Você está na página 1de 172

COPYRIGHT©2012 POR

Frances J. Roberts

A.D. SANTOS EDITORA


Al. Júlia da Costa, 215
80410-070 – Curitiba – Paraná – Brasil
+ 55 (41) 3207-8585
www.adsantos.com.br
editora@adsantos.com.br
Capa:
PROC Design e Igor Braga
Diagramação:
Manoel Menezes
Tradução:
Haroldo Janzen e Thomas Neufeld de Lima
Impressão e acabamento:
Gráfica Exklusiva
Locução no CD encartado::
Adelson Damasceno Santos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

LIMA, Hudson Edgar

Pais Espirituais Geram Filhos Espirituais – Hudson Edgar Lima, Curitiba: A.D. Santos Editora, 2011,
96 p.

ISBN:978.85.7459-237-4

CDD 261.5

1. Experiência Religiosa
2. Cristianismo e Sociedade
3. Testemunho de fé
4. Teologia Social Cristã

CDD: 261

3ª edição: Março de 2018.


Proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios a não ser em citações breves, com
indicação da fonte.

Edição e Distribuição:
ÍNDICE DAS MEDITAÇÕES
Os números indicam as meditações e não as páginas.

1. A chamada do Amor

2. Em busca de sua Pessoa

3. A lei da paciência

4. O olhar de Deus

5. Suportando sofrimentos

6. O amor bate à porta

7. Nenhuma dessas coisas me perturba

8. O Reino de Deus está em você

9. Concentre-se em Cristo

10. Ele ressuscitou

11. Muito bem, servo bom e fiel

12. E Jesus observava

13. Honra-me

14. O irmão que faltava

15. A tranquilidade da adoração

16. A atitude de gratidão

17. Não estranhe

18. O Noivo ou a Noiva

19. Lembretes oportunos

20. O princípio da transcendência


21. A pérola perdida – a humildade

22. O fator de equilíbrio

23. Um salmo de louvor

24. Senhor dos reis

25. Anjos de misericórdia

26. Asvaziou-se a sim mesmo

27. Tenham coragem!

28. O poder criativo do amor de Deus

29. Deus não falta com suas promessas

30. Santidade e graça – parceiros inseparáveis

31. Cristo, nossa justiça

32. O grande Médico

33. Aqui está a sua felicidade

34. Liberdade aos cativos

35. Deus de esperança e paciência

36. Deus da graça

37. Cristo é a nossa vitória

38. A casca ou a semente?

39. O apito

40. Humildade, a graça dos voluntariamente despojados

41. A vitória está garantida

42. As realidades do Espírito

43. Rebeldia, feitiçaria e falsos profetas

44. O Senhorio de Cristo


45. De Deus não se zomba

46. A armadura completa

47. Herdeiros de Deus

48. De volta aos princípios básicos

49. A “posição do Calvário”

50. Perfeição infinita

51. “Estou pronto para morrer”

52. O Homem Espiritual

53. O amor de Deus

54. A supremacia de Cristo

55. Viver em amor

56. Negociai até que eu volte (Lucas 19:13)

57. Na quietude da adoração

58. Ele Me glorificará

59. A força invencível do fluir da vida dele

60. O direito de não ter direitos

61. Viemos adorá-lo

62. As riquezas da sabedoria de Deus

63. Rocha da minha alma

64. A mensagem para Arquipo

65. Ondas de bênçãos

66. Paz e boa vontade aos homens

67. Nada será impossível

68. Segure a minha mão com mais firmeza


69. Os filhos da promessa

70. A voz dos amados

71. Algo para pensar

72. Guardei-os em meu coração


AMOR TOTAL – Meditações sobre o amor de Deus
Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus.

Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus
é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo,
para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus,
mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais
viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós.

Sabemos que permanecemos nele, e ele em nós, porque ele nos deu do seu Espírito. E vimos e
testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo. Se alguém confessa
publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus.

Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que
permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.

1 João 4:7-16
1. A CHAMADA DO AMOR
João 3.16

Continue firme, meu filhinho, e um dia saberá porque tantas provas e sofrimento foram enviados
para prová-lo dessa forma.

Nunca houve um dia mais glorioso que este que você pode ver agora, nunca houve uma canção
mais doce que essa que você canta para mim.

Amei-o no meio da escuridão e amei-o na luz.

Sempre que precisou de mim, estive ao seu alcance.

Nunca o deixei sozinho para batalhar por conta própria.

Dei-lhe suas alegrias mais doces quando fez a minha vontade.

Não o chamo de servo, não o chamo de amigo; o chamo de meu amado, e o amarei até o fim.

Vou amá-lo quando o caminho for difícil, e quando a noite for longa.

Vou lhe dar forças e esperança, e cantarei uma canção para você.

Direi que o amo, direi que me importo com você.

Caminharei ao seu lado e levarei todos os seus fardos.

Darei a você esperança e coragem quando as suas forças chegarem ao fim.

Andaremos juntos até o dia em que nos tornaremos um...

O dia em que o chamarei para o além, para o céu aberto.

Quando o recolher para mim mesmo e secar os seus olhos cheios de lágrimas.

Eliminarei toda dor do seu coração e sararei cada uma de suas perdas. Darei a você alegria, paz e
vida em vez do sofrimento.

E o que hoje parece um caminho árduo será esquecido ali, pois em minha presença tudo é novo, e
tudo é bom e justo.

Então, levante a cabeça e sorria novamente, e deixe sua angústia ir; ela só me causa aflição e dor,
porque o amo tanto assim. O amo com amor afável que não muda ao longo do tempo, e não é
menor por causa de todos os seus pecados, nem poderia ser mais sublime, mesmo que você assumisse
a forma de anjo, ou pudesse ser um santo; o amo, não por quem você é, mas por quem você é para
mim.

O vejo através da luz sagrada da minha própria divindade.

O amo com o amor total. Por toda eternidade!

Oração

Nosso Deus e Pai, em nome de Jesus, chegamos a ti com mãos vazias e coração aberto. Nada
temos a te oferecer senão nosso amor e nossa gratidão. Somos gratos por cada graça divina derramada
sobre nós e te louvamos por quem tu és, à parte das tuas dádivas. Em ti nosso coração encontra paz,
descanso e consolação. Tu és a nossa fonte de força, vida e poder sustentador. Tu és a nossa alegria.
Em um mundo de mudanças, perda e decadência, somos renovados diariamente pelo teu Espírito,
porque tu és o Imutável, e em ti a vida é sempre vibrante. Salva-nos da monotonia que nos mata aos
poucos.

Eleva-nos acima das cenas vis do mundo ao nosso redor, e faça-nos sempre lembrar que Deus “nos
fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. Permite que nossos olhos espirituais vejam as
belezas do Reino dos Céus. Ministra o teu toque confortador a cada alma necessitada e apressa-te em
realizar a tua vontade na terra, pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
2. EM BUSCA DE SUA PESSOA
Filipenses 8

Jesus sabia que veio a este mundo para morrer. Amados, nós também estamos aqui para morrer –
morrer para a nossa natureza pecaminosa, nossos desejos insatisfeitos, nosso egoísmo e teimosia, sim,
nossa rebelião e ressentimentos. Estamos aqui para morrer para os nossos direitos, as nossas
exigências de satisfação, para a autopiedade e a atitude farisaica. Durante a vida toda, estamos sempre
morrendo, mas estamos morrendo com o intuito de aperfeiçoar o nosso viver. Pois, a verdadeira vida
é Cristo. Encontrar vida e viver a vida é encontrar Cristo e viver Cristo. Vivemos de verdade na
medida em que estamos identificados com Cristo.

Estamos sempre em busca da clareza de visão que colocará Cristo em foco em nossa sensibilidade
pessoal. Estamos em busca da sua pessoa em todas as dimensões do seu ser. Estamos engajados na
busca de conhecê-lo como ele é e de nos tornarmos mais parecidos com ele; e a essência de nos
tornarmos semelhantes a Cristo não vem tanto de nossa devoção quanto de sua pureza. Não se trata
tanto do que somos em nós mesmos, mas daquilo que nos tornamos nele. Vemo-nos lutando com
gigantes do mal, mas ele está enviando anjos de luz para nos proteger. Sentimos que estamos presos
no tempo. Ele habita na eternidade e nos vê nele mesmo – irrestritos e ilimitados. Não precisamos
rastejar no pó da derrota. O Vencedor mora no interior e nele não há limitações físicas. Nossa
liberação é de acordo com a medida de nossa identificação consciente com Cristo.

É o nosso amor por ele que vai nos unir, e nosso amor por ele é apenas a resposta ao amor que ele
derramou sobre nós.

Deus está continuamente usando o poder da redenção. Esse é um processo contínuo, operando em
cada filho de Deus – operando de acordo com a sua vontade e, em última análise, trazendo filhos
para a glória. Esse é o seu mandato e seu desejo supremo. Por esse motivo, nós também devemos dar
a nossa vida, até que possamos dizer verdadeiramente: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou
eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de
Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.20).

Oração

Estimado Senhor e Salvador, trazemos a ti um coração que tem fome de tua justiça e um espírito
que anseia pela tua comunhão. Sem ti a vida é vazia. Longe do teu amor não há conforto. Na tua
presença experimentamos plenitude de alegria. Que a tua bondade e misericórdia nos acompanhem
todos os dias, e permita que habitemos na tua casa para todo o sempre. No nome precioso de Jesus,
amém.
3. A LEI DA PACIÊNCIA
Isaías 55.6; Mateus 6.33

Deus não pode ser intimidado a conceder bênçãos.

Quando buscamos o seu reino e a sua justiça, ou seja, seu domínio e sua pureza, percebemos que
possuímos a combinação que abre os registros da Casa do Tesouro Celestial. Buscamos isso, então,
não com determinação carnal e obstinação teimosa, mas com o apelo persistente dos que são
completamente destituídos. É o momento derradeiro do “ou um ou outro” – a crise decisiva.

Toda obra criativa do Espírito de Deus na alma humana é precedida pela devastação; pois o
Espírito se move como um redemoinho, arrancando aquilo que é ofensivo, e então segue como uma
brisa agradável em um mar calmo. Pois, à medida que o coração se rende ao desejo por ele, esse
desejo não é saciado, mas intensificado. A fome se torna mais profunda e mais forte, pois só pode ser
satisfeita com a plenitude dele.

Mas, deixe a paciência completar a sua obra, e aceite pacientemente as dores do crescimento à
medida que ele alarga o seu coração; pois a sua plenitude não pode ser recebida instantaneamente. O
melhor dos céus não é obtido em um salto.

“Escalamos a subida íngreme dos céus por meio de paciência, trabalho árduo e sofrimento”. A
própria fome que parece ser uma frustração não é nada mais do que o braço dele nos envolvendo,
aproximando-nos cada vez mais dele. Não se irrite com as rédeas, porque o puxar do freio é causado
pela resistência da carne, porque ele conhece o coração e suas réde-as são testadas. Seu Espírito
contende com o nosso espírito até obter domínio.

Abra o seu coração! Não tema o bisturi, porque ele só remove a carne orgulhosa. O Senhor fere
para poder curar.

Não duvide de seu amor nem de sua cura. Ele o mantém sobre a roda do oleiro até formar um
vaso que lhe agrada para sua própria habitação; e quando finalmente tirá-lo da roda, ele vai enchê-lo
com a sua presença. Não resista, para que seu vaso não seja estragado nas mãos dele. Não o censure
pelo seu aparente atraso; pergunte ao seu coração quantas vezes você o impediu de agir pela sua
delonga em responder. Mesmo agora, com sua impaciência e tentativa de apressá-lo, você se tornou
um entrave.

“Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração” (Jeremias 29.13).

Oração

Pai nosso, elevamos nossos olhos a ti em adoração e louvor, sabendo que todas as coisas boas
procedem de tuas mãos, e que de ti recebemos diariamente nossa vida e força. Descansamos no teu
amor, como o filhote de pássaro em seu ninho.

Não precisamos de outra fonte de consolo. Não pedimos nada além do dom da graça de amar-te
de forma mais perfeita e entender como compartilhar este amor com os outros de tal forma que
ambas as partes sejam atraídas para mais perto de ti. Conceda-nos isso, ó Senhor, nós oramos. Em
nome de Jesus, amém.
4. O OLHAR DE DEUS
João 16.33; Salmos 34.19

Estas reflexões são sobre o sofrimento e aflições. Lemos em Daniel 6.20: “Será que o seu Deus, a
quem você serve continuamente, pode livrá-lo dos leões?”.

“Seu Deus!”. A vida de Daniel tinha sido um testemunho vivo diante do rei Dario, rei da
Babilônia, que pronunciou as palavras acima. Ele reconheceu que Daniel tinha um relacionamento
privilegiado com o seu Deus, e a vida de Daniel deixava claro que ele o servia continuamente. Esse
era o seu segredo! Daniel não servia ao rei Dario, muito embora essa atitude ameaçasse sua própria
existência. Ele servia o seu Deus continuamente! Que belo exemplo de um testemunho verdadeiro, e
ele vem dos lábios de um monarca pagão! Vem da boca daquele que quase o executou.

Graças a Deus pelo exemplo de Daniel. No ambiente mais desfavorável, ele floresceu em saúde
espiritual, como uma flor que cresce em um rochedo. Sim, e o segredo espiritual dessa sobrevivência
improvável é pelo fato de o coração que está disposto a servir a Deus ser plantado por ele em um solo
rico no seu amor, e nutrido pela devoção. Ele não depende de nenhuma ajuda externa. É sustentado
pela força interior da união do espírito com o Espírito. Vai sobreviver à fria perseguição e às chamas
do ódio. Sairá de cada experiência ileso.

Não haverá amargura, nem mancha.

Descansar satisfeito na providência de Deus é armar a alma com sua defesa mais poderosa. Habitar
em Deus é ser envolvido pela sua presença como uma imagem apreendida pelos olhos. A alma que
adora é captada pelos olhos de Deus e mantida em seus braços. Mesmo estando na cova dos leões, ele
estava sob o olhar de Deus. Seu amor por Deus o colocou ali, e a resposta de Deus foi trazer o anjo
para fechar a boca dos leões, de modo que ele não sofresse dano algum. A devoção a Deus fará com
que os poderes dos céus socorram o santo sofredor e cerrem as mandíbulas do devorador.

O sofrimento na vida dos filhos de Deus é um problema que sonda os mistérios desta vida e da
próxima. Alguns dizem que não sofreríamos não fossem nosso pecado e rebelião.

Às vezes isso pode ser verdade, mas nem sempre é o caso.

Daniel estava na cova dos leões não por causa dos seus pecados, mas por causa de sua retidão. “O
justo passa por muitas adversidades, mas o Senhor o livra de todas” (Salmos 34.19).

Como e quando o livramento ocorre é em parte uma questão de soberania divina. Enquanto isso,
a alma confiante descansará em seu amor.

Às vezes a vida é brutal, mas isso não é o reflexo do caráter de Deus nem indicação de que é
inconsciente ou indiferente.

Seu amor por nós está totalmente separado de nossas circunstâncias. Quando descobrimos a
realidade de seu amor erguendo-se acima de nosso sofrimento podemos ser elevados acima do
sofrimento, mesmo quando estamos no meio dele. Se exijo que Deus tire o meu sofrimento para que
prove o seu amor, estou no caminho errado. Meu sofrimento não tem nada a ver com o seu amor.
Ele não ama mais a pessoa que está bem e feliz do que aquela que está doente e necessitada. Ele ama
porque é amor, e nada muda seu caráter. Temos de separar nossas dores do coração dele.

Nossa esperança está em viver no Espírito – na presença de Deus – onde há vida abundante,
saúde, amor, paz e alegria perfeita. Quando entramos neste lugar e habitamos ali e treinamos nossa
visão em tudo que Deus é – toda sua misericórdia, perdão, poder, majestade, autoridade sobre as
trevas, sua graça irrestrita e seu amor inefável – a bondade que está em Deus achará o caminho para a
nossa consciência e, à medida que isso acontece, começará a transformar nossa escuridão em luz,
nossa tristeza em alegria, nossa desolação em esperança e nossa amargura em amor. Seu poder de cura
vai começar a se manifestar. As águas amargas serão adoçadas e o louvor substituirá a reclamação.
Deus não se esconde quando estamos desesperados. Cada promessa que ele fez é verdadeira.

Tudo que ele afirmou ser, ele é. Somos nós que invalidamos o seu amor e poder divino ao
desconfiar de suas intenções quando deveríamos nos apegar à sua pessoa e julgá-lo pela sua grandeza,
em vez de pelo tamanho do nosso sofrimento pessoal. Deus não está em nosso sofrimento. Deus está
em Deus, e em Deus não há sofrimento. Podemos nos aproximar dele e encontrar nossa força e
conforto nele.

Quando pararmos de nos lamentar, voltaremos a ouvir o canto dos passarinhos. Quando olhamos
para cima em vez de para baixo, veremos que o sol está brilhando. Quando amarmos e servimos a ele
com a constância de Davi, ele certamente nos livrará dos leões e da cova.

E, se a cura nunca chegar a nós ou a um ente querido, será que deveríamos reclamar se no seu
infinito amor e sabedoria ele nos levar para junto de si, onde a cura não será somente completa, mas
eterna? Será que é desapontador entrar na glória e ser liberto da prisão deste corpo de barro? Será que
pode ser considerado derrota ser promovido e receber uma recompensa eterna? De forma alguma.
Pois, “se for destruída a temporária habitação terrena em que vivemos, temos da parte de Deus um
edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas” (1 Coríntios 5.1). Em
nenhum lugar da Bíblia recebemos a promessa de imunidade de provações e tribulações nesta vida.
Nenhum santo na Bíblia escapou de aborrecimentos, nem foram às vicissitudes que eles suportaram
resultado da falta de fé. Atraímos consternação e confusão, frustração e desânimo, ressentimento e
desespero se retratamos a fé como uma arma mágica que elimina todas as experiências indesejáveis da
vida. É em nossas lutas que Deus constrói em nós confiança em sua integridade e a lealdade de amor
que pode exclamar: “Embora ele me mate, ainda assim esperarei nele” (Jó 13.15).

O espírito humano não quer ouvir esta mensagem, mas não ousamos distorcer a verdade da
Palavra para agradar o espírito rebelde do homem. O Espírito de Cristo em nosso coração é
testemunha do fato de que não devemos esperar escapar do sofrimento nesta vida. Mas, em cada dor
há uma promessa de graça e em cada batalha contra a adversidade, uma oportunidade de crescer e
alcançar um nível mais elevado de persistência. E quem ousará dar ordens ao Todo Poderoso em
relação ao nosso destino? Temos, no entanto, a sua promessa: “Dure a sua força como os seus dias”
(Deuteronômio 33.25). Será que isso não é suficiente? Um compositor sacro escreveu: “Foi o
caminho que o Mestre trilhou; não deveria o seu servo trilhá-lo também?”.

Podemos virar as costas e entregar-nos à fraqueza e covardia. Podemos considerar o preço alto
demais e escolher uma saída que exija menos sacrifício e aceitar uma mensagem popular que,
erroneamente promete completa suspensão do sofrimento como recompensa da fé, mas a verdadeira
fé bíblica requer confiança em Deus. Não se trata de uma panaceia para todos os problemas. “O
Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará [...] Mas, se ele não nos livrar [...]”

(Deuteronômio 3.17,18), não desertaremos. Mas, se ele não nos livrar, não deixaremos de amá-lo, e
desse amor finalmente virá o nosso livramento!

Oração

Amado Pai celestial, nosso coração se volta a ti no início deste dia, primeiramente para santificar o
teu nome e louvar-te pela tua contínua fidelidade e misericórdia. Nosso coração confia somente em
ti. Nossa alma clama a ti, pois a quem mais podemos nos dirigir? Tu és a única e exclusiva fonte de
vida. Por ti somos sustentados. Todas as coisas que temos vêm das tuas mãos. Oferecemos tudo a ti,
para que não as tomemos em nossas mãos e avidamente as destruamos. Se tudo fosse tirado de nós, e
tivéssemos somente a ti, teríamos tudo.

Não permita que sejamos enganados pelas coisas passageiras deste mundo, pois elas não têm valor
permanente, e tudo perecerá com o tempo. A tua Palavra permanecerá depois que o mundo e tudo o
que nele há tenham desaparecido. Assim, permite que a tenhamos em grande estima e a escondamos
em nosso coração, porque ela será a nossa maior fonte de força no dia da adversidade, assim como é a
nossa maior fonte de consolo em todos os tempos. Guarda-nos da indolência e concede-nos a cada
novo dia a coragem de seguir em frente, sabendo que cada ação da alma concentrada em Deus obtém
de ti uma resposta de graça habilitadora. Conforta, amado Senhor, os enfermos, os moribundos e
todos os que estão de luto. Em nome de Jesus, amém.
5. SUPORTANDO SOFRIMENTOS
Tiago 5.11; 2 Coríntios 1.6

Suporte [...] sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus” (2 Timóteo 2.3).

A perseverança é algo admirável. Lemos em Tiago 5.11: “Chamamos de felizes os que suportaram
aflições. Ouvistes sobre a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu.

Porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.”

Em Mateus 24.13 lemos: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (NVI). Lemos acerca de
Jesus em Hebreus 12.2-4,7: “Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a
vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição
dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem. Na luta contra o
pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue [...].

Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora, qual o
filho que não é disciplinado por seu pai?”.

Na verdade, a Palavra de Deus fala tanto em perseverança que faríamos um grande favor a nós
mesmos se prestássemos mais atenção nela. Nem todas as circunstâncias desfavoráveis na vida podem
ser mudadas com um milagre rápido ou por meio de uma simples oração, qualquer que seja o
tamanho de nossa fé. A famosa “oração dos alcoólatras” tem mérito e apresenta uma sabedoria
considerável: “Deus, concede-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar; a coragem
para mudar as coisas que posso; e a sabedoria para saber a diferença”. Há muitas dificuldades na vida
que cedem ante o poder da fé confiante. Há outras que nos saúdam todas as manhãs, apesar das mais
fervorosas súplicas para que sejam removidas. Essas são as coisas que requerem perseverança.

Se esse for um pensamento inaceitável, certamente podemos ao menos concordar que, até que elas
sejam mudadas ou removidas da nossa vida, fazemos bem em preservar nossa paz e serenidade de
espírito ao “suportar os sofrimentos, como bom soldado”. Hebreus 6.15 diz que “depois de esperar
pacientemente, Abraão alcançou a promessa”. E sobre Moisés, a Bíblia diz: “Pela fé saiu do Egito,
não temendo a ira do rei, e perseverou (“ficou firme”), porque via aquele que é invisível” (Hebreus
11.27).

Certamente não esgotamos os textos bíblicos acerca deste assunto, mas os que mencionamos acima
devem ser suficientes para ressaltar que a fé e a oração têm seus correspondentes na paciência e na
perseverança. Lemos em Efésios 6.13: “Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam
resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo”.
Depois de terem feito o quê? Depois de orar e crer, de se comprometer e entregar o problema a
Deus, se o problema persistir, permaneça inabalável – suporte – espere com paciência e não se abata.
Jesus disse: “Feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa” (Mateus 11.6). Felizes são
aqueles que não se consternam quando as coisas parecem não dar certo.

Felizes são aqueles que não ficam amuados quando as respostas de oração demoram. Felizes são
aqueles que podem louvar e, de fato louvam mesmo quando parecem estar em desvantagem na
batalha. Deus continua no trono. A vitória está assegurada. O certo triunfa sobre o errado. A maldade
será vingada.

A manhã virá, por mais longa e escura que seja a noite.

“A providência pode não parecer amigável, mas por trás dela Deus esconde um rosto sorridente”.

Nunca estive mais consciente do cuidado amoroso e proteção de minha mãe e pai do que na noite
em que chegamos à Flórida. O céu estava se agitando com as nuvens negras de um furacão que se
aproximava. A casa que esperávamos alugar estava ocupada e fomos conduzidos a uma casa vazia no
meio de um campo de palmeiras. Quando fomos dormir, mamãe disse que podíamos dormir com as
roupas do corpo. Eu tinha oito anos de idade, mas percebi que ela pensava que talvez precisássemos
sair de casa antes do amanhecer.

Tempestades podem ser assustadoras, mas a graça de Deus é sempre dada segundo as exigências do
momento, e o Senhor nunca é mais precioso do que nos momentos de terrível aflição humana. Quão
belo é o seu toque amoroso na hora de grande necessidade! Quão reconfortante é a sua voz no meio
da tempestade! Acaso não creio em fé e milagres? Sim, é claro que sim. A Bíblia e a história humana
estão repletas de fé e milagres. Testemunhos abundam acerca de curas e livramentos de todo tipo de
enfermidade e escravidão. Louvado seja Deus! Ele é especialista em realizar milagres. Ele é o mesmo
ontem, hoje e para sempre. Ele está do nosso lado. Ele é aquele que dividiu o mar Vermelho, curou
leprosos, deu vista aos cegos, ressuscitou mortos e continua realizando milagres poderosos em
resposta à fé. Mas, ele também é aquele que aceitou e suportou a cruz, com todo o sofrimento e
vergonha que ela trazia. Foi o apóstolo Paulo que escreveu: “a vocês foi dado o privilégio de não
apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Filipenses 1.29).

Amados, toda “meia-verdade” não é verdade; ela é falsa.

Toda verdade precisa do equilíbrio da sua contraparte. Deus não visa regalar nossas preferências.
Certamente preferiríamos receber a libertação instantânea de uma situação desagradável do que
esperar até que... Preferiríamos experimentar uma cura miraculosa a sofrer dor. Deus nos dará aquilo
que ele sabe que necessitamos, não o que declaramos preferir. Quando estamos em dificuldade,
deveríamos orar o seguinte: “Querido Deus, aquilo que preciso aprender por meio desta experiência,
permita-me que eu aprenda depressa, para que eu possa ser liberto o quanto antes”. Então descanse
na certeza de que, em cada circunstância, há uma lição que pretende nos ensinar uma porção preciosa
de sabedoria, ou fortalecer a nossa fibra moral.
José nunca teria alcançado uma posição de poder, em que pode ser usado para salvar o seu povo, se
tivesse perdido sua fé e permitido que seu espírito se degenerasse durante os longos anos que passou
na prisão. Se tivesse mantido um diário dos pensamentos que teve em comunhão com Deus quando
esteve na prisão, poderíamos ler a história não contada da formação de um líder espiritual.

Líderes espirituais não surgem de uma caixinha de surpresas. Líderes espirituais são treinados
como Moisés no deserto; como Davi nas colinas; como João Batista no deserto; como Paulo na
Arábia; e como todo homem ou mulher que foi usado por Deus de uma forma poderosa.

Isolamento, tribulação, perseguição e todo tipo de disciplina que a alma humana sofre têm como
propósito moldá-la para que ela se submeta à vontade de Deus. Por quê? Porque, de outra forma,
somos todos instáveis demais para sermos úteis a Deus ou aos outros. Jesus aprendeu a obedecer por
meio daquilo que sofreu. Você acha que você ou eu aprenderemos a obediência de qualquer outra
forma? Você acha que Deus pode produzir “bons soldados” satisfazendo cada um de nossos
caprichos? Talvez a verdadeira questão esteja no âmbito do desejo. Será que esperamos que cada um
de nossos desejos seja cumprido e que cada necessidade seja suprida? Ou desejamos de fato exibir a
imagem de Cristo custe o que custar? Até cantamos: “Ser como Jesus, ser como Jesus, tudo que peço
ser como ele [...]”. Se essa de fato é a nossa oração, então podemos esperar ser podados e
disciplinados por Deus, porque temos um longo caminho a trilhar antes que a semelhança seja
visível. Podemos nos comparar a outros que parecem ser bem menos “espirituais” do que pensamos
ser, mas a disparidade entre o que somos e aquilo que Jesus é torna-se cada vez mais evidente à
medida que formamos um conceito mais completo da beleza e da santidade do Filho de Deus. E esse,
verdadeiramente, é o alvo que é colocado diante de nós: crescer em estatura espiritual para que nos
conformemos com a semelhança de Cristo. A graça de Deus é concedida ao crente para sua perfeição
e santificação. “Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e
cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13).

Este é o desejo de Cristo para nós: Que cresçamos rumo à sua semelhança, ou seja, ao seu caráter e
personalidade. Não atrapalhemos a obra do Espírito Santo em nossa vida à medida que ele propõe
efetuar a perfeição de nosso homem espiritual. E como podemos atrapalhar seu Espírito em nossa
vida?

Por meio de desejos e interesses carnais. Chame isso de “fé e prosperidade”, se desejar. Deus
chama isso de carnalidade e interesse próprio. Se for da sua maneira, ele estará mais propenso a dar-
nos o que não queremos do que o que queremos.

Se o que realmente queremos é crescer na graça e no conhecimento de Cristo, ele vai mover os
céus e a terra, se necessário, para que isso se cumpra. A Bíblia diz: “Busquem, pois, em primeiro lugar
o Reino de Deus [...], e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”. Não nos é dito para buscarmos a
prosperidade como um fim em si mesmo, mas, antes, que devemos buscar a ele; e ele, por sua vez,
acrescentará as outras bênçãos como lhe aprouver.

Salomão foi o homem mais rico do mundo, mas ele não orou por riquezas, mas por sabedoria.
Somos lembrados que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (ou seja, a sabedoria começa
com reverência e devoção a Deus). Todo egocentrismo é uma negação de Cristo, e o materialismo
moderno é o espírito do anticristo. No Antigo Testamento isso tomou a forma de adoração a Baal. O
mundo e tudo o que nele há estão perecendo. A Palavra de Deus é eterna. O Espírito de Deus em
nós é nutrido com o maná celestial. Que Deus nos liberte e proteja nossa alma dos desejos ardentes
pelo Egito. Não trouxemos nada a este mundo, e nada levaremos dele.

Deus veste os lírios do campo, e vestirá os seus filhos. Ele alimenta as aves, e alimentará os seus
filhos. Não é necessária muita fé para acumular os bens deste mundo, mas precisamos de muita graça
para buscar a justiça.

Oração

Senhor Deus concede-nos de tua visão para que saibamos buscar com sabedoria aquilo que
verdadeiramente nos levará mais perto de ti. Que o teu Reino seja sempre prioritário para a minha
vida, para que as demais coisas realmente necessárias me sejam acrescentadas. Amém.
6. O AMOR BATE À PORTA
1Co 13.1-13

Ficamos irritados com Deus e com os outros quando nossas exigências egoístas não são satisfeitas.
Raramente somos objetivos o bastante para saber ou mesmo considerar se essas exigências são
razoáveis ou não, ou se aquilo que exigimos é para o nosso bem ou não. Provavelmente ficaremos
desapontados se fizermos exigências irresponsáveis para Deus, e podemos esperar o mesmo quando
exigimos coisas uns dos outros. Deus não é obrigado a responder às exigências egoístas que fazemos a
ele; da mesma forma, também não somos obrigados a satisfazer exigências semelhantes feitas a nós.

A coerção não tem lugar em um relacionamento de amor, e somos chamados a amar a Deus e uns
aos outros. O amor não reclama seus direitos, nem fica amuado quando lhe é negado um grande
desejo. O amor sabe esperar pacientemente por uma resposta e consegue aceitar um não tão
graciosamente quanto um sim. O amor vai bater à porta, mas não vai forçá-la. O amor nunca é
desapontado quando um desejo não é concedido, porque não busca o seu próprio bem. O amor
subjugou sua vontade à vontade do Pai e não tem interesses próprios.

Oração

Amoroso Pai celestial, chegamos a ti com corações gratos, agradecendo por cada ato de bondade,
pela proteção de todo perigo, pelos fardos tirados e por cada obstáculo superado.

Pois, quaisquer que sejam os desafios, tu estás à nossa frente, preparando o caminho onde não há
caminho e removendo montanhas que parecem intransponíveis. Louvado seja teu santo nome! Tu
não nos abandonaste. Tu também não estás longe dos que amamos e por quem oramos.
Agradecemos-te com nossa fé por fazer com que “todas as coisas” cooperem para o bem deles. Não
pedimos que não haja dificuldades para nós ou para os outros, mas para que no meio delas possamos
cantar em meio à tempestade e ouvir a tua doce voz nos assegurando da tua eterna fidelidade, e não
teremos medo. Oramos em nome de Jesus, amém.
7. NENHUMA DESSAS COISAS ME PERTURBA
Josué 1.1-5

Apesar da inconstância da vida, certas coisas permanecem constantes. A Palavra de Deus é um


fundamento seguro, o Espírito de Deus é nosso companheiro fiel, o amor de Deus é imutável, e a paz
de Deus excede o conhecimento. Um antigo compositor de hinos escreveu o seguinte: “Vejo
mudança e declínio por toda parte. Oh! Tu que nunca mudas, permanece em mim”. Não há nada de
errado em se orar dessa forma, mas melhor ainda é confirmá-lo. Na verdade, não precisamos pedir a
Deus por algo que ele já prometeu, e nesse caso ele disse: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei”.

Crer nisso e experimentá-lo traz esperança ao mais tenebroso dos dias. Não pode haver tristeza
sem a consolação dele, nem provação sem a sua graça, nem fardo que não possa ser lançado sobre ele,
nem tempestade sem as suas palavras: “Aquiete-se! Acalme-se!”. Depender de Deus em todas as
circunstâncias é ter uma fonte de força interior muito maior do que qualquer ajuda exterior. A ajuda
exterior vai se manifestar em resposta à força interior. O crente não está à mercê de um destino
caprichoso. Seus destinos são moldados pela sua confiança em Deus – sua Palavra e caráter.

É um tanto assustador, mas é verdade que em grande escala nós mesmos, às vezes por escolhas
inconscientes, somos responsáveis pelos nossos sucessos ou fracassos. “É como dispomos a vela, e não
os ventos, que determina para onde vamos”. Feliz é o homem que arma sua vela na direção da
vontade de Deus, porque encontrará o vento do Espírito levando-o avante velozmente para o seu
alvo. Você já se perguntou por que algumas pessoas parecem passar pela vida de forma mais tranquila
do que outras? Pode ser que tenham encontrado a corrente cálida do amor de Deus, e a energia
divina os está conduzindo pelo livre fluir do desejo santo.

Seja como for, de uma coisa podemos estar certos: Aquele que embarca no curso duvidoso da
vontade própria perceberá que o trajeto é excessivamente tempestuoso, e terá sorte se não acabar
naufragando.

A misericórdia de Deus flui sob as correntes da vontade divina. Deus tem propósitos mais elevados
do que os nossos.

Seus caminhos estão acima dos nossos, e seus pensamentos são mais elevados. Se de fato desejamos
andar de acordo com a vontade dele, precisamos encontrar uma maneira de nos elevarmos acima do
redemoinho do egoísmo e dos interesses carnais; buscando o refinamento espiritual que resulta de
concentrarmos nossa atenção nas coisas lá de cima, onde pela graça de Deus estamos sentados nos
lugares celestiais com Cristo.

Deixada à própria sorte, a mente se ocupará com as coisas deste mundo, coisas que podem ser
tocadas e vistas. Todas as coisas clamam pela nossa atenção, enquanto Deus espera pacientemente
que o desejemos a ponto de deixarmos de lado este mundo material e o buscarmos no silêncio da
devoção.

Será que ele está pedindo demais? Temos como justificar nossa ocupação persistente com outras
coisas? Precisa ele esperar até que nosso corpo seja acometido por alguma enfermidade ou
incapacidade que nos force a voltar nossa atenção para ele?

Quaisquer que sejam as atividades em que estamos envolvidos, que o nosso espírito seja preservado
em um estado de paz e verdadeira alegria por meio do desejo sincero de tornar central o nosso amor
por Jesus; assim, independentemente do que fazemos que o façamos em um espírito de amor,
admiração e adoração a Jesus, o Cristo, e nosso Senhor e Salvador.

Que estejamos dispostos a renovar nossa dedicação e servi-lo com maior ardor.

Oração

Nosso amoroso Pai celestial, chegamos a ti conhecendo muito bem as nossas fragilidades, mas
confiando na tua graça e misericórdia, rogando pela cobertura do sangue derramado de Jesus pelo
perdão de pecados e apoiando-nos na obra acabada da redenção. Pois, não é pela nossa própria
justiça que somos salvos, mas pela divina graça de Deus. Encontramos nossa paz na cruz e nossa força
e vitória quando aprendemos a habitar no lugar secreto e permanecer debaixo da sombra do
Altíssimo. Abençoa ricamente a todos que buscam em ti conforto e ajuda. Permita que toda alma
faminta seja nutrida pelo teu amor; que os que sofrem sintam o teu toque restaurador.

Derrama o teu Espírito sobre o teu povo em todo lugar, para que ele seja encorajado e revigorado,
limpo e purificado, e que sejam todos preparados para o retorno do nosso Senhor. Oramos essas
coisas em nome de Jesus. Amém.
8. O REINO DE DEUS ESTÁ EM VOCÊ
1Tessalonicense 4.1-5

Pessoas, lugares e coisas fazem parte do aspecto humano da vida. Tantas vezes, ao buscarmos fazer
a vontade de Deus, nossas perguntas consistem em onde, quem e o quê, quando deveríamos perguntar
como. “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados” (1Tessalonicense 4.3). Deus deseja realizar
sua vontade em nós, operando pureza em nosso coração, e ele pode alcançar isso diante de qualquer
circunstância externa. As influências externas são casuais. O fator decisivo é o desejo interior.

Perguntamos: Deus, o Senhor me quer aqui ou ali? O Senhor quer que eu me relacione com esta
ou aquela pessoa? O Senhor quer que eu tenha isto ou não tenha isto – ou aquilo? E, enquanto nos
esforçamos para entender a resposta para estas perguntas, ele está parado ao nosso lado, simples e
gentilmente dizendo: “Entregue-me o seu coração”. Só isso – mas, isso é tudo. Podemos fazê-lo em
qualquer circunstância. Podemos fazê-lo com um parceiro ou sem ele, com um lar ou sem ele, com
uma igreja ou sem ela, no Brasil ou na Nova Zelândia.

Deus deve estar muito fatigado em ouvir nossas intermináveis orações sobre detalhes
insignificantes por meio dos quais fingimos desejar agradá-lo, enquanto que ao mesmo tempo
ignoramos seu mandamento supremo de amá-lo de todo coração, forças, entendimento e alma. Sem esse
amor total por ele em nosso coração, poderíamos ir até os confins da terra para pregar o evangelho e
dar nossos corpos para serem queimados, e mesmo assim estaríamos desperdiçando nosso tempo e o
tempo do Senhor. Inversamente, se esse amor realmente estivesse operando de forma plena em nosso
coração, poderíamos, estando placidamente sentados em qualquer parte, abençoar o mundo inteiro.
Deus não é limitado de nenhuma forma. Seu amor nunca pode ser limitado. Nós somos o fator
limitador.

Quando ele é livre para fluir, o amor de Deus é vasto como o oceano e profundo como o mais
profundo dos mares. Ele não somente quer dá-lo a nós, mas quer nos ensinar a dá-lo aos outros. A
todos? Sim, a todos. Ele não disse que faz raiar o sol sobre justos e injustos? Ele não ensinou, curou e
alimentou milhares? Ousaremos dizer quem ele deve abençoar e quem não? Esse foi o ponto em que
os líderes se enfureceram contra o apóstolo Paulo – quando este anunciou que levaria o amor de
Deus para os gentios, que eram desprezados (Atos 22.21, 22). O cristianismo organizado continua
escolhendo e discriminando, mas Deus está em busca de arautos cujos corações brilhem com o
insondável, belo e irrestrito amor dele.

Oração

Querido Deus, inunda o nosso coração com o teu amor.

Tu nos amaste primeiro e temos vivenciado a cada dia essa experiência deste amor insondável. Nós
te amos Senhor de todo o nosso coração. Queremos que o mundo perceba esse amor em nós em
nosso viver diário. E isso contribua para levá-los à tua presença. Em nome de Jesus. Amém.
9. CONCENTRE-SE EM CRISTO
João 17.1-21

Filhinhos, quantas vezes os tenho lembrado que é a minha pessoa que deve ser o centro de sua
adoração? Quando sua atenção está em mim, vocês estão unidos em um vínculo de amor. Vocês não
precisam se esforçar para amar uns aos outros. O amor que trazem a mim cresce como a maré e
envolve o Corpo todo num harmonioso fluir de cura. É tão fácil dirigir seus pensamentos a mim, seu
amoroso Salvador, e afastar-se das suas mágoas mesquinhas. Quando o meu Espírito Santo está no
controle no coração de vocês, essas coisas são eliminadas. O amor, a paz e a alegria do Espírito são
suas salvaguardas contra a luta da natureza carnal.

A amargura impede minhas bênçãos. Um espírito que não perdoa e não ama impede o mover de
Deus no meio de vocês.

Humilhem-se e busquem o meu perdão. Vou perdoá-los quando perdoarem uns aos outros.
Voltem para a cruz e para o sangue purificador. Lembrem-se novamente do preço que paguei pela
sua redenção. Sou mais paciente com vocês do que vocês são uns com os outros. Sou mais amável,
afável e compreensivo. Vou ensiná-los a amar quando deixarem de lado o orgulho e a autodefesa.
Vou tirá-los da cova quando ouvir o seu cântico de louvor.

Oração

Chegamos a ti, Salvador ressurreto e vivo, e nos gloriamos no teu triunfo sobre os poderes das
trevas. Identificamo-nos com a tua vitória sobre o pecado, com a tua vida ressurreta e com os teus
propósitos eternos. Ansiamos pelo dia em que cumprirás tua promessa de voltar da mesma forma
como partiste. Apressa esse dia, nós oramos, e prepara-nos em nosso espírito. Dá-nos graça para
estarmos vigilantes até que venhas.

Em teu santo nome, amém.


10. ELE RESSUSCITOU
Mateus 28.1-7

“Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá vocês o verão”
(Mateus 28.7).

Nossa esperança é renovada e nossos espíritos são estimulados pela bela mensagem da ressurreição
do corpo de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. O túmulo está aberto, a pedra foi removida; o
lenço está dobrado à parte e faixas de linho estão vazias! Ele não está aqui! Ressuscitou como
prometeu; e lembrem-se: Ele está indo adiante de vocês. O texto diz que ele “está indo adiante de
vocês para a Galileia”. Ele diria a nós hoje: “Vou adiante de vocês, onde quer que estejam indo”.

Pode ser que vocês não saibam para onde estão indo, e se isso for verdade, podem ter certeza de
que, embora o caminho lhes seja desconhecido, ele há de prepará-lo. Sim, ele está vivo!

Ele está vivo e sua presença está conosco. Este fato deveria produzir em nós um estado perpétuo de
júbilo. Nossa alegria deveria ser plena e nossos pés, leves. Outros viveram vidas dignas e morreram;
mas somente Jesus morreu e ressuscitou, e ele permanece único em seu poder sobre a morte e o
sepulcro.

Isso se aplica às nossas necessidades atuais. Não se trata de mera história. Essa é uma verdade
poderosa para hoje e para amanhã. Alguém conquistou a morte! Alguém escapou do sepulcro! Alguém
rompeu o padrão e deixou os poderes das trevas em desalento! Jesus não pode ser contido pela morte,
porque ele próprio era a personificação da vida ressurreta. Ele foi capaz de romper os grilhões da
morte como um raio de luz dissipa um feixe de escuridão. Seu inextinguível espírito de alegria o
expulsou do reino da tristeza e escuridão. Nada podia impedi-lo. O maior milagre não foi o fato de
ele ter ressuscita-do da sepultura, mas de ter chegado a experimentar a morte em alguma medida,
mesmo temporariamente. Morrer era contrário a tudo o que ele é. Ressuscitar é a sua expressão
natural, porque ele não é somente vida, mas o próprio Criador da vida. E nós, crentes, somos
participantes desta vida. Estamos unidos a ele pela fé. Somos herdeiros juntamente com ele na vida e
no poder da ressurreição. Conhecer e crer nisso deveria nos tirar de nosso abatimento e libertar-nos
da depressão. Quando Jesus morreu, eu morri com ele; e louvado seja Deus, pois quando ele
ressuscitou, também ressuscitei com ele. “Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem
as coisas que são do alto, onde Cristo está assenta-do à direita de Deus. [...] Pois, vocês morreram, e
agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3.1,3).

Que verdade dinâmica! Que realidade tremenda! Isso deveria revolucionar totalmente o caráter e a
personalidade de cada crente.

Nós também podemos experimentar a morte, como foi o caso de Jesus, mas isso não será para
sempre, porque um dia também experimentaremos o poder da ressurreição, quebra-remos os laços da
morte e ressuscitaremos triunfantes do sepulcro. Lemos em 1 Coríntios 15.22: “Pois da mesma
forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivifica-dos”. Aleluia! Tome posse desta
verdade, irmão santo! Ela é uma estrela luminosa brilhando no céu da meia noite. Qualquer que seja
o seu fardo, ele será mais leve se mantiver o seu coração inflamado com essa gloriosa esperança – essa
verdade dinâmica. E essa é a mensagem do evangelho: Cristo morreu pelos nossos pecados; ele foi
sepultado e ressuscitou no terceiro dia; ele ascendeu aos céus, de onde virá outra vez e nos receberá
para que compartilhemos de sua vida por toda a eternidade. Louvado seja o seu maravilhoso nome!
Que a mensagem da ressurreição nunca perca o seu brilho, e que os nossos olhos estejam sempre
aguardando o seu iminente retorno.

Oração

Louvamos-te, nosso Pai, pelas bênçãos recebidas, cada desafio vencido e cada vitória conquistada.
Agradecemos pelas provações e sofrimentos, pelas alegrias e tristezas, pois em cada experiência
estamos sendo disciplinados na arte do contentamento. Tu és o mesmo, e em todas as mudanças de
nossa vida, saber que estamos sempre envolvidos e preenchidos pela presença e poder do teu Espírito
permite que em tudo tenhamos júbilo. E, assim, encaramos os dias vindouros com um espírito de
alegria, sabendo que, em cada necessidade, tu serás totalmente fiel em satisfazer-nos com tua infinita
provisão. Aceita nossa gratidão pelas bênçãos futuras junto com nosso reconhecimento pelas
misericórdias passadas, e concede-nos uma fé crescente para que possamos servir-te com maior
eficácia e com amor mais profundo. Em nome de Jesus, amém.
11. MUITO BEM, SERVO BOM E FIEL
Mateus 25:14-23

Essas palavras da parábola de Jesus sobre os talentos (Mateus 25.23) falam a nós tanto pelo que
elas dizem quanto por aquilo que omitem. O que elas dizem é: “Muito bem, servo bom e fiel”. O
que não dizem (e o que, em nossa época e cultura, esperaríamos que fosse dito) é: “Muito bem,
mestre rico e bem-sucedido”. Infelizmente, dá-se maior importância ao sucesso do que à fidelidade.
Jesus colocou a ênfase na fidelidade. Embora seja verdade que a diligência é um elemento vital para se
alcançar o sucesso, é bom notar que Jesus, quando aprovou a fidelidade, enfatizou essa qualidade do
caráter em vez do resultado final.

