vegetal ......................................................................... 38
4.2) Preparação do Extrato Bruto (EB) ............................................................... 38
4.3) Fracionamento Salino com (NH4)2SO4 (Sulfato de Amônio) ........................... 38
4.4) Avaliação da Atividade Hemaglutinante ....................................................... 39
4.5) Determinação da Atividade Aglutinante ....................................................... 39
4.6) Verificação da Inibição da Atividade Aglutinante na Presença de carboidratos
simples............................................................................................................ 40
4.7) Verificação da Presença ou Ausência de Taninos
.......................................... 40
4.7.1) Uso da Gelatina ...................................................................................... 40
4.7.2) Uso do Cloreto Férrico
............................................................................. 40
4.7.3) Uso do Acetato de Chumbo .................................................................... 40
4.8) Cromatografia de Afinidade em Coluna de Quitina ....................................... 41
4.9) Cromatografia de Afinidade em Agarose-manose ......................................... 41
4.10) Cromatografia de troca iônica em Sephadex A-50
....................................... 41
16

4.11) Estimativa da Concentração de Proteínas


................................................... 42
4.12) Avaliação da Estabilidade Térmica
............................................................. 42
4.13) Eletroforese em Gel de Poliacrilamida sob Condições Desnaturantes (SDS-
PAGE) ..................................................................................................... 42
4.14) Verificação da Presença ou Ausência de Ligações Peptídicas e Grupos
Carbamínicos (OCNH2) ...................................................................... 43
4.15) Determinação da Presença de Iminoácidos Prolina e Hidroxiprolina ............. 43
4.16) Avaliação da Presença do Grupo Guanidina da Arginina
.............................. 43
4.17) Verificação da Presença de Aminoácidos Sulfurados ................................... 44
4.18) Avaliação da Presença de Glicídios Constituintes ........................................ 44
5) RESULTADOS E DISCUSSÕES
........................................................................ 46
5.1) Avaliação da Atividade Hemaglutinante no Extrato Bruto (EB) e nas Fração
0/60.......................................................................................................... 46
5.2) Determinação da Atividade Aglutinante ...................................................... 46
5.3) Inibição da Atividade Aglutinante
................................................................. 49
5.4) Verificação da Presença ou Ausência de Taninos
.......................................... 53
5.4.1) Uso da Gelatina
....................................................................................... 53
5.4.2) Uso do Cloreto Férrico
............................................................................. 53
5.4.3) Uso do Acetato de Chumbo
...................................................................... 53
5.5) Isolamento de Isolectinas
........................................................................... 54
5.5.1) Cromatografia de Afinidade em Coluna de Quitina
..................................... 54
5.5.2) Cromatografia de Afinidade em Agarose-
Manose........................................ 55
5.5.3) Cromatografia de Troca Iônica em DEAE-Sephadex A-50 56
5.6) Avaliação da Estabilidade Térmica
............................................................... 57
5.7) Atividade Aglutinante dos Picos Retidos nas
Cromatografias........................... 57
5.8) Eletroforese em Gel de Poliacrilamida sob Condições Desnaturantes (SDS-
PAGE) ..................................................................................................... 66
17

5.9) Avaliação da Presença de Glicídios Constituintes ......................................... 67


5.10) Verificação da Presença ou Ausência de Ligações Peptídicas e Grupos
Carbamínicos (OCNH2)
....................................................................... 67
5.11) Determinação da Presença de Iminoácidos Prolina e Hidroxiprolina
.............. 68
5.12) Avaliação da Presença do Grupo Guanidina da Arginina
............................... 68
5.13) Verificação da Presença de Aminoácidos Sulfurados ................................... 69
6) CONCLUSÕES .............................................................................................. 71
7) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
.................................................................... 73
7) ANEXOS ...................................................................................................... 88
18

Introdução
19

1) INTRODUÇÃO

As proteínas são macromoléculas com várias funções biológicas. Apresentam

propriedades e atividades distintas, pois reúnem os mesmos 20 aminoácidos em

combinações e sequências diferentes. São os compostos orgânicos mais abundantes na

célula, pois representam 50% a 80% da sua massa seca. Podem ser encontradas em

diversos tamanhos, desde peptídeos a enormes polímeros com grande massa molecular

(STRYER et al., 2004).

Dentre os diferentes tipos de proteínas específicas destacam-se as lectinas, que

são proteínas ou glicoproteínas não imunes, capazes de se ligar reversivelmente a

carboidratos específicos, aglutinando células e glicoconjugados através de ligações de

hidrogênio e interações de Van der Waals, sem alterar sua estrutura. Por causa desta

capacidade, as lectinas têm aplicações em estudos histoquímicos e citoquímicos para a

detecção de glicoconjugados em tecidos, o que as tornam uma importante ferramenta

biotecnológica na identificação de receptores de membrana e detecção de estruturas

características de neoplasias (LIS; SHARON, 1989).

As lectinas são encontradas em seres unicelulares (IMBERT et al., 2004), animais

(MOURA et al., 2006) e vegetais (LEITE et al., 2005). São encontradas em diversos tecidos

vegetais e dentro das células, estas proteínas, já foram identificadas tanto no citoplasma

como no núcleo (VAN DAMME et al., 2004). Nos vegetais estas proteínas desempenham

várias funções. Podem atuar como proteína de reserva (MACEDO et al., 2011), regulação e

sinalização celular (JIANG et al., 2006), reconhecimento (SÁ et al., 2008), defesa contra

fitopatógenos e predadores (LEITE et al., 2005), assim como auxilio de simbiose entre

organismos (KVENNEFORS et al., 2008).

Essas proteínas são bioativas e servem como ferramentas para investigação em

diversos ramos da ciência, como a Farmacologia, Bioquímica e Biologia Celular e Molecular,


20

devido a sua capacidade de aglutinar células bacterianas (ZHANG et al., 2009), atividade

antiviral e indutora de apoptose (PENG et al., 2009), mitogenicidade (DRESCH et al., 2012),

reconhecimento de glicosilados na superfície das células (LAKHTIN, LAKHTIN & ALYOSHKIN,

2011), ação inibidora de fungos e bactérias (CHARUNGCHITRAK et al., 2011), dentre outras.

Lectinas de plantas não desempenham apenas um papel na própria planta,

podem ser reservas de nitrogênio ou elemento de reconhecimento específico e ao mesmo

tempo interagir com glicoconjugados de outros organismos. As lectinas mais estudadas

pertencem à família das Leguminosas, mas muitas dessas proteínas são isoladas e

caracterizadas de outras famílias como: Solanaceae, Gramineae, Alliacaceae, Amaryllidaceae,

Aracaceae, Caprifoliaceae, Euphorbiaceae, Liliaceae, Moraceae, Orchidaceae, Urtcaceae,

Viscaceae, Papaveraceae, Phytolaccaceae e Convolvolaceae (VAN DAMME et al., 1998).

A maioria das lectinas de plantas foram purificadas a partir de espécies de

dicotiledôneas, contudo tem-se observado poucos relatos desta classe de proteínas extraídas

de monocotiledôneas. Por isso, optou-se por trabalhar com a espécie Mauritia flexuosa L.f,

monocotiledônea com grande utilidade socioeconômica notadamente nas regiões do

Nordeste e Norte do Brasil (SAMPAIO et al., 2008). Essa espécie é muito utilizada na

medicina popular como cicatrizante de feridas e queimaduras, alívio de dores de picadas de

insetos e cobras e para amenizar problemas respiratórios (FÉ; GOMES, 2013).


21

Fundamentação
Teórica
22

2) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Boyd e Shapleig (1954) propuseram o termo lectina (do latim lego, que significa

escolher, selecionar) para as proteínas capazes de distinguir eritrócitos de diferentes tipos

sanguíneos. Segundo Rüdiger e Gabius (2001), são necessários três requisitos para uma

proteína ser considerada lectina:

a) É uma (glico)proteína que se liga a carboidrato: assim, outras macromoléculas

que também interagem com carboidratos e aglutinam células são excluídos.

b) São diferentes de imunoglobulinas: embora os dois tipos tenham

especificidade de ligação, as imunoglobulinas requerem um estímulo antigênico para serem

sintetizadas. As lectinas podem ser induzidas por alguns estímulos externos distintos dos

antigênicos.

c) Não modificam os carboidratos aos quais se ligam: desta forma, todas as

enzimas capazes de modificar carboidratos ficam excluídas, inclusive as glicosidases que

provocam aglutinação celular.

2.1) Histórico das Lectinas

As lectinas são conhecidas desde o século XIX quando Stillmark fez a primeira

descrição em sua tese de doutorado apresentada em 1888. Ele isolou um fator de

hemaglutinação, altamente tóxico, a partir de semente de mamona (Ricinus communis),

denominando-a de ricina (VAN DAMME et al., 2008).

Em sua revisão Sharon e Lis (2004) relataram que H. Hellin em sua tese de

doutorado, descreveu uma nova hemaglutinina tóxica, encontrada nos extratos de feijão

jequiriti (Abrus precatorius), capaz de aglutinar hemácias, denominando-a abrina. Quando

estas duas hemaglutininas tornaram-se comercialmente disponível, Paul Ehrlich, as utilizou


23

como modelo antigênico para estudos imunológicos, no Instituto Real de Terapia

Experimental (Alemanha), o que levou a estabelecer, na década de 1890, os vários princípios

fundamentais da imunologia. Em 1919, James B. Sumner, isolou a partir de feijão de porco

(Canavalia ensiformis), uma proteína cristalina, que deu o nome de Concavalina A (Con A).

Mas apenas em 1936, Sumner e Howell constataram que esta proteína aglutinava eritrócitos

por causa de uma reação com carboidratos na superfície da célula. Perceberam que a

hemaglutinção provocada por essa proteína, pode ser inibida por sacarose, revelando a sua

especificidade por este açúcar. Boyd, em 1940, observou que extrato de Lotus

tetragonolobus, aglutinou especificamente eritrócitos humanos do tipo O e que os extratos

de feijão-fava (Phaseolus limensis) e de ervilha (Vicia craca) aglutinavam eritrócitos

humanos do tipo A, mas não aglutinavam do tipo B ou O.

2.2) Especificidade aos Carboidratos

A seletividade das lectinas a carboidratos é conseguida através de ligações de

hidrogênio, interações hidrofóbicas (AMBROSI et al., 2005), e por forças de van der Waals,

que apesar de serem fracas (4,2 kJ.mol-1 por cada par de átomos), são numerosas e

facilitam para uma ligação global (LIS; SHARON, 1998). Regiões hidrofóbicas da proteína

interagem com grupos hidroxila nos carboidratos, que por causa de sua disposição espacial

criam sítios hidrofóbicos (DAVIS, 1999).

Em muitos casos as moléculas de água são mediadoras entre carboidratos e

proteínas. Elas agem como molécula redutora de impacto, ao se comportar como um doador

e/ou receptor de hidrogênio, é como se fosse uma extensão da superfície da proteína, assim

oferecem uma notável especificidade ao carboidrato. Estudos de complexos de lectinas-

carboidratos mostram uma excelente especificidade por dissacarídeos e polissacarídeos que

são maiores do que em monossacarídeos (AMBROSI et al., 2005). A constante de associação

entre lectinas e monossacarídeos pode variar de 102 a 5 × 105 M-1 (SHARON; LIS, 1989) já a
24

constante de associação entre lectinas e polissacarídeos está entre 104 a 107 M-1 (SHARON;

LIS, 1990).

A configuração relativa do C3 e C4 do anel piranosídico do carboidrato é muito

importante para o complexo lectina-carboidrato. Muitas lectinas toleram variação no C2 e são

específicas para D-Manose, D-Glucose e N-acetil-D-Glucosamina, poucas alterações são

toleradas no C3 e o grupamento OH do C4 é considerado crítico, consequentemente, as

lectinas específicas à D-Galactose não se ligam à D-Glucose ou D-Manose e vice-versa (LIS;

SHARON, 1998).

2.3) Classificação das Lectinas Vegetais

2.3.1) Classificação Baseada no Domínio de Reconhecimento a Carboidratos

A primeira definição de lectina baseava-se no açúcar específico e excluía as

lectinas multivalentes. Mas, em 1983, Kocourek e Horejsi (citado por VAN DAMME et al.,

1998), propuseram a ampliação do conceito de lectina para incluir proteínas divalentes e

multivalentes como a Ricina e Abrina, que são divalentes. O critério para uma proteína ser

considerada uma lectina é que tenha pelo menos um domínio não catalítico que se ligue a

um carboidrato específico.

Segundo Peumans e Van Damme (1998), as lectinas podem ser classificadas em

quatro tipos, de acordo com o domínio de reconhecimento de carboidratos:

a) Merolectinas: proteínas que possuem um único domínio ligante a

carboidratos. Por isso são incapazes de aglutinar células ou glicoconjulgados. Exemplos

deste grupo são Heveína, presente no látex da Hevea brasiliensis e proteínas monoméricas

de orquídeas (Figura 1).


25

a) b)

Figura 1 – a) Representação esquemática de uma merolectina (adaptado de VAN DAMME et

al., 1998). b) Ilustra a estrutura da heveína, lectina da espécie Hevea brasiliensis

(ANDERSEN et al., 1993).

b) Hololectinas: possuem pelo menos dois domínios de reconhecimento de

carboidratos idênticos ou muito homólogos. São capazes de precipitar glicoconjugados e

aglutinar células. Exemplo deste grupo são a Con A e a Jacalina presente na Artocarpus

integrifolia. Uma grande quantidade de lectinas presentes em plantas se comporta como

hemaglutininas, pertencendo a este grupo (Figura 2).

a) b)

Figura 2: a) Representação de um hololectina com quatro sítios ativos homólogos

(adaptado de VAN DAMME et al., 1998). b) Ilustra a estrutura da PNA, lectina

da espécie Arachis hypogaea, com quatro monômeros idênticos de ligação a

carboidratos (RAVISHANKAR et al., 2001).

c) Quimerolectinas: apresentam um ou mais domínios de ligação a

carboidratos e um domínio independente com função não lectínica. A ricina de Ricinus

communis L. e a lectina de Viscum album L., são exemplos deste grupo. As quimerolectinas
26

podem se comportar como merolectinas ou hololectinas dependendo do número de locais de

ligação a carboidratos (Figura 3).

a) b)

Figura 3: a) Representação de uma quimerolectina com um domínio de reconhecimento a

carboidrato e outro que não possui função lectínica (adaptado de VAN DAMME et

al., 1998). b) Ilustra a estrutura da ricina, lectina da espécie Ricinus communis,

com dois sítios homólogos de ligação a carboidratos e um domínio enzimático

(RUTENBER et al., 1991).

d) Superlectinas: apresentam pelo menos dois domínios de reconhecimento de

carboidratos, mas diferentes das hololectinas, reconhecem carboidratos com estruturas

diferentes. A lectina TGL da Tulipa gesneriana L. que possui um domínio de ligação à D-

Manose e outro à N-acetil-D-Galactosamina, é um exemplo desta classe (Figura 4).

a) b)

Figura 4: a) Representação esquemática de uma superlectina com dois domínios diferentes

ligantes a carboidratos distintos (Adaptado de VAN DAMME et al., 1998). b)

Ilustra a lectina da espécie Musa acuminata, que possui dois domínios de

reconhecimento de carboidratos distintos (MEAGHER et al., 2005).


27

Essa classificação abrange inúmeras proteínas vegetais, no entanto, algumas

lectinas de plantas não se enquadram em nenhuma destes grupos. Por exemplo, a lectina da

semente de Parkia platycephala. Esta proteína é homóloga a família das hidrolases e possui

dentro do mesmo domínio um sítio que reage enzimaticamente com o N-Acetil-D-

glucosamina e outro de reconhecimento a carboidrato (CAVADA et al., 2006) (Figura 5).

Figura 5: Ilustração da lectina da semente de Parkia platicephala que desempenha duas

funções distintas: uma enzimática e outro de reconhecimento a carboidratos.

