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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RUI BARBOSA

“Ruizinho 125 anos: juntos construímos essa história”.

Aluno (a):__________________________________________ Professor (a): Ângela K. Michael


Ano: ________ Turma:_________ Data: _____/_____/______
AVALIAÇÃO ENTRE PERÍODOS
LINGUA PORTUGUÊS

 Leia com atenção e realize as atividades propostas:


TEXTO A:
Negócio de menino com menina

O menino, de uns dez, onze anos, pés no chão, vinha andando pela estrada de terra da fazenda com a gaiola
na mão. Sol forte de uma hora da tarde. A menina, de uns nove anos, dez anos, ia de carro com o pai, novo dono
da fazenda. Gente de São Paulo. Ela viu o passarinho na gaiola e disse ao pai:
¾ Olha que lindo! Compra pra mim?
¾ O homem parou o carro e chamou:
¾ Ô menino.
O menino voltou, chegou perto, carinha boa. Parou ao lado da janela da menina. O homem:
¾ Esse passarinho é pra vender?
¾ Não, senhor.
O pai olhou para a filha com cara de deixa pra lá. A filha pediu suave como se o pai tudo pudesse:
¾ Fala pra ele vender.
O pai, mais para atendê-la, apenas intermediário:
¾ Quanto você quer pelo passarinho?
¾ Não tou vendendo não senhor.
A menina ficou decepcionada e segredou:
¾ Ah, pai, compra.
Ela não considerava, ou não aprendera ainda, que negócio só se faz quando existe um vendedor e um
comprador. No caso, faltava o vendedor. Mas o pai era um homem de negócios, águia da Bolsa de Valores,
acostumado a encorajar os mais hesitantes ou a virar a cabeça dos mais recalcitrantes:
¾ Dou cinqüenta reais.
¾ Não senhor.
¾ Cem.
¾ Vendo não.
O homem meteu a mão no bolso, tirou o dinheiro, mostrou três notas, irritado.
¾ Cento e cinqüenta reais.
¾ Não estou vendendo, não, senhor.
O homem resmungou “que menino chato” e falou para a filha:
¾ Ele não quer vender. Paciência.
A filha, baixinho, indiferente às impossibilidades de transação:
¾ Mas eu queria. Olha que bonitinho.
O homem olhou a menina, a gaiola, a roupa encardida do menino, com um rasgo na manga, o rosto
vermelho de sol.
¾ Deixa comigo.
Levantou-se, deu a volta, foi até lá. A menina procurava intimidade com o passarinho, dedinho nas gretas
da gaiola. O homem, maneiro, estudando o adversário:
¾ Qual o nome deste passarinho?
¾ Ainda não botei nome nele, não. Peguei ele agora.
O homem, quase impaciente:
¾ Não perguntei se ele é batizado ou não, menino. É pintassilgo, é sabiá, é o quê?
¾ Aaaah. É bico-de-lacre.
A menina, pela primeira vez, falou com o menino:
¾ Ele vai crescer?
O menino parou os olhos pretos nos olhos azuis.
¾ Cresce nada. Ele é assim mesmo, pequenininho.
O homem:
¾ E canta?
¾ Canta nada. Só faz chiar assim.
¾ Passarinho besta, hein?
¾ É. Não presta pra nada, é só bonito.
¾ Você pegou ele dentro da fazenda?
¾ É. Aí no mato.
¾ Essa fazenda é minha. Tudo que tem nela é meu.
O menino segurou com mais força a alça da gaiola, ajudou com a outra mão nas grades. O homem achou
que estava na hora e falou já botando a mão na gaiola, dinheiro na outra mão:
¾ Dou duzentos reais, pronto. Toma aqui.
¾ Não senhor, muito obrigado.
O homem veio mandão:
¾ Vende isso logo, menino. Não tá vendo que é pra menina?
¾ Não, não tou vendendo, não.
¾ Trezentos reais! Toma aqui! ¾ e puxou a gaiola.
Com trezentos reais se comprava um saco de feijão, ou dois pares de sapatos, ou uma bicicleta velha.
O menino resistiu, segurando a gaiola, voz trêmula:
¾ Quero não senhor. Tou vendendo não.
¾ Não vende por quê, hein? Por quê?
O menino acuado, tentando explicar:
¾ É que eu demorei a manhã todinha pra pegar ele e tou com fome e com sede, e queria ter ele mais um
pouquinho. Mostrar pra mamãe.
O homem voltou para o carro nervoso. Bateu a porta, culpando a filha pelo aborrecimento.
¾ Viu no que dá mexer com essa gente? É tudo ignorante, filha. Vam’bora.
O menino chegou pertinho da menina e falou baixinho, para só ela ouvir:
¾ Amanhã eu dou ele pra você.
Ela sorriu e compreendeu.

(Ivan Ângelo. O ladrão de sonhos e outras histórias. São Paulo: Ática, 1994. p. 9-11.)

