Você está na página 1de 4

Oxossi é irmão de Ogum e Exu e possui características semelhantes às dos irmãos.

É o guerreiro das
matas que busca alimento para sua família. Sua maior preocupação era preservar todas as espécies de
vida animal para que elas não se extinguissem e, assim, não acabasse o alimento para a humanidade.
Corajoso e viril, é considerado o mais bonito e charmoso dos orixás.

Diz a lenda que Oxossi abandonou sua família por um encantamento de Ossaim, mesmo sendo
alertado por sua mãe Iemanjá. Depois disso, ela teria impedido que ele voltasse para casa, obrigando – o
a viver nas florestas. Isso fez com que ele aprimorasse seus dotes de caçador, mas sua vida foi de solidão
e abandono. Os filhos de Oxossi têm bastante jovialidade e rapidez física e mental. Também são vaidosos
e intuitivos.

CONHECENDO MAIS DE OXOSSE

Oxossi, deus dos caçadores, seria irmão mais jovem ou filho deOgun. Seu culto encontra-se quase
extinto na África, nos países de língua Yorubá, o entanto é muito difundido no Novo Mundo, tanto no
Brasil quanto em Cuba. Isto explica-se, talvez, pelo fato de Kétu, na África, haver sido completamente
destruído e saqueado pelas tropas do rei Daomé, no século passado, sendo os seus habitantes vendidos
como escravos para o Brasil e para a Cuba,

inclusive os iniciados no Culto de Oxossi, chegou-se a tal ponto que, embora existindo ainda, em Kétu, os
locais onde Oxossi recebia outrora oferendas e sacrifícios, já não existem, atualmente, pessoas que
saibam ou desejam cultuá-lo.

No Brasil, seus numerosos iniciados usam colares de cor verde ou azul claro quinta-feira é o dia da
semana que lhe é consagrado; Oxossi tem como o símbolo, tanto na África como no Brasil, um arco e
flecha de ferro batido; sacrificam-lhe porcos e são-lhe oferecidos pratos de Axoxo, milho fervido, servido
com pedaços da polpa de coco. Oxossi é sincretizado na Bahia com São Jorge e, no rio de Janeiro, com
São Sebastião. No decorrer das cerimônias públicas do Xiré dos Orixás, ele segura em uma das mãos o
arco e a flecha, seus símbolos, e tem na outra umErukerê, espanta-moscas, insígnia de dignidade dos reis
da África e que lembra e ter sido ele so rei de Kétu. Suas danças imitam a caça, a perseguição do animal
e o arremesso da flecha. É saudado com o grito Oké

A importância de Oxossi devi-se, na África, a diversos fatores:

O primeiro, era descoberta, no decorrer de suas expedições, de local favorável ao estabelecimento de


uma roça ou de um vilarejo. Tornava-se, assim, o primeiro ocupante do lugar e senhor da terra, Onilé,
com autoridade sobre os habitantes que aí viessem a se instalar posteriormente.

O terceiro, de ordem administrativa e policial pois, outrora, os caçadores, Odés, eram os únicos a possuir
armas nos vilarejos, servindo também como guardas noturnos, Oxós.

uma lenda explica a origem do nome de Oxossi:

"Olofin Odudúa, rei de Ifé, celebrava a festa dos novos inhames, esquecendo-se, porém, de fazer uma
oferenda às feiticeiras. Havia grande multidão no pátio do Palácio Real.

Olofin estava sentado em grande estilo, magnificamente vestido, cercado de suas mulheres e de seus
ministros, enquanto que escravos o abanavam e espantavam moscas, tambores batiam e louvores eram
entoados em sua honra. Os convivas conversavam alegremente, e felizes festejavam o vento, comendo
os inhames novos e bebendo vinho de palma. Subitamente, um pássaro gigantesco planou sobre a
multidão, indo se empoleirar sobre o teto do prédio central do Palácio do Rei. Este pássaro malvado era
mandado pelas feiticeiras, chamadas Eleyés, proprietárias de pássaros utilizados na realização de
nefastos trabalhos. No Palácio reinava a confusão e o desespero. Foram procurados, sucessivamente,
quatro Oxós, caçadores guardiães da noite, chamados respectivamente deOxotôgun, o atirador de vinte
flechas, Oxotoji, o atirador de quarenta flechas, Oxatadotá, o atirador de cinqüenta flechas
eOxótakanxox, o atirador de uma única flecha. Nenhum dos três primeiros - todos muitos seguros de si
mesmo um pouco fanfarrões - conseguiu atingir o pássaro, apesar de possuírem, todos eles, grande
habilidade. O pássaro, de proporções gigantescas, era protegido pelo poder das feiticeiras.