2.3.2) Classificação Baseada na Linhagem Evolutiva

As lectinas também são classificadas em famílias evolutivamente relacionadas,

que além das estruturas quaternárias semelhantes ainda apresentem outras características

relacionadas a sua função (VAN DAMME et al., 1998):

a) Lectinas de Monocotiledôneas Ligantes a Manose

São proteínas ligantes ao monossacarídeo D-Manose, encontradas quase

exclusivamente em monocotiledôneas. A primeira descrição de uma monocotiledónea ligante

a manose foi em 1987, em bulbos de Galanthus nivalis (VAN DAMME et al., 1987). Foram

descritas nas famílias das Amaryllidaceae, Alliaceae, Orchidaceae, Bromeliaceae, Araceae e

Liliaceae (VAN DAMME et al., 1995). Algumas espécies podem ter uma hololectina e uma

merolectina como, por exemplo, a Listera ovata e Eppactis helleborine (VAN DAMME et al.,

1994). Outras como Tulip bulbs podem ter hololectinas e superlectinas (VAN DAMME et al.,
28

1996). Estas proteínas também se ligam a N-acetil-D-glucosamina, N-acetil-D-manosamina,

D-Fucose e D-Glucose (CARVALHO et al., 2007). As lectinas deste grupo são bastante

heterogêneas na sua estrutura molecular. De acordo com os protômeros, umas têm um

domínio de 11 a 14 kDa e outras possuem dois domínios de cerca de 30 kDa (VAN DAMME

et al., 1998).

b) Lectinas Ligantes a Quitina

Segundo Van Damme et al. (1998) esta família compreende todas as lectinas que

contêm pelo menos um domínio igual ao domínio da heveína (Hevea brasiliensis). Esta

família compreende merolectinas, hololectinas e diferentes tipos de quimerolectinas. As

lectinas de Amaranthus caudatus (AcAMP1 e AcAMP2) possuem um único domínio idêntico

ao da heveína, mas que são suficientes para ligação em quitina. As hololectinas desta família

podem apresentar dois, três, quatro ou até sete domínios iguais ao da heveína. Um exemplo

desta classe é a lectina UDA (Urtiga dioica), que possui dois domínios iguais aos domínios da

heveína. Supõem-se que a lectina de Viscum algum (VisalbCBP), contém dois domínios iguais

ao da heveína. As lectinas da Phytolacca americana (Pa-5/PL-D, Pa-4/C-PL, PL-B) possuem

domínios idênticos aos da heveína, que consistem de dois, três e sete domínios,

respectivamente. A aglutinina do gérmen do trigo (WGA) e quase todas as outras lectinas de

Gramineae caracterizadas possuem quatro domínios semelhantes ao da heveína com 8 sítios

ligantes à quitina. A lectina de Solanum tuberosum (STA) é um exemplo de quimerolectinas.

c) Lectinas das Leguminosas

As lectinas de leguminosas são relatadas desde 1890 quando Power e Cambier

isolaram uma lectina tóxica da casca de Robinia pseudoacacia. Citado por Van Damme et al,

(1998), Landsteiner e Raubitschek, em 1907, descreveram a presença de lectina em

Phaeolus vulgaris (feijão) e Vicia sativa (ervilha). A partir desta descoberta, várias lectinas de

leguminosas foram descobertas e hoje são as mais estudadas. Geralmente as lectinas deste
29

grupo possuem 2 a 4 subunidades de 25-30 kDa, cada uma com um sítio de ligação a

carboidrato, íons Mn2+ e Ca2+. Neste grupo as lectinas possuem homologias na estrutura

primária, conformação tridimensional e sequência de aminoácidos (REGO et al., 2002). Já

foram identificadas lectinas de leguminosas com especificidade para D-glucose, D-manose,

D-galactose, N-acetil-D-glucosamina, N-acetil-D-galactosamina, D-fucose e carboidratos

complexos (RÜDIGER; GABIUS, 2001). Lectinas deste grupo possuem dois ou quatro

protômeros que são unidos por interações não covalentes (VAN DAMME et al., 1998).

d) Lectinas Homólogas a Jacalina

As lectinas deste grupo compreendem todas as proteínas de plantas que

possuem estrutura semelhante as das lectinas presentes na semente de Artocarpus

integrifolia L. (Jaca). Elas são divididas em lectinas específicas à D-galactose e lectinas

específicas à D-manose (SARKAR et al., 1981). A primeira lectina desta família a ser isolada

foi da semente de Maclura pomifera em 1977 (BAUSCH; PORETZ, 1977) e somente em 1981

a jacalina foi isolada por Moreira e Ainouz.

e) Proteínas Inativadoras de Ribossomos (RIP)

São as lectinas que impossibilitam a síntese protéica. Possuem duas cadeias

ligadas covalentemente por pontes de sulfeto. A cadeia A penetra por endocitose nas células

e quando estão no citosol remove enzimaticamente resíduos de adenina, da maior

subunidade do RNA ribossômico impedindo a ligação do cofator de elogação ao ribossomo; e

a cadeia B forma complexos com glicoreceptores na superfície celular (AGAPOV et al., 1999).

Há relatos de lectinas deste grupo na família das Euphorbiaceae (Ricinus comunis),

Leguminaceae (Abrus precatorius), Passifloraceae (Adenia digitata e A. volkensii),

Curcubitaceae (Mormodica charantia), Lauraceae (Cinnamonum camphora), Ranunculaceae

(Eranthis hyemalis), Viscaceae (Viscum album e Phoradendron californicum), Sambucaceae


30

(Sambucus sp.) e Iridaceae (Iris sp.) (VAN DAMME et al.,1998).

f) Lectinas de Floema de Cucurbitácea

São lectinas que se ligam a quitina encontradas em floema de cucurbitáceas,

também chamadas de PP2, mas que não apresentam domínio igual ao da heveína (VAN

DAMME et al., 1998). A lectina da Cucurbita maxima (abóbora) é um exemplo desta família

(HOSSAINI, 1968). Possuem uma massa molecular de aproximadamente 25 kDa e uma

sequência de aminoácidos semelhante.

g) Lectinas de Amaratáceas

O termo “amaranthin” se refere a lectina de sementes de Amaranthus caudatus,

mas atualmente se refere a lectinas de várias espécies do gênero Amaranthus. Essas

proteínas são homodiméricas com aproximadamente 33 kDa, não glicosiladas e apresentam

sequência de aminoácidos semelhantes. Apresentam especificidade para N-acetil-D-

galactosamina (VAN DAMME et al.,1998).

h) Outras Lectinas

De acordo com Van Damme (1998), outras lectinas não podem ser classificadas

nas famílias citadas porque não possuem estrutura similar a nenhuma das citadas acima:

I) Apiaceae – possui oito subunidades glicosiladas idênticas com

aproximadadamente 60 kDa. Ocorre em rizoma e são específicas de N-acetil-D-

galactosamina. Um exemplo é a lectina de Aegopodium podagraria (PEUMANS et al., 1985).

II) Araucariaceae – São lectinas glicosiladas. Araucaria brasiliensis, possui

duas lectinas especificas a D-Manose/D-Glucose, a primeira constituída por 10 subunidade

de 20 kDa e a segunda é um hexâmero composto por subunidade de até 34 kDa.

III) Celastraceae – A lectina de Euonymus europaeus é um exemplo. Possui


31

uma massa molecular de 120 a 160 kDa.

IV) Cucurbitaceae – Possuem características que as exclui da família das

cucurbitaceae. Exemplo: lectinas de Bryonia dioica e Mara macrocarpus, ambas possuem

especificidade para N-acetil-D-galactosamina, e possuem duas subunidades ligadas por

pontes dissulfeto diferentes, com 35 e 30 kDa, respectivamente.

V) Euphorbiaceae – possuem de dois a quatro subunidades de 30 a 35 kDa. A

maioria são especificas para N-acetil-D-galactosamina.

VI) Gramineae – Foram isoladas duas lectinas de Zea mays (ZMA-I e ZMA-II).

A ZMA-I é especifica para GalNAc e possui 23 kDa, já a ZMA-II é ligante de D-manose e

possui uma subunidade com 12,5 kDa.

VII) Labiatae – foram isoladas da semente de Moluccella laevis e Salvia sclarea

especificas de GalNAc e possuem três subunidades.

2.4) Detecção de Lectinas

As lectinas se ligam especificamente a carboidratos na superfície das células,

portanto, a presença de lectinas pode ser detectada através de ensaios de aglutinação, no

qual os carboidratos presentes no glicocálice interagem reversivelmente com as lectinas,

através de sítios de ligação. O ensaio de hemaglutinação é o mais utilizado, pois facilmente

se observa a atividade aglutinante dos eritrócitos pelas lectinas. Os eritrócitos utilizados

podem ser de humanos ou de outros animais (JUNG et al., 2007).

Outras células, como os fungos Saccharomyces cerevisiae, podem ser

aglutinadas por lectinas específicas. Regente et al. (2014) em seus trabalhos com lectina

isolada de semente de girassol (Helianthus annuus) denominando-a de Helja, usou S.

cerevisiae, por causa do seu crescimento e fácil cultivo no ensaio de aglutinação (Figura 6) e

a ocorrência de D-Manose na superfície da sua parede celular (LIPKE; OVALLE, 1998).


32

Figura 6 – Atividade Aglutinante descrita por Regente et al. (2014) de Helja com S.

cerevisiae. A) Na ausência de Helja; B) na presença de 120 µg.mL-1 Helja; C) na

presença de 120 µg.mL-1 Helja e 1,5 mM de D-Manose

2.5) Propriedades Biológicas das Lectinas

2.5.1) Inibição de Crescimento de Microrganismos

As lectinas possuem grande habilidade em reconhecer seletivamente

microrganismos patogênicos, impedem o crescimento de bactérias e fungos (SILVA et al.,

2013). Muitas desempenham a função de defesa na própria planta que a produz. A lectina

do cerne de Myracrodruon urundeuva (Aroeira) é um exemplo, pois protege o cerne contra

deterioradores biológicos, como fungos e bactérias (SÁ et al., 2009). A lectina de sementes

de Talisia esculenta inibe o crescimento de Fusarium oxysporum, Colletotrichum

lindemuthianum e Saccharomyces cerevisiae (FREIRE et al., 2002).

2.5.2) Atividade Antitumoral

As lectinas de plantas contribuem para o reconhecimento de células de tumores,

aumento da imunidade do hospedeiro, citotoxidade, apoptose, estimulação mitogênica e

adesão de células (HAMID et al., 2013). São utilizadas como sondas para caracterizar vários

tipos de células em vários estágios e maturação (RÊGO et al., 2013). Vários estudos

comprovam o importante papel desempenhado por estas proteínas. Por exemplo, a ConA
33

induz apoptose de melanoma humano A375 mediada por mitocôndria (LIU et al., 2009). A

lectina de Sophora flavescens (SFL) induz a morte de células tumorais através da via de

caspase-dependente (LIU et al., 2008). Outra lectina específica para o ácido siálico

purificado de Phaseolus coccineus L. possui uma atividade anti-proliferativa, pois induz a

apoptose de células em fibrossarcoma L929 (CHEN et al., 2009). A lectina de sementes de

Salvia bogotensis possui alta afinidade por antígenos de células tumorais (VEGA; PÉREZ,

2006). A lectina da casca de Anacardium occidentale é utilizada como matriz para obtenção

de glicoconjugados de interesse biotecnológico (MARCIEL et al., 2012).

2.5.3) Atividade Inseticida

Existe uma necessidade de substituir medidas convencionais de controle de

insetos, uma delas é o uso de lectinas de plantas (HAMID, et al., 2013). As lectinas formam

complexos com glicoproteínas que provocam um efeito deletério. Visto que os insetos

possuem quitina no seu trato digestivo, as lectinas mais utilizadas como mecanismo de

defesa contra o ataque de insetos são as lectinas ligantes a quitina (PEUMANS; VAN DAMME,

1995). Muitos estudos comprovam esta propriedade. Por exemplo, a lectina de Arisaema

jacquemontii afeta o desenvolvimento das larvas de Bactrocera cucurbitae e Arisaema

helleborifolium inibe o desenvolvimento de outra larva de B. cucurbitae. (KAUR et al., 2006).

Lectinas da casca de Crataeva tapia, também possui atividade absorventes e inseticidas

(ARAÚJO et al., 2012). As lectinas de folhas transgênicas de Allium sativum inibe o

desenvolvimento de larvas de Spodotera littoralis (SADEGHI et al., 2008). A lectina de

Galantus nivalis reduz significativamente a produção de ninfas de Rhopalosiphum maidis

(WANG et al., 2005) e também se ligam a glicoproteínas nas vísceras de larvas de Adalia

bipunctata, Chrysoperla carnea e Coccinella septempunctata (HOGERVORST et al., 2006).

2.6) Lectinas de Monocotiledôneas


34

Lectinas em monocotiledôneas foram registradas nas famílias Amarylliadaceae,

Alliaceae, Araceae, Orchidaceae e Liliaceae. Devido a sua especificidade exclusiva à D-

manose, elas são conhecidas como lectinas de monocotiledôneas ligantes a D-manose (MBL)

e lectinas relacionadas com a GNA. Todas as MBL relatadas possuem estruturas terciárias

semelhantes. Em geral elas são dímeros ou tetrâmeros com subunidades de 12 a 14 kDa,

estáveis ao calor e a ampla variação de pH (VAN DAMME et al., 2007).

A grande especificidade destas lectinas por D-Manose tem ajudado na análise de

glicoconjugados. São utilizadas em investigações biomédicas baseadas no estudo de algumas

lectinas de monocotiledôneas ligantes a manose que possuem potente efeito inibidor em

alguns retrovírus (incluindo o HIV) (BALZARINI et al., 1991) e na sua capacidade para

bloquear receptores de Escherichia coli, no intestino de ratos (PUSZTAI et al., 1993). Essas

proteínas também são uma ferramenta importante para a proteção das plantas fornecendo

resistência contra insetos e nematoides (HILDER et al., 1995). Outros estudos têm

demonstrado que estas lectinas possuem efeitos antiproliferativos e induz apoptose em

células tumorais (SINGH; SINGH; KAMBOJ, 2004 e LIU et al., 2009).

A primeira lectina de monocotiledônea ligante a manose isolada foi a aglutinina

de Galanthus nivalis (VAN DAMME et al. 1987), que é um homotetrâmero de 50 kDa de

quatro monômeros de não covalentes de 12 kDa. O monômero é um único peptídeo de 109

resíduos de aminoácidos (HESTER et al., 1995).

2.7) Considerações sobre a Família Arecaceae

A família Arecaceae destaca-se entre as Angiospermas por apresentar forma e

tamanhos variados, são mais conhecidas como palmeiras. Possui uma distribuição

principalmente tropical e subtropical (MARTINS; FILGUEIRAS, 2006). A maior ocorrência de

gêneros e espécies é registrada nas regiões tropicais da Ásia, Ilhas do Pacífico, Indonésia e

Américas (LORENZI et al., 2004) Existe nas Américas 67 gêneros e aproximadamente 1.440
35

espécies (HENDERSON et al., 1995), sendo que no Brasil foram registrados 39 gêneros e 210

espécies nativas (SOUZA; LORENZI, 2008).

As palmeiras são muito importantes para o homem porque oferecem múltiplos

usos, como produtos alimentícios, medicinal, construção de moradias e vários artesanatos

(SOUZA; LORENZI, 2008).

2.7.1) Mauritia flexuosa L.f., o “Buriti”

a) Classificação Botânica

Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae;
Divisão: Magnoliophyta;
Filo: Tracheophyta;
Classe: Liliopsida;
Ordem: Arecales;
Família: Arecaceae;
Sub-família: Mauritiinae;
Gênero:Mauritia
Espécie: Mauritia flexuosa L.f.

b) Descrição da Espécie

O Buriti (Mauritia flexuosa L.f.) tem ampla distribuição em toda a América do Sul

(BERNAL et al., 2011; ENDRESS et al., 2013; HORN et al., 2012) e é a palmeira mais

abundante no Brasil (LORENZI et al., 2010) apesar de o gênero Mauritia ser constituído por

apenas duas espécies, Mauritia carana W. e Mauritia flexuosa L. f. (LEITMAN et al., 2013).

Parece ser originário da parte alta da Amazônia (BOHÓRQUEZ, 1976 citado por FILHO;

BATISTA, 2001) (Figura 7).


36

Figura 7 – Distribuição geográfica de Mauritia flexuosa no Brasil (LORENZI et al., 2010).

Espécimes de M. flexuosa L.f. são restritas a ambientes alagados com solos

hidromórficos e com altos teores de matéria orgânica. São encontrados em matas de galeria

ao longo das margens de cursos d’água ou em áreas embrejadas, em áreas baixas e úmidas

ou no entorno de nascentes, ou ainda em veredas de áreas do cerrado (CRONEMBERGER et

al., 2007). Produzem muitas frutas que são importantes recursos alimentares para aves e

mamíferos (ENDRESS et al., 2013; KAHN,1991).

É uma palmeira que pode atingir até 25 metros de altura. Possui de 20 a 30

folhas palmadas na fase adulta e suas flores apresentam longas inflorescências ou cachos de

até 3 metros de comprimento, que produz de 2.000 a 6.000 frutos por planta. As plantas

masculinas e femininas florescem no mesmo mês. Seu fruto é uma drupa globoso-alongada

de 4 a 7 cm de comprimento, constituída de epicarpo formado de escamas romboides de cor

castanho avermelhada, o endocarpo é esponjoso que envolve a semente e o mesocarpo é

uma massa espessa de cor alaranjada (CARNEIRO, 2011). Segundo Lorenzi (2006), buriti na

língua indígena significa “a árvore que emite líquidos” ou “a árvore da vida”. É considerada
37

sagrada pelos índios por fazer tudo o que é necessário para a sobrevivência: casa, objetos

de uso pessoal e alimentação.

