Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo. Este trabalho versa sobre os sistemas controlados de propulsão veicular, classificando-os em propulsão
convencional, híbrida ou alternativa. Isto facilita o agrupamento em características técnicas e construtivas. O
texto descreve os sistemas atuais, suas aplicações e estágios de desenvolvimento. Para tanto, o texto relaciona as
tecnologias de motores de combustão interna, transmissões, sistemas elétricos e combustíveis empregados. O
trabalho discute e analisa um plano para o futuro dos sistemas de propulsão veicular. A solução para este plano,
as células de combustível, ainda não tem prazo definido para predominar no mercado e o texto apresenta os
veículos híbridos como solução alternativa e intermediária. Na seção de desenvolvimento, o texto analisa os
veículos híbridos em detalhes, quanto à sua classificação, sistemas e funcionalidades. Ainda, o texto apresenta
um estudo de caso, com a definição da solução ótima para um veículo híbrido, sob aspectos econômicos,
ambientais e técnicos. Neste estudo de caso, os resultados da simulação do modelo matemático no software
ADVISOR 2002 corroboram a viabilidade física do modelo proposto. O texto finaliza com a revisão dos
resultados obtidos, que atendem os requisitos apresentados em muitos aspectos, e propõe alternativas de
continuidade para o trabalho.
Palavras- chave:propulsão veicular, veículos híbridos, simulação de veículos, poluição, Advisor.
1
Artigo extraído da Dissertação: “Sistemas Controlados de Propulsão de Veículos Automotores”, de Clayton
Vinicius Ferraz, apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de
Mestre em Engenharia Mecânica sob a orientação do Prof. Dr. Decio Crisol Donha.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo apresentar e descrever os sistemas de propulsão de veículos automotores. A
abrangência se limita a veículos de passeio ou comerciais leves (até 10 passageiros). Inicialmente, apresentam-se
os sistemas de propulsão mais usual para veículos, compreendendo o motor, a transmissão e, em casos
específicos, os sistemas de armazenamento da energia. Serão incluídas tecnologias em uso com
desenvolvimentos passados, tecnologias com desenvolvimentos recentes e, tecnologias ainda em
desenvolvimento para emprego futuro. O texto ainda aborda as tecnologias de sistemas de propulsão
convencional e seus benefícios, discute as soluções híbridas e encerra com os vários tipos de veículos elétricos,
incluindo aqueles movidos a células de combustíveis.
A seguir, discutem-se planos e estratégias globais para a solução dos problemas de consumo de combustíveis e
emissões dos veículos. O texto define a solução final dos sistemas de propulsão veiculares e apresenta uma
solução alternativa e intermediária, mais adequada para atender as exigências de adaptabilidade e aceitação
comercial, baseado na necessidade percebida de médio prazo (10-30 anos) do mercado.
Na seqüência, os veículos híbridos são analisados e detalhados quanto à classificação, arquitetura, sistemas e
funcionalidades. Em um estudo de caso particular, é definida a melhor solução para um veículo híbrido sob
aspectos econômicos, ambientais e técnicos. Os resultados de simulação matemática do modelo matemático no
software ADVISOR 2002, permitem a análise de sua viabilidade física. Finalmente, as soluções construtivas do
sistema e os resultados de simulações são discutidos sob aspectos técnicos e teóricos.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Para facilidade de discussão, optou-se por dividir os sistemas de propulsão em três categorias: Convencional,
Alternativo e Híbrido. Esta classificação não pretende ser definitiva, mas apenas facilitar o agrupamento dos
sistemas e permitir uma compreensão lógica dos mesmos.
2.1 Sistemas Convencionais
A propulsão convencional é composta por um motor de combustão interna (MCI) e um sistema de transmissão
para maior eficiência do motor nas velocidades de trabalho. Os MCI são compostos por um ou mais cilindros,
denominados câmara de combustão, onde o ar, misturado ao combustível, sofre compressão e combustão. O
combustível define o tipo de ciclo do motor, e portanto, se há centelha no processo de combustão.