Quando chegou a vez de Oxótakanxox, sua mãe foi consultar umBabalaô que lhe declarou o seguinte:
"Seu filho está somente a um passo, seja da morte, seja da riqueza. Faça uma oferenda e a morte se
transforma em riqueza".

Ela foi depositar, então, na estrada, uma galinha que havia sido sacrificada, cortando-lhe e abrindo-lhe o
peito, pois essa foi aboa maneira de se fazer uma oferenda às feiticeiras. A mãe
deOxátakanxoxô pronunciou três vezes um encantamento: "Que o peito do pássaro aceite esta
oferenda!!!" Era o momento preciso em que seu filho lançava sua única flecha. O pássaro deixara relaxar,
exatamente agora, o seu poder protetor, o qual teria impedido a oferenda de chegar ao seu peito e,
assim, a flecha deOxátakanxoxô o atingiu em cheio. Ele caiu pesadamente ao chão e morreu. Todo
mundo se pôs a cantar e a dançar:

"Oxowusi! Oxo é popular! Oxowusi! Oxo é popular!"

Com o passar do tempo, Oxowusi transformela ou-se em Oxossi.

Conta-se no Brasil, que Oxossi era irmão de Ogun e de Exú, todos três filhos de Yemanjá. Exú, por ser
indisciplinado e insolente com sua mãe, foi por mandado embora.

Os outros dois filhos se conduziam melhor. Ogun trabalhava no campo e Oxossi caçava nas florestas
vizinhas. A casa encontrava-se, assim, abastecida de produtos agrícolas e de caça. Yemanjá, no entanto,
andava inquieta e resolveu consultar um Babalaô. Este aconselhou não mais deixar Oxossi ir à caça, pois
se arriscava a encontrar Osanyin, aquele que possuía o conhecimento das virtudes das plantas e que
vivia nas profundezas da floresta. Oxossi ficaria exposto, assim, a um feitiço de Ossanyin para obrigá-lo a
permanecer em sua companhia.
Em vista disto, Yemanjá ordenou ao filho que renunciasse às suas atividades de caçador. Este, porém, de
personalidade independente, continuou as suas incursões à floresta. Partia em companhia de outros
caçadores que tinham o hábito de, ao chegarem aopé de uma grande
árvore, Iroko (Chlorophoraexcelsa), se separarem, indo à caça isoladamente, para se encontrarem, no
final do dia, no mesmo local. Certa noite, Oxossi não voltou ao local do encontro, nem respondeu aos
apelos dos outros caçadores. Ele tinha encontrado Ossanyin que o convidouà beber uma poção onde
certas folhas tinham sido maceradas, caindo assim em estado de amnésia. Não sabia mais quem era nem
onde morava. Ficou, pois, vivendo em companhia deossanyin, como havia previsto o Babalaô.

Ogun, inquieto pela ausência do irmão, partiu à sua procura, encontrando-o nas profundezas da floresta.
Ele o trouxe de volta, mas Yemanjá , irritada, não quis receber o filho desobediente. Revoltado com a
intransigência materna, Ogun recusou-se a continuar em casa. É por este motivo que o local consagrado
aogun encontra-se sempre ao ar livre. Quanto a Oxossi, este preferiu voltar para a floresta, para perto
de Ossanyin, Yemanjádesesperada por ter perdido os três filhos, transformou-se em um rio.

O contador desta lenda, no Brasil, destaca o fato de que "estes quatro deuses Yorubás-Exú, Ogun, Oxossi
e Ossanyin - são igualmente simbolizados por objetos em ferro forjado e vivem todos eles ao ar livre".

O arquétipo de Oxossi é aquele das pessoas espertas, rápidas, sempre alertas e em movimento. São
pessoas cheias de iniciativa e sempre na pista de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso
da responsabilidade e dos cuidados para com a família, são hospitaleiras, generosas, amigas de ordem,
mas gostam muito de trocar de local de residência e achar novos meios de existência em detrimento,
algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.