Possui um potencial social e econômico para os seres humanos, é amplamente

utilizado por comunidades indígenas e outras populações tradicionais, principalmente nas

regiões Norte e Nordeste do Brasil (GILMOREET et al., 2013, MANZI; COOMES, 2009;

MARTINS et al., 2012; SAMPAIO et al., 2008). Podendo ser utilizado também para utilização

comercial na produção de óleo, amido, cera, fibras, aplicado também na construção de

casas, barcos e pontes, além de fabricação de bebidas e artesanatos (ROSSI et al., 2014).

Demonstra um potencial significativo para uso comercial em termos de recursos

alimentares (BERNAL et al., 2011) pois é rico em cálcio e ferro e possui pró-vitaminas A, B, C

e E (CUNHA, 2010) e pode ser utilizado na indústria de cosméticos (KOOLEN et al.,2013;

ZANATTA et al., 2010) e é utilizado como fonte de compostos fotoprotetores a partir de

poliestireno e do polimetacrilato de metila se doados com óleo (DURÃES et al., 2006).

Demonstrou, também, fortes indícios de biodegradabilidade desse material misturado, que

reduz a quantidade de poliestireno no meio ambiente (SCHLEMMER, 2007) além de ser

utilizado como biocombustíveis (LUZ JR et al., 2011). Apresenta características filogênicas

indesejáveis como: baixa viabilidade das sementes e pequeno percentual de germinação

(OROZCO-SEGOVIA et al., 2003; SPERA et al., 2001).

Possui atividade antibacteriana e cicatrizante. O potencial terapêutico atribuído

ao buriti abre perspectiva no sentido de utilizá-lo como fitoterápico, no entanto, há escassez

de estudos neste aspecto (BATISTA et al., 2012).


38

Objetivos
39

3) OBJETIVOS

3.1) Geral

Isolar, purificar e caracterizar parcialmente a lectina de Mauritia flexuosa L.f., de

modo a conhecer seus principais aspectos físicos, bioquímicos e funcionais.

3.2) Específicos

 Avaliar a capacidade aglutinante a diferentes células;

 Verificar especificidade das lectina de Mauritia flexuosa L. f. aos carboidratos;

 Determinar as características físico-químicas desta lectina em função de sua

estabilidade térmica.
40

Material e Métodos
41

4) MATERIAL E MÉTODOS

4.1) Coleta do Material Vegetal

Os materiais vegetais (sementes) de Mauritia flexuosa L.f. foram coletados na

zona urbana do município de Floriano (PI) cujas coordenadas são -6º76’69” de latitude Sul e

-43º02’25” de longitude oeste no mês de Janeiro de 2015. Uma amostra do material

coletado está depositada no Herbário do Trópico Semiárido (HTSA) na cidade de Petrolina

(PE) sob No 1.146.

4.2) Preparação do Extrato Bruto (EB)

Dos frutos coletados separaram as sementes. O extrato bruto foi obtido após a

trituração de 100 g de sementes quiescentes na presença de nitrogênio líquido, peneirado

em peneira de 100 meshs e delipidado com n-Hexano. Após delipidação adicionaram 1.000

mL de tampão Citrato Fosfato 0,01 M pH 6,5 com NaCl 0,15M e PVP 2% (m/v) e deixou-se

sob agitação lenta e constante por 4 h e em seguida filtrou-se com gaze dupla. A seguir

centrifugou-se a 10.000  g por 30 minutos a 4 ºC em centrífuga marca Hettich Zentrifugen,

modelo Universal 320R, descartando-se o resíduo. O extrato bruto obtido foi congelado a –

20 °C para ser utilizado nos procedimentos futuros.

4.3) Fracionamento Salino com Sulfato de Amônio ((NH4)2SO4)

O extrato bruto foi submetido a fracionamento de 0 a 60 % com sulfato de

amônio conforme metodologia descrita por Duong-Ly e Gabelli (2014). Após dissolução,

deixou-se em repouso a temperatura ambiente por 12 h, em seguida, centrifugou-se a

10.000 × g por 30 min a 4 °C em centrífuga Hettich Zentrifugen, modelo Universal 320R. O

precipitado foi dissolvido em água e dialisado exaustivamente contra água destilada,

obtendo-se um concentrado proteico.


42

4.4) Avaliação da Atividade Hemaglutinante

Para os ensaios de hemaglutinação foram utilizados eritrócitos de coelho e de

humanos tipos A, B, AB e O, doados pelo HEMOBA. O sangue de coelho foi coletado na

marginal da orelha em tubos contendo EDTA e foi lavado com NaCl 0,15M por cinco vezes

(3.000 rpm, 4ºC, 5 min.). O precipitado (papa de hemácias) foi glutarizado obtendo a

concentração final de 2% e o sobrenadante foi descartado (NOWAK et al., 1976).

Para os ensaios de atividade hemaglutinante foi utilizado o método de Moreira e

Perrone (1977). Assim, utilizou-se placa de microtitulação com 96 poços, identificação

alfanumérica e fundo redondo para testar as amostras de Extrato Bruto e a Fração 0/60. Em

cada poço foram adicionados 50 µL de solução de NaCl 0,15M e 50 µL no primeiro tubo da

amostra testada, em seguida realizou-se uma diluição seriada e adicionou-se o mesmo

volume da suspensão de eritrócitos 2% glutarizado. Para o controle negativo adicionaram

volumes iguais de NaCl 0,15M e solução de eritrócitos 2% glutarizados, e para o controle

positivo adicionaram 50 µL de Frutalina (lectina de Artocarpus incisa L.) e a mesma

quantidade de eritrócitos 2%. Após 40 min. à temperatura ambiente, a atividade

hemaglutinante foi observada macroscopicamente.

4.5) Determinação da Atividade Aglutinante

Para a atividade aglutinante foi utilizada a levedura Saccharomyces cerevisiae. As

leveduras foram adquiridas comercialmente e cultivadas em meio de cultura próprio (meio

YEPD). Após cultivo em “sheck” marca Solad, modelo SL183 as leveduras foram lavadas com

NaCl 0,15M gelado por 5 vezes. A papa de leveduras foi diluída em NaCl 0,15M até atingir

uma D.O.600nm de leitura igual a 0,250 em espectofotômetro marca Allcrom modelo V-1100.

O ensaio foi realizado em micro lâminas em diluição seriada com 50 µL da amostra, 50 µL de

NaCl e 50 µL de cada levedura devidamente diluída. Depois de 15 min de incubação, as

amostras foram avaliadas usando um microscópio Diag Tech modelo XJS300 com câmara

fotográfica acoplada e “software” TSView (REGENTE et al., 2014).


43

4.6) Verificação da Inibição da Atividade Aglutinante na Presença de carboidratos

simples.

A especificidade do pico retido na coluna de Quitina foi determinada pelo ensaio

de inibição utilizando as seguintes soluções de açúcares na concentração inicial de 500 mM:

D-Lactulose, D-Galactose, D-Glucose e D-Maltose. Primeiramente, diluiu-se 50 µL do pII e o

pII após submetido ao tratamento térmico e depois as soluções de açúcares preparadas em

NaCl 0,15M em diferentes concentrações por diluições seriadas. Volumes iguais da amostra e

soluções de açúcares foram previamente incubados por 15 min a temperatura ambiente, em

seguida, acrescentados 50 µL de S. cerevisiae diluídas em NaCl 0,15M na concentração de

104 UFC e incubadas por 15 min a temperatura ambiente. A inibição foi avaliada usando um

microscópio Diag Tech modelo XJS300 com câmara fotográfica acoplada e “software”

TSView.

4.7) Verificação da Presença ou Ausência de Taninos

Em 4 tubos de ensaio foram adicionados 2 mL da solução do pico retido na

coluna de Quitina. O quarto tubo foi mantido como controle negativo e nos três primeiros

seguiu-se a metodologia obtida da Sociedade Brasileira de Farmacognosia (2016).

4.7.1) Uso da Gelatina

No primeiro tubo de ensaio adicionaram 2 mL da solução do pico retido na

coluna de Quitina, 2 gotas de HCl 0,01M e gelatina 2,5% gota a gota. Observou-se

macroscopicamente comparando-se a um controle negativo.

4.7.2) Uso do Cloreto Férrico

No segundo tubo, adicionaram 2 mL da solução do pico retido na coluna de

Quitina, 10 mL de água destilada e 4 gotas da solução de FeCl3 a 1% em metanol.

Observou-se a mudança de coloração comparando-se a um controle negativo.

4.7.3) Uso do Acetato de Chumbo


44

No terceiro tubo, adicionaram 5 mL da solução de ácido acético a 10%, 2,5 mL

da solução de acetato de chumbo a 10% e 2 mL da solução do pico retido na coluna de

Quitina. Verificou-se macroscopicamente comparando-se a um controle negativo.

4.8) Cromatografia de Afinidade em Coluna de Quitina

Utilizou-se uma cromatografia de afinidade em coluna de Quitina, equilibrada

com Tampão Citrato Fosfato 0,01M pH 6,5 com NaCl 0,15M para aplicar 2,5 mL da fração

0/60 do extrato de M. flexuosa L. O pico não retido (pico I) foi eluído com o tampão de

equilíbrio e o pico retido (pico II) foi eluído com Ácido Acético 1 M. O fluxo utilizado durante

toda a cromatografia foi de 0,5 mL.min-1. A absorbância de todos os picos foi verificada em

um espectrofotômetro Shimadzu modelo UV mini-1240 em comprimento de onda de 280 nm.

Posteriormente, as frações que apresentaram maior leitura foram reunidas e dialisadas

exaustivamente contra água destilada em temperatura ambiente e depois liofilizadas

(Liofilizador TERRONE, modelo LS 3000), obtendo-se assim as amostras proteicas secas que

foram pesadas e armazenadas a – 20°C e foram utilizadas em ensaios futuros.

4.9) Cromatografia de Afinidade em Agarose-manose

Utilizou-se a cromatografia de afinidade em Agarose-manose, equilibrada com

Tampão PB 0,01M pH 7,4, aplicou-se 22 mL da fração escolhida do extrato de M. flexuosa L.

O pI (pico não retido) foi eluído com o tampão de equilíbrio e o pII (pico retido) foi eluído

com ácido acético. O fluxo foi mantido constante em 3,0 rpm, coletando-se 4,5 min.tubo-1. A

absorbância de todas as frações colhidas foi verificada em um espectrofotômetro Shimadzu

modelo UV mini-1240 em comprimento de onda de 280 nm.

4.10) Cromatografia de Troca Iônica em coluna de DEAE-Sephadex A-50

Para separar as proteínas por carga utilizou-se a coluna de troca iônica DEAE
45

Sephadex A-50 equilibrada com Tampão Fosfato de Sódio 0,01 M pH 7,4. Aplicaram 2 mL do

pico retido na coluna de Quitina, liofilizado e dissolvido em água ultra pura. Manteve-se

constante o fluxo em 0,5 mL.min-1. O pico retido foi eluído com Tampão Fosfato de Sódio pH

7,4 com 1 M de NaCl.

4.11) Estimativa da Concentração de Proteínas

Para determinar a concentração de proteínas solúveis no extrato e frações

proteicas, realizou-se o método de Lowry (1951) usando a Albumina Sérica Bovina como

padrão.

4.12) Avaliação da Estabilidade Térmica

O extrato bruto, a fração e o pico retido na coluna de Quitina (PII) foram

submetidos aos seguintes tratamentos térmicos: fervura por 1 h. e autoclavagem (120 °C, 1

kgf.cm-2, 20 min.). Após esses tratamentos, 2,5 mL da amostra obtida de cada tratamento

foram aplicadas em coluna de Quitina seguindo as mesmas condições descritas

anteriormente, a fim de verificar se as proteínas ainda mantinham ativo seu sítio de

reconhecimento ao carboidrato.

A F 0/60 foi dividida em alíguotas e estas foram submetidas a autoclavagem em

diferentes tempos: 20, 40 e 60 min. Depois realizaram a atividade aglutinante com as

amostras oriundas deste tratamento térmico.

4.13) Eletroforese em Gel de Poliacrilamida sob Condições Desnaturantes (SDS-

PAGE)

Visando-se observar a qualidade e a eficiência do processo cromatográfico

utilizado para a purificação da fração proteica das sementes de M. flexuosa L.f. e também

determinar a massa molecular aparente das proteínas visualizadas, utilizou-se uma


46

eletroforese em SDS-PAGE, segundo Laemmli (1970) com uma concentração no gel de

separação de 12%. Foram aplicados 50 µL do EB, da F 0/60, do pII e pII submetido ao

tratamento térmico e pII da DEAE Sephadex A-50, sendo os três últimos liofilizados obtidos

da cromatografia de afinidade em Quitina e diluído em água ultra pura e também 5 µL do

marcador molecular padrão (Full Range RainbowTM Recombinant Protein Molecular Welght

Marker), fornecido pela AmershamTM.

4.14) Verificação da Presença ou Ausência de Ligações Peptídicas e Grupos

Carbamínicos (OCNH2)

Para verificar a presença de ligações peptídicas e grupos carbamínicos

(OCNH2) utilizou-se a reação de Biureto (GORNALL et al., 1948). Pipetou-se 1 mL do

pico retido na coluna de Quitina e adicionaram 5 gotas de NaOH 2,5M e 5 gotas de sulfato

de cobre 1%. Para o controle negativo adicionaram 5 gotas de NaOH 2,5M, 5 gotas de

sulfato de Cobre 1% em 1 mL de água destilada. Observou-se a mudança de coloração.

4.15) Determinação da Presença de Iminoácidos Prolina e Hidroxiprolina

Para revelar a presença dos iminoácidos Prolina e Hidroxiprolina realizou-se a

reação da Ninhidrina baseado na metodologia de Moore e Stein (1954). Em um tubo de

ensaio pipetaram 2 mL de solução de Ninhindrina 0,1% em tampão fosfato pH 7,0; 5 gotas

da solução do pico retido na coluna de Quitina e submeteu-se à fervura durante 2 min.

Como controle negativo foram utilizados 2 mL de solução de Ninhindrina 0,1% em tampão

fosfato pH 7,0; 5 gotas de água destilada. Em caso de reação positiva, observa-se a

coloração amarelada.

4.16) Avaliação da Presença do Grupo Guanidina da Arginina

Para verificar a presença do grupo guanidina empregou-se a reação de


47

Sakaguchi (1950). A 1 mL da solução do pico retido na coluna de Quitina adicionaram 10

gotas de NaOH 2,5 M, 5 gotas de α-naftol 0,4% em etanol e 1 mL de hipoclorito de sódio

0,5%. A mudança de cor foi observada macroscopicamente comparando-se a um controle

negativo.

4.17) Verificação da Presença de Aminoácidos Sulfurados

A presença de aminoácidos sulfurados foi investigada pelo teste com acetato de

chumbo. Adicionaram 2 mL de NaOH 2,5 M e 1 mL da solução do pico retido na coluna de

Quitina, ferveu-se por 1 minuto e adicionaram 5 gotas de acetato de chumbo permanecendo

em aquecimento por 20 a 30 min. Observou-se macroscopicamente comparando-se a um

controle negativo.

4.18) Avaliação da Presença de Glicídios Constituintes

Após diálise contra água e liofilização das frações do pico retido na cromatografia

de troca iônica em DEAE-Sephadex A-50, dissolveu-se a massa obtida em 1 mL de NaCl 0,15

M. e utilizou-se o método de Dubois et al. (1956) para avaliar a presença de glicídeos.

Utilizou-se D-glucose (1 µg.mL-1) como solução padrão. A leitura foi realizada em

espectrofotômetro marca ALLCROM modelo v-1100 a 490 nm.


48

Resultados e
Discussões
49
50

5) RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1) Avaliação da Atividade Hemaglutinante no Extrato Bruto (EB) e nas Fração

0/60

A atividade hemaglutinante refere-se à especificidade das lectinas a sítios de

ligação de carboidratos expostos na superfície dos eritrócitos, devido, principalmente a

ligações de hidrogênio e interações hidrofóbicas (SHARON; LIS, 2002).

Para avaliar a presença de lectina nas sementes de Mauritia flexuosa L.f.,

utilizou-se o EB e as frações com Sulfato de Amônio, para determinar a especificidade a

açúcares de diferentes eritrócitos. A atividade hemaglutinante mostrou que tanto no EB

como na fração 0/60 não se observou aglutinação de eritrócitos de coelho nem dos

eritrócitos humanos.

Este resultado foi semelhante aos obtidos por lectinas heterotetraméricas de

Crocus vernus (CVA), monocotiledônea da família Iridaceae, ao testar a especificidade a

eritrócitos de coelho e humanos. Para esses autores, a ausência de hemaglutinação foi

devido ao fato de que apenas um dos seis locais de ligação à manose da CVA é ativo, o que

justifica a fraca atividade de ligação a carboidratos desta proteína (VAN DAMME et al.,

2000).

5.2) Determinação da Atividade Aglutinante

Uma vez que não observou-se atividade hemaglutinante nas amostras testadas e

sabendo-se que as lectinas têm especificidade a carboidratos, além de aglutinar células do

sangue, elas podem aglutinar outras células dependendo do carboidrato exposto na sua

superfície, realizou-se o teste com aglutinação utilizando células de leveduras.

