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O Filho Faz o Que Viu o Pai Fazer

Como o Pai tem poder em si mesmo, também o Filho tem si mesmo, para dar sua vida e
tornar a tomá-la; e a assim, ele possui seu próprio corpo. O Filho faz o que viu on Pai
fazer; logo, o Pai e em alguma ocasião deu a sua vida e tornou a tomá-la;
consequentemente ele tem o seu próprio corpo. Cada um se encontra em seu próprio
corpo, no entanto, o mundo sectário crê que o corpo do Filho e do Pai são o mesmo.
(ENSINAMENTOS DO PROFETA JOSEPH SMITH
[Título do Original em Inglês:"Teachings of the Prophet Joseph Smith" Traduzido para o português em 1975
Revisão ortográfica em 2017 por Luiz Otávio M. Pereira.

Extraídos de seus sermões e escritos, conforme se encontram em "Documentary History of the Church" e em outras
obras e publicações da Igreja, escritas ou publicadas durante os dias do ministério do Profeta.

Seleção e arranjos do Historiador Joseph Fielding Smith e de seus assistentes no Escritório do Historiador d'A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.] - [Página 295.])
“O SERMÃO KING FOLLET”
A Pessoa e a Natureza de Deus — A Imortalidade da Inteligência do Homem

Proferido pelo Profeta Joseph Smith

Queridos santos: Necessitarei da vossa atenção, enquanto vos falo a respeito dos mortos.
O passamento de nosso caro irmão Élder King Follet, esmagado por uma caçamba de
pedras dentro de uma mina, é o motivo mais imediato que me leva a tocar nesse assunto.
Fui solicitado a usar da palavra por seus amigos e parentes, porém, visto que nesta
congregação há muitas pessoas, habitantes desta cidade como de outras partes, que
perderam bons amigos, sinto-me inclinado a falar de um modo geral, e vos ofereço minhas
ideias, na medida da minha capacidade, e até onde for inspirado pelo Santo Espírito a me
demorar nele.

Preciso de vossas orações e fé, para que possa ter a instrução do Deus Onipotente e o dom
do Espírito Santo, a fim de expor verdades genuínas e que possam ser facilmente
compreendidas por vós, e para que o testemunho possa levar ao vosso coração e mente a
certeza da veracidade de minhas palavras. Rogai que o Senhor fortaleça meus pulmões, e
que as orações dos santos atinjam os céus, a fim de que entrem nos ouvidos do Senhor
dos Exércitos, pois as solicitações dos justos podem muito em seus efeitos. Aqui existe
força, e acredito firmemente que vossas orações serão ouvidas.

Antes de entrar propriamente no exame deste assunto, gostaria de preparar o terreno,


abordando-o do princípio, para que possais entendê-lo melhor. Considerarei alguns fatos
preliminares, a fim de que compreendais o assunto quando eu chegar a ele. Não espero
nem pretendo deleitar os vossos ouvidos com palavras ou oratória supérfluas, ou com
muita erudição; mas planejo (tenciono) edificar-vos com as singelas verdades dos céus.

O Caráter de Deus

Em primeiro lugar, desejo voltar ao início — ao despontar da criação. É ali o ponto de


partida que devemos procurar, para que possamos entender e conhecer plenamente a
vontade, os propósitos e os decretos do Grande Eloim, assentado acima dos céus, como
estava na criação do mundo. É necessário, de começo, que tenhamos uma compreensão
do próprio Deus. Se partirmos do ponto certo, será fácil continuar pelo caminho certo
todo o tempo; mas, se começarmos errado, continuaremos assim e será muito difícil
retroceder.

Existem apenas uns poucos seres no mundo que entendem devidamente o caráter divino.
A grande maioria da humanidade não compreende coisa alguma, seja do que passou ou
do que está para vir, no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus. Eles não
conhecem, nem tampouco entendem a natureza dessa conexão; e consequentemente,
sabem pouco mais que o animal irracional, ou seja, pouco mais do que comer, beber e
dormir. Isso é tudo o que o homem sabe sobre Deus e a sua existência, a não ser o que lhe
seja dado pela inspiração do Todo-Poderoso.

Se um homem nada aprende além de comer, beber e dormir, e não compreende nenhum
dos desígnios de Deus, o irracional entende as mesmas coisas. Ele come, bebe, dorme, e
nada sabe a respeito de Deus; assim, conhece tanto quanto nós, a não ser que sejamos
capazes de perceber pela inspiração do Deus Onipotente. Se os homens não compreendem
o caráter de Deus, não entendem a si próprios. Quero voltar ao princípio e, assim, elevar
vossas mentes a esferas mais altas e a uma compreensão mais aguda que a comumente
aspirada pela mente humana.

Que Espécie de Ser é Deus?

