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[C]𝗣𝗥𝗢́𝗟𝗢𝗚𝗢

Estavam em uma esquina do Mercado de Forjadores de Espadas na Rua do Aço e, de


ambos os lados, passava uma multidão de indivíduos de múltiplas cores e dialetos comuns
nas ruas do coração Westerosi, que eram exóticas, híbridas, gritantes e glamorosas. Esse
epicentro de artesãos em particular berrava o som de aço fundido e trabalhado nas
bigornas: uma centena de técnicas diferentes de forjar vindas de todos os cantos do mundo.
Um espadachim braavosi desviou o olhar que seguia sua senhora de Volantis, de olhos
audazes e lábios vermelhos de um estranho batom, cuja saia curta e negra deixava à
mostra as coxas morenas dela a cada novo passo dado, e olhou com a testa franzida para
os forjadores; admirando as espadas confeccionadas.

Sua senhora não era indefesa e quem olhasse, com certa certeza e astúcia, poderia
facilmente desistir de certas intenções, mas fez questão de trazer seus espadachins para o
mercado. Um meio de ostentar seu poder e riquezas.

Gastou uma pequena fortuna com os mestres para a confecção de presentes; uma
quantidade que poderia encher um pequeno baú. Eram anéis, brincos e colares de ouro
branco cravejados por dezenas de pequenos rubis cintilantes e vermelhos como as cores
do dragão. Se quisesse manter certas aparências deveria esbanjar certos exageros.

[C]𝗦𝘁𝗼𝗿𝗺𝗯𝗿𝗶𝗻𝗴𝗲𝗿

[C]𝗜

As longas velas bruxulearam, fazendo sombras negras ondularem ao longo das paredes, e
os tapetes de veludo se agitaram com os passos eufóricos. Mas não havia vento no espaço
comum; apenas um calor luxúrioso proporcionado pelos encantos das mulheres de cabelo
Negro e pele de Cobre vindas de Volantis. Elas dançavam com os homens da estalagem, e
alegremente, trocavam de par constantemente em um rodopio dos calcanhares e um
minguar da seda de seus vestidos de colo baixo, que faziam pouco para esconderem suas
formas voluptuosas. A sua senhora acompanhava elas nesse festejo.
Era alta, de aspecto delgado e esbelto, e ela estava numa boa posição para que pudessem
observá-la. A admiração queimou nos olhos ferozes dos homens,
quando olharam para os esplêndidos seios e as pernas torneadas cor de bronze, que
brilhavam sob a luz do fogo.
Era vermelha; seu emaranhado de cachos despencavam pelos ombros como uma torrente
de folhas vermelhas primaveril, hora esvoaçantes ao seguir de seus passos ágeis. Suas
serviçais o tingiram no caminho até Porto Real. Em seu pescoço, uma gargantilha de ouro
enriquecida por aço negro segurava um único grande rubi: escuro e nem um pouco
cintilante.
Quando cansou, o coração já palpitava, sentia um suor salgado deslizando pela pele
morena para o umedecer de suas roupas negras como a noite: um longo vestido solto de
seda esvoaçante, brilhante como pérolas escuras do mar das Ilhas do Verão, com longas
mangas pendentes e profundos cortes no corpete, um decote para os seios, pelos quais se
entrevia um tecido mais escuro e sombrio, ébano puro.
Deixou a folia dos homens excitados para ocupar um espaço vago na mesa de jantar da
estalagem, molhou os lábios secos com vinho, e saboreou a liberdade, finalmente entre os
homens, com seus desejos vulcânicos, praças brilhantes com estrangeiros fervilhando.
Tinha a princesa nascido para se aventurar e não governar.

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