As células de S. cerevisiae são conhecidas por apresentar monossacarídeos e

outros carboidratos complexos na sua parede celular (LIPKE, OVALLE, 1998). A avaliação da
51

atividade aglutinante do extrato bruto e F 0/60 aglutina células dessas leveduras, mostrou 8

e 16, U.A. mL-1, respectivamente conforme Figura 8.


52

A) Extrato Bruto

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128 1: 256 1:512

B) Fração 0/60

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16


53

Continuação...
B) Fração 0/60

1:32 1:64 1:128 1: 256 1:512

Figura 8 – Atividade aglutinante da lectina oriunda das sementes de Mauritia flexuosa L.f, frente à células de Sacaromyces cerevisiae. A)

Extrato Bruto: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 512); B) F 0/60: 1 - Controle

Negativo, 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1:512).


54

Resultados semelhantes foram encontrados para a lectina de Helianthus annuus

(Helja), que por ter especificidade a manose se liga a Saccharomyces cerevisiae (REGENTE

et al., 2014; PINEDO, et al., 2012). A lectina Crocus versus (CVA), com dois polipeptídios,

também apresentou resultados semelhantes, pois esta proteína interage especificamente a

α-1,3-dimannosyl presente na parede celular da levedura, porém não interage com a

manose desprovida de (α-1,3) nas suas unidades terminais não redutoras (MISAKI, et al.,

1997; VAN DAMME et al., 2000). Outra lectina isolada de uma espécie deste mesmo gênero,

a Crocus sativus (CSL), mostrou grande especificidade à manose exposta na superfície da

levedura (α-1,3-dimanosil) e a outras manoses. Estes autores consideraram a ligação de

lectinas a manose de superfície da parede celular de leveduras como a melhor forma de

ligação específica de manose (KAKEHI, et al., 2003).

5.3) Inibição da Atividade Aglutinante

Através da atividade aglutinante observou-se que as isolectinas de M. flexuosa L.

foram inibidas por D-glucose numa concentração mínima inibitória de 62,5 mM e não foi

observada a inibição pelos açúcares simples: D-Maltose, D-Lactulose e D-Galactose (Figura

9).
55

A) D-Glucose 0,5 M

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128

B) D-Maltose 0,5 M

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16


56

Continuação ...
B) D-Maltose 0,5 M

1:32 1:64 1:128

C) D-Lactulose 0,5 M

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128


57

Continuação ...
D) D-Galactose 0,5 M

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128

Figura 9 – Inibição da atividade aglutinante das isolectinas de M. flexuosa e S. cerevisiae. A) D-Glucose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e

levedura), 2 a 7 diluiçao seriada (1:2 até 1:128); B) D-Maltose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 7 diluiçao

seriada (1:2 até 1: 128); C) D-Lactulose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 7 diluiçao seriada (1:2 até 1: 128); D)

D-Galactose: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 7 diluiçao seriada (1:2 até 1: 128).
58

A lectina de semente de Araucaria angustifólia, também foi inibida por D-Glucose

e N-acetilglucosamina, porém esta proteína não foi inibida por D-Galactose, D-Lactose, D-

Mannose (GADELHA et al., 2006).

5.4) Verificação da Presença ou Ausência de Taninos

5.4.1) Uso da Gelatina

Taninos são substâncias fenólicas que formam complexos insolúveis em gelatina

(FONSECA; LIBRANDI, 2008) e são capazes de aglutinar células sanguíneas. Não se

observou a presença de precipitado, o que indica pouca ou nenhuma concentração de

taninos no pico retido na coluna de Quitina.

5.4.2) Uso do Cloreto Férrico

Por serem facilmente oxidáveis, os taninos quando em contato com metais, como

o cloreto férrico, apresentam uma coloração escura (MONTEIRO et al., 2005). Na presença

de taninos hidrolisáveis ou gálico, apresentaria a cor azul e na presença de taninos

condensados ou catéquico apresentaria coloração verde (Sociedade Brasileira de

Farmacognosia, 2016). A amostra aplicada permaneceu na coloração inicial, não apresentou

nenhuma das cores acima citadas.

5.4.3) Uso do Acetato de Chumbo

Os taninos formam um complexo com metais, apresentando um precipitado

esbranquiçado. Ao verificar macroscopicamente a mistura não observou precipitado,

indicando a ausência ou pouca quantidade de taninos.

Este conjunto dos três testes acima citados foi de grande importância para este

trabalho visto que somente a aglutinação não é suficiente para comprovar a presença de

lectina, pois outras moléculas, como taninos, lipídios ou cátions divalentes em altas
59

concentrações podem aglutinar eritrócitos (RÜDGER, 1998), que é uma característica muito

presente em lectinas.

5.5) Isolamento das Isolectinas

5.5.1) Cromatografia de Afinidade em Coluna de Quitina

O método mais utilizado para purificação de lectinas é a cromatografia de

afinidade. Esta técnica é baseada na interação reversível entre a proteína e um carboidrato

específico imobilizado na matriz cromatográfica e sua dessorção ocorre pela competição pelo

sítio proteico ou por alteração nas condições do meio cromatográfico (PAIVA, et al., 2007).

As lectinas ligantes de quitina têm sido isoladas de diversos seres vivos e muitas

delas apresentam atividade antifúngica em razão que a quitina é o componente-chave da

parece celular de fungos (TRINDADE, 2005).

A F 0/60, quando submetida à cromatografia de afinidade em coluna de quitina,

apresentou dois picos cromatográficos. O primeiro pico (pI), não adsorvido ao polímero e o

segundo pico (pII), eluído com ácido acético, que apresentou atividade aglutinante com S.

cerevisiae (Figura 10).


Ác. acético

Figura 10 – Cromatograma obtido por Cromatografia de Afinidade em Quitina. Volume


aplicado: 2,5 mL; Amostra: F 0/60; volume da coluna: 10 mL; volume das
frações: 1,5 mL; fluxo: 0,5 mL.min-1.
60

Essa matriz também foi utilizada para purificar lectinas de sementes de Araucaria

angustifólia (GADELHA, et al., 2006) e Solanum tuberosum L. (StL-20), proteína polimérica

que tem afinidade para polímeros GlcNAc (HAVAN et al., 2014).

A heveína, proteína da seringueira (Hevea brasiliensis), também é uma proteína

ligante de quitina. Os pontos de ligação da heveína e dos oligossacarídeos de quitina

envolvem um resíduo de serina e dois de triptofano, Ser 19 e Trp 21 e 23, respectivamente.

Uma grande interação hidrofóbica entre o anel da N-acetilglicosamina com o resíduo

aromático da heveína é permitido pela falta de grupos axiais no carboidrato. Ocorre uma

interação hidrofóbica adicional entre o grupo N-acetil e Trp21 da heveína e também exige

uma interação polar entre a Ser19 e o grupo carboxil da N-acetilglicosamina (NEWMAN et

al., 2004).

5.5.2) Cromatografia de Afinidade em Agarose-Manose

Outro tipo de coluna de afinidade é a agarose-manose, para lectinas que tem

afinidade por manose. Decidiu-se submeter a F 0/60 a coluna de afinidade em agarose-

manose, com o objetivo de separar estas proteínas que não foram totalmente isoladas na

cromatografia em quitina. O pico retido demonstrou uma baixa afinidade da proteína com a

manose, ao apresentar uma baixa leitura em comprimento de onda de 280 nm (Figura 11).

Esta cromatografia não se mostrou eficaz para purificação desta lectina.


61

2,5

Ácido acético
2

1,5

0,5

0
0 5 10 15 20 25 30 35 40

Figura 11 – Cromatograma obtido por Cromatografia de Afinidade em coluna de Agarose-


Manose. Volume aplicado: 22 mL; Amostra: F 0/60; volume da coluna: 3 mL;
volume das frações: 1,5 mL; Fluxo: 0,5 mL.min-1

Estes resultados corroboram com o apresentado por Misaki et al. (1997) que

tentou purificar a lectina de Crocus vernus All (GVA) com esta matriz cromatográfica, porém

não obteve êxito devido a propriedade altamente seletiva desta proteína, que não foi retida,

pois é específica para α-1,3-dimannosyl e não para outros derivados de manose (VAN

DAMME et al., 2000).

5.5.3) Cromatografia de troca iônica em DEAE-Sephadex A-50

O método de cromatografia de troca iônica baseia-se na ligação da proteína a

grupos de cargas de sinais contrários imóveis na matriz. As proteínas que não tem pouca ou

nenhuma interação com os íons presentes na matriz são eluídas com o tampão de equilíbrio.

As proteínas adsorvidas na matriz são eluídos com o aumento da força iônica ou alteração do

valor do pH do meio (DATTA et al., 2001).

A matriz utilizada neste teste possui trocador catiônico, o Dietilaminoetil (DEAE).

As proteínas do pico retido obtido da cromatografia de afinidade em quitina foram separadas

obtendo-se dois picos. Isto indica a presença de proteínas carregadas negativamente no pico

retido à coluna de Quitina (Figura 12)


62

0,35

PB com 1M de NaCl
0,3

0,25

0,2

0,15

0,1

0,05

0
0 10 20 30 40 50

Figura 12 – Cromatograma obtido por Cromatografia de Troca Iônica em Coluna de DEAE-

Sephadex A-50. Volume aplicado: 2,0 mL; Amostra: Pico retido na coluna de

quitina; volume da coluna: 10 mL; volume das frações: 1,5 mL; fluxo: 0,5 mL.min-
1
.

5.6) Avaliação da Estabilidade Térmica

O controle da estabilidade térmica de uma proteína representa uma importante

estratégia para manutenção de sua atividade biológica. Foi constatado por Van Damme, et

al. (2007) que as lectinas de monocotiledôneas são bastante estáveis ao calor. Sendo assim,

é importante analisar até que temperatura essas proteínas continuam com a sua atividade

biológica estável.

As proteínas retidas na coluna de Quitina apresentaram atividade aglutinante

frente às células de S. cerevisiae mesmo depois de autoclavada durante 20 minutos. Obteve

resultados melhores do que os do EB, F0-60 e pII sem autoclavar. O que sugere que um

fator inibidor das isoproteína presente nas outras etapas foi desativado após a autoclave.

Em frente a este resultado a Fração 0/60 submetidas aos tratamentos térmicos

de autoclavagem a 120 ºC por 20, 40 e 60 min, apresentou 256, 32 e 16 U.A. mL-1. Estes

resultados comprovam a elevada estabilidade térmica destas isolectinas que mesmo depois

de autoclavadas por 60 min. ainda apresentou atividade aglutinante (Figura 13).


63

Outras lectinas de monocotiledôneas mostraram-se resistentes a altas

temperaturas como a lectina de Setcreasea purpúrea (SPL), que se manteve estável até 80%

da sua atividade biológica mesmo depois de fervida durante 30 minutos (YAO et al., 2010). A

lectina de Arisaema utile (AUL), só perdeu atividade com 80 ºC depois de 15 min. (DHUNA et

al., 2010). As lectinas extraídas de Gonatanthus pumilus (GPA) da família Colocasieae e de

Sauromatum guttatum Schott (SGA) da família Araceae, mativeram 25% de sua atividade

mesmo após ferver durante 15 minutos (SHANGARY et al., 1995).

5.7) Atividade Aglutinante dos Picos Retidos nas Cromatografias

O pico retido na Cromatografia em Quitina da F 0/60 não autoclavada, pico

retido na Cromatografia DEAE-Sephadex A-50 com amostra oriunda do Pico Retido na

Cromatografia em Quitina e o pico retido na Cromatografia em Quitina aplicada a F 0/60

Autoclavada aglutina S. cerevisiae, e mostrou 32, 64 e 128 U.A. mL-1, respectivamente

conforme Figura 13.

Os dados quantitativos referentes a purificação da lectina oriunda das sementes

de M. flexuosa L.f., estão explicitados na Tabela 01.


64

A) F 0/60 autoclavada por 20 min. a 120 ºC

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128 1:256 1:512

1:1024 Controle Positivo


65

B) F 0/60 autoclavada por 40 min. a 120 ºC

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128 1:256 1:512

1:1024 Controle Positivo


66

C) F 0/60 autoclavada por 60 min. a 120 ºC

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128 1:256 1:512

1:1024 Controle Positivo

55
67

D) Pico Retido na Cromatografia em Quitina

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128 1: 256 1:512

E) Pico Retido na Cromatografia em Quitina aplicada a F 0/60 Autoclavada

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16


68

1:32 1:64 1:128 1: 256 1:512

F) Pico Retido na Cromatografia DEAE-Sephadex A-50 com Amostra oriunda do Pico Retido na Cromatografia em Quitina

Controle Negativo 1:2 1:4 1:8 1:16

1:32 1:64 1:128 1: 256 1:512


69

Figura 8 – Atividade aglutinante das isolectinas oriunda das sementes de Mauritia flexuosa L.f, frente às células de Saccharomyces cerevisiae.

A) F 0/60 autoclavada a 120 ºC por 20 min.: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1:

1024), 11 – Controle positivo com ConA; B) F 0/60 autoclavada a 120 ºC por 40 min.: 1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e

levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 1024), 11 – Controle positivo com ConA; C) F 0/60 autoclavada a 120 ºC por 60 min:

1 - Controle Negativo (NaCl 0,15M e levedura), 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 1024), 11 – Controle positivo com ConA; D) Pico

retido na cromatografia em quitina: 1 - Controle Negativo, 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 512); E) Pico retido na cromatografia

em quitina com a F 0/60 autoclavada: 1 - Controle Negativo, 2 a 10 diluiçao seriada (1:2 até 1: 512); F) Pico retido na

cromatografia DEAE-Sephadex A-50 com amostra oriunda do pico retido na cromatografia em quitina: 1 - Controle Negativo, 2 a 10

diluiçao seriada (1:2 até 1: 512).


70

Tabela 1 – Purificação da lectina oriunda das sementes de M. flexuosa L.f.

Volume Proteína Proteína Total Atividade Atividade Aglutinante Atividade Aglutinante Fator de
Etapa
(mL) (mg.mL-1) (mg) AglutinanteA TotalB EspecíficaC Purificação

Extrato Bruto 800 0,45 360,00 8 2.880 8,00 1,00

F 0/60 150 1,27 190,50 16 3.048 16,00 2,00

PII - Quitina 11 0,98 10,78 32 352 32,65 4,08

PII – DEAE-
11 0,62 6,82 64 704 103,22 12,90
Sephadex A-50

PII – Quitina
11 0,64 7,04 128 1408 200,00 25,00
(F 0/60 autoclavado)

A
Unidade de Aglutinação (U.A.mL-1)

B
Atividade Aglutinante × Volume (mL) em Unidade Aglutinante (U.A.)

C
Atividade Aglutinante Total ÷ Proteína Total em U.A.mg-1
71

5.8) Eletroforese em Gel de Poliacrilamida sob Condições Desnaturantes (SDS-

PAGE)

O pico retido na coluna de DEAE-Sephadex A-50 mostrou apenas três bandas

(poço 3). Já o pico retido na coluna de quitina mostrou quatro bandas (poço 4) ao passo que

o pII da Quitina com a F 0/60 autoclavada mostrou apenas 2 bandas em SDS-PAGE (poço 5)

(Figura 13).

kDa 1 2 3 4 5 6
225
150
102
76
52

38

31

24

17

12

Figura 14 – Perfil eletroforético em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) das proteínas isoladas

de M. flexuosa. Poço 1: Marcador Molecular Poço 2: F 0/60. Poço 3: pII da

DEAE-Sephadex. Poço 4: pII da Quitina. Poço 5: pII da Quitina autoclavado.

Poço 6: BSA e Lisozima.

Pode-se observar estes mesmos resultados para a lectina da espécie Arisaema

utilie (DHUNA et al., 2010) e Caladium bicolor (KAUR et al., 2002), Arisaema consanguinum

(ACA), Arisaema curvatura kunth (ACMA), Sauromatum guttatum Schott (SGA) (dhuna et al.,

2005), Sauromatum vernosum (BAINS et al., 2005), ambas da família Araceae, que foram
72

caracterizadas por estes autores como isolectinas. Bem como a lectina de Gonatanthus

pumilus (GPA) da família Colocasieae (SHANGARY et al., 2005) e Alocasia indica (SINGH et

al., 1993). Outras lectinas como a de Zephyranthes carinata, Zephyrantes cândida e Gloriosa

superba apresentaram uma única banda na PAGE em pH 4,5, determinando sua natureza

ácida, enquanto na SDS-PAGE em pH 8,3 apareceram várias bandas com diferentes

intensidades. Estes autores sugerem que estas lectinas se comportam como isolectinas e

(ou) são isômeros carregados (KAUR et al., 2007). Todas estas lectinas das espécies citadas

foram submetidas a eletroforese básica, obtendo-se apenas uma banda e confirmando sua

massa molecular. Confrontando os resultados relatados na literatura com os obtidos supõe-

se que as proteínas relevadas por SDS-PAGE nessas condições são isolectinas, porém há

necessidade de verificar a afirmação através da eletroforese básica.

