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Construindo memórias do que gostaria de ter vivido diante das ausências

sofridas

Faça uma lista das ausências sofridas principalmente com sua mãe e seu pai.
Durante 40 noites antes de dormir, escolha uma ausência da lista para criar
uma memória de presença. Não faça tudo de uma vez. Escolha apenas 1
situação para trabalhar a cada noite ou a cada semana, mentalizando como
você gostaria que tivesse sido, ressignificando as ausências através da
emoção ou sensação sentida durante o exercício. Pode trabalhar essa
imaginação por apenas 5 minutos antes de dormir até que todas as memórias
de ausência sejam trabalhadas.
Fique confortável na cama ou sofá. Coloque um louvor bem baixinho no fone
de ouvido. Ore a Deus:
“Espírito Santo, toma minha mente, meu inconsciente e minhas memórias e me
conduz conforme a sua vontade, gerando cura onde há ausências. Me ajude a
imaginar cenas e situações que irão despertar boas sensações, fazendo com
que eu me sinta mais amada e com valor. Cala todas outras vozes na minha
mente em nome de Jesus e me preenche com tua presença!”

A sugestão dos exercícios aqui é focado na relação com a mãe porque ela
determina muito como nos vemos e como nos relacionamos conosco mesmas
e com as pessoas, mas você pode utilizar algumas ideias e fazer o exercício
com qualquer pessoa que você tenha dores emocionais devido as faltas
vividas.
A ideia é que você imagine um pedacinho da sua vida desde o ventre da sua
mãe construindo imagens de presença e amparo onde isso faltou.
A pergunta norteadora para sua imaginação construir situações é: “Como você
gostaria que tivesse sido sua vida com sua mãe ou pai?”
Talvez sua mãe tenha te rejeitado ainda no ventre. Talvez tenha tentado um
aborto. Talvez tenha engravidado em um momento complicado da vida dela...
De acordo com sua história de vida, comece a imaginar como você gostaria
que tivesse sido a sua chegada à terra.
Talvez você precise imaginar sua mãe feliz com o resultado da sua gravidez.
Talvez precise imaginar sua mãe acarinhando a barriga dela. Pode imaginar a
mãe feliz, celebrando o seu nascimento ou a família toda reunida fazendo um
grande almoço, em comemoração ao seu nascimento e você sendo
apresentada para toda a família.
Talvez você imagine sua mãe te dando banho, amamentando, fazendo carinho,
falando palavras de amor e afeto.
Se você quiser melhorar ainda mais a experiência, escreva uma carta para
você mesma como se fosse sua mãe, relatando o que você gostaria que sua
mãe escrevesse quando descobriu que estava grávida de você. Talvez nessa
carta, você coloque sua mãe falando sobre a alegria de descobrir que estava
grávida e projetando sonhos para seu futuro. Falando sobre a expectativa da
sua chegada como bebê, a preparação do quartinho, as roupinhas...
A ideia é que você vá crescendo nesse exercício tanto da imaginação como da
carta, passando por todas as etapas importantes da sua vida onde você sentiu
muito ou pesou mais essas ausências, até chegar na sua fase atual: passando
por infância, adolescência, juventude e casamento, e agora como mãe (se você
é mãe), como gostaria que fosse a relação entre vocês duas.
No exercício de imaginação, sugiro que faça um pouquinho a cada noite. Por
exemplo: na 1ª noite imagine só a notícia da gravidez da sua mãe, na 2ª noite,
ela conversando e fazendo carinho na barriga... na 3ª noite, ela escrevendo a
carta... na 4ª, ela recebendo você no colo na maternidade...depois
amamentando...te olhando.... cantando canções de ninar, te dando banho,
trocando sua fralda, te dando papinha, te ensinando a andar, e vá crescendo
aos poucos, até andar de bicicleta, ajudar a fazer lição de casa, te levar na
escola, pentear seu cabelo e te arrumar para a escola, fazer festas e bolos de
aniversário...
Imagine aos poucos tudo o que você gostaria de ter vivido com sua mãe que
não viveu. Esse exercício alimenta suas conexões neurais e ajuda a apagar o
impacto das faltas vividas que estão registradas na memória.
Mas, faça sempre com Deus, em oração, pedindo para o Espírito Santo te
orientar e trazer a imaginação certa, a que vai ser cura para seu inconsciente e
memória. Aquilo que sua alma deseja e sente falta.
Durante o exercício, imagine também cada momentos marcante na sua vida,
como reuniões e apresentações de escola ou na igreja, uma briga na escola e
você gostaria que um pai ou mãe te defendesse... uma formatura, um
passeio... onde existe a dor da ausência, imagine a presença e a maneira
como você gostaria que seus pais tivessem agido; passando pela infância,
adolescência, juventude, casamento e nos dias atuais. Como ela gostaria que
cada situação tivesse sido.
Sugestões:
Imaginar cenas que gostaria de ter vivido com mãe ou pai nas fases:
- Gestação da mãe (toques, conversas, cantar, carinhos, desejar boas-vindas)
- Amamentação (toques, olhares, cheiros...)
- Banhos (toques, banhos, cuidado, deixar cheirosinha...)
- Alimentação (alimentar, cuidar...)
- Brincadeiras (dançar, pular, rodar, girar no alto, cheirar pescoço, estar
junto...presença!)
- Ensinar a fazer algo: andar, fazer lição, fazer alguma tarefa de casa
- Passeios (parques, cinemas, sorveterias, sítios, shoppings...)
- Infância (brincar, levar para a escola, pentear cabelo, defender de algum
bullying que tenha sofrido na escola ou prédio ou com amigos e primos, tomar
sorvete, ir ao cinema, ao shopping, trocar de roupa, arrumar a filha, pentear os
cabelos, dar carinho, assistir desenhos, pintar um livro de colorir, jogar alguns
jogos de tabuleiro, contar historinhas antes de dormir, fazer bolo juntas, estar
presente em apresentações e reuniões de escola e igreja...companhia)
- Adolescência (ouvir, compreender, não julgar, dar conselhos, abraçar,
instruir, orar juntas, se importar, perguntar se está bem, rir junto, passear, fazer
compras, chorar junto, ajudar nas tarefas de escola, não cobrar tanto, elogiar,
reconhecer, dar carinho, defender contra abusos, bullying, maldade de
alguém... estar presente em apresentações e reuniões de escola e igreja...)
- Juventude (formatura, apresentações especiais, incentivo a talentos e
profissão, encorajamento e reconhecimento, elogios... escolha da faculdade e
1º emprego, levar em lugares que queria ter ido... celebrar conquistas e
realizações da filha)
- Momentos marcantes (momentos especiais que viveu e que os pais não
estiveram presentes, imaginar como se estivessem ali)
- Casamento (presença, palavras, conversas, conselhos, instruções para a
nova fase como se o pai ou a mãe tivesse feito isso)
- Nascimento dos filhos (presença, ajuda da mãe com o neto e com os
primeiros dias na casa...)
Esses 2 últimos exercícios é legal você fazer caso sua mãe ou pai já tenha
falecido ou que, por algum motivo, não estiveram presentes na cerimônia do
seu casamento ou se porventura a sua festa de casamento foi um caos e não
foi como você queria e você carrega magoas das atitudes da sua mãe ou pai e
quer substituir a sensação dessa memória. Nesse caso, também é importante
liberar perdão para a mãe ou o pai por ter ‘estragado’ o sonho da sua festa.
Festa de 15 anos – Debutante