Quero pedir a esta congregação, a cada homem, mulher e criança, que responda para si
mesmo à pergunta: Que espécie de ser é Deus? Perguntai a vós mesmos; voltai vossos
pensamentos para vosso coração, e dizei se algum de vós já viu, ouviu ou comungou com
ele? Esta é uma pergunta que pode ocupar-vos por longo tempo. Repito-a: Que espécie
de ser é Deus? Algum homem ou mulher o sabe? Alguém dentre vós o terá visto, ouvido,
ou comungado com ele? Eis o fato que talvez ocupe vossa atenção daqui por diante. As
Escrituras informam-nos que “a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único
Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3)

Se qualquer homem não conhece Deus, e indaga que espécie de ser ele é — caso procure
diligentemente em seu próprio coração — se a afirmativa de Jesus e dos apóstolos é
verdadeira, compreenderá que não tem vida eterna; pois não pode haver vida eterna
baseada em nenhum outro princípio.

Meu primeiro objetivo é descobrir o caráter do único Deus sapiente e verdadeiro, e que
espécie de ser ele é; e, caso seja eu um afortunado por compreender a Deus, e de poder
explicar ou comunicar seus princípios a vossos corações, de modo que o Espírito os sele
sobre vós, então que todos se sentem em silêncio daqui em diante, ponham as mãos sobre
a boca e nunca mais levantem a mão ou a voz, ou digam qualquer coisa contra o homem
de Deus ou os servos de Deus. Mas, se eu fracassar nisto, será meu dever renunciar a
qualquer pretensão a mais revelações e inspirações, ou de ser um profeta; aí tornar-me-ei
igual ao resto do mundo — um falso mestre, aclamado como amigo, e nenhum homem
buscará minha vida. Mas, se todos os mestres religiosos fossem suficientemente honestos
para renunciar a suas pretensões de santidade, quando se torna manifesta sua ignorância
no tocante ao conhecimento de Deus, estariam em tão má situação quanto eu, pelo menos;
e vós poderíeis tirar igualmente a vida de outros falsos mestres como a minha. Se qualquer
homem está autorizado a matar-me, porque pensa ou afirma que sou um falso mestre,
então, baseados no mesmo princípio, estaríamos justificados em exterminar todos os
falsos mestres, e onde acabaria o derramamento de sangue? E quem não seria atingido?

O Privilégio da Liberdade Religiosa

Mas não vos metais com qualquer homem por causa de suas idéias religiosas; todos os
governos deveriam permitir que cada pessoa seguisse sua fé, sem ser molestada. Ninguém
tem autoridade para matar por diferença de religião, que todas as leis e governos deveriam
tolerar e proteger, certas ou erradas. Todo homem possui o direito natural e, em nosso
país, o direito constitucional, de ser um falso profeta, bem como um profeta verdadeiro.
Se eu provar, verdadeiramente, que tenho a verdade de Deus e também que noventa e
nove de cada cem ministros religiosos professos são falsos mestres sem nenhuma
autoridade, embora pretendam possuir as chaves do reino de Deus na terra, e fosse matá-
los por serem falsos mestres, iria inundar de sangue o mundo inteiro.

Provarei que o mundo está errado, mostrando quem é Deus. Examinemo-lo, pois quero
que todos vós o conheçais e estejais familiarizados com ele; e se eu vos estou levando a
certo conhecimento dele, todas as perseguições contra mim deveriam cessar. Então
sabereis que sou o servo dele, pois falo como alguém investido de autoridade.

Deus — Um Homem Exaltado

Para mostrar que espécie de ser é Deus, voltarei ao princípio, antes que o mundo existisse.
Que tipo de ser era Deus no início? Abri vossos ouvidos e corações, ó vós, confins da
terra, pois vou provar-vos isto pela Bíblia, e contar-vos sobre os desígnios divinos em
relação à raça humana, e por que ele interfere nos negócios do homem.

O próprio Deus já foi como somos agora — ele é um homem exaltado, entronizado em
céus distantes! Esse é o grande segredo. Se o véu se rompesse hoje, e o grande Deus que
mantém este mundo em sua órbita, e que sustenta todos os mundos e todas as coisas por
seu poder, se fizesse visível — digo se vós pudésseis vislumbrá-lo hoje, vê-lo-íeis em
forma de homem — como vós em toda pessoa, imagem e na própria forma de um homem;
pois Adão foi criado à própria imagem e semelhança de Deus, e dele recebia instruções
e com ele andava, falava e conversava, exatamente como um homem fala e conversa com
outro.

A fim de entendermos a questão dos mortos, para consolo dos que choram a perda de
amigos, é necessário que entendamos o caráter e a natureza de Deus, e como ele veio a
ser assim, pois vou contar-vos como Deus veio a ser Deus. Temos imaginado e suposto
que Deus é Deus desde todo o sempre. Eu refutarei esta ideia e retirarei o véu, para que
possais enxergar.