Nosso proveito em reconhecer esse fato está no seu fator de encorajamento. Muitos anos de
fidelidade podem passar antes que a recompensa seja recebida. Nesse tempo de espera, é importante
saber que os olhos de Deus estão observando nossa fidelidade e nos julgando de acordo. Fracasso ou
sucesso não são nossa preocupação no momento atual. É Deus quem decide se tivemos êxito, e isso
ele julgará no devido tempo.

Enquanto isso, nossa responsabilidade é buscar a fidelidade.

Aos nossos olhos e aos olhos dos outros podemos fracassar completamente em ser “mestres ricos e
bem-sucedidos”. Mas temos a possibilidade de nos tornarmos “servos bons e fiéis”.

Um dos fatores determinantes, no entanto, para termos êxito nesse sentido é realmente fazer disso
o nosso alvo. O mundo, a carne e o diabo têm colocado diante do homem o alvo de se tornar um
“mestre rico e bem-sucedido”, e têm vendido essa imagem de sucesso de maneira tão eficaz, que em
nosso sub-consciente a ideia de ser um “servo bom e fiel” é algo que pouco desejamos e que, se
possível, evitamos completamente! Não queremos ser servos fiéis: Queremos ser mestres bem-sucedidos.

Aqui se encontra o nosso maior obstáculo em seguir a Jesus com um coração puro e desejo sincero.

Lemos sobre Jesus que ele “humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz”
(Filipenses 2.8). Será que estamos preparados para esse tipo de obediência – esse tipo de fidelidade?
Acaso temos um verdadeiro desejo de ser servos? É isso que se exige de nós. Jesus foi servo. Ele é
chamado de Servo/Filho. Ele também foi Mestre, mas, sua atitude como Mestre era influenciada
pelo seu espírito de humildade como Servo.

A literatura sobre os diferentes métodos para se alcançar riqueza e sucesso é abundante. Todos nós
aceitaríamos de bom grado uma rota que nos levasse diretamente ao topo. É menos glamuroso aceitar
a ideia de conviver com a rotina. Grande parte da vida para a maioria de nós se resume a
continuarmos vivendo, um dia desinteressante após o outro, fazendo aquilo que está à mão –
enfrentando os desafios a serem enfrentados – e sendo fiéis. E a melhor parte disso é que Deus não
requer mais do que isso – a fidelidade, e para ele isso não é uma coisa pequena, mas um teste crucial.

É mais fácil para um atleta vencer uma prova olímpica do que para um santo fatigado se levantar a
cada novo dia e consistentemente proclamar: “Bendirei o Senhor em todo o tempo! Os meus lábios
sempre o louvarão!”. Essa é uma expressão de fidelidade. “Cuidar dos órfãos e das viúvas em suas
dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” é outra.

Fidelidade é estar “preparado a tempo e fora de tempo” – ensinando a Palavra. Fidelidade é “orar
continuamente”. É “correr com perseverança a corrida”, é “vestir toda a armadura de Deus”, é “levar
os fardos pesados uns dos outros”, é “ter os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé”, é
“suportar sofrimentos, como bons soldados”, é “guardar com paciência pelo Senhor” e “permanecer
em Cristo”.

Nossos preciosos planos podem não se materializar; nossos sonhos podem não se tornar realidade.
Obstáculos podem aparentemente bloquear nosso caminho, e tristezas podem partir nosso coração.
Será que em tempos assim podemos manter a rota e continuar sendo servos bons e fiéis? É isso que a
Bíblia exige de nós, seguidores de Cristo. Quando nossas esperanças são despedaçadas e nossos
tesouros mais preciosos são tirados de nós, o inabalável amor de Deus nos sustentará na escuridão.
Lemos em Tiago 5.10,11: “Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como
exemplo de paciência diante do sofrimento. Como vocês sabem, nós consideramos felizes aqueles que
mostraram perseverança.

Vocês ouviram falar sobre a paciência de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O
Senhor é cheio de compaixão e misericórdia”.

O tipo de constância que faz com que continuemos servindo o Senhor diante das dificuldades e do
desânimo é expresso no antigo hino espanhol do século XVII: Meu Deus, eu te amo, não porque
espero alcançar Com isso o céu, Nem porque os que não te amam Estão eternamente perdidos.

Tu, ó meu Jesus, Abraçaste-me lá na cruz; Por mim suportaste os pregos e a espada, E desgraças de
todo tipo.

E inúmeros tormentos e aflições, Suor de agonia; Sim, a própria morte; e tudo por mim Que era
teu inimigo.

Então por que, ó bendito Jesus Cristo, Não deveria eu amar-te com todo o meu ser?

Não com o intuito de alcançar o céu, Nem para escapar do inferno.

Não com a esperança de ganhar alguma coisa, Nem buscando uma recompensa; Mas da forma
como me amaste, Ó sempre amoroso Senhor, Assim desejo amá-lo, querido Senhor, E cantarei
louvores a ti; Unicamente porque és o meu Deus, E meu adorado Rei.

Se precisamos de uma força motivadora para nos mantermos firmes como servos fiéis de Cristo,
certamente a encontraremos em nosso amor por ele e em seu grande amor por nós. Sua vida terrena
serviu de exemplo, mas o seu amor é um poder que nos dá energia. Seu Espírito Santo atrai nosso
coração para o céu, em gratidão ao grande dom de Deus de vida eterna por meio de Jesus Cristo, seu
Filho; ao mesmo tempo, esse amor divino que sobre nós é derramado busca fluir por nosso
intermédio para envolver todos aqueles por quem o Salvador morreu. Para que possamos ser um
canal aberto na expressão desse amor, precisamos ser servos bons e fiéis. Essa é nossa alegria suprema,
nosso maior privilégio e nossa responsabilidade mais urgente. (Veja Efésios 3.14-21).

O caminho da dedicação pode se opor aos desejos pessoais.

Esse costuma ser o caso. O propósito divino é cumprir a vontade do Pai, não regalar nossas
inclinações egoístas. Cada novo dia é uma oportunidade de entregarmos nosso egocentrismo e nos
envolvermos nas coisas do Pai.

Muitas vezes caímos e precisamos levantar e continuar a caminhada; e é sábio não esperar que
alguém venha em nosso auxílio. Um antigo provérbio sueco diz: “Se procuras uma mão amiga, ela
está no final do teu braço”. Pode não parecer muito espiritual, mas é um conselho saudável. Deus é
uma ajuda muito presente em tempos de necessidade. Ele é um Deus de poder e de milagres. Mas há
certas coisas que ele não fará por nós. O poema da Maltbie Babcock traduz bem essa ideia:

Seja forte!

Não estamos aqui para brincar – para sonhar, vaguear.

Temos trabalho duro a fazer e cargas para levar.

Não evite a luta – enfrente-a; este é o dom de Deus.

Seja forte.

Não importa o quanto o erro esteja entrincheirado, Quão feroz a batalha, quão longo o dia!

Não desanime – continue lutando! Amanhã virá a canção.

É verdade que de fato existem batalhas que precisamos travar, existem cargas que precisamos levar e
existem deveres e obrigações pelos quais somos responsáveis; e aquele que espera que Deus o faça,
esperará em vão. As Escrituras dizem: “Quanto a mim, o Senhor me conduziu na jornada” (Gênesis
24.27). O texto não diz: “deitado na cama” ou “sentado na cadeira”! Não! “Conduziu na jornada”
sugere ação e iniciativa.

Nosso Senhor disse em Lucas 12.50: “Mas tenho que passar por um batismo, e como estou
angustiado até que ele se realize!” Jesus tinha uma missão a cumprir e não permitiu que coisa alguma
o impedisse.

Amados, também temos uma missão divina pela qual somos responsáveis, e deveríamos nos
empenhar em cumprir a missão para a qual fomos chamados e escolhidos por meio de sua graça e
força. Somente quando cumprirmos nossa parte, poderemos esperar ouvir essas palavras
pronunciadas a nós naquele dia: “Muito bem, servo bom e fiel”.

Esse é um alvo digno de ser alcançado. É algo pelo qual vale a pena se sacrificar. É um alvo pelo
qual vale a pena viver e, se necessário, morrer; e pode requerer o tipo de “morte” que ocorre pouco a
pouco, dia a dia, deixando-se de lado a busca pelas coisas que não têm essência ou valor eterno para,
em vez disso, acumularmos riquezas espirituais no reino celestial. Pode requerer menos conversa e
mais oração; menos sono e mais trabalho; mas é um caminho de glória e uma vida de alegria santa.
Aleluia!

Oração

Pai celestial, em nome de Jesus, curvamo-nos na tua presença para esperar em ti. Esperamos, não
com o desejo de que faças algo especial para nós, mas de que o toque silencioso do Espírito Santo em
nosso coração aquiete todos os pensamentos estranhos ao teu amor e todos os sentimentos que
podem perturbar a paz que tu dás. O mundo nos pressiona, mas nós buscamos a ti e a sagrada
atmosfera da adoração. Permite que o poder revigorante e refrescante do teu Espírito Santo nos limpe
de toda injustiça e transforme-nos pela tua graça.

Amém.
12. E JESUS OBSERVAVA
Marcos 12.38-41

“Jesus sentou-se em frente do lugar onde eram colocadas as contribuições, e observava” (Marcos
12.41). Deus está interessado hoje na questão do dar e receber da mesma forma que na época
quando Jesus observava o que estava acontecendo no templo. Mas, seu interesse mais profundo tanto
na sua época quanto hoje está relacionado com a atitude do coração.

Deus não está particularmente interessado, ao que tudo indica, na riqueza ou na falta dela, mas ele
está muito interessado em tudo aquilo que toca o espírito do homem, seja bom ou ruim – a
generosidade e a avareza.

O apóstolo Paulo diz: “Não cobicei a prata nem o ouro nem as roupas de ninguém” (Atos 20.33).
Quão surpreendente, revigorante e inovador para um evangelista! Não à luz da Palavra de Deus, mas
em contraste com a tendência popular, que não é nova, mas cada vez mais persistente. Se você tivesse
vivido nos dias de Paulo, não teria recebido pedidos insistentes por recursos financeiros para ele em
sua caixa de correio.

Ao continuar lendo, percebemos que ele não apenas deixou de cobiçar ouro e prata, mas diz:
“Vocês mesmos sabem que estas minhas mãos supriram minhas necessidades e as de meus
companheiros. Em tudo o que fiz, mostrei-lhes que mediante trabalho árduo devemos ajudar os
fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que
em receber’” (Atos 20:34,35).

Você pode imaginar quanto mais fácil seria sentar aos pés de um mestre da Bíblia ou de um
pregador que, a exemplo de Paulo, não colocasse sobre você o peso de suas necessidades financeiras,
quer sejam necessidades de fato ou extravagâncias?

O desejo de Paulo de não depender dos outros, mas de carregar sua própria carga e repartir com os
necessitados é bem diferente do que se costuma ver hoje. Certas práticas recebem aceitação popular,
ou são pelo menos toleradas, não porque estejam certas, mas simplesmente porque são amplamente
difundidas.

Jesus passou a maior parte de sua vida na terra, não pregando ou realizando milagres, mas
trabalhando com suas mãos na carpintaria, fazendo coisas e presumivelmente as vendendo para
sustentar a família na ausência de José, que, de acordo com a história, morreu quando Jesus ainda era
um menino jovem. E, durante os anos de seu ministério, ele nunca se envolveu com levantamento de
fundos. A única vez que passou as cestas, elas estavam cheias, e ele disse: “Tire algo”, e não “coloque
algo”!
Aqueles que desejam ter êxito no ministério precisam aprender uma lição com Jesus e Paulo. A
primeira coisa necessária no ministério não é uma lista de endereços para levantar dinheiro, mas uma
lista de oração para intercedermos. Jesus veio para ministrar às necessidades humanas. Ele não estava
preocupado em fazer com que as pessoas o sustentassem e atendessem às suas necessidades. Ele estava
realizando a obra de seu Pai, dando, não tirando. Ele admoestou a Pedro, quando o enviou, que
pastoreasse ou alimentasse as suas ovelhas, não que as tosquiasse.

Precisamos, em primeiro lugar, examinar nosso próprio coração e motivos; e jamais faremos mal,
também, em exercer algum discernimento espiritual em relação àqueles que praticam a coerção.
Perderemos a maior alegria da vida se perder-mos a alegria de dar; mas perderemos o melhor de Deus
se, em vez de darmos de acordo com a direção de Espírito Santo, dermos de acordo com as exigências
dos outros.

Lemos no Antigo Testamento sobre as “congregações de profetas”. Às vezes me pergunto se nossas


atuais instituições educacionais que visam formar pregadores não estão, na verdade, oferecendo
cursos sobre como obter lucro em vez de formar profetas! Uma coisa é certa: Não há carência de
habilidade entre o clero quando o assunto é levantar dinheiro, e não há limites na sua criatividade em
fazê-lo. É possível que a assim chamada “mensagem da prosperidade” seja planejada para continuar
facilitando esses mesmos fins, porque é difícil ter prosperidade no púlpito quando há pobreza nos
bancos.

A consideração mais crucial é que, enquanto a liderança não aprender e praticar um princípio
espiritual, ela inevitavelmente estará privando os seus seguidores desse ensino.

Somente uma pessoa que sabe o que é andar pela fé pode ensinar o seu povo a fazer o mesmo. E
enquanto o pregador continuar implorando recursos ao seu povo, eles por sua vez implorarão aos
outros, e não sentirão remorso ao fazê-lo.

O que se perde na comunidade religiosa por meio da coerção financeira é a força de caráter, a
integridade pessoal, o senso apropriado de responsabilidade e, em muitos casos, a própria
honestidade básica. Ainda que rejeitemos a filosofia segundo a qual “Deus está morto”, agimos como
se ela fosse verdade quando vemos as pessoas como a nossa fonte em vez de Deus. É maravilhoso
andar com Deus na simplicidade da confiança. Nenhum poder no céu, na terra ou mesmo no
inferno pode impedir que as bênçãos dos céus sejam derramadas sobre o doador satisfeito e alegre.
Quando o povo de Deus é motivado pelo seu amor, a generosidade deles não pode ser contida; e
quando o dar é direcionado pelo Espírito Santo, ele o usará para abençoar os necessitados e não os
avarentos.

Quando Jesus observou aqueles que davam, ele não estava tão preocupado com o que eles davam,
mas como eles davam: Não com o tamanho da dádiva, mas com a sua fonte – se realmente vinha do
coração. É por isso que ele elogiou a viúva que deu duas moedinhas, não apenas porque para ela isso
representava um grande sacrifício, mas porque ao dar, ela deu por amor a Deus, e não porque o
estavam requerendo dela.
Mil Reais doados a uma organização religiosa que é fruto de coerção não têm valor aos olhos de
Deus quando comparados à menor dádiva feita de coração, com alegria, como se fosse para ele. Dar é
um ato de adoração, e por essa importante razão, quando se levantam fundos religiosos em um nível
meramente humano, de homem para homem, e por motivos egoístas, isso pode ser considerado
idolatria aos olhos de Deus. Podemos estar certos de uma coisa: Ele continua observando! É preciso
lembrar: tudo o que fazemos, devemos fazer para a glória dele.

Busquemos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e confiemos que ele será fiel em
suprir nossas necessidades temporais. Esforcemo-nos “para ter uma vida tranquila, cuidar dos
[nossos] próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos [...] a fim de que andem [os]
decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam[os] de ninguém”

(1Tessalonicense 4.11,12). E prestemos atenção ao seguinte mandamento: “Deem, e lhes será


dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois, à medida que
usarem, também será usada para medir vocês”

(Lucas 6.38). Existem leis espirituais que operam na área das finanças. Elas funcionam!

Oração

Senhor amplia a nossa visão do teu Reino. Concede-nos da tua sabedoria para que saibamos
construir tesouros para a vida eterna. Que adiantaria ganharmos o mundo inteiro e não termos
semeado para a eternidade? Nós te amamos, por isso queremos viver no centro da tua vontade. Em
nome de Jesus.

Amém!
13. HONRA-ME
1Samuel 15.22-31

Filhinhos atentem para os meus conselhos. Vocês têm andado em rebelião e seguido o convite do
mundo. O mundo e tudo o que nele há estão perecendo, e aqueles que o seguem também perecerão.
Busquem vida, não morte, meus filhinhos. A vida será de vocês quando seguirem os meus
mandamentos. Minhas leis são dadas para sua preservação e felicidade. Quero que sejam felizes, livres
e que experimentem a plenitude de sua expressão criativa. Isto só acontecerá à medida que rejeitarem
honrar seu próprio ego e verdadeiramente começarem a me honrar. Vocês trazem honra a mim
quando cumprem os meus mandamentos. Aquele que fracassa em ser obediente aos meus
mandamentos acumulará tristeza mesmo nos maiores momentos de realização humana.

O único sacrifício aceitável é aquele oferecido por um vaso limpo e submisso. Só assim extraio
alegria, amor e conforto de sua devoção e dedicação.

Oração

Pai celestial! Diante da pressão da vida buscamos uma pausa para estar diante de tua face, para
curvar-nos em submissão e entregar em tuas mãos todo fardo, cuidado e preocupação. Há paz na tua
presença, e essa paz penetra em nosso espírito à medida que aprendemos de forma crescente a
permanecer em Ti. Tu és nossa torre forte de defesa. Tu és nosso advogado enquanto permanecemos
em silêncio. Nosso amor flui até a tua presença em uma corrente de adoração sem fim.

Louvamos-te pela abundância de tuas misericórdias concedidas a nós. Ministra por nosso
intermédio, nós oramos, aos quebrantados de coração, aos aflitos, aos solitários e oprimidos. Torna
teu amor conhecido por meio de palavra e ação à medida que buscamos compartilhar com os outros
as riquezas da tua graça. Em nome de Jesus, e para tua glória, amém.
14. O IRMÃO QUE FALTAVA
2 Coríntios 2.1-13

“Quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo e vi que o Senhor me havia aberto
uma porta, ainda assim, não tive sossego em meu espírito, porque não encontrei ali meu irmão Tito”
(2 Coríntios 2.12,13).

Qualquer conceito de devoção a Deus que não nos leve a buscar nosso irmão carece de um
elemento essencial. No texto acima, o apóstolo Paulo vai a Trôade para pregar o evangelho de Cristo,
uma vez que o Senhor tinha-lhe aberto uma porta. Ao continuar com a nossa leitura, temos a
impressão de que ele partiu prematuramente. Paulo explica que ele precisava ter sossego em seu
espírito, porque não encontrou Tito, seu irmão.

Esta é uma declaração relevante, vinda de um homem que em tantas situações é descrito como um
homem de grande coragem e força. Temos aqui um vislumbre fugaz da ternura do coração desse
apóstolo. Ele reconheceu que Deus tinha aberto para ele uma porta de oportunidade para pregar as
boas novas do evangelho de Cristo, mas sua tristeza de espírito em não encontrar Tito foi tão
angustiante que ele partiu repentinamente para a Macedônia.

Esse breve incidente nos obriga a pensar. Salienta o fato de que a verdadeira religião é tanto
vertical quanto horizontal, pois temos uma responsabilidade em relação a Deus e ao nosso irmão.
Tiago escreve: “A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos
órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tiago 1.27). Isso
foi expresso por Jesus ao mencionar os dois primeiros e maiores mandamentos, amar o Senhor, o seu
Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças
e amar o seu próximo como a si mesmo (Marcos 12.30,31). Romanos 13.10 acrescenta: “O amor não
pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei (Romanos 13.10).

Um antigo poeta persa diz: “Procurei minha alma; mas não a encontrei. Procurei meu Deus, mas
ele me iludiu. Procurei meu irmão, e encontrei as três coisas”. Existe um tempo para adorar a Deus, e
existe um tempo para procurar o irmão.

À medida que andamos no Espírito, encontramos um equilíbrio entre os dois. É a conexão entre a
devoção e o serviço – a fé e as obras.

À medida que formos sensíveis à direção do Espírito Santo, poderemos experimentar sentimentos
semelhantes aos de Paulo em Trôade. No meio da execução de tarefas, aparece uma preocupação
com um indivíduo em particular, e o sentido de responsabilidade com essa pessoa nos afasta de tudo
o mais que estamos fazendo.
Isto aconteceu com Filipe quando ele estava no meio de um avivamento e viu-se subitamente
transladado pelo Espírito ao deserto para ministrar a um eunuco etíope. Notamos esse princípio
outra vez no caso de Jesus sendo atraído para o poço de Sicar para conversar com a mulher
samaritana.

Há momentos em que uma vida toca outra num lugar especial e num momento especial, e os
efeitos são duradouros. Portanto, jamais devemos nos envolver de tal modo no que fazemos, mesmo
que estejamos pregando o evangelho, a ponto de não estarmos à disposição do Espírito se ele quiser
nos usar em algum outro lugar para ministrar às necessidades de algum indivíduo. Deus se interessa
sempre pelo indivíduo.

É nosso instinto humano natural, nascido do orgulho, ficar impressionado com as massas. Jesus
pregou às multidões em algumas ocasiões, mas frequentemente o vemos tocando indivíduos.

É maravilhoso, quando a alma está especialmente necessitada, ser sensível ao chamado do Espírito
e flexível o bastante para obedecer e ir aonde (e quando) for necessário. Embora não se trate de uma
transladação literal como no caso de Filipe, é um tipo de ação muito similar. E para aquele que anda
no Espírito, essas interrupções divinas são tão naturais como se fizessem parte de uma programação
planejada.

Nossas prioridades e as prioridades de Deus nem sempre parecem ser as mesmas, mas à medida
que nos submetemos aos toques do Espírito Santo, nos encontraremos cada vez mais no local de sua
escolha, cumprindo sua vontade e propósitos. O segredo é manter o fluir da comunicação entre o
Espírito Santo e o nosso espírito, para que possamos captar o estímulo. Isso pode nos levar à porta ao
lado ou a algum lugar a quilômetros de distância, pessoalmente ou por telefone ou carta. Mas,
sempre será uma atividade frutífera, e, além disso, nenhuma atividade sofrerá por ser posta de lado
em obediência ao chamado dele.

E o que fazer quando sentimos um pesar por uma pessoa, mas, por um ou outro motivo, não
temos condições de escrever, ligar ou ir? Nesse caso, existe outro meio de alcançá-la, com frequência
o meio mais eficaz: a oração. A oração de intercessão, mesmo breve, pelo nosso irmão em seu tempo
de necessidade será um instrumento nas mãos de Deus para tirar o peso de sua alma, cobri-lo com a
misericórdia protetora de Deus, resistir ao ataque violento do inimigo e aliviar sua angústia. A
virtude de cura do Senhor Jesus Cristo flui de um membro para outro em seu corpo, a igreja, pelo
poder invisível da oração intercessora. Respondendo uma das primeiras perguntas da Bíblia: Sim, nós
somos na verdade o guardador do nosso irmão. Em nossa prontidão em dedicarmo-nos uns aos
outros, o amor de Deus é derramado e, pela fé, os poderes das trevas são colocados debaixo dos
nossos pés.

Existe um “Tito” em sua vida? Existe um irmão por quem o seu coração sofre? Talvez haja muitos,
o que não seria surpresa alguma, visto que o mundo está cheio de sofrimento e lutas. Sejamos gratos
por ter essa consciência e comprometa-mo-nos a responder em oração. Não há tempo para
procrastinação, e um espírito egoísta não irá fazer esse sacrifício.
Somente o amor e a obediência nos manterão num lugar onde poderemos ser tocados pelas
debilidades dos outros e usados como canal de bênçãos.

Há um poder de sustentação que flui por meio da oração.

Deus tem a habilidade de fazer tudo sozinho sem a ajuda de ninguém, mas ele escolheu permitir
que seus filhos fossem canais de bênçãos. Que privilégio maravilhoso! Deveríamos conservar esse
dom com muito carinho e mantê-lo cuidadosa-mente em operação em nossas vidas todos os dias.
Será que não deveríamos nos comprometer em passar mais tempo diante do trono da graça, tanto
para nós mesmos quanto uns pelos outros, para que sejamos guardados da mornidão e indiferença,
do egoísmo e desinteresse, sim, do pecado e da rebelião? Não há meio mais rápido e eficaz de gerar
alegria e luz neste mundo de trevas do que a oração, especialmente a oração de louvor e intercessão.

Certa pessoa visitou uma casa de repouso e encontrou uma preciosa senhora de idade em uma
cadeira de rodas. Sua face transmitia um brilho que resultava de uma profunda paz interior. Quando
essa pessoa lhe perguntou como ela mantinha um espírito feliz em tais circunstâncias, ela respondeu:
“Eu decidi, nesta situação, da qual possivelmente não posso escapar, passar o meu tempo aqui orando
por todos os internos”. Não é de admirar que ela fosse capaz de se elevar acima das circunstâncias
desanimadoras e manter um rosto feliz e um coração satisfeito! E se isso funcionou para ela,
certamente também funcionará para cada um de nós.

Oração

Bendito Pai Celestial, nossos corações se voltam a ti em amor e adoração por tudo que tu és e pelas
muitas bênçãos derramadas sobre nós. Embora sejamos indignos, a tua graça se estende sobre nós, e
na tua misericórdia apagaste as nossas transgressões. Oramos para que aceites nosso amor que é fruto
do teu amor, e nossa gratidão por tão grande salvação.

Na tua compaixão sê próximo daqueles que sofrem e conforta os entristecidos através do teu
Espírito Santo, que é o próprio Consolador. Envia a tua luz para guiar os que te procuram no
caminho da vida. Com gratidão oramos, em nome de Jesus.

Amém.
15. A TRANQUILIDADE DA ADORAÇÃO
João 14.15-27

Há um caminho do Espírito desconhecido pela mente natural. Nenhuma barreira pode impedi-lo
de encontrar o melhor do Senhor a não ser uma vontade inflexível. Enquanto o seu desejo mais
profundo for conhecer a vontade de Deus e fazê-la, ele próprio irá guiá-lo através de todo tipo de
caminhos surpreendentes.

O desejo do Espírito de abençoá-lo vai muito além do seu próprio desejo pessoal em assegurar as
suas bênçãos. Sempre há paz na sua presença. Não interrompa essa paz com a ansiedade de conhecer
o que está guardado para amanhã. Da própria tranquilidade da adoração surgirá a orientação que
você precisa.

Dê a ele sua completa adoração. Sua graça em relação a você se estende através do canal do seu
amor, por meio do silencioso conhecimento desse fato: Cristo está aqui neste dia, porque Cristo está
em mim. Você não pode ir a lugar algum sem o encontrar ali, porque aonde quer que vá, você o leva
consigo, e ele vai à sua frente e segue atrás de você!

Oração

Pai Celestial... Chegamos a ti com os corações gratos pelas muitas dádivas e pelas manifestações
diárias do teu cuidado amoroso. Adoramos-te, amamos-te e oramos para que possamos receber a
graça e a compreensão para expressar generosidade aos que estão ao nosso redor e a todos que de
alguma forma tocam a nossa vida. Livra-nos do medo de que nos falte algo para que possamos ter a
mão aberta para dar, sabendo que no fluir da provisão divina sempre haverá o suprimento daquilo
que precisamos. E em nosso dar, permita que o perdão seja a dádiva suprema que teus filhos estejam
dispostos a dar uns aos outros, e que, como irmãos, vivamos na liberdade que é nossa herança em
Cristo, que nos ensinou a orar: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos
devedores”. Em nome de Jesus, oramos. Amém.
16. A ATITUDE DE GRATIDÃO
Salmos 118.1-24

Li um livro que tinha o seguinte título: Uma Atitude de Gratidão. Empresto este título para a
minha mensagem. Há um toque de genialidade em certas frases, algo que as faz permanecer em nossa
consciência e voltar à nossa mente quando achamos tê-las esquecido há muito. Essa é uma delas.
Devem ter passado vinte anos desde que li o livro, cujo conteúdo esqueci em grande parte; lembro-
me apenas que ele ressaltava a importância de se desenvolver um espírito de gratidão, o que ao
mesmo tempo ajuda a reduzir o murmúrio e as reclamações. Um estado de espírito alegre resulta de
um espírito grato. Uma boa maneira de iniciar o dia, antes de falar com qualquer pessoa, é dizer à sua
alma: “Este é o dia em que o Senhor agiu; alegremos e exultemos neste dia” (Salmos 118.24).

Pouco importa quem somos ou onde estamos: Cada um de nós é importante para o nosso Pai, e
cada um ocupa um lugar significativo no reino dos céus. Nossa fidelidade a ele deveria ser prioridade,
e isso estando estabelecido, nossos relacionamentos mútuos se encaixarão. “E consideremo-nos uns
aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras.

[...] Encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando [vemos]que se aproxima o Dia” (Hebreus
10.24,25). A influência de um indivíduo sobre outro, e a influência de todos sobre cada um dos
demais, coletivamente, é uma força poderosa – que pode servir tanto para o encorajamento a uma
dedicação total ou ao desânimo e a deserção.

Também vemos incluídas nessa passagem de Hebreus (mencionada acima) as seguintes palavras,
tão frequentemente citadas, muitas vezes negligenciando-se o seu contexto: “Não abandonemos a
prática de nos reunir” (v. 25, A21). Essa parte do texto é vista mais como um anexo do que como o
ponto central. Amados, muitas vezes os crentes ressaltam a importância de se reunirem; mas ao
mesmo tempo omitem a admoestação, contida no mesmo contexto, a considerar “uns aos outros”
com o propósito de “incentivar-nos [nos estimular, desafiar, provocar] ao amor e às boas obras”, e a
fazê-lo de maneira crescente à medida que se aproxima a vinda de Cristo.

E para sermos justos, o texto não diz onde ocorrerá a “reunião”. Pergunto-me quanta consideração
mútua e quanto estímulo mútuo em relação ao amor e às boas obras poderia haver entre os santos se
estivéssemos mais conscientes do simples fato de que não precisamos esperar para praticar essas
verdades até estarmos dentro das paredes de um prédio específico? Os antigos costumavam dizer:
“Em cada conversa deveria haver algumas palavras de sabedoria divina”. Qual a importância que
damos ao tipo de influência que deixamos ao conversar diariamente (casualmente) com os
companheiros cristãos, e mesmo com todos aqueles com quem temos contato seja pelo motivo que
for?

Sempre gostei de recontar o seguinte incidente na vida de Alfred Tennyson. Quando ele se dirigia
à porta de entrada de sua casa, com o jornal debaixo do braço, a vizinha que estava no jardim lhe
perguntou: “Quais são as novas, Sr. Tennyson?”, ao que ele prontamente respondeu: “Boas novas!
Cristo morreu pelos nossos pecados”. Podemos dizer que naquele momento eles estavam “reunidos”
e Tennyson aproveitou a oportunidade para estimular a fé de uma amiga.

Na próxima vez que alguém gracejar: “Tenha um bom dia”, poderíamos responder: “Obrigado.
Estou certo de que será, porque todos os dias são bons com Jesus”. Isso não precisa ser dito de forma
formal ou enfadonha, já que há inúmeras maneiras de compartilhar uma palavra de fé ou
encorajamento de forma honesta e sincera e com a mesma naturalidade com que falamos sobre
outras coisas. Seria até divertido iniciar nossa própria pequena experiência e ver quantas
oportunidades encontramos de compartilhar nossa fé e buscar levantar o ânimo de outra pessoa por
meio de uma palavra de sabedoria anunciada com sinceridade. “Como maçãs de ouro em salvas de
prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Provérbios 25.11). Que bela maneira de expressar as
riquezas que aguardam aqueles que compartilham pensamentos realmente convenientes e
espiritualmente significativos nas conversas do dia a dia! Não há necessidade de esperar até o
momento do testemunho no culto. Talvez a pessoa que tem grande necessidade de ser animada e
desafiada nunca estará num culto para ouvir a boa palavra. Jesus era um frequentador regular do
templo, mas de forma alguma limitou sua influência a um lugar ou tempo específicos.

Bendito seja Deus por cada templo de igreja, mas, amados, a catedral de Deus é o mundo! O
Espírito Santo deseja tocar vidas numa terça-feira pela manhã num banco da mesma forma que no
culto dominical na igreja. É maravilhoso estarmos unidos com outros irmãos na congregação, mas
deveríamos estar igualmente motivados em sentir e expressar um verdadeiro espírito de louvor o
tempo todo e em qualquer lugar. Não foi essa a vida de Jesus? Não foi Davi quem escreveu os belos
cânticos, aqueles que cantamos na igreja, ao ar livre, na encosta da montanha, cuidando de ovelhas?
Podemos colocar limites, mas jamais limitaremos Deus a uma religião organizada.

Ele está em todo lugar, e se permitirmos, ele abrirá caminho sempre que necessário, e mostrará de
maneira gentil, mas segura, que existe um espaço em quase todo coração que clama pelo seu amor.
Seja grato, mas não esqueça de compartilhar suas bênçãos sempre que possível, pintando quadros
pratea-dos com maçãs de ouro.

Oração

Pai celestial! Curvamo-nos diante de tua presença, cientes da nossa indignidade, mas lançando-nos
nos teus braços de misericórdia. Lançamos nossos cuidados e tristeza sobre ti, bem como nossos
pecados, lembrando que Cristo levou nossos pecados, nossas enfermidades e nossos sofrimentos. Sê
próximo, oramos, de todos os que experimentam provações profundas. Protege os que estão
enfrentando grande perigo.

Levanta os que estão com o coração abatido e concede paz e alegria àqueles que carregam fardos
pesados demais para serem compartilhados mesmo com o amigo mais querido.

Tu és nossa fonte de força e ajuda, e colocamos nossa vida, bem como a dos nossos amados, aos
teus cuidados. Tu nunca deixaste de nos sustentar até mesmo no meio das tempestades mais severas,
e não nos abandonarás agora. Louvamos-te com o coração transbordando de gratidão, por meio de
Jesus Cristo, nosso Salvador, em cujo nome oramos. Amém.
17. NÃO ESTRANHE
1 Pedro 4.1-12

Lemos em 1 Pedro 4.12: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos
tentar, como se coisa estranha vos acontecesse” (Pedro 4.12). É um fato certo que a ardente prova
virá, e ela é enviada para provar vocês, ou, por definição, para testar e disciplinar. A admoestação
ocorre para não sermos pegos de surpresa, para que não “estranhemos”, não fiquemos consternados
pelo fato de tal coisa acontecer conosco. Não se envergonhe caso sofra como cristão (v.16). Não
considere isso uma desgraça, mas antes glorifique a Deus. Louve o Senhor no meio do sofrimento e
regozije-se; e “os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao
fiel Criador, fazendo o bem”

(v.19).

É claro que nem todo sofrimento é para a glória de Deus, e nem tudo está de acordo com a sua
vontade. Mas, a mensagem que se repete por toda a epístola de Pedro é que ardentes provas estão
vindo para testar a nossa fé, e não devemos ser apanhados desprevenidos ou despreparados no
Espírito.

Citando um antigo provérbio: “Um homem prevenido vale por dois”. Lidamos melhor com
aquilo que já esperamos.

O que dizer do Salmo 91, que promete segurança e proteção divina de qualquer dano para os que
habitam no esconde-rijo do Altíssimo? Será que existe um conflito aqui entre as ardentes provas de 1
Pedro e a proteção mencionada no Salmo 91? Será que Deus é incoerente? Certamente não! Muito
pelo contrário. Ele nunca disse que não haveria enchentes ou incêndios; ele apenas prometeu que na
enchente não nos afogaríamos, e no fogo não seríamos destruídos. Para a alma confiante, essas
aflições terrenas são testes, não catástrofes. Visto pela perspectiva verdadeira, não há conflito entre 1
Pedro e o Salmo 91. Eles, na verdade, se complementam.

Nosso lugar de descanso e conforto está na sombra do Todo Poderoso. Nossa paz é uma provisão
redentora. Cristo, o Libertador, é nossa defesa segura, e somos sustentados pelo seu poder, tanto
exterior quanto interiormente. Muitas “batalhas externas” são vencidas por uma “força interna”, e
essa força interna é a nossa unidade com o Vencedor, ou seja, Jesus, nosso Senhor. Não há fornalha
ardente onde ele também não esteja. Não há noite em que a luz dele não brilhe no coração dos seus
filhos confiantes.

Somos privilegiados pelo fato de levar o seu nome e dividir o seu opróbrio. Em tudo, quer na
abundância ou na humilhação, há uma canção de louvor vindo à tona de um coração grato. É difícil
imaginar uma situação em que a graça de Deus não sobrepuje a prova mais severa. Feliz é aquele que
aprendeu a dar graças em todas as situações, sabendo que, de alguma forma inescrutável, cada teste
está dentro da vontade de Deus (1Tessalonicenses 5.18).

Encontrar um lugar de descanso em meio à agitação é entender Jesus dormindo no barco durante
a tempestade no mar. Ele só precisou acalmar a tempestade por causa do medo dos discípulos. A
tempestade não o estava perturbando.

Tenho um pressentimento de que ele estava desfrutando o momento, porque reconhecia que a
tempestade vinha da mão do Pai. Se nós tivéssemos conhecimento disso, não temeríamos vento nem
onda. A sua paz, enquanto descansava no meio da tempestade, era maior que a paz que os discípulos
experimentaram após o “milagre” (Para Deus, parar a tempestade não é menos milagroso do que
iniciá-la). Precisamos muito reconhecer que tudo o que acontece conosco dentro da providência
divina não precisa ser alterado. Nós é que precisamos ser transformados por dentro – não tanto as
circunstâncias exteriores.

Se algum dia alcançarmos o ponto em que a nossa confiança no Pai se tornar tão grande quanto a
de Jesus, as tempestades já não mais nos assustarão. O poder destruidor de qualquer inimigo é
dissipado pelo amor de Deus. Nada toca o filho de Deus exceto pela vontade permissiva dele.
“Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês”

(1 Pedro 5.7).

Oração

Nosso amoroso Pai celestial, em nome de Jesus, nosso Salvador, colocamo-nos diante do
propiciatório sabendo que por meio de Jesus temos acesso ao trono da graça. Nosso coração
transborda de gratidão por causa da tua imutabilidade, e embora tudo o mais possa mudar, tu
permaneces o mesmo para sempre. Podemos depender das tuas promessas hoje como Abraão
dependia delas séculos atrás. Podemos experimentar tua proteção divina da mesma maneira que Davi
a experimentou antigamente. Podemos voltar-nos a ti em tempos de aparente tragédia como fez a
sunamita que, mesmo diante da morte, podia dizer: “Está tudo bem”.

Nenhuma circunstância, por ameaçadora que seja, pode perturbar a verdade inabalável da tua
fidelidade. Que mais podemos querer para ter paz de coração e um cântico de regozijo? Louvemos e
magnifiquemos o teu nome hoje e para sempre, e ofereçamos nossos corações em profunda adoração.
Porque teu é o poder, e a glória e a majestade, porque tu és digno. Inclinemo-nos em submissão
voluntária à tua autoridade divina, desejando que tua vontade seja feita na terra como nos céus, e que
a tua vontade seja feita em nós, teus filhos, porque tu tens nos amado com amor eterno e nos ligado a
ti nos laços do Calvário. Sustenta-nos quando hesitamos e perdoa nossos pecados. Em nome de
Jesus, amém.
18. O NOIVO OU A NOIVA?
Romanos 3.1-31

Muitas vezes nossa atenção está voltada para a igreja em vez de para Cristo. É da natureza humana
identificar-se com algo que podemos ver e sentir. Amados, a alma não descansa na igreja. Ela
descansa somente em Deus. Nossa paz e força vêm de nosso relacionamento com ele. Cristo morreu
para redimir a igreja de cada tribo e língua. Ele vive, e sempre viveu, no poder e majestade de tudo o
que ele é, e somente nele encontramos a âncora para a alma. Não adoramos a igreja.

A Igreja adora a Cristo, e Cristo é Senhor.

“Doçura majestosa está estampada na testa do Salvador; sua cabeça coroada com glória radiante;
seus lábios transbordam com graça”. Se sua esperança está depositada na igreja, e seus olhos estão na
igreja, você sempre enfrentará decepção, confusão e desilusão. A igreja não salva. Cristo salva. Nossa
esperança não está em uma igreja vitoriosa, mas em um Senhor vitorioso. Nossa fonte de poder é
Cristo, não a igreja.

A fonte de poder da igreja é Cristo, não os seus membros.

O ensinamento do “corpo” pode ser mal interpretado.

Não há dúvida, a igreja é o corpo de Cristo e Cristo amou a igreja e se entregou por ela. Mas, nós
não exaltamos e adoramos a igreja. Exaltamos a Cabeça – Cristo. Dirigimos nosso olhar para aquele
que é a fonte de toda a graça e glória refletida no corpo. Tornar o corpo o foco é idolatria, como todo
o resto que colocamos antes dele. O fato de a igreja ser o corpo de Cristo não nos dá a liberdade de
glorificá-la e exaltá-la. A igreja começa a perecer no momento em que se concentra nela mesma.
Separada de sua fonte de poder em Cristo, a igreja se torna impotente – pior, ela está morta.

Tanto a igreja quanto o reino têm sido mal interpretados.

Não estamos construindo o reino. O reino não é algo que construímos. O reino é. O reino é uma
entidade viva, uma força dominante, desde que Deus existe, o que, é claro, é de eternidade em
eternidade. Jesus não veio para estabelecer o reino.

O reino é sinônimo de Deus. O reino é a expressão da personalidade e caráter de Deus. O reino é


Deus em ação. Ele não espera ser edificado por mim e você. O reino aguarda ser experimentado,
expresso, desfrutado e demonstrado por aqueles que são capazes de perceber o que ele é. O reino
espera ser descoberto, não ser criado.

Jesus não iniciou o reino. Ele o demonstrou. Ele usou os princípios do reino quando curou os
doentes, silenciou a tempestade, levantou os mortos e curou os quebrantados de coração. Ao fazê-lo,
ele desvendou o próprio coração de Deus, que está sempre disposto a exprimir o seu amor a todas as
criaturas. Ele está decidido a abençoar; mas em nosso orgulho teimoso, continuamos decididos em
fazer. Queremos fazer algo para Deus. Amados, para Deus não falta nada. Ele já fez tudo por nós. O
orgulho do homem sempre o leva a assumir uma atitude condescendente em relação a Deus. O amor
de Deus nos coloca na posição do pardal e do lírio do campo – recebendo seus benefícios sem
trabalho e sua provisão sem a merecermos. É desagradável para a nossa natureza orgulhosa sermos
abençoados dessa forma, sem ter feito coisa alguma.

Aparentemente o mesmo acontece com a igreja; caso contrário não haveria a preocupação óbvia
com realizações e a ambição frenética em produzir algo visível, para não mencionar a ausência de
interesse em obter e sustentar a força interna da união do homem espiritual com o Espírito de Cristo.

Enquanto a igreja continuar sendo egocêntrica e preocupada consigo mesma, ela continuará em
declínio. Ela não é um fim em si mesma. Ela é um instrumento – um canal – um meio para a
expressão do amor de Deus na comunidade. Ela é a marca de Deus no mundo. Ela é uma
testemunha de sua graça. Ela é a expressão do seu amor. A igreja é a corrente de sua graça; mas ela
não é a fonte. A fonte é sempre o próprio Deus.

Assim, a igreja não deve ser amada, honrada e adorada. Cristo e somente Cristo deve ser honrado,
exaltado, adorado e colocado no lugar supremo de governo e autoridade. Diante Dele nos inclinamos
em adoração, exclamando: “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas” (Apocalipse 4.11). Ele é
Senhor sobre tudo.

Como se observou, ou ele é Senhor de tudo, ou não é Senhor.

Agradecemos a Deus pela igreja. Ela é um mistério maravilhoso – a maior força para o bem que há
neste mundo. Mas, ela é a carruagem que leva o Rei dos reis. Ela é um veículo, um meio. Não é a
plenitude da Deidade. Somente em Cristo habita toda a plenitude da Deidade. Não deifiquemos a
igreja. A igreja não é Deus. Ela é chamada de a noiva de Cristo, que é preciosa e linda; mas não
podemos idolatrar a noiva. Podemos detectar um traço de narcisismo espiritual em alguns círculos
religiosos em que a atenção se volta mais para a igreja do que para o Noivo, e isso não é bom. Ele não
dividirá a sua glória.

Os olhos da noiva deveriam estar no seu Amante – não em si mesma.

Alguns se vangloriam pelo fato de pertencerem à igreja.

Amados, deveríamos ser gratos pelo fato de podermos confessar que pertencemos ao Salvador,
Cristo Jesus, nosso Senhor, que comprou a igreja com seu sangue. Fazer parte da igreja deveria ser
uma questão de gratidão, não de orgulho, considerando o preço pago pela nossa redenção. “Onde
está, então, o motivo de vanglória? É excluído” (Romanos 3.27).

As pessoas não precisam ouvir sobre a igreja maravilhosa.


Elas precisam ouvir sobre o maravilhoso Salvador. Jesus disse: “E eu, quando for levantado da
terra, todos atrairei a mim”(João 12.32). Ele não disse que a igreja seria levantada. Ele disse que Ele
seria levantado. Não confundamos a questão. O orgulho na igreja pode ser reflexo do orgulho em
nós mesmos, e isso é tão inaceitável para Deus quanto o orgulho pela posse de um automóvel.
Precisamos tomar cuidado para não exaltar o corpo acima da Cabeça, para não tornarmos a igreja
nossa torre de Babel e terminarmos em confusão, com uma mensagem que ninguém pode entender.
Quando as pessoas falaram em outras línguas no Pentecostes, todos entenderam. Quando houve a
confusão das línguas em Babel, ninguém entendeu nada.

Somente quando a igreja se move no Espírito, honrando a Cristo como aquele que é supremo, a
mensagem será clara para o mundo, porque só Cristo pode redimir. A igreja é o arauto da mensagem
– não o poder redentor. O poder redentor é Cristo.

“Eu não sou a Luz”, disse João Batista. “Eu vim como testemunha da Luz” (veja João 1.8). Nesse
contexto, a igreja está numa posição similar à de João Batista, testemunhando da Luz – que é Cristo.
Um maravilhoso hino antigo, “As areias do tempo estão afundando”, de Anne R. Cousin, exprime
com maestria a atitude adequada da igreja em relação a si própria e ao Senhor: A Noiva olha, não as
suas vestes, Mas o rosto do seu querido Noivo; Não olharei para a glória, Mas para o meu Rei da
graça.