2.1.1 Combustíveis
As tecnologias envolvendo combustíveis focam a possibilidade de uso de combustíveis não derivados do
petróleo, ou derivados em estado gasoso, utilizados em sistemas mono ou multi-combustível, os denominados
sistemas flexíveis.
O gás hidrogênio pode ser utilizado como combustível em MCI, com ótimos resultados quanto à redução de
emissões e consumo de combustível. Os principais sistemas modificados e/ou adicionados aos veículos regulares
são os sistemas de armazenamento de combustível, distribuição e segurança para o hidrogênio, além de
regulagens do MCI [16].
Recentemente, no Brasil, tem ganhado espaço o chamado veículo de abastecimento flexível que possui tanque de
combustível, sistema de abastecimento e motor únicos. A tecnologia, criada nos EUA na metade da década de
1980, consiste em um motor que pode consumir gasolina sem chumbo e álcool combustível em qualquer
mistura. O motor e o sistema de abastecimento do veículo deve ser minimamente adaptado para consumir álcool
combustível, pois este é corrosivo. Também, deve haver um sensor especial na linha de combustível para
analisar a mistura do combustível e controlar sua injeção e sincronização para se ajustar a diferentes
composições de combustível [45].
2.1.2 Comandos de Válvulas e Fluxo de Ar
Alguns MCI se caracterizam pelo uso de válvulas para controle de admissão e exaustão da mistura ar-
combustível na câmara de combustão. Os benefícios do uso de comando variável de válvulas são extensos e
incluem [3]:
• permitir ao motor atingir seu torque máximo em rotações menores, e o sustentar por uma faixa de rotações
mais ampla;
• viabilizar uma curva mais linear de geração de potência, e maior potência em altas rotações;
• melhorar a estabilidade da combustão em marcha lenta e acelerar o aquecimento do catalisador, reduzindo
emissões;
• reduzir o consumo de combustível, ao reduzir as perdas relacionadas com a compressão do ar sem realização
de trabalho útil;
• melhorar a eficiência de um motor a gasolina, ao gerar recirculação interna dos gases.
• em alguns casos, eliminar a válvula borboleta.
Um conceito para controle eletrônico de abertura e sincronização variável da válvula é apresentado na Figura 1.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BUCHHOLZ, K. Tech briefs: Bosch accents Diesel technology. Automotive Engineering International,
Brimfield, v.109, n.11, p.38-40, Nov. 2001. SAE International.
[2] YAMAGUCHI, J. Global vehicles: concepts from Tokyo – 2001 Tokyo motor show. Automotive
Engineering International, Brimfield, v.109, n.12, p.8-24, Dec. 2001. SAE International.
[3] JOST, K. Spark-ignition engine trends. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.1,
p.26-39, Jan. 2002. SAE International.
[4] JOST, K. Fuel cell autonomy. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.2, p.35-37,
Feb. 2002. SAE International.
[5] BROGE, J. L. Revving up for Diesel. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.2,
p.40-49, Feb. 2002. SAE International.
[6] CARNEY, D. Tokyo motor show supplier technology: NSK Powertoros unit CVT. Automotive
Engineering International, Brimfield, v.110, n.2, p.67, Feb. 2002. SAE International.
[7] PONTICEL, P. High time for hybrids. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.2,
p.77-80, Feb. 2002. SAE International.
[8] BIRCH, S. VW thinks ahead. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.2, p.146-149,
Feb. 2002. SAE International.
[9] DANA CORPORATION. Innovation by design. In: Automotive Engineering International, Brimfield,
v.110, n.2, p.5, Feb. 2002. SAE International.
13
[10] CARNEY, D. Developments in fuel cell. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.3,
p.47-52, Mar. 2002. SAE International.
[11] GEHM, R. Global viewpoints North America: powering the future. Automotive Engineering
International, Brimfield, v.110, n.5, p.40-49, May 2002. SAE International.
[12] ____. Global viewpoints Europe: engines for growth. Automotive Engineering International, Brimfield,
v.110, n.6, p.25-30, June 2002. SAE International.