Estes conceitos são incompreensíveis para alguns, embora muito simples. O primeiro
princípio do evangelho é conhecermos com toda certeza o caráter de Deus e saber que
podemos falar com ele, assim como os homens falam uns com os outros, e que ele já foi
um homem como nós; sim, que o próprio Deus, o Pai de todos nós, habitou sobre uma
terra, tal como o próprio Jesus Cristo o fez; e vou prová-lo pela Bíblia.
O Poder do Pai e do Filho

Desejaria estar num local apropriado para dizê-lo, e dispor da trombeta de um arcanjo, de
modo que pudesse contar a história de tal maneira, que a perseguição cessasse para
sempre. O que declarou Jesus? (Tome nota, Élder Rigdon!) As Escrituras informam-nos
que Jesus disse que, como o Pai tem poder em si mesmo, da mesma forma deu também
poder ao Filho — para fazer o que? Ora, o mesmo que fez o Pai. A resposta é óbvia — de
certo modo, dar a vida e tornar a tomá-la. Jesus, o que irás fazer? Vou dar a minha vida
como meu Pai fez, e tomá-la novamente. Acreditais nisso? Se não credes nisto, não credes
na Bíblia. As escrituras é que o afirmam, e eu desafio toda a sabedoria e conhecimento e
mais todos os poderes combinados do inferno e da terra que o refutem. Aqui, então, está
a vida eterna — conhecer o único Deus sábio e verdadeiro; e tereis que aprender como
tornar-vos deuses vós mesmos, e como serdes reis e sacerdotes para Deus, da mesma
forma como todos os deuses fizeram antes de vós, isto é, passando de um pequeno degrau
para outro, de uma capacidade menor para outra maior; de graça em graça, de exaltação
em exaltação, até que consigais ressuscitar os mortos e sejais capazes de habitar em
fulgores eternos e de assentar-vos em glória, como aqueles que estão entronizados em
poder infinito. E quero que saibais que Deus, nestes últimos dias, enquanto certos
indivíduos estão proclamando seu nome, não está brincando comigo ou convosco.

Os Justos Habitarão em Fulgores Eternos

Estes são os primeiros princípios de consolo. Quão animador não é para os enlutados,
quando se separam do marido, mulher, pai, mãe, filho ou parente querido, saber que,
embora o tabernáculo terreno seja abandonado e decomposto, eles ressuscitarão
novamente para habitar nos fulgores eternos, em glória imortal, não para afligir-se, sofrer
ou morrer ainda, mas para serem herdeiros de Deus e co-herdeiros com Jesus Cristo. O
que significa isto? Herdar o mesmo poder, a mesma glória e a mesma exaltação, até que
atinjais a categoria de um Deus e ascendais ao trono de poder eterno, como os que já vos
antecederam. O que fez Jesus? Ora, eu faço as coisas que vi meu Pai fazer, quando os
mundos rolaram para a existência. Meu Pai construiu seu reino com temor e tremor, e
tenho que fazer o mesmo; e quando Eu conseguir o meu reino, apresentá-lo-ei ao meu
Pai, a fim de que ele possa obter reino sobre reino, e isto o exaltará em glória.
Ele então tomará uma exaltação maior e eu ocuparei o seu lugar, tornando-me assim
também exaltado. De modo que Jesus segue as pegadas de seu Pai, e herda o que Deus
fez antes, e assim Deus é glorificado e exaltado na salvação e exaltação de todos os seus
filhos. É tão evidente, que não admito refutações, e assim aprendeis alguns dos primeiros
princípios do evangelho, sobre os quais tanto se fala.

Quando galgais uma escada, sois obrigados a começar de baixo e subir degrau por degrau,
até chegar no alto; o mesmo acontece com os princípios do evangelho — deveis começar
com o primeiro, e ir continuando até que tenhais aprendido todos os princípios de
exaltação. Mas ainda levará bastante tempo depois de terdes passado pelo véu, até que os
tenhais aprendido. Nem tudo é para ser compreendido neste mundo; será um trabalho
árduo aprendermos sobre nossa salvação e exaltação, mesmo no além-túmulo. Suponho

que não me é permitido entrar no exame de qualquer coisa que não esteja contida na
Bíblia. Se eu o fizesse, acho que aqui há tantos homens extremamente sapientes, que logo
começariam a gritar “traição” e me matariam. Assim, pois, voltarei à velha Bíblia e me
tornarei hoje um comentador.

O Significado das Escrituras Hebraicas

Irei comentar a primeira palavra hebraica da Bíblia; farei um estudo da primeira sentença
da história da criação na Bíblia — berosheit. Quero analisar o vocábulo: bait = em, por,
através e assim por diante; rosh = a cabeça; sheit = terminação gramatical. Quando foi
escrito pelo autor inspirado, ele não colocou ali o termo bait. Foi um antigo judeu, sem
qualquer autoridade, que o acrescentou, pois não achou conveniente começar falando da
cabeça! Originalmente, dizia: “O cabeça dos Deuses fez aparecer os Deuses.” É este o
verdadeiro sentido das palavras. Baurau significa causar, fazer aparecer. Se não acreditais,
estais descrendo do homem erudito de Deus. Os doutos não vos poderiam ensinar mais
do que eu estou falando. Assim, o cabeça dos Deuses fez aparecer os Deuses no grande
conselho.