Não para a coroa que me deu, Mas para as suas mãos trespassadas, O Cordeiro é toda a glória Da
terra de Emanuel.

Louvado seja o seu nome! A igreja não ficará se vangloriando no céu, e independentemente do que
acontecer no céu, fazemos bem em imitar essa atitude aqui na Terra. Ela terá um lugar de honra,
tomando parte na glória do Senhor, para servi-lo e dar-lhe alegria. Que privilégio! Tantas vezes
lamenta-mos nossa inabilidade em louvá-lo de maneira adequada aqui, mas quando estivermos livres
de tudo o que nos atrapalha, seremos capazes de finalmente exprimir de forma plena o nosso amor
por ele, e isso de maneira aceitável e proporcional à magnitude de suas bênçãos e amor por nós.
Quão grande será esse dia!

Certamente não pode haver realização maior na expressão desta vida do que a perfeição de nosso
louvor, e quanto mais fundo adentramos o domínio da adoração, mais rapidamente somos
desenlaçados de tudo o que impede o crescimento da nossa alma ou que nos prende às amarras
terrenas. Que recebamos a graça para desejar isso acima de todas as coisas, e que estejamos dispostos
a fazer o sacrifício necessário para tornar isso uma realidade tanto na adoração pessoal quanto na
comunhão em grupo. Que possamos adorá-lo, e que o nosso interesse seja pela sua glória e honra.

“Então vi um Cordeiro, que parecia ter estado morto, de pé, no centro do trono [...] e eles
cantavam um cântico novo: ‘Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto,
e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os
constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra’.

Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. Eles
rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: ‘Digno é o
Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!”
(Apocalipse 5.9-12).

Oração

Senhor, queremos entender a plenitude da tua vontade.

Sabemos o quanto é difícil viver segundo os padrões da tua Palavra. Dá-nos a mente de Cristo, e
ajuda-nos nessa busca constante de chegarmos a estatura de Cristo. Louvado seja o teu Santo e eterno
nome. Em nome de Jesus. Amém!
19. LEMBRETES OPORTUNOS
Gálatas 2.1-20

“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que
agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas
2.20).

“Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue
de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7). Toda justiça que porventura possamos
ter é fruto do poder purificador do sangue de Jesus. “Todos os nossos atos de justiça são como trapo
imundo” (Isaías 64.6).

Jesus é Senhor. Por esse motivo buscamos n ele orientação e direção, e ao fazê-lo, não seremos
distraídos pela fascinação de pessoas, lugares e coisas.

Deus é nossa fonte. “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas
gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Filipenses 4.19). Por isso não precisamos implorar e coagir outras
pessoas por dinheiro. Viver pela fé é estar ciente de que o Deus que veste os lírios cuidará dos seus
filhos. Aquilo que ele não deseja dar, é melhor que não o tenhamos. “Busquem, pois, em primeiro
lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6.33).
(Compare com Salmos 106.15).

Oração

Senhor! Como é bom descansar nos teus braços com a segurança de que o Senhor não desampara
aqueles que te buscam. Ensina-nos a viver somente por aquele que por nós morreu. Nós te amamos,
em nome de Jesus. Amém!
20. O PRINCÍPIO DA TRANSCENDÊNCIA
Efésios 2.1-8

Há um domínio de glória para o qual eu os atrairei pelo meu Espírito, diz o Senhor. Vocês não
têm vivido neste lugar perpetuamente (como poderiam ter feito), mas este lugar foi preparado para
vocês. Depender de seus próprios pensamentos é tão limitador, e isso ocorre mesmo com as pessoas
mais sábias. Unir a sua mente com a minha para que os seus pensamentos sejam os meus – isso é
viver no Espírito. É um tipo de existência completamente novo; uma nova orientação, novos alvos,
novos valores. Isso não é impraticável, nem embaça a sua percepção no campo natural. É uma
percepção sobreposta ao plano físico, elevando-os para que experimentem a ação do Espírito de Deus
enquanto ao mesmo tempo dá um significado mais profundo aos relacionamentos terrenos e aos
valores humanos. É uma mudança de ritmo, porque mover-se no Espírito é mover-se no ritmo de
Deus. É uma mudança de aparência, porque viver na luz de sua presença significa trazer luz para a
escuridão das experiências terrenas e expulsar a opressão do mal.

Foi por meio desse princípio de transcendência, junto com a compaixão, que Jesus expressou uma
vida cheia de poder enquanto caminhava na terra. Ele foi totalmente sensível aos dois mundos, o
natural e o espiritual. O mesmo pode ocorrer com você, meu filho, e ao fazê-lo, você descobrirá uma
libertação quase automática da escravidão da natureza carnal.

À medida que o seu desejo se tornar um com o meu desejo, você se deslocará livremente e
velozmente pela sua expressão natural, porque será carregado pelo Espírito em todas as coisas.

Oração

Pai Celestial, em meio às lutas e incompreensões da vida chegamos a ti, abrindo mão de todas as
nossas alegrias e estresses, sabendo que em ti temos paz, plenitude, força e descanso. Existe sabedoria
no teu Espírito o bastante para dirigir cada um de nossos passos. Em ti experimentamos o amor
ilimitado, afluindo a todos, e pela tua presença em nossos corações, temos acesso a esse fluir da
compaixão divina para que não haja falta de bondade e compreensão. Que venha o teu reino no meio
do teu povo, para que exprimamos o caráter do Senhor Jesus aos próximos em pureza e ternura, em
justiça e poder, edificando, dessa forma, fé e unidade no corpo de Cristo. Tua seja a honra e a glória
para todo o sempre. Em nome de Jesus, oramos. Amém.
21. A PÉROLA PERDIDA – A HUMILDADE
1 Coríntios 1.26-29, “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram
sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento.

Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas
fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as
desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante
dele.

[...] ‘Quem se gloriar, glorie-se no Senhor’” (1 Coríntios 1.26-29,31).

Humildes? Não, não somos humildes. Eu não sou e você não é. Lemos que devemos nos
humilhar. O motivo da exortação deste texto é o fato de que não somos humildes. Podemos desejar
ou aspirar sim, às vezes até simular sermos humildes, mas a humildade não é fácil de fingir. Além
disso, se tivéssemos êxito em nos humilhar hoje, teríamos de repetir a mesma atitude amanhã, tão
fugaz é essa virtude. E não precisamos de nenhum motivo para o nosso orgulho. Simplesmente
somos orgulhosos porque somos orgulhosos. Inferioridade também não é sinônimo de humildade.
Podemos nos diminuir diante dos outros desejando que elas admirem nossa própria humilhação, mas
isso não é humildade.

Precisamos descobrir o centro do nosso ser no relacionamento com Deus, que é o Criador, e saber
que todas as coisas que Deus fez são boas. Ele merece o crédito por qualquer coisa boa que haja em
nós; não podemos receber esse crédito.

Verdadeira humildade é curvar-se aos seus pés em pleno reconhecimento de que todo o bem vem
das mãos dele e deve ser recebido com gratidão e profunda admiração; bem sabemos que não temos
feito coisa alguma para merecer tamanha graça e generosidade.

Somos assediados pelo orgulho em basicamente três áreas: Status, aparência e graça. A primeira
está ligada à nossa posição na vida – sucesso, realizações, talento, posição social, reputação etc. A
segunda é a área da moda, da beleza, da ornamentação, e inclui todas as coisas designadas para
impressionar os olhos da natureza carnal. A terceira área, o orgulho da graça, é talvez a que mais
aflige o Espírito de Deus, porque é a mais enganosa, incluindo a justiça própria, a ambição religiosa e
a ganância espiritual. Jesus estava livre do orgulho em todas as áreas, e pelo seu poder ele pode
libertar o seu povo.

A humildade não é uma virtude muito almejada. A humildade não aparece (sob esse nome) na
lista dos frutos do Espírito. Ela é, mais adequadamente talvez, uma graça do espírito, porque há dons
do espírito, fruto do Espírito e graças do Espírito. Graças podem ser consideradas atributos. Os
atributos de Deus deveriam se manifestar em seus filhos. Eles compreendem tais aspectos como
santidade (pureza), justiça, verdade, humildade, generosidade, sabedoria, integridade, persistência e
poder.

Deus é a própria personificação dessas virtudes, mas se ele é nosso Pai, e nós somos de fato seus
filhos, deveria pelo menos haver um traço dessas características sendo desenvolvidas e manifestas em
nós. A verdade é que seremos julgados um dia com base nessas virtudes. Não seremos julgados pela
fama, sucesso, realizações, mas por quanto desse caráter de Cristo se encontra em nós.

Jesus, sendo Filho Unigênito do Pai, exibiu estes atributos.

Jesus não teve só um nascimento humilde e uma morte ignominiosa: Ele foi uma pessoa humilde.
A humildade é um atributo da Deidade. O orgulho é a marca do diabo. Deus não é orgulhoso. O
orgulho é contrário a sua natureza de amor, graça, misericórdia, paciência e humildade. Será que
entendemos isso de fato? Sabemos intelectualmente que o orgulho é pecado, mas ao mesmo tempo
estamos muito preocupados com a nossa reputação; somos ofendidos pela crítica; lutamos com unhas
e dentes para manter a reputação; comportamo-nos de forma a obter atenção e aprovação; vestimo-
nos para despertar admiração; buscamos e usamos posses para impressionar os outros e agimos a
maior parte de nossas vidas como se o orgulho fosse uma virtude que requeresse grande consideração,
em vez de um vício do qual deveríamos fugir. Jesus não foi motivado por nenhuma dessas atitudes, e
o Filho é como o Pai. Deus não é orgulhoso, embora só ele poderia sê-lo legitimamente.

Na maioria das vezes não entendemos o orgulho; nem entendemos, tampouco, a humildade. Esse
fato é óbvio quando observamos nosso comportamento. É bem possível que a humildade seja na
verdade a virtude suprema. Ela certamente é a menos buscada, e talvez a menos desejada. Embora
não prometa nada, ela traz grande recompensa. Sem ela, todas as outras virtudes, mesmo sendo
usadas, são neutralizadas. Sim, a humildade não é somente a virtude suprema; ela é o fundamento
sobre o qual todo o resto é construído. Como é possível que tão raramente percebamos a sua
ausência? Com frequência percebemos que somos impacientes, mesquinhos, mal-humorados, irados
ou rancorosos, mas então somos capazes de nos arrepender e fazer a restituição necessária.

Mas, o orgulho parece conseguir esconder sua identidade e se disfarçar de algo respeitável ou
mesmo admirável. Será a sutileza do ego o que nos trai? Será que existe remédio?

Talvez possamos adquirir alguma perspectiva e uma percepção mais clara com um texto bíblico
bastante citado: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1
Timóteo 1.15). Certamente, um lembrete ocasional do nosso verdadeiro estado pode ser tão
proveitoso quanto uma simples reivindicação de fé de uma posição que não alcançamos pela
experiência. Não há nada de errado em se deleitar no pensamento de que “sou filho do Rei”. Mas
precisamos sempre buscar um equilíbrio, e no outro lado dessa moeda está escrito: “Sou o pior dos
pecadores”. Reconheço que essa não é uma mensagem muito popular! Pregar a cruz não é a melhor
maneira de ganhar amigos.

Mas, o púlpito nunca teve a intenção de ser palco para concursos de popularidade.
Quando o diabo buscou tentar Jesus no deserto, ele o levou a um monte muito alto e à parte mais
alta do templo.

Ele não foi esperto o suficiente para mudar suas estratégias.

Se você um dia se encontrar num lugar elevado ou no pináculo do templo, pode estar certo de
uma coisa: Foi o diabo que colocou você ali. Jesus tinha acabado de receber seu batismo nas águas e
no Espírito Santo, uma bênção dupla. Ele a recebeu em um lugar baixo – nas águas do rio Jordão.
Deus se deleita em derramar o Espírito Santo em lugares baixos. O diabo vai seduzi-lo ao monte
elevado da autoestima e ao pináculo do farisaísmo e buscar destruí-lo. Não se deixe enganar.

A prosperidade, o poder e a piedade falsa vão despojá-lo das bênçãos que você recebeu no Vale do
Arrependimento.

A humildade não é uma graça que recebemos e então deixamos de lado para buscar dádivas mais
auspiciosas. Cada passo de Jesus o levou para um lugar mais profundo no Vale da Humilhação, até
alcançar a cruz. Mas a cruz veio a ser a porta de entrada para a vida triunfante e a glória celestial, e a
estratégia de Satanás, dessa maneira, foi frustrada.

Dessa forma o espírito humilde despoja o inimigo do seu poder, porque é surdo à sua promessa de
recompensas terrenas. O Espírito de Cristo em você sabe que é herdeiro do Reino dos Céus e que os
mansos herdarão a Terra. O diabo não pode dar coisa alguma, porque Deus é o proprietário de todas
as coisas. Jesus foi tentado pelo diabo em todas as áreas do desejo carnal – físico, material e espiritual;
e, amados, nós já fomos ou seremos tentados da mesma forma. E qual é a nossa salvaguarda? A
humildade.

O orgulho diz: “Dê provas. Prove o seu próprio poder, o seu sucesso, a sua espiritualidade”. Mas, a
humildade não precisa provar nada, porque ela não busca essas coisas, e dessa maneira não é seduzida
pela tentação. A humildade deseja somente que Deus receba a glória. Deus não precisa transformar
pedras em pães: Ele próprio é o Pão. Não há razão para nos atirarmos do alto do templo para que os
anjos nos apanhem e provem o cuidado dele: Descansamos em todo o tempo aninhados nos seus
braços eternos. E por que deveríamos buscar o reino deste mundo quando ele é o Rei dos reis e o
Senhor dos senhores e prometeu que reinaríamos com ele em toda a sua glória?

Podemos nos dar ao luxo de esperar. Não precisamos dar ouvidos ao Tentador, porque o melhor
que ele pode oferecer é uma mordida de uma fruta venenosa; mas sentaremos juntos na ceia do
casamento do Cordeiro, e beberemos do vinho novo do Reino dos Céus.

E de onde obtemos o poder de resistir ao Tentador e o desejo de escolher o melhor de Deus? Nós
os obtemos nas águas do batismo, onde enterramos nossos antigos desejos carnais e ressuscitamos na
novidade de vida no Espírito, recebendo o dom do seu poder, pois há um batismo com água e um
batismo no Espírito Santo. João Batista disse: “Eu os batizo com água. Mas, virá alguém mais
poderoso do que eu [...]

Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lucas 3.16).


Ó amado, ore para que você encontre Deus nas águas do batismo e no poder do Espírito Santo
antes que encontre o diabo na tentação do deserto! Caso contrário, você nunca chegará do outro
lado. Encontre-o toda manhã na nova experiência de sua presença e poder, porque você nunca sabe
quando uma experiência do deserto se colocará no seu caminho. Está escrito que “o diabo o deixou
até ocasião oportuna”. Ele voltou, e voltará para você também! Ele beliscará o seu calcanhar até o dia
em que você entrar com ambos os pés pelas portas da glória. Mas, louve a Deus, porque seu poder é
limitado, e ele mesmo conhece suas limitações. Todas as promessas do diabo são mentiras. Conheça a
Verdade, ame a Verdade, deseje a Verdade, e a Verdade o libertará. A Verdade será a sua proteção,
porque a Verdade é o próprio Deus.

Oração

Senhor! Somente em ti encontramos a verdade que liberta.

Por isso, o amamos e desejamos servi-lo de todo o nosso coração. Concede-nos sabedoria para que
saibamos compartilhar com nossos amigos e parentes essa experiência gloriosa de viver contigo. Em
nome de Jesus. Amém!
22. O FATOR DE EQUILÍBRIO
Atos 20.17-36

Qual é a força motivadora de sua vida? Qual é o seu alvo?

Por que você faz as escolhas e segue veredas que o levam a novas experiências? Onde você está
indo, e por quê?

Essas são perguntas que precisamos fazer a nós mesmos, e quanto mais as fazemos, melhor. Isso
nos protege das divagações. O Espírito de Deus está sempre presente para ser um fator de equilíbrio.
A Palavra de Deus está repleta de palavras de cautela, bem como de promessas magníficas. Gostamos
de memorizar e citar essas promessas. É proveitoso ver cada promessa como correspondendo a um
mandamento. Deveríamos estar tão preocupados em desenvolver um caráter santo quanto em
receber promessas. Talvez o caráter santo seja a maior bênção que poderíamos receber. Faríamos bem
em dar atenção para toda a mensagem da Bíblia, não negligenciando as palavras mais severas que
incluem o padrão de conduta de Deus, seus preceitos e leis dentro dos quais somos compelidos a
viver. Eles são muito específicos e práticos, e não foram de forma alguma abolidos pela cruz.

Há mais mandamentos no Novo Testamento do que no Antigo. Ser religioso não anula a intenção
divina de justiça: A responsabilidade que é colocada sobre nós de manter uma conduta correta. Mil
orações não expiam um coração deso-nesto. Uma vida inteira de pregação não apaga um tempera-
mento iracundo. Proclamar o amor de Deus e desprezar um irmão é viver uma farsa. Deus deseja a
verdade no homem interior. É desejo do Espírito de Deus realizar uma obra em nosso espírito para
que o homem exterior e nossa vida interior sejam consistentes. Ele não descansará enquanto isso não
for cumprido. Isso poderia ser acelerado se houvesse maior compreensão e cooperação de nossa parte.
Podemos permitir que ele realize sua obra corretiva e criativa em nós para nos levar à conformidade
com a imagem de Cristo, ou podemos nos apegar aos nossos pecados, enganando-nos a nós mesmos,
e viver e morrer como um aleijado espiritual, deixando de usu-fruir das riquezas de sua graça e do
poder do seu Espírito para produzir sua santidade em nós e nos tornar vencedores.

Cuidemos para não cair, achando que estamos em pé.

“Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” (1Coríntios 10.12). Jamais
permaneceremos em pé em nossa justiça própria, porque ela é como trapo imundo. Abandonados à
própria sorte, somos capazes de nos vangloriar das nossas falhas mais evidentes. É somente aos pés da
cruz, à luz do Calvário, que receberemos o discernimento para nos vermos a nós próprios à luz do seu
sacrifício, e clamar, como fez Jó: “Menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza” (Jó
42.6).

Oração
Chegamos em tua presença, ó Senhor, sabendo que verdadeiramente tu és a nossa única fonte de
vida e paz. Sem ti nossa alma estaria sedenta e nosso coração minguaria. É a tua força que nos
sustenta dia após dia. É o teu amor que alivia o fardo dos cuidados terrenos e acrescenta beleza ao
mais monótono dos caminhos. Podemos nos regozijar em todas as coisas, reconhecendo tua presença
conosco e vendo pela fé teus propósitos eternos elevando-se acima das sombras de nossas lutas e
desapontamentos. Dá-nos a coragem para te seguir fielmente onde quer que nos guies, por amor de ti
e para a tua glória. No precioso nome de Jesus, oramos. Amém.
23. UM SALMO DE LOUVOR
Salmos 135.1-21

Ó meu Deus, não te demores. Venha a mim; porque tu és a minha habitação; tu és meu refúgio.
Somente em ti a minha alma encontra descanso. De eternidade em eternidade tu permaneces
inabalável. Somente tu és verdadeiro. Somente tu és santo; tu és tudo em todos e em ti todas as coisas
subsistem.

Tu és o Autor de toda verdadeira bênção, a fonte de toda verdadeira alegria. Somente tu és digno
de louvor, pois o teu nome, que está acima de todo nome, é glorioso. Tu unes majestade e graça.

Certamente os céus mostram as obras de tuas mãos e os lírios do campo teu terno cuidado. Não te
esqueces de toda tua criação e dá a todos ao seu tempo. Tu não demoras em cumprir as tuas
promessas. És tardio em irar-se e pronto a perdoar. Clamei a ti e tu me respondeste. Tu me livraste
na hora de maior necessidade e estavas próximo de mim para me confortar.

Teu amor me sustentou, tua graça me apoiou e por teu poder meus inimigos foram subjugados.
Tu és a minha rocha e a minha salvação. Tu és a força da minha vida, minha porção e deleite eterno.

Tua bondade é demais para o meu coração quando nela penso; sim, minha língua desfalece
quando busco te louvar.

Não me lances fora da tua presença. Permite que eu tenha morada no teu tabernáculo para
sempre.

Chegamos em tua presença, amoroso Pai Celestial, por meio do sangue derramado do nosso
Senhor Jesus Cristo, lembrando que quando nos aproximamos do propiciatório1, é o Espírito Santo
que intercede por nós. Pedimos perdão pelos nossos pecados e transgressões. Somos fracos e
necessitados, mas lembramos das tuas palavras: “Diga o fraco: Sou forte”.

Tu, ó Senhor, és a nossa força, e no Espírito estamos assenta-dos contigo nos lugares celestiais.
Aceitamos isso pela fé e descansamos na obra consumada da redenção, reconhecendo que nos
achegamos a ti pelo sangue, e nada do que jamais façamos poderia acrescentar algo à obra perfeita do
sacrifício do nosso Salvador.

Oração

Recebemos nosso perdão com louvor e gratidão, e pedimos a tua graça para perdoarmos o nosso
irmão da mesma maneira, lembrando que fomos exortados a perdoar primeiro o nosso irmão, e então
nos achegarmos ao teu altar. Abençoa as pessoas revestidas de autoridade, abençoa teus filhos, e
abençoa todos em todo lugar. E que a profecia de Joel possa se cumprir: “Derramarei do meu
Espírito sobre todos os povos”, para tua honra e glória. Em nome de Jesus, oramos.

Amém.
24. SENHOR DOS REIS
1Timóteo 2.1-8

Aquele a quem servimos tem autoridade sobre os governantes. Ele é o Senhor dos reis. Os reis
governam sobre os seus reinos, mas há alguém que governa sobre eles: É o Rei dos reis e o Senhor dos
senhores. Não deveria ele, então, governar sobre nós, os seus filhos? Não deveria ele exercer controle
sobre nossa vida e ações? Se nos sentimos ameaçados diante dessa ideia, é porque desconhecemos os
propósitos dele e somos sábios aos nossos próprios olhos. O seu controle protege nosso espírito da
destruição. Reconhecer que ele deseja governar sobre nós e que o fará com diligência, integridade e
amor, é a exigência básica para ativar o seu poder fidedigno em nossa vida. Quantas bênçãos nós
perdemos quando insistimos em reter esse poder para nós mesmos! No final, ele vai nos governar
mesmo assim, mas o que dizer do momento presente? Não será de grande benefício para nós invocar
o controle dele em nosso viver diário?

Você deseja romper a tirania da vontade de outras pessoas controlando a sua vida? Eis o segredo:
Entregue o controle, deliberada e decididamente, a Cristo, e saiba que qualquer pessoa que invadir
esse domínio estará invadindo terra santa.

Devemos guardar nosso espírito como um rei guardaria o seu castelo; ou, na verdade, devemos
guardá-lo com maior cuidado ainda, porque nosso espírito é a própria fonte de nossa força vital. Sem
o pleno suprimento do poder que vem de um contato direto com o Espírito Santo e de uma
comunhão contínua, um filho de Deus não pode, hoje, sobreviver à batalha espiritual em que ele se
encontra. Ventos contrários estão soprando, e os poderes das trevas são ameaçadores. Só Cristo pode
salvar, e nos posicionamos fora de sua graça protetora quando recusamos a nos colocar debaixo do
controle soberano dele. Ele não forçará o seu controle sobre nós. Ele certamente é Rei, mas não é
tirano. Seu governo neste dia de graça é um governo de amor. É o amor do Calvário, que continua
tão profundo e puro como era dois mil anos atrás. Será que nos tornamos insensíveis ou sofisticados
demais para responder? É possível encontrar um lugar de arrependimento e quebrantamento? Somos
capazes de nos humilhar e buscar sua misericórdia e perdão? Que assim seja!

Oração

Pai, buscamos em ti o suprimento de nossas necessidades, porque tu és a fonte de todo o bem. Em


ti está a nossa paz, nossa segurança, nossa força e nosso suprimento. Nosso coração está tranquilo
sabendo que tu prometeste cuidar de nós quando lançamos nossas cargas sobre ti. Ensina-nos a fazê-
lo de forma mais perfeita, para que a ansiedade desnecessária não nos sobrecarregue. Faz de nós um
povo que sabe se regozijar em todas as coisas e te louvar em cada circunstância, sabendo que tu vês e
te encarregarás de todas as coisas que estão além da nossa força mudar. Abençoa, oramos, todos os
que passam por circunstâncias de séria tensão. Concede a eles a tua paz que transcende o
entendimento humano, para que possam ser confortados. Em nome de Jesus, nós oramos.
Amém.
25. ANJOS DE MISERICÓRDIA
João 14.1-31

Meu filhinho, você é precioso para mim e estou sempre ao seu lado para lhe dar força e conforto,
sabedoria e orientação. Você é um vaso preparado para a minha glória. Você deve estar cheio do meu
Espírito em todos os momentos.

Para que isso aconteça, precisa se livrar das coisas que o deixam estressado. Isso não significa deixar
de lado a responsabilidade, mas se recusar a ficar ansioso. Você não pode me servir devidamente se
estiver sob tensão, pois minha vida é uma corrente que flui de maneira livre. Minha vereda não é
opressiva.

Quando a vida é um fardo, esse fardo é seu, não meu. Você próprio pode se desfazer dele, porque
foi você quem o tomou sobre si. Você pode tomar a minha paz para si a qualquer momento, da
mesma forma que tomou sobre si o seu fardo.

Você pode ser feliz, ou pode ser triste. Você pode expressar fé, ou ansiedade. Fé e alegria vêm do
meu Espírito; preocupação e depressão se originam em você mesmo. Você cria a atmosfera ao redor
de sua alma pela sua escolha de posição.

Você sempre estará ou em Cristo ou em você mesmo. Estar em você mesmo é estar em constante
conflito. Quando você se sintoniza com o mundo, ouve ruídos sem sentido. Sintonize no meu
Espírito e ouvirá música – a harmonia celestial do meu amor e pureza. Não há espaço para
preocupação na minha presença. Toda vez que você se preocupa, desliga a música e começa a
produzir desarmonia. Quando transmite essa desarmonia, você acaba afastando aqueles que eu havia
enviado para ajudá-lo.

Enviei anjos de misericórdia. Você pode confiar neles como se estivesse confiando em mim,
porque eles são meus canais de bênção para você. Eles são enviados para ajudá-lo, e você pode confiar
completamente neles. “Com as mãos eles o segurarão”, diz a Bíblia. Você precisa disso. Conheço sua
necessidade. Sei que precisa de ajuda. Providenciei a ajuda de que precisa, mas você não a tem
reconhecido. Você tem pensado consigo mesmo: “Esse é um homem”. Não, não é um homem – é
um anjo: Meu anjo de misericórdia enviado para abençoá-lo. Confie em mim e nos instrumentos
que escolhi para ajudá-lo. Vou protegê-lo do mal, porque tenho pleno controle. Você tem se
preocupado desnecessariamente. Coloque-se dentro do grande círculo da minha presença, e seus
problemas se tornarão ínfimos e ficarão fora dele. Você recobrará a perspectiva. Recuperará sua paz e
encontrará alegria; porque essa não é a sua alegria: É a minha alegria, e a darei a você. Nada pode
destruir a minha alegria! Esqueça a sua tristeza. Permita que ela se vá. Tome posse da minha alegria, e
tome-a na sua plenitude. É impossível ser alegre demais.
Oração

Visita-nos ó Espírito Santo, com um derramar novo da tua graça. Ainda que caminhemos por
lugares desagradáveis, há em nós uma paz interior e uma alegria exterior, porque sabemos que temos
um Pai Celestial afetuoso e um Amigo fiel, a saber, Cristo Jesus, nosso Senhor. Nunca estamos
sozinhos, e jamais estamos desamparados. Permanecemos inabaláveis e descansamos na confiança das
tuas misericórdias que nunca falham. Ensina-nos como permanecer no lugar secreto da comunhão e
devoção. Em nome de Jesus, oramos. Amém.
26. ESVAZIOU-SE A SI MESMO
Filipenses 2.1-18

Lemos na Palavra que Jesus “esvaziou-se a si mesmo”.

Esse conceito soa estranho aos nossos ouvidos nesta época de construção de impérios, autoestima e
autoafirmação. Mesmo quando Jesus foi apresentado por João Batista, ele foi descrito como o
“Cordeiro de Deus” – o cordeiro que foi morto. João afirmou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo!” (João 1.29). Assim, ele foi apresentado não só como o Cordeiro, mas
como o cordeiro imolado. Na mente de Deus, Jesus de fato “nasceu crucificado”, e, em seu próprio
coração, Jesus estava ciente desse fato o tempo todo.

Falamos em morrer para a carne e sacrificar a própria vontade para agradar mais perfeitamente a
Deus e realizar a vontade dele. Amados, Jesus nunca conheceu outro caminho.

Ele entrou neste mundo totalmente comprometido e nunca hesitou quanto a sua dedicação.
Lemos sobre Jesus em Filipenses 2.5-8: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que,
embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado
em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!”.

O único propósito de Jesus era agradar ao Pai. Sempre que se dirigia aos homens Jesus visava
promover o reino dos céus, ou seja, cumprir os propósitos dele e implementar suas leis, designadas
para o bem estar das pessoas.

Será que ele “foi desprezado e rejeitado pelos homens”, sendo “um homem de tristeza e
familiarizado com o sofrimento”, exatamente por esse motivo? Será que ele teria sido mais bem
acolhido, mais popular, mais admirado e procurado, se tivesse nascido como muitos haviam previsto,
em esplendor real e num ambiente palaciano? Se ele tivesse sido anunciado como o Rei dos reis e
exibido sua excelência e superioridade usando uma coroa de ouro e vestes de púrpura, será que teria
recebido a devoção e o respeito do povo?

Isso nos leva ao texto bíblico que diz: “Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me aceitaram;
mas, se outro vier em seu próprio nome, vocês o aceitarão” (João 5.43). Jesus está dizendo que ele
não veio para obter algum tipo de reputação ou reivindicar algo para si mesmo, mas quando o
Anticristo vier, ele virá em pompa e glória, exibindo seu poder e assumindo grande autoridade, e as
pessoas o receberão de bom grado. Por quê? Porque é próprio da natureza humana reagir de modo
positivo a uma personalidade que exibe autoconfiança, poder, qualidades de liderança e
agressividade. Essa é a nossa natureza. O poder nos impressiona; o glamour nos fascina; a riqueza nos
hipnotiza; e logo estamos alheios aos verdadeiros valores da vida, e certamente fora de sintonia com o
Espírito de Deus.

O mundo não queria uma pessoa humilde e mansa. Eles questionaram a credibilidade de um rei
que havia nascido em uma estrebaria, sem qualquer tipo de credenciais de nobreza.

Operando em obscuridade, pobreza e humildade, Jesus realizou a obra do Pai. Ele não
reivindicava o reconhecimento. Ele jamais humilhou alguém para se exaltar. Se havia queixas contra
ele, elas eram livremente expressas – na cara dele. Você já tentou fazer isso com uma pessoa
orgulhosa? Ele era tão acessível que todo tipo de pessoa se sentia perfeitamente livre para confrontá-
lo, mostrando sua desaprovação com as ações dele, desafiando sua autoridade e reprovando-o por
aquilo que se julgava ser culpa de Jesus. Ao ler os evangelhos, fica claro que a maioria dos indivíduos
estava descontente com ele, pois fracassou em satisfazer as expectativas pessoais deles. Ele permanecia
calmo quando eles estavam perturbados, e isso os irritava. Ignorava tradições que eles consideravam
sagradas.

Ele desmascarou a hipocrisia deles. Expôs-lhes a ganância.

Perdoou pecados e curou pessoas que eles rejeitavam e evitavam. Ele causava constrangimento com
seu desprezo persistente pelo protocolo – o protocolo religioso em particular.

Em tempos de stress é proveitoso lembrar que, assim como Jesus, estamos aqui para fazer a
vontade do Pai e agradá-lo. Seria bom se pudéssemos agradar todo mundo, mas demasiadas vezes
somos colocados numa posição em que precisamos escolher – agradar ao Pai ou agradar às pessoas.

E isso exige mais do que uma mera escolha: Exige coragem.

O caminho da cruz não é para pessoas covardes, fracas ou preguiçosas. Não é para pessoas
inconstantes ou insinceras.

Talvez nunca venhamos a precisar morrer por Jesus, mas precisamos considerar nossa vida sem
valor para nós mesmos e, assim, dar prioridade em fazer a vontade dele. A única alternativa a viver de
acordo com os mandamentos dele é fazer nossas próprias regras, e se essas regras são contrárias à
natureza e desejo dele, nos posicionamos fora das suas bênçãos providenciais.

Nascemos na família de Deus por meio da fé na obra acabada de Cristo; somos herdeiros do reino,
filhos de Deus e preciosos ao coração do Pai. Mas, embora estejamos numa posição privilegiada,
convém que tomemos voluntariamente uma posição de servos ou escravos, para que possamos servi-
lo em humildade. A submissão é a ordem do dia. Não estamos falando de privilégios, mas de
atitudes. Não há dúvida, reinaremos com ele, e em certo sentido já estamos reinando com ele. Mas,
ele é soberano e Senhor; nosso espírito deveria curvar-se em submissão voluntária à sua autoridade.
Uma atitude arrogante é totalmente inadequada. Jesus era o Senhor do universo, mas era manso e
amável de espírito. Ele poderia ter atacado os ímpios com vingança santa. Ele poderia ter manda-do
descer fogo do céu para consumir os covis de iniquidade; em vez disso, ele fazia o bem. Lemos em
Romanos 12.21: “Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem”. O livro de Judas
descreve em detalhes os pecados dos perversos; e qual é a palavra final de admoestação para os
crentes? Lemos nos versículos 20 e 21: “Edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês
têm, orando no Espírito Santo. Mantenham-se no amor de Deus, enquanto esperam que a
misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna”. E o autor acrescenta a
conclusão nos versículos 24 e 25: “Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los
diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória,
majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora
e para todo o sempre! Amém”.

O que devemos fazer quando a iniquidade prolifera?

“Mantenham-se no amor de Deus”. O que devemos fazer quando vem a perseguição? “Edifiquem-
se na santíssima fé que vocês têm, orando no Espírito Santo”. O que devemos fazer quando vêm as
provações? Devemos lembrar que Deus é capaz de impedir que caiamos e de nos apresentar diante da
sua glória sem mácula e com grande alegria. Louvado seja o seu nome!

Oração

Entramos na tua presença, nosso Pai, para louvar teu santo nome e agradecer-te a partir de um
coração que transborda de gratidão pela tua bondade. Tu és digno, porque conquistas-te todo poder
do mal e foste investido de autoridade sobre todas as obras das trevas. Aguardamos o dia quando tua
glória encherá a terra e todo joelho se dobrará diante do teu domínio. Apressa esse tempo; e
enquanto isso, oramos para que em nosso coração, enquanto rendemos nossa vontade à tua, tu
reprimas toda influência maligna que se levanta contra nossa alma. Permita que experimentemos
vitória sobre o inimigo por meio do poder do Espírito Santo que habita em nós.

Dá-nos ousadia para testemunhar, e que possamos andar em amor e ser pacientes. Em nome de
Jesus, oramos. Amém.
27. TENHA CORAGEM!
João 14.1-14

Ó filho de Deus, coragem! Anime-se, porque estou trabalhando em seu favor, para que se cumpra
aquilo por que você com tanto fervor tem orado. Suas petições têm chegado diante de mim, e sua
necessidade me comove. Não há situação tão difícil que eu não possa ajudar; nem existe pedido tão
insignificante que eu o descarte.

Mantenha firme a sua confiança. Espere em mim. Certamente suprirei as suas necessidades.
Repreenda a ansiedade.

Louve-me agora. Ao fazê-lo, sua vitória será dupla; pois a fé tem sua recompensa própria,
totalmente separada da bênção da oração respondida. O louvor também é um benefício em si
próprio, especialmente diante da perplexidade ou da adversidade; pois louvor e fé são virtudes da
alma, e como tal são de supremo valor.

Trabalhe – sim. Sirva-me – sim. Mas mais do que isso, ame-me. Caso contrário, não tenho
interesse em seu trabalho e serviço. Não seja vencido no processo de resistir ao mal. Permita que sua
alma seja preenchida comigo, e o bem que é parte de mim mesmo derrotará o mal com seu próprio
poder.

Eu sou o Senhor, o seu Deus, que o ama e tem deleite em você. Sim, descansarei no meu amor, e
o meu coração se regalará no seu. Vou ajudá-lo na medida em que você confia em mim.

Caminharei ao seu lado e dividirei os fardos com você.

Hei de encorajá-lo e fortalecê-lo, e mostrarei meu grande poder na proporção da sua fé.

Oração

Chegamos a ti, ó Senhor, com louvor e ações de graça pelo teu infinito amor. Não podemos
sondar a tua majestade, mas prostramo-nos em humilde adoração diante de ti e te oferecemos tudo o
que podemos trazer – a gratidão do nosso coração. Perdoa as inúmeras vezes em que fomos
negligentes com a tua bondade e em que subestimamos a tua misericórdia e proteção. Quantas vezes
nos poupaste da destruição sem que o soubéssemos? Quantas vezes, quando nos afastamos como o
filho pródigo, esperaste pacientemente pelo nosso retorno?

Perdoa, Senhor, nossa desatenção, e concede-nos olhos para ver as profundezas da tua graça e
corações que respondem ao teu amor. Em nome de Jesus, amém.
28. O PODER CRIATIVO DO AMOR DE DEUS
Salmos 91.1-16

No meio do tumulto existe paz para você, meu filho, à sombra das minhas asas. Não é que eu o
tenha abandonado quando surgem as tempestades; nem que você me tenha deixado. Intempéries não
alteram o relacionamento. Elas não indicam minha desaprovação. Elas sobrevêm a todos. A graça
prevalece em uma atmosfera de confiança. Questionar o meu amor em tempos de adversidade é a
pior coisa que você pode fazer. Sua maior ajuda está em afirmar a imutabilidade da nossa união. Ao
manter intacta sua confiança em mim, você certamente poderá se elevar acima de qualquer situação
adversa e alcançar a vitória.

Não é a ausência de conflito que cria o equilíbrio espiritual; ele é criado, antes, por uma fé
persistente diante da adversidade. Desejo que você aprofunde o seu amor por mim. Se compartilhar
esse desejo comigo, você não há de retroceder quando a caminhada se tornar difícil. Ela também foi
difícil para mim – muito mais difícil do que jamais será para você. Extraia sua força da minha
fidelidade, e sua coragem do meu amor.

Não tema. A fé não aceita o medo. A fé se fia em verdades eternas, e vê a montanha mais alta como
uma palha ao vento.

O amor de Deus é um poder criativo que resiste a todas as forças da escuridão. Ele (o poder
criativo do amor de Deus) nunca está inativo; ele entra em operação em qualquer circunstância pela
fé do crente. É tudo que é preciso para transformar derrota em vitória. É uma bomba dinâmica de
alegria, e quando seu poder é liberado, ela estilhaça as forças da resistência e abre caminho para
avançar.

Você pode deixar de lado sua própria estratégia, como faria com um brinquedo de criança. Ela é
inútil e sem valor.

Tenho um plano de ação mais elevado – um ataque frontal contra o inimigo. Tenha seus olhos em
mim e desconsidere o problema. Eu sou a resposta. Eu sou mais do que capaz.

Confie no meu caráter. Ele é um abrigo em toda calamidade. Vou preservá-lo no meio desta, e
você pode vir cantando.

Se você realmente deseja me agradar, começará agora mesmo, e continuará até que a fé prevaleça
em todos os envolvidos; pois usarei a sua fé para fortalecer a fé de outros. Você tem buscado uma
resposta à oração quando deveria estar buscando a minha pessoa por uma fé maior. Sua fé gerará o
suprimento.
Oração

Concede-nos, Pai celestial, a coragem e a humildade para permitir que o teu Espírito Santo nos
sonde e prove, para ver se há em nós algum caminho mau. Em nome de Jesus, oramos. Amém.
29. DEUS NÃO FALTA COM SUAS PROMESSAS
Salmos 37.1-25

“Já fui jovem e agora sou velho”, diz o salmista, “mas nunca vi o justo desamparado, nem seus
filhos mendigando o pão” (Salmos 37.25). Amados, há algo errado quando um verdadeiro crente não
consegue suprir suas obrigações financeiras de maneira honrosa, e em dia. Deus não é infiel. Ele
prometeu que suprirá todas as nossas necessidades, de acordo com suas gloriosas riquezas, e isso
inclui as necessidades financeiras. Ser irresponsável nas questões financeiras equivale a lançar uma
sombra sobre as promessas de Deus e sua capacidade de cuidar dos seus. Se ele veste os lírios do
campo, não vestirá muito mais a vocês? Se ele alimenta o pardal, será que deixará vocês famintos?
Não, o problema não está na integridade de Deus, mas na falta de integridade do homem.

O homem que não pode pagar suas contas está vivendo além de sua capacidade financeira ou se
apropriando de fundos indevidamente. Ambas essas situações equivalem a roubar aqueles que têm
prioridade de direito a esses recursos ou posses, cuja reivindicação eles legitimamente possuem devido
aos serviços que já prestaram pela livre escolha do devedor.

O mundo não deve coisa alguma a você: É você quem deve ao mundo. Buscar refúgio em
racionalizações é fugir da questão e se pôr a falsificar os fatos. “Deus entenderá”, dizemos. Não, Deus
não concorda com qualquer conduta que nasce da desconsideração egoísta dos direitos dos outros.
Jesus pagou a dívida pelos nossos pecados na cruz, mas as responsabilidades de um indivíduo para
com outro são responsabilidade exclusiva deles. Deus o ajudará a cumprir com suas obrigações se
você for honesto. Se você deve cem reais ao seu irmão, mas usa esse dinheiro para comprar um par de
sapatos, você não pode esperar que Deus lhe dê mais cem para pagar sua dívida.

Se você pagar sua dívida primeiro, Deus não permitirá que você ande descalço. A graça de Deus
não nos situa além das implicações dos Dez Mandamentos, um dos quais é: “Não furtarás”. As coisas
mais importantes em primeiro lugar. As contas vêm antes de novos gastos.

Deus nunca colocará coisa alguma sobre nós que não seja para nosso bem e nosso melhor
interesse. Ele não nos sobrecarrega com exigências pesadas demais. O provérbio que diz que “a
honestidade é a melhor política” tem suas raízes na Bíblia, pois Deus disse ao seu povo que se
quisessem ter uma vida boa e próspera, deveriam guardar os seus mandamentos.

Lemos em Deuteronômio 5.29: “Quem dera eles tivessem sempre no coração esta disposição para
temer-me e para obedecer a todos os meus mandamentos. Assim tudo iria bem com eles e com seus
descendentes para sempre!” (Deuteronômio 5.29). E o versículo 33 diz: “Andem sempre pelo
caminho que o Senhor, o seu Deus, lhes ordenou, para que tenham vida, [...] e os seus dias se
prolonguem na terra da qual tomarão posse”. Isso era para Israel, você argumenta. Sim, era para
Israel, e é para você e para mim. Os preceitos e leis de Deus não mudam. Por meio da desonestidade
ferimos a nós mesmos e prejudicamos nossos filhos pelo mau exemplo.

Direto ao ponto? Sim, porque você precisa encarar os fatos básicos e alinhar sua vida com o padrão
de moral e conduta de Deus. Qualquer coisa que não seja a honestidade total debilitará o seu
relacionamento espiritual com Cristo, não importa o quão religioso você se considere. Essa
mensagem precisa ser reiterada, porque grande lassidão se infiltrou nas vidas de muitos cristãos
professos; uma lassidão maquiada por pretensões extravagantes como a busca por milagres, o “viver
pela fé” e outras ilusões piedosas, todas concebidas para cobrir nosso egoísmo intrínseco e nossa
ganância pelas coisas deste mundo para nosso próprio orgulho e gratificação.

Paremos de nos enganar a nós mesmos (porque não estamos enganando a mais ninguém)! É muito
mais fácil ser fiel na reunião de oração do que no pagamento das nossas contas. Lembre-se do texto
bíblico que diz que se você precisa acertar as contas com o seu irmão, não deve ficar parado diante do
altar para orar, mas ir até ele e primeiro acertar as coisas; e então você pode orar! Os avivamentos não
começam necessariamente na igreja. Mais frequentemente, eles começam quando acertamos as coisas
com o nosso próximo, de acordo com as leis de Deus, que exige honestidade e justiça, e consideração
pelos direitos dos outros.

Lemos em Romanos 12.17: “Procurem fazer o que é cor-reto aos olhos de todos” (Romanos
12.17). Hebreus 13.18 diz: “Orem por nós. Estamos certos de que temos consciência limpa, e
desejamos viver de maneira honrosa em tudo”. Também lemos em 1 Tessalonicenses 4.6: “Neste
assunto, ninguém prejudique a seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas
práticas, como já lhes dissemos e asseguramos”. Lembre-se de que, embora o Espírito Santo seja o seu
Consolador, Deus também guarda registros de sua situação financeira, e chegará o dia da prestação
de contas; e esse dia, aliás, pode chegar antes do que você imagina. Precisamos arrumar a nossa casa,
e o quanto antes, melhor.

Esta mensagem se dirige àqueles que carecem de um compromisso sério na área financeira. Se você
está fazendo um esforço honesto em cumprir com suas obrigações, ela não é para você. Você pode
passá-la para alguém que talvez precise dela, ou guardá-la para fortalecer sua própria determinação de
não ser seduzido pela tendência demasiado popular do fascínio pelo luxo, que não faz parte da
promessa de Jesus de suprir todas as nossas necessidades e nos alimentar com o pão de cada dia – um
dia de cada vez. Ele diz, na verdade: “Não se preocupem quanto ao que comer ou vestir amanhã,
porque basta enfrentar os problemas de hoje” (Veja Mateus 6.24-34).

É tempo de vivermos com santidade e simplicidade, duas virtudes que estão desaparecendo
rapidamente em nossa sociedade. E o problema não está na inflação da economia ou na escassez de
nossa conta bancária. O problema é o nosso “eu quero” – nós queremos demais. O que realmente
necessitamos é o dom da gratidão, para substituir nossa inclinação mórbida à ganância, e um
profundo contentamento com o que já temos, para substituir nosso rancor quanto ao que ainda não
adquiri-mos. “O mundo tem se apossado de nós. Tendo e gastando, desperdiçamos o nosso poder”,
escreveu o poeta.