5.9) Avaliação da Presença de Glicídios Constituintes

Muitas lectinas podem ser glicosiladas, expondo uma ou mais cadeias de

carboidratos covalentes (VAN DAMME et al., 2008). Essas proteínas são denominadas

glicoproteínas.

A dosagem de carboidratos solúveis revelou que aproximadamente 18% da

amostra era formado por carboidratos, assim essas isolectinas são glicosiladas. Esse

resultado diverge dos apresentados por Singh et al., (1993) ao caracterizar as isolectinas de

monocotiledôneas de Alocasia indica que mostrou somente 1,2% de carboidratos e da

lectina Arisaema utile que apresentou 1,47% de carboidratos neutros (DHUNA et al., 2010).

Todas essas espécies são da família Araceae. Tal divergência pode ser justificada por as

isolectinas de Mauritia flexuosa L.f. pertencer a outra família e também o padrão utilizado

nas metodologias foram diferentes.

5.10) Verificação da Presença ou Ausência de Ligações Peptídicas e Grupos

Carbamínicos (OCNH2)
73

Em meio alcalino o sulfato de cobre reage com as substâncias que contêm duas

ligações peptídicas. Os grupos (-NH) das ligações peptídicas complexam com o íon

proveniente da solução diluída e alcalina do CuSO4 e apresenta uma cor violeta (GORNALL et

al., 1948), assim essa reação apresenta-se de cor violeta quando na presença de ligações

peptídicas. Para a amostra testada (pico retido na coluna de Quitina) observou-se coloração

violeta, fato não observado para o controle negativo, permaneceu na cor azul.

5.11) Determinação da Presença de Iminoácidos Prolina e Hidroxiprolina

A ninhidrina reage com grupos amino livres e produz um composto colorido,

geralmente de cor púrpura, mas pode produzir várias tonalidades de cores. Quando a

ninhidrina reage com prolina, produz um composto amarelo e com a tirosina gera uma cor

azul metálica (JOHNSON, MCCALDIN; 1958).

A solução de proteínas (retidas na coluna de afinidade em Quitina) quando

reagiu com a Ninhidrina, apresentou coloração amarelada depois de fervida, constatando a

presença de iminoácidos prolina e hidroxiprolina. Resíduos de Prolina também estão

presentes na lectina de tubérculo de Arum maculatum (ALLEN, 1995), em OsJAC1 de Oryza

sativa (JIAGI et al., 2005), em GNA de Galanthus nivalis, em PCL de Polygonatum

cyrtonema, em OJL de Ophiopogon japonicus, em LNL de Liparis noversa (LIU et al., 2009).

Todas são monocotiledôneas como a espécie estudada neste trabalho.

5.12) Avaliação da Presença do Grupo Guanidina da Arginina

O produto da reação do α-naftol com a proteína é um complexo de cor vermelha

(TOMLINSON; VISWANATHA, 1974). A reação do pII com o α-naftol não apresentou essa

coloração o que indica a ausência ou pouco grupo guanidina da arginina. Em contraste as

lectinas de Polygonatum cyrtonema, Ophiopogon japonicus, Liparis noversa (LIU et al.,

2009), Arum maculatum (ALLEN, 1995) apresentaram resíduos de Arginina, mesmo em


74

pequena quantidade

5.13) Verificação da Presença de Aminoácidos Sulfurados

Não observou a presença de aminoácidos sulfurados, pois a mesma não

apresentou precipitado fino castanho ou preto. Em contraste, a lectina de Arum maculatum

apresentou 2,2 % de Cisteína e 0,4 % de Metionina por mol (ALLEN, 1995).

Outras perspectivas são determinar a estrutura primária e secundária destas

isolectinas bem como testar sua atividade biológica.


75

Conclusão
76

6) CONCLUSÃO

Este estudo é de grande importância pois foram isoladas e caracterizadas

isolectinas termoestáveis de Mauritia flexuosa L.f. que são capazes de aglutinar células de

Saccharomyces cerevisiae.
77

Referências
Bibliográficas
78

7) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGAPOV, I. I.; TONEVITSKY, A.G.; MALUCHENKO, N. V.; MOISENOVICH, M. M.; BULAH, Y.


S.; MIKHAIL, P.; KIRPICHNIKOV, M. P. Mistletoe lectin A-chain unfolds during the intracelular
transport. FEBS Letters. v. 464, p. 63-66, 1999.

ALLEN, A. K. Purification and characterization of na N-acetyllactosamine-specific lectina from


tubers of Arum maculatum. Biochimica et Biophysica Acta, v. 1244, p. 129-132, 1995.

AMBROSI, M.; CAMERON, N. R.; DAVIS, B. G. Lectins: tools for the molecular understanding
of the glycocode. Organic Biomolecular Chemistry, v. 3, p. 1593-1608, 2005.

ANDERSEN, N.H.; CAO, B.; ROMERO, A.R.; ARREGUIN, B. Hevein: NMR assignment and
assessment of solutionstate folding for the agglutinin-toxin motif. Biochemistry. v. 32(6),
p. 1407-22, 1993.

ARAÚJO, R. M. S.; FERREIRA, R. S.; NAPOLEÃO, T. H.; CARNEIRO-DA-CUNHA, M. G.;


COELHO, L. C. B. B.; CORREIA, M. T. S.; OLIVA, M. L. V.; PAIVA, P. M. G. Crataeva tapia
bark lectin is an affinity adsorbent and insecticidal agent. Plant Science, v.183, p. 20 – 26,
2012.

BALZARINI, J.; SCHOLS, D.; NEYTS, J.; VAN DAMME, E.J.M.; PEUMANS, W.J.; CLERCQ, E.
Alpha-(1-3)- and alpha-(1-6)-D-mannose-specific plant lectins are markedly inhibitory to
human immunodeficiency virus and cytomegalovirus infections in vitro. Antimicrob Agents
Chemother, v. 35 p. 410-416, 1991.

BARRE, A.; BOURNE, Y.; VAN DAMME, E. J. M.; PEUMANS, W. J; ROUGÉ, P. Mannose-
binging plant lectins: diferente structural scaffolds for a common sugar-recongnition process.
Biochimie, v. 83, p. 645-651, 2001.

BATISTA, J. S.; OLINDA, R. G.; MEDEIROS, V. B; RODRIGUES, C. M. F.; OLIVEIRA, A. F.;


PAIVA, E. S.; FREITAS, C. I. A; MEDEIROS, A. C. Atividade antibacteriana e cicatrizante do
óleo de buriti Mauritia flexuosa L. Ciência Rural, v. 42, n. 1, p. 136-141, 2012.

BAUSCH, J. N.; PORETZ, R. D. Purification and properties of the hemagglutinin from Maclura
pomifera seeds. Biochemistry, v. 16 p. 5790–5794, 1977.

BERNAL, R., TORRES, C., GARCÍA, N., ISAZA, C., NAVARRO, J., VALLEJO, M. I., GALEANO,
79

G., BALSLEV, H. Palm management in South America. Bot. Rev. v. 77, p. 607–646. 2011.

BOYD, C. W.; SHAPLEIGH, E. Specific precipitating activity of plant agglutinins (Lectins).


Science, v. 119, p. 419. 1954.

CARNEIRO, T. B. Potencial funcional e tecnológico da polpa e do óleo do


buriti(Mauritia Flexuosa L.) como matéria prima e como ingrediente em pão de
forma. 2011.113f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) - Centro de Ciências da
Saúde, Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2011.

CARVALHO, E. G.; UTIYAMA, S. R. R.; KOTZE, L. M. S.; REASON, I. T. M. Lectina ligante de


manose (MBL): características biológicas e associação com doenças. Revista Brasileira de
Alergia Imunopatologia. v. 30, p. 187-193, 2007.

CAVADA, B. S; MORENO, F. B; ROCHA, B. A.; AZEVEDO, W. F. JR.; CASTELLON, R. E.;


GOERSCH, G. V.; NAGANO, C. S.; SOUZA, E. P.; NASCIMENTO, K. S.; RADIS-BAPTISTA, G.;
DELATORRE. P.; LEROY, Y.; TOYAMA, M. H.; PINTO, V. P.; SAMPAIO, A. H.; BARETTINO,
D.; DEBRAY, H.; CALVETE, J. J.; SANZ, L. cDNA cloning and 1.75 Å crystal structure
determination of PPL2, an endochitinase and N-acetylglucosamine-binding hemagglutinin
from Parkia platycephala seeds. FEBS J., v. 273, p. 3962-74, 2006.

CHARUNGCHITRAK, S., PETSOM, A., SANGVANICH, P.; KARNCHANATAT, A. Antifungal and


antibacterial activities of lectin from the seeds of Archidendron jiringa Nielsen. Food
Chemistry, v. 126, n. 3, p. 1025-1032, 2011.

CHEN J. B. LIU N., J. I, J., ZHOU H. J., BIAN C. Y., LI F., CHEN; BAO J. K. A novel sialic acid-
specific lectin from Phaseolus coccineus seeds with potent antineoplastic and antifungal
activities. Phytomedicine, v. 16, p. 352–360, 2009.

CRONEMBERGER, F. M.; WALLACE, P.; BERTOLD, E.; OLIVEIRA, R. R.; BASTOS, J. S.


Distribuição espacial da família Arecaceae na Serra da Neblina, Amazômia – Brasil.
Sociedade de Ecologia do Brasil, 2007.

CUNHA, M. A. E.; CORRÊA, N. C. F.; FRANÇA, L. F.; ARAUJO, M. E.; MACHADO, N. T.


Physico-chemical characterization of buriti fruits (Mauritia flexuosa, Mart.): A
DATA BASIS FOR OIL PRODUCTION. In: Simpósio Latino Americano de Ciência de
Alimentos. 2010.

DATTA, K.; USKA, R.; DUTTA, S.K.; SING, M.; A comparative study of the winged bean
80

protease inhibitors and their interaction with proteases. Plant Physiology and
Biochemistry, v. 39, p. 949-959, 2001.

DAVIS, B. G. Recents Developments in Glycoconjugates. Journal of the Chemical


Society, v. 1, p. 3215-3237, 1999.

DAVIS, B. J. Disc electrophoresis – II metod and application to human sérum proteins.


Clinical Apllications, p. 404-427, 1964.

DHUNA, V.; DHUNA, K.; SINGH, J.; SAXENA, A. K.; AGRAWAL, S. K.; KAMBOJ, S. S.
Isolation, purification and characterization of an N-acetyl-D-lactosamine binding mitogenic
and anti-proliferative lectina from tubers of a cobra lily Arisaema utile Schott. Advances in
Bioscience and Biotechnology. v. 1, p. 79-90, 2010.

DRESCH, R.R., LERNER, C.B., MOTHE, B., TRINDADE, V.M.T., HENRIQUES, A.T., VOZÁRI-
HAMPE, M.M. Biological activities of ACL-I and physicochemical properties of ACL-II, lectins
isolated from the marine sponge Axinella corrugate. Comparative Biochemistry and
Physiology, 2012.

DUBOIS, M.; GILLES, K. A.; HAMILTON, J.K.; REBERS, P.A.; SMITH, F. Colorimetric method
for determination of sugars and related substances. Analytical Chemistry. v.28, n.3,
p.350-356, 1956.

DUONG-LY, K. C., GABELLE, S. B. Salting out of proteins using ammonium sulfate


precipitation. Methods Enzymol. v. 541, p.85-94, 2014.

DURÃES, J. A. Absorption and photoluminescence of Buriti oil/polystyrene and Buriti oil/poly


(methyl methacrylate) blends. European Polymer Journal, v. 42, p. 3324-3332. 2006.

ENDRESS, B. A., HORN, C. M., GILMORE, M. P. Mauritia flexuosa palm swamps: com-
position, structure and implications for conservation and management. For. Ecol. Manag. v.
302, p. 346–353, 2013.

FÉ, E. G. M.; GOMES, J. M. A. A cadeia produtiva do Buriti (Mauritia flexuosa L.) na


comunidade de Olho d’Água dos Negros - Esperantina-PI. In: VIII SOBER Nordeste.
Anais, 2013.

FILHO, G.; BATISTA, A. O buritizeiro (Mauritia flexuosa L.) e seu potencial de


utilização. Macapá: Embrapa Amapá, 2001.
81

FONSECA, P.; LIBRANDI, A. P. L. Avaliação das características físico-químicas e fitoquímicas


de diferentes tinturas de barbatimão (Stryphnodendron barbatiman). Brazilian Journal of
Pharmaceutical Sciences. v. 44, n. 2, p. 271- 277, 2008.

FREIRE, M. G. M.; GOMES, V. M.; CORSINI, R. E.; MACHADO, O. L. T.; SIMONE, S. G.;
NOVELLO, J. C.; MARANGONI, S.; MACEDO, M. L. R. Isolation and partial characterization of
a novel lectin from Talisia esculenta seeds that interferes with fungal growth. Plant
Physiology and Biochemistry, v. 40, p. 61-68, 2002.

GILMORE, M. O., ENDRESS, B. A., HORN, C. M. The socio-cultural importance of Mauritia


flexuosa palm swamps (aguajales) and implications for multi-use management in two
Maijuna communities of the Peruvian Amazon. J. Ethnobiol. Ethnomed. v. 9, p. 29, 2013.

GOLDSTEIN, I.J.; WINTER, H.C.; AURANDT, J.; CONFER, L.; ADAMSON, J.T.; HAKANSSON,
K.; REMMER, H. A new α-galactosyl-binding protein from the mushoroom Lyophyllum
decastes. Archives of Biochemistry and Biophysics, v. 467, p. 268-274, 2007.

GORNALL. A. G.; BARDAWILL, C. J.; DAVID, M. M. Determination of serum proteins by


means of the biuret reaction. The Journal of Biological Chemistry. v. 177, p. 751-766,
1949.

HAMID, R.; MASOOD, A.; WANI, I. H.; RAFIQ, S. Lectins: Proteins with Diverse Applications.
Journal of Applied Pharmaceutical Science, v. 3, p. S93-S103, 2013.

HASAN, I.; OZEKI, Y.; KABIR, S. R. Purification of a novel chitin-binding lectina with
antimicrobial and antibiofilm activities from a Bangladeshi cultivar of potato (Solanum
tuberosum). Indian Journal of Biochemistry & Biophysics, v. 51, p. 142-148, 2014.

HENDERSON, A. The Palms of the Amazon. Oxford University Press, New York. p. 362,
1995.

HESTER G., KAKU H., GOLDSTEIN I. J., WRIGHT C. S. Structure of mannose-specific


snowdrop (Galanthus nivalis) lectin is representative of a new plant lectin family. Nature
Struct. Biol. v. 2, p. 472–479, 1995.

HILDER, V. A.; POWELL, K. S.; GATEHOUSE, A. M. R.; GATEHOUSE, J. A.; GATEHOUSE, L.


N.; SHI, Y.; HAMILTON, W. D. O.; MERRYWEATHER, A.; NEWELL, C.; TIMANS, J. C.;
PEUMANS, W. J.; VAN DAMME, E. J. M.; BOULTER, D. Expression of snowdrop lectin in
transgenic tobacco plants results in added protection against aphids. Transgenic Research
82

v. 4, p. 18-25, 1995.

HOGERVORST P. A., FERRY N., GATEHOUSE A. M., WÄCKERS F. L., ROMEIS J. Direct effects
of snowdrop lectin (GNA) on larvae of three aphid predators and fate of GNA after ingestion.
J. Insect Physiol, v. 52, p. 614–624, 2006.

HORN, C. M., GILMORE, M. P., ENDRESS, B. A. Ecological and socio-economic


factorsinfluencing aguaje (Mauritia flexuosa) resource management in two
indigenouscommunities in the Peruvian Amazon. For. Ecol. Manag. v. 267, p. 93–103,
2012.

HOSSAINI, A. Hemolytic and hemagglutinating activities of 222 plants. Vox Sang. v. 15 p.


410-417, 1968.

Http://www.sbfgnosia.org.br/Ensino/taninos.html. Acessado em 04/01/2016.

IMBERT, A.; WIMMEROVÁ, M.; MITCHELL, E. P.; GILBOA-GARBER, N. Structures of the


lectins from Pseudomonas aeruginosa: insights into the molecular basis for host glycan
recognition. Microbes and Infection, v. 6, n. 2, p. 221-228, 2004.

JIANG, J-F; Han, Y; Xing, L-J; Xu, Y-Y; Xu, Z-H; Chong, K. Cloning and expression of a novel
cDNA encoding a mannose-specific jacalin-related lectin from Oryza sativa. Toxicon, v. 47,
p. 133-9, 2006.

JOHNSON, A. W.; MACCALDIN, D. J. The of Ninhydrin with Cyclic α-Imino-acids. Journal


homeopage, p. 817-822, 1958.

JUNG, E. C., KIM, K. D., BAE, C. H., KIM, J. C. KIM, D. K., KIM, H. H. A mushroom lectin
from ascomycete Cordyceps militaris. Biochimica et Biophysica Acta, v. 1770, p. 833-
838, 2007.

KAHN, F. Palms as key swamp forest resources in Amazonia. For. Ecol. Manag. v. 38, p.
133-142, 1991.