Vou transportar isto para a língua inglesa e simplificá-lo. Oh, vós, advogados, doutores e
sacerdotes que me tendes perseguido, quero que saibais que o Espírito Santo conhece
alguma coisa tão bem quanto vós. O cabeça dos Deuses conclamou os Deuses e com eles
assentou-se em grande conselho, para fazer surgir o mundo. Os grão-conselheiros,
sentados ao lado do cabeça, contemplaram a formação dos mundos que foram criados
naquele tempo. Quando falo de doutores e advogados, refiro-me aos doutores e
advogados das Escrituras. Prossegui até este ponto sem uma explicação, para deixar os
advogados confundidos e todos rirem deles. Alguns dos cultos doutores podem ter o
desejo de dizer que as Escrituras afirmam isto e aquilo, que devemos crer nas Escrituras,
e que elas não devem ser alteradas. Mas eu irei mostrar-vos um erro nelas.

Possuo uma velha edição do Novo Testamento em latim, hebraico, alemão e grego. Estive
lendo a versão alemã e descobri que é a mais correta das traduções, e que mais de perto
corresponde às revelações que tenho recebido de Deus nos últimos catorze anos. Ali se
fala de Jacobus, o filho de Zebedeu, o que quer dizer Jacó. No Novo Testamento, em
inglês, foi traduzido como Tiago. Ora, se Jacó tivesse as chaves, poderíeis falar de Tiago
por toda a eternidade, sem nunca conseguir tais chaves. No versículo 21 do quarto
capítulo de Mateus, a minha velha edição alemã dá a palavra Jacó, em lugar de Tiago.

Os doutores (isto é, os doutores da lei, não os médicos) dizem: “Se pregardes qualquer
coisa que não esteja de acordo com a Bíblia, gritaremos traição.” Como poderemos
escapar da condenação do inferno, a não ser que Deus esteja conosco e nos dê revelações?
Os homens agrilhoam-nos com correntes. A versão latina diz Jacobus, que quer dizer
Jacó; a em hebreu fala em Jacó, a grega diz Jacó e a alemã traz Jacó; aqui temos o
testemunho de quatro contra um. Graças dou a Deus por ter este velho livro; mas ainda
lhe agradeço mais pelo dom do Espírito Santo. Consegui o livro mais antigo do mundo;
mas possuo o livro mais antigo no coração, mesmo o dom do Espírito Santo. Tenho todos
os quatro Testamentos. Vinde aqui, ó vós, homens letrados e lede-os, se puderdes. Eu não
teria apresentado este testemunho, se não fosse para defender a questão da palavra rosh
— o cabeça, o Pai dos Deuses. Não o teria trazido à baila, somente para mostrar
que estou certo.

Um Conselho dos Deuses

No princípio, o cabeça dos Deuses convocou um conselho dos Deuses; e estes se reuniram
e engendraram (prepararam) um plano para criar o mundo e povoá-lo. Quando
começamos a aprender desta maneira, conheceremos o único Deus verdadeiro e a que
espécie de ser temos que adorar. Possuindo um conhecimento de Deus, começamos a
saber como aproximarmo-nos dele e como pedir para que recebamos uma resposta.

Quando entendemos o caráter de Deus, e sabemos como nos aproximar dele, ele começa
a nos desvendar os céus e a nos falar sobre eles. Quando estamos prontos a ir a ele, ele
está pronto para vir a nós.

Agora pergunto a todos os que me ouvem, por que os homens doutos que pregam a
salvação, dizem que Deus criou os céus e a terra do nada? O motivo é que eles são
ignorantes nas coisas de Deus, e não têm o dom do Espírito Santo; consideram blasfêmia
se alguém contradiz suas idéias. Se lhes dizeis que Deus fez o mundo a partir de alguma
coisa, eles vos chamarão de parvos. Mas eu sou informado e sei mais do que todo o mundo
reunido. Em última instância, o Espírito Santo sabe, e ele está dentro de mim e
compreende mais do que o mundo inteiro; e eu me associarei a ele.

O Significado da Palavra Criar

Se perguntardes aos cultos doutores por que afirmam que o mundo foi feito do nada,
responderão: “Acaso não diz a Bíblia que ele criou o mundo?” Eles inferem do verbo
criar que deve necessariamente ter sido feito do nada. Bem, a palavra criar provém do
termo “baurau”, que não significa criar do nada; quer dizer organizar; a mesma coisa
como se o homem organizasse materiais e construísse um navio. Dali, deduzimos que
Deus dispunha da matéria em estado de caos para organizar o mundo — a matéria caótica,
eu constituem os elementos, e na qual habita toda a glória. Os elementos tiveram sua
existência simultaneamente com a de Deus. Os princípios puros dos elementos nunca
podem ser destruídos; podem ser organizados e reorganizados, mas não destruídos. Não
tiveram início e não poderão ter fim.