Não há nada de novo nesse problema. Cumprir as obrigações nunca foi prazeroso. Gostamos de
morar numa casa; não temos tanto prazer em pagar o aluguel ou os impostos. Gostamos de dirigir
nosso carro; não gostamos tanto de pagar a gasolina. Desfrutamos de uma boa comida; não gostamos
tanto de pagar a conta do supermercado.

“Os tempos são difíceis”, costumamos dizer. Eles sempre foram. Eles são difíceis na inflação e na
depressão. Eles são “difíceis” porque nunca podemos ter tudo que queremos.

Quanto mais queremos as coisas que não temos condições de ter, tanto mais “difíceis” parecem os
tempos. Quanto mais trabalhamos, mais recebemos, mais desejamos e mais gasta-mos. A ideia de
poupar para as coisas que queremos foi eliminada pelo sistema do cartão de crédito, com a ilusão
consequente de que todas as coisas são possíveis de se obter agora.

Essa ilusão só é abalada quando as contas que uma hora ou outra aparecem excedem o
rendimento; somos encorajados, então, a fazer um novo empréstimo para pagar essas dívidas,
continuando dessa maneira a agravar nossos problemas, sem vislumbrar qualquer luz no fim desse
túnel.

Amados, nada pode surpreender a Deus. A Bíblia é sempre contemporânea. Jesus nos deu a
fórmula para a paz e o sucesso financeiros quando disse: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino
de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6.33). Deus deseja que
nossas necessidades sejam supridas. Ele é amoroso, bondoso e generoso; mas ele tem um meio para
que sejamos prósperos: Amar a ele – e não as coisas. É torná-lo Senhor, colocá-lo em primeiro lugar, e
conhecer a alegria de dar – primeiro a ele, e então aos outros.

Oração

Senhor nosso e Salvador nosso, nestes dias em que passamos por provações precisamos aprender a
descansar debaixo das tuas asas de mistério e extrair forças e coragem do conhecimento da tua eterna
imutabilidade. Embora tudo ao nosso redor seja passageiro e não haja certeza alguma nesta vida, tuas
promessas imutáveis e teu caráter santo são uma âncora que se mantém firme. Encontramos nossa
consolação na tua presença contínua e extraímos nossa força da tua preciosa Palavra.

Que o teu louvor esteja continuamente nos nossos lábios e teu amor inunde o nosso coração. Em
nome de Jesus, oramos.

Amém.
30. SANTIDADE E GRAÇA – PARCEIROS INSEPARÁVEIS
Romanos 5.1-15

Se o amor é uma fragrância doce, a graça é um jardim de especiarias. A graça é como um tempero,
e tem propriedades de preservação. As profundezas da graça não podem jamais ser perscrutadas; a
amplitude da graça não pode ser medida.

Ela é o amor de Deus em operação, indo ao encontro do miserável pecador. É a misericórdia de


Deus que desce e retira a alma que afundava na areia movediça dos seus miseráveis fracassos. É a
intervenção divina do Redentor dispersando os poderes do mal para resgatar os derrotados de dentro
do poço do remorso, alçando-os ao perdão do Pai. Graça – tema de intermináveis canções e poemas,
inspiração de incontáveis sermões e livros.

Um antigo hino diz: “Graça, som encantador, doce aos ouvidos; pelo céu ele há de ressoar, e toda
a terra ouvirá. Salvo somente pela graça! Esta é toda a minha prece: Jesus morreu por todos, e Jesus
morreu por mim”.

A graça é o remédio primário e final para todas as enfermidades, mas primeiro nós buscamos todas
as outras alternativas. A graça restaura, mas buscamos impedir sua obra eficaz procurando atar nossas
feridas. Não importa o quanto nos distanciemos de Deus ou quão profunda seja nossa necessidade,
sua graça está ali. “Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos [...] Se
subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também [...] Se disser:
Decerto que as trevas me encobrirão; então, a noite será luz à roda de mim [...] quando acordo, ainda
estou contigo” (Salmos 139.3, 8, 11, 18, ERC).

Nunca podemos escapar de Deus, porque ele não está apenas à nossa volta; ele está dentro de nós, e
sua graça é ativa o tempo todo, quer o reconheçamos ou não. Ela é semelhante ao ar que respiramos:
Não existiríamos sem ele, mas achamos isso normal, mal damos pela sua existência, não pensamos
nele em circunstâncias habituais. É isso que fazemos com a graça de Deus. A graça é o meio no qual
somos capazes de sobreviver espiritualmente, mas com muita frequência nos esquecemos da sua
qualidade sustentadora de vida, e, por não cultivarmos uma consciência maior da sua contribuição
para nosso bem-estar espiritual, acabamos impossibilitando que seu poder nos abençoe em plena
medida. Quanto mais limita-mos o seu poder, mais miseráveis somos.

Se pudéssemos apenas vislumbrar o verdadeiro alcance da graça, nossa experiência cristã seria
infinitamente aprimorada.

Por meio da imputação da justiça de Cristo, o cristão se encontra numa posição de santidade
diante de Deus. Quanto a sua posição, ele é um santo. Quanto a sua experiência, ele está destituído da
glória de Deus, necessitando assim da graça de Deus continuamente para tornar válida a sua salvação.
A Bíblia nos diz que “sem santidade ninguém verá o Senhor”, e somos ordenados a sermos perfeitos
como ele é perfeito. Esse é um padrão rigoroso. Quem pode alcançá-lo? É quando encaramos esse
dilema que reconhecemos a realidade de quem somos (continuamente destituídos da glória de Deus)
e do que fomos ordenados a ser (perfeitos) para que a graça de Deus (a oferta do seu amor e
misericórdia apesar de não o merecermos) opere de modo resgatar o filho confiante de Deus,
colocando-o numa posição de favor aos olhos do Pai, quando de outro modo ele seria um excluído.
Se no conceito que você tem da salvação não há lugar para a graça de Deus operar diante da
imperfeição humana, seu padrão de justiça é rígido e legalista, que só permitirá ao indivíduo
completamente santificado, perfeitamente puro de coração, totalmente vitorioso e sem pecado entrar
na casa do Pai. Amados, se fosse assim, o céu seria um lugar onde Deus habitaria em solidão
absoluta, lamentando o fracasso total do seu plano redentor e afligindo-se pelo elevado custo do
Calvário já que ele é totalmente ineficaz. Mas, graças a Deus, esse não é o caso.

Quando confessamos nossos pecados e aceitamos o Senhor Jesus Cristo como Salvador pessoal,
todo o registro dos nossos pecados passados é apagado, e somos “aceitos no Amado”. A justiça dele é
imputada a nós: Somos tão queridos para Deus quanto o seu próprio Filho, porque somos co-
herdeiros com Cristo de todas as riquezas do reino dos céus.

A justiça é algo maravilhoso. Significa ter um relacionamento apropriado com Deus em santidade.
Mas a justiça não deve ser igualada ao caráter. A justiça de Cristo é “colocada sobre você”
(imputada); mas o caráter é formado em você, e esse é um processo que exige tempo e esforço: Não se
trata de um dom.

É um processo que a linguagem teológica denomina santificação. É o desenvolvimento daquilo que


foi introduzido em nós.

Sua vida divina foi implantada em nós na experiência da salvação – no milagre do novo
nascimento. A partir desse ponto, é a obra do Espírito Santo que habita em nós, operando
juntamente com o desejo do cristão, produzindo uma transformação interna e externa de toda
expressão de sua vida, para que ele verdadeiramente reflita a personalidade de Jesus. São as coisas
antigas que passam, e as coisas novas que surgem.

É renovar a mente para conformar-se com a mente de Cristo em pureza. É voltar as costas para os
padrões de hábitos pecaminosos da natureza não regenerada, e desenvolver pensamentos e propósitos
santos em harmonia com o coração de Deus, nosso Pai. É renunciar ao egoísmo para poder fazer a
vontade daquele cujo único desejo é amar e abençoar. É buscar tornar-se semelhante a Cristo – em
cada aspecto de nossa expressão diária – em sentimento, pensamento e ação.

A santificação é um nascer contínuo em santidade e pureza renovadas, e esse processo inicia aqui e
vai até a eternidade.

Alguém disse: “Mostre-me um homem que professa ser perfeito, e deixe-me falar com mulher
dele”. A perfeição é algo que almejamos – e não algo que já alcançamos. Somente Deus é totalmente
bom. A ponte dourada que conecta o alvo para o qual prosseguimos e o lugar em que estamos é a
graça de Deus.

Há tantas ideias divergentes sobre esse ensinamento quanto árvores numa floresta. Os teólogos
dedicaram mais reflexão e debate a ele do que à questão da idade da terra ou aos detalhes da volta do
nosso Senhor. Esta não é uma tentativa de apresentar uma solução final. É só uma tentativa de tirar o
pó da Palavra de Deus, olhar de uma nova maneira as preciosas verdades do seu amor e misericórdia
ilimitados, e quem sabe libertar alguma alma sobrecarregada das correntes do legalismo e da culpa.
“Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).

Por quê? Por que eles são perfeitos? Não! Por causa da graça de Deus!

A graça ensinou minha alma a orar, E fez meus olhos transbordar; Foi a graça que me guardou até este
dia, E ela não me abandonará.

– Augustus M. Toplady “Graça, um som cativante”

Oração

Pai nosso e Deus nosso, mergulhamos na tua misericórdia, pois sem ti não há esperança. Em ti
estão escondidas todas as riquezas da graça, e pela fé, e somente por meio dela, tomamos posse das
tuas promessas. Purifica-nos de toda injustiça e perdoanos por todo pensamento e ação que tenha
entristecido o teu Espírito Santo. Colocamo-nos debaixo do sangue derramado de Jesus e oramos
pelo teu toque curador no corpo, alma e espírito. Agradecemos-te por nos ouvir. Em nome de Jesus,
oramos. Amém.
31. CRISTO, NOSSA JUSTIÇA
Romanos 12.1-8

Infelizmente, em termos de santidade há uma grande diferença entre o que nós somos e o que Deus
é. Somos chamados à santidade. A Palavra de Deus nos ensina a importância, o padrão e a intenção
divina quanto à santidade. Deus é santo.

Deus deseja que nós, seus filhos, sejamos semelhantes a ele em santidade. Ele deseja ter comunhão
conosco e que compartilhemos da eternidade com ele em um lugar santo. Está escrito que nada que é
impuro entrará ali.

Precisamos entender o que Deus quer dizer quando fala de santidade e examinar nosso coração à
luz da sua Palavra, para ver se nossa santidade está de acordo com os padrões dele, e caso ela não
esteja, descobrir se há alguma maneira de alcançá-la.

Em primeiro lugar, precisamos ser honestos. Precisamos encarar o fato de que não há nada que
possamos obter pelo mero fato de o desejarmos, nem o logramos com falsas alegações de posse
quando nada de concreto pode ser visto. Deus quer que sejamos santos, e podemos até desejá-lo, mas
isso não nos torna santos. Alegar ter algo que não manifestamos é ilusório.

Para sermos santos, devemos estar totalmente e consistentemente livres de pecado – de todo
pecado. Mas a Palavra diz que estamos continuamente aquém da glória de Deus. Todos são
imperfeitos segundo o padrão de perfeição de Deus, e todos estão no processo de serem moldados
segundo a imagem de Deus em Cristo, mas ninguém realizou de forma perfeita a plenitude da obra
redentora e santificadora dele. (É claro que “todos” aqui se refere a crentes nascidos de novo).

Encontramo-nos, portanto, diante de um dilema. Podemos sucumbir ao desespero, ou podemos


seguir adiante.

Podemos nos comparar aos outros, medindo nosso grau de santidade em termos relativos, tendo
satisfação no contraste entre nossa bondade e a corrupção total da pessoa não-regenerada. Podemos
tomar o padrão divino de uma perfeição aparentemente inatingível e o rebaixarmos de alguma
maneira a algo que esteja ao nosso alcance Podemos criar um padrão segundo nossos próprios
termos.

Todo filho de Deus sincero e honesto certamente reconhecerá que, à luz do caráter e expressão
puros e santos de Deus, ele está a léguas de distância do destino desejado em termos de perfeição
pessoal. Qualquer pessoa que proclame o contrário está desinformada, desorientada, enganando-se a
si mesma, não importa o quão boa ela seja. “Não há ninguém que seja bom, a não ser somente
Deus”, disse Jesus.
Então talvez você se pergunte: Qual é o sentido? Para que tentar? Para que buscar o impossível?
Ou por que deveríamos nos censurar pelo fato de não termos êxito em produzir aquilo que somos
incapazes de produzir? Não estará Deus fazendo exigências descabidas? Ou será que ele pode ser
induzido a concordar com algum meio-termo que possa nos resgatar de uma situação irremediável?

Não se trata de forma alguma de uma pergunta hipotética.

Esse é um problema muito real para o filho de Deus que refle-te. Por um lado, ele sabe que se
espera dele a perfeição. Por outro lado, ele tem a consciência dolorosa de que não é perfeito, a não ser
que escolha se enganar a si mesmo de forma deliberada, simplesmente alegando ser algo diferente do
que ele realmente é.

Será que nosso amoroso Pai celestial está alheio à nossa luta? Claro que não! Ele sabia que ela viria,
e tomou todas as providências necessárias para ela por meio do seu Espírito Santo, que habita em
nós. Nisso está o segredo da vitória sobre o pecado: Aquele que é perfeito, em toda sua autoridade e
poder sobre o pecado, reside em nós para produzir a santidade que não conseguimos produzir por
conta própria. Ele é a nossa justiça. Ele é a nossa pureza. Ele é a nossa paz. Ele é a nossa vida. Cristo
em nós é a nossa esperança de glória. Cristo em nós é amoroso, bondoso, paciente, perdoador,
longâni-mo, sensato, puro – cheio de alegria, esperança e fé. O que é impossível para nós é possível
para ele. Ele veio para residir e também para se manifestar por meio de nós. Seu amor é derramado
em nosso coração e irradia para as pessoas ao nosso redor. Seu Espírito habita em nós para nos
capacitar a realizar as obras de justiça e produzir fruto que refletirá uma obra redentora.

Essa é a resposta de Deus para o nosso desamparo. Como ele conhece nossa total inabilidade de
produzir qualquer justiça verdadeira em nós mesmos, Deus praticamente disse: Desçamos para
produzir a justiça em vocês, para vocês e por meio de vocês. Tudo que vocês precisam fazer é crer,
receber, se render e permitir. É a simplicidade de confiar, descansar e permitir que Cristo viva sua
vida em e por meio de nós. Nas palavras do apóstolo Paulo: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já
não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho
de Deus, que me amou e se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça vem
pela lei, Cristo morreu inutilmente!” (Gálatas 2.20-21). Somente ao permitir que ele viva sua vida
através de nós é que seu verdadeiro espírito de santidade será real em nossa experiência e expressão.

Oração

Abençoado Salvador, ajoelhamo-nos ao pé da cruz e colocamos ali nosso fardo pesado. Nada
temos a trazer exceto nossa necessidade. Não temos dádiva alguma a oferecer, nem mérito para
suplicar. Ouve nosso clamor e sê misericordioso conosco, teus filhos. Longe de ti não há esperança.
Sem tua graça redentora somos impotentes para nos salvar. Olha para nós com favor por causa do teu
sacrifício, porque tu, por meio da tua morte expiatória, compraste a vida eterna para nós.

Aceita nossa gratidão, Senhor Jesus, nós oramos. Amém.


32. O GRANDE MÉDICO
Romanos 5.1-11

Nem eu nem você somos bons: Jesus é bom, e qualquer bondade que porventura se manifeste em
você ou em mim só se manifestará enquanto, quando e se Jesus, por meio do Espírito Santo e pelo
seu poder, estiver produzindo o fruto da justiça em nossa vida. Devemos nos regozijar nisso, pois o
que é difícil para nós é fácil e natural para ele. Todos os aspectos repulsivos das nossas inclinações
naturais podem ser colocados debaixo do sangue de Jesus, e então toda a sua amabilidade e beleza
podem florescer em nós. Os esforços e as lutas são inúteis. É quando permitimos a ação dele que o
fruto se torna realidade mais rapidamente. A determinação carnal em “ser bom” acabará em derrota.
Exercícios religiosos que geram farisaísmo são mais um impedimento. Você nunca produzirá uma
vida à semelhança de Cristo: Ele o fará em você. Seremos de fato ajudados quando expusermos nosso
espírito à influência dele, por meio da Palavra de Deus e de oração, meditação, contemplação e
adoração.

O amor é um poder que opera milagres, e o livre fluir recíproco do nosso amor por ele e do amor
dele por nós é como um rio puro e cristalino que purifica nossa alma, trazendo frescor e vida. Uma
vez encontrado esse rio da comunhão livre com o Senhor, você nunca mais reclamará de experiências
“desérticas”. Se a sua alma se sente esgotada, é porque você está enredado em si mesmo, tentando
encontrar respostas no seu próprio interior. Essa é uma busca inútil. Determine de uma vez por todas
que sozinho você não é nada, mas que em Cristo você é tudo, e entre uma coisa e outra é a graça dele
que o sustenta, pois o amor dele não permitirá que você destrua completamente a si mesmo em sua
ignorância.

Será que você está definhando em um lugar de aparente desesperança, lamentando sua
inconstância, perguntando-se por que nem sempre você pode estar no topo da montanha, louvando a
Deus e se regozijando, indo de vitória em vitória como você supõe que um cristão “normal” deveria
fazer?

Tenho boas novas para você, ou melhor, Deus tem boas novas para você! Ele também está no vale
do desânimo e nas sombras do desespero. Ele está no isolamento bem como entre os cristãos
reunidos. Ele está tão próximo dos aparentemente derrotados quanto daqueles que celebram. Deus
vê você, como filho confiante dele, através do sangue purificador de Jesus, e o amor dele por você
não se abala diante das suas lutas.

Graça é favor divino derramado sobre os indignos. Amados, vocês não precisam merecer o amor de
Deus. Ele não é um tirano implacável. Na verdade, é lamentável que alguns tentem transferir para
Deus o tipo de personalidade que tantas vezes encontramos no homem – especialmente no homem
religioso. Rigidez e condenação não são componentes da graça de Deus. Há um mundo de diferença
entre a convicção incisiva do Espírito Santo lidando com o pecado na vida de uma pessoa e o espírito
condenatório, acusatório e rude dos que se consideram espiritualmente superiores e se autonomeiam
juízes. Nenhuma pessoa agindo no Espírito de Cristo e na graça de Deus jogará a culpa sobre você, e
você tampouco deve permitir que isso aconteça. Esse tipo de tratamento só faz intensificar a aflição.
Jesus é o grande Médico. Ele não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio fumegante.

E um ministério verdadeiramente dirigido pelo Espírito Santo fluirá no poder de Deus para
realizar uma obra que cura – não para infligir mais dor. A culpa é parte da enfermidade; o perdão é
parte da cura. A graça de Deus irá resgatá-lo do pântano da depressão; a condenação do homem o
afundará mais ainda.

Encontre a rocha em que você possa firmar os pés, e permaneça nela. Aprenda a confessar com o
salmista: “Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre
uma rocha e firmou-me num local seguro.

Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus. Muitos verão isso e
temerão, e confiarão no Senhor” (Salmos 40.2,3). A vitória sobre o diabo já é um fato concluído por
meio da obra consumada de Cristo. Aprenda a viver nessa vitória à medida que você aprende a viver
nele e celebrar a gloriosa liberdade de que ele também vive em você!

Oração

Nosso Pai celestial, chegamos a ti como filhos tomados pelo teu amor. Amamos, adoramos e
louvamos-te. Inclui-nos, Senhor, entre os sábios que continuam buscando a ti. O céu é o lar do
nosso espírito, e longe de tua presença somos como pessoas errantes. Temos somente um desejo:
Agradar a ti, pois não te agradar significa ser uma decepção para ti, para nós mesmos e para os
outros. Tu nos deste vida – somente uma vida, e oramos sinceramente para que, pelo poder do teu
Espírito movendo-se em nosso coração, possamos vivê-la para a tua glória. Em nome de Jesus,
oramos. Amém.
33. AQUI ESTÁ A SUA FELICIDADE
João 13.1-20

“Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os
pés uns dos outros [...] nenhum mensageiro é maior do que aquele que o enviou. Agora que vocês
sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem” (João 13.14-17).

Jesus nos deu um exemplo a ser seguido em nossa busca pela felicidade. Ele é bastante simples.
Consiste em nos humi-lhamos e de fato nos importamos uns com os outros, de tal forma que
vejamos qualquer oportunidade de servir como um raro privilégio a ser estimado, como uma dádiva
das mãos de Deus. A vida toda do Senhor Jesus nos ensina essa bela lição.

Quando nos prostramos é que nosso espírito é enobrecido, e é por meio do sacrifício que a alma é
enriquecida. O único desejo do espírito humilde é ser derramado, pois “quem quiser salvar a sua vida
a perderá, mas quem perder a vida por causa de Cristo a encontrará.”

Jesus começou a nos mostrar isso como um bebê na man-jedoura em Belém, chegando a este
mundo não para se bene-ficiar de qualquer coisa que ele pudesse oferecer, mas para derramar-se a si
mesmo. Assim o vemos durante sua vida terrena: Dando, servindo, amando, curando, cuidando,
orando, ensinando, abençoando e perdoando – e no fim, morrendo – tudo para que, por meio de sua
vida, ele pudesse nos ensinar como viver. E antes de deixar esta terra ele disse: “Deixarei algo com
vocês – uma dádiva muito especial e preciosa: Minha alegria!” Você já se perguntou que tipo de
alegria Jesus tinha?

É o tipo de alegria que é consequência de ser derramado, um tipo de alegria que a pessoa egoísta
não entende. Essa alegria não é resultado de ser popular, rico ou poderoso, mas de ser reduzido a
amar.

Quando olhamos para o bebê Jesus nos braços de sua mãe, vemos o próprio coração de Deus, o
Pai, derramado! Quando vemos o Cordeiro de Deus, santo e imaculado, Jesus, nosso Salvador,
sangrando e morrendo na cruz, tomando o lugar que nós, pecadores, merecíamos, vemos a afirmação
máxima e suprema de humildade, amor e sacrifício. E, ao mesmo tempo, descobrimos o segredo da
alegria dele. Deus, o Pai, deu seu Filho em Belém: Jesus deu-se a si mesmo no Calvário.

Você já recebeu a dádiva de alegria dele? Ela será sua à medida que você se entregar – a ele e aos
outros. Como Jesus disse: “Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores
irmãos, a mim o fizeram” (Mateus 25.40).

Aquele que dá muito, terá muita alegria. Depende de você.


Oração

Louvamos-te, nosso Pai, pela liberdade de Espírito que foi conquistada para nós pela obra
redentora de Cristo. Tu nos livraste da escravidão do pecado e nos libertaste das cadeias da culpa.
Louvamos-te e adoramos-te, e nos regozijamos na plenitude de tua salvação. Aceitamos alegremente
o teu senhorio sobre as nossas vidas. Reina em nosso coração e põe tudo o que há em nós sob
domínio de Cristo, nosso Salvador. Oramos estas coisas em teu santo nome. Amém.
34. LIBERDADE AOS CATIVOS
Isaías 61.1-11

Jesus Cristo veio ao mundo para proclamar liberdade aos cativos e libertar os oprimidos. Ele veio
ao mundo para trazer vida, liberdade e amor. Ele pôde fazer isso pela humanidade porque ele é o Rei
dos reis e Senhor dos senhores, e quando confiamos nossa lealdade a ele, somos libertos da escravidão
de outros senhores. Negamos o senhorio dele se nos entregamos ao domínio de qualquer outro. Em
nosso compromisso com a sua autoridade, somos livres – livres para amar e para servi-lo acima e além
de todos os outros relacionamentos.

Somos livres para corresponder ao seu amor, livres para obedecer aos seus mandamentos, livres
para expressar nossa adoração a ele conforme o Espírito Santo nos ensina a fazer.

Esse é um dos paradoxos divinos: Somos livres para sermos presos; atamo-nos a ele pelo amor que
lhe temos, e ele nos liberta pelo amor que tem por nós. Por meio do nosso compromisso com o
senhorio dele, somos libertos das reivindicações do diabo, porque ele não tem direito de tocar aquilo
que pertence a Deus. Além disso, não pertencemos a outras pessoas. Pertencemos a Deus, e só a ele,
pelo ato soberano da sua graça em nos ter aceito como seus filhos, e por termos aceito a autoridade
dele sobre nossa vontade e nossa vida.

Precisamos entender essa lei espiritual básica e, tendo a entendido, tomar todo o cuidado para
mantê-la em operação em nossa caminhada diária no Espírito. Se vamos andar na luz, essa luz precisa
ser a luz de sua Palavra. Se seu senhorio é uma realidade em nossa experiência diária, precisamos estar
vigilantes o tempo todo para que a nossa própria vontade e a vontade de outros não tentem usurpar a
autoridade que por escolha e desejo temos entregado a Cristo.

Precisamos de proteção contra espíritos dominadores que se disfarçam de autoridades religiosas.


Eles se autonomeiam nossos guias espirituais, aparentando ser santos mas, buscando controlar as
pessoas do seu círculo de influência por motivos egoístas. Apesar de declararem estar servindo a
Deus, na verdade eles servem a si próprios, consciente e inconscientemente. A pessoa iludida está
certa aos seus próprios olhos, infelizmente. É bem possível que eles estejam entre aqueles que no
Julgamento dirão a Cristo: “Em teu nome não realiza-mos muitos milagres?”. A quem o Senhor
responderá: “Afastem-se de mim; nunca os conheci”.

O indivíduo com um espírito dominador carece do entendimento necessário para perceber a


seriedade de se buscar o poder por meio do controle e o reconhecimento por meio da lisonja e
aprovação dos outros. Quando um espírito dominador recebe permissão para agir livremente, sem
controle e sem ser desafiado, ele atrai para si outros espíritos de orgulho, presunção, superioridade e
subjugação. Se, por sua vez, essas manifestações são desculpadas, toleradas e incontestadas, elas
atrairão ainda outros espíritos, todos perigosos, destrutivos, anarquistas e tiranos. Quanto mais esses
espíritos são alimentados, mais fortes eles se tornam e, por sua vez, todos os que são vitimados por
sua influência têm cada vez menos chances de escapar da rede na qual se permitiram ser enredados.
Isso ocorre quando eles contribuem para o problema ao se submeter aos espíritos dominadores e de
superioridade.

A Bíblia diz que somos escravos daquilo a que damos permissão. Ao submetermos nossa alma à
influência de um espírito dominador de forma voluntária, irrefletida ou arrogante, colocamos em
risco nosso próprio espírito e também nos tornamos responsáveis em certa medida pelos resultados
destrutivos, tendo contribuído para a formação de uma personalidade tirânica.

“Sigam-me, porque estou seguindo a Cristo”, disse Paulo.

Todo cristão deveria poder dizer o mesmo e desejar que assim fosse. Seguir a Cristo é ter o mesmo
tipo de humildade que ele teve. É inconcebível achar que Jesus tinha um espírito de superioridade.
Tudo nele era exatamente o oposto disso. Ele esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, humilhou-se
a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz. A ele nós adoramos, servimos, honramos e
veneramos, e, se necessário, estamos dispostos a morrer por ele. Que possamos ser protegidos e
libertos de toda falsa adoração.

JESUS É SENHOR!

Oração

Deus Todo-Poderoso, que governa o universo pela onipotência divina, concede que possamos
encontrar uma maneira de expressar as profundezas de nossa gratidão pela tua misericórdia e amor.
Curvamo-nos aos teus pés; apresentamos nossos pecados e clamamos pelo teu perdão; apresentamos
nosso quebrantamento e suplicamos que nos concedas cura e força renovada. A jornada é longa, e
nosso sustento ao longo do caminho é escasso. Em vão buscamos encontrar conforto no mundo, mas
tu não nos ensinaste a buscá-lo no mundo, e portanto o buscamos em ti, que nunca nos
decepcionaste no passado, e não nos decepcionará agora. Regozijamos em tudo que tu és para nós;
nosso coração se alegra na tua grandeza e ficamos admirados diante das tuas maravilhas, porque
somos testemunhas diárias do teu cuidado e da tua generosa provisão. Bendizemos o teu nome, ó
Senhor, e renovamos nossa devoção incondicional a ti. Em nome de Jesus, amém.
35. DEUS DE ESPERANÇA E PACIÊNCIA
Romanos 15.1-14

Encontramos essas duas designações em Romanos 15.13, 14 e 15.5,6: “Que o Deus da esperança
vos encha de toda alegria e paz na vossa fé, para que transbordeis na esperança pelo poder do Espírito
Santo. Meus irmãos, quanto a mim, estou convencido de que já estais cheios de bondade e
plenamente supridos de todo conhecimento, sendo, vós mesmos, capazes de instruir-vos uns aos
outros”. “Que o Deus da perseverança e do ânimo vos dê o mesmo modo de pensar entre vós,
segundo Cristo Jesus. Para que, unânimes e a uma só voz, glorifiqueis o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo”.

Tentemos entender o pensamento implícito desse texto de uma forma mais direta: “Que o Deus
da esperança vos dê alegria e paz ao confiarem nele, e que estejam cheios de bondade e
conhecimento, para que sejam bênção uns para os outros.

E que o Deus da perseverança vos conceda harmonia em Cristo para que adoreis e glorifiqueis a
Deus o Pai em unidade de coração”. Essa não é uma melhoria do texto original; é uma síntese das
verdades pertinentes das passagens, apresentadas de maneira mais direta para nos ajudar a captar sua
intenção.

É uma oração para que os crentes adorem juntos, em harmonia uns com os outros. “O mesmo
modo de pensar” – uma só mente, uma só voz, uma só confissão, para que Deus seja glorificado e
todos sejam instruídos. A unidade de expressão vem da unidade do pensar. E a unidade do pensar
vem do entendimento e do conhecimento. A instrução na Palavra é essencial para a pureza na
adoração. “Supridos de conhecimento, sendo capazes de instruir-vos uns aos outros” – isso só se
torna verdade se a mente tem sido ensinada na Palavra.

Muito do que chamamos de “adoração” não passa de um exercício carnal. A verdadeira adoração
não nasce de algo exterior. Não é um ritual do qual participamos como parte de um programa
espiritual. Adoração em grupo é glorificar a Deus em unidade de coração, que é desenvolvida em
uma atmosfera de paciência e esperança à medida que a Palavra vai produzindo compreensão e
conhecimento em nós. Deus não pode ser adorado de forma adequada quando somos ignorantes a
seu respeito. Uma das definições de adoração é “respeito em submissão”, e essa atitude só pode ser
gerada pelo entendimento. A fé é admirável; mas a fé cega não é nada. Ela precisa estar baseada na
compreensão inteligente da pessoa em quem estamos confiando. Falar de fé e não entender o seu
objeto não tem valor algum.

Nossa fé é numa pessoa que só podemos entender se estivermos qualificados no nosso


conhecimento da Palavra. Se não a lermos, jamais estaremos qualificados! Quando a lemos,
descobrimos que, entre outras coisas ( muitas outras coisas!), Deus é o Deus da esperança e da
perseverança. Por que precisamos entender isso? Em parte porque somos inclinados a sermos pessi-
mistas impacientes. Deus não é como nós em nossas fragilidades. Dizendo de forma mais clara, o seu
caráter quando ele agir jamais refletirá a nossa ignorância. Ele sempre agirá de acordo com a sua
santidade e sabedoria. É por isso que ele é uma decepção contínua para a mente carnal. A natureza
indis-ciplinada e não santificada do homem exige que Deus aja de um modo inconsistente com o seu
caráter. Se o víssemos como o Deus da esperança e da perseverança, nossa percepção seria mais
apurada, e pouco a pouco desenvolveríamos uma medida de “respeito submisso”; e a certa altura,
talvez, aprenderíamos em parte como verdadeiramente adorar.

Aprenderíamos, assim, a nos aproximarmos do propiciatório com temor e admiração, com a


devida atitude de humildade – e com a paciência nascida da esperança que vem quando sabemos que
nos aproximamos de um Pai celestial amoroso e sábio, que nos ouve de verdade e deseja nos
abençoar. Esse mesmo Pai, contudo, está acima da petulância humana e com toda a certeza não pode
ser constrangido ou tocado pela tirania.

O homem jamais poderá forçar Deus a fazer algo. Nunca confunda fé com força. Deus é soberano.
Deus é supremo.

Deus é amoroso. Ele deve ser honrado, adorado, obedecido e amado, com paciência e com
esperança, edificadas sobre o entendimento inteligente da sua natureza santa.

Oração

É por causa de tua misericórdia, ó Senhor, que não somos consumidos. A cada nova manhã vemos
nossa força renovada e nosso ânimo fortalecido pelo conhecimento de tua graça infalível e teu rico
suprimento. Não dependemos dos nossos recursos limitados, pois nos lançamos completamente
sobre ti, como nos convidaste a fazer. Certamente tu serás nosso forte apoio em todos os momentos
de provação e nos confortará em tempos de necessidade. Louvamos-te, te glorificamos e exaltamos o
teu nome, e pedimos que nos ajudes a não cairmos em ingratidão e que jamais entristeçamos o teu
Espírito com queixas. Concede-nos nosso próprio Cântico dos Cânticos – uma melodia contínua de
amor transbordante por ti em nosso coração, para que sejamos elevados acima da tristeza e possamos
animar uns aos outros na alegria do Senhor. Em nome de Jesus, oramos, com ações de graça. Amém.
36. DEUS DA GRAÇA
Romanos 15.1-15

Um dos meios mais certos de que dispomos para animar nosso próprio coração é ocupar nossos
pensamentos com a bondade e a grandeza de Deus. “Tu guardarás em perfeita paz aquele cujo
propósito está firme, porque em ti confia” (Isaías 26.3). “Seja-lhe agradável a minha meditação, pois
no Senhor tenho alegria” (Salmos 104.34). “Davi ficou profundamente angustiado, pois os homens
falavam em apedrejá-lo [...] Davi, porém, fortaleceu-se no Senhor seu Deus” (1Samuel 30.6).

Qualquer que seja a situação em que nos encontramos, nosso alívio virá mais rápido se fixarmos
nossos pensamentos no Senhor e o louvarmos por suas misericórdias e seu terno amor. Jamais me
esquecerei do impacto que as crianças pobres da Missão de Resgate Westside, em Chicago, tiveram
sobre o meu coração quando as ouvi cantar o coro: “Se o Senhor me ama, nada pode me afligir, e ele
me ama, ah sim, ele me ama!”. Outro hino favorito dessas crianças dizia: “Há sim, meu amigo, existe
algo mais valioso, existe algo mais valioso do que o ouro; saber que os seus pecados estão todos
perdoados é mais valioso do que o ouro”.

Fixar nossos pensamentos nele é mais do que um sentimento. Concentrar-se nas Escrituras que
nos apresentam percepções do seu caráter traz significado para os nossos propósitos devocionais.
Quanto mais entendermos acerca da natureza de Deus, tanto mais profundo será nosso amor por ele,
pois é difícil realmente amar alguém com quem não estamos familiarizados. A Bíblia é rica em
revelações acerca da personalidade de Deus, e à medida que o buscarmos pelas páginas sagradas e
meditarmos nas verdades ali descobertas, cresceremos em nosso conhecimento acerca dele e o nosso
amor por ele será acentuado.

Tendo essas coisas em mente, consideremos 1 Pedro 5.10, em que o Senhor é chamado de “Deus
de toda a graça”.

1 Pedro 5.10,11 diz: “O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo
Jesus, depois de terem sofrido durante pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará forças
e os porá sobre firmes alicerces. A ele seja o poder para todo o sempre. Amém”. Esses belos versículos
se seguem a um número de admoestações: Devemos (1) nos humilhar, (2) lançar nossa ansiedade
sobre ele e (3) ser sóbrios e vigilantes por causa do diabo e resisti-lo, permanecendo firmes na fé. O
tema dessa carta de Pedro é o sofrimento. O versículo 10, acima, o menciona. Ele provavelmente não
se refere à dor física, mas à aflição espiritual, como mencionado em 1 Pedro 4.19: “Por isso mesmo,
aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel Criador e
praticar o bem”.

Há pouca dúvida de que há um relacionamento próximo entre certo tipo de aflição espiritual e o
crescimento na graça do filho de Deus, assim como está escrito sobre o Senhor Jesus que “ele
aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu” (Hebreus 5.8). Podemos desejar nutrir a ideia de
que pode haver certo tipo de sofrimento que não inflija uma dor real, mas isso é uma ilusão.
Sofrimento é sofrimento, e o sofrimento dói. Doeu para Jesus, e doerá para nós. Esse é o preço do
crescimento, da maturidade, da perfeição. Em parte isso ocorre como resposta de oração. É claro, nós
não pedimos a aflição nas nossas orações, mas quando oramos pela ação aperfeiçoadora do Espírito
em nosso coração, a aflição chegará a seu tempo, visto que ela é o instrumento por meio do qual a
obra de aperfeiçoamento é realizada. Às vezes dizemos estar “dolorosamente conscientes” de alguma
coisa ou outra. Isso faz parte do sofrimento no espírito. O foco da convicção divina recai sobre algum
pecado favorito, e estremecemos ao perceber que alguma coisa que abrigamos e acalentamos é, na
verdade, pesarosa ao coração de Deus, e então conseguimos entender Pedro quando ele, “saindo dali,
chorou amargamen-te”. Amados, isso é sofrimento, e isso dói. E quando você se esforça para fazer a
vontade de Deus, e parece que o inferno todo está investindo contra você, tentando impedir a
realização de algo que traria bênção para o povo de Deus, saiba que essa é a “paciência diante do
sofrimento”.

Provavelmente há tantas maneiras de sofrer no espírito quanto há de sofrer na carne, e pode estar
certo de que você o reconhecerá quando ele vier! E o que faremos a respeito?

Devemos oferecer esse sofrimento a ele como uma oferta agradável e abrir mão dele. Não fique
nervoso quando for acometido por alguma aflição. Não lute contra ela: Vá com ela.

Receba-a e ela o atrairá ao coração de Deus, e se transformará em alegria. É isso que Jesus disse
quando concluiu as Bem-aventuranças: “Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os
insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se,
porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que
viveram antes de vocês” (Mateus 5.11,12).

E enquanto ocorrerem o sofrimento e a aflição, temos a promessa de que seremos aperfeiçoados,


fortalecidos e estabelecidos. Por quem? Pelo Deus da graça. A graça é um dos atributos mais belos e
poderosos da divindade. Sabemos que a graça é um favor divino estendido a nós em face à nossa
indignidade. É a mão de Deus vindo ao nosso encontro com amor e, na nossa fraqueza, nos
levantando e nos acolhendo nos seus braços de redenção. Foi um vislumbre da sua graça que levou o
compositor a escrever: “Atravessarei as ondas cantando, ao olhar para aquele que amo”. Conhecendo
o amor dele por nós, sua misericórdia e apoio, aprendemos a suportar com paciência, estando certos
de que “os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que
pesa mais do que todos eles” (2 Coríntios 4.17).

Sim, é uma graça maravilhosa, e uma graça sustentadora.

A graça de Deus adoçará as águas amargas, tirará o peso da culpa, aliviará o fardo do sofrimento e
manterá um cântico vivo no nosso coração quando as perspectivas forem sombrias.

É por causa de sua graça que podemos proclamar de todo coração junto com o salmista: “O
Senhor está comigo, não temerei. O que me podem fazer os homens?”. E como Paulo o expressou
em Romanos 8.31,32: “Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra
nós?

Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará
juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?”.

Querido amigo, descanse nos braços do Senhor; ele nunca falhará. Descanse no seu amor; ele o
resgatará de toda cilada.

O governo do universo está nos ombros dele; ele enfrentará o adversário. Confie na sua sabedoria;
ele conhece o caminho, e depois de nos provar, apareceremos como ouro (Jó 23.10).

Louve o seu santo nome! Não precisamos cambalear, pois verdadeiramente sua graça é suficiente.
“Foi a graça que nos trouxe até aqui, e ela nos conduzirá até em casa”.

Oração

Em ti, ó Senhor, estão nossa vida e nossa força. Na tua presença há plenitude de alegria.
Viveremos esse dia na tua presença, cientes de que nunca estamos longe do teu olhar e do teu pensar.
Como escreveu o salmista: “Quanto a mim, sou pobre e necessitado, mas o Senhor preocupa-se
comigo” (Salmos 40.17). Certamente teus pensamentos a nosso respeito são pensamentos de
livramento e salvação. Estás atento às nossas fraquezas, mas é teu desejo curar e abençoar. Tu
concedeste bênção para nós, teus filhos, e procuramos o bem e não o mal.2 Aceita nosso louvor por
causa do teu amor, Pai Celestial. Em nome de Jesus, amém.
37. CRISTO É A NOSSA VITÓRIA
Romanos 8.18-39

Deus é capaz de fortalecer seu povo pelo poder de Cristo, para que ele tenha condições de
permanecer firme sejam quais forem os testes que virão, sabendo que nele está a suficiência deles, e
dele podem extrair a ajuda, força e compreensão necessárias.

Deus está diariamente confirmando essa verdade enquanto vemos a manifestação da obra interior.
Sempre há lutas, mas há também uma fé crescente. A perfeição virá no futuro, mas precisamos
avançar e nos esforçar para alcançar o alvo.

Há desânimos e dúvidas, mas também há uma confiança crescente e uma consagração mais
profunda.

A semente plantada está produzindo fruto. As vidas transformadas diariamente estão sendo
fortalecidas na fé. Deus não abandonou seu povo e nunca o fará. Pela sua graça seu povo
semelhantemente não o desertará! Alguns que agora estão passando pelos vales, sairão deles e
encontrarão a luz do sol mais adiante; e outros que agora desfrutam da luz podem vir a experimentar
vales! Mas Deus é fiel e nossa confiança está nele. Não colocamos nossa confiança na carne: Nossa
confiança está no Senhor, pois sabemos que ele está guardando e preservando aqueles que são seus, e
ele continuará fazendo isso.

É humano vacilar, bem como experimentar dias em que o desânimo se infiltra como uma nuvem e
aparentemente oblitera a luz do sol, mas esses dias não são a história toda. Eles vêm e vão, mas a fé
sempre volta à cena, assim como sol que nasce no horizonte não importa quantos dias nublados
tenham decorrido. Deus não prometeu perfeição nesta vida, mas ele prometeu a vitória final, e nós
tomamos posse dela e continuamos avançando. O fim está sempre em vista, a vitória está chegando, e
podemos permanecer firmes enquanto ele realiza tudo conforme os seus propósitos. Podemos animar
a nós mesmos e uns aos outros no Senhor, pois verdadeiramente ele é a nossa vitória e regozijamo-nos
nele – não em nós mesmos. Ele sempre vence, e nele temos tudo para vencer no final. Quanto mais
confiarmos nele, tantas vezes mais nos encontraremos vencendo no momento presente. As esperanças
radiantes quanto ao futuro não eliminam de maneira alguma as necessidades presentes. Temos tanto
direito de esperar a vitória hoje quanto para amanhã. O segredo está em descansarmos em Jesus,
permanecendo tranquilos e deixando que ele lute por nós, como prometeu fazer. Se alguma ação for
necessária da nossa parte, receberemos nossa orientação mais claramente no sossego da comunhão do
que na “barulheira”dos nossos sentimentos. A maior dificuldade é nos acalmar-mos. Na calma, as
respostas aparecem sem pressão. A pressão geralmente decorre de circunstâncias externas e dos
pensamentos e ações de outras pessoas. ELE É NOSSA PAZ, ELE É NOSSA VITÓRIA, ELE É
NOSSO CONFORTO.
ELE É TUDO. LOUVADO SEJA O SEU NOME!

E tudo isso é consequência da cruz e do sangue derramado. O sangue tem o mesmo poder para
nos salvar das nossas inquietações quanto dos nossos pecados. Esse sangue precioso realizará sua obra
curadora no momento em que reivindicarmos seu poder para derrotar todos os poderes das trevas.

Oração

Amoroso Pai Celestial, tu que examinas os corações, pedimos que examines o nosso e nos trates de
acordo com tuas misericórdias, pois conhecemos nossas próprias necessidades. Queremos teu melhor
para nós, mas não sabemos no que ele consiste. Assim, chegamos a ti trazendo nosso coração aberto,
ajoelhando-nos aos teus pés em amor e adoração. Trazemos nossos pecados para serem perdoados;
trazemos nossas feridas para serem curadas; trazemos nossa ignorância para ser iluminada. Ensina-nos
a te adorar verdadeiramente.

Chegamos como filhos ao nosso Pai, agradecidos pelo fato de conheceres as nossas limitações, te
louvando pelo sacrifício de Jesus por nós e pelo precioso dom do Espírito Santo, nosso sempre
presente Consolador e Confortador. Em nome de Jesus, amém.
38. A CASCA OU A SEMENTE?
2 Coríntios 12.1-10

Deus em seu amor e graça nos concede de tempo em tempo algumas experiências muito preciosas.
Cedo ou tarde, percebemos que as circunstâncias mudam, e o que era já não existe mais na forma em
que existia; mas no Espírito, nada muda. A casca se foi, mas a semente continua. O exterior
desapareceu, mas o interior permanece. A carne morre, mas o Espírito vive.

O progresso presente e futuro é impedido quando nos apegamos àquilo que já passou, agarrando-
nos à casca vazia quando deveríamos disseminar a semente viva. A mensagem é viva. É a mensagem
que deveríamos comprimir em nosso peito – não a memória de experiências passadas, por
inspiradoras que possam ter sido. Não precisamos nos livrar da inspiração que uma experiência
passada pode trazer, mas não devemos nos abandonar à nostalgia, tentando reconstruir uma
reposição daquilo que já se foi. “Vejam, estou fazendo uma coisa nova!”, diz o Senhor. O Espírito de
Deus não age por meio de repetições. Nós é que somos inclinados a fazê-lo. Deus é o Deus do hoje e
do amanhã. Não há lugar no Espírito para a nostalgia. Precisamos ser curados de nossas memórias do
passado, para que tenhamos saúde para hoje e força para o amanhã.

Deus tem coisas grandes e maravilhosas para aqueles que ousam confiar nele. Não o busque nas
sombras do passado.

Ele não está ali. Quando o procuraram no túmulo, ele não estava ali. O Senhor não estava
envolvido na mortalha. Ela estava vazia! Amados, vocês nunca o encontrarão se o buscarem na
mortalha das suas experiências passadas. Ele não está ali: Eis que ele está vivo, e está indo adiante de
vocês. O hoje é tudo o que temos. O dia de ontem já se foi, e o dia de amanhã ainda não chegou.
Não ousamos viver no passado nem tentar reconstruir aquilo que já foi cumprido. Cada um de nós
precisa achar sua própria visão e segui-la. Não fomos chamados para perpetuar a visão de outra
pessoa que já foi concluída.