KAKEHI, K.; KINOSHITA, M.; ODA, Y.; ABDUL-RAHMAN, B. Lectin from bulbs of Crocus
sativus recognizing N-linked core glycan: isolation and binding studies using fluorescence
polarization. Methods in Enzymology, v. 362, p. 512-522, 2003.

KAUR M., SINGH K., RUP P. J., SAXENA A. K., KHAN R. H., ASHRAF M. T., KAMBOJ S. S.,
83

SINGH J. A tuber lectin from Arisaema helleborifolium Schott with anti-insect activity against
melon fruit fly, Bactrocera cucurbitae (Coquillett) and anti-cancer effect on human cancer
cell lines. Arch Biochem Biophys, v. 445, p. 156–165. 2006.

KOOLEN, H. H. F., SILVA, F. M. A., GOZZO, F. C., SOUZA, A. Q. L., SOUZA, A. D. L.


Antioxidant, antimicrobial activities and characterization of phenolic compounds from buriti
(Mauritia flexuosa L. f.) by UPLC–ESI-MS/MS. Food Res. Int. v. 51, p. 467–473, 2013.

KVENNEFORS, E.C.E.; LEGGAT, W.; HOEGH-GULDBERG, O.; DEGNAN, B.M.; BARNES, A.C.
An ancient and variable mannose-binding lectin from the coral Acropora millepora binds both
pathogens and symbionts. Developmental and Comparative Immunology, v. 32,
p.1582–1592, 2008.

LAEMMLI, U. K. Cleavage of structure proteins during the assembly of the head of


bacteriophage T4. Nature, v. 22, p. 680 – 685, 1970.

LAKHTIN, V.; LAKHTIN, M.; ALYOSHKIN, V. Lectins of living organisms. The overview.
Anaerobe, v. 17, p. 452- 455, 2011.

LEITE, Y. F. M. M.; SILVA, L. M. C. M.; AMORIM, R. C. N.; FREIRE, E.A.; MELO, J. D. M.;
GRANGEIRO, T. B.; BENEVIDES, N. M. B. Purification of a lectin from the marine red alga
Gracilaria ornata and its effect on the development of the cowpea weevil Callosobruchus
maculatus (Coleoptera: Bruchidae). Biochimica et Biophysica Acta, v. 1724, p. 137-145,
2005.

LEITMAN, P.; HENDERSON, A.; NOBLICK, L.; MARTINS, R. C. Arecaceae. In: Lista de
Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2013.

LIPKE P. N.; OVALLE R. Cell wall architecture in yeast: new structure and new challenges. J
Bacteriol, v. 180, p. 3735–3740, 1998.

LIS, H.; SHARON, N. Lectins: carbohydrate-specific proteins that mediate cellular recognition.
Chem. Rev. v. 98, p. 637–674, 1998.

LIU Z., LIU B., ZHANG Z. T., ZHOU T. T., BIAN H. J., MIN M. W., LIU Y. H., CHEN J., BAO J.
K. A mannose-binding lectin from Sophora flavescens induces apoptosis in HeLa cells.
Phytomedicine, v. 15, p. 867–875, 2008.

LIU, B., PENG, H., YAO, Q., LI, J., VAN DAMME, E.J.M., BALZARINI, J., BAO, J.
84

Bioinformatics analyses of the mannose-binding lectins from Polygonatum cyrtonema,


Ophiopogon japonicas and Liparis noversa with antiproliferative and apoptosis-inducing
activities. Phytomedicine v. 16, p. 601–608, 2009.

LORENZI, H., NOBLICK, L. R., KAHN, F., FERREIRA, E. Flora Brasileira Lorenzi:
Arecaceae (Palmeiras). Plantarum, Nova Odessa. 2010.

LORENZI, H.; BACHER, L. B.; LACERDA, M. T. C.; SARTORI, S. F. Frutas Brasileiras e


Exóticas Cultivadas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2006.

LORENZI, H.; SOUZA, H. M.; MEDEIROS-COSTA, J. T.; CERQUEIRA, L. S. C.; FERREIRA, E.


Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Instituto Plantarum de Estudos da Flora, p.
416, 2004.

LOWRY, O. H.; ROSEBROUGH, N. J.; FARR, A. L.; RANDALL, R. J. Protein measurement with
the Folin phenol reagente. J. Biol. Chem., v. 193, p. 265-275, 1951.

LUZ JR., G. E., SANTOS, A. G. D., MELO, A. C. R., OLIVEIRA, R. M., ARAÚJO, A. S.,
FERNANDES JR., V. J. Thermal catalytic cracking of buriti oil (Mauritia flexuosa L.) over
LaSBA-15 mesoporous materials. Fuel Process. Technol. v. 92, p. 2099–2104, 2011.

MACEDO, M.L.R., FREIRE, M.G.M., KUBO, C.E.G., PARRA, J.R.P. Bioinsecticidal activity of
Talisia esculenta reserve protein on growth and serine digestive enzymes during larval
development of Anticarsia gemmatalis. Comparative Biochemistry and Physiology, v.
153, p. 24–33, 2011.

MACIEL, M. I. S.; CAVALCANTI, M. S. M.; NAPOLEÃO, T. H.; PAIVA, P. M. G.; CATANHO, M.


T. J. A.; CASSANDRA, L.; COELHO. B. B. Anacardium occidentale bark lectin: purification,
immobilization as an affinity model and influence in the uptake of Technetium-99M by rat
adipocytes. Applied Biochemistry and Biotechnology, v. 168, p. 580-591, 2012.

MANZI, M., COOMES, O. T. Managing Amazonian palms for community use: a case of aguaje
palm (Mauritia flexuosa) in Peru. For. Ecol. Manag. v. 257, p. 510–517, 2009.

MARTINS, R. C., FILGUEIRAS, T. S., ALBUQUERQUE, U. P. Ethnobotany of Mauritia flexuosa


(Arecaceae) in a Maroon Community in Central Brazil. Econ. Bot. v. 66, p. 91–98, 2012.

MARTINS, R. C.; FILGUEIRAS, T. S. Arecaceae. In: CAVALCANTI, T. B. Flora do Distrito


Federal, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, p. 47-82, 2006.
85

MEAGHER JL, WINTER HC, EZELL P, GOLDSTEIN IJ, STUCKEY JA. Crystal structure of
banana lectin reveals a novel second sugar binding site. Glycobiology. 15, p.1033-1042,
2005.

MISAKI, A.; KAKUTA, M.; MEAH, Y.; GOLDSTEIN, I. J. Purification and characterization of the
alfa-1,3-mannosylmannose-recognizing lectina of Crocus vernus bulbs. The Journal of
Biological Chemistry, v. 272, n. 41, p. 25455-25461, 1997.

MONTEIRO, J. M.; ALBUQUERQUE, U. P.; ARAÚJO, E. L.; AMORIM, E. L. C.. Taninos: uma
abordagem da química à ecologia. Química Nova. v. 28, n. 5, p. 892-896, 2005.

MOORE, S.; STEIN, W. H. A modified ninhydrin reagente for the photometric determination
of amino acids and related compounds. The Journal of Biological Chemistry. v. 211, p.
907-913, 1954.

MOREIRA, R. A.; AINOUZ, I. L. Lectins from seeds of jack fruit (Artocarpus integrifolia L.):
Isolation and purification of two isolectins from the albumin fraction. Bio. Plant v. 23 p.
186–192, 1981.

MOREIRA, R. A.; PERRONE, J. C. Purification and partial characterization of a lectin from


Phaseolus vulgaris. Plant Physiology, v. 59, p.783-787, 1977.

MOURA, R. M.; QUEIROZ, A. F.S.; FOOK, J. M.; DIAS, A. S.; MONTEIRO, N. K.; RIBEIRO, J.
K.; MOURA, G. E.; MACEDO, L. L.; SANTOS, E. A.; SALES, M. P. CvL, a lectin from the
marine sponge Cliona varians: Isolation, characterization and its effects on pathogenic
bacteria and Leishmania promastigotes. Comparative Biochemistry and Physiology A,
v. 145, n. 4, p. 517-523, 2006.

NEUMANN, D.; LEHR, C. M.; LENHOF, H. P.; KOHLBACHER, O. Computational modeling of


the sugar-lectin interaction. Adv. Drug Deliver Rev, v. 56, p. 1215-1222, 2004.

NOWAK, T. P.; HAYWOOD, P. L.; BARONDES, S. H. Developmentally regulated lectin in


embryonic chick muscle and a myogenic cell line. Biochemical and Biophysical Research
Communications. v. 68, n. 3, p. 650-657, 1976.

OROZCO-SEGOVIA, A., BATIS, A. I., ROJAS-ARÉCHIGA, M., MENDOZA, A. Seed biologyof


palms: a review. Palms v. 47, p. 79–94, 2003.

PAIVA, P. M. G.; SANTOS, A. F. S.; ARAÚJO, R. M. S.; SÁ, R. A.; COELHO, J. S.; NAPOLEÃO,
86

T. H.; SANTOS, D. L.; GOMES, F. S.; CORREIA, M. T. S.; COELHO, L. C. B. B. Explorando a


versatilidade estrutural das lectinas de plantas para o isolamento e caracterização.
Cadernos de Cultura e Ciências, v. 2, p. 37-38, 2007.

PENG, H., LV, H., WANG, Y., LIU, Y., LI, C., MENG, L., CHEN, F., BAO, J. Clematis montana
lectin, a novel mannose-binding lectin from traditional Chinese medicine with antiviral and
apoptosis-inducing activities. Peptides, v. 30, p. 1805–1815, 2009.

PEUMANS, W. J., NSIMBA-LUBAKI, M., PEETERS, B., AND BROEKAERT, W. F. Isolation and
partial characterization of a lectin from Aegopodium podagraria rhizomes. Planta v. 164,
p.75-82, 1985.

PEUMANS, W. J.; VAN DAMME, E. J. M. Lectins as plant defense proteins. Plant


Physiology, v. 109, n. 2, p. 347-352, 1995.

PEUMANS, W.J.; VAN DAMME, E.J.M. Plant lectins: specific tools for the identification,
isolation, and characterization of O-linked glycans. Critical Reviews of Biochemistry and
Molecular Biology, v. 33, p. 209-258, 1998.

PINEDO, M.; REGENTE, M.; ELIZALDE, M.; QUIROGA, I. Y.; PAGNUSSAT, L. A.; JORRÍN-
NOVO, J.; MALDONADO, A.; LA CANAL, L. Extracellular sunflower proteins: evidence on non-
classical secretion of a jacalin-related lectina. Protein & Peptide Letters, v. 19, p. 270-
276, 2012.

POWER, F. B.; CAMBIER, J. On the chemical constituents and poisonous principies of the
bark of the Robinia pseudacacia. Pharm. Rundschau, n. 8, p.29, 1890.

PUSZTAI, A.; GRANT, G.; SPENCER, R. J.; DUGUID, T. J.; BROWN, D. S.; EWEN, S. W. B.;
PEUMANS, W. J.; VAN DAMME, E. J. M.; BARDOCZ, S. Kidney bean lectin-induced E. coli
overgrowth in the small intestine is blocked by GNA, a mannose-specific lectin. J. Appl.
Bacteriol, v. 75 (4), p. 360-368, 1993.

RAVISHANKAR, R., THOMAS, C. J., SUGUNA, K., SUROLIA, A., VIJAYAN, M. Crystal
structures of the peanut lectin-lactose complex at acidic pH: retention of unusual quaternary
structure, empty and carbohydrate bound combining sites, molecular mimicry and crystal
packing directed by interactions at the combining site. Proteins. v. 43 pp. 260-270, 2001.

REGENTE, M.; TAVEIRA, G. B.; PINEDO, M.; ELIZALDE, M. M.; TCCHI, A. J.; DIZ, M. S. S.;
CARVALHO, A. O.; LA CANAL, L.; GOMES. V. M. A Sunflower lectin witc antifungal properties
87

and putative medical micology applications. Current Microbiology, 2014.

REGO, E. J. L.; CARVALHO, D. D.; MARANGONI, S.; OLIVEIRA, B.; NOVELLO, J. C. Lectins
from seeds of Crotalaria pallida (Smooth rattlebox). Phytochemistry. v.60, p. 441-446,
2002.

RÊGO, M. J. B. M.; VIEIRA-DE-MELLO, G. S.; ARAÚJO, C. W.; CAVALCANTI, M. S. M;


BELTRÃO, E. I. C. - Evaluation of WGA and Concanavalin A (Con A) lectin as biomarkers of
hepatosplenic schistosomiasis in human biopsies with no evidence of egg-granuloma system.
Rev. Inst. Med. Trop. v. 55(3), p. 213-5, 2013.

ROSSI, A. A. B.; GOMES, A. D.; SILVEIRA, G. F.; RAMALHO, A. B.; BARBOSA, R.


Caracterização morfológica de frutos e sementes de Mauritia flexuosa L. f (Arecaceae) com
ocorrência natural na Amazônia Matogrossense. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico
Conhecer – Goiânia, v.10, n.18; p. 852, 2014.

RÜDGER, H. Plant lectins-more than just tools for glycoscientists: occurrence, structure, and
possible functions of plant lectins. Acta Anatomica (Basel), v.7, p. 1-12, 1998.

RÜDIGER, H.; GABIUS, H. J. Plant lectins: occurrence, biochemistry, functions and


applications. Glycoconjugate Journal v. 18, p. 589-613, 2001.

RUTENBER, E., KATZIN, B.J., ERNST, S., COLLINS, E.J., MLSNA, D., READY, M.P.,
ROBERTUS, J.D. Crystallographic refinement of ricin to 2.5 Å. Proteins. v. 10, p. 240-250,
1991.

SÁ R.A.; NAPOLEÃO, T.H.; SANTOS, N.D.L.; GOMES, F.S.; ALBUQUERQUE, A.C.; XAVIER,
H.S.; COELHO, L.C.B.B., BIEBER, L.W.; PAIVA, P.M.G. Induction of mortality on Nasutitermes
corniger (Isoptera, Termitidae) by Myracrodruon urundeuva heartwood lectin.
International Biodeterioration & Biodegradation, v. 62, p. 460–464, 2008.

SÁ, R. A.; GOMES, F. S.; NAPOLEÃO, T. H.; SANTOS, N. D. L.; MELO, C. M. L.; GUSMÃO, N.
B.; COELHO, L. C. B. B.; PAIVA, P. M. G.; BIEBER, L. W. Antibacterial and antifungal
activities of Myracrodruon urundeuva heartwood. Wood Science and Technology, v. 43,
p. 85-95, 2009.

SADEGHI A., SMAGGHE G., BROEDERS S., HERNALSTEENS J. P., DE GREVE H., PEUMANS
W. J., VAN DAMME E. J. Ectopically expressed leaf and bulb lectins from garlic (Allium
sativum L.) protect transgenic tobacco plants against cotton leafworm Spodoptera littoralis.
88

Transgenic Res, v. 17, p. 9–18, 2008.

SAKAGUCHI, S. A new method for the colorimetric determination of arginine. The Journal
of Biochemistry. v. 37, n. 2, 1950.

SAMPAIO, M. B., SCHMIDT, I. B., FIGUEIREDO, I. B. Harvesting effects and population


ecology of the buriti palm (Mauritia flexuosa L. f., Arecaceae) in the Jalapão Region, Central
Brazil. Econ. Bot. v. 62, p. 171–181, 2008.

SANTI-GADELHA, T.; GADELHA, C. A. A.; ARAGÃO, K. S.; OLIVEIRA, C. C.; MOTA, M. R. L.;
GOMES, R. C.; PIRES, A. F.; TOYAMA, M. H.; TOYAMA, D. O.; ALENCAR, N. M. N.; CRIDDLE,
D. N.; ASSREUY, A. M. S.; CAVADA, B. S. Purificação and biological effects of Araucaria
angustifólia (Araucariaceae) seed lectina. Biochemical and Biophysical Research
Communications, v. 350, p. 1050-1055, 2006.

SARKAR, M., WU, A. M.; KABAT, E. A. Immunochemical studies on the carbohydrate


specificity of Maclura pomifera lectin. Arch. Biochem. Biophys. v. 209, p. 204–218, 1981.

SCHLEMMER, D. Preparação, caracterização e degradação de blendas de


poliestireno e amido termoplástico usando glicerol e óleo de Buriti (Mauritia
flexuosa) como plastificantes. 80 f. Dissertação (mestrado) - Universidade de Brasília,
2007.

SHANGARY, S., SINGH, J., KAMBOJ, S. S., KAMBOJ, K. K. AND R. S. SANDHU. Purification
and properties of four monocot lectins from the family Araceae. Phytochemistry, v. 40, p.
449-455, 1995.

SHARON, N.; LIS, H. History of lectins: from hemagglutinins to biological recognition


molecules. Glycobiology, v.14, n. 11, p. 53R - 62R, 2004.

SHARON, N.; LIS, H. How proteins bind carbohydrates: lessons from legume lectins. Journal
of Agricultural and Food Chemistry. v. 50, n. 22, p. 6586-6591, 2002.