O Espírito Imortal

Tenho ainda outro assunto no qual me demorarei, que se destina a exaltar o homem;
porém, é-me impossível falar muita coisa sobre ele. Por isso, só vou tocá-lo de leve, pois
o tempo não me permite dizer tudo. Relaciona-se com a ressurreição dos mortos — isto
é, a alma — a mente do homem — o espírito imortal. De onde terá vindo? Todos os
homens cultos e doutores de divindade dizem que Deus o criou no princípio; mas não é
assim; a meu ver, a própria idéia diminui o homem. Não creio nessa doutrina; eu conheço
a verdade. Escutai, ó vós, confins da terra, pois o próprio Deus mo disse; e se não
acreditais em mim, isso não invalidará a verdade. Eu farei o homem, que não crê, parecer
um tolo antes de haver terminado. Vou falar de coisas mais nobres.

Dizemos que o próprio Deus é um ser auto-existente. Quem vo-lo disse? É bastante
correto; mas, como entrou na vossa mente? Quem vos contou que o homem não existe da
mesma forma, sob os mesmos princípios? O homem existe sob os mesmos princípios.
Deus fez um tabernáculo e nele colocou um espírito, tornando-o, assim, uma alma
vivente. (Refere-se à Bíblia) Como está em hebraico? Em hebraico o texto não diz que
Deus criou o espírito do homem. Diz: “Deus formou o homem do pó da terra e colocou
nele o espírito de Adão e, assim, tornou-se um corpo vivente”.

A mente ou inteligência possuída pelo homem é semelhante (co-eterna) à do próprio


Deus. Sei que meu testemunho é verdadeiro; portanto, quando falo a estes enlutados, o
que eles perderam? Seus parentes e amigos estão apenas separados de seus corpos por
pouco tempo; seus espíritos que existiram com Deus deixaram o tabernáculo de argila por
um momento apenas, pode-se dizer; e agora existem num lugar onde conversam uns com
os outros, exatamente como fazemos na terra.

Estou-me estendendo sobre a imortalidade do espírito do homem. Seria lógico dizer que
a inteligência dos espíritos é imortal e, ainda assim, teve um princípio? A inteligência dos
espíritos não teve início, nem terá fim. Isto é absolutamente lógico. Aquilo que tem um
princípio, pode ter um fim. Nunca houve um tempo em que não existissem espíritos; pois
eles são semelhantes (co-eternos) a nosso Pai Celestial.

Desejo falar mais sobre o espírito humano, pois estou tratando do corpo e do espírito do
homem — da questão dos mortos. Tomo este meu anel e o comparo à mente do homem
— a parte imortal, porque não tem nenhum princípio. Suponho que o corteis em dois;
então terá um princípio e um fim; mas basta juntá- los novamente e continuará um círculo
eterno. Assim acontece com o espírito do homem. Como o Senhor vive, se teve um
começo, terá que ter um fim. Todos os homens tolos, instruídos e sábios, desde o princípio
da criação, que dizem que o espírito do homem teve um princípio, provam que ele terá
que ter um fim; e se esta doutrina é correta, então a doutrina do aniquilamento seria
verdadeira. Mas, se eu estou certo, posso destemidamente proclamar do alto dos telhados,
que Deus jamais teve o poder de criar o espírito do homem. Deus, ele mesmo, não poderia
criar a si próprio.

A inteligência é eterna e existe sob um princípio auto-existente. É um espírito de era em


era, e nada tem a ver com criação. Todos os intelectos e espíritos que Deus constantemente
manda ao mundo são suscetíveis de engrandecimento.

O Poder Para Progredir em Conhecimento

Os primeiros princípios do homem são auto-existentes com Deus. O próprio Deus, vendo-
se em meio de espíritos e glória, porque era mais inteligente, achou próprio instituir leis
para que os demais pudessem ter o privilégio de progredir com ele. Nosso relacionamento
com Deus coloca-nos em posição de avançar em conhecimento. Ele tem poder para
instituir leis, a fim de instruir as inteligências menos dotadas, que se possam exaltar como
ele próprio, e assim, terem glória sobre glória, e todo o conhecimento, poder, glória e
inteligência, que são requisitos a fim de salvá-las no mundo dos espíritos.

Isso é doutrina sã. Tem gosto bom. Posso provar os princípios de vida eterna, e vós
também. São-me dados pelas revelações de Jesus Cristo; e eu sei que, quando vos digo
estas palavras de vida eterna, como me são dadas, vós as provais e acreditais nelas, eu sei.
Dizeis que o mel é doce, e assim digo eu. Posso provar também o espírito de vida eterna.
Sei que ele é bom; e quando vos falo dessas coisas que me foram dadas pela inspiração
do Santo Espírito, estais obrigados a recebê-las como doces, regozijando-vos mais e mais.