[13] ____. Global viewpoints Japan: engines and electric motors. Automotive Engineering International,
Brimfield, v.110, n.8, p.35-43, Aug. 2002. SAE International.
[14] BIRCH, S. Tech briefs: electrically boosting turbochargers. Automotive Engineering International,
Brimfield, v.110, n.8, p.47-48, Aug. 2002. SAE International.
[15] JOST, K. Fuel-cell commercialization. Automotive Engineering International, Brimfield, v.110, n.9,
p.26-33, Sept. 2002. SAE International.
[16] CHINWORTH, M. Hydrogen and the automobile. Automotive Engineering International, Brimfield,
v.110, n.9, p.89-96, Sept. 2002. SAE International.
[17] JOST, K. Engine strategies and engineering. Automotive Engineering International, Brimfield, v.111,
n.1, p.19-38, Jan. 2003. SAE International.
[18] WEISSLER, P. Tech briefs: a traditional CVT from Nissan. Automotive Engineering International,
Brimfield, v.111, n.3, p.53, Mar. 2003. SAE International.
[19] BIRCH, S. Tech briefs: AAD: shifting for itself. Automotive Engineering International, Brimfield,
v.111, n.4, p.36-40, Apr. 2003. SAE International.
[20] CARNEY, D. Forced induction. Automotive Engineering International, Brimfield, v.111, n.4, p.62-66,
Apr. 2003. SAE International.
[21] JOST, K. A different automatic. Automotive Engineering International, Brimfield, v.111, n.7, p.32-36,
July 2003. SAE International.
[22] BIRCH, S. Tech briefs: Mercedes automatically goes from 5 to 7. Automotive Engineering
International, Brimfield, v.111, n.7, p.38-40, July 2003. SAE International.
[23] BIRCH, S. Performance & aftermarket: battery technology races ahead. Automotive Engineering
International, Brimfield, v.112, n.3, p.105, Mar. 2004. SAE International.
[24] BURKE, A. F. Prospect for ultracapacitors in electric and hybrid vehicles. [S.I.]: IEEE, 1996. 6p.
IEEE 0-7803-2994-5/96.
[25] BOSE, B. K.; KANKAM, M. D. High frequency ac vs. dc distribution system for next generation
hybrid electric vehicle. [S.I.]: IEEE, 1996. 7p. IEEE 0-7803-2775-6/96.
[26] KOEHLER, U. et al. High performance nickel-metal hydride and lithium-ion batteries. [S.I.]: [s.n.],
1996. 6p. 97238.
[27] SASAKI, S. Toyota’s newly developed hybrid powertrain. From Proceedings of 1998
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON POWER SEMICONDUCTOR DEVICES & ICS, Kyoto. [S.I.]: IEEE,
1998. 6p.
[28] WIPKE, K. B.; CUDDY, M. R.; BURCH, S. D. Advisor 2.1: a user-friendly advanced powertrain
simulation using a combined backward/forward approach. In: IEEE TRANSACTIONS ON VEHICULAR
TECHNOLOGY, Vol. 48, No. 6, November 1999. [S.I.]: IEEE, Nov. 1998. 11p. IEEE 0018–9545/99.
[29] BALCH, R. C.; BURKE, A.; FRANK, A. A. The affect of battery pack technology and size choices on
hybrid electric vehicle performance and fuel economy. [S.I.]: IEEE, 2001. 7p. IEEE 0-7803-6545-3/01.
[30] CHANG, C. C. The state of the art of electric and hybrid vehicles. In: Proceedings of the IEEE, Vol.
90, No. 2, FEBRUARY 2002. [S.I.]: IEEE, Feb. 2002. 29p. IEEE 0018–9219/02.
[31] CRESCIMBINI, F.; et al. Compact permanent-magnet generator for hybrid vehicle applications.
[S.I.]: IEEE, 2003. 8p. IEEE 0-7803-7883-0/03.
[32] DEPARTAMENT OF ENERGY – UNITED STATES OF AMERICA. Office of Energy Efficiency and
Renewable Energy. Technology Snapshot: featuring the Toyota Prius. [S.I.]: Argonne National Laboratory,
Jan. 2001. 8p.