Uma lenda explica como surgiu o nome de Òsóòsì, derivado deÒsówusì (“o guarda-noturno é
popular’’): “Olófin Odùduà, rei deIfé, celebrava a festa dos novos inhames, um ritual indispensável no
início da colheita, antes do quê, ninguém podia comer desses inhames. Chegado o dia, um grande
multidão reuniu-se no pátio do palácio real. Olófin estava sentado em grande estilo, magnificamente
vestido, cercado de suas mulheres e de seus ministros, enquanto os escravos o abanavam e espantavam
as moscas, os tambores batiam e louvores eram entoados para saudá-lo. As pessoas reunidas
conversavam e festejavam alegremente, comendo dos novos inhames e bebendo vinho de palma.
Subitamente um pássaro gigantesco voou sobre a festa, vindo pousar sobre o teto do prédio central do
palácio. Esse pássaro malvado fora enviado pelas feiticeiras, as ÌyámiÒsòròngà, chamadas também
as Eléye, isto é, as proprietárias dos pássaros, pois elas utilizam-nos para realizar seus nefastos
trabalhos. A confusão e o desespero tomaram conta da multidão. Decidiram, então, trazer,
sucessivamente, Oxotogun, o caçador das vinte flechadas, de Idô; Oxotogí, o caçador das quarenta
flechas, de Moré; Oxotadotá, o caçador das cinqüenta flechas, de Ilarê, e finalmente Oxotokanxoxô, o
caçador de uma só flecha, de Iremã. Os três primeiros, muito seguros de si e um tanto fanfarrões,
fracassaram em suas tentativas de atingir o pássaro, apesar do tamanho deste e da habilidade dos
atiradores. Chegada a vez de Oxotokanxoxô, filho único, sua mãe foi rapidamente consultar um babalaô,
que lhe declarou: “Seu filho está a um passo da morte ou da riqueza. Faça uma oferenda e a morte
tornar-se-á riqueza”. Ela foi então colocar na estrada uma galinha, que havia sacrificado, abrindo-lhe o
peito, como devem ser feitas as oferendas às feiticeiras, e dizendo três vezes: “Que o peito do pássaro
receba esta oferenda”. Foi no momento preciso que seu filho lançava sua única flecha. O pássaro relaxou
o encanto que o protegia, para que a oferenda chegasse ao seu peito, mas foi a flecha
de Oxotokanxoxô que o atingiu profundamente. O pássaro caiu pesadamente, se debateu e morreu.
Todo mundo começou a dançar e a cantar: “Oxó (Òsó) é popular! Oxó é
popular! Oxowussi (Òsówusì)! Oxowussi!!Oxowussi!!!” Com o tempo, Òsówusì transformou-se
em Òsóòsì.

Conta-se no Brasil que Oxóssi era irmão de Ogum e de Exu, todos os três filhos de Iemanjá. Exu era
indisciplinado e insolente com sua mãe e por isso ela o mandou embora. Os outros dois filhos se
conduziam melhor. Ogum trabalhava no campo e Oxossi caçava na floresta das vizinhanças, de modo que
a casa estava sempre abastecida de produtos agrícolas e de caça. Iemanjá, no entanto, andava inquieta e
resolveu consultar um babalaô. Este lhe aconselhou proibir que Oxóssi saísse à caça, pois arriscava-sea
encontrar Ossaim, aquele que detém o poder das plantas e que vivia nas profundezas da
floresta. Oxóssi ficaria exposto a um feitiço de Ossaim para obrigá-lo a permanecer em sua companhia.
Iemanjá exigiu, então, que Oxóssi renunciasse a suas atividades de caçador. Este, porém, de
personalidade independente, continuou suas incursões à floresta. Ele partia com outros caçadores, e
como sempre faziam, uma vez chegados junto a uma grande árvore (ìrókò), separavam-se, prosseguindo
isoladamente, e voltavam a encontrar-se no fim do dia e no mesmo lugar. Certa tarde, Oxóssi não voltou
para o reencontro, nem respondeu aos apelos dos outros caçadores. Ele havia encontrado Ossaim e
este dera-lhe para beber uma porção onde foram maceradas certas folhas, como a amúnimúyè, cujo
nome significa “apossa-se de uma pessoa e de sua inteligência”, o que provocou em Oxóssi uma
amnésia. Ele não sabia mais quem era nem onde morava. Ficou, então, vivendo na mata com Ossaim,
como predissera o babalaô. Ogum, inquieto com a ausência do irmão, partiu à sua procura,
encontrando-o nas profundezas da floresta. Ele o trouxe de volta, mas Iemanjá não quis mais receber o
filho desobediente. Ogum, revoltado pela intransigência materna, recusou-se a continuar em casa (é por
isso que o lugar consagrado a Ogum está sempre instalado ao ar livre). Oxóssivoltou para a companhia
de Ossaim, e Iemanjá, desesperada por ter perdido seus filhos, transformou-se num rio, chamado Ògùn (
não confundir com Ògún, o orixá). O narrador desta lenda chamou atenção para o fato de que “esses
quatro deusesIorubás- Exu, Ogum, Oxóssi e Ossaim – são igualmente simbolizados por objetos de ferro
forjado e vivem todos ao ar livre.

Você também pode gostar