A Relação do Homem Para Com Deus

Quero falar mais da relação do homem para com Deus. Abrirei vossos olhos quanto aos
mortos. Todas as coisas, sejam quais forem que Deus, em sua infinita sabedoria, achou
conveniente revelar-nos, enquanto vivemos na mortalidade, a respeito de nossos corpos
mortais, são-nos reveladas de maneira abstrata e independente da afinidade desse
tabernáculo mortal, mas são reveladas ao nosso espírito precisamente como se não
tivéssemos corpo algum; e essas revelações, resgate de nossos espíritos, salvarão nossos
corpos. Deus no-las revela, em vista da não dissolução eterna do corpo ou tabernáculo.
Daí a responsabilidade, a terrível responsabilidade que cai sobre nós quanto aos nossos
mortos; porque todos os espíritos que não obedecerem ao Evangelho na carne, têm que
fazê-lo no espírito, ou serão condenados.

Que pensamento solene! — que pensamento medonho! Não há nada que possa ser feito?
— nenhum preparativo — nenhuma salvação para nossos pais e amigos que morreram
sem ter tido a oportunidade de obedecer aos decretos do Filho do Homem? Quisera Deus
que eu tivesse quarenta dias e noites para dizer-vos tudo. Eu vos faria saber que não sou
um “profeta decaído.”

Nossa Maior Responsabilidade

Quais as promessas feitas quanto ao assunto da salvação dos mortos? E que espécie de
caráter têm os que podem ser salvos, a despeito de seus corpos estarem-se desfazendo e
decompondo debaixo da terra? Quando seus mandamentos nos ensinam, é em termos de
eternidade, pois somos encarados por Deus como se ali estivéssemos; Deus vive na
eternidade e não encara as coisas como nós.

A maior responsabilidade neste mundo que Deus nos impôs é a de buscar nossos mortos.
O apóstolo diz que “eles sem nós não ... (podem ser) aperfeiçoados”; por isso, era
necessário que tivéssemos em nossas mãos o poder de selar nossos filhos e nossos mortos,
para a plenitude da dispensação dos tempos — uma dispensação para cumprir as
promessas feitas por Jesus Cristo, antes da fundação do mundo para o resgate do homem.
Agora falarei deles. Irei ao encontro de Paulo. Digo-te, Paulo, tu não podes ser
aperfeiçoado sem nós. É necessário que aqueles que nos precederam e os que nos seguirão
sejam salvos juntamente conosco; e isto Deus tornou obrigatório ao homem. Por isso,
falou: “Eis que eu vos envio o Profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do
Senhor, e (ele) converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais;
para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Malaquias 4:5-6)
Uma Salvação Para os Homens

Dirijo-vos algumas palavras sobre o que fez Deus para ajustar as condições do homem
— antes da fundação do mundo. O que nos disse Jesus? Todo pecado, toda blasfêmia e
qualquer transgressão, exceto uma, que o homem possa cometer, poderá ser perdoada; e
há um resgate para todos os homens, seja neste mundo ou no mundo vindouro, que não
tenham cometido o pecado imperdoável, havendo uma provisão neste mundo ou no
mundo dos espíritos. Por isso, Deus fez uma provisão para que todo espírito no mundo
eterno possa ser alcançado e salvo, se não tiver cometido o pecado imperdoável para o
qual não existe remissão nem neste mundo e nem no mundo dos espíritos. Deus realizou
uma salvação para todos os homens, a não ser aqueles que cometeram certo pecado; e
todo aquele que tem um amigo no mundo eterno pode salvá-lo, contanto que este não
tenha cometido o pecado imperdoável. E assim vereis até que ponto podeis ser um
salvador.

O Pecado Imperdoável

O homem não pode cometer o pecado imperdoável após a dissolução do corpo, e existe
um meio possível para escapar. O conhecimento salva o homem; e no mundo dos
espíritos, ninguém pode ser exaltado, senão pelo conhecimento. Enquanto não atentar
para os mandamentos, tem que ficar sem salvação. Se um homem tiver conhecimento,
pode ser redimido; não obstante, se tiver sido culpado de graves pecados, será punido por
eles. Mas, quando consente em obedecer ao evangelho, seja aqui ou no mundo dos
espíritos, ele é salvo.

O homem é seu próprio atormentador e seu próprio condenador. Daí o dito: “Eles serão
lançados no ardente lago de fogo e enxofre.” A tortura do desapontamento na mente
humana é tão lancinante, como um lago de fogo e enxofre. Digo-vos, assim é o tormento
do homem.

Eu conheço as Escrituras e as entendo. Digo que nenhum homem pode cometer o pecado
imperdoável após a dissolução do corpo, tampouco nesta vida antes de receber o Espírito
Santo; mas eles têm que fazê-lo neste mundo. Portanto, a salvação de Jesus Cristo foi
operada para todos os homens, a fim de triunfar sobre o demônio; porque, se esta salvação
não o alcança em um lugar, fá-lo-á em outro, pois ele se levantou como um Salvador.
Todos terão que sofrer até que obedeçam ao próprio Cristo.