[33] NEDUNGADI, A.; WALLS, M.; DARDALIS, D. A parallel hybrid drivetrain. In: FUTURE
TRANSPORTATION TECHNOLOGY CONFERENCE AND EXPOSITION, Costa Mesa, California, Aug. 17-
19, 1999. Warrendale: SAE, 1999. 8p. SAE Technical Paper Series 1999-01-2928.
14
[34] RONNING, J. J.; GRANT, G. L. Global hybrid electric vehicle markets and missions. In: FUTURE
TRANSPORTATION TECHNOLOGY CONFERENCE AND EXPOSITION, Costa Mesa, California, Aug. 17-
19, 1999. Warrendale: SAE, 1999. 15p. SAE Technical Paper Series 1999-01-2946.
[35] RAHMAN, Z.; BUTLER, K. L.; EHSANI, M. A comparison study between two parallel hybrid control
concepts. In: SAE 2000 WORLD CONGRESS, Detroit, Mar. 6-9, 2000. Warrendale: SAE, 2000. 11p. SAE
Technical Paper Series 2000-01-0994.
[36] KOSOWSKI, M. G.; DESAI, P. H. A parallel hybrid traction system for GM’s “Precept” PNGV
vehicle. SAE, 2000. 7p. SAE Technical Paper Series 2000-01-1534.
[37] WALTERS, J.; HUSTED, H.; RAJASHEKARA, K. Comparative study of hybrid powertrain
strategies. In: FUTURE TRANSPORTATION TECHNOLOGY CONFERENCE, Costa Mesa, Aug. 20-22,
2001. Warrendale: SAE, 2001. 12p. SAE Technical Paper Series 2001-01-2501.
[38] WEIHUA, W. Revisions on the model of Toyota Prius in advisor 3.1. In: SAE 2002 WORLD
CONGRESS, Detroit, Mar. 4-7, 2002. Warrendale: SAE, 2002. 14p. SAE Technical Paper Series 2002-01-
0993.
[39] ROUTEX, J. Y.; GAY-DESHARNAIS, S.; EHSANI, M. Study of hybrid electric vehicle drive train
dynamics using gyrator-based equivalent circuit modeling. In: SAE 2002 WORLD CONGRESS, Detroit,
Mar. 4-7, 2002. Warrendale: SAE, 2002. 12p. SAE Technical Paper Series 2002-01-1083.
[40] ADVISOR (ADvanced VehIcle SimulatOR) 2002. [S.I.]: Midwest Research Institute, Apr. 30, 2002.
Software developed at National Renewable Energy Laboratory (NREL) of Department of Energy (DOE) of the
United States of America. Copyright 1998-2003.
[41] TOYOTA MOTOR CORPORATION. Public Affairs Division. Hybrid synergy drive: Toyota hybrid
system – THS II. Tokyo: [s.n.], May 2003. 24p. 4-8 Koraku 1-chome, Bunkyo-ku, 112-870.
[42] ____. A guide to hybrid synergy drive. Japan: [s.n.], May 2003. 6p. PR-E-03BC11.
[43] FORD MOTOR COMPANY. EUA. Veículos e tecnologias desenvolvidos pela montadora. Disponível
em: <http://www.ford.com>. Acesso em 14 fev. 2004.
[44] CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo. Brasil.
Programa de controle de poluição do ar por veículos automotores – PROCONVE. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br/Ar/ emissoes/proconve.asp>. Acesso em 23 mar. 2004.
[45] U.S. DOE – United States Department of Energy. EUA. Flex fuel vehicles. Disponível em:
<http://www.fueleconomy.gov/feg/ flextech.shtml>. Acesso em 08 maio 2004.
[46] FECAP – FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO. Brasil. Administração on
line: Impacto do Comércio Eletrônico nos Negócios. ISSN 1517-7912. Volume 2, Número 2
(abril/maio/junho - 2001) Disponível em: <http://www.fecap.br/adm_online>. Acesso em 06 jun. 2004.