1) O texto trata de uma “negociação” entre pessoas de nível social diferente: o menino, de um lado, e o homem
e a menina, de outro.
a) Copie dois dados do texto comprovam que o menino é pobre.
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b) Copie dois dados do texto comprovam que o homem e sua filha são ricos.
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c) Supostamente, quem tem mais força para vencer na negociação? Por quê?
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2) Mesmo diante das negativas do menino, a menina insiste em que o pai compre o passarinho. O que esse
comportamento revela sobre o tipo de mundo em que ela vive?
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3) O pai, homem experiente no mundo dos negócios, usa estratégias para convencer o menino e, nessas
tentativas, vai ficando cada vez mais irritado.
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a) Quais são as primeiras estratégias?

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b) Já desistindo da compra, diante da insistência da filha o pai tenta novamente. Que novas estratégias ele usa?
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c) Com que argumento o pai da menina pretendia encerrar a negociação?
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4) No final do texto, no auge da irritação, o homem diz à filha: “Viu no que dá mexer com essa gente?
É tudo ignorante, filha. Vam’bora”. O que revela em relação ao menino e à sua gente essa fala do homem?
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5) O passarinho tem um valor ou um significado diferente para cada uma das personagens.
a) Que valor o passarinho tem para o pai da menina?
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b)E que valor ele tem para o menino e para a menina?


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6) Analisando o final da história, o menino deu uma lição na menina e no pai dela? Por quê?
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7) Escreva uma continuação para a crônica considerando a mesma estrutura do texto que você leu:
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TEXTO B

Leia o texto com atenção:


CHEGOU O OUTONO
Não consigo me lembrar exatamente o dia em que o outono começou no Rio de Janeiro neste 1935. Antes
de começar na folhinha ele começou na Rua Marquês de Abrantes. Talvez no dia 12 de março. Sei que estava com
Miguel em um reboque do bonde Praia Vermelha. [...]
Eu havia tomado o bonde na Praça José de Alencar; e quando entramos na Rua Marquês de Abrantes, rumo
de Botafogo, o outono invadiu o reboque. Invadiu e bateu no lado esquerdo de minha cara sob a forma de uma
folha seca. Atrás dessa folha veio um vento, e era o vento do outono. Muitos passageiros do bonde suavam.
No Rio de Janeiro faz tanto calor que depois que acaba o calor a população continua a suar gratuitamente e
por força do hábito durante quatro ou cinco semanas ainda.
Percebi com uma rapidez espantosa que o outono havia chegado. Mas eu não tinha relógio, nem Miguel.
Tentei espiar as horas no interior de um botequim, nada conseguindo. Olhei para o lado. Ao lado estava um
homem decentemente vestido, com cara de possuidor de relógio.
– O senhor pode ter a gentileza de me dar as horas?
Ele espantou-se um pouco e, embora sem nenhum ar gentil, me deu as horas: 13:48. Agradeci e murmurei:
chegou o outono.
Chegara o outono. Vinha talvez do mar e, passando pelo nosso reboque, dirigia-se apressadamente ao
centro da cidade, ainda ocupado pelo verão.
As folhas secas davam pulinhos ao longo da sarjeta; e o vento era quase frio, quase morno, na Rua
Marquês de Abrantes. E as folhas eram amarelas, e meu coração soluçava, e o bonde roncava.
[...] Era iminente a entrada em Botafogo; penso que o resto da viagem não interessa ao público. [...] O
necessário é que todos saibam que chegou o outono. Chegou às 13:48 horas, na Rua Marquês de Abrantes, e
continua em vigor. Em vista do que, ponhamo-nos melancólicos.
(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2004.)
1) O gênero do texto é:

( A) editorial
( B) artigo de opinião
( C) reportagem
( D) crônica

2) O narrador do texto é:
( ) observador ( ) onisciente ( )personagem

3) Localize e escreva:
a) Tempo dos fatos narrados:_____________________________________________________________
b) Lugar: _____________________________________________________________________________

4) Relacione os sinônimos:

( A ) bonde ( ) pequeno estabelecimento comercial


( B ) botequim ( ) valeta situada no meio –fio
( C ) sarjeta ( ) surpresa, admiração
( D ) espantosa ( ) veiculo urbano que se destina ao transporte de passageiros

5) Responda:
a) Como estavam os passageiros quando tomaram o bonde?
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b) Transcreva uma frase em que o autor se refere a época dos fatos:


_________________________________________________________________________________________
c) Quantas letras e fonemas há na palavra “necessário” ?
________________________________________________________________________________________
d) Explique o significado da afirmação: “as folhas secas davam pulinhos ao longo da sarjeta”.
________________________________________________________________________________________
6) Classifique as conjunções coordenadas em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas:
a) “ Mas eu não tinha relógio”...___________________________________________________________
b) O vento era frio e as folhas eram amarelas.________________________________________________
c) Ou era outono ou era verão no Rio de Janeiro.______________________________________________
d) Chegara o outono, portanto, folhas caíam das árvores._________________________________________

7) Na frase; “ quando entramos na rua Marques de Abrantes...”, a conjunção indica:

( ) proporção ( ) tempo ( ) condição


TEXTO C
CAIXA
MURRAY, Roseana. Cinco sentidos e outros.BH

Carregamos pela vida afora


os cheiros dos encontros raros,
dos acontecimentos,
da nossa primeira casa,
do quintal, se houve quintal,
da mãe na cozinha,
dos sonhos quando acordamos.
Se houvesse uma caixa
para guardá-los, seriam
nosso tesouro.