A contenda nos céus deveu-se ao seguinte — Jesus disse que certas almas não seriam
salvas; e o demônio afirmou que ele salvaria a todas elas e expôs seus planos diante do
grande conselho, o qual votou em favor de Jesus Cristo. Por isso, o demônio rebelou-se
contra Deus e foi expulso, junto com todos os que se colocaram ao lado dele. (Pérola de
Grande Valor — Moisés 4:1-4; Abraão 3:23-28)

O Perdão dos Pecados

Todos os pecados serão perdoados, exceto aquele contra o Espírito Santo, pois Jesus
salvará a todos, exceto os filhos de perdição. O que deve fazer o homem para cometer o
pecado imperdoável? Tem que receber o Espírito Santo, ter os céus abertos a ele e
conhecer Deus, e depois pecar contra ele. Depois de haver pecado contra o Espírito Santo,
para ele não há mais arrependimento. Terá de dizer que o sol não brilha, enquanto o vê;
terá de contestar Jesus Cristo, quando os céus lhe forem abertos, e negar o plano de
salvação, com os

olhos abertos para a realidade dele; e desse momento em diante, passa a ser um inimigo.
É este o caso de muitos apóstatas d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Quando um homem começa a ser inimigo dessa obra, ele me persegue, procura matar-me
e nunca deixa de ter sede do meu sangue. Ele apanha o espírito do demônio — o mesmo
espírito possuído por aqueles que crucificaram o Senhor da Vida — o mesmo espírito que
peca contra o Espírito Santo. Ninguém pode salvar essas pessoas; ninguém pode induzi-
las ao arrependimento; elas estão em guerra declarada, como o demônio, e terríveis serão
as consequências. Advirto-vos a todos, sede cuidadosos no que fazeis, ou poderá
acontecer que pouco a pouco descubrais que fostes enganados. Não arredeis pé; não
transijais; não deis nenhum passo impensado, podeis ser salvos. Se houver em vós um
espírito de amargura, não vos precipiteis. Podeis achar que aquele homem é um pecador.
Bem, caso ele se arrependa, será perdoado. Sede cautelosos: aguardai. Se encontrardes
um espírito que quer derramar sangue — matar, o mesmo não é de Deus, mas do demônio.
Pois do que há em abundância no coração humano, disso a boca fala. (Mateus, 12:34).
“Na Casa de Meu Pai”

Os melhores homens produzem as melhores obras. O homem que vos falar palavras de
vida é quem vos poderá salvar. Previno-vos contra todos os de mau caráter que pecam
contra o Espírito Santo; pois para eles não há redenção neste mundo e tampouco no
vindouro.

Eu poderia remontar ao princípio e traçar todos os aspectos do relacionamento entre Deus


e o homem, se tivesse tempo. Poderia entrar na consideração dos mistérios; poderia
abordar amplamente sobre mundos eternos, pois Jesus disse: “Na casa de meu Pai há
muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.” (João
14:2) Paulo diz: “Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas;
porque uma estrela difere em glória doutra estrela. Assim também a ressurreição dos
mortos.” (I Coríntios 15:41-32) O que temos para consolar-nos quanto aos mortos? Temos
motivo para a maior esperança e consolo para nossos mortos entre todos os povos da terra;
porque nós os vimos andar em retidão entre nós e vimo-los cair adormecidos nos braços
de Jesus; e aqueles que morreram na fé, estão agora no reino celestial de Deus. E ali é a
glória do sol.

Os Justos Que Pranteiam Terão Motivo Para Regozijar-se

Falando da morte do Élder King Follet, vós que o pranteais, tendes motivo de regozijo,
pois vosso marido e pai irá aguardar até a ressurreição dos mortos — até o
aperfeiçoamento dos que ficaram; porque na ressurreição, vosso amigo ressuscitará em
perfeita felicidade e irá para a glória celestial, enquanto muitos terão que esperar miríades
de anos até poderem receber as mesmas bênçãos; e vossas expectativas e esperanças estão
muito acima do que o homem pode conceber; pois, por que Deus no-lo revelou?

Estou autorizado a dizer-vos, pela autoridade do Espírito Santo, que não tendes nenhum
motivo para temer; pois ele (Irmão Follet)se foi para o lar dos justos. Não vos lamenteis;
não pranteeis. Eu o sei pelo testemunho do Espírito Santo que está em mim, e podeis
esperar que vossos amigos venham ao vosso encontro na alva do mundo celestial.
Regozijai-vos, ó Israel! Vossos amigos que foram assassinados nas perseguições por amor
à verdade, triunfarão gloriosamente no mundo celestial, enquanto seus matadores estarão
contorcendo-se por séculos em tormentos, mesmo até que tenham pago o último vintém.
Eu falo isto para o benefício dos estranhos.

Tenho pai, irmãos, filhos e amigos que se foram para o mundo dos espíritos. Eles estão
ausentes apenas por um momento. Estão em espírito e logo voltaremos a nos encontrar.
Logo chegará o tempo de soar a trombeta. Quando partirmos, iremos saudar nossas mães,
pais, amigos, e todos a quem amamos e que morreram em Jesus. Então não haverá mais
temor algum de turbas, violências ou maliciosos mandados judiciais e prisões; mas será
uma felicidade eterna.