SHARON, N.; LIS, H. Lectins as cell recognition molecules. Science, v. 246, p. 227-234,
1989.

SHARON, N.; LIS, H; Carbohydrates in cell recognition. Scientific American, v. 268, p. 82-
89, 1990.
89

SILVA, M. V.; MACEDO, A. J.; PAIVA, P. M. G.; COELHO, L. C. B. B.; BAUMVOL, I. J. R.


(Org.). A Caatinga e seu Potencial Biotecnológico. Ed. Universitária da UFPE, Recife, p.
43-45, 2013.

SILVA, M.D.C. Aplicações biotecnológicas das lectinas ClaveLL (Cladonia


verticillaris LICHEN LECTIN) e BmoLL (Bauhinia monandra LEAF LECTIN). Tese de
doutorado. Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2008.

SINGH, J., SINGH, J., KAMBOJ, S. S. A novel mitogenic and antiproliferative lectin from a
wild cobra lily, Arisaema flavum. Biochem Biophys Res Commun v. 318, p. 1057–1065,
2004.

SOUZA, VC, LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das
famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. Instituto
Plantarum, SP, 704 p. 2008.

SPERA, M. R. N., CUNHA, R., TEIXEIRA, J. B. Quebra de dormência, viabilidade e


conservação de sementes de buriti (Mauritia flexuosa). Pesqui. Agropec. Bras. v. 36, p.
1567–1572, 2001.

STRYER, L.; TYMOCZKO, J. L.; BERG, J.M. Bioquímica. Guanabara Koogan. 5a ed. 2004.

SUMNER, J. B.; HOWELL, S. F. Identification of Hemagglutinin of Jack Bean with


Concanavalin A. J Bacteriol, v. 32(2), p. 227-37, 1936.

TOMLINSON, G.; VISWANATHA, T. Determination of the Arginine contente of proteins by the


Sakaguchi procedure. Analytical Biochemistry. v. 60, p. 15-24, 1954.

TRINDADE, M. B.; LOPES, J. L. S.; COSTA, A. S.; MOREIRA, A. C. M.; MOREIRA, R. A.;
OLIVA, M. L. V.; BELTRAMINI, L. M. Structural characterization of novel chitin-binding lectins
from the genus Artocarpus and their antifungal activity. Biochimica et Biophysica Acta, v.
1764, p. 146-152, 2006.

VAN DAMME E. J. M., ALLEN A. K., PEUMANS W. J., Isolation and characterization of a lectin
with exclusive specificity toward mannose from snowdrop (Galanthus nivalis) bulb. FEBS
Lett. v. 215 p. 140–144, 1987.

VAN DAMME E. J. M., LANNOO N., PEUMANS W. J. Plant lectins. Advances in Botanical
Research. v. 48, p.107–209, 2008.
90

VAN DAMME, E. J. M., BALZARINI, J., SMEETS, K., VAN LEUVEN, F., PEUMANS, W. J. The
monomeric and dimeric mannose-binding proteins from the Orchidaceae species Listera
ovata and Epipactis helleborine: sequence homologies and differences in biological activities.
Glycoconjugate J. v. 11, p. 321–332, 1994.

VAN DAMME, E. J. M., BARRE, A., BEMER, V., ROUGÉ, P., VAN LEUVEN, F., PEUMANS, W. J.
A lectin and a related non-carbohydrate-binding protein are the two most prominent proteins
in the bark of yellow wood (Cladrastis lutea). Plant. Mol. Biol. v. 29, p. 579–598, 1995.

VAN DAMME, E. J. M., BARRE, A., VERHAERT, P., ROUGÉ, P., PEUMANS, W. J. Molecular
cloning of the mitogenic mannose/maltosespecific rhizome lectin from Calystegia sepium.
FEBS Lett. v. 397, p. 352–356, 1996.

VAN DAMME, E. J. M., CULERRIER, R., BARRE, A., ALVAREZ, R., ROUGE, P., PEUMANS, W. J.
A novel family of lectins evolutionarily related to class V chitinases: an example of
neofunctionalization in legumes. J. Plant Physiol, v. 144, p. 662–672, 2007.

VAN DAMME, E. J. M.; ASTOUL, C. H.; BARRE, A.; ROUGE, P.; PEUMANS, W. J. Cloning and
characterization of a monocot mannose-binding lectina from Crocus vernus (Family
Iridaceae). European Journal of Biochemistry. v. 267, p. 5067-5077, 2000.

VAN DAMME, E. J. M.; LANNOO, N.; PEUMANS, W. J. Plant lectins. Adv Bot. Res. v. 48,
p.107–209, 2008.

VAN DAMME, E. J. M.; PEUMANS, W. J.; BARRE, A.; ROUGÉ, P. Plant lectins: A composite of
several distinct families of structurally and evolutionary related proteins with diverse
biological roles. Plant Sciences. v. 17, 6, p. 575-692, 1998.

VAN DAMME, E. J. M; BARRE, A.; ROUGÉ, P.; PEUMANS, W. J. Cytoplasmic/nuclear plant


lectins: a new story. Trends in Plant Science, v.9, n.10, p. 484-489, 2004.

VEGA, N.; PÉREZ, G. Isolation and characterisation of a Salvia bogotensis seed lectin specific
for the Tn antigen. Phytochemistry, v. 67, p. 347-355, 2006.

WANG Z., ZHANG K., SUN X., TANG K., ZHANG J. Enhancement of resistance to aphids by
introducing the snowdrop lectin gene gna into maize plants. J Biosci, v. 30, p. 627–638,
2005.

YAO, Q.; WU, C.; LUO, P.; XIANG, X.; LIU, J.; MOU, L.; BAO, J. A new chitin-binding lectina
91

from rhizome of Setcreasea purpurea with antifungal, antiviral and apoptosis-inducing


activities. Process Bochemistry. v. 45, p. 1477-1485, 2010.

ZANATTA, C. F., MITJANS, M., UGARTONDO, V., ROCHA-FILHO, P. A., VINARDELL, M. P.


Photoprotective potential of emulsions formulated with Buriti oil (Mauritia flexuosa) against
UV irradiation on keratinocytes and fibroblasts cell lines. Food Chem.Toxicol. v. 48, p. 70–
75, 2010.

ZHANG, H.; WANG, H.; WANG, L.; SONG, X.; ZHAO, J.; QIU, L.; LI, L.; CONG, M.; SONG, L.
A novel C-type lectin (Cflec-3) from Chlamys farreri with three carbohydrate recognition
domains. Fish & Shellfish Immunology, v. 26, p. 707–715, 2009.
92

Purification and characterization PARTIAL LECTIN Mauritia SEED


thermostable flexuosa Lf binder Saccharomyces cerevisiae
1 1; 1; 1
NEGREIROS, CRP CRUZ, DRR WEDGE , MC; FRANCE, RSRL 2; FELIX, WP
1
Laboratory of Biochemistry (CCA) - UNIVASF, Petrolina, PE.
2
Center of Biological Sciences Programme Master Degree in Biological Sciences, UFPE,
Recife, PE.
Email: caritanegreiros7@hotmail.com

ABSTRACT

Lectins are proteins or glycoproteins non-specific immune found in unicellular Beings,


animals and vegetables. In plants, lectins are found in various parts and Often isolated from
seeds. Most isolated from plant lectins Were dicots and some monocots. Therefore, studies
Were Performed in Mauritia flexuosa seed extracts to evaluate the properties of the
lectin. To the extraction was used 0.01M phosphate citrate buffer pH 6.5. The extract was
fractionated with 60% ammonium sulfate and used in affinity chromatography Chitin and
affinity chromatography on agarose-mannose. Electrophoresis on polyacrylamide gel in
presence of sodium dodecyl sulfate Showed four bands for the retained peak. This was
applied to ion-exchange chromatography DEAE-Sephadex A-50 equilibrated with 0.01M PB
buffer pH 7.4 and retained peak was eluted with PB buffer with 1 M NaCl and Subjected to
SDS-PAGE showing three bands. The isolated proteins not agglutinated rabbit erythrocytes
or human, but agglutinate cells of Saccharomyces cerevisiae. Even after autoclaving for 20
93

minutes the crude extract, the F0 / 60 and the retained peak in chromatography Showed
binding activity against fungi These cells. These thermostable proteins Were inhibited by D-
glucose, but not by D-Galactulose, Lactulose-D and D-maltose. These proteins exhibit
residues of proline and hydroxyproline, but Showed in arginine residues and sufurados amino
acids.

Key words: Mauritia flexuosa. Lectins. thermostable


proteins. Agglutination. Saccharomyces cerevisiae.

INTRODUCTION

The lectins, proteins or glycoproteins not immune, able to reversibly bind to

specific carbohydrates, glycoconjugates and agglutinate cells via hydrogen bonds and Van

der Waals interactions, without altering its structure (LIS; Sharon, 1998).

These proteins are found in single-celled organisms (IMBERT et al, 2004),

animals (MOURA et al, 2006) and vegetables (LEITE et al, 2005). They are found in several

plant tissues and within cells, the proteins, have been identified in both the cytoplasm and

nucleus (Van Damme et al, 2004). In vegetables these proteins perform several

functions. Can act as a reserve protein (MACEDO et al, 2011), regulation and cell signaling

(JIANG et al, 2006), recognition (SA et al, 2008), defense against pathogens and predators

(LEITE et al, 2005), as well as symbiosis between aid agencies (KVENNEFORS et al, 2008).

The most studied lectins belonging to the family of legumes, but many of these

proteins are isolated and characterized from other families as Solanaceae, Gramineae,

Alliacaceae, Amaryllidaceae, Aracaceae, Caprifoliaceae, Euphorbiaceae, Liliaceae, Moraceae,

Orchidaceae, Urtcaceae, Viscaceae, Papaveraceae, Phytolaccaceae and Convolvolaceae (Van

Damme et al, 1998).

Lectins specifically bind to carbohydrates on the cell surface, so the presence of

lectins can be detected by agglutination assays, in which the carbohydrates present in the

glycocalyx interact reversibly with the lectins, through binding sites (Jung et

al, 2007). Steward, et al (2014) in their work with Helja isolated from sunflower seed,
94

used S. cerevisiae in agglutination assay, because of its growth and cultivation easier and

occurrence of D-mannose on the surface of their cell walls (Lipke; Ovalle, 1998) (Figure 6).

The first binding lectin monocot mannose was isolated Galanthus

nivalis agglutinin of (VAN DAMME et al. 1987), which is a 50 kDa homotetramer of four

monomeric 12 kDa non - covalent. The monomer is a single peptide of 109 amino acid

residues (HESTER et al, 1995).

The Arecaceae family stands out among the Angiosperms by present form and

sizes, are better known as palm trees. It has a mainly tropical and subtropical distribution

(MARTINS; FILGUEIRAS, 2006) In this family highlights the Buriti (Mauritia flexuosa Lf)

which has wide distribution throughout South America (BERNAL et al,2011;. ENDRESS et

al, 2013;... HORN et al, 2012) and is the most abundant palm in Brazil (Lorenzi et al, 2010 )

although the Mauritia gender consist only two speciesMauritia carana W. and Mauritia

flexuosa L. f. (Leitman , et al., 2013)

MATERIALS AND METHODS

The Mauritia flexuosa Lf seeds were collected in the urban area of the city of

Floriano (PI) whose coordinates are -6º76'69 "South latitude and -43º02'25" west longitude

in January 2015. A sample of the material collected it is deposited in the Herbarium of the

Semi-Arid Tropics (NHTSA) in the city of Petrolina (PE) under No. 1,146.

The crude extract was obtained after trituration 100g quiescent seeds in the

presence of liquid nitrogen, sieved through a sieve of 100 meshes , and delipidated with n-

Hexane. After delipidation was added 1.000 mL of 0.01 M phosphate citrate buffer pH 6.5

with 0.15M NaCl and PVP 2% (w / v) and left under slow and constant stirring for 4 h and

then filtered double cheesecloth. The following centrifuged at 10,000 'g for 30 minutes at 4 °

C, discarding the residue. The obtained crude extract was frozen at - 20 ° C for use in future

procedures.

The crude extract was fractionated from 0 to 30%, 30 to 60% and 60 to 90%

with ammonium sulfate according to the methodology described by LY-DUONG;GABELLI


95

(2014). After dissolution, allowed to stand at room temperature for 12 h then centrifuged at

10,000 × g for 30 min at 4 ° C. The precipitate was dissolved in water and dialyzed

extensively against distilled water to yield a protein concentrate.

For hemagglutination assays were used rabbit erythrocytes and human type A, B,

AB and O, donated by HEMOBA. The rabbit blood was collected from the marginal ear tubes

containing EDTA and 0.15M NaCl were washed with five times (3,000 rpm, 4 ° C, 5

min.). The precipitate (packed red blood cells) was glutarizado obtaining the final

concentration of 2% and the supernatant was discarded (NOWAK et al, 1976).

Microtiter plate was used with 96 wells, round bottom alphanumeric

identification. To each well was added 50 uL of 0.15M NaCl solution and 50 uL the first tube

then carried out a dilution series and added the same volume of 2% erythrocyte suspension

glutarizado. For the negative control were added equal volumes of 0.15M NaCl and 2%

erythrocyte solution glutarizados and the positive control was added 50 uL of frutalin

(lectin breadfruit L) and the same amount of 2% erythrocytes. After 40 min. at room

temperature, the hemagglutination activity was observed macroscopically (Moreira, Perrone

1977).

For agglutinating activity were used two species Saccharomyces cerevisiae. Yeast

were purchased commercially and grown in culture medium itself (YEPD media). Yeasts were

washed with cold 0.15M NaCl for 5 times. Pope yeast was diluted in 0.15M NaCl to achieve a

OD reading equal to 0.250 600nm. The assay was performed in micro plates in serial dilution

with 50 uL of sample, 50 uL NaCl and 50 uL of each appropriately diluted yeast. After 15 min

incubation, the samples were evaluated using a microscope (REGENT et al, 2014).

The specificity of lectins retained on the chitin column was determined by the

inhibition assay using the following sugar solutions at a concentration of 500 mM): D-lactose,

D-galactose, D-glucose, D-maltose, D-fructose and Saccharomyces cerevisiae .

To determine the concentration of the soluble protein extract and protein

fractions, there was the method of Bradford (1976) and the method of Lowry (1951) using

Bovine Serum Albumin as the standard for both methods.


96

We used a chitin affinity chromatography column equilibrated with 0.01M citrate

phosphate buffer pH 6.5 with 0.15 M NaCl to apply 2.5 ml of the chosen fraction of the

extract of M. flexuosa L. Were also used to affinity chromatography on Agarose-mannose,

equilibrated with 0.01M PB buffer pH 7.4 was applied to 22 ml of the chosen fraction of the

extract of M. flexuosa L. and to separate proteins by charge used the ion exchange column

DEAE-Sephadex A-50 equilibrated with 0.01M PB buffer pH 7.4.

An electrophoresis on SDS-PAGE, according to Laemmli (1970) with a

concentration of 12% separating gel. Was applied 50 uL EB, F 0/60, PII PII and autoclaved,

the latter two being lyophilized obtained from chitin affinity chromatography , and diluted in
TM.
Milli-Q water and also 5 uL of standard molecular markers supplied by Amersham

The crude extract, the fraction and the peak retained in chitin column (PII) were

subjected to the following heat treatment: boil for 1 h. and autoclaving (120 ° C, 1 atm, 20

min). After these treatments, 2.5 mL of each treatment was applied to chitin column

following the same conditions described above, to verify that the proteins still retained its

recognition site to the active carbohydrate.

RESULTS AND DISCUSSION

The hemagglutinating activity showed that both EB and the fractions (F0 / 30,

F30 / 60 and F60 / 90) there was no agglutination both rabbit erythrocytes and human

erythrocytes. This result was similar to those obtained for heterotetrameric lectins Crocus

vernus (CVA), the monocotyledonous family Iridaceae, to test the specificity of the rabbit

and human erythrocytes (Van Damme et al, 2000).

The evaluation of the binding activity of the crude extract, F 0/60, autoclaved

and Pii Pii coalesces cells of the yeast, and the OIP autoclaved showed better activity against
-1.
these fungi, obtaining title of 128 AU mL Similar results were found for the lectin

from Helianthus annuus (Helja) that have specificity for mannose bind to these fungi

(REGENT et al, 2014; Pinedo et al, 2012). The lectin versus Crocus (CVA), two polypeptides

also showed similar results, as this protein interacts specifically with α-1,3-dimannosyl
97

present in the yeast cell wall, but does not interact with the mannose devoid of (1-α, 3) in its

non - reducing terminal units (Misaki et al, 1997; Van Damme et al, 2000).

Through the binding activity is observed that the lectin M. flexuosa L. It was

inhibited by D-glucose, but not by the other sugars used.

The second peak (PII) of the chitin column chromatography, eluting with acetic

acid, which showed agglutinating activity to S. cerevisiae.

This matrix has also been used to purify lectins Araucaria angustifolia seeds

(GADELHA, et al, 2006) and Solanum tuberosum L. (StL-20), protein polymer which has

affinity for GlcNAc polymers (havana et al, 2014).