E então, em dias de saudade,


abriríamos nossa caixa
e mergulharíamos
como num túnel do tempo.

a) No verso: “Se houvesse uma caixa para guarda-los, seriam nosso tesouro”, o termo sublinhado dá ideia de:

( ) causa ( ) tempo ( )condição ( ) explicação

b) Copie do poema uma palavra:


 Paroxítona_____________________________________________________________________________
 Proparoxítona_______________________________________________________________________
 Com ditongo________________________________________________________________________
 Com dígrafo consonantal______________________________________________________________

c) A palavra “raros” no contexto é;


( ) substantivo ( ) adjetivo ( ) advérbio

TEXTO D
1) Leia e responda

a) Identifique no poema dois verbos no gerúndio.


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b) Identifique no poema dois verbos no particípio.


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c) Localize uma locução verbal.


____________________________________________________________________________________________
2) Leia e depois responda as questões:

3) Na tira, há predominância de verbos no:


a) imperativo.
b) subjuntivo.
c) indicativo.
d) infinitivo
4) Qual o significado do adverbio “Já” no contexto da tirinha?
___________________________________________________________________________________________

5) Leia e depois responda as questões:

a)Identifique o sujeito do 1º quadrinho.


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b) Na tira: “A gente faz tudo junto”. A classificação do sujeito é

(A) sujeito simples.


(B) sujeito composto.
(C) sujeito oculto.
(D) sujeito indeterminado.

c) No texto: “De noite, cada uma vai pra sua cama, dormir...” O sujeito presente na frase.

(A) “De noite, cada uma”


(B) “cada uma”
(C) “vai pra sua cama”
(D) “De noite”

d) Suponha que, no 3º quadrinho, as meninas dissessem: “Vamos para casa!”, qual seria o tipo do sujeito nesta
frase?
(A) sujeito oculto.
(B) sujeito indeterminado.
(C) sujeito inexistente.
(D) sujeito composto.
6)Defina o tipo de sujeito desta oração: "Fazia um calor infernal no sertão."

( ) Sujeito indeterminado( ) Oração sem sujeito.( ) Sujeito simples ( ) Sujeito oculto.

7) Indique o tipo de sujeito cada frase abaixo.


a) Fala-se muito. _________________________________________________
b) Há muitas vagas.________________________________________________
c) Chegaram ele e o irmão. __________________________________________
d) Os jornais e as revistas são importantes.______________________________
e) A menina brinca no jardim.________________________________________
TEXTO E
1) Leia com atenção:
Borboletas-Vitor e Léo

Percebo que o tempo já não passa


Você diz que não tem graça amar assim
Foi tudo tão bonito, mas voou pro infinito
Parecido com borboletas de um jardim

Agora você volta


E balança o que eu sentia por outro alguém
Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando, mas ainda não sei quem

Não sei dizer o que mudou


Mas nada está igual
Numa noite estranha a gente se estranha e fica mal
Você tenta provar que tudo em nós morreu
Borboletas sempre voltam
E o seu jardim sou eu

2) Analise o verso a seguir: “Percebo que o tempo já não passa”.


O agente da ação verbal expressa pela palavra destacada é?
a.( )sujeito simples
b.( )oração sem sujeito
c.( ) sujeito oculto
d.( ) sujeito indeterminado

3) Na oração…” Você diz que não tem graça amar assim…” Quem é o sujeito? Como podemos classificá-
lo?
a.( )sujeito simples
b.( )oração sem sujeito
c.( ) sujeito oculto
d.( ) sujeito indeterminado

4) Releia esses versos: “Agora você volta / E balança o que eu sentia por outro alguém.”
 Quem é o sujeito do verbo “volta”? Como podemos classificá-lo?
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5) Leia os versos abaixo:
“Dividido entre dois mundos/Sei que estou amando, mas ainda não sei quem”…
Os verbos destacados são respectivamente:

a.( )sujeito simples, sujeito simples


b.( )oração sem sujeito, sujeito indeterminado
c.( ) sujeito oculto, sujeito oculto
d.( ) sujeito indeterminado, sujeito composto
6) Quantas estrofes tem a letra da música?
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7) Copie dois pares de rimas:
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8) O que você entendeu no verso: “ numa noite estranha, a gente se estranha e fica mal.”:
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