O Batismo

Deixarei este assunto por aqui, e falarei umas poucas coisas a respeito do batismo. O
batismo de água, sem o acompanhamento do batismo de fogo e do Espírito Santo não tem
valor algum; eles são necessária e inseparavelmente ligados. Um indivíduo tem que ter
nascido da água e do Espírito, a fim de entrar no reino de Deus. O texto em alemão
testifica-me sobre o que tenho recebido e ensinado nos últimos quatorze anos.

Possuo a prova para lançar-lhes em rosto. Meu testemunho esteve certo o tempo todo.
Podereis encontrá-lo na declaração de João Batista. (Lê a versão alemã.) João diz: “Eu
vos batizo com água, mas quando vier Jesus, que tem o poder (ou chaves), ele
administrará o batismo de fogo e o Espírito Santo.” Grande Deus! Que fim levou agora
todo o mundo sectário? E se este testemunho é verdade, todos estão condenados tão
claramente como o pode o anátema. Eu sei que o texto é correto. Peço que todos os
alemães que sabem ser isto verdade, que digam: Sim. (Altos brados de “sim”).

Alexander Campbell, como ides salvar o povo apenas com água? Pois João não disse que
seu batismo de nada valia, sem o batismo de Jesus Cristo? “Pelo que, não deixando os
rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição; não lançando de novo o
fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos
batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isto
faremos, se Deus o permitir.” (Hebreus 6:1-3)
Existe um Deus, um Pai, um Jesus, uma esperança de nosso chamado, um batismo. ***
Muitos dizem que o batismo não é essencial para que nos salvemos; mas esse tipo de
ensinamento lançará o alicerce da nossa condenação. Eu tenho a verdade, e desafio o
mundo a que me contradiga, se puder.

Agora preguei um pouco de latim, um pouco de hebraico, grego e alemão, e cumpri com
tudo. Não sou tão tolo quanto muitos me julgam. Os alemães sabem que li o alemão
corretamente.

Um Chamado ao Arrependimento

Ouvi, ó vós, confins da terra — todos vós, sacerdotes, todos vós, pecadores, e todos os
homens. Arrependei-vos! Obedecei ao Evangelho. Voltai a Deus, pois vossa religião não
vos poderá salvar, e sereis condenados. Não posso dizer por quanto tempo. Tem havido
comentários a respeito de serem todos os homens redimidos do inferno; mas digo-vos que
aqueles que pecam contra o Espírito Santo, não podem ser perdoados nem neste mundo
e nem no vindouro; eles sofrerão a segunda morte. Aqueles que cometem o pecado
imperdoável, são condenados ao Gnolom — a habitar no inferno, mundos sem fim. Como
maquinaram cenas de matança neste mundo, assim ressurgirão naquela ressurreição que
é como o lago de fogo e enxofre.

Alguns irão para os fulgores eternos de Deus, pois é ali que Deus habita, e outros
ressurgirão para o anátema de sua própria corrupção, que é um tormento tão lancinante
como o lago de fogo e enxofre.

Minhas observações são dirigidas a todos, ricos, e pobres, cativos e livres, grandes e
pequenos. Não sinto animosidade contra homem algum. Eu vos amo a todos, mas odeio
alguns de vossos feitos. Sou vosso melhor amigo e se (certas) pessoas não atingem seu
alvo é sua própria culpa. Se eu reprovar um homem e por isso for odiado, ele é um tolo;
pois eu amo a todos, especialmente estes meus irmãos e irmãs.

Regozijo-me ouvindo o testemunho de meus velhos amigos. Vós não me conheceis; vós
nunca conhecestes meu coração. Homem algum conhece minha história. Não posso
contá-la — jamais o farei. Não vos censuro por me desacreditardes. Não tivesse eu
experimentado o que experimentei, teria desacreditado nela eu mesmo. Nunca fiz mal a
ninguém desde que nasci no mundo. Minha voz é sempre pela paz.

Não posso descansar até que todo meu trabalho esteja terminado. Nunca penso mal nem
faço coisa alguma em prejuízo do meu semelhante. Quando eu for chamado pela trombeta
do arcanjo e pesado na balança, então todos vós ireis conhecer-me. Nada mais direi. Que
Deus vos abençoe. Amém. - (Joseph Smith Jr, 6 de abril de 1844) Times and Seasons, 15 de agosto
de 1844.
(ENSINAMENTOS DO PROFETA JOSEPH SMITH
[Título do Original em Inglês:"Teachings of the Prophet Joseph Smith" Traduzido para o português em 1975
Revisão ortográfica em 2017 por Luiz Otávio M. Pereira.

Extraídos de seus sermões e escritos, conforme se encontram em "Documentary History of the Church" e em outras
obras e publicações da Igreja, escritas ou publicadas durante os dias do ministério do Profeta.

Seleção e arranjos do Historiador Joseph Fielding Smith e de seus assistentes no Escritório do Historiador d'A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.] - [Páginas 324-339.]

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