Deus tem algo maravilhoso para cada um dos seus filhos, e será algo novo e diferente. Portanto,
esse algo não será parte da casca, mas da semente; não da carne, mas do Espírito; não da nossa
própria personalidade, mas de Cristo, que liberta cada indivíduo para que ele seja verdadeiramente
um individuo, e agora o seu próprio compromisso pessoal é com o Senhor Jesus Cristo.

Você pode ter se atado à casca, mas nunca esteve atado à semente, pois a semente é do Espírito, e
onde o Espírito do Senhor está, ali há liberdade e ali há um desabrochar contínuo de vida nova.
Precisamos ser libertos de tudo aquilo que nos prende aos antigos padrões e da nossa fascinação com
pessoas importantes. Nenhuma pessoa realmente submissa ao Espírito de Cristo desejará prender
você a ela, nem desejaria que você estivesse preso ou amarrado por alguém em nome dela.
Amados, precisamos de um grande “desligamento”. Aquele que é livre em Cristo, e que se move
de maneira livre e desem-baraçada no Espírito, estará em paz com seus irmãos e irmãs no Senhor. Se
buscamos e oramos por algo individualmente, devemos fazê-lo com o propósito de não colocarmos
correntes uns nos outros, e de estarmos todos livres para responder ao Espírito Santo.

Deus não nos chamou para render homenagem a algum ministério passado, assim como não nos
pediria que pranteássemos sobre algum túmulo. Devemos esquecer as coisas que ficaram para trás e
avançar para alcançarmos o prêmio daquilo que Deus reserva para nós nesse momento. Devemos
acalentar o espírito vivo de Cristo, afinal foi ele quem nos uniu, e ele é o único que pode nos
sustentar agora. Nossa adoração consiste em gestos exteriores, mas esses gestos não são a realidade.
Cristo, que é o objeto da nossa adoração, é a realidade. Ele não nos deixou. Se cada igreja no mundo
desaparecesse amanhã, ele continuaria em nosso meio. Não desejamos que as igrejas desapareçam;
estamos apenas reafirmando a verdade de que Cristo é maior do que todos os edifícios do mundo, e
seu Espírito é a única realidade – e não as estruturas humanas.

Não nos opomos à igreja; estamos apenas afirmando que o Cristo vivo no interior da igreja, e mais
precisamente no interior do seu povo, é a verdadeira igreja dentro da estrutura externa da igreja. Ele é
a força vital da qual extraímos nossa força espiritual. Se sentimos a necessidade de preservar alguma
estrutura, mesmo que a estrutura não seja um prédio, não entendemos a mensagem. Cada um de nós
tem uma comissão divina que precisamos descobrir e realizar. Não significa que devemos nos arrastar
de volta para dentro da casca vazia de alguma outra pessoa. Significa propagar a semente viva da
verdade, da maneira que Deus melhor entender, por meio da nossa vida submissa. Nosso
compromisso é com ele. Não é com alguma memória.

Estamos nos acotovelando na pista, e estamos perto da faixa de chegada. O tempo está acabando.
O que quer que pretendamos fazer, precisamos nos apressar. Tudo o que está nos amarrando às
pessoas precisa ser rompido. Se de alguma forma estivermos nos apegando a outras pessoas, que
possamos perceber isso. Se pessoas estão se apegando a mim ou a você, elas precisam ser
redirecionadas a Cristo para que o crescimento espiritual delas não seja obstruído, e não acabe-mos
sendo responsáveis diante de Deus por alimentarmos o amor próprio com a adulação daqueles que
inadvertidamente encorajamos a nos seguir em vez de seguir a ele.

Talvez já tenhamos ouvido esta mensagem mil vezes. Precisamos ouvi-la repetidas vezes porque
estamos tão inclinados a nos emaranhar com personalidades alheias quando deveríamos estar
voltados para Jesus com singeleza de coração. Isso nos pouparia de toda miséria que acumulamos
sobre nós em nossa fraqueza e teimosia. O Espírito, na verdade, está pronto, mas a carne anseia pelo
falso conforto da sustentação humana, apesar do fato de ela sempre nos decepcionar. Se os nossos
olhos estivessem abertos, entenderíamos que Deus está justamente tentando quebrar nossa fascinação
com essas decepções; mas nós exigimos que as coisas sejam da nossa maneira e repreendemos aqueles
que nos decepcionam.

Deus continua esperando, com os braços abertos e com amor paciente, para nos unir a ele e
realmente satisfazer cada anseio do nosso coração com a plenitude da sua vida abundante. Se estamos
com fome e sede, ou carentes de consolação, só há um motivo: Não estivemos buscando o calor de
sua presença, e deixamos de nos alimentar da sua Palavra. A solução é uma questão individual. Nossa
vitória é uma responsabilidade particular. Nossa alegria virá de uma comunhão íntima com Jesus,
caso contrário, estaremos desolados. Jesus é a resposta. Ele sempre foi e sempre será a resposta, e
nunca haverá outra solução para nossas necessidades. É essa confiança que manterá a alma segura,
aconteça o que acontecer. Podemos ajudar os outros apontando o caminho, mas o caminho é Jesus, e
por isso devemos apontar sempre para ele, não para nós mesmos.

O Espírito de Cristo é um espírito de poder ministrador, em que também há brandura e bondade.


Esse equilíbrio de fé e amor, de força e bondade, é essencial para um testemunho eficaz. Vontade
própria é um dom sagrado de Deus e foi um elemento da imagem divina na qual fomos criados.
Deus nunca violou sua própria intenção. Ele concedeu ao homem uma vontade livre, e o homem é
responsável por fazer as escolhas certas; mas Deus nunca forçará o homem a fazê-la. Ele não é um
déspota. Ele nunca agirá de forma que seu poder acabe destruindo sua criação. Ele corteja o homem
com seu amor, o adverte com o conhecimento das retribuições do mal, o atrai com promessas de
bênçãos para os justos, e então permite que ele faça a sua escolha, porque lhe deu esse privilégio e não
passará por cima disso. O Espírito de Cristo está em harmonia com o amor de Deus, e o amor de
Deus não opera no campo da coerção e força. Foram os discípulos que disseram, de forma
equivocada, a Cristo: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los [referindo-se aos
samaritanos que não receberam a Jesus]?” (Mateus 9.54). A resposta de Jesus foi: “Não”. Foi Pedro,
não Jesus, que cortou a orelha do servo do sumo sacerdote. Foi Jesus que a restaurou sem levar em
conta que esses soldados vieram com uma missão perversa.

A maneira mais eficaz de manter viva a verdadeira semente do evangelho eterno é disseminar o
amor e a graça de Deus.

Oração Meu querido Pai Celestial. Rogo-te que estejas sempre sondando o meu coração, para que,
se algum pecado estiver em mim fazendo guarida, que o teu Santo Espírito, não permita o meu
sossego, até que o confesse, e receba de ti o perdão; sem o qual, não poderei permanecer na tua
presença e continuar experimentando da tua maravilhosa graça, e desse gozo inefável, que só os teus
filhos podem experimentar.

Louvado, glorificado sejas, através da minha vida, em o nome de Jesus. Amém.


39. O APITO
1Tessalonicenses 4.1-12

Pai Celestial derrama sobre nós o orvalho refrescante do teu Espírito Santo e dá-nos um novo
batismo de santo amor.

Queima o joio dos pensamentos que nos distraem e foca nosso coração em ti. Liberta-nos das
coisas que impedem o fluir do teu poder. Eleva-nos acima do amor próprio mesquinho e do orgulho
traiçoeiro, que destrói a alma. Anelamos ser cada vez mais como Jesus em sua ternura e compaixão.
Seja a tua graça como um rio, Senhor, que flui através das nossas limitações e nos aproxima da tua
plenitude. Em nome de Jesus, amém.

O verdadeiro ministério espiritual não tem nenhuma relação com personalidade, competição ou
popularidade. Ele diz respeito, antes, à pregação da Palavra, à oração e à salvação das almas. O vaso
usado é semelhante ao apito que Deus toma e assopra por um período, e então o coloca de lado. É o
Espírito Santo, não o apito, que é o fator dinâmico. Somos favorecidos caso ele seja usado, mas
permanecemos humildes em saber que a qualquer momento ele pode pegá-lo ou colocá-lo de lado.
Sabemos que é o Espírito Santo que assopra o apito quando a mensagem exalta a Cristo, não ao
apito.

Oração

Nosso Pai Celestial, como tens mostrado misericórdia para conosco, ajuda-nos a também mostrar
misericórdia aos outros. Como tens estendido o teu amor a nós, ajuda-nos a tratar nossos irmãos com
bondade e compaixão. Livra-nos, ó Senhor, de um espírito de condenação, que só faz acrescentar
peso ao nosso fardo. Concede-nos tua paz em nosso coração para que a possamos transmitir aos que
estão à nossa volta, e apressa a vinda do teu reino na terra. Que teu amor governe o nosso coração.
Em nome de Jesus, amém.
40. HUMILDADE, A GRAÇA DOS VOLUNTARIAMENTE
DESPOJADOS
2 Samuel 23.1-7

Muitos são os que se vangloriam de grandes coisas no seu zelo religioso. Dizendo-se sábios,
tornam-se loucos no seu orgulho espiritual. Eles se colocam como exemplos de pureza, julgando seus
irmãos com arrogância altiva, esquecendo que é pela graça de Deus, e somente pela graça de Deus,
que alguém é justificado aos olhos do Pai. A pessoa castigada confessará com sinceridade que é a
principal das pecadoras e indigna de ser chamada até mesmo de serva do Senhor. Ela olhará para o
seu irmão com amor e ao errante com perdão. Lemos que o amor não se orgulha. Ele é compreensivo
e vê a ação dos outros sob a melhor ótica possível. Não é da natureza da humildade julgar o pecador
e usar a vara da correção com espírito vingativo.

Não devemos ver a humildade como algo próprio dos escravos: Ela é a glória dos reis. “O Deus de
Israel falou [...]: ‘Quem governa o povo com justiça, quem o governa com o temor de Deus, é como
a luz da manhã ao nascer do sol, numa manhã sem nuvens. É como a claridade depois da chuva, que
faz crescer as plantas da terra’” (2 Samuel 23.3-4).

A bondade não deve jamais ser separada da justiça, mas somos instruídos a, com um espírito de
mansidão, restaurar o homem surpreendido em pecado, considerando o fato de que todos nós
também corremos o risco de sermos tentados (Gálatas 6). A amabilidade é um dos frutos do Espírito
(Gálatas 5.22), e como tal deve ser cultivada e evidenciada em nossa paciência com nossos irmãos
crentes, visto que todos nós passamos por experiências variadas; tanto nas vitórias quanto nas
derrotas, e somos treinados pelo Espírito a viver segundo a maneira amável de Jesus, que não
quebrou o caniço rachado.

Somos muito gratos pela sua inesgotável paciência conosco! Quantas vezes o desapontamos!
Quantas vezes voltamos para os nossos caminhos e perdemos o melhor e o mais sublime que ele tem
a oferecer! Lamentações 3.22 diz: “Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos,
pois as suas misericórdias são inesgotáveis”. Precisamos praticar esse tipo de compaixão para com os
nossos irmãos, para que não sejam consumidos pela nossa condenação a eles.

Habacuque orou: “Senhor, [...] em tua ira, lembra-te da misericórdia” (Habacuque 3.2). Essa era
uma oração de avivamento. Também precisamos orar por avivamento, ou seja, pela renovação do
nosso primeiro amor, pelo avivamento do nosso espírito abatido e pelo revigoramento da nossa alma.

E em nossa batalha contra o pecado e o Destruidor, lembre-mo-nos da misericórdia!

Oração
Pai celestial, nesse dia buscamos em ti a graça sustentadora, a força para enfrentar os desafios, tua
paz para guardar nosso coração e teu amor para preservar nosso espírito. Há poucas coisas no mundo
que nos agradem, mas tendo o Senhor, de que mais precisamos? Embora pareça que caminhamos
sozinhos, na verdade sabemos que não é assim, pois a tua companhia supera todas as outras coisas.
Abençoa todos que necessitam de forma especial a tua cura e o teu toque confortador.

Liberta os cativos e traz entendimento aos que estão confusos. Concede uma medida de paz em
nosso mundo e especialmente em nosso coração, para que sejamos teus mensageiros de esperança em
um mundo de dúvida e incertezas. Que o teu Espírito repouse sobre nós. Em nome de Jesus, oramos.

Amém.
41. A VITÓRIA ESTÁ GARANTIDA
Isaías 42.1-16

Que o diabo faça o seu pior: Deus já realizou o seu melhor. “Vi os relâmpagos reluzindo e ouvi o
trovão ressoar.

Senti as ondas de pecado quebrando com ímpeto, tentando conquistar a minha alma. Ouvi a voz
do meu Salvador dizendo-me para continuar lutando. Ele prometeu que nunca me deixaria, que
jamais me abandonaria”.

Louvado seja Deus; podemos não nos sentir fortes, e na verdade não somos; mas temos alguém
morando em nós que conquistou todos os inimigos, e continua conquistando.

Muitos são os perigos por que passamos todos os dias – alguns conscientes, outros não, mas é
Deus quem guarda a nossa alma. Muitas são as perguntas para as quais não encontramos resposta,
mas Aquele que entende todas as coisas está do nosso lado, e não perderemos o rumo se andarmos
nele, porque ele é o caminho. Ele não é um caminho: Ele é o caminho. Estar centrado em Cristo é
estar centrado na verdade, embora ainda tenhamos muito a aprender. A compreensão é um processo
lento e doloroso; mas somos salvos não pelo conhecimento, mas pela fé. Enquanto buscamos a
sabedoria, podemos descansar na simples confiança, e Deus, de alguma maneira incompreensível,
efetuará seus propósitos divinos apesar da nossa ignorância.

Não precisamos estar excessivamente preocupados quanto às nossas inadequações. “Há um lugar
de repouso silencioso, perto do coração de Deus”. Ele sabe do que somos feitos e não se esquece de
que somos pó. A verdade é que somos necessitados, e por isso ele oferece sua ajuda. A verdade é que
fracassamos, e por isso ele estende seu perdão. A verdade é que somos pobres, e por isso ele oferece as
suas riquezas.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus” (Mateus 5.3). Estar à
vontade na presença de Deus exige aliviar a nossa alma das noções preconcebidas sobre nossa própria
dignidade. Precisamos reconhecer de uma vez por todas que não temos, nem nunca teremos,
qualquer coisa em nós que seja meritória em relação à majestade de Deus.

Isso não causa nenhum espanto a Deus. A consternação é nossa, pois achamos difícil realmente
compreender a sua maravilhosa graça.

Perder de vista a eficácia da obra redentora do Senhor Jesus Cristo significa ser arrastado para um
falso sistema de recompensas e castigos, sistema criado pela nossa inclinação natural a certo tipo de
humanismo. A mensagem do Evangelho das boas novas é que Cristo morreu pelos nossos pecados.
É simples assim. E é tão profundo! Não podemos acrescentar coisa alguma. E se tirarmos algo,
criamos outro Evangelho que não é o verdadeiro Evangelho. Toda religião falsa tem feito exatamente
isso. Não contentes em aceitar o fato de que somos todos pecadores por quem Cristo morreu, outros
elementos mais aceitáveis ao orgulho intrínseco da natureza humana têm sido colocados no lugar da
verdade. Tendo opta-do por essa substituição do fato pela fábula, os religiosos iludidos encontram
conforto em repousar em um lugar de orgulho espiritual, separados de um relacionamento vital com
Deus, relacionamento que só pode ser estabelecido e sustentado por meio da expiação efetuada pelo
sangue do Senhor Jesus Cristo.

Não há ninguém que tenha proporcionado ao homem a paz com Deus por meio da morte
sacrifical a não ser Jesus.

Ele, e somente ele, é o Cordeiro de Deus, que foi morto desde a criação do mundo. Qualquer
outro sistema de “salvação”

que seja baseado em boas obras ou numa sabedoria superior é um sistema elaborado pelo homem,
não por Deus. Precisamos lembrar que embora possamos nos iludir ao pensar que podemos elaborar
nossas próprias regras nesta vida, é ele quem guarda a porta dos céus. Os que são seduzidos pelas
religiões do homem descobrirão para sua própria perda esse engano no dia em que todas as coisas
serão reveladas.

Sim, há vitória por meio de Cristo, pois nele, e somente nele, estão nossa paz, perdão, vida e
esperança. Ele não nos deixou órfãos. Ele enviou o seu Espírito Santo, o bendito Consolador, e nos
tornou co-herdeiros das suas riquezas em glória. Louvado seja o seu nome!

Oração

Nosso Senhor e Deus, é com alegria que chegamos a ti, porque tu tens sido fiel em cada uma de
nossas necessidades.

Tens derramado tua abundante bondade e nos sustentado com a tua justiça. Sempre que te
buscamos não fomos desapontados. Sempre que clamamos a ti, tu nos ouviste. Bendizemos-te,
exaltamos o teu nome, te honramos e adoramos. Ajuda-nos a que jamais deixemos de te oferecer
nossa plena gratidão, e a que nunca desonremos o teu nome. Que Cristo seja exaltado para que todos
sejam atraídos a ele, em cujo nome oramos. Amém.
42. AS REALIDADES DO ESPÍRITO
2 Timóteo 2.1-13

O poder do Espírito Santo de Deus que habita em nós é que nos sustenta. A sua preciosa Palavra é
o que nos nutre.

É pela sua mão que somos guiados. Estrangeiros e peregrinos em uma terra estranha, buscando a
cidade construída sobre um firme fundamento, cujo arquiteto e edificador é Deus, continuamos a
caminhada pela fé. Não desejando voltar, buscamos um país melhor e uma cidade que Deus
preparou para nós (Hebreus 11). O verdadeiro filho de Deus vive e se move em uma esfera separada
e à parte do plano terreno. Ele está no mundo, mas não é do mundo; pois nasceu de novo, não de
uma semente perecível, mas imperecível, e ele tem uma herança celestial. Ele tem a mente de Cristo;
e embora dê a devida atenção às responsabilidades desta vida, não se permite ser enredado pelos
negócios dela, para que possa agradar àquele que o escolheu para ser soldado de Jesus Cristo (2
Timóteo 2.4).

Chegará o dia em que estaremos diante dele, e a madeira, feno e palha serão consumidos, e só o
ouro, prata e pedras preciosas permanecerão. Nessa hora virá à luz onde guardamos o nosso tesouro.
A consagração e a dedicação têm sua recompensa, mas não necessariamente nesta vida. Suporte
pacientemente, então, o fardo dos cuidados diários. Não olhe para o exterior, mas olhe para cima!
Pois nossa recompensa é uma recompensa eterna, e a cada passo contamos com a força que o Senhor
oferece.

Essa não é uma mensagem escapista, pois o que se vê não foi criado a partir daquilo que é visível
(Hebreus 11.3) As realidades do Espírito são de essência mais profunda do que o materialismo deste
mundo. O homem não regenerado se encontra à deriva em um mar de incertezas e inseguranças
porque, já dizia o sábio, tudo neste mundo é “vaidade” – vazio. Apenas a mente que está firme em
Cristo pode conhecer a perfeita paz (Isaías 26.3). Louvado seja Deus! Louve-o em todo o tempo –
quer as circunstâncias pareçam boas ou não – pois ele faz com que todas as coisas cooperem para o
cumprimento dos seus propósitos. A alma que repousa nele se contenta em “todas as coisas” que
agem para cumprir os propósitos de Deus, e não seus próprios propósitos egoístas.

Ele conhece, ele ama, ele se importa, Nada pode ofuscar essa verdade.

Ele dá o melhor para aqueles Que deixam a escolha com ele.

Anônimo

Deus não é cego para com as nossas necessidades nem surdo ao nosso clamor. Ele é uma ajuda
sempre presente em tempos de necessidade, e não surpreende que os que chegaram a conhecê-lo de
forma mais íntima e que o amam de forma mais profunda são aqueles que tiveram as experiências de
desesperança mais frequentes e horrendas. Devemos, portanto, ser verdadeiramente gratos por cada
nova provação, e louvá-lo no próprio lugar da dificuldade, em vez de esperar para louvá-lo depois de a
vitória ter sido conquistada. Paulo e Silas cantavam louvores quando estavam na prisão, surrados e
ensanguentados, à meia-noite; e Jesus participou desse louvor, porque onde dois ou três estiverem
reunidos em seu nome, ali ele está no meio deles. É improvável que algum dia nos encontremos
numa condição pior do que essa; o segredo infalível da vitória é continuar a amá-lo e louvá-lo em
cada situação, não importa o quão deplorável ela seja.

Ó alma cansada, não desespere.

Lance agora sobre ele todo cuidado.

Deixe aos pés dele a sua pesada carga; Ele trilha com você a estrada solitária.

Não tema, pois por causa do seu amor, Anjos lá de cima cuidam de você.

Não importa o quão escura seja a noite, Cristo é o seu guia e a sua luz.

Nunca desista, pois a batalha é do Senhor, mas a vitória é nossa. O salmista Davi disse: “Ó
Soberano Senhor, meu salvador poderoso, tu me proteges a cabeça no dia da batalha”(Salmos 140.7).
Certamente podemos experimentar essa mesma proteção. Não importa o quão intenso seja o
conflito, nem quão velozes as setas. O Deus da nossa salvação nos protegerá: Ele protegerá a nossa
cabeça. Louvado seja o seu santo nome! Andamos dia após dia na força do Senhor, e é ele, e somente
ele, que preserva a nossa alma; e vencemos o inimigo pelo sangue do Cordeiro e pela nossa palavra de
testemunho.

A Oração e o louvor trazem a ajuda de Deus ao santo sofredor. Temos um grande sumo sacerdote
que é tocado pelas enfermidades que sentimos, pois ele passou por todo tipo de tentação, assim como
nós, porém sem pecado. “Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a
fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade”
(Hebreus 4.16).

Por meio de muito sofrimento a alma se torna pura. Deus tem nas suas mãos a estrutura da nossa
vida e a molda como melhor lhe apraz. Um dia veremos claramente aquilo que ele formou. Nossa
segurança e confiança nele trazem harmonia entre aquilo que ele está fazendo em nós e o que nós
desejamos fazer para agradá-lo. Podemos ficar bastante aquém dos nossos alvos mais elevados nesta
vida, mas se o nosso alvo supremo for o próprio Deus, não seremos desapontados, pois ele jamais nos
desaponta.

“O Deus da paz, que pelo sangue da aliança eterna trouxe de volta dentre os mortos a nosso
Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade dele,
e opere em nós o que lhe é agradável, mediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre.
Amém” (Hebreus 13.20,21).
Oração

Pai Celestial, opera em nosso coração no poder do teu Santo Espírito e traze-nos a uma entrega
completa à tua vontade. Ensina-nos o que significa estar totalmente submisso a ti, a te amar pelo que
tu és, não pedindo nada além do privilégio de adorar e te servir todos os dias da nossa vida. Concede
teu perdão por todos os nossos pecados e dá-nos graça para andar nos caminhos da justiça. Em nome
de Jesus, oramos.

Amém.
43. REBELDIA, FEITIÇARIA E FALSOS PROFETAS
1 Samuel 15.1-23

Essa pode ser uma mensagem alarmante, mas vivemos em uma época em que precisamos estar
acordados e alertas.

A natureza humana tende a bloquear tudo aquilo que ameaça a nossa consciência. Qualquer senso
de segurança que resulte disso é falso. As realidades não desaparecem só porque decidimos rejeitá-las
em nossa mente. Outro artifício a que recorremos quando tentamos eliminar as coisas desagradáveis
da nossa mente é atribuí-las aos tempos arcaicos, mas não há nada de obsoleto quanto à feitiçaria. Ela
está presente em nossos dias; e, no entanto, não é raro ficarmos chocados quando somos de alguma
forma trazidos a um confronto com ela.

Não é sábio escolher ignorar o perigo. Podemos ser bem informados sem ser alarmistas. O medo
não é uma reação sábia: É só mais um problema. Esta mensagem não pretende instilar o medo dos
poderes demoníacos, mas apresentar informações básicas para a proteção do povo de Deus, porque
“conhecimento é poder”.

Evitamos aquilo que sabemos ser maligno, a não ser que estejamos andando em rebeldia, e esse é o
vínculo sutil entre as duas coisas. A “rebeldia”, diz a Bíblia, “é como o pecado da feitiçaria” (1
Samuel 15.23). O coração que clama “Jesus é Senhor” pode ser movido pelo Espírito de Deus. O
Espírito de rebeldia se recusa a confessar o senhorio de Cristo e não se submeterá ao seu governo.
Confessar de todo o coração que “Jesus é Senhor” é mais do que recitar um lema bonito. É a
diferença entre o poder do Espírito Santo governando uma vida e os poderes das trevas se
introduzindo nela e assumindo o controle. E não devemos nos consolar pensando que talvez haja
uma área relativamente segura entre uma coisa e outra.

Não se arrisque! Aqueles que o fizeram são os primeiros a advertir contra isso!

Há pessoas que operam na área dos poderes demoníacos, mas sob a falsa pretensão de serem
mestres religiosos. Jesus disse que poderíamos distinguir o verdadeiro do falso pelos seus frutos. Parte
dos “frutos” é o método de operação. Jesus escolheu discípulos, mas não houve nenhuma força
envolvida.

Não houve coerção alguma no chamado deles, nem compulsão exercida para mantê-los cativos.
Eles eram livres para escolher segui-lo, e livres para deixar o grupo, como fez Judas.

E embora seguir a Jesus significasse dar prioridade a ele, não significava repúdio aos pais. “Honra
teu pai e a tua mãe”, foi o mandamento de Jesus, registrados em três evangelhos – Mateus, Marcos e
Lucas – e novamente enfatizado pelo autor de Efésios (veja 6.2). Veja também Deuteronômio 5.16.
A quebra dos vínculos familiares – mais especificamente entre filhos e pais no aspecto do
compromisso cristão – é uma sirene tocando para nos mostrar que há algo de errado. Não há
indicação na Bíblia de que os pais devem ser separados dos filhos para que estes possam seguir a
Jesus. Na verdade, se Jesus ensinou que deveríamos honrar pai e mãe, de que forma poderemos
agradá-lo se agimos de modo contrário, e como poderemos honrar nossos pais e bani-los ao mesmo
tempo?

Há uma coisa que sempre será verdade sobre Jesus: Ele nunca deixou de ser consistente, e nenhum
dos seus ensinamentos jamais conflitou com seus mandamentos. É lisonjeiro para o nosso ego sentir
que “progredimos” – que estamos vivendo no Espírito e livres da escravidão da lei. A verdade é que se
estamos andando no Espírito, jamais alcançaremos, no nosso progresso, uma situação em que os
mandamentos de Deus não se apliquem mais a nós. Tome cuidado com pessoas que se tornaram tão
espirituais, de acordo com seus próprios padrões, que se julgam além do alcance das leis de Deus.
Não há dúvida de que estamos na era da graça, mas a Bíblia também diz que a sua Palavra
permanecerá para sempre. E Jesus disse: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra” (João
14.23), e seus mandamentos eram basicamente os mesmos do que aqueles que foram proferidos pelo
anjo do Senhor a Moisés. (1) Ame a Deus, adore somente a ele, coloque-o em primeiro lugar, torne-
o Senhor. (2) Trate o seu irmão de forma correta – ame-o e seja bondoso. (3) Honre seus pais. Havia
dez mandamentos, não três, mas esses são os básicos, e eles não mudaram. Jesus acrescentou muitos
outros, mas nenhum deles conflita com esses três.

Somos salvos pela graça por meio da fé, não pelo esforço próprio, pois a salvação é um dom de
Deus, não vem de obras para que não sejamos tentados a nos vangloriar. Mas a Palavra também nos
relata em Romanos 8.4 que esses que estão andando no Espírito cumprem (vivem em harmonia
com) as leis de Deus (não em conflito com ou em oposição aos mandamentos de Deus). Isso não é
“legalismo”; essa é uma manifestação de uma obra interior da graça salvadora de Deus no coração. O
novo conceito que Jesus ensinou foi que pela obra do Espírito Santo que habita no coração do
cristão, uma pessoa pode ser tão regenerada e capacitada ao ponto de expressar um padrão de
comportamento que esteja em harmonia com todos os mandamentos bíblicos. Por outro lado, crer
que o novo nascimento ou qualquer experiência religiosa seja uma estrada real para a rebeldia é um
conceito falso, uma verdadeira heresia. Sim, há liberdade e libertação no Espírito – mas é uma
libertação do pecado e liberdade para servir e obedecer a Cristo: Não é liberdade para expressar a
própria vontade.

Oração

Pai Celestial, que o teu Espírito esteja sempre efetuando em meu coração, esse ministério
precípuo, de convencimento, do seja a verdadeira liberdade em Cristo. Quero viver Senhor, sempre,
no centro da tua vontade, em o nome precioso de Jesus, Amem.
44. O SENHORIO DE CRISTO
Filipenses 1.12-21

A pessoa cujo espírito permanece egoísta e rebelde irá para o inferno, não importa a quantas
congregações pertença ou quantas Bíblias leve consigo. Por quê? Porque ter nascido de novo e ser um
verdadeiro cristão implica em ter um compromisso com Cristo: Implica em que ele seja entronizado
no coração como Rei, Governante, Senhor e Mestre – Aquele cuja vontade e ordens serão respeitadas
e obedecidas. É isso que significa amá-lo e servi-lo. Significa obediência e submissão à vontade dele.

É tão fácil verbalizar essas coisas; mas quando se trata de colocá-las em prática, alguns agem como
se nunca tivessem sido expostos a esse conceito, seguindo alegremente o seu caminho, fazendo
precisamente o que desejam, agradando a si mesmos a qualquer preço, atendendo aos seus caprichos
e desejos pessoais, e agindo na prática como se nunca tivessem ouvido falar do senhorio de Cristo.
Amado, se o senhorio de Cristo é algo que você está apenas verbalizando e não experimentando, seria
melhor voltar ao início e reexaminar seu relacionamento com ele, e descobrir se, de fato, você é
nascido de novo e filho de Deus, ou se é apenas um cristão professo sem uma verdadeira natureza
espiritual nascida do Espírito. Alguma coisa precisa se manifestar em você em termos de semelhança a
Jesus, que era submisso à vontade do Pai.

Uma submissão livre, plena e completa ao senhorio de Cristo é a melhor proteção que podemos
ter contra as forças das trevas e as influências demoníacas. Precisamos lembrar que esses poderes do
mal não necessariamente aparentam ser o que são quando se apresentam a nós de início. O canal que
dá a acesso a eles pode ser um amigo ou parente que consideramos precioso – ou até mesmo um
pregador. O engano é uma das principais ferramentas do inimigo. O diabo fará com que seguir a
Jesus pareça muito monótono se comparado à colorida sedução das coisas ocultas. A adivinhação, a
astrologia e coisas desse tipo são mais um canal de operação das influências malignas. Todas essas
coisas são estritamente proibidas pelas Escrituras, e Deus nos advertiu acerca dos seus efeitos
destrutivos para a alma. Aventurar-se pelo oculto há certamente de interferir na influência do
Espírito Santo sobre a vida do cristão. Ou Cristo, ou Satanás. Não é possível ter dois senhores. Não
há espaço para concessões. Não é possível ter um pouquinho de cada. Ou somos filhos de Deus ou
somos filhos do diabo. Ou somos submissos a Cristo ou submissos a Satanás.

Esse é o ponto em que a rebeldia, seja consciente ou sub-consciente, deve ser reconhecida como o
mais perigoso de todos os pecados do espírito. Pecados exteriores de que tanto se fala e que tanto se
condena são como flocos de neve se comparados ao iceberg da rebeldia. O inferno será povoado não
tanto por alcoólatras ou prostitutas como por rebeldes, milhares dos quais integram o rol dos
membros de igreja, foram devidamente batizados e contribuem com seus dízimos. Esse tipo de
pessoas foi responsável pela crucificação de Jesus. Essas pessoas se declaravam religiosas, mas
interiormente eram rebeldes! Elas amavam a religião, mas interiormente odiavam a Deus. Elas se
ressentiam da interferência de um poder superior que se opunha à obstinação delas. Amado, o
cristianismo não é alguma brincadeira, nem se resume a um sentimento doce e suave.

Se você está esperando que Deus abençoe a sua rebeldia, esperará em vão. Deus não é obrigado a
responder às suas exigências. Ele não é surdo ao seu clamor. Ele simplesmente é insensível à investida
violenta. Ele está esperando para que você se aproxime dele em humildade de espírito, que é única
atitude apropriada para um pecador. Não se pode intimidá-lo ou manipulá-lo para que ele responda
às suas exigências. Esse pode ser nosso modus operandi com outras pessoas, mas não funcionará com
Deus. Ele é soberano, santo, justo e imparcial, mas não é manipulável. Quando nos aproximamos
dele em amor, adoração e humildade, as coisas boas não nos serão retidas. Ele estende a sua
misericórdia ao pobre de espírito, mas o “rico” ele manda embora de mãos vazias. São os nossos
pecados que nos separam dele, e nossa rebeldia nos leva à pobreza.

A justiça trará a bênção dele, mas um espírito egoísta trancará a porta dos céus e obstruirá a
correnteza da misericórdia divina.

Oração

Oramos hoje, ó Deus, por sabedoria para discernir entre o bem e o mal e pela força de vontade
para escolher somente o bem. Estamos cercados de todos os lados por forças malignas. Protege-nos
por meio do teu Espírito, mas concede-nos também o entendimento para não andarmos em veredas
escorregadias. Guarda-nos e guia-nos no caminho da santidade para que sejamos poupados da
desolação do pecado e possamos ensinar os outros a fazer o mesmo. Oramos essas coisas por todos os
teus filhos em toda parte. No nome de Cristo, nosso Senhor, amém.
45. DE DEUS NÃO SE ZOMBA
Gálatas 6.1-10

“Não se deixem enganar: de Deus não se zomba, pois o que semearmos, isso também colheremos”.
É da natureza de Deus amar, mas ele não pode estender o seu amor em face à rebeldia. Ele não
tolerará desaforo. Você pode até manipular alguns amigos que o permitam, mas nunca manipulará a
Deus.

Ele não é seu servo: Ele é seu Mestre. Você pode dominar as pessoas, mas não dominará a ele. Se
você é um cristão nascido de novo, mas continua governado por um espírito exigente e rebelde, você
é carnal, não espiritual; e a “mentalidade da carne”, diz a Bíblia, “é morte, mas a mentalidade do
Espírito é vida e paz” (Romanos 8.6). O coração do homem “espiritual” está cheio de paz, amor e
júbilo. A alma “carnal” está cheia de inquietação, culpa, medo e ódio. Você pode julgar a si mesmo.

Em qual categoria você se encaixa? Ser religioso não significa coisa alguma. Os fariseus eram
religiosos. Os hipócritas eram religiosos. Ninguém que esteja “no Espírito” é cheio de ressentimento
e frustração. Deus é amor, e seu Espírito é um espírito de amor e paz, bondade e perdão, misericórdia
e graça.

“Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo” (1 Coríntios 11.31).

Seitas e comunidades religiosas que escravizam nossos jovens e os alienam dos seus lares extraem
seu poder para influenciar e controlar os desavisados visando as áreas de rebeldia em seus espíritos.
Esse é um ponto de vulnerabilidade. A outra porta aberta que oferece um convite à escravidão é a
necessidade de amor a aceitação que tem suas raízes na autorrejeição. Tal indivíduo aceitará uma
oferta daquilo que parece ser calor humano e proximidade, e não avaliará o custo em termos da perda
de liberdade pessoal. Quando a escravidão avança do corpo para a alma e finalmente para o espírito,
o dano com frequência é irreversível, e o fim é um abismo em que há todo tipo de comportamentos
abusivos e perversos.

A cilada do engano se fecha sobre a vítima, e ela não só não tem como escapar, mas está disposta a
permanecer em sua condição desamparada, pois entregou o controle de sua vontade a poderes que
estão além dela.

Pais estejam atentos ao que seus filhos pequenos, incluindo os pré-escolares, estão vendo na
televisão. A apresentação da feitiçaria nos programas infantis está se tornando cada vez mais comum.
Sessões espíritas, bruxas dançando ao redor de fogueiras e coisas do gênero são astutamente
introduzidas no que pode aparentemente ser considerado um programa inofensivo para crianças, e
seus filhos estão sendo condicionados a ver essas coisas como normais e aceitáveis. Você pode achar
que não há mal nisso, porque elas não entendem o que estão vendo, mas as imagens são
indelevelmente gravadas na mente delas, consciente ou inconscientemente, e o estrago está sendo
feito à medida que se abrem, com essa exposição ao mundo das coisas ocultas, canais de acesso para
as influências demoníacas. Muitos pais cristãos, embora insistam que seus filhos recebam sua
educação em escolas cristãs, estão permitindo que seus filhos vejam coisas na televisão muito mais
perigosas do que a escola pública. Mãe, enquanto você lava a louça na cozinha, o diabo está
realizando uma lavagem cerebral nos seus pequeninos na sala de estar diante da televisão, e no fim
você pagará caro pelas influências malignas que, por intermédio da “babá gratuita”, estão se
apoderando da mente dos seus filhos. É muito mais fácil prevenir o estrago do que remediá-lo.
Amados, a feitiçaria e o demonismo não são admissíveis, e quando fazem parte de um programa de
entretenimento, o custo em termos do estrago espiritual que causam é enorme! É um preço que não
temos condições de pagar, porque almas eternas estão em jogo.

Não nos propusemos a discutir aqui o ministério de libertação. O material disponível sobre esse
assunto é vasto.

O propósito desta mensagem é advertir acerca do perigo.

Cristo é maior do que Satanás. Há poder no nome de Jesus e poder em seu sangue derramado para
libertação. Enquanto não estivermos completamente libertos da obstinação e da rebeldia, a oração de
libertação nos será necessária todos os dias da semana. Há meios de se livrar do problema, mas
melhor ainda é permanecer fora dele. Se a sua casa está pegando fogo, você pode chamar os
bombeiros, mas um detector de fumaça poderia ter evitado o fogo. Cristo é capaz de nos libertar de
todos os nossos problemas, mas um pouquinho de prevenção continua valendo tanto quanto a cura
dispendiosa.

A nossa salvaguarda contra o mal ocorre quando estabelece-mos e mantemos um relacionamento


vital e íntimo com Cristo, permanecendo nele em humilde submissão e ardente devoção, orando sem
cessar, louvando com um coração grato, desejando fazer a sua vontade e deleitando-se em obedecer a
sua lei. Sua lei e amor, bem como sua vontade e graça, andam de mãos dadas. Precisamos aceitar os
dois lados da moeda.

Você nunca experimentará o seu amor sem a sua lei, nem a sua graça sem a sua vontade. Ele não
tem dois conjuntos diferentes de regras – um para os obedientes e um para os desobedientes. Não há
provisão em sua graça para o desobediente. “Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria”, porque a
rebeldia vem do diabo e o colocará no campo dele tão seguramente quanto o homicídio. Ela pode
estar escondida sob a justiça própria; ocultada sob as “boas obras”; ela pode estar dissimulada sob um
manto de religiosidade; mas é uma força mortal e, cedo ou tarde, há de emergir e destruir todas as
coisas boas que estiverem no seu caminho.

Oração

Pai nosso, precisamos do teu constante cuidado e proteção. Sabemos que és maior do que todo o
poder do inimigo.
Tomamos posse da autoridade do cristão sobre todas as forças e toda coisa destrutiva que se
posicione contra a nossa alma para operar o mal. Buscamos em ti nosso livramento por meio do
sangue de Jesus e do poder do nome dele. Agradecemos-te pela vitória por meio de Cristo, nosso
Senhor. Amém.
46. A ARMADURA COMPLETA
Efésios 6.10-18

O Antigo Testamento é a história da paciência de Deus e da rebelião do homem, e essa história


obscura foi prefaciada pela rebelião de Lúcifer no céu antes da criação narrada no Gênesis. A rebelião
não é nenhuma novidade. Ela é a antiga expressão de tudo o que é maligno resistindo a tudo o que é
bom. Até que seja erradicada do nosso coração, nunca experimentaremos a vitória que Cristo
ofereceu ao morrer por nós.

Os ministérios de libertação não seriam necessários se todo cristão permitisse que o Espírito de
Cristo realizasse uma obra contínua de crucificação da velha natureza carnal. Essa é a natureza que
está dentro de cada um de nós e que, se permitirmos que ela viva em nosso interior, nos trará
contínua derrota. Os demônios esperam a oportunidade para entrar sempre que a vontade própria
(obstinação) entreabre a porta.

O diabo não faz acepção de pessoas. O fato de você ser respeitável, bem sucedido, inteligente e
culto não garante sua proteção. Talvez ele até tenha preferência por esse tipo de pessoa!

Não, nossa proteção está em permanecermos debaixo da sombra do Altíssimo e escondermo-nos


sob o abrigo das suas asas, pois só ele tem poder e autoridade insuperáveis sobre os poderes e as forças
do mal.

Que o Espírito Santo possa aplicar a verdade em nosso coração, nos levar à submissão ao Espírito
de Cristo, firmar nossa vida na ordem divina e nos encher com toda alegria e paz. Que possamos
andar de maneira digna de Cristo, em quem não há escuridão. Que possamos ser libertos de toda
maldade, ódio e ressentimento para recebermos o seu perdão e o seu amor, e expressarmos o mesmo
pelo próximo. “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um
Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu
domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo
glorioso” (Filipenses 3.20-21). “Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar
de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos. Ele não cometeu pecado algum [...]
Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os
pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados. Pois vocês eram como
ovelhas desgarradas, mas agora se converteram ao Pastor e Bispo de suas almas” (1 Pedro 2.21,22;
24,25).

Finalmente, “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas
mentes em Cristo Jesus” (Filipernses 4.7). E lemos em Colossenses 1.9-14: “que sejam cheios do
pleno conhecimento da vontade de Deus [...]
para que vocês vivam de maneira digna do Senhor [...] frutificando em toda boa obra [...] sendo
fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força da sua glória [...]. Dando graças ao Pai, que
nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz. Pois ele nos resgatou do
domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção,
a saber, o perdão dos pecados”.

Essa mensagem resulta de muitas experiências observando as estratégias do inimigo em sua


tentativa de atormentar, confundir e destruir os santos de Deus. A armadura completa de Deus é
providenciada para nós, mas somos instruídos a “vesti-la”. Se falhamos nisso, não podemos esperar
resistir e sobreviver aos ataques do Maligno, que continua em sua ron-da incansável, rugindo como
leão, “procurando a quem possa devorar” (1Pedro 5.8). Devemos resisti-lo em nosso próprio
benefício, mas também em favor dos nossos irmãos e irmãs em Cristo. Nossa luta não é contra o
próximo: A batalha é contra o inimigo da nossa alma, e precisamos nos posicionar contra os seus
ataques destrutivos individual e coletivamente.

Busquemos a sua face como nunca antes, com orações de intercessão por todo o corpo de Cristo,
para que o poder de Deus possa prevalecer sobre os poderes das trevas em cada verdadeiro filho de
Deus. Este é o significado das palavras que Cristo nos ensinou a orar: “Venha o teu Reino; seja feita a
tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6.10). Que o seu reino (governo e autoridade) seja
estabelecido em nosso coração e que o nosso desejo mais sincero seja o de fazer a sua vontade. É bem
possível que comecemos a experimentar um pequeno antegozo do céu aqui na terra!

Oração

Pai Celestial, nosso coração transborda de louvor e gratidão a ti pela tua constante graça e
misericórdia que foi estendida a nós, teus filhos. Somos gratos pelo dom imerecido do teu amor e
perdão. Oferecemos, de corações alimentados pela tua Palavra e curados pelo poder do teu Espírito
Santo, louvores a ti. Aceita nossos louvores como nosso presente a ti, nós oramos, no nome
incomparável de Cristo, nosso Salvador e Senhor. Amém.
47. HERDEIROS DE DEUS
Romanos 8.1-17

Depositamos nossa dádiva de gratidão aos pés do nosso Senhor, sabendo muito bem quão
indignos somos de receber tantas bênçãos. Nossos pecados nos separaram dele, mas sua graça e
perdão nos aproximaram. Regozijamo-nos no poder reconciliador da obra expiatória de Cristo,
enquanto afirmamos pela fé nossa unidade nele, que é nossa eterna morada.

Nele somos novas criaturas; reivindicamos nossa nova natureza, e abandonamos, ao mesmo
tempo, a antiga. Pois somos filhos da graça, nascidos na família de Deus para andar na luz do
Espírito Santo. Já não fazemos mais parte das trevas.

Já não somos mais escravos da natureza pecaminosa. Levantamo-nos em fé e tomamos posse da


nossa herança, pois somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8.17). Tudo o
que ele quis para nós está à nossa disposição. É nosso privilégio desfrutar de tudo o que é da natureza
divina até onde estamos determinados em fazê-lo, pois é ele que coloca o desejo em nosso coração.
Nenhum poder no céu, na terra ou no inferno pode nos separar do seu amor e da sua graça. Louvado
seja o seu nome para sempre! Não é uma história sem propósito ou um sonho vazio. O amor de
Deus para com os seus filhos que creem permanecerá quando tudo o mais desvanecer. Esse amor
redimirá, restaurará e reviverá.

Ele trará ordem onde há caos, paz onde há discórdia e beleza onde há cinzas. O amor é uma coroa
de glória na cabeça dos santos e, para aqueles que estão pranteando, é como bálsamo de Gileade.

Sim, somos realmente gratos, e em nossa gratidão não devemos deixar de dar atenção aos menos
favorecidos, que ainda não provaram da água da vida e ainda não participam do banquete celestial.
Que possamos espalhar a boa notícia da salvação e estender o amor de Deus aos famintos que cruzam
o nosso caminho. Que sejamos embaixadores das boas novas, deixando que a luz da Palavra de Deus
brilhe na escuridão do mundo ao nosso redor, pois o tempo é curto, os dias são maus e não sabemos
se haverá amanhã. Por essa razão recebemos o poder do seu Espírito Santo, para que sejamos
testemunhas dele à nossa família, em nosso país e até os confins da Terra.

Oração

Louvamos-te, ó Pai, pelas bênçãos conferidas pelas tuas mãos. Somos gratos pela vida e vigor e
pelo desejo que colocaste em nosso coração de te amar e servir. Concede-nos graça para que
empreguemos nossas energias buscando o bem dos outros e a glória de Deus. Livra-nos do espírito
egoísta que impede nossa utilidade e de toda inclinação de servir a nós mesmos ou de evitar os
sacrifícios no cumprimento do dever.
Aguardamos o pronto retorno do Senhor Jesus Cristo e oramos pela tua obra de aperfeiçoamento a
ser cumprido em nós preparando-nos para aquele glorioso dia. Em nome de Jesus.