The affinity chromatography on Agarose-mannose was not effective for

purification of this lectin. PII protein obtained by affinity chromatography on chitin was

separated to give two peaks. This indicates the presence of negatively charged protein in

IIP.

The peak retained on the column chitin showed four bands, the IIP DEAE showed

only three bands and autoclaved PII showed only two bands on SDS-PAGE under denaturing

conditions (Figure 1). Most monocots proteins exhibit an electrophoretic profile with several

bands when subjected to acid electrophoresis.


kDa 1 2 3 4 5 6
225
150
102

76

52

38

31

24

17

12
98

Figure 1 - Profile polyacrylamide gel electrophoresis (SDS-PAGE) of proteins isolated from

M. flexuosa. Well 1: Molecular Marker Well 2: F 0/60. Well 3: IIP DEAE-

Sephadex. Well 4: IIP Chitin. Well 5: IIP autoclaved chitin.

Proteins retained in the chitin column showed binding activity against

the S. cells cerevisiae even after autoclaved for 20 minutes. Performed better than EB, F0-60

and PII without autoclaving. This suggests that a factor inhibitor protein present in the other

stages is disabled after autoclaving. Other monocots lectins were resistant to high

temperatures such as Setcreasea purpurea lectin (SPL), which remained stable until 80% of

its biological activity even after boiling for 30 minutes (YAO et al,2010).

CONCLUSION

We tested extracts from Mauritia flexuosa seed, four bands were identified on

SDS-PAGE, indicating the presence of isolectinas. These proteins have affinity term stable N-

acetylglucosamine and agglutinate cells of Saccharomyces cerevisiae.

Other prospects are analyzing the three-dimensional structure to understand the

mechanism of action of these proteins. Therefore, this work is important for future studies of

this species.

REFERENCES
BERNAL, R., Torres, C., GARCÍA, N., ISAZA, C., NAVARRO, J., VALLEJO, MI, GALEANO, G.,
Balslev, H. Palm management in South America. Bot. Rev. 77, 607-646. 2011.

BRADFORD, MM A rapid and sensitive method for the quantitation of micrograms quantities
for proteins utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry. v. 72,
p. 248-254, 1976.
DUONG-LY, KC, Gabelle, SB Salting out of proteins using ammonium sulfate
precipitation. Methods Enzymol. 541: 85-94. 2014.
ENDRESS, BA, HORN, CM, GILMORE, MP Mauritia flexuosa palm swamps: with-position,
structure and implications for conservation and management For.. Ecol. Manag.302, 346-
353. 2013.
99

GADELHA, TS; GADELHA, CAA; ARAGON, KS; OLIVEIRA, DC; MOTA, MRL; GOMES,
RC; PIRES, AF; TOYAMA, MH; TOYAMA, DO; ALENCAR, NMN; Criddle, DN; Assreuy,
AMS;CAVADA, BS Purification and biological effects of Araucaria angustifolia (Araucariaceae)
seed lectin. Biochemical and Biophysical Research Communications, Vol.350,
p. 1050-1055, 2006.
HESTER G., KAKU H., Goldstein IJ, CS WRIGHT Structure of mannose-specific
snowdrop (Galanthus nivalis) lectin is representative of a new plant lectin family. Nature
Struct. Biol. V. 2 p. 472-479, 1995.
HORN, CM, GILMORE, MP, ENDRESS, BA Ecological and socio-economic factorsinfluencing
aguaje (flexuosa Mauritia) resource management in two indigenouscommunities in the
Peruvian Amazon. For. Ecol. Manag. 267, 93-103. 2012.
JIANG, JF; Han, Y; Xing, LJ; Xu, YY; Xu, ZH; Chong, K. Cloning and expression of a novel
cDNA encoding the mannose-specific jacalin-related lectin from Oryza sativa.Toxicon, v. 47,
p. 133-9, 2006.
JUNG, EC, KIM, KD, BAE, CH, KIM, KIM JC, DK, KIM, HH The mushroom lectin from
ascomycete Cordyceps militaris. Biochimica et Biophysica Acta, vol. 1770, p. 833-838,
2007.
KVENNEFORS, ECE; Leggat, W .; Hoegh-Guldberg, O .; Degnan, BM; BARNES, BC An ancient
and mannose-binding lectin variable from the coral Acropora millepora binds BOTH
pathogens and symbionts Developmental and Comparative Immunology . , 32: 1582-
1592, 2008.
Laemmli, UK Cleavage of structure proteins During the assembly of the head of
bacteriophage T4. Nature, vol. 22, p. 680-685, 1970.
MILK, YFMM; SILVA, LMCM; AMORIM, RCN; FREIRE, EA; MELO, JDM; GRANGEIRO,
TB; BENEVIDES, NMB Purification of the lectin from the marine red alga Gracilaria ornataand
its effect on the development of the cowpea weevil Callosobruchus maculatus (Coleoptera:
Bruchidae). Biochimica et Biophysica Acta, vol. 1724, p. 137-145, 2005.
Leitman, P .; HENDERSON, A .; Noblick, L .; MARTINS, RC Arecaceae. In: Species List
Flora of Brazil Botanical Garden of Rio de Janeiro.. 2013.
Lipke PN; OVALLE R. Cell wall architecture in yeast: new structure and new challenges J
Bacteriol, v.. 180, p. 3735-3740, 1998.
LIS, H .; SHARON, N. Lectins: carbohydrate-specific proteins que mediate cellular
recognition. Chem. Rev. 98, p. 637-674, 1998.
Lorenzi, H., Noblick, LR, KAHN, F., Ferreira, E. Flora Brazilian Lorenzi:. Arecaceae
(Palmeiras) Plantarum, Nova Odessa. 2010.
Lowry, OH; Rosebrough, NJ; FARR, AL; RANDALL, RJ Protein measurement with the Folin
phenol reagent. J. Biol. Chem., V. 193, p. 265-275, 1951
100

MACEDO, MLR, FREIRE, MGM, KUBO, CEG, PARRA, JRP Bioinsecticidal activity of Talisia
esculenta reserve protein on growth and serine digestive enzymes larval During development
of anticarsia gemmatalis Comparative Biochemistry and Physiology, Part C . , 153: 24-
33, 2011 .
MARTINS, RC; FILGUEIRAS, T. S Arecaceae In:.. CAVALCANTI, TB Flora of the Federal
District, Embrapa Genetic Resources and Biotechnology, p. 47-82, 2006.
MISAKI, A .; KAKUTA, M .; Meah, Y .; Goldstein, IJ Purification and characterization of the
alpha-1,3-mannosylmannose Recognizing lectin of bulbs Crocus vernus. The Journal of
Biological Chemistry, vol. 272, no. 41, p. 25455-25461, 1997.
MOREIRA, RA; PERRONE, JC Purification and partial characterization of a lectin
from Phaseolus vulgaris. Plant Physiology, vol. 59, p.783-787, 1977.
MOURA, RM; Queiroz, AFS; FOOK, JM; DIAS, AS; MONTEIRO, NK; RIBEIRO, JK; MOURA,
GE; MACEDO, LL; SANTOS, EA; SALES, CvL MP, the lectin from the marine spongeCliona
varians: Isolation, characterization and its effects on pathogenic bacteria and Leishmania
promastigotes Comparative Biochemistry and Physiology A, v.. 145, no. 4, p. 517-523,
2006.
NOWAK, TP; HAYWOOD, PL; Barondes, SH Developmentally regulated lectin in embryonic
chick muscle and a myogenic cell line. Biochemical and Biophysical Research
Communications. v. 68, no. 3, p. 650-657, 1976.
Pinedo, M .; REGENT, M .; ELIZALDE, M .; QUIROGA, IY; Pagnussat, LA; Jorrin-NEW, J
.; MALDONADO, A .; LA CANAL, L. Extracellular sunflower proteins: evidence on non-classical
secretion of the jacalin-related lectin Protein & Peptide Letters, v.. 19, p. 270-276, 2012.
Pinedo, M .; REGENT, M .; ELIZALDE, M .; QUIROGA, IY; Pagnussat, LA; Jorrin-NEW, J
.; MALDONADO, A .; LA CANAL, L. Extracellular sunflower proteins: evidence on non-classical
secretion of the jacalin-related lectin Protein & Peptide Letters, v.. 19, p. 270-276, 2012.
REGENT, M .; TAVEIRA, GB; Pinedo, M .; ELIZALDE, MM; TCCHI, AJ; SAYS,
MSS; CARVALHO, AO; La Canal, L .; GOMES. VM A Sunflower lectin witc antifungal
properties and medical applications micology putative. Current Microbiology 2014.
SA RA; NAPOLEON, TH; SANTOS, NDL; GOMES, FS; ALBUQUERQUE, AC; XAVIER,
HS; RABBIT, LCBB, BIEBER, LW; PAIVA, PMG Induction of mortality on Nasutitermes
corniger (Isoptera, Termitidae) by Myracrodruon
urundeuva heartwood lectin. International Biodeterioration & Biodegradation 62:
460-464, 2008.
V IMBERT, A .; WIMMEROVÁ, M .; MITCHELL, EP; GILBOA-GARBER, N. Structures of the
lectins from Pseudomonas aeruginosa: insights into the molecular basis for host glycan
recognition Microbes and Infection, Vol.. 6, no. 2, p. 221-228, 2004.
101

VAN DAMME EJM, ALLEN AK, PEUMANS WJ, Isolation and characterization of a lectin with
exclusive specificity toward mannose from snowdrop (Galanthus nivalis) bulb.FEBS
Lett. V. 215 p. 140-144, 1987.
VAN DAMME, EJM; PEUMANS, WJ; BARRE, A .; ROUGE, P. Plant lectins: A composite of
Several distinct families of structurally and evolutionary related proteins with diverse
biological roles Plant Sciences v... 17, 6, p. 575-692, 1998.
VAN DAMME, EJ M; BARRE, A .; ROUGE, P .; PEUMANS, WJ Cytoplasmic / nuclear plant
lectins: a new story. Trends in Plant Science, v.9, n.10, p. 484-489, 2004.
YAO, Q .; WU C .; LUO, P .; Xiang, X .; Liu, J .; MOU, L .; BAO, J. chitin-binding lectin from
new rhizome of Setcreasea purpurea with antifungal, antiviral and apoptosis-inducing
activities. Process Bochemistry. V. 45, p. 1477-1485, 2010.
102
103

PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE LECTINA DA


SEMENTE DE Mauritia flexuosa
1
NEGREIROS, C. R. P.1; CRUZ, D. R. R.; JUREMA, I. C. F.1; FRANÇA, C. R. R.S.2; SILVA, E. O.1; BRITO, A. J.
C.1; FELIX, W. P.1
1
Laboratório de Bioquímica (CCA) – UNIVASF, Petrolina, PE.
2
Centro de Ciências Biológicas-Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas-UFPE, Recife, PE.
Email: caritanegreiros7@hotmail.com

INTRODUÇÃO
As proteínas são macromoléculas com várias funções biológicas. Podem ser encontradas em
diversos tamanhos, desde peptídeos a enormes polímeros com grande massa molecular (STRYER;
TYMOCZKO; BERG, 20041). Dentre os diferentes tipos de proteínas específicas destacam-se as
lectinas, que são proteínas ou glicoproteínas não imunes, capazes de se ligar reversivelmente a
carboidratos específicos, aglutinando células e glicoconjugados através de ligações de hidrogênio e
interações de Van der Waals, sem alterar sua estrutura. Por causa desta capacidade, as lectinas são
ferramentas importantes na pesquisa biotecnológica e biomédica (CUNHA; CORREIA, 20112). As
primeiras lectinas foram isoladas de plantas e até hoje essa classe de proteínas é muito estudada. A
espécie em estudo, Mauritia flexuosa, da família Arecaceae é uma palmeira amplamente
distribuída no Brasil, desde a Floresta Amazônica até o Cerrado. Apresenta grande potencial
socioeconômico devido a sua utilização comercial na produção de óleo, amido, cera e fibras (ROSSI
et al, 20143). Também é utilizado como fonte de alimento, pois é rica cálcio e ferro e possui pró-
vitaminas A, B, C e E (CUNHA, 20104).

OBJETIVOS

Isolar, purificar e caracterizar parcialmente lectina da Mauritia flexuosa.

MÉTODOS

O material vegetal (semente) de Mauritia flexuosa foi coletado na cidade de FlorianoPI. O extrato
bruto foi obtido após a trituração de 100g de semente com Nitrogênio líquido e delipidada com n-
Hexano e depois adicionou-se 1000 mL de tampão Citrato Fosfato 0,1 M pH 6,5 com NaCl 0,15 M e
PVP 2% (m/v). Deixou-se sob agitação constante por 4 horas e filtrou-se em gaze dupla. A seguir,
centrifugou-se a 2.500 × g por 30 min a 4°C e descartou-se o resíduo. O Extrato bruto foi submetido
a fracionamento com sulfato de amônio (F 0-60%), em seguida dialisado contra água e realizado
ensaios de hemaglutinação. Para os ensaios de atividade hemaglutinante (A.H.) foram empregadas
amostras de eritrócitos de coelho adicionados com volumes iguais do extrato bruto, diluídos
serialmente com solução salina (NaCl 0,15 M), foram incubados por 1 hora a temperatura
ambiente e a determinação da A.H. foi observada macroscopicamente. Para inibição de
hemaglutinação foram utilizados os seguintes açúcares: D-galactose, D-manose, D-lactose, D-
104

glicose, D-maltose, D-frutose, Darabinose, D-sacarose e D-trealose. A F 0-60% de (NH4)2SO4 foi


submetido a cromatografia de afinidade em coluna de quitina eluída com tampão Citrato Fosfato
0,1 M pH 6,5 com NaCl 0,15 M e o pico retido foi eluído com ácido acético 1 M. Após exaustiva
diálise contra água, o pico retido foi liofilizado e foi determinada a concentração de proteínas pelo
método Lowry. Foi realizada SDS-PAGE, segundo a metodologia de Laemmli (1970) para determinar
o grau de pureza da lectina.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A ligação da lectina oriunda do extrato bruto das folhas de Mauritia flexuosa aos carboidratos da
superfície dos eritrócitos de coelho, promoveu a formação de uma rede que foi visível a olho nu.
Dos carboidratos testados nenhum apresentou atividade inibitória nas condições testadas. O perfil
cromatográfico está na figura 01 e a dosagem proteica do pico retido foi de 0,287 mg.mL-1 de
proteína solúvel com atividade hemaglutinante de 32 UH.mL-1. O perfil eletroforético mostrou a
presença de quatro bandas no pico retido (Figura 02).

Figura 01 – Perfil cromatográfico da F 0/60’ do extrato da semente de Mauritia flexuosa. A amostra foi
-1
aplicada a uma coluna de 10 mL, e as frações 1,5 mL foram recolhidas em um fluxo constante de 0,5 mL.min
.

1,6 Pico retido


1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
.
1 2 3

Figura 02 – Perfil eletroforético em gel de poliacrilamida SDS do pico retido


em Cromatografia de afinidade em Quitina da F 0/60 % do extrato da semente
de Mauritia flexuosa. Poço 1: extrato bruto. Poço 2: pico eluído. Poço 3: pico
retido.

CONCLUSÃO

A capacidade de hemaglutinação verificada no extrato bruto aponta para a presença de lectina nas
sementes de Mauritia flexuosa. No entanto, estudos posteriores serão realizados para determinar
a massa desta proteína, bem como, suas propriedades físicas frente a variação pH e temperatura.

REFERÊNCIAS
1. CUNHA, M. A. E.; CORRÊA, N. C. F.; FRANÇA, L. F.; ARAUJO, M. E.; MACHADO, N. T.
105

Physico-chemical characterization of buriti fruits (Mauritia flexuosa, Mart.): A


DATA BASIS FOR OIL PRODUCTION. In: Simpósio Latino Americano de Ciência de
Alimentos. 2010.
2. CUNHA, R. A.; CORREIA, M. T. S. Extração de Lectina(s) de semente e do epicarpo,
mesocarpo e endocarpo de Simaba cuneata utilizando planejamento factorial. CTG
– UFPE, 2011.
3. LAEMMLI, U.K. Cleavage of struture proteins during the assembly of the head of
bacteriophage T4. Nature, v. 22, p. 680-685, 1970.
4. LOWRY, O.H., ROSEBROUGHT, N.J., FARR, A.L. and Randall, R.J. Protein measurement with
the folin phenol reagent. J. Biol. Chem. 193, 265-275, 1951.
5. ROSSI, A. A. B.; GOMES, A. D.; SILVEIRA, G. F.; RAMALHO, A. B.; BARBOSA, R.
Caracterização morfológica de frutos e sementes de Mauritia flexuosa L. f
(Arecaceae) com ocorrência natural na Amazônia Matogrossense. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer – Goiânia, v.10, n.18; p. 852, 2014.
6. STRYER, L.; TYMOCZKO, J. L.; BERG, J.M. Bioquímica. Guanabara Koogan. 5 ed. 2004.

Você também pode gostar