Escreva em um papel como você idealizou e imaginou sua festa de 15 anos.


Escreva todos os detalhes, desde vestidos, a mesa do bolo, decoração, a valsa
com seu pai, a música dessa dança, os rituais que fazem parte dessa festa da
maneira que você sonhou viver.
De acordo com sua lista, coloque a música que você gostaria de ter dançado a
valsa com seu pai, e comece a imaginar você linda no vestido que sonhou...
imagine o salão de festa todo decorado como você sonhou, a mesa do bolo,
sua mãe e irmãos... e por fim, você entrando no salão com todos os olhares
dos convidados para você, então sua mãe ou alguém especial te entrega a joia
tradicional de 15 anos (anel), depois seu pai trocando a boneca (para quem
quer viver todo o ritual romântico das tradições de 15 anos) por um sapato alto.
De acordo com a tradição esse ato simbólico representa o pai dando
autonomia para a filha, dizendo à sociedade que ela está deixando a infância
para trás, pronta para dar seu primeiros passos sozinha na vida, vivendo os
desafios que a nova fase apresenta.
Depois, imagine a valsa com seu pai e com o príncipe ou padrinho escolhido e
aproveite para voltar a música, se necessário, para melhorar sua sensação e
percepção vivida nessa memória imaginativa criada.
Se você sonhou ter algumas amigas como suas damas, imagine como seria
esse momento e as homenagens que você receberia.
Por fim, imagine o parabéns e a festa que você sonhou.

É importante você entender que esses exercícios não terão efeito imediato em
seu comportamento ou sentimento, porque seu inconsciente precisa de um
tempo para processar e organizar tudo isso, até que algumas sensações sejam
substituídas. O tempo varia muito de pessoa para pessoa, podendo levar em
torno de até 6 meses ou 1 ano. Só aconselho a não pensar que isso foi
besteira e que perdeu tempo. Tenha fé e creia que o próprio Espírito Santo
continua fazendo a substituição e limpeza nas suas memórias, trazendo senso
de valor, importância e pertencimento, que é o foco e objetivo desses
exercícios.

Festa de casamento
Caso você não tenha tido a oportunidade de ter uma festa de casamento do
jeito que sonhou e imaginou e isso te traga tristeza, raiva ou sentimento de
comparação, infelicidade, ou até inveja de amigas que tenham feito, sugiro
fazer esse exercício também, apenas mudando o foco da festa, mas com a
mesma dinâmica: começando pela lista de como você gostaria (vestido, local,
carro de chegada, buquê, decoração da igreja, cerimônia, rituais – daminhas,
jogar buquê... – valsa com esposo e com os pais, festa, mesa de bolo) tudo
como você sonhou que fosse essa festa. Depois, passe a imaginar em ordem
de acontecimentos como gostaria que tivesse sido, incluindo viagem de lua-de-
mel, se esse era um de seus sonhos.

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