Amém.
48. DE VOLTA AOS PRINCÍPIOS BÁSICOS
Jeremias 17.1-10

“O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável”, escreveu o profeta
Jeremias (17.9).

E o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 7.18: “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em
minha carne”. E em Romanos 3.23: “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.

Esse é o ponto de partida. Essa é a razão do Calvário.

Entramos nesse mundo com essa condição. Ela foi herdada de Adão. Essa é a nossa natureza
carnal, mundana e rebelde.

Essa é a doutrina bíblica da “total depravação do homem”, e se isso o perturba, é porque você não
está alicerçado na verdade fundamental, mas numa religião de obras de origem humanista. Jesus
nunca ensinou que a natureza humana fosse boa sob qualquer aspecto, e se ele tivesse nascido de um
pai terreno, não poderia ter sido o sacrifício sem pecado para nós.

Segundo a religião das obras, o homem pode conquistar um lugar no céu com o seu trabalho, por
meio do auto aperfeiçoamento e de práticas religiosas. Uma variedade infindável de grupos funciona
em cima desse princípio. A maioria desses grupos é fácil de identificar. O fato mais alarmante é que
esse tipo de pensamento está se tornando bastante comum. A não ser que nos mantenhamos alertas,
suas sementes serão lançadas e criarão raízes no próprio seio das igrejas históricas e biblicamente
fundamentadas. Se damos nome a um mal, espera-se que o evitemos. Mas, são os pensamentos
traiçoeiros, que se insinuam quando não desconfiamos, que nos pegam desprevenidos e permeiam
nosso pensamento antes de percebermos o que está acontecendo.

O humanismo diz: “Cada homem tem uma ‘centelha do divino’ que só precisa ser atiçada para
dar-lhe vida, e com o devido tempo e oportunidades, ele provará o seu valor. Devemos, sempre,
pensar só o melhor quanto a nós mesmos e aos outros. Não estamos todos, afinal, fazendo o nosso
melhor?

E se na prática não parece ser assim, há uma razão perfeitamente válida, devido às limitações das
circunstâncias. Seja paciente, seja tolerante, porque apesar das falhas aparentes, estamos todos juntos
nisso, e quem ousará dizer que uma pessoa é melhor do que outra? Afinal, cada um de nós é uma
mistura de ‘positivos e negativos’, e Deus é amor. Que ‘vivamos na casa ao lado da estrada e sejamos
amigo do homem’.

Eu estou bem e você está bem. Todo mundo é belo. Tudo está bem no mundo, e o céu está
esperando para nos dar as boas-vindas”.

Soa familiar? Ouvimos isso em toda parte, de uma forma ou outra, mas, amado, isso não é teologia
bíblica. Eu não estou bem e você não está bem. Somos pecadores.

Somos rebeldes e temos uma inclinação para o mal.

Temos uma capacidade natural para cometer os crimes mais perversos. Mesmo todos os nossos
“atos de justiça”, segundo a Bíblia, são como “trapo imundo” aos olhos de Deus. Para resolver esse
problema, Jesus derramou o seu sangue. É por isso que precisamos de um novo nascimento.
Nascemos debaixo da maldição do pecado. Precisamos ser regenerados, porque nascemos
degenerados. A mensagem do Evangelho não é um convite para que todas as pessoas boas entrem na
família de Deus, já que ele não precisa dos nossos serviços.

Isso poderíamos fazer sem que nossa reputação fosse ferida; mas não é assim que funciona. Deus
de forma alguma precisa dos serviços de homens e mulheres depravados, e essa é a situação de todos
nós. Somos nós que temos a necessidade da obra redentora de Cristo em nosso coração, através do
poder do seu sangue derramado, para nos resgatar da condenação eterna e nos tirar do reino das
trevas, transladando-nos para o reino do seu precioso Filho. Nós, que não possuímos justiça própria,
carecemos da justiça de Cristo para ser colocada na nossa conta por meio da fé em sua obra
consumada de salvação em nosso favor. Tornar-se cristão não é a mesma coisa que se tornar sócio de
um clube. A Igreja não é um agrupamento de pessoas distintas e moralmente elitizadas. Ela é a
associação dos santos, que se tornaram santos ao serem lava-dos no sangue do Cordeiro, e ao
repudiarem a velha natureza pecaminosa. Eles nasceram de novo em santidade por meio de
arrependimento e fé.

Isso não é humanismo. Isso é totalmente o oposto. O humanismo não pode ser encontrado em
lugar algum na Bíblia.

O humanismo é um dispositivo de que o homem se vale para salvar seu próprio orgulho e ego. É
um escape filosófico do fogo do inferno, instituído pelo homem para salvar o próprio homem.
Amados, o homem nunca poderá salvar o seu semelhante. A religião nunca salvará o homem. O
homem está condenado. Necessitamos da intervenção divina, e é por esse motivo que precisamos de
Jesus, que não foi apenas homem, mas Deus, o Filho, com poder em si mesmo para superar o
pecado, e poder por meio da expiação para também nos libertar do castigo, do poder e, finalmente,
da presença do pecado.

O cristianismo é isso, e não há semelhança entre ele e o humanismo. Está escrito que Jesus não
veio ao mundo para condená-lo, mas para salvá-lo. Essa é a verdade, porque a sentença de
condenação já havia sido pronunciada, e o homem já estava condenado; assim, as boas novas do
Evangelho declaram que o homem, que já está debaixo da sentença de morte por causa dos seus
pecados, pode sair da condenação ao depositar sua fé em Cristo, e pode passar da morte (o estado no
qual foi gerado) para a vida, que é o dom de Deus para aquele que crê.
Como Jesus, nós também estamos aqui não para condenar os outros, mas para aceitar o triste fato
de que todos nós já estamos debaixo da sentença de condenação e morte. A solução é receber o
Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador, e persuadir os outros que estão na mesma situação (sob a
sentença de morte) a fazer o mesmo, e resgatar suas almas imortais para que tenham a vida eterna. É
fato, estamos todos no mesmo barco; mas não quer dizer que estejamos numa situação em que todo
mundo faz o seu melhor e acredita um no outro. A dura verdade é que nenhum de nós pode fazer
coisa alguma para anular a sentença de morte sob a qual nos encontramos.

Todos precisamos de uma mudança radical, da antiga natureza para a nova, a natureza divina;
precisamos que a nova vida em Cristo substitua nossa sentença de morte. Isso é uma mudança de
posição, pois nascemos neste mundo filhos do diabo, mas pela experiência do novo nascimento nos
tornamos filhos de Deus (João 3). Educação, cultura e autodeterminação nunca trarão essa mudança.
Riqueza e fama também não. A mudança só ocorrerá por meio do arrependimento dos nossos
pecados, da fé na obra redentora de Jesus Cristo e da aceitação do senhorio dele.

Todas as religiões de auto realização derivam da perspectiva humanista. Qualquer ensinamento


que afirme que o homem pode se tornar melhor pelos seus próprios esforços e, dessa forma, obter a
vida eterna é humanístico, e não cristão.

O humanismo diz que o homem pode melhorar a si próprio.

O cristianismo diz que a velha natureza do homem precisa ser substituída por uma nova natureza,
que é um dom de Deus como resposta a sua fé e aceitação do senhorio de Cristo em sua vida.

Oração

Nosso Pai, agradecemos-te porque, conhecendo nosso completo desamparo, fizeste completa
provisão para que fôssemos redimidos por meio da obra consumada de Cristo, cujo sangue que ele
derramou nos redime do pecado. Certamente não nos oporemos à graça de Deus, pois se um morreu
por todos, então todos estavam mortos, e os mortos não podem se salvar a si próprios. Agradecemos-
te por tão grande salvação – enquanto ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós. Bendizemos o
teu nome e nos prostramos diante de ti em humildade e gratidão. Em nome de Jesus, amém.
49. A “POSIÇÃO DO CALVÁRIO”
Atos 4.1-12

A experiência do novo nascimento é definitivamente um milagre, não fazendo sentido para o


intelecto do homem. A Bíblia claramente afirma essa verdade. É por isso que o novo nascimento
precisa ser recebido pela fé, como dom de Deus. Ele não pode ser herdado, nem alcançado pelo
esforço próprio; essa experiência, portanto, é uma afronta ao orgulho humano.

A inclinação do homem à vaidade o leva a assumir uma posição de (para dizê-lo de maneira
popular) “deixa que eu faço isso sozinho, Papai”. Quaisquer que sejam os esforços do homem em
relação ao seu destino final, eles acabarão o enviando ao inferno, quer vá como desamparado ou
filantropo. O homem pode ir para o túmulo com uma reputação honrosa, mas nunca será capaz de
alcançar o céu por esforço próprio.

Haverá muita gente de boa reputação no inferno. Não é por meio de uma reputação honrosa que
se obtém a vida eterna.

Ela é obtida, como já dissemos, por meio de reconhecimento e admissão da condição perdida do
homem, e a graça de Deus é estendida a ele em resposta ao seu arrependimento e fé. Simplesmente
não há outro meio de alcançar a misericórdia de Deus. A pessoa que planeja chegar ao céu por outro
caminho, precisa ser lembrada de que ela pode ganhar o mundo inteiro (porque de certa forma, o
mundo pertence à humanidade), mas não alcançará o céu; porque o céu pertence a Deus, e ele tem a
palavra final.

O humanismo terá de encarar o momento da verdade.

E isso ocorrerá no tribunal de Deus. Quando esse dia chegar, Deus estará no controle, e o destino
do homem será determinado pelas leis de Deus, não pela ilusão idealista e virtuosa dos seus próprios
olhos. Não haverá tolerância. Não haverá racionalizações. Não haverá exceções com base em boas
obras.

Ou o homem estará no Livro da Vida ou no livro dos mortos.

Seus protestos não serão ouvidos. Seus anais de realizações não constarão naquele livro. O
remorso, caso ele tenha algum, não o ajudará.

Isso me lembra de um ateu que disse a um cristão que cria na Bíblia: “Se eu cresse no que você crê,
não cessaria, dia e noite, de advertir as pessoas da sua condição perdida e da sua necessidade de um
Salvador”. Não é verdade? Se conhecemos essa verdade, será que podemos estar em paz, sabendo que
a maioria das pessoas com quem temos contato estão, conscientemente ou não, caindo na direção do
inferno? Não há dúvida de que deveríamos nos empenhar muito mais em salvar os perdidos, em vez
de nos contentarmos simplesmente com a comunhão dos que pensam como nós, a não ser que
nossas reuniões tenham o propósito supremo de orar e trabalhar pela salvação das almas perdidas.
Não nos esqueçamos de que a nossa salvação pessoal não é o propósito final de Deus: Somos salvos
com a finalidade de darmos fruto, o que envolve compartilhar nossa fé com os outros e sustentar a
verdade de que Cristo é o único Salvador e a resposta às necessidades do ser humano. Se queremos
ter êxito em ganhar pessoas, precisaremos do auxílio do Espírito Santo, pois é a obra do Espírito
convencer os homens do pecado e revelar ao seu íntimo que eles estão inteiramente arruinados e
perdidos, carecendo de salvação e não podendo salvar-se a si próprios. Isso jamais ocorrerá se
atenuarmos a mensagem e substituirmos a verdade por um falso idealismo, para não ofender a
sensibilidade daquele que se acha justo aos próprios olhos. A Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais
afiada que qualquer espada de dois gumes, e fará a obra de convencimento se nos valermos dela.

Cabe a nós usá-la. E cabe a nós, também, proteger nosso próprio espírito da infiltração dos
ensinamentos falsos e traiçoeiros disseminados em toda parte pelos humanistas. A justiça própria é o
maior inimigo do Espírito de Cristo. Ela é, na verdade, o espírito do anticristo.

Se estivesse ao alcance do ser humano salvar-se a si mesmo, sem o sacrifício de Cristo, então o
Calvário seria a maior tragédia da história humana. Se todos já fossem aprovados, a cruz teria sido
um erro. Se já somos basicamente bons, não precisamos de Deus. É nesse ponto em que está o maior
engano da perspectiva humanista. O homem é orgulhoso. Esse é um dos traços mais visíveis da sua
pecaminosidade. Ele é tão orgulhoso que não gosta de admitir sua necessidade de Deus.

Ele prefere ser seu próprio salvador, porque sua autoestima não quer se humilhar e admitir essa
necessidade. Se todas as pessoas admitissem sua necessidade de Deus, todos poderiam ser salvos. Esse
é o ponto crucial. O homem que diz: “Não preciso de Deus; posso me salvar sozinho”, nunca
conhecerá a salvação, não importa quanta purificação ele possa alcançar.

A moralidade própria não é a santificação bíblica. As boas obras não são santidade. Religião não é
salvação. Ser “bom”

não é o mesmo que nascer de novo. A atividade na igreja que se origina do ego é apenas um
substituto artificial, não o artigo original. O espírito religioso que se alimenta do orgulho humano
natural é tão mortífero quanto a influência dos espíritos malignos que mergulham o homem no
pecado evidente.

Na verdade, precisamos temê-los ainda mais, porque sua verdadeira natureza frequentemente não
é reconhecida.

A filosofia humanista floresce no ego humano. As sementes do pensamento humanista crescem no


solo da autorretidão, e o cristão precisa ser vigilante. Sua proteção está na Palavra de Deus, não nas
paredes de uma igreja. Os fundamentos das nossas principais denominações foram corroídos há
muitos anos por uma versão do humanismo que na época foi chamada de “modernismo”. Esse
ensino negava a inspiração verbal da Bíblia, o nascimento virginal de Cristo, a ressurreição corpórea,
a expiação pelo sangue, a segunda vinda física de Cristo, a depravação do homem e a doutrina do
castigo eterno no inferno. Esse tipo de ensinamento, em nossos principais seminários e nas pregações
em nossas igrejas tradicionais, tem gerado uma sociedade de pagãos religiosos. Nos Estados Unidos
há multidões de cristãos professos que retêm a respeitabilidade da afiliação a uma igreja, mas que têm
uma religião “morta” e adotam uma filosofia humanista, a Bíblia para eles tendo se tornado apenas
mais um livro, não a Palavra inspirada de Deus. Para eles, a Bíblia consiste numa coleção de contos
de fada no Antigo Testamento e em boa literatura no Novo. Cada um pode extrair o que gosta e
deixar de lado o que não lhe agrada, não sentindo culpa alguma por aquilo que escolhe descartar.
Essa perspectiva foi apresentada à nossa cultura avançada como um aperfeiçoamento do que se
denominou a antiquada “religião do matadouro” (referindo-se à expiação pelo sangue). Ela se tornou
mais uma religião de obras, em que o homem realiza sua própria salvação através das boas obras e da
autorretidão. Os teólogos semearam vento, e nós colhemos tempestade nesse vasto surto de filosofia
humanista nas igrejas.

O orgulho humano rejeita a graça de Deus, porque a graça é o favor divino oferecido àqueles que
não o merecem, e o ser humano não quer aceitar o fato de que ele de fato é desmerecedor. A
autoglorificação exige que Deus aceite o homem de acordo com os próprios termos deste,
considerando-o tão virtuoso quanto ele se considera ser. Isso nada mais é do que o homem adorando
ao próprio homem. Deus jamais concordará com um pensamento errôneo. Corrie ten Boom uma
vez disse: “Deus me ama exatamente como sou; mas ele me ama demais para permitir que eu
permaneça do jeito que sou!”.

Os ventos do humanismo podem soprar por meio da sua televisão, dos seus jornais diários, dos
poetas e mesmo em alguns púlpitos, mas você não encontrará essa filosofia na Bíblia.

O compositor Edward Mote tinha razão quando escreveu os seguintes versos: Minha esperança está
alicerçada em nada menos Do que no sangue de Jesus e na sua justiça; Não ousarei confiar na estrutura
mais atraente, Mas apoiar-me-ei inteiramente no nome de Jesus.

Estou alicerçado em Cristo, a verdadeira Rocha.

Todos os outros alicerces são areia movediça.

Precisamos retornar à posição do Calvário, para manter um espírito contínuo de arrependimento e


contrição, para nos apegarmos à rude cruz com a consciência viva de que nossa única esperança como
desprezíveis pecadores está no sangue purificador de Jesus, fazendo nossas as palavras de outro
compositor: “Não tenho outro argumento, nem outra justificativa: Jesus morreu por todos, e Jesus
morreu por mim”.

Porque “não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome
dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4.12).

Oração

Pai Nosso e Senhor Nosso, achegamo-nos a ti com gratidão e adoração. Derramaste sobre nós tuas
superabundantes bênçãos. Despejaste sobre nós teu amor e tua bondade, extasiando-nos com tua
grandeza. Concede-nos o desejo de partilhar com os outros com o mesmo desprendimento com que
nos abençoaste. Que demos atenção aos menos favorecidos, lembrando de tuas palavras de que
aquilo que fazemos aos outros, a ti o fazemos. Perdoa nossos pecados, inclusive nossos pecados de
omissão, e ensina-nos a andar no poder do teu Santo Espírito. Em nome de Jesus, oramos. Amém.
50. PERFEIÇÃO INFINITA
1Timóteo 6.1-21

Buscar conforto no mundo é procurar em vão, pois não há nem paz, nem consolo em qualquer
pessoa ou lugar como há em Jesus. Nele toda busca cessa, e toda fome da alma é satisfeita. Nele os
vazios se tornam cheios e os pobres se tornam ricos. Ele é uma canção para o triste, um companheiro
para o solitário e uma esperança para o desolado. Sim, ele é a alegria completa e a perfeição infinita.

Permanecer nele é descansar a alma em um lugar que as ansiedades terrenas não podem alcançar.
Quando estamos nos braços do Pai Celestial nosso coração se enche de gratidão e devoção.

“A devoção com alegria”, como se diz, “é um grande lucro”. Quem não desejaria um “grande
lucro”? Ele resulta de amar a Deus e descansar na sua provisão, quer esta seja muito ou pouco. E a
alma satisfeita não se importa se é muito ou pouco, porque Cristo se tornou sua fonte de satisfação
(veja 1 Timóteo 6.6).

Oração

Pai Celestial, num mundo repleto de tumulto e agitação, buscamos o silêncio da tua presença,
para te adorar e dar ouvidos à tua voz. Na tua presença há paz e descanso. No teu amor há um
bálsamo confortador para curar cada ferida e aquietar cada medo. A onipotência reside em ti, e toda
tua energia divina aguarda para nos tirar da nossa fraqueza e nos encher com a tua força. Colocamos
de lado a mesquinhez dos cuidados mundanos para deixar que tua presença conforte nossa alma, e a
luz do teu semblante traga claridade à nossa visão. Permite que vejamos os outros através dos olhos
da tua misericórdia e a nós mesmos através do teu perdão amoroso, pois nunca deixamos de carecer
da tua compaixão. Que tua bênção repouse sobre todos os teus filhos em todo lugar. Essa é a nossa
petição, em nome de Jesus. Amém.
51. “ESTOU PRONTO PARA MORRER”
Atos 21.1-20

“Estou pronto não apenas para ser amarrado, mas também para morrer [...] pelo nome do Senhor
Jesus” (Atos 21.13). Essas foram as palavras do amado apóstolo Paulo.

Elas soam como um desafio quando refletimos sobre nossa atitude quanto à dedicação e devoção a
Cristo. Creio ser de Thomas à Kempis a observação de que seríamos sábios em pensar em quão
próxima está a nossa morte, e menos em quão longa será a nossa vida. Isso me leva ao texto bíblico
segundo o qual aquele que deseja salvar a sua vida irá perdê-la, e aquele que perder a sua vida por
amor a Cristo irá encontrá-la.

Vida e morte é um assunto sombrio. Certamente preferimos pensar em saúde e prosperidade.


Preferimos cantar canções que falam de viver para Jesus. Podemos muito bem evitar pensar em ser
amarrados e morrer por ele, mas esse é de longe o teste mais profundo de nosso compromisso com
Cristo.

A vida cristã não consiste apenas em glória e alegria. Há um preço a pagar, e para alguns esse preço
é maior que para outros. Como não sabemos o quanto será exigido, é bom con-siderarmos a
possibilidade de que o preço seja total. Você pode viver em paz e morrer em paz, regozijando-se no
Senhor a vida toda. Parece ser o caso de algumas pessoas, embora lutas e sacrifícios nem sempre
Sejam evidentes. Em todo caso, é bom estarmos preparados para as circunstâncias desfavorá-

veis. É mentalmente saudável só esperar pelas coisas boas, mas é prudente também estar preparado
para o pior.

Quero agora sair um pouquinho do assunto e aludir novamente aos incidentes em Atos 21. Paulo
foi advertido pelos discípulos, por meio do Espírito (v. 4), a não ir para Jerusalém.

Em Atos 20.22-25 ele afirma que o Espírito Santo repetidas vezes testemunhou em todas as
cidades, dizendo que prisões e sofrimentos esperavam pelo apóstolo. Veja a resposta dele no versículo
24: “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se
tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de
testemunhar do evangelho da graça de Deus”.

Novamente, em 21.10-12, Paulo é advertido pelo profeta Ágabo e pelo Espírito Santo de que seria
amarrado pelos judeus em Jerusalém. Paulo então responde: “Por que vocês estão chorando e
partindo o meu coração? Estou pronto não apenas para ser amarrado, mas também para morrer em
Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (v.13). Alguns estariam prontos a afirmar que Paulo errou em
não dar atenção a essas palavras de advertência. Minha convicção pessoal é que as palavras de profecia
são dadas para preparar os filhos de Deus para as coisas que eles estão enfrentando, ou em breve
enfrentarão, em vez de as devermos receber como diretivas. Certamente Paulo sabia das implicações
dessa palavra profética, e não a recebeu como uma orientação, mas como um preparativo – tanto para
os outros como para ele próprio. Nos dias que se seguiram, quando os discípulos recebiam notícias
do estado de Paulo, eles certamente encontravam consolo ao lembrar que embora o sofrimento que o
aguardava tivesse sido claramente revelado, ele deliberadamente escolheu sofrer por amor ao
Evangelho de Jesus Cristo.

Talvez nos perguntemos, sabendo do alto custo de se fazer a vontade de Deus, se a escolha de
Paulo também seria a nossa, ou seja, de seguir em frente, indo ao encontro da tempestade; e se o
faríamos pela mesma razão: Terminar a corrida com júbilo, e o ministério que recebemos do Senhor
Jesus, de testemunhar do Evangelho da graça de Deus.

Muitos fizeram exatamente isso ao longo dos anos. Lembramos de Davi Livingstone, que deixou
seu coração sepultado na África por amor daqueles com quem havia compartilhado a graça de Deus.
As páginas do Livro dos Mártires de Fox gotejam o sangue daqueles, que de maneira semelhante,
pagaram o preço final pela sua devoção a Jesus Cristo. Não é que os mártires tenham escolhido
morrer; antes, eles escolheram viver aproveitado ao máximo todas as oportunidades de servir a Cristo,
decidindo não retroceder diante dos perigos. O desejo da morte não é uma disposição mental
saudável, mas é um estado de alma muito salutar ser totalmente submisso a Cristo, e disposto a servi-
lo qualquer que seja o custo, mesmo que seja morrer por ele. Na verdade, qualquer coisa que esteja
aquém disso não é um compromisso total, e todo amor que é limitado por conveniência e
autopreservação não é digno do Senhor Jesus Cristo, que se entregou por nós.

Temos refletido a respeito do alto preço de se estar disposto a morrer por Cristo. Não é
inimaginável que haja pessoas que leiam este devocional e se sintam chamadas a, de uma forma ou
outra, fazer exatamente isso. O que é assustador é que há tantas pessoas que aparentemente são
amorosas, mas são incapazes de reagir de maneira graciosa à menor invertida.

Temos todos uma forte inclinação a ser excessivamente sensíveis, quer a pequena ofensa seja real
ou imaginária. Parece até que não estamos nem um pouco preparados para qualquer tipo de
sofrimento real, seja por Cristo ou por qualquer outra razão. Nosso orgulho exige ser satisfeito de tal
maneira que nos ressentimos de qualquer repreensão, e somos pouco receptivos a qualquer tipo de
correção. O orgulho exige apenas ser aprovado. Amados, essa não é a natureza de um mártir. “Se
você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em
terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?” (Jeremias 12.5). Se não conseguimos nem
lidar com um insulto insignificante, não precisamos perder tempo com fantasias em que louvamos a
Deus enquanto ardemos na fogueira.

É bastante revelador e esclarecedor ler os relatos do evangelho e observar como Jesus lidava com a
desaprovação e os insultos. E quaisquer que sejam os fatores envolvidos em cada instância, a
importância da resposta de Jesus é multiplicada mil vezes quando levamos em conta que ele foi o
Senhor da Glória, o único Perfeito, e homens degradados o atacaram com acusações totalmente
infundadas. Suas respostas, em alguns casos, estão entre as palavras mais preciosas da Bíblia.
Está na hora de fazermos uma avaliação do nosso “fator graça”, para que não sejamos encontrados
entre aqueles que têm aborrecido o Senhor com suas queixas.

Oração

Pai, oramos para que abençoes a todos que têm uma necessidade especial da tua força sustentadora
neste dia. Esteja próximo daqueles que estão em lugares de perigo, e sê para eles uma parede de
proteção. Para aqueles que estão sofrendo, pedimos que o teu Espírito Consolador alivie o fardo.
Pelos doentes clamamos pelo teu toque de cura e por tua vida da ressurreição. E para todos aqueles
que ministram a outras pessoas, que tu, ó Senhor, concedas uma medida de força suficiente para o
dia. Em nome de Jesus, amém.
52. O HOMEM ESPIRITUAL
Apocalipse 5.1-14

Feliz é o homem que segue os passos do seu Senhor. Ele não servirá a mestres estranhos, nem
andará em lugares escuros. O Senhor será a sua força e sabedoria, e o seu coração se regozijará no
seguinte conhecimento: Deus é meu juiz; ele também é o meu Salvador. Ele estará à minha direita,
ao meu lado; por isso não cairei na armadilha do desânimo.

Certamente os dias trarão a esse homem alegria e felicidade, e a vida abrirá seus tesouros a ele. Ele
será corajoso. Ele fará proezas. Ele se regozijará, porque no dia da batalha encontrará poder para
permanecer firme. Seu coração estará em paz, porque a sua mente está centrada em Deus.

Embora outros se distraiam, os olhos dele estão fixos em Jesus, e nenhum tumulto perturba seu
interior. Essa paz o mundo não pode dar, mas ela pertence ao homem espiritual, porque ele tem feito
do Altíssimo, o Pai Eterno, a sua habitação. Ele não experimentará derrota!

Oração

Pai Celestial, teu amor é para o nosso coração um consolo muito além de qualquer outro conforto.
Tua presença é paz, e tua voz é doce. Somos privilegiados por sermos teus filhos, e ter a tua
companhia significa experimentar o céu na terra.

Atrai-nos para mais perto de ti e afasta toda nuvem que possa esconder dos nossos olhos o claro
brilho do teu sorriso. Concede-nos uma compreensão mais profunda de ti e do nosso relacionamento
contigo, para que andemos na luz da tua face, não temendo mal algum. Livra-nos de toda escuridão,
porque tu és luz, e recebemos de ti a comissão de brilhar como luz ao mundo. Faz que seja assim. Em
nome de Jesus, amém.
53. O AMOR DE DEUS
Romanos 5.1-11

O amor de Deus é como um doce cântico que se eleva acima da dissonância do mundo ao redor.
Às vezes podemos suprimi-lo, por não nos sentirmos dignos dele, mas mesmo assim ele continua
cantando acima das tempestades, penetrando na escuridão mais densa. Toda a nossa cegueira e
inépcia não podem silenciar sua pura melodia, nem pode nossa surdez suprimir a beleza desse amor.
Ele está presente quando estamos atentos, bem como nos tempos de completa indiferença. O amor
de Deus é constante – inalterado pelo tempo, pelo lugar ou pelas circunstâncias. Seu calor derreteria a
frieza do nosso coração se não nos isolássemos quando escolhemos rejeitar a sua proximidade. À luz
da chama desse amor, seríamos livrados das sombras se pudéssemos permanecer continuamente na
sua presença. É só a nossa leviandade que nos pode despojar da bem-aventurança perpétua do amor
de Deus.

A distração das coisas e as preocupações da vida tomam nossa atenção. “No arrependimento e no
descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor”(Is 30.15). Por quê?
Porque no lugar tranquilo do descanso da alma, você sempre descobrirá a doçura do amor de Deus e
ouvirá novamente o som tranquilizador da sua voz. Esse amor está ao seu redor, acima de você e
dentro de você. Ele é totalmente envolvente, penetrante, persistente e imutável.

Ainda que tudo o mais fracasse, o amor de Deus resistirá.

Enumere as suas bênçãos, colocando por primeiro e por último o amor de Deus, e se não houver
nada a acrescentar no meio, você continua amplamente abençoado, pois o seu amor sobrepuja todas
as outras alegrias. Esse amor é uma sinfonia repleta de harmonia e deleite, e o coração atento poderia
renunciar a todas as outras alegrias e não sentir perda alguma nisso.

A Bíblia é a carta de amor de Deus ao homem, convidando-o para a casa do Pai. São os braços do
Pai estendidos para acolher o pecador através do seu coração perdoador. A beleza da natureza, o
pássaro canoro e o pôr do sol transmitem a mesma mensagem. É Deus expressando seu infinito
amor.

O homem tem a opção de aceitá-lo ou rejeitá-lo. Ele está livre para escolher, pois essa é a natureza
do amor que é oferecido – não forçado. Tristemente, muitas vezes ocorre que, justamente quando o
amor de Deus mais benefício traria, e mais ajudaria a curar a enfermidade, ele é rejeitado pelo
homem. Da vontade contrariada nasce o ressentimento, e a insatisfação com as circunstâncias acaba
se estendendo a Deus; sente-se rancor de Deus, como se ele tivesse interferido na fonte de alguma
satisfação desejada. Supõe-se que Deus seja culpado por qualquer infortúnio que bata à porta de uma
pessoa. Concluímos falsa-mente que ele pode estar nos castigando por causa do nosso pecado, ou
simplesmente nos privando da alegria de satisfazer um capricho passageiro, ou então nos ensinando
uma lição que não estamos com muita vontade de aprender. E assim, em nossos momentos de
insatisfação, atribuímos a Deus um caráter estranho à sua natureza, e perdemos a vontade de nos
relacionarmos com ele de maneira afetuosa e grata. Essas são ocasiões em que não nos sentimos
amáveis e agradecidos, e acabamos nos sentindo da mesma forma em relação Deus.

Ficamos aborrecidos – com uma pessoa, uma coisa, a vida, o mundo – seja o que for –, e por isso
ficamos aborrecidos com Deus. Nesse estado de confusão, vamos mais longe e presumimos que ele
está bravo conosco, e isso nos livra da culpa de estarmos aborrecidos com ele. Se não estivéssemos
aborrecidos, receberíamos o seu amor, seriamos saturados dele e o estaríamos compartilhando com
outros. Não haveria resmungos. Não haveria insatisfação miserável. Não haveria espírito de
ingratidão. Qualquer que fosse o nosso estado, nós o louvaríamos e nos regozijaríamos; pois o seu
amor é mais do que suficiente para inundar a nossa vida de alegria, se tão-só pudéssemos
compreender a maravilha desse amor.

Por natureza somos carnívoros: Não nos saciamos facilmente, e quando não estamos satisfeitos
mordemos uns aos outros. É por isso que a Bíblia diz: “Mas se vocês se mordem e se devoram uns aos
outros, cuidado para não se destruírem mutuamente” (Gálatas 5.15). Uma medida maior do amor de
Deus em nosso coração curaria essa tendência viciosa tão predominante; e, pasmem, não estamos
livres dessa natureza pelo fato de sermos religiosos. (Afinal, o texto bíblico acima foi escrito para os
cristãos). Faríamos bem em nos perguntar por que sentimos raiva. Se mais pessoas praticassem o
autoexame, elas cresceriam em discernimento e reduziria a crescente demanda por especialistas em
saúde mental. A próxima vez que você se sentir abatido, pergunte a si mesmo por que está com raiva.
Se não ouvir resposta, tente esquecer o fato de sentir-se desanimado, e comece a animar o seu coração
com as lembranças do extraordinário, maravilhoso e alegre fato de que Deus ama você. Deus ama
você! Agora responda: Até onde vai a sua raiva, ou por quanto tempo você consegue ficar deprimido,
quando a sua mente exulta nessa verdade extraordinária? Um filho de Deus que vive de mau humor é
um contrassenso. Isso é uma desgraça para a graça de Deus, e uma vergonha para o seu nome. Está
na hora de darmos um basta à nossa mesquinhez; ou então sejamos honestos e abandonemos nosso
pomposo palavrório religioso. Se não fosse a infinita paciência dele, Deus estaria muito desanimado
com a maioria de nós. Nosso egoísmo é tão berrante, nosso descontentamento é tão óbvio, nosso
louvor é tão ausente e nosso amor é tão débil. Deveríamos estar fartos de estar fartos. Por que estragar
um dia absolutamente perfeito com nossa tendência a sermos mimados? Parece que não conseguimos
apanhar uma rosa sem maldizer o espinho. Se a morte não tivesse o poder de realizar uma mudança
instantânea em nosso espírito, seríamos capazes de arruinar o próprio céu antes mesmo de passarmos
pelos seus portões. Por que não nos esforçarmos para obter um pouco de transformação espiritual
aqui e ali? Nem todos podem ser ricos e belos, mas todos podem ser felizes, e algumas das pessoas
mais felizes do mundo não são nem ricas nem belas, e algumas pessoas ricas e belas estão entre as
mais infelizes do mundo.

Não há etiqueta de preço colada na alegria. Ela muitas vezes aparece quando nos desfazemos de algo
em vez de quando o obtemos. É semelhante à água que se apressa a preencher o buraco na areia da
praia. Se pudéssemos nos esvaziar do nosso descontentamento, a alegria se apressaria a preencher o
espaço que criamos quando descartamos a emoção negativa. A falta de perdão e o ressentimento são
uma cerca viva de espinhos que impede que o amor de Deus entre em nosso coração.

Os opostos não podem ocupar o mesmo espaço. Somos nós que compramos nossas próprias
misérias, e pagamos caro por elas quando insistimos em acalentar antigos rancores.

Oração

Pai Celestial, trazemos-te o amor e a adoração do nosso coração, sabendo muito bem que todo
louvor que te podemos oferecer é apenas uma fração insignificante daquilo que tu mereces. Tu
encheste nosso copo a ponto de transbordar, e tua graça para conosco tem sido tão vasta quanto o
oceano.

“Há uma vastidão na misericórdia de Deus semelhante à vastidão do oceano; há uma amabilidade
na sua justiça, que é mais do que a liberdade. Há boas-vindas para o pecador, e mais graças para o
bondoso. Há misericórdia com o Salvador. Há cura no sangue dele, pois o amor de Deus é
infinitamente mais amplo do que a limitada mente humana. E o coração do Eterno é notavelmente e
maravilhosamente amável. Se o nosso amor fosse mais simples, creríamos na palavra dele, e nossa
vida seria ensolarado e doce na presença do Senhor”. Oramos essas coisas, em nome de Jesus, amém.
54. A SUPREMACIA DE CRISTO
Apocalipse 21.1-14

O céu é a habitação das pessoas felizes, e elas estão nesse estado de felicidade porque no céu não há
falta de perdão. Na verdade, não são os mosquitos e as roseiras bravas que nos tornam infelizes: São,
antes, as feridas supuradas das chagas antigas, que não saram porque nos recusamos a perdoar. Não
importa o tipo de feridas que temos recebido. O que importa é que, de uma maneira ou outra,
saibamos como aplicar o amor de Jesus à ferida antiga, permitindo que o perdão a cure.

Só assim nos livraremos da dor. Quem precisa dela? Se ainda não estamos cansados dela, nossos
amigos estão, de tanto ouvirem falar delas. Permita que o Espírito de Deus as corte fora como um
cirurgião corta fora o câncer, e livre-se da doença mortal. Por que preservar o veneno?

Submissão é outra palavra para amor, mas não gostamos de nos submeter. A força sustentadora
por trás do humanismo é a vontade própria. Não gostamos de interferência. É por isso que o
casamento requer trabalho: Ele viola a nossa independência. Essa aversão inata pela interferência é o
ponto de tensão em qualquer relacionamento, seja entre pais e filhos, entre empregador e
empregados, entre vizinhos ou amigos.

Cada relacionamento implica em restrições adicionais e menos liberdade. Isso é especialmente


verdade no nosso relacionamento com Deus. Ele, na verdade, deseja uma renúncia total da nossa
vontade para que possamos aceitar plenamente a vontade dele. É nesse ponto que está o conflito do
humanismo. Ou aceitamos que a vontade dele se sobreponha à nossa, ou nos rebelamos contra a sua
autoridade e seguimos o nosso próprio caminho, entronizando o ego em vez de Cristo.

Ao fazê-lo, tornamo-nos humanistas. O humanismo tem muitas expressões, mas uma só raiz – a
vontade própria, que se opõe à supremacia de Cristo.

Considere as inúmeras pessoas que se opuseram a Jesus durante sua vida entre nós na terra. A cena
na cruz é notável pela presença de inimigos e ausência de amigos. A natureza humana não tem tempo
para Jesus e nenhuma inclinação a se submeter. Ficamos maravilhados com o carisma de Jesus, mas
temos aversão à sua supremacia. Gostamos de ser amados e afagados, mas rejeitamos a ideia de sermos
amados e controlados. Não temos dificuldade em admirar Jesus como o Amigo amoroso e fiel, mas
quando a submissão entra em jogo, prontamente buscamos um escape. O jovem rico experimentou
essa mudança de atitude súbita, da admiração para a rejeição, quando sua vontade foi confrontada e
seus desejos egoístas viola-dos pela mera sugestão de Jesus de pagar o preço de segui-lo e desistir das
suas riquezas.

Admirar Jesus e em seguida escolher continuar dependendo de si próprio é fracassar totalmente,


como se a própria atitude inicial fosse de hostilidade. Você não está dando nada a Cristo se o seu
coração permanece comprometido consigo próprio. O amor dele por nós foi expresso pelo sacrifício
de sua vida por nós. Esse amor era total. Esse amor continua o mesmo hoje: Ele não tem limites; não
há reservas. Ele é profundo e vigoroso, excelso e atraente. Ele pede reciprocidade, mas não exige coisa
alguma. Somos livres para amá-lo ou crucifi-cá-lo. A decisão é nossa, e é uma decisão diária.
Tomamos essa decisão de maneira especial em certos momentos de crise na nossa vida, tais como na
conversão inicial, mas também a devemos tomar continuamente. A Bíblia nos diz que nossa relação
com Cristo é como a relação de um casal. A cerimônia do casamento – como a experiência da
conversão – é um ponto no tempo, mas o cultivo e o pleno florescer da devoção é um processo que
envolve anos. A submissão e as reações de afeição fazem parte de um compromisso contínuo, e
qualquer ressentimento frustrará a harmonia do relacionamento.

A vida não será só alegria, mas se confiarmos no seu amor, não culparemos Deus pelas experiências
desagradáveis da vida. Conheci um senhor idoso de fé profunda que disse nunca ter experimentado
aflição, mas todos sabiam que ele tinha sofrido muito como missionário pioneiro na China, tendo
perdido, inclusive, sua mulher amada durante a peste bubônica. Ele passara longos meses em um
campo de concentração como prisioneiro de guerra, tendo apenas arroz para comer, do qual
precisava tirar os insetos. Ah, sim! “Nenhuma dificuldade! ”. Que testemunho do amor e da graça de
Deus! Ele adoçou as águas amargas da vida desse homem, produzindo um espírito de docilidade e
gratidão. Isso é maturidade espiritual. Isso é purificação da alma, um espírito experiente, uma atitude
abrandada pelas tempestades e vicissitudes da vida, um vaso moldado num formato atraente e polido
até exibir um brilho profundo.

Nenhuma

reclamação, nenhuma amargura, somente o amor puro e gracioso de Deus expresso por meio de
um caráter esculpido até a perfeição pela lâmina da dor.

O segredo está em conhecer e confiar na mão daquele que segura a lâmina.

Oração

Pai Celestial, somos lembrados de que não há dom maior que o dom do amor. Nem sempre é fácil
lembrar disso, pois há tantas outras questões disputando a nossa atenção. Há tantas coisas a serem
feitas, que corremos o risco de esquecer que mais importa ser do que fazer. Guarda-nos, ó Senhor, do
egoísmo, para que nosso coração não se esfrie. Vem ter conosco, e no lugar da comunhão silenciosa
contigo, renova o fogo da devoção e dá ternura ao nosso coração, para que cresçamos na semelhança
de Jesus, em cujo nome oramos. Amém.
55. VIVER EM AMOR
1Coríntios 1-13

Dois homens aguardavam pela partida do seu voo.

Tinham ocorrido diversos acidentes de avião recentemente, muitas vidas tendo sido ceifadas. Eles
falavam dos acidentes, quando um deles disse: “Bem, acho que não podemos saber quando chegará a
nossa vez”. Ao que o outro respondeu: “É verdade, mas ocorre que Aquele que determina quando
chegará a nossa vez é o meu Pai!”. Isso faz toda diferença na forma como recebemos os
acontecimentos da nossa vida.

Saber que o que ocorre conosco procede da mão do nosso Pai, atencioso e pleno em sabedoria e
crer que aquilo que ele envia a nós é enviado em amor, deveria nos levar a ajustar nossa perspectiva e
ver o quadro geral dentro da beleza da providência divina.

As lágrimas nem sempre são ruins: Às vezes elas removem os ciscos dos nossos olhos e purificam a
nossa visão. Às vezes a dor é um melhor amigo do que a saúde. Muitas pessoas encontraram Deus em
um leito de hospital, quando não teriam pensado nele num campo de golfe. O sofrimento tem
salvado alguns da destruição que trariam sobre si próprios na busca do prazer. Deus não está ausente
quando você está sofrendo.

Jesus certamente conhecia a agonia da dor em todas as formas – física, emocional e espiritual –,
mas sem pecado, sem ressentimento e sem a influência maligna da raiva.

O que quer que o cálice da vida contenha, que ele seja preenchido pelo amor de Deus acima de
qualquer outra coisa.

Só assim você sairá vencedor. E o melhor de tudo, você poupará a si mesmo e aos outros de toda a
bagagem desnecessária das reações negativas, indesejadas, desagradáveis e inoportunas.

Todos precisamos ser lembrados das nossas bênçãos todos os dias e estimulados a considerar o
quão abundante-mente a misericórdia de Deus nos tem favorecido. Nossa inquietude e insatisfação
exigem que sejamos constantemente admoestados. É bom ter objetivos. Eles nos incentivam a
continuar a caminhada; mas o momento atual também é bom, e deve ser saboreado com alegria.
Quero compartilhar um poema com você. Não é exatamente um poema cristão, mas contém uma
mensagem que fala de como as alegrias cotidianas podem enriquecer a vida, uma ideia tida como
corriqueira.

Chama-se “O caminho do meu vizinho e o meu”, de Nellie Goode.

Apressei-me pelos caminhos diários da vida, À busca de um alvo cobiçado; As pequenas alegrias do dia a
dia Todas me acenavam em vão.

Meu vizinho demorava-se no caminho; E por isso eu o desprezei.

Ele se demorava em todos os lugares agradáveis Pelos quais eu passava descuidadamente.

Ainda que flores desabrochassem no caminho, Eu não continha o passo; Amigos quiseram me
acompanhar, Mas não lhes dei atenção.

Meu vizinho sorria e cumprimentava a todos Que cruzavam o seu caminho; Ele observava cada luzente
pôr-do-sol E absorvia o doce aroma das flores.

Finalmente, com pés cansados Alcancei o tão buscado alvo, E meu triste e solitário coração Viu que
pouco valeu o preço.

Meu vizinho então chegou jovialmente Com cânticos e um sorriso nos lábios.

Ah se eu tivesse sido sábio como ele, E gozado a vida ao longo do caminho.

Esse é o caminho que devemos trilhar: Viver em amor e importar-se com o próximo. Nós temos
pressa. Você consegue imaginar Jesus com pressa? Ele teve tão pouco tempo para ministrar, e o
mundo estava envolto em tanta escuridão, pecado e dor; mas ele avançava com passos serenos e
espírito equilibrado, ensinando àqueles que se dispunham a ouvir. Ele era tão humano, ponderado e
gracioso que, após pregar seu maior sermão, realizou o maior piquenique de que se tem notícia.
“Sempre há tempo para a cortesia”, nos lembra o dita-do. Que possamos ser libertos da
insensibilidade. Um coração puro e um coração cordial deveriam andar de mãos dadas.

A Bíblia diz que “Jesus andava por toda parte fazendo o bem”. Essa é uma fórmula muito simples.
Dons espirituais são maravilhosos, mas você não precisa de dons especiais para seguir esse exemplo,
senão o dom do amor, que está disponível a todos. Há muitas maneiras de tornar a carga do outro
mais leve e a sua vida um pouco mais alegre. “Assim, permanecem agora estes três: A fé, a esperança e
o amor. O maior deles, porém, é o amor” (1 Coríntios 13.13).

Oração

Ó Senhor, nosso coração está cheio de alegria enquanto aguardamos a tua vinda. Não cansaremos
de esperar, porque cremos que o tempo está muito próximo. Concede que estejamos preparados, e
que enquanto esperamos possamos ser fiéis em cumprir as responsabilidades que tu nos confiaste.

Apressa a luz daqueles que ainda estão na escuridão, e permite que a graça do Espírito Santo seja
derramada sobre o teu povo. Em nome de Jesus, amém.
56. NEGOCIAI ATÉ QUE EU VOLTE
(Lucas 19:13 – ARA) Mateus 24.29-44

“Assim, também vocês precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em
que vocês menos esperam” (Mateus 24.44).

A verdade da segunda vinda de Cristo tem sido amplamente pregada e muito discutida. Ela tem
sido usada para instigar cristãos apáticos a um serviço mais ativo e, ao mesmo tempo, atraído outros a
sentar no topo da montanha para aguardar a sua volta. Embora seja a “bendita esperança” para o
crente, ela tem sido para alguns uma expectativa assustadora e, em vez de induzir o crente à ação, ela
o tem paralisado de medo.

