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Edgar Morin, no texto A Inteligência Cega, explora a ideia de que a falta de

conhecimento, a falta de visão e os perigos que enfrentamos têm uma característica comum,
resultante de uma forma limitada de organização do conhecimento que não consegue
reconhecer e compreender a complexidade da realidade.

O problema da organização do conhecimento reside no uso de uma lógica guiada por


paradigmas, princípios ocultos que governam nossa visão das coisas e do mundo sem que
estejamos conscientes disso. O autor diz também que “os problemas humanos são entregues,
não só a este obscurantismo científico que produz especialistas ignaros, mas também a
doutrinas obtusas que pretendem monopolizar a cientificidade”

Morin argumenta que a doença do conhecimento está na chamada inteligência cega.


Essa forma de pensar destrói conjuntos e totalidades, isolando objetos de seu contexto e não
reconhecendo a ligação inseparável entre o observador e o objeto observado. Isso leva à
desintegração de realidades fundamentais, aproximando-nos de uma mudança na forma de
compreender o conhecimento.

O autor questiona o que é a complexidade e responde que é “o tecido de


acontecimentos, acções, interacções, retroacções, determinações, acasos, que constituem o
nosso mundo fenomenal”. Ele conclui que ainda estamos cegos para a questão da
complexidade e que essa cegueira faz parte da barbárie. O pensamento complexo, segundo o
autor, tem o papel de conscientizar sobre as limitações do nosso pensamento e fazer com que
compreendamos que um pensamento limitado leva a ações limitadas. Ele faz um apelo para
que todos tomem consciência da doença contemporânea do pensamento.

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