Quanto mais se aproxima a volta de Cristo, mais precisamos de uma perspectiva saudável e
equilibrada. Nem medo nem fanatismo são saudáveis. Podemos encontrar uma posição de paz em
cada doutrina bíblica. Certamente também podemos encontrar uma posição pacífica em relação à
segunda vinda.

Jesus disse, na parábola das minas: “Negociai até que eu volte”. “Negociar” é uma palavra
apropriada, sólida e prática, que não induz nem ao medo nem ao fanatismo. Também não está além
do nosso alcance. Você pode negociar com as minas que Deus lhe deu, e eu também posso com as
que recebi.

A Bíblia diz que Jesus está voltando para aqueles que “amam a sua vinda”, não para aqueles que a
temem. Ele está voltando para aqueles que “o buscam”, o que sugere uma expectativa afetuosa.
Amar, buscar e negociar (ocupar-se das coisas de Deus) são todas atitudes boas e salutares. Pensar na
sua vinda não deveria nos perturbar ou deixar perplexos, pois qualquer coisa que produza tal estado
de espírito certamente atrapalhará nosso propósito de “nos ocuparmos”. O termo se refere ao bom
aproveitamento do tempo, a estar ocupado, tomar posse de. É uma forma da palavra “ocupação” –
estar empregado em algo – dando atenção aos negócios, à vocação ou ao chamado. É triste quando o
assunto da segunda vinda causa mais estrago do que alegria, e quando se torna uma distração do
nosso dever.

Em todas as coisas Jesus é o nosso exemplo perfeito.

Siga-o ao longo dos seus últimos dois meses na terra. Antes e depois da crucificação, ele se movia
com os mesmos passos constantes, dando total atenção à situação em que se encontrava, quer fosse
lavar os pés ou assar um peixe. Nenhuma hipertensão interferia em seu equilíbrio no Espírito.
Mesmo na cruz ele estava desimpedido de “aproximar-se” do salteador moribundo e à sua
entristecida mãe, e dessa forma “negociar” – cuidar dos negócios daquele momento. Todo o seu
ministério era uma questão de negociar, de fazer as minas renderem, de se entregar totalmente ao seu
chamado. E qual era o seu chamado? Temos uma descrição dele em Lucas 4.18-19 (onde Jesus cita
Isaías 61.1-2): “[...] para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos
presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do
Senhor”.

Esse era o chamado de Jesus, e como seus seguidores e discípulos, é também o nosso, e, portanto,
ele é o nosso guia sobre como devemos “negociar”. Devemos “tratar dos negócios de nosso Pai”
(Lucas 2.49, ARC). E parte disso é assumir nossas próprias responsabilidades pessoais como
indivíduos moralmente responsáveis. Também significa cuidar da obra do Senhor e cuidar dos seus.
É manter sua casa limpa, bem como o seu coração. É dar generosamente ao Senhor e prover de
forma apropriada pela sua família. É ser diligente nos negócios, bem como ser fervoroso em servir o
Senhor. É não ser surpreendido na tempestade da confusão, nem racionalizar que, já que Jesus
voltará em breve, podemos cancelar tudo o que temos a fazer e esperar sentados. Não! Devemos
negociar “até que ele volte”!

E isso não é tudo. A cada dia que passa, vemos as Escrituras sendo cumpridas. Vemos o
crescimento do engano e dos falsos ensinamentos, e a disseminação de todo tipo de poderes da
escuridão e do mal. Nossos tempos exigem que vivamos com maior zelo e diligência do que em
qualquer outra época histórica. Chegará um tempo em que se dirá: “A escuridão cobre a terra, dessas
trevas envolvem os povos”. É um tempo de guerra espiritual e de oração intercessória como nunca
antes se exigiu. É um tempo em que devemos estar vigiando, esperando e lutando o bom combate da
fé. Um tempo de guardar nossa alma contra o espírito do anticristo; um tempo de nos certificarmos
de que temos óleo na candeia, calçados nos pés, espada em mãos e o capacete da salvação revestindo a
nossa cabeça.

Nunca antes tantos ventos de doutrinas varreram o mundo. Nunca antes os eleitos estiveram em
maior perigo de ser enganados. Nunca a igreja teve maior necessidade de fortificar os seus muros com
a Verdade do que agora. Nunca tem sido mais crucial para os santos estarem andando na luz da
Palavra de Deus e se manterem imaculados em relação ao mundo.

Sim, Senhor, e no meio de tudo isso, tu guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está
firme, porque em ti confia.

O antigo e majestoso hino de Martinho Lutero, “Castelo forte é o nosso Deus”, vem à mente. “Se
nos quisessem devorar demônios não contados, não nos podiam assustar, nem somos derrotados”.

Ao longo de todas as provas e provações que confrontam o crente, Deus é nossa ajuda sempre
presente. “Vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a
sua bandeira” (Isaías 59.19, ARC).

O Senhor não abandonará os seus filhos em tempos de adversidade. Mas, também temos, da nossa
parte, a responsabilidade de ser fiéis ao caminho da verdadeira dedicação. Encontramos em Efésios 5
as seguintes palavras de admoestação sobre o nosso andar como cristãos (Edição Revista e Corrigida):
andai em amor (v. 2), andai como filhos da luz (v. 8), e andais como sábios (v.15). O capítulo como
um todo deixa muito claro esses aspectos. E continuando no versículo 27, somos lembrados mais
uma vez da preparação do corpo de Cristo, a igreja, para o arrebatamento. E, assim, enquanto
estamos “negociando” até que ele venha, andemos também em amor, na luz e em sabedoria: No
amor de Cristo, na luz de sua Palavra e na sabedoria que é do alto, conferida a nós pelo Espírito
Santo por meio da oração e meditação e da nossa permanência em Cristo. Assim, enquanto estamos
envolvidos na obra do nosso Pai, ele, por sua vez, estará realizando sua obra de purificação e
preparação em nosso coração e vida.

E quanto mais estivermos andando no amor de Cristo, à luz de sua Palavra e na sabedoria do
Espírito Santo, mais protegidos seremos de toda a escuridão do mundo ao nosso redor e da falsa
doutrina na religião. A Palavra nos diz que devemos ser sábios quanto ao que bom e ignorantes
quanto ao que é mal. Não precisamos examinar todos os detalhes das seitas, os “ismos” e heresias.
Precisamos apenas andar à luz da Palavra de Deus, e a luz vai revelará a escuridão. Os seguintes
versículos de 1 João 4 nos lembram que há dois espíritos – o espírito da verdade e o espírito do erro –
e que há dois grupos diferentes de pessoas – as de Deus e as do mundo. “Amados, não cre-iam em
qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos
falsos profetas têm saído pelo mundo [...] mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de
Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no
mundo. Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do
que aquele que está no mundo. Eles vêm do mundo. Por isso o que falam procede do mundo, e o
mundo os ouve. Nós viemos de Deus, e todo aquele que conhece a Deus nos ouve; mas quem não
vem de Deus não nos ouve. Dessa forma reconhecemos o Espírito da verdade e o espírito do erro” (1
João 4.1,3-6).

“Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue
de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7).

Oração

Nosso bendito Pai Celestial é pela fé que chegamos a ti, porque Cristo abriu o caminho para o
trono da graça com sua morte expiatória. Por meio dele fomos trazidos para perto ti, nós que tão
longe estávamos. Por meio do sangue derramado recebemos o perdão e a purificação dos nossos
pecados. Louvamos-te por nos ter proporcionado tão grande salvação.

Adoramos-te com o coração transbordando de gratidão pela graça que nos alcançou em nossa
necessidade e nos concedeu o teu amor; e não somente o teu amor, mas vida, saúde e paz.

Concede, ó Senhor, que os que não te conhecem tenham a oportunidade de ouvir a tua Palavra; e
concede a força e provisão necessárias a todos que levam as boas novas do Evangelho. Em nome de
Cristo, nosso Senhor, nós oramos. Amém.
57. NA QUIETUDE DA ADORAÇÃO
Romanos 8.1-11

Na quietude da adoração, virei a vocês, meus filhos, e quando buscarem a minha face, me
encontrarei com vocês, pois quando vocês chegam a mim com a simplicidade das crianças, a janela
da sua alma se abre ao brilho do meu amor. O caminho que os leva a mim não é longo: Estou perto
o bastante para ouvir o menor sussurro de vocês, e para vocês ouvirem o meu! Qualquer distância
entre nós no Espírito só ocorrerá quando houver obstáculos que precisem ser dissolvidos.

Esses obstáculos podem ser dúvidas, medos, pensamentos ou sentimentos profanos, ou qualquer
coisa que esteja em descompasso com a santidade e o amor. Mas quando vocês, pela fé, depositam
essas coisas ao pé da cruz, elas são lavadas pelo poder curador do sangue de Jesus. Vocês então
poderão perceber que a sua comunhão comigo será sem esforço, resultado natural de estar em
harmonia comigo; a expiação vem por meio do sangue de Jesus. Ela não vem por meio de lágrimas,
pela autoflagelação, pelo remorso ou pela ambição – mas vem quando vocês recebem o perdão, que
foi proporcionado pela obra redentora de Cristo. O perdão não é determinado por algum capricho:
Ele é uma resposta à fé. Aquele que, tendo se arrependido, não se “sente” perdoado, falhou em se
apropriar da provisão da graça. A lei diz: Vocês estão errados; vocês estão condenados. A graça diz:
Vocês estão errados, mas estão perdoados. A justiça diz: Vocês precisam ser castigados pelas suas
transgressões. A graça diz: Cristo morreu pelos seus pecados, e vocês estão livres da condenação pela
fé nele.

Satanás tem feito o possível para destruir vocês, mas Jesus deu a sua vida para salvá-los.

Creia nessa verdade, aceite-a pela fé, e entre na alegria do Senhor, deixando as sombras para trás e
desprendendo-se das amarras do remorso. Cada manhã é um novo começo, com esperança e
inspiração renovadas e uma nova porção do amor divino. Não tolere a escuridão. Ande na luz. Cristo
é a luz: Ande nele. Permita que a luz da presença dele seja a luz do seu coração. Nenhum sentimento
de derrota pertence ao perdão.

Deixe que os louvores do Senhor sejam a sua canção e permita que a graça prevaleça!

Oração

Pai Celestial, em nome de Jesus, inclinamo-nos diante de ti para te louvar por cada bênção
conferida, cada necessidade suprida, cada carga retirada, e pelos pecados perdoados por meio da tua
graça e perdão. Carecemos sempre da tua força para vencer o mal, pois ele nos rodeia por todos os
lados, e está mesmo dentro de nós. Rogamos pelo precioso sangue de Jesus para nossa purificação e
salvação. Pois não há segurança na vitória de ontem: Precisamos da tua graça a cada novo dia.
Livra-nos da presunção, para que não caiamos em sossego espiritual quando o inimigo está à porta.
Mantém-nos alertas e vigilantes, pois a destruição vem de muitas maneiras, e com frequência aparece
como anjo da luz. Dá-nos a luz mais brilhante do discernimento espiritual, para que possamos
diferenciar o bem do mal e nos apegar ao que é bom. Orienta-nos pelo teu Espírito Santo. Para tua
glória, oramos, amém.
58. ELE ME GLORIFICARÁ
1Coríntios 14.1-13

Jesus, ao instruir os seus discípulos acerca da vinda prometida do Consolador, o Espírito Santo,
disse o seguinte a respeito dele: “Ele me glorificará” (João 16.14). Então acrescenta: “porque receberá
do que é meu e o tornará conhecido a vocês”. Ele também acrescenta que as coisas que o Espírito
Santo nos ensinará são as coisas do Pai que foram confiadas ao Filho. Essa é uma verdade muito
importante: O Espírito Santo foi dado a nós para nos ensinar as coisas de Deus Pai e de Jesus, o
Filho. Amados, precisamos disso. Fazemos bem em nos lembrarmos continuamente de que a nossa
necessidade mais básica (depois do novo nascimento e do batismo no Espírito Santo) é a busca da
Verdade. Precisamos entender as coisas de Deus, e para entendê-las, precisamos ser ensinados, e a
obra do Espírito Santo é nos ensinar. O Espírito Santo é o transmissor da Verdade, pois como o
versículo nos relata, ele toma as coisas de Cristo e as mostra a nós: Ele transmite a nós o
conhecimento que ele tem das coisas de Deus.

Como ele faz isso? Uma das maneiras é iluminar nossa compreensão das Escrituras Sagradas. À
medida que lemos a Palavra, confiando que o Espírito Santo ilumina o nosso coração para receber o
entendimento, ele será fiel ao seu ministério de ensino. É nossa responsabilidade fazermos a nossa
parte, ou seja, passar tempo na Palavra. Assim o Espírito Santo terá oportunidade de cumprir a sua
parte, que é nos ensinar.

A oração é o fôlego do Espírito, e devemos orar para permanecermos vivos espiritualmente; mas a
Palavra de Deus é pão para a alma, e também precisamos comer para viver e crescer. Nossos “sinais
vitais” dirão o quão bem estamos respirando e nos alimentando espiritualmente. Também
poderíamos falar do exercício espiritual, de andar no Espírito e testemunhar aos outros, mas por ora
concentremos nossa atenção no ministério de ensino do Espírito Santo.

O capítulo 14 de 1 Coríntios é principalmente dirigido a esse assunto, pois discute o dom e o


ministério profético. A profecia tem um objetivo triplo, que Paulo enuncia no terceiro versículo:
Edificação, encorajamento e consolação. Ou em palavras comuns: Desenvolvimento da fé, ensino e
conforto ou encorajamento. E o versículo seguinte nos diz que esse dom é dado para ministrar aos
outros – à igreja – aos nossos companheiros cristãos. A língua celestial e desconhecida serve para falar
a Deus (v. 2) e é um sinal para os descrentes (v. 22).

O versículo 14 nos diz que a língua celestial é um meio de oração; no entanto, ela é limitada no
sentido de que não traz esclarecimento para a compreensão – isto é, não é um meio de ensino. É por
meio da profecia – ensino do Espírito Santo – que os cristãos são fortalecidos e os descrentes têm a
oportunidade de se arrepender e adorar a Deus (v. 25).

Se os cristãos desejam viver em vitória sobre o mundo, a carne e o diabo, e se a igreja de fato deseja
ter um impacto sobre os não salvos e trazê-los para Deus, isso ocorrerá dependendo do conhecimento
essencial que se tem da verdade espiritual, que só poderá ser obtido pela iluminação do Espírito
Santo. Emotividade e zelo, sozinhos, não terão êxito.

É bom sentir-se bem, mas não é o suficiente. Ouvimos falar muito da alegria e da liberdade que
temos no Senhor (e ambas as coisas são maravilhosas), mas esses elementos da salvação que nos
trazem um sentimento agradável devem ser contrabalançados pela busca séria da compreensão; pois
quanto mais profunda for a nossa compreensão das grandes doutrinas bíblicas, mais sólida será a
nossa fé, mais consistente o nosso andar e mais constante o nosso compromisso com a causa de
Cristo.

E o selo do ensino do Espírito Santo é que ele não glorifica nem o mestre nem o discípulo, mas o
Senhor Jesus Cristo.

O Espírito Santo sempre dá a glória a Jesus, e Jesus, por sua vez, dá a gloria ao Pai. Esse é o fim do
ciclo. Não há prescrição alguma para dar glória a nós mesmos ou uns aos outros, e nenhum mestre
do Espírito Santo desenvolverá orgulho em seus alunos ou buscará a admiração deles. O Espírito
Santo “me glorificará”, disse Jesus, e por esse teste você pode discernir se o ensino é verdadeiro ou
não. Todas as religiões falsas fracassam nesse teste ácido. As religiões idólatras glorificam os seus
ídolos, e o cristianismo de inclinação modernista faz um deus de suas atividades religiosas.

Indo um passo além, ninguém de nós é imune à cilada da idolatria, de alguma maneira ou outra, e
isso inclui os cristãos nascidos de novo e cheios do Espírito, pois os ídolos aparecem sob numerosos
disfarces. Eles podem estar numa experiência espiritual espetacular, ou no seu púlpito, ou no meu
livro. Podem assumir a forma da sua mãe ou do seu filho. Isso nos traz de volta ao primeiro
mandamento, segundo o qual devemos amar a Deus acima de todas as coisas, colocando-o acima de
qualquer outro relacionamento ou ligação. Isso significa que devemos amá-lo e honrá-lo mais do que
a nós mesmos, mais do que aos nossos entes mais queridos, mais do que às nossas experiências
espirituais e afiliações religiosas. Significa que devemos prestar contas a ele acima de todas as outras
pessoas e coisas; e ser responsável traz consigo a implicação de que devemos responder.

Voltemos ao ensino. Se permitimos que o Espírito Santo nos ensine, temos a responsabilidade de
responder a essa instrução em termos de obediência. Agora chegamos ao x do problema. Quando
observamos esse fato, fica fácil entender porque preferimos ouvir sobre oração a ouvir sobre o ensino
do Espírito Santo. (Nossa relutância em aceitar a responsabilidade de sermos ensinados também é
uma das principais razões de a nossa vida de oração ser tão ineficaz, porque a oração que emana de
qualquer tipo de idolatria não é oração no Espírito; a oração no Espírito sempre inclui abnegação.
Agimos Quando oramos de forma egoísta e ignorante, estamos tolamente exigindo coisas de Deus.
Imaginamos que ele é obrigado a nos atender).

Quando seus ouvidos espirituais são abertos e você realmente ouve os ensinos do Espírito Santo,
você imediatamente reconhece que Deus está colocando uma responsabilidade sobre você de
responder a ele, e qualquer idolatria na sua natureza será exposta. “Vocês não podem servir a dois
senhores”, diz Jesus. “Negue-se a si mesmo (e a tudo que é importante para você), tome a sua cruz e
siga-me”, ele diz. Ele não deixa espaço para um coração dividido. “Deixe eu me apegar à minha vida.
Deixe eu me apegar ao meu amigo. Deixe eu me apegar ao meu filho. Deixe eu me apegar ao meu
dinheiro.

Deixe eu me apegar à minha religião...”. Não, diz Jesus. Apegue-se a mim! Sou tudo o que você
precisa – sempre fui e sempre serei.

Difícil? Não, é o caminho do idólatra que é difícil, porque uma casa dividida contra si mesma não
resistirá.

O dicionário Webster define idolatria como “apego ou veneração excessiva a qualquer pessoa ou
coisa, amor ou reverência excessiva a algo ou alguém que não Deus”. Pais podem ser
involuntariamente culpados de idolatrar os filhos, maridos e mulheres de idolatrarem um ao outro,
pregadores de idolatrar seus ministérios e congregações de idolatrar sua igreja ou pastor. Certamente
todos nós corremos o risco de nos amarmos a nós mesmos além do devido limite. O Espírito Santo
dando seu fôlego à Palavra de Deus, e aplicando suas verdades vivificantes ao nosso coração, é o
único remédio seguro para a tendência inata do homem de vincular suas paixões às coisas que ele
pode ver e tocar, e acima de tudo, a ele mesmo. Se formos honestos, a maioria de nós teria de
confessar que construímos para nós próprios um bezerro dourado de algum formato ou outro; e se
fôssemos acusados de tê-lo feito, provavelmente, como ocorreu com os filhos de Israel, nos
defenderíamos dizendo que esse ídolo assumiu a forma de bezerro e saiu sozinho de dentro do fogo,
sua existência não sendo nossa responsabilidade.

Está na hora de parar de orar orações egoístas e fazer exigências a Deus. Está na hora de ouvir o
que ele tem a nos dizer por meio do seu Espírito e da sua Palavra, e começar a reagir com maturidade
espiritual às suas exigências. Jesus veio a este mundo para fazer a vontade do Pai. Não temos outra
boa razão para estarmos aqui. Deus não tem outro propósito para estarmos aqui. Qualquer outro
alvo que estejamos perseguindo é falso e acabará em desilusão, para não mencionar recompensas
perdidas nesta vida e na próxima.

Amar mais a Deus vai fazer com que você ame mais os outros. Adorar a Deus de todo o coração
tornará você mais leal às suas outras responsabilidades. Não é que nós o amemos excluindo tudo o
mais; é que lembramos e vivemos de acordo com o princípio que diz: Ele é Senhor. Ele é o primeiro.
Ele é supremo. Ele é nosso primeiro amor. Nossa maior alegria deveria estar em agradá-lo. Nossa dor
mais severa, em entristecê-lo.

Aquele que deu a sua vida por nós tem o direito de exigir que façamos o mesmo por ele. Ele nos
amou com um amor que a tudo abrange, eterno e incondicional. Ele nos amou com uma renúncia
total e completa, a ponto de dar a sua vida na cruz por nós. Não podemos sequer começar a exprimir
a profundidade da gratidão que deveríamos sentir por ele em resposta ao que ele fez por nós. Toda a
eternidade não será tempo suficiente para louvar, honrar e adorar Aquele que resgatou e redimiu
nossas almas, que nos tirou das trevas e nos trouxe à luz da sua santidade, que nos tirou do desespero
gélido e nos envolveu no calor do seu insondável amor.
Que os nossos desejos sejam os dele; que o nosso maior alvo seja trazer-lhe alegria. Que não
descansemos até derramarmos a nossa vida em amor sacrificial. Que o nosso maior deleite seja fazer a
vontade dele, e que estejamos dispostos a dar nossa atenção diligente à Palavra para que entendamos
de forma mais clara a sua intenção divina e obtenhamos de forma mais completa a mente de Cristo
(veja Romanos 12.2).

Oração

Bendito sejas tu, ó Senhor, que nos confortaste em todas as nossas tristezas e nos fortaleceste nas
nossas angústias.

Tu tens sido nosso Ajudador quando tudo o mais falhou, o firme fundamento quando nossos pés
começaram a escorregar. A ajuda do homem é inútil; as palavras dos ímpios são vazias como o vento.
Desejamos os teus desígnios; pois somente em ti há sabedoria, e tuas palavras são preciosas ao
coração. Renova a tua Palavra e permite que ouçamos com um espírito obediente. Estende a tua
graça, nós oramos, à alma conflitante que clama por misericórdia. Derrama o teu bálsamo curador
sobre o doente; concede coragem ao que está tropeçando; traz alívio ao oprimido e perdão ao
penitente. Ensina-nos a amar como tu amaste – com alegria, generosidade e com um interesse
genuíno pelo próximo, seja amigo, estranho ou inimigo. Em nome de Jesus, oramos. Amém.
59. A FORÇA INVENCÍVEL DO FLUIR DA VIDA DELE
Hebreus 4.4-11

“No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou” (Gênesis 2.2).

Deus realizou sua obra criativa e entrou no seu descanso.

Ele tem descansado desde então. Além do mais, Hebreus 4.4-11 nos relata que Deus providenciou
um lugar de descanso para o seu povo, e que é seu desejo que entremos nele. Não é um lugar de
inação ou estagnação, mas de desdobramentos e revelação. Lemos que Deus é Aquele que se revela a
si próprio eternamente. Ele o faz sem que isso perturbe o seu descanso.

Ele descansa na realização. Ele se move silenciosamente no fluxo da vida. A obra foi concluída. O
fluxo nunca termina. Tendo colocado todas as coisas em movimento, ele silenciosamente observa o
resultado.

Sim, e ele também nos ensinou como entrar no descanso e como podemos nos tornar
observadores. Pois, em verdade, eis que ele está trabalhando, e efetuaremos nossas maiores realizações
em seu reino quando decidirmos parar e o observar. Uma fé instruída sabe que não devemos orar por
mais poder para fazer as coisas, mas pela paciência para parar e observar a força invencível do seu fluir
de vida, por meio do qual o propósito divino vai sendo gerado. Não é pelo nosso esforço que as vidas
são transformadas. É pelo poder da Palavra eterna; pois a sua voz saiu por toda a terra.

De forma semelhante, o Senhor Jesus Cristo, tendo cumprido a nossa redenção por meio da sua
morte substitutiva na cruz, clamou as suas últimas palavras: “Está consumado”.

E novamente, em Hebreus 12.2, lemos que Jesus é “autor e consumador da nossa fé. Ele, pela
alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do
trono de Deus”. Com a obra consumada, ele assentou-se. E devemos “olhar para ele”. Em nossa vida
diária como crentes e seguidores de Jesus, devemos extrair forças da sua obra consumada e coragem
do seu exemplo. Ele suportou o sofrimento. Ele pagou o preço em termos de humilhação e solidão.
Ele se entregou a si próprio aos propósitos do Pai e ao cumprimento do seu compromisso, por causa
da sua devoção ao Pai e do seu amor por todas as pessoas. Esse é o exemplo que ele deixou para nós,
mas ele fez mais do que deixar um exemplo. Ele enviou o seu Espírito para nos capacitar a amarmos e
nos sacrificarmos de forma completa.

A intenção divina em nos trazer a este mundo foi, e continua sendo, de glorificá-lo. A essência de
trazer honra a ele e prazer ao seu coração está na nossa identificação com os desejos dele. Quanto
mais perfeitamente entendermos as suas intenções, mais profunda será a nossa experiência do seu
descanso. Conflitos e inquietações surgem de propósitos conflitantes. O lugar da permanência de
Deus é um lugar de descanso. “Tu guardarás em perfeita paz [descanso] aquele cujo propósito está
firme, porque em ti confia” (Is 26.3). Descansar nele significa mover-se em um domínio de
harmonia interior e ser liberto da pressão do esforço próprio. Significa encontrar a energia
motivadora do seu Espírito Santo nos movendo silenciosamente pelos labirintos da vida sem sentir a
necessidade de batalhar com a oposição.

Descansar no Senhor significa saber que ele continua agindo com autoridade soberana e que não
há motivo de alarme.

A resposta dele está a caminho. Sua voz está soando, e sua mão está estendida. Aquele que conhece
o fim desde o princí-

pio sabe exatamente onde estamos e porque, e ele sabe o que espera por nós, pois foi ele que o
planejou. Quanto mais adentrarmos o seu fluxo de vida, mais descobrimos que estamos entrando no
seu descanso, e aprendemos a proteger este lugar da perturbação daqueles que ainda não o
encontraram.

Oração

Nosso amoroso Pai Celestial, queremos te louvar por tua esplêndida grandeza. Tu és uma Rocha
nesta terra cansada.

Tu és como bálsamo de Gileade para nossos espíritos feridos.

Tu és Jeová-Jiré, nosso provedor. Tu és uma torre forte e nosso refúgio no meio da tempestade.
Amamos-te, adoramos-te e honramos-te, pois só tu és digno de ser louvado. Livra-nos, ó Deus, de
nós mesmos e da perigosa tirania da nossa própria obstinação. Tu és o Rei dos reis, e te coroamos
como o Soberano das nossas vidas. Coloca nossa rebeldia debaixo dos teus pés, e subjuga o nosso
espírito até que sejamos mais conformados com a imagem do teu precioso Filho, Jesus, que se
humilhou e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Oramos isso para a tua glória, em nome de
Jesus. Amém.
60. O DIREITO DE NÃO TER DIREITOS
Filipenses 4.10-20

Há um ensino religioso popular no mundo de hoje que, por seu viés egocêntrico inerente, torna-se
um solo fértil para todo tipo de pecados espirituais ligados à autogratificação (costumamos dar a isso
o nome de “orgulho”). O estimado autor Oswald Chambers afirmou: “O único direito que o cristão
tem é o direito de não ter direito algum”. Seguindo-se essa premissa, todo e qualquer ensinamento
religioso que se concentre no ego torna-se herético. Se o fator da renúncia própria fosse apenas uma
teoria de Oswald Chambers, não haveria base válida para argumentação, mas a verdade que ele
afirmou é meramente uma reformulação de inúmeros textos bíblicos, para não mencionar o fato de
que é uma imagem em miniatura do caráter do Senhor Jesus Cristo. Qualquer um que afirme ser seu
seguidor toma sobre si a responsabilidade de se esforçar em viver como Jesus viveu, e ninguém pode
contestar o espírito de humildade dele. O próprio fato de ele entrar nesse mundo pressagia a verdade
de que ele voluntariamente deixou sua majestade para se tornar servo. E ele não é somente Salvador;
ele realmente é nosso Exemplo.

Se o pregador mais próspero e popular do mundo promove a noção de que Deus não tem nada
melhor a fazer do que cuidar dos nossos caprichos, convém questionar. Toda a prosperidade e
popularidade, boa aparência e oratória desse pregador jamais mudarão a imutável Palavra de Deus.
Cada um de nós tem uma responsabilidade individual de ordenar a nossa vida de acordo com as leis
de Deus e sua eterna Palavra, e não segundo alguma moda religiosa passageira que alimenta o ego e o
orgulho tão inerentes à nossa natureza. O fato de um novo ensinamento aparentemente maravilhoso
ser anunciado por um pregador de boa aparência não serve de desculpa para nossa cegueira. Cada
ensino precisa ser testado pela Palavra de Deus, e se não sabemos o que a Bíblia diz, é melhor
descobrir o quanto antes.

Todo ensino religioso fornece a inúmeros textos bíblicos para sustentar sua própria posição. O
erro ocorre quando se omite partes da Bíblia. Para cada verdade revelada na Palavra de Deus, há outra
que lhe serve de contrapeso. Toda verdade, assim como toda virtude, acaba sendo distorcida e se
torna perigosa se levada ao extremo. A justiça excessiva, sem o fator de equilíbrio do amor, pode ser
cruel. O amor excessivo, sem a justiça para moderá-lo, pode ser destrutivo. A regra se aplica a
qualquer virtude ou verdade que possamos mencionar.

Uma mensagem egocêntrica, que alimenta a nossa natureza egoísta e carnal, não tem base na
Palavra de Deus. Ela viola todos os princípios da redenção. Ela é contrária à própria natureza do
Senhor Jesus Cristo. Ela tende a gerar crentes deformados, de cabeça inchada e corpo mirrado. A
cabeça deles está cheia de versículos da Bíblia, mas os pés não têm força ou vontade de andar no
caminho do Salvador crucificado. Deixar de apresentar a vida cristã como um caminho de dedicação,
consagração e sacrifício é ser enganoso. Apresentar às pessoas a ideia de que Deus é alguma espécie de
velhinho bondoso e complacente lá no céu, só esperando para realizar todos os desejos das suas
queridas crianças, é uma farsa.

A Bíblia nos adverte a vigiar contra a falsa doutrina, mesmo que ela nos seja pregada por um anjo
dos céus. No caso de isso acontecer, é vitalmente importante que conheçamos e nos apeguemos à
verdade. (Não devemos discutir com o falso mensageiro. Isso é problema de Deus.) A Palavra nos diz
que devemos “examinar os espíritos”.

Quando há dúvida sobre algum ensinamento, há várias maneiras de testá-lo. Uma delas, claro, é
recorrer à Bíblia. Outra, como sugerido acima, é ver que tipo de “espírito” o ensinamento está
projetando. Se o seu espírito está produzindo uma atitude altiva, arrogante, que se afirma a si
própria, não se trata do espírito de Cristo. Na vida de Cristo não havia nenhum lugar para o orgulho,
e qualquer ensinamento que encoraje o orgulho é totalmente oposto a toda a mensagem do
evangelho.

A mensagem do evangelho é que um Homem entregou a sua vida por nós todos; e o desafio
resultante é que nós devemos entregar nossa própria vida pelos outros e por ele. Lemos em 2
Coríntios 5.15: “E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si
mesmos,mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. O capítulo todo diz respeito a essa
responsabilidade, e, aliás, é disso que trata a Bíblia inteira; não precisamos, portanto, fazer numerosas
citações.

Resumindo, se o viés da nossa teologia está gerando um espírito orgulhoso, nutrindo o interesse
próprio e ignorando o espírito abnegado de servo, tão notório na vida de Jesus, temos um problema.
Não seremos julgados pelo nosso sucesso, mas pelo nosso sacrifício. O que conta não é a soma das
riquezas que armazenamos na terra, mas quanto tesouro ajuntamos no céu. Não seremos julgados
pela beleza da face, mas pela profundeza da graça. É muito fácil ser vencedor aos olhos humanos, mas
um perdedor aos olhos de Deus. A mensagem da redenção é contrária ao pensamento comum.

“Vocês estão no mundo”, disse Jesus, “mas não são desse mundo”. Cuide com as mensagens que
insinuam que você pode ter o melhor das duas coisas ao mesmo tempo! Esqueça isso!

Jesus não teve o melhor de ambos. Ele nunca demonstrou que o desejasse. Amados, estaremos
bem se alcançarmos o céu.

Não deveríamos nos preocupar se não ganharmos nada além disso!

Precisa ficar claro que nada do que aqui se escreveu é um ataque a qualquer indivíduo, pois todo
servo do Senhor é digno do respeito que lhe é devido, e todo ministério será uma bênção para muitos
de acordo com o grau de verdade que está sendo pregado. Contudo, isso não nos priva de forma
alguma, como indivíduos que buscam andar na luz da plena revelação, de nos empenharmos
pessoalmente em separar a verdade do erro. É uma questão de compromisso e responsabilidade.

Se todo membro de cada congregação fosse fiel no exame das Escrituras “para ver se tudo é assim
mesmo”, é possível que alguns desses ministérios distorcidos fossem corrigidos e restringidos. No fim
das contas, o púlpito depende dos bancos da igreja. Pecamos naquilo que permitimos. Não haveria
ninguém para pregar se nos recusássemos a ouvir; mas, infelizmente, a mensagem faz cócegas nos
nossos ouvidos. É uma mensagem tão tentadora e gostosa quanto um pão de queijo quentinho. Não
admira que haja tanto interesse nela.

Mas, eis que também se avizinha o dia da prestação de contas, o dia em que a obra de cada um
será testada pelo fogo, e ele pode não estar tão distante assim. Amados, busquemos a face de Deus.
Não tenhamos riquezas mundanas e pobreza de espírito. Não precisamos de mais coisas quando
nossos irmãos continuam tendo menos; e agradar a Deus está mais em amar do que em ser amado.

Não há mérito nem na pobreza nem na riqueza. A Bíblia conta a história do rico que morreu e foi
para o inferno, e do pobre que morreu e foi carregado pelos anjos para o paraíso.

Tudo bem. Outros ricos morreram e foram para o céu, e outros pobres morreram e foram para o
inferno. A Bíblia também afirma que é difícil para um rico ser salvo; mas isso não por causa das
riquezas em si, mas por causa do peso e da distração que elas trazem consigo. Podemos dizer, então,
que o importante não é o que está nas mãos, mas o que está no coração. Se as riquezas se insinuam
no coração, elas oprimirão alma. A pobreza pode ter o mesmo efeito. O interesse principal do
evangelho não está em questões econômicas, ainda que possam ter uma importância secundária. O
evangelho está interessado no relacionamento do indivíduo com Deus, e isso está subordinado à sua
aceitação do Senhor Jesus Cristo como Redentor e Salvador dos seus pecados.

Temos a promessa em Filipenses 4.19 de que “Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de
acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus”. Lemos também em 3 João 2: “Amado, oro
para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma”. Precisamos,
no entanto, considerar o fato de que a promessa em Filipenses é precedida de um louvor à igreja de
Filipos pela sua generosidade, o que nos lembra da lei espiritual: “Deem, e lhes será dado”. E o
versículo de 3 João 2 implica, ao que parece, que as bênçãos físicas e financeiras virão em proporção
direta à prosperidade do nosso espírito, que deve ser nossa primeira preocupação.

Os modismos religiosos vêm e vão, mas os princípios do reino permanecem imutáveis. Jesus disse:
“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão
acrescentadas” (Mateus 6.33). Deus está observando onde colocamos as nossas prioridades. Ele deseja
estar em primeiro lugar. Há quem tenha pregado o chamado evangelho social, e hoje temos aqueles
que proclamam um evangelho de prosperidade econômica; mas a Palavra de Deus permanece
verdadeira, e seus princípios continuam funcionando. O cálice da comunhão continua sendo um
símbolo de perdão, e não de finanças, não importa o que digam os pregadores mais populares.

“A alma que em Jesus descansa, aos inimigos ele jamais lança; essa alma, ainda que o inferno a
busque abalar, ele nunca, nunca há de abandonar!”. Louvado seja Deus, podemos entregar a ele todas
as nossas preocupações. “Aqueles que confiam nele plenamente, descobrem que ele é totalmente
verdadeiro”. A nossa alma pode descansar em Deus, e não seremos desapontados. Ele conhece todas
as nossas necessidades. Nossa parte é amá-lo de todo coração. Ele fará o restante.
Oração

Nosso Deus e nosso Pai, bendizemos o teu santo nome, porque tu és digno de adoração. Tu reinas
supremo sobre toda a terra e seguras o universo em tuas mãos. Inclinamo-nos perante ti em
submissão à tua vontade, pois tu és o Rei dos reis. Tu estás sentado na órbita da terra e fizeste da
terra o estrado dos teus pés. Concede-nos sempre um espírito obediente e um desejo fervoroso de
agradar-te em todas as coisas.

Em nome de Cristo, nosso Senhor, nós oramos. Amém.


61. VIEMOS ADORÁ-LO
Isaías 61.1-2

Sim, semelhante aos reis magos, viemos adorar a ele. Pois ele é o Rei dos reis e Senhor dos
senhores, ele é o Salvador do mundo, a Luz do mundo, o Pão da Vida, a Ressurreição e a Vida. Ele é
aquele que disse de si próprio (citando Isaías 61.1-2) ter sido ungido pelo Espírito Santo para pregar
o Evangelho aos pobres, ter sido enviado para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, para
anunciar liberdade aos cativos e a recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e
proclamar o ano da graça do Senhor (Lucas 4.18-19).

Ele fez e continua fazendo todas essas coisas. Ele veio para libertar os cativos. Ele continua
libertando-os; pois onde estiver o Espírito do Senhor, ali há liberdade. Seu amor e sacrifício por nós
nos liberta (potencialmente) de toda escravidão – da carne, do diabo e da vontade dos homens. Pois
quando buscamos a Cristo como Senhor e regente do nosso coração, é ele, e somente ele, quem
ocupa o trono. Ele é a autoridade suprema. Ele está no controle. Quando damos a autoridade da
nossa alma a alguém outro e permitimos que essa pessoa exerça controle sobre nosso espírito,
negamos o senhorio de Cristo. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, e só ele é digno da nossa
adoração; negamos esse lugar que é dele por direito se nos voltamos a qualquer outra pessoa,
submetendo nosso espírito ao controle dela. O senhorio de Cristo significa o seguinte: Que
submetemos a ele nossas vontades e nossa adoração e que reagimos com obediência aos seus
comandos. Uma violação básica desse relacionamento é quando damos esse tipo de lealdade a
qualquer outro que não a ele. Esse é o âmago e a linha vital da experiência cristã. Não somos escravos
da nossa própria vontade, não somos escravos das forças das trevas, e não somos escravos da vontade
de outra pessoa.

Cristo liberta os cativos! Dessa forma, eles estão livres para amá-lo sem reservas; livres para servi-lo
sem limitações; livres para obedecer à orientação do Espírito Santo em nosso coração. Esse é o dever
do cristão diante de Deus. Não é seu dever responder no lugar de outra pessoa. E o dever do Espírito
Santo é obedecer a Cristo. O compromisso cristão é um compromisso com a autoridade suprema da
voz, da Palavra e dos mandamentos de Deus. “Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto”.
Servir a qualquer outro é violar o primeiro mandamento, e, consequentemente, violar todos eles. A
Bíblia diz que se qualquer pessoa ensinar outra mensagem, essa mensagem deve ser rejeitada, mesmo
que venha de um anjo dos céus.

Sempre haverá abundância de falsos mestres. Eles não são nossa responsabilidade. Nossa
responsabilidade é não dar ouvidos a eles. O falso mestre nos sujeitará a ele em vez de a Cristo
somente. Ele pode até começar a pregar sobre Cristo e desejar fazer a vontade de Deus para si e para
o seu povo, mas em algum momento ao longo do caminho, sua própria vontade e seus próprios
desejos começam a exigir gratificação, e o objetivo é desviado do ponto focal de servir a Cristo e
somente a ele. Satanás tem muitas ciladas, e ele tem muitas maneiras de transformar a verdade em
falsidade. Muitas vezes aquilo que trabalhamos tanto para erradicar torna-se justamente o erro que
acaba nos apanhando, às vezes sem que ao menos percebamos isso. O diabo é muito astuto. Ele não
rotula os seus truques para que possamos decidir se os aceitaremos ou não. Ele entra sorrateiramente,
quando menos suspeitamos.

Precisamos constantemente expor nosso coração e espírito à espada afiada da Palavra e ao


ministério de persuasão do Espírito Santo, para que não nos afastemos do centro. Devemos descobrir
onde fica a nossa posição “em Cristo”, e dar a ele toda a nossa adoração, respeito e obediência.
Precisamos ser constantemente lembrados. Precisamos dar nosso coração a Cristo e somente a ele –
sempre e para sempre. Poderíamos expressar isso nas palavras de Elias: “Se o Senhor é Deus, sigam-
no; mas, se Baal é Deus, sigam-no”. Não há lugar no reino para um coração dividido. Não é Jesus e o
pregador.

É somente Jesus. Nosso serviço a ele deve ser total. E deve ocorrer por livre escolha.

Jesus convidou os homens a segui-lo, mas não fez exigências.

Segui-lo é a livre escolha do indivíduo. Ele não fez uma exigência ao jovem rico, e quando este se
afastou, Jesus simplesmente o deixou ir. Tome cuidado quando as pessoas (em nome de Cristo)
impõem exigências a você. Jesus não o fez.

Esse é um sinal de perigo. É uma luz vermelha piscando, sinalizando que a vontade própria é que
está no controle, e está tentando tomar conta de você. O chamado de Jesus para segui-lo é firme, mas
gentil – e amoroso. Não há ameaças nem advertências de consequências malignas se você não se
sujeitar ao regulamento. Jesus não ameaça com retaliação. Ele não retaliou quando o jovem rico foi
embora. Ele não ameaçou quando Judas deixou a mesa da ceia para realizar o seu plano de traição. O
pecado traz seu próprio castigo de angústia e remorso. Não precisamos castigar uns aos outros.

Discipulado significa seguir a ele – não ao pregador, ao marido excessivamente piedoso, à esposa, à
mãe ou a qualquer outra pessoa que procure exercer controle sobre o seu espírito. Devemos seguir a
Jesus – somente a Jesus – agora e sempre. Temos alertado acerca da tendência na religião organizada
de amarrar as pessoas, de exigir lealdade a estruturas e personalidades em vez de à pessoa de Jesus.
Mas não sejamos presunçosos. O mesmo erro que acometeu o cristianismo organizado também pode
se apossar de nós, e de maneira igualmente furtiva, se cochilarmos em vez de vigiar, orar e buscar a
face de Deus continuamente, para que ele nos dê iluminação espiritual. Estejamos certos de uma
coisa: Jamais estaremos ilesos dos desígnios do inimigo e das obras autoen-ganadoras da velha
natureza carnal. Essa velha natureza carnal não é aniquilada de uma vez por todas quando somos
salvos.

Precisa haver um morrer diário da vontade própria, dos desejos e ambições egoístas, do orgulho
espiritual e de uma série de outros pecados do espírito. Pois, os pecados do espírito são tão reais e
mortíferos quanto os pecados da carne. Não ficamos total e permanentemente santificados quando
nascemos de novo e somos libertos das coisas visíveis como drogas, álcool e cigarros! Essas coisas são
fáceis se comparadas ao velho demônio do orgulho e à exigência da natureza carnal de controlar as
outras pessoas. Esse foi o motivo da queda de Lúcifer. Nada mudou. É um pecado tão moderno
quanto é antigo – e não é menos mortal hoje.

Deus não está contente conosco. Precisamos de um avivamento do Espírito Santo à moda antiga, que
perscrute a nossa alma, e precisamos dele a cada novo dia se quisermos nos manter no bom caminho.
Precisamos pedir ao Espírito Santo que ele ponha à prova o nosso próprio espírito, e devemos testar
no Espírito aqueles que estão em posição de liderança. Precisamos orar uns pelos outros – permanecer
alertas – estar cingidos com a armadura do Espírito e com a espada embainhada. Nunca houve hora
mais crítica. O mundo está pronto para a destruição. O diabo está furioso. Ele sabe que tem pouco tempo.
Ele deseja atacar a todos nós.

Não esqueça disso. Podemos frustrá-lo. Podemos acertar nosso coração com Deus, e mantê-lo assim
pela sua graça e por meio da sua força – e podemos ser vitoriosos! Não é tempo de desistir, não é
tempo de sermos fracos, nem de vivermos um testemunho morno. Sabemos o que deveríamos estar
fazendo. Sabemos quem deveríamos estar servindo e como fazê-lo.

Precisamos fazê-lo. E precisamos ajudar uns aos outros.

Oração

Pai Celestial, elevamos nosso coração a ti em amor e adoração. Tu sempre te mostras atento a nós
e às nossas necessidades. Tu conheces o nosso coração melhor do que nós mesmos. Oramos pela
iluminação do teu Santo Espírito para tornar claras as coisas ocultas e revelar as coisas secretas que
estão no nosso íntimo, pois não temos o poder de examinar nossa própria alma. Pelo teu Espírito
prova nosso espírito e traz à luz aquilo que não te agrada. Purifica-nos do pecado, e toma autoridade
sobre cada pensamento rebelde. Que estejamos dispostos a sermos castigados e disciplinados por ti
para estarmos em conformidade com a tua natureza divina e governados pelo teu amor. Em nome de
Jesus, nós oramos.

Amém.
62. AS RIQUEZAS DA SABEDORIA DE DEUS
Romanos 11.33-36

Quão insondáveis são os caminhos de Deus; os seus pensamentos não são como os nossos. Jamais
conseguiremos entender as suas intenções até buscarmos somente a ele. Não descobriremos sua
sabedoria se a examinarmos de acordo com a mente humana. Ele espera por nós no lugar secreto da
comunhão e nos encontra na hora em que oramos. Ele também está em todo lugar, mas para
enxergá-lo precisamos antes de tudo ter um coração que se aproxima dele em oração, porque o ato de
adorar não vem primariamente do intelecto, mas do coração. Deus não espera ser entendido, mas
amado. É a postura da adoração reverente que nos levará à comunhão íntima com o Pai, com Jesus e
com o Espírito Santo.

Sem o toque divino influenciando de forma consistente nossas ações e guiando nossos
pensamentos, a vida se torna um experimento casual que acaba desembocando num labirinto de
confusão e desilusão. Não fomos equipados para lidar com isso sozinhos, pois o homem foi criado
como um ser espiritual, com a intenção de que tivéssemos comunhão com Deus. A verdadeira
comunhão está mais na vontade do que no intelecto. Encontraremos a Deus à medida que o
buscarmos. As Escrituras dizem: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por
ti, ó Deus” (Salmos 42.1).

O texto não diz: “a minha mente anseia por ti”. Não é uma aventura intelectual – é um interesse
do coração. “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”, disse Jesus. Quanto
mais tempo passarmos em oração, buscando a face de Deus, mais o Espírito Santo atrairá o nosso
coração ao Senhor Jesus, e Jesus por sua vez nos atrairá ao Pai. Um coração frio é um coração que
não está sendo exposto à presença de Deus por meio da comunhão consciente e da oração. A falta de
oração está na essência da maior parte das enfermidades espirituais. Ao passarmos tempo em oração
pessoal, podemos nos poupar a nós mesmos de inúmeras horas de perambulação infrutífera. Para
alcançar o nosso destino, não pergunta-mos o caminho para alguém que está perdido. Se desejamos
adquirir sabedoria divina, o melhor a fazer é buscá-la no próprio Deus. Como cristãos, somos
ensinados pela Palavra a buscar ter a mente de Cristo. Buscamos lá do alto as orientações para nossa
vida mental e nossa percepção, não nas coisas aqui da terra. Amados, jamais alcançaremos esse alvo
sem oração.

Jesus passou muitas horas em comunhão com o Pai durante sua vida terrena, e mesmo agora ele
intercede por nós continuamente lá dos céus. A falta de oração é a rota mais rápida para o fracasso
espiritual. É possível que olhos alguns vejam o santo em oração, mas os efeitos exteriores serão
claramente visíveis. O mesmo vale para a ausência de oração em uma vida. Nada é mais verdadeiro
do que a afirmação de que não há segredos. A evidência exterior não é o propósito da oração, pois
não oramos como os fariseus, “a fim de sermos vistos pelos outros”; no entanto, a influência da
oração em nossa vida será sentida pelos outros.

Temos sido condicionados a pensar que a oração muda as coisas, e isso é verdade; no entanto, a
maior dinâmica da oração é o seu poder de mudar a nós próprios. E a preocupação com a mecânica da
oração não deveria nos impedir de orar.

Muitas orações bem-sucedidas foram feitas por principiantes em um momento de crise.


Aprendemos rápido quando nossa vida está em risco. Muitos usam a desculpa de não saber orar de
forma apropriada para evitar engajar-se seriamente em oração. Para Deus, a falta de oração é muito
mais desagradável que a oração titubeante.

Não há motivo para não orarmos – tudo o que há são desculpas. Se é o pecado que está nos
atrapalhando, devemos orar por perdão. Se é a dúvida, devemos pedir fé. Se a falta de perdão está no
caminho, devemos pedir a graça para perdoar.

Se a indolência nos está impedindo de orar, devemos nos livrar do peso da preguiça, e resgatar
nossa alma desse perigo.

E se o nosso amor por Deus esfriou, devemos tanto mais orar, para que se reacenda o fogo da
devoção, pois é exatamente a falta de oração que fez ele se apagar.

Oração

Pai Celestial, chegamos a ti através de Cristo nosso Salvador, confiando que o Espírito Santo te
fará conhecidos os anseios do nosso coração, pois não temos palavras para exprimir nossas
necessidades, nem sabemos o que é melhor para nós. Adoramos-te e amamos-te, e alegramo-nos em
permitir que faças em nós aquilo que parece melhor aos teus olhos, pois nada melhor pode acontecer
a nós do que estar no centro da tua vontade. Concede-nos a graça para nos contentarmos com as tuas
providências. Torna-nos sensíveis às necessidades dos outros, e dispostos a agir se nos escolheres
como canal das tuas bênçãos, seja por meio da oração ou da ação.

Livra-nos do egoísmo e da negligência. Mantém nossa alma afinada com os céus e o nosso coração
aberto para clamor das necessidades humanas ao nosso redor. Torna-nos ministros da paz e
mensageiros do amor. Em nome de Jesus, nós oramos. Amém.
63. ROCHA DA MINHA ALMA
Salmos 91.1-16

Ó, Senhor, tu és a minha morada. Tu és como um abrigo na tempestade. Tu me escondes debaixo


de tuas asas.

Tu abriste o teu coração para me abrigar! Tu és a Rocha da minha alma; tu és a Rocha eterna,
inabalável, imutável e invencível. Tiraste meus pés da cova da destruição e de um atoleiro de lama, e
os firmaste na Rocha, Jesus Cristo. Tu firmaste os meus caminhos. Tu te tornaste meu firme
fundamento; sim, Senhor, tu permaneces para sempre. Embora céus e terra passem e todo poder seja
abalado, tu, a Rocha Sólida, permanecerás inabalável. Tu és a minha eterna salvação: Esconde-me até
que passem as tempestades.

Tu és minha a poderosa Rocha no deserto. Tu te tornaste a Rocha do Abrigo. Pois quando vierem
os problemas me esconderei na tua sombra, e no dia da tristeza tu me serás um abrigo fresco,
protegendo-me do calor insuportável da aflição. Pois tu secas as lágrimas amargas e fazes cantar os
habitantes da Rocha! Os fardos são removidos: A alegria vem pela manhã; sim, em ti não há
escuridão alguma. Tu dás o manto de louvor ao espírito angustiado e me fazes exultar com alegria
indizível e gloriosa.

No dia da batalha, tu tens sido minha torre: O justo se esconde nela e está seguro. Pois quando o
inimigo me perseguia, fugi para a Rocha do Refúgio; pois tu és o meu abrigo, minha segurança e
meu libertador. Quando meu coração estiver abatido, irei para a rocha mais alta do que eu. Alguns
confiam em cavalos e outros em carruagens, mas eu confiarei no Deus vivo; pois tu nunca falhaste.
Sê tu a minha habitação contínua.

Quando minha alma está com sede, tu me fazes beber da Rocha espiritual, que é Cristo Jesus, e
colocaste no meu interior rios de água viva; sim, fontes de águas frescas que jamais acabam. Tu és a
fonte e o suprimento de vida abundante e vida eterna. O “novo homem” recebe o suprimento diário
da vita-lidade espiritual; como tu disseste, “o nosso homem interior se renova de dia em dia”.
Certamente sacias o sedento e satisfazes plenamente o faminto.

Dás-me também o mel da Rocha. Tuas palavras me são doces; alimentei-me delas, e são a minha
alegria e o meu júbilo – mais doces para mim do que o mel e o favo de mel; pois tu deleitas a minha
alma. Tu satisfazes os seus desejos mais profundos: Tu és tudo que preciso. Encheste o meu copo:
Fizeste transbordar o meu lagar. Ó Senhor, o que mais pode a minha alma desejar, senão a ti?

A Rocha também fez verter rios de óleo, para que minha alegria fosse ilimitada. E quando o
conhecimento de Ti cobrir a terra, as árvores baterão palmas e os montes saltarão; sim, mesmo agora
tu tens feito os meus pés como os do cervo que salta sobre as montanhas e corre pelos montes. Pois
aliviaste o meu fardo; quebraste as traves do meu jugo e quebraste todas as cadeias. Colocaste júbilo
em meu coração, e verteste nele o óleo da alegria; portanto, minha alma se regozija no Deus da
minha salvação. Que ele seja, ó Senhor, como o óleo da unção de teu servo Arão, que lhe escorreu até
as mãos e até os pés; que o meu serviço a ti seja feito com júbilo, e que a alegria do Senhor seja minha
fonte contínua de sustentação. Que haja óleo na minha candeia e óleo nas vasilhas, para que o meu
testemunho não fracasse na hora da escuridão e na hora da prova.

Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo.

Ainda assim, vem, Senhor Jesus. Que a minha candeia brilhe intensamente, para que eu não vacile
à noite.

Oração

Pai Celestial, nosso coração se regozija na grandeza e na maravilha de tudo que tu és, de tudo que
tens sido para nós, e na expectativa da plenitude da tua graça para este dia e para os dias futuros. Tu
nunca faltaste: Tuas misericórdias se renovam a cada nova manhã. Bendito seja o teu nome, pois tu
és digno de receber todo louvor e adoração. A terra está cheia da tua grandeza, e, no entanto, a alma
mais tímida é tocada pela tua ternura! Curvamo-nos para te dar honra, e nosso único pedido é que
aprendamos a te amar mais perfeitamente, e a refletir esse amor para todas as pessoas que
encontramos.

Em nome de Jesus, oramos. Amém.


64. A MENSAGEM PARA ARQUIPO
Colossenses 4.1-17

Arquipo recebe apenas duas breves menções na Bíblia, mas essas poucas palavras são muito
esclarecedoras, resumindo de maneira sucinta e suficiente a sua biografia.

O apóstolo Paulo, na conclusão do livro de Colossenses, escreve: “Digam a Arquipo: ‘Cuide em


cumprir o ministério que você recebeu no Senhor’” (Colossenses 4.17). A segunda menção ocorre na
saudação da epístola de Filemon, onde ele é chamado de “nosso companheiro de lutas”.

Essas palavras dizem muito sobre o caráter desse homem.

Em primeiro lugar, ele tinha um ministério no Senhor, e ao que parece servia com profunda
dedicação. Segundo, ser chamado de “companheiro de lutas” era de fato um elogio. A maior coisa
que pode suceder a alguém é ser chamado por Deus e receber dele uma tarefa especial para cumprir.
E a segunda maior é ser encontrado fiel no cumprimento de sua responsabilidade. Tudo o mais é
insignificante. Deus é o seu alvo maior, e ai daquele que busca conforto em qualquer coisa que seja
menos do que isso.

“Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos” (Mateus 22.14). Muitos são chamados para
seguir a Cristo – chamados para a salvação – chamados para o reino – mas poucos são escolhidos.

Uma pessoa pode escolher, ao ser chamada, se seguirá ou não o chamado; mas quando uma pessoa
é escolhida, não há alternativa. Essa é uma grande diferença! Arquipo não foi apenas chamado, mas
escolhido. Ele não fez a escolha. A escolha foi de Deus. Deus nem ao menos para (ao que parece) e
indaga sobre as preferências do indivíduo que ele escolhe. Deus não faz uma abordagem apologética,
testando a pessoa primeiro para ver se ela gostaria de ser escolhida. Não! Ele escolhe por um ato da
sua vontade soberana; e os escolhidos sabem muito bem que a escolha de Deus não lhes foi solicitada,
mas informada. A partir do momento em que isso ocorre à pessoa, ela pas-sa a estar totalmente atenta
para todo e qualquer obstáculo que possa aparecer no seu caminho. Ela seguirá em frente com Deus
a qualquer custo, e não se preocupará com aquilo que outras pessoas considerariam um sacrifício.

A “mensagem para Arquipo” é uma palavra pertinente a cada servo do nosso Senhor que tem o
chamado de Deus para sua vida. Para expressar isso em palavras diferentes, poderíamos dizer:
Certifique-se que nada tome prioridade sobre o seu compromisso com o Senhor Jesus Cristo e com a
obra que ele deu para você fazer. Se alguma coisa precisa tomar o segundo lugar, que seja outra coisa.
O que quer que isso exija do seu tempo e da sua energia, realizar a vontade do Pai, como você
melhor o entende, deve ser a sua preocupação principal.

Melhor suportar a incompreensão dos amigos (ou da família, se necessário) do que não terminar a
carreira, não vencer a corrida e perder a coroa.

Oração

Santíssimo Deus, agradecemos pelo privilégio de nos ter chamado para o teu Reino e ministério, e
dá-nos da tua graça, para que, em nenhum momento de nossa vida, venhamos esmorecer. Mas pelo
contrário, estejamos sempre no centro da tua vontade, e sejamos achados servos fieis; seja nos
momentos de perseguição, sofrimento e dor. Queremos que nossa vida seja sempre vivida em teu
louvor, em nome de Jesus. Amém!
65. ONDAS DE BÊNÇÃOS
Salmos 46.1-11

Há um rio cujas correntes revigorarão os filhos de Deus, e elas trarão alegria e regozijo ao meu
povo, disse o Senhor.

Quando meu Espírito for derramado, as águas fluirão até as extremidades do deserto, e toda carne
saberá que o Senhor Jeová reina, pois a sua glória se tornará manifesta aos gentios – sua graça em
meio ao seu povo.

Ele virá com poder e grande glória. Suas correntes brotarão em lugares secos, e seu poder virá
sobre os fracos. Os que têm sede beberão até ficarem saciados, e os fracos serão confortados.

Todas minhas palavras são verdade e justiça, pois tenho poder para falar, e tenho poder para que se
cumpram. Com firme propósito prometi, e cumprirei a minha promessa até o fim.

Quando chamares, responderei; e virei enquanto ainda estiveres falando. Sim, se me buscares
diligentemente, derramarei o meu Espírito sobre ti: Serás circundado em ondas de bênçãos.

Oração

Nosso amoroso Pai celestial, elevamos nosso coração a ti em admiração e adoração, pela tua dádiva
do teu amado Filho, nosso Senhor Jesus Cristo. Vindo a nós do teu trono de glória, trazendo consigo
todo teu amor e graça, provendo para toda humanidade o sacrifício perfeito da nossa expiação,
encontramos em Jesus nossa paz, pois ele é o Príncipe da paz. A paz é tão esquiva, tão difícil de
manter no nosso coração, mas sempre a encontramos em Jesus, pois ele é a nossa paz. Não
precisamos estar no meio de turbulência. Descansando nele e identificando-nos com ele, temos à
nossa disposição um suprimento contínuo de sua graça e amor para alimentar nossa alma na graça
divina. Ensina-nos, Pai celeste, a nos apropriarmos de forma mais perfeita da vida divina, para que
por meio de nós, teus filhos, seja manifesto ao mundo ao nosso redor uma medida maior do teu
amor. Em nome de Jesus, amém.
66. PAZ E BOA VONTADE AOS HOMENS
Lucas 2.8-20

Mais uma vez a mensagem dos anjos ressoa em nosso coração, bem como no mundo de hoje, um
mundo de tensão e discórdia: Paz na terra e boa vontade para com os homens.

Esse sempre foi o desejo de Deus e sua intenção para nós, pois fomos feitos à sua imagem e
semelhança, e ele habita em um estado de harmonia contínua e paz imperturbada. Seus propósitos
não serão realizados até que a sua vontade seja uma boa vontade. Seu coração é um coração de amor, e
o amor sempre busca trazer a paz. Sempre que há confusão e contenda, podemos estar certos de que
a vontade de Deus não está sendo feita, e a sua vontade é uma boa vontade, seus caminhos são
perfeitos, e seus caminhos são paz. A música do céu está sempre afinada. Se estamos fora de sintonia,
estamos fora do Espírito. Se há uma nota dissonante, ela não vem de Deus.

“Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva,
cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto da justiça semeia-se em paz para
os pacificadores” (Tiago 3.17,18). (Para uma descrição do oposto, caracterizado por contenda e
confusão, podemos ler os versículos precedentes).

A mensagem da cruz é uma mensagem de paz. Como lemos em Efésios 2.13,14, aqueles que estão
em Cristo Jesus foram aproximados por intermédio do sangue dele – porque ele é a nossa paz. E o
versículo 17 diz: “Ele veio e anunciou paz”. Quando a pregação gera confusão e desentendimento,
algo está errado. Deus guiará nossos passos em caminhos de paz. Provérbios 3.17, ao se referir aos
caminhos da sabedoria divina, diz: “Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis, e todas as
suas veredas são paz”. A imagem de um Deus irado, propenso a destruir o mal, é uma distorção do
seu santo caráter. Embora seja verdade que Deus odeia o mal, não é verdade que ele seja um Deus de
ódio. Ele é um Deus de amor e paz. “Deus é amor”. Seria uma distorção abominável do seu caráter
vê-lo de outra forma. Como já se disse tantas vezes, Deus odeia o pecado, mas ama o pecador, e está
sempre dese-joso de o tirar da escuridão e trazê-lo para a luz, para o seu perdão e a sua plenitude.
Está escrito que Jesus veio ao mundo “não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por
meio dele”. Este é o tema da graça divina, o cântico dos anjos e a música dos céus. Cristo veio para
este mundo com o propósito expresso de revelar o coração de Deus Pai – um coração repleto de
amor por toda a sua criação. Ele não quer que ninguém pereça, e prontamente proveu o sacrifício
supremo para que o homem mortal, perdido e pecador pudesse conhecer mais uma vez a ternura da
casa do Pai e a bênção do seu abraço.

“Nenhum ouvido perceberá a sua vinda. Mas neste mundo de pecado, em que as almas mansas
aguardam o precioso Cristo, ele certamente há de entrar”.

Esta é a verdadeira alegria do Advento: Cristo nos amou o suficiente para vir em nosso socorro
enquanto estávamos em pecado. Veio para derramar seu amor sobre nós. Veio para nos reconciliar
novamente com ele. E assim lemos em sua Palavra: “Quem não ama não conhece a Deus, porque
Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: Enviou o seu Filho Unigênito ao
mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: Não em que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.

Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros” (1 João
4.8-11).

Sim, a mensagem do Natal é uma mensagem de paz e de amor, porque você não pode ter uma
coisa sem a outra.

O amor traz a paz, e paz traz o amor. Amados, tenham bom ânimo, porque virá o dia quando a
paz dele governará a terra, bem como o céu, e seu amor conquistará todo inimigo. Regozije-se!
“Agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos” (Romanos 13.11). Nossa
redenção está próxima. O Senhor está à porta. Aguardamos o seu retorno em breve. Vemos os sinais
da sua vinda e sabemos que ele não pode demorar. Sejamos diligentes no uso do nosso tempo e
energia, buscando fazer a sua vontade. Deixemos de lado todos os fardos que nos atrapalham, e
tratemos dos negócios do Pai, abandonando as coisas inúteis e buscando nos entregar totalmente em
suas mãos, para amá-lo e servi-lo de maneira livre de egoísmo. Nossos corações deveriam arder de
compaixão pelos outros e ser fortalecidos pela presença interior de Deus; para “esclarecer a todos a
administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou
todas as coisas [...] para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com
poder, por meio do seu Espírito” (Efésios 3.9,16). Essa citação é mero fragmento de uma passagem
rica em percepção espiritual e repleta de palavras encorajadoras. Quem de nós não precisa de uma
palavra de encorajamento?

A vitória está assegurada, mas a batalha continua. Sabemos que ele está vindo, mas enquanto ele
não vem, temos diante de nós o desafio de “negociar” (Lucas 19.13). A palavra tem aqui o sentido de
“se ocupar”, ou mais literalmente de “fazer comércio”; exatamente no mesmo sentido, parece-me, de
“convém tratar dos negócios do seu Pai” – portanto, não sejamos ociosos. A atmosfera do mundo
que nos rodeia é em grande parte uma atmosfera casual. Um desejo sério de fazer a vontade de Deus
pode ir na contramão de influências que recebemos do mundo. É a Palavra de Deus escondida em
nosso coração, que devemos manter viva por meio da meditação diária e da oração, que sempre trará
o nosso espírito de volta ao centro da nossa união com Deus, aguçará a nossa visão e revitalizará a
nossa vida. Meia medida não será o suficiente a esta altura. Esta é uma hora, mais do que nunca
antes, de ter um compromisso total com a vontade de Deus. E qual é a vontade dele? Voltamos à
nossa afirmação anterior: É a boa vontade. É paz e amor. Alguns podem dizer que ela é muito mais do
que isso (o que é verdade), mas por abrangente que seja a definição da vontade de Deus, a paz e o
amor continuarão fazendo parte do seu núcleo central, pois esses elementos também estão no centro
da nossa vontade, e lá permanecerão se nós, da nossa parte, permanecermos nele.

Que o Espírito de Deus seja derramado sobre o seu povo como nunca antes, para que o mundo
saiba que somos dele porque amamos uns aos outros.
Oração

Pai Celestial, na quietude desta hora, elevamos nosso coração a ti, gratos por cada bênção que de ti
recebemos. Oferecemos-te num sacrifício de amor todas as coisas preciosas que nos foram confiadas.
Entregamos todas as coisas em tuas mãos, especialmente a nós mesmos, pois tu prometeste proteger
tudo o que confiamos a ti; portanto, não retemos coisa alguma. O bem nós o damos a ti para que o
protejas, e o mal, para que tomes conta dele. Não temos a sabedoria nem a força para nos
mantermos. Que possamos aprender com o salmista a descansar no Senhor, a esperar nele com
paciência, a confiar nele e entregar nossa vontade a ele. Ele certamente nos libertará do mal, e nos
conservará no tempo da provação. Com louvor e gratidão, em nome de Jesus, oramos. Amém.
67. NADA SERÁ IMPOSSÍVEL
Hebreus 11.1-6

O filho de Deus vive e age num domínio que está além do que alcançam os sentidos. Seu lar é a
presença de Deus, e seu abrigo são asas dele. Seu coração está em paz, pois sua confiança não está no
braço humano. Sua mente está cingida com a verdade, e seu coração extrai sua força das fontes da
água da vida.

Certamente o Senhor é o seu protetor e está à sua direita, e seus inimigos serão confundidos. Eles
serão postos em fuga.

Porque confiou no Senhor, ele será confortado no dia da adversidade. Ele será forte na hora do
conflito, e corajoso no tempo da dificuldade. Seus caminhos são caminhos de paz, e seu espírito é
temperado pela paciência. Porque fez do tabernáculo do Senhor a sua habitação, não será
confundido.

O Senhor levantará a sua cabeça. Ele fortalecerá seus braços para a guerra. Ele não temerá, pois a
sua confiança está em Deus, e a sua esperança está no Senhor. Cristo é a sua salvação e a sua vitória:
Ele não será removido, nem será derrotado.

Porque a sua mente permaneceu em Deus, este o manterá em perfeita paz. Os recursos do céu
estão à sua disposição, e nada lhe será impossível.

Oração

Senhor Deus tu sabes o quanto precisamos de ti. Vivemos no meio de uma geração corrompida e
perversa, e lutamos contra as hostes da maldade. Sem ti pereceríamos. Dá-nos sabedoria para que
vivamos sempre debaixo de tuas asas; assim estaremos sempre seguros e certos de poderemos brilhar
como astros nesse mundo, para a glória do teu nome e expansão do teu Reino. Em nome de Jesus.
Amém!
68. SEGURE A MINHA MÃO COM MAIS FIRMEZA
Salmos 27.1-14; Salmos 4.1-8

Ó Senhor Deus, tu me tiraste de muitas águas. Tu me resgataste da enchente. As ondas teriam me


submergido, mas teu braço forte me conduziu através das águas, e tu me colocaste em um lugar
seguro. Tu és o protetor da minha alma. Tu não planejaste circunstâncias para impedir a
complexidade, mas em nenhum momento deixaste de estar atento à minha situação. Tu me
conduziste em vitória. Ó, não deixa que eu olhe para trás, mas que meus pés prossigam caminhando,
pois certamente não me desapontarás.

Tu disseste que a vereda do justo é como a luz da alvorada, cujo brilho cresce à medida que nos
aproximamos do alvo.

Por isso, segura a minha mão, ó meu Deus, com firmeza.

Coloca no meu coração um zelo fervoroso que não será incompatível com a paciência, e concede-
me uma coragem renovada e um passo ágil.

Oração

Pai Celestial, nosso coração está cheio de gratidão por tua ilimitada bondade, por tuas
misericórdias que se renovam a cada manhã; agradecemos-te por tua proteção e provisões, por tua
graça e misericórdia. Se tivéssemos mil línguas para te louvar, ainda não seria o suficiente. Concede
teu toque consolador aos que estão aflitos, o teu toque curador aos que estão em dor, e teu perdão
para todos nós, pois todos pecamos e estamos destituídos do teu melhor. Em nome de Jesus, oramos.
Amém.
69. OS FILHOS DA PROMESSA
Gálatas 6.1-14

Ao lermos o livro de Gálatas, encontramos as seguintes belas verdades: Somos filhos da promessa,
nascidos segundo o Espírito, nascidos livres. Essa é nossa herança em Cristo.

Louvado seja Deus! Em Cristo somos novas criaturas, e por meio dele o mundo está crucificado
para nós, e nós para o mundo (Gálatas 6.14). Não estamos presos nem pela lei nem pelos poderes
que estão operando na sociedade. Estamos em Cristo, e na medida em que andamos no Espírito,
temos a liberdade de agradar a ele que morreu por nós. Não estamos debaixo do domínio das trevas.
Não somos escravos dos pensamentos dos outros. Não somos cativos do sistema do mundo. Não
somos programados pelas notícias diárias, mas pela Palavra de Deus. Pelo seu Espírito e por meio de
uma vida de oração, podemos nos colocar acima das correntes oscilantes das influências que nos
rodeiam e de todas as forças do mal. Deus não permitirá que sejamos vítimas das circunstâncias,
desde que tenhamos como alvo constante que a nossa mente permaneça nele. Nele estão toda a
sabedoria e todo o poder necessários para nos manter afastados do mal deste mundo atual. Nele!
Devemos “habitar profundamente” em Deus, permanecer nele, e ele em nós. Esse é o segredo da paz
em meio à agitação, e do amor diante do conflito.

Há muitos cujo caminho está repleto de grandes lutas.

Dificuldades vultosas, e aparentemente insuperáveis, confrontam muitos filhos de Deus. Mas em


todas essas coisas, somos, por meio de Cristo, mais do que vencedores! Louvado seja o seu nome para
sempre! Que o seu louvor esteja sempre em nossos lábios, e sua alegria, em nosso coração. Ele não
reterá nenhuma coisa boa daqueles que são íntegros na sua conduta.

Sim, por meio de Cristo somos filhos da promessa, libertos das cadeias do pecado para que
possamos andar em novidade de vida e cumprir a lei do Espírito. E somos ordenados!

Efésios 2.10 diz: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas
obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos”. Em muitas cartas que
recebo, os remetentes se dirigem a mim como “Reverenda Frances Roberts”. Bem, não fui ordenada
pelos homens, mas sou ordenada por Deus: Ordenada para praticar boas obras! E o mesmo vale para
você. É por isso que ele nos libertou da lei do pecado e da morte. Não devemos apenas estar nele,
mas dar frutos, e “praticando obras que mostram arrependimento” (Atos 26.20). Fé e obras andam
de mãos dadas, pois a fé separada das obras é impotente. Tiago escreve: “Eu lhe mostrarei a minha fé
pelas obras”. Qualquer afirmação de fé que não se manifeste em obras é uma nuvem sem água. E a
sua expressão mais evidente é amor. A fé sem obras é morta, e as obras sem amor são como “prato
que retine”.
Deus nos testa no Espírito segundo o som do sino. Se há amor, haverá música; se sua ausência, um
ruído estridente.

Andar no Espírito e andar em amor não está além das nossas forças, pois o que Deus ordena, ele
sustenta. Deus não ordenaria o impossível. Na carne é impossível, mas amados, não devemos andar
na carne, mas no Espírito. No entanto, jamais estaremos no Espírito se alimentarmos nossa alma
com a palha do mundo e seus prazeres vazios. “A nossa cidadania, porem, está nos céus” (Filipenses
3.20), e não devemos pensar nas coisas terrenas. “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada
para o que a carne deseja; mas quem, de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o
Espírito deseja.

A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz” (Romanos 8.5,6).
Deus vai nos sustentar pelo seu Espírito em nossa busca por santidade e boas obras, pois o seu
Espírito em nós é vida e poder. Ele é capaz de operar por meio de nós pelo seu Espírito o mesmo que
operou em nós pelo mesmo Espírito. Dele é a capacitação; nossa é a escolha.

Ele não forçará sobre nós a sua justiça. Ele prometeu dar-nos o desejo do nosso coração, e é a sua
vontade que desejemos a natureza dele. “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados”
(1Tessalonicenses 4.3). Muitos professam buscar a vontade de Deus para sua vida. Na essência mais
pura, essa é a vontade de Deus para todos os seus filhos – a purificação deles, que é o que significa a
“santificação”. Ele quer nos ver libertos do pecado. Essa é a liberdade para a qual fomos chamados.
Não é liberdade para expressar vontade própria. Paulo, escrevendo aos Gálatas, diz: “Irmãos, vocês
foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne;
pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor. Toda a lei se resume num só mandamento:
‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (Gálatas 5.13,14). Podemos inferir que se andarmos no
Espírito, não será difícil amar uns aos outros; senão, por que ele esperaria isso de nós? E amar uns aos
outros requer deixar de lado nossa exigência pessoal de satisfação própria. Quando eu era criança,
havia um lema bíblico pendurado na parede do meu quarto que deixou uma marca duradoura na
minha consciência.

Dizia: “Também Cristo não agradou a si próprio” (Romanos 15.3). Ah, esse é o segredo!
Enquanto queremos agradar a nós mesmos, não podemos amar uns aos outros de maneira adequada.
As duas vontades entram em colisão em pouco tempo.

A renúncia completa dos direitos pessoais precisa necessariamente ser prefaciada de um verdadeiro
amor a Deus e ao nosso próximo. É nesse ponto que as filosofias da autorrealização revelam sua
natureza falsa. Não preciso desperdiçar tempo estudando pseudo-religiões para conhecer a mim
mesmo.

Posso aceitar o veredicto incontestável de que sou um pecador incorrigível e impotente, assim
como todo ser humano nascido neste mundo. Sabemos claramente, dessa maneira, qual é o nosso
ponto de partida: A necessidade total de transformação, não de educação religiosa. O poder
transformador está à disposição daqueles que escolhem se tornar filhos da promessa por meio da fé na
obra acabada do Senhor Jesus Cristo e do seu sangue purificador.
Nossa sociedade é cada vez mais licenciosa. As pessoas são encorajadas a fazer e a pensar o que bem
quiserem, a des-peito de sua responsabilidade moral e espiritual para com Deus. Somos inundados de
ensinamentos religiosos que buscam nos convencer de que Jesus, se ele de fato viveu nesta terra, foi
apenas um entre muitos homens bons. A fé numa legião de homens santos nos priva de um
verdadeiro Salvador.

Jesus foi infinitamente mais do que apenas um homem santo e bom. Ele foi manifestamente
singular em seu nascimento, morte e ressurreição. Pode haver muitos mestres, mas somente Um deu
a sua vida como Cordeiro de Deus, morto pelos nossos pecados e pela nossa salvação. As falsas
religiões con-venientemente ignoram esse aspecto, e ensinam que somos todos bons e não precisamos
de regeneração. Elas dizem que você é bom e pode se tornar melhor. A Bíblia diz que estamos mortos
e precisamos nascer de novo para termos vida. Não há comparação entre o cristianismo e as outras
religiões: Há somente um contraste!

Louve a Deus se a sua verdade alcançou o seu coração e se o Espírito dele trouxe vida a você. Não
é por meio de obras, para não que não nos vangloriemos. É pela sua misericórdia soberana que ele
nos salvou e nos lavou no seu sangue, fazendo de nós novas criaturas. Regozije-se! E não permita que
os ventos de falsa doutrina tirem desviem o seu barco da rota.

Compartilhe da Luz, compartilhe do seu amor e ande em liberdade, não se deixando enredar outra
vez pelo jugo da escravidão.

Oração

Pai Celestial, olha para nós em tua misericórdia; apaga as nossas transgressões e perdoa os nossos
pecados. Quando deveríamos estar cheios, estamos vazios, e estamos fracos quando deveríamos estar
fortes. Não merecemos o teu favor, pois erramos o alvo e provamos a tua paciência. Concede-nos um
espírito de arrependimento. Um coração quebrantado e contrito tu não desprezarás. Não fosse pela
tua misericórdia, seríamos todos consumidos. Tiranos, ó Senhor, do lugar da destruição. Lava-nos
dos nossos pecados e limpa-nos das nossas iniquidades. Faz desse dia um novo começo, enquanto
permitimos que teu poder redentor opere em nossa vida. Em nome de Jesus, amém.
70. A VOZ DOS AMADOS
Salmos 121.1-8

“Levanto os meus olhos para os montes [...] O meu socorro vem do Senhor” (Salmos 121.1,2).
Certamente o Senhor cuidará de todos que colocarem sua confiança nele.

Ele é uma ajuda muito presente em tempos de necessidade.

Ele é um esteio e uma fortaleza, uma torre forte e um refúgio na hora da tempestade. Seus filhos
não serão abandonados, e os olhos dele estarão continuamente sobre eles para fazer-lhes bem.
Animemos nosso coração no Senhor, louvemos a ele em todas as coisas, pois a sua bondade dura para
sempre e as suas misericórdias nos alcançam a cada novo dia. Louvar é agradável, e é bom cantar
louvores a Deus.

Essa deveria ser sempre a nossa disposição, e nela, é mais fácil relegar as incessantes importunações
ao lugar insignificante que elas merecem. Se não me engano, há uma história sobre Eli Whitney,
homem de vistosos cabelos brancos e uma capacidade de concentração maravilhosa. Seus
companheiros, um tanto irritados pelo fato de que nada aparentemente o podia distrair, esvaziaram
um tinteiro na sua cabeça. Mas Eli manteve a serenidade, sequer reagindo ao ato mal-intencionado.
Que vitória obteríamos sobre os artifícios a que o inimigo das nossas almas recorre para nos afligir se
nossa concentração em Deus fosse tão firme quanto a que Eli Whitney tinha no seu trabalho!

Deus deveria ser sempre o centro das nossas atenções, e como toda a sua natureza se inclina ao
encorajamento, deveríamos também ter uma mente feliz e pacífica, e um espírito forte e corajoso.

Infelizmente, vivemos numa sociedade muito egocêntrica.

Uma infindável variedade de influências nos incita constantemente a concentrar nossa atenção em
nós mesmos e nos outros. Temos a tendência de nos voltarmos às pessoas. Colocar o nosso foco em
Deus e não no homem, requer, portanto, algum esforço. Até que consigamos fazer isso, estaremos
espiritualmente desequilibrados, privilegiando as distrações.

Para adorar a Deus em Espírito e em verdade – de maneira genuína e com simplicidade de coração
– a mente deve se apartar das preocupações egoístas e dos pensamentos mundanos. Isso não se
alcança em um momento. Não exige apenas vontade e disciplina, mas tempo. Livrar-se dos
pensamentos intrusivos e conduzir a mente até o santuário da adoração leva um bom tempo. E leva
mais tempo ainda para, numa atitude de adoração, levarmos o coração a um estado de devoção.
Declarar nosso amor a Deus é só o começo. É no tempo que passamos em oração que a chama do
amor santo de Deus é irradiada em nossa alma. Amaremos de fato a Deus quando passarmos tempo
na sua presença. É a nossa exposição a ele que apro-funda o amor. Uma educação teológica não
obterá esse resultado. O ritual também não. Deus o fará em nós à medida que buscamos a sua face, e
à medida que o seu Santo Espírito comunga em oração, no nosso íntimo, com Deus Pai e com Jesus,
nosso Senhor.

Quando essa corrente de comunhão começa a operar, e o Espírito em nós comunga com Deus Pai,
através de Jesus, que é nosso Sumo Sacerdote, o poder transformador de Deus penetra no vaso
humano, realizando a obra purificadora, uma obra que ultrapassa a nossa compreensão. As coisas
antigas vão ficando para trás, e todas as coisas são renovadas. As sombras são dissipadas, e a escuridão
é dispersada pela luz. Os ossos teimosos são quebrados, e a vontade própria começa a ceder para se
conformar à imagem de Cristo. As coisas que eram importantes já não o são mais, e fazer a vontade
de Deus se torna uma paixão que nos consome. A palha é eliminada pelo vento do Espírito. A voz
dele passa a ser como música aos nossos ouvidos, e qualquer voz contrária é logo reconhecida como a
dissonância estridente que ela é. É assim que as suas ovelhas ouvem e reconhecem a sua voz, mas não
seguem a voz de um estranho.

Você tem orado por discernimento? Passe mais tempo na presença de Deus em adoração, e ouça a
sua voz. Quando você conhecer o som da sua voz, nunca mais será enganado pelo inimigo. Essa
proteção contra o engano é em si uma recompensa valiosa pelo tempo que você passa em oração.

Mas se uma hora ou meia hora parecem ser um fardo para você, só pode ser porque você não
ouviu a sua voz. Quando ouvir a voz dele, a oração será a maior alegria da sua vida, e você se
ressentirá do tempo passado em qualquer outra atividade. Quando, prostrado em oração, Deus fala a
você, cem cavalos não poderiam arrancá-lo do lugar. A mente mais perspicaz jamais poderia conceber
uma obsessão maior do que essa.

Quer você tenha o coração partido ou uma perna quebra-da; quer esteja num lugar de desalento
ou precise de orientação; quer tenha muitas coisas para fazer ou poucas: O tempo que você passa em
comunhão com o Pai celestial trará uma mudança radical para a sua perspectiva. Assim como as
ondas lavam a costa, ele lavará sua alma e mente, livrando-as da confusão. Ele o livrará do jugo e
deixará o sol irromper através das nuvens. Ele trará clareza de visão e leveza interior que superarão
qualquer outro caminho para a busca de alívio. Um antigo hino diz: “Costumava contar tudo aos
vizinhos, mas agora o conto ao Senhor”. Tanto melhor – para você e para os vizinhos! Eles têm os
problemas deles. É Jesus quem leva os fardos. Ele é apresentado dessa forma especialmente no
evangelho de Marcos. Ele nos convidou a lançar nossos fardos sobre ele, porque ele cuida de nós.
Podemos lançá-los momento após momento, num ato de fé, mas podemos lançá-los mais
completamente em tempos de oração e adoração intensas, quando deliberadamente tiramos todas as
outras atividades e pessoas da nossa mente e nos concentramos na presença e na pessoa do próprio
Deus.

Difícil? Sim, é difícil, mas como em todas as coisas, é preciso começar em algum lugar. Se nas
primeiras tentativas parecemos não ter êxito, não precisamos desesperar. Está ao alcance de cada alma
aproximar-se de Deus. Ele está sempre disponível. É somente o nosso estado de espírito que pode
impedir essa aproximação. Deus habita num lugar secreto e silencioso. Devemos, portanto, vir
sozinhos, em silêncio e tranquilidade. Mas, ah, não estamos acostumados ao silêncio, e raramente
estamos sozinhos. Por que você acha que Jesus passava longas noites nas montanhas? Ele estava
criando para a sua própria alma um lugar de solitude e paz. Vale a pena repetir: “O mundo está
demais conosco”. Estamos sobrecarregados com coisas e pessoas – com nós mesmos, nossos
pensamentos, medos, esperanças, ambições e frustrações.

Deus não pede que oremos para colocar mais um fardo sobre nós: Ele nos convida a encontrar,
por meio da oração, a solução mais perfeita para as nossas ansiedades e aflições, para nossas tristezas e
nossa solidão. Ele é Aquele que cuida das nossas necessidades, suprindo-as da forma mais genuína e
completa. Deixar para orar até que nossos problemas estejam resolvidos é como esperar a chuva
passar para abrir o guarda-chuva. Quanto mais pressão e menos tempo tivermos, mais essencial é
separarmos para Deus as melhores horas do dia. Quanto maiores as exigências dos outros sobre as
nossas energias, mais crítica a nossa necessidade de um tempo precioso sozinhos com Deus. Não
falamos aqui de opções, pois não se trata de escolher entre a oração e alguma outra coisa.

Não há substituto ou alternativa para a oração.

A oração é tão vital para a vida espiritual do cristão quanto o ar é para a vida física. A adoração é
de importância tão suprema que ela é, basicamente, a essência do primeiro mandamento. Isso nos
lembra do texto: “Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”. Se Deus de fato se
tornar nosso tesouro mais precioso, então nosso coração será atraído a ele em devoção e comunhão; e
quanto mais tempo passarmos em devoção e comunhão, tanto mais ele realmente se tornará o nosso
tesouro mais precioso.

Que atividade poderia ser mais realizadora? Este é um tesouro que o tempo não pode corroer nem
embaçar. Este é um tesouro que não será deixado para trás quando deixarmos este mundo. Este é um
tesouro que realçará tanto esta vida quanto a vida futura. Este é um tesouro eterno, imutável,
desvelando-se momento a momento, tornando-se cada vez mais precioso, tanto agora quanto na
eternidade. Não será ele digno do maior investimento diário que podemos fazer do nosso tempo,
todos os dias da nossa vida? Os reis morrem, deixando suas coroas e joias. Os arquitetos morrem,
deixando para trás seus magníficos edifícios. O cristão morre, e seu tesouro mais precioso, que são o
Senhor Jesus Cristo, Deus Pai, e todas as riquezas do céu, esperam por ele do outro lado!

Que herança nós temos! Que privilégio sermos filhos do Rei dos reis! Que alegria ser herdeiros da
salvação! Que bênção inexprimível o fato de nós, imortais, podermos andar dia após dia de mãos
dadas com o Senhor da glória! Quão felizes deveríamos ser – quão gratos! Que os nossos ouvidos
captem o som da música celestial, e que nossos pés sejam ágeis como os da corça, para saltar sobre os
montes. Que nossos lábios sejam plenos de louvor, e nossa boca proclame sua salvação, pois ele é
digno. Ele é a flor de Sarom, um lírio do vale, e a resplandecente Estrela da Manhã. Sua voz é como
“o som de muitas águas” (Apocalipse 1.15). “Você, que habita nos jardins, os amigos desejam ouvi-
la; deixe-me ouvir a sua voz!” (Cantares 8.13).

Nossas considerações sobre a oração seriam incompletas se não mencionássemos a Palavra de Deus
contida na Bíblia.
Há muitos anos, uma citação do Dr. Harry Ironside chamou a minha atenção e a escrevi na minha
Bíblia: “A oração sem a Palavra pode levar ao fanatismo e ao paganismo. A Palavra sem a oração pode
levar a um coração frio”. As duas coisas jamais deveriam estar separadas. Oração e Palavra: Palavra e
oração. Nunca negligencie uma em detrimento da outra. Se você deseja ouvir a voz de Deus, nunca a
ouvirá mais claramente do na sua Palavra escrita, especialmente quando a ela é vivificada no seu
coração pelo Espírito Santo. Cada leitura da Palavra deve ser precedida de oração; peçamos que o
Espírito nos ilumine as páginas sagradas. Toda Escritura divinamente inspirada foi dada a homens
santos, que foram movidos pelo Espírito Santo. Poderemos encontrar melhor mestre do que o
Espírito Santo?

Oração

Senhor Deus! O nosso espírito anela pela tua augusta presença. Como é bom sentir o teu amor
nos momentos de alegria bem como nos momentos de dificuldades. Desejamos Senhor que os
homens possam ver a diferença que a tua presença faz em nossas vidas, e assim possamos levá-los à
salvação. Em o nome precioso de Jesus, amém!
71. ALGO PARA PENSAR
Malaquias 3.1-16

Deus ouve nossos pensamentos e conversas. Malaquias 3.16 diz: “Aqueles que temiam ao Senhor
conversaram uns com os outros, e o Senhor os ouviu com atenção. Foi escrito um livro como
memorial na sua presença acerca dos que temiam ao Senhor e honravam o seu nome”. E os versículos
seguintes dizem: “‘No dia em que eu agir’, diz o Senhor dos Exércitos, ‘eles serão o meu tesouro
pessoal. Eu terei compaixão deles como um pai tem compaixão do filho que lhe obedece. Então
vocês verão novamente a diferença entre o justo e o ímpio, entre os que servem a Deus e os que não o
servem’”(vs. 17,18).

Saber que Deus é testemunha invisível de todos nossos pensamentos e conversas é confortador, e
também deve inspirar prudência. Estarmos conscientes dessa verdade pode ser uma proteção
constante contra palavras e pensamentos indignos e profanos. Determinemos que Deus só ouvirá dos
nossos lábios coisas que o honrem.

Oração

Senhor nosso Deus, como é bom saber que os teus ouvidos estão sempre abertos para ouvir a nossa
oração, especialmente quando as nossas petições são para o teu louvor e glória. Unge Senhor os
nossos lábios, santifica as nossas vidas, à medida que nos afastamos do pecado e nos aproximamos de
ti. Queremos fazer diferença neste mundo. Em o nome precioso do teu Filho Jesus Cristo. Amém!
72. GUARDEI-OS EM MEU CORAÇÃO
Lucas 2.1-19

“Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração” (Lucas 2.19).

Sim, guardei-os em meu coração, Os momentos que uma mãe estima; As palavras doces, os gestos
carinhosos, As horas agradáveis juntos.

As caminhadas pelos campos Cobertos de frágeis lírios, A deleitosa refeição no monte Sob o claro
céu do meio-dia.

Esses preciosos dias alegres Antes que Ele fosse homem, Antes dos dias de dor.

Eis que começou o sacrifício...

Amei-o muito, amei-o tanto, Pois Ele foi como nenhum outro: Quem mais teria dito, pendurado
na cruz: “Amigo, cuidarás da minha mãe?”

Dei a Ele tudo o que havia De amor compreensivo em mim; Ele deu-me do seu suprimento mais
rico, Pois Ele era do alto.

Meu filho – mas bem no fundo do coração E ardendo como fogo Eu sabia, não importa o que
dissessem os outros: Seu destino era mais elevado.

Guardei as palavras do anjo Gabriel Mais sagradas do que todas as outras: Sim, eu teria um filho,
Mas Deus seria o Pai!

Repartimos a alegria, repartimos a dor Que fazem parte da vida, Mas enquanto ele morria na cruz
Uma espada transpassou meu coração.

O dia mais tenebroso da história Para todos os homens, é verdade, Mas quem pode suportar a
perda de alguém Que é parte de você?

Não tivesse ele me dito muitas vezes Que voltaria, Eu teria morrido ao pé da cruz De aflição e de
dor.

Três dias e noites de trevas Que as palavras humanas não podem descrever; Nós esperávamos
enquanto Ele pelejava Com Satanás, a morte e o inferno.

E naquela manhã da ressurreição Quando no céu soavam cânticos, Minha alegria excedeu toda dor
E toda tempestade foi acalmada.
O que tenho pela frente Sei que o posso suportar, Pois agora, em meu coração Está o Seu Santo
Espírito.

E o maior milagre de todos, Creia-me, é verdade: Receba o Seu Santo Espírito, amigo, Oração
Meu Senhor, como é maravilhoso refletirmos no teu grande amor. O Senhor nos amou mesmo
sendo nós míseros pecadores. A tua vida dada por nós é um mistério que nenhum homem pode
entender; apenas aceitar, e desfrutar dos reflexos desse amor. A nossa oração diária é que a
manifestação desse amor em nossa vida seja um poderoso instrumento de salvação dos nossos
parentes e amigos. Oramos em teu nome. Amém!
SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS.

Escreva para: amortotal@adsantos.com.br e compartilhe conosco suas impressões e sugestões.

Será um prazer trocar ideias com você.

Se desejar, acompanhe-nos nos seguintes endereços eletrônicos: facebook.com/adsantoseditora


@AdsantosEditora youtube.com.br/adsantoseditora10

